Estado, Direito e Questão Social
Estado, Direito e Questão Social
Estado, Direito e Questão Social
Faculdade de Minas
Sumário
APOSTILA- ESTADO, DIREITO E QUESTÃO SOCIAL .............................. 1
ESTADO E POLÍTICAS SOCIAIS: UMA APROXIMAÇÃO CONCEITUAL ...... 3
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 33
2
Página
FACUMINAS
Faculdade de Minas
3
Página
Faculdade de Minas
Desse modo, Estado e Política Social “são, pois tomados como campos
cuja dinâmica e interrelação compõem um pilar analítico de referência.”
(Rodrigues, F.1999:15-16)
4
Página
Faculdade de Minas
social,
econômico,
cultural,
político,
ambiental entre outros.
Nos anos recentes, de acordo com Silva, (2004) o Estado de Bem Estar
Social vem sendo objeto de muitos estudos, sob diferentes aspectos como seus
condicionantes históricos, seus fundamentos, suas características, sua capacidade
de enfrentar a questão da desigualdade, constitutiva do capitalismo e suas
contradições.
preconizam um Estado mínimo nos anos 1990, ainda assim sua importância no
âmbito econômico ainda aparece como basilar.
Robert Castel (2000) vai afirmar que é a partir desse reconhecimento, que se
constitui a moderna Seguridade Social, obviamente, em longo processo, que vai do
predomínio do pensamento liberal e da consolidação da sociedade salarial (meados
do século XIX, até a 3ª década do século XX) às perspectivas keynesianas e social
democratas que propõem um Estado intervencionista no campo social e econômico.
Questão social foi o termo usado para designar, no Brasil, durante as quatro
primeiras décadas do século XX, os problemas colocados, no cenário social e
12
político, pela classe operária. A problemática era, de fato, não apenas social.
Página
Referente
Página
aos aspectos
teórico-
Faculdade de Minas
políticas públicas.
Faculdade de Minas
Porém, esse
conjunto de hipótese
que forma o núcleo
duro do modelo da
escolha racional gera uma série de problemas e questões analíticas.
A mais conhecida foi desenvolvida pelo próprio Arrows e determina que não existe
uma escolha social capaz de refletir perfeitamente as preferências individuais –
trata-se do famoso teorema da impossibilidade.
De modo geral, ainda que de forma simplificada, pode-se dizer que para a
teoria da Escolha Pública as políticas públicas resultam da confrontação de
interesses divergentes nos diversos mercados políticos que estruturam o sistema
político como um todo.
O jogo político pode ser interpretado como um jogo sequencial em que cada
ator tem certo poder de veto. No início, dependendo do sucesso das políticas
estratégicas, o Presidente decidirá quais políticas residuais serão perseguidas.
[...] a questão social torna-se visível no Brasil desde o final do século XIX,
mas ainda camuflada pelo processo de industrialização, bem controlado e articulado
pelos importadores e exportadores vinculados ao capital internacional. Permaneceu
por várias décadas na ilegalidade e por tal razão foi pensada como desordem,
incriminando o sujeito e sendo enfrentada via aparelhos repressivos do Estado.
Somente no pós 1930, em meio a forças sociais pró- conservação e pró-mudança, a
questão social deixa a ilegalidade, passando a ser reconhecida sob explicações e/ou
22
Permaneceu por várias décadas na ilegalidade e por razão foi pensada como
desordem, incriminando o sujeito e sendo enfrentada via aparelhos repressivos do
Estado.
CONH (2000) explica que embora em 1930 a “questão social” passe a ser
reconhecida no cenário político visando a garanta de bem-estar mínimo, ela está
associada estritamente ao trabalho e às necessidades do trabalhador.
Neste modelo rompe com noção restrita de cobertura, que antes era
destinada somente aos setores inseridos formalmente no mercado de trabalho.
Quanto aos objetivos, foram definidos na LOAS e reformulados pela recente lei
12.435/ 2011, em que no seu artigo 2:
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no
conjunto das provisões socioassistenciais. Parágrafo único. Para o enfrentamento
Faculdade de Minas
Para (MOTA, 2009) Behering (2009), outra autora que compartilha dessa
Página
crítica, ressalta que a atual privatização e mercantilização dos serviços, faz com que
o sistema de proteção social se destine aos segmentos populacionais que possuem
Faculdade de Minas
[...] não podemos reificar a Assistência Social pelo fato de ela ser
uma política não contributiva, que tem a especificidade de atender
segmentos pauperizados. O nosso tratamento da Assