Artigos Espiritas - Estudos Biblicos - O Que e A Biblia! (Wander Romero)

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Artigos Espíritas

Estudos Bíblicos

O que é a Bíblia?

Índice
Introdução
Considerações Gerais / 02
Origem de alguns termos importantes utilizados / 03
Estrutura da Bíblia / 04
História / 05
As traduções - Septuaginta: Versão dos Setenta / 08
Vulgata Latina / 09
A Bíblia em Português / 10
Traduções parciais
Traduções completas
A Bíblia no Brasil / 12
Traduções parciais
Traduções completas
Antigo Testamento / 14
2

História do povo hebreu - Personagens mais importantes / 15


Bibliografia / 19

Introdução

Considerações Gerais

A Bíblia é o livro que mais influência exerceu e tem exercido em toda a


história da Humanidade. É o mais importante compêndio de que o homem
dispõe para compreender sua história e o plano divino do Criador para
com suas criaturas. Por não entender o valor dessa obra e tudo o que ela
representa, o homem tem trilhado caminhos tortuosos em busca de
filosofias de vida. Geralmente, doutrinas que não se sustentam no tempo,
porque não são alicerçadas na Verdade. As Escrituras Sagradas têm este
nome por conterem os escritos da Lei de Deus, trazidos ao mundo em
diversas épocas, de acordo com o nível de compreensão dos seres
humanos. Por ignorância, ao longo dos séculos, foi tida como obra
absoluta e incontestável do Pai. Faltou aos seus filhos a maturidade
suficiente, e conhecimentos que pudessem ajudá-los a separar desses
ensinamentos, as instruções divinas dos eventos meramente humanos nas
narrativas.
A Bíblia pode ser considerada uma coleção de livros reunidos em um
grande volume. Mas não é como qualquer outro livro, pois os ensinos
contidos nele transcendem e posicionam-se acima de qualquer outro
existente no mundo. É considerada sagrada porque seu conteúdo propõe-
se a tornar os homens puros, santos, livres de seus erros.

Origem de alguns termos importantes utilizados


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• Bíblia - A palavra bíblia vem do grego biblos, que era a casca de um


papiro do século XI a.C., utilizado para anotar os escritos. A palavra
latina Bíblia, no entanto, só foi utilizada depois do século II d.C.
• Testamento – Palavra traduzida por aliança. É a tradução de palavras
hebraicas e gregas que significam pacto ou acordo celebrado entre duas
partes.
• Antigo Testamento - Aliança entre Deus e seu povo (os judeus), iniciado
com o patriarca Abraão e simbolizada pela circuncisão. Foi escrito pela
comunidade judaica e por ela preservado por um milênio ou mais antes da
era de Jesus.
• Novo Testamento - A nova aliança entre Deus e os cristãos e que se
estenderá por toda a Humanidade, simbolizada pela vinda de Jesus, o
Cristo e o cumprimento de sua promessa de transformar a Terra no Reino
de Deus. Foi composto pelos discípulos de Jesus, ao longo do século I
d.C.

Estrutura da Bíblia
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A Bíblia é um conjunto de livros considerados sacros, que se divide em


Velho e Novo Testamento.
Estudiosos das Escrituras afirmam que se trata de uma história ligada
estritamente ao povo hebreu. Mas, existem diversos trechos dos textos
antigos, principalmente no Novo Testamento, nos quais o Espírito Divino
dirige-se à humanidade como um todo, procurando orientá-la moralmente
e dizendo-lhe que haverá um tempo em que a luz divina estará presente
em todo o planeta, trazendo uma época de prosperidade a todas as gentes.
O estudioso cristão deve estudar as Escrituras, procurando conhecê-la em
profundidade, pois ela o ajudará a compreender o sentido da existência do
homem e as dificuldades da implantação dos ideais cristãos na face do
planeta.

História
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O Antigo Testamento contém a história do povo hebreu e foi escrito


durante um período de mais de mil anos, até aproximadamente o final do
século III a.C. O processo de criação foi complexo porque grande parte do
material já era recitado ou cantado bem antes de ter sido escrito. Todo o
texto foi codificado em hebraico, com exceção de alguns capítulos dos
livros de Daniel e Esdras e algumas palavras no Gênesis e Jeremias, onde
se empregou o aramaico, língua muito semelhante ao hebraico. Como
tesouro cultural, o Antigo Testamento é uma das fontes mais importantes
que temos para o conhecimento do passado. Outras civilizações, como a
egípcia e a babilônica, produziram também seus escritos religiosos e
históricos, mas apenas os hebreus os reuniram em uma antologia sagrada.
O resultado foi um épico religioso tão respeitado, que atravessou séculos
e chegou aos nossos dias ainda sendo estudado e analisado por religiosos,
historiadores e estudiosos do pensamento humano.
O cânon do Antigo Testamento se completou por volta de 400 a. C. Ficou
conhecido como "a Lei e os Profetas", por conter os cinco livros de
Moisés e os dezessete profetas que sucederam a ele. A sucessão dos
profetas encerrou-se com Malaquias. Os chamados "Escritos" surgiram no
período intertestamentário e foram incluídos no texto bíblico por ocasião
da tradução grega.
O cânon do Novo Testamento foi formado de maneira diferente, visto que
não se tratava de uma mensagem restrita a um povo, mas a toda a
humanidade. Logo no primeiro século os escritos foram sendo
reproduzidos e a prática de ler em voz alta nas reuniões, facilitou ao povo
a assimilação dos ensinos e o reconhecimento da história de Jesus. Desde
o início os primeiros cristãos coligiram e preservaram os livros inspirados
do Novo Testamento. Tais livros sem dúvida alguma foram copiados e
circularam entre as igrejas primitivas. No entanto, há evidências de que no
seio dos núcleos do século I havia um processo seletivo em operação.
Toda e qualquer palavra a respeito do Cristo, fosse oral ou escrita, era
submetida ao ensino apostólico, dotado de toda autoridade. Se tal palavra
ou obra não pudesse ser comprovada pelas testemunhas oculares era
rejeitada. Assim o cânon vivo dessas testemunhas tornou-se o critério
mediante o qual os escritos canônicos primitivos vieram a ser
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reconhecidos, pois eram os ensinos dos apóstolos.


Santo Agostinho foi quem traduziu com precisão o sentido unificador dos
dois documentos nas seguintes palavras: "O Novo Testamento acha-se
velado no Antigo Testamento e o Antigo, revelado no Novo".
A Bíblia tem o Cristo, ou seja, a mensagem de Deus aos homens, como
centro e razão dos escritos sagrados. Divide-se a Bíblia em 8 partes:
Antigo Testamento:
- Lei – Fundamento da chegada de Cristo
- História – Preparação para a chegada de Cristo
- Poesia – Anelo para a chegada de Cristo
- Profecia – Certeza da chegada de Cristo
Novo Testamento:
- Evangelhos – Manifestação de Cristo
- Atos – Propagação de Cristo
- Epístolas – Interpretação e aplicação de Cristo
- Apocalipse – Consumação em Cristo
A Bíblia divide-se em oito seções, sendo quatro do Antigo e quatro do
Novo Testamento:
Antigo Testamento:
• A Lei - 5 livros de Moisés (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números,
Deuteronômio)
• História - 12 livros (Josué, Juízes, Rute, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras,
Neemias, Ester)
• Poesia - 5 livros (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos
cânticos)
• Profetas - Maiores (Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel) e
Menores (Oséas, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias)
Novo Testamento:
• Evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João
• História - Atos dos Apóstolos
• Doutrina (Cartas e Epístolas) - Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios,
Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonicenses,
2Tessalonicenses, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago,
1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João, Judas.
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• Profecias - Apocalipse

As traduções - Septuaginta: Versão dos Setenta


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Foi a primeira tradução dos escritos do Antigo Testamento hebraico para


o grego, produzida em Alexandria, no século III a.C., a pedido de um dos
reis macedônicos do Antigo Egito, Ptolomeu II Filadelfo. Durante o seu
reinado, os judeus receberam privilégios políticos e religiosos totais.
Também foi durante esse tempo que o Egito passou por um grande
programa cultural e educacional, sob o patrocínio de Arsínoe, esposa e
irmã de Ptolomeu II. Nesse programa inclui-se a fundação do museu de
Alexandria e a tradução das grandes obras para o grego.
A Septuaginta tomou esse nome pelo fato de ter sido realizada por 70
anciões, trazidos de Jerusalém exclusivamente para a tarefa. Foi
rechaçada pelos judeus ortodoxos, numa atitude semelhante ao católicos
da Idade Média, diante do reformador protestante Martim Lutero, que
traduziu a Bíblia para o alemão, tornando-a acessível ao povo. A idéia era
a mesma: Ampliar o conhecimento do Antigo Testamento para a língua
grega, para atingir outros judeus alexandrinos, mas os radicais viram este
trabalho como uma profanação. A Septuaginta incluía não apenas o cânon
hebraico, mas também outras obras judaicas, em sua maior parte escritas
nos séculos II e I a.C., em hebraico, aramaico e grego. Esses escritos,
mais tarde, vieram a ser conhecidos como os Apócrifos, palavra grega que
significa oculto ou ilegítimo. Os judeus consideravam esses livros como
não inspirados. Os denominados Apócrifos são 15 livros judaicos,
surgidos no período intertestamentário. São eles: 1 e 2 Esdras, Tobias,
Judite, Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiastes, Baruc, Epístola de
Jeremias, Prece de Azarias e Cântico dos Três Jovens, Suzana, Bel e o
Dragão, A Prece de Manassés, 1 e 2 Macabeus.
A Septuaginta serviu de fundo às traduções para o latim a para as outras
línguas. Tornou-se também uma espécie de ponte religiosa colocada sobre
o abismo existente entre os judeus (de língua hebraica) e os demais povos
(de língua grega). O Antigo Testamento da LXX foi o texto utilizado em
geral na primitiva igreja cristã.

Vulgata Latina
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Esta é a tradução dos escritos do Antigo e do Novo Testamento para ao


latim, realizada por Sofrônio Eusébio Jerônimo (São Jerônimo), no século
IV d.C, a pedido de Dâmaso, bispo de Roma. Depois da Septuaginta, foi a
primeira vez que os escritos foram ordenados de forma a tomar um corpo
de doutrina. Foi o mais importante trabalho de codificação dos Escritos
Sagrados, pois é o que se utiliza até hoje como detentor de autenticidade e
credibilidade.
Na época havia numerosos textos que compunham o Novo Testamento,
também chamado Antiga Latina, que apareceram ao redor da segunda
metade do século IV e que induziram os cristãos a uma situação religiosa
intolerável, o que levou o bispo de Roma (366-384) a providenciar a
revisão. O resultado desse grande esforço chama-se Vulgata Latina. A
tradução de Jerônimo sofreu muitas críticas e ataques dos ortodoxos,
principalmente de Santo Agostinho, um dos Pais da Igreja, que só mais
tarde reconheceu o valor do documento.
São Jerônimo passou 38 anos de sua vida dedicados ao exame das
Escrituras Sagradas. Nos séculos seguintes, a Vulgata passou a ser a
edição predominante da Bíblia e assim foi por toda a Idade Média.
Também serviu de base para a maioria dos tradutores da Bíblia, anteriores
ao século XIX.

A Bíblia em Português
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Traduções parciais

A primeira tradução dos escritos para a língua portuguesa foi realizada


por D. Diniz, rei de Portugal (1279 – 1325). Grande conhecedor do latim
clássico e leitor da Vulgata Latina, o rei resolveu traduzir as Sagradas
Escrituras para o português. Porém, faltou-lhe perseverança e só
conseguiu traduzir os vinte primeiros capítulos de Gênesis. Entretanto,
esse esforço o coloca em posição de destaque, historicamente, pois foi um
dos primeiros tradutores dos escritos para outros idiomas, antecedendo
inclusive a John Wycliffe, que só em 1380 traduziu as Escrituras para o
inglês.
D. João I (1325 – 1433) fez vários padres traduzir da Vulgata, Os
Evangelhos, os Atos e as Epístolas de Paulo. Ele mesmo traduziu o livros
de Salmos, que foi reunido aos livros do Novo Testamento, traduzidos
pelos padres. Os livros eram produzidos em forma manuscrita fazendo-se
uso de folhas de pergaminho, o que tornava sua circulação extremamente
reduzida e cara.
Outras figuras da monarquia de Portugal realizaram traduções parciais da
Bíblia. A infanta d. Filipa, neta do rei d. João I, traduziu os Evangelhos do
francês. No século XV, surgiu em Lisboa o Evangelho de Mateus e
trechos de outros evangelistas, trabalho realizado por frei Bernardo de
Alcobaça, que pertenceu à grande escola de tradutores portugueses da
Real Abadia de Alcobaça.
A primeira tradução mais harmônica dos Evangelhos em língua
portuguesa, foi preparada em 1495 pelo cronista Valetim Fernandes e
intitulou-se De Vita Christi.
Todas essas obras sofreram, ao longo dos séculos, implacável perseguição
da Igreja Católica, que amaldiçoou todos os que conservassem consigo
traduções bíblicas em "idioma vulgar".

Traduções completas
11

• João Ferreira de Almeida - Coube a esse homem a tarefa de traduzir para


o idioma português, pela primeira vez, o Velho e o Novo Testamento.
Nascido em 1628, em Portugal (Torres de Tavares), mudou-se para a Ásia
aos 12 anos. Após 2 anos na ilha de Java, Indonésia, Almeida mudou-se
para Málaca, na Malásia e lá converteu-se do catolicismo à fé evangélica.
No ano seguinte, começou a pregar o Evangelho no Ceilão (hoje Sri
Lanka). Ainda não tinha 17 anos, quando iniciou o seu trabalho de
tradução da Bíblia para o português, mas perdeu seu manuscrito,
reiniciando apenas aos 20 anos. Conhecedor do hebraico e do grego,
realizou seu trabalho utilizando, além da Vulgata Latina, o Textus
receptus do grupo bizantino e as traduções holandesa, francesa e
espanhola. Em 1676 concluiu a tradução de O Novo Testamento, que só
surgiu mais tarde, em 1681. Traduziu o Antigo Testamento até Ezequiel,
mas faleceu em 1691. Quem prosseguiu com o seu trabalho, bem mais
tarde, foi o pastor Jacobus op den Akker, da Batávia. Em 1753, surgiu a
primeira Bíblia completa em português, em 2 volumes, concluindo, assim
o trabalho de João Ferreira de Almeida.
• Antônio Pereira Figueiredo - Foi um padre, nascido em 1725 em Tomar,
Portugal. Traduziu exclusivamente da Vulgata Latina todo o Antigo e
Novo Testamento, levando 18 anos nessa tarefa. Em 1819 veio à luz, a
Bíblia completa de Figueiredo em 7 volumes, e em 1821 ela foi publicada
pela primeira vez em um só volume. Figueiredo inclui em sua tradução os
livros apócrifos, que o Concílio de Trento havia acrescentado aos livros
canônicos em 1546.

A Bíblia no Brasil
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Traduções parciais

• Frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré - Em 1847, publicou em São


Luís do Maranhão, o Novo Testamento traduzido da Vulgata. Esse foi,
portanto, o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. Essa tradução ficou
famosa por trazer em seu prefácio pesadas acusações contra as Bíblias
protestantes que, segundo os acusadores, estariam falsificadas.
• A Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro –
Publicou em 1879, A Primeira edição brasileira do Novo Testamento de
Almeida.
• Huberto Rohden – Foi padre e o primeiro católico a traduzir no Brasil o
Novo Testamento diretamente do grego, em 1930. Por estar baseada em
textos considerados inferiores, o trabalho de Rohden sofreu severas
críticas.

Traduções completas

• Sociedades Bíblicas - Em 1917, as sociedades bíblicas publicaram um


trabalho conhecido com Tradução brasileira, tradução feita por
especialistas nas línguas originais, dentre eles o gramático Eduardo Carlos
Pereira.
• Padre Matos Soares - Realizou a tradução mais popular e completa da
Bíblia no Brasil, em 1930. Baseada na Vulgata, essa obra possui notas
defendendo os dogmas da Igreja Romana, sendo, por esse motivo, muito
apreciada entre os católicos. Recebeu apoio papal em 1932.
• Sociedade Bíblica Trinitariana - Em 1969, em São Paulo, foi fundada a
Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, com o objetivo de revisar e
publicar a Bíblia de João Ferreira de Almeida como a Edição corrigida e
revisada, fiel ao texto original. Em 1948, a Sociedade Bíblica do Brasil
fez duas revisões no texto de Almeida: uma mais aprofundada que deu
origem à Edição revista e atualizada no Brasil e uma menos aprofundada
que conservou o nome de Corrigida.
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• Imprensa Bíblica Brasileira - Em 1967, a Imprensa Bíblica Brasileira


publicou a sua Edição revisada de Almeida. Em 1988, a Sociedade
Bíblica do Brasil traduziu e publicou A Bíblia na linguagem de hoje. Em
1990 a Editora Vida publicou a sua Edição contemporânea da Bíblia de
Almeida.
• Outros - São também dignas de referência, a Bíblia de Jerusalém,
traduzida pela Escola Bíblica de Jerusalém e a Edição integral da Bíblia,
trabalho de diversos tradutores, editado pela Editora Vozes.

Antigo Testamento
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O Antigo Testamento contém a história do povo hebreu. Seus escritos


foram compostos durante um período de mais de mil anos, até
aproximadamente o final do século III a.C. Outras civilizações, como a
egípcia e a babilônica, produziram também seus escritos religiosos e
históricos, mas apenas os hebreus os reuniram em uma antologia sagrada.
O resultado foi um épico religioso tão respeitado, que atravessou séculos
e chegou aos nossos dias ainda sendo estudado e analisado por religiosos,
historiadores e estudiosos do pensamento humano. Estudaremos, neste
texto, apenas os personagens que julgamos mais importantes para se
compreender a evolução do pensamento divino entre os homens, desde
Abraão até Moisés, e de Moisés a Jesus. O conhecimento da história do
povo hebreu é de fundamental importância para se compreender a história
do cristianismo e sua evolução.

História do povo hebreu - Personagens mais importantes


15

A Criação e o Dilúvio
* Adão e Eva => Sete => Enos (início da evocação do nome do Senhor)
=> Noé (muitas gerações depois) => Sem => Terá => Abraão
Os patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó (1800 – 1700 a.C)
Abraão
Na genealogia de Abraão é importante saber que é da linhagem de Sem,
descendente de Noé, que por sua vez descende de Enos, filho de Sete,
filho de Adão e Eva, casal que a Bíblia trata alegoricamente como sendo
responsável pelo povoamento do planeta (raça adâmica).
Primeiro patriarca e o fundador do povo hebreu, Abraão marca a transição
para o início da existência dos hebreus como povo e o seu direito divino à
terra de Israel. Simboliza a rotura definitiva com a idolatria pagã e o
compromisso com o monoteísmo. Nas tradições judaicas e cristãs ele
aparece como uma figura paterna, digno, humano e firme em sua fé.
- Esposa oficial- Sara Filho: Isaac, que deu origem ao povo Judeu.
- Ágar, a serva Filho: Ismael, que deu origem ao povo Árabe.
Prova: Deus pede a Abraão que sacrifique Isaac, seu amado filho com
Sara. O sacrifício é suspenso e Abraão compreende que estava sendo
testado. Dá exemplo de fé e temor a Deus.
Isaac
- Esposa: Rebeca
- Filhos: Esaú e Jacó
- Irmãos gêmeos, porém Esaú veio primeiro e era o preferido de Isaac.
Jacó era o preferido de Rebeca. Os dois (mãe e filho) enganaram Isaac
velho e doente, que deu sua bênção e a tutela da família para Jacó,
gerando o ódio de Esaú. Bem mais tarde, Esaú vai ao encontro de Isaac e
perdoa seu irmão, num gesto de dignidade.
Prova: Desentendimento entre irmãos por causa da primogenitura, porém
houve reconciliação mais tarde.
Jacó
- Esposas: Lia e Raquel
Filhos de Lia: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulon (e Dina).
Filhos de Raquel: José e Benjamim
Filhos de Bala, serva de Raquel: Dã e Naftali
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Filhos de Zelfa, serva de Lia: Gade e Asser


- Aos doze filhos de Jacó deram origem às Doze tribos de Israel, nome
dado mais tarde a Jacó, por ter "lutado" com um anjo que ele julgou ser o
Senhor. Os doze filhos foram abençoados pelo pai no leito de morte,
primeira alusão histórica às 12 tribos.
- Jacó herdou de Abraão e Isaac a íntima comunicação com Deus e a
promessa de que Canaã pertenceria à sua descendência. Rejeitou as
imagens domésticas e amuletos, ainda utilizados até então.
José (1700 – 1250 a. C) – Os israelitas no Egito
- Por ser preferido por seu pai Jacó, despertava ciúmes em seus irmãos.
Foi vendido por eles, para uma caravana que o levou para o Egito. Lá,
com seus dons espirituais e sabedoria, terminou como o segundo homem
com poder no Estado. Seus irmãos, mais tarde foram recebidos por ele e
perdoados por seus erros. Jacó e toda a sua família se estabeleceu como
um clã pastoril na terra de Gessen, na região nordeste do delta do Nilo.
Ali seus descendentes viveram e prosperaram durante 4 séculos.
- A importância de José está em ter levado a idéia do Deus único para o
Egito, ter salvo sua família da fome e sede depois de ter sido maltratado
por eles, ter vivido com sabedoria e bondade e fé. Levou os israelitas para
viver no Egito, o que se deu com tranqüilidade e fartura por quase 400
anos.
- Escravidão: A descendência de Abraão permaneceu em "terra
estrangeira" durante 430 anos. No Egito, mortos José e os homens de seu
tempo, levantou-se um rei que, por medo dos israelitas, estabeleceu a
escravidão para eles, durante um período que durou 80 anos ou mais. Esse
rei, Ramsés II (1301 – 1234), o maior construtor da história do Egito,
transformou os israelitas em operários escravos e submeteu-os a trabalhos
forçados, porque eles haviam se tornado muito numerosos e fortes.
Depois, querendo reduzir o número dos hebreus no Egito, o faraó ordenou
às parteiras hebréias que matassem todos os meninos após o nascimento.
Como não adiantasse, obrigou seu povo a jogar no rio os meninos recém-
nascidos para que se afogassem. Começa a história de Moisés.
Moisés
É a figura mais majestosa do Antigo Testamento. Grande líder e
legislador. Seu papel foi tão importante que o Pentateuco também é
17

conhecido como Os Cinco Livros de Moisés. Trouxe a primeira


Revelação de Deus aos homens, nas tábuas dos Dez Mandamentos.
Fatos mais importantes da vida do missionário:
• A morte do egípcio
• A fuga para o deserto de Sinai
• A revelação de Deus sobre sua missão
• O retorno ao Egito
• A luta para convencer o faráo
• As dez pragas
• No deserto
• Os Dez Mandamentos
• Do Sinai a Cades
• A morte de Moisés
A lei civil de Moisés foi estruturada ao longo dos anos, tendo como base a
justiça de Deus. Era um código político, social e familiar, com um espírito
progressista, bem adiante de sua época. Abaixo um resumo dos pontos
mais importantes:
• Monoteísmo – um Deus único, poderoso, justo, bom e soberano sobre
todas as coisas.
• Proibição do exercício arbitrário do poder. Mesmo um rei deve temer a
Deus e seguir a Lei.
• Estabelece juízes e escribas em cada cidade. A justiça deve ser
administrada de forma imparcial para ricos e pobres
• Não perverter o direito, não fazer acepção de pessoas, não aceitar
subornos, pois "o suborno cega os olhos dos sábios e falseia a causa dos
justos".
• Proteção aos necessitados e desvalidos, a escravos fugitivos, devedores,
servos, assalariados, órfãos, viúvas e forasteiros.
• Respeito às mulheres. Difamação é crime.
• As práticas do comércio devem ser honestas.
• Devem ser isentos do serviço militar os que, recentemente tenham
casado, plantado vinha, construído casa.
• Respeito e preservação dos animais: o boi sem focinheira enquanto
estiver amassando o grão na eira e poupar a ave-mãe se forem colhidos
ovos do ninho.
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O Pentateuco
Os Cinco Livros (Pentateuco) resumem de forma épica a história do povo
hebreu e, conseqüentemente, a origem do Cristianismo:
• Gênesis: A Gênesis trata da origem da Criação e do próprio mundo
terreno. Nele, há uma narrativa simbólica onde todas as fases do
aparecimento do Universo e do planeta Terra são descritas com relativa
precisão. No estudo da Codificação Espírita, voltaremos a nos ocupar
desse assunto, examinando o livro preparado por Allan Kardec, também
denominado "A Gênese", que trata o tema em profundidade.
• Êxodo: O livro Êxodo conta os principais episódios ligados à libertação
do povo hebreu, escravo no antigo Egito durante cerca de quatrocentos
anos. Esta liberdade teria sido conseguida através do trabalho missionário
de Moisés, narrado em detalhes pela história bíblica.
• Levítico: O Levítico é o livro que contém as instruções que eram
destinadas à orientação dos cultos entre os seguidores do Legislador
hebreu e a Divindade. Orientava as obrigações e rituais religiosos da
época.
• Números: O livro Números apresenta parte da história da movimentação
dos hebreus no deserto em direção à Canaã, a terra prometida. Nele, existe
ainda a realização de um censo, feito com a finalidade de se saber quantas
pessoas empreenderam a histórica viagem, depois que Moisés as libertou
do Egito.
• Deuteronômio: O Deuteronômio apresenta um código de leis
promulgadas por Moisés, destinadas a reorganizar a vida social do seu
povo. É neste livro que se encontra a proibição dos contatos mediúnicos
com os "mortos". A lei mosaica proibia essas atividades, porque as
evocações fúteis, comuns entre os egípcios, também eram praticadas pelos
hebreus de forma fanática e irresponsável. A prática tinha se vulgarizado
e se tornado em motivo de graves problemas entre eles. A proibição foi
uma medida disciplinar do legislador. Fim

Bibliografia
19

Compilação: Wander Romero


Introdução Bíblica – Norman Geisler e William Nix – Editora Vida, 1997
Quem é Quem no Antigo Testamento – Joan Comay, Imago Editora, 1998

Fim

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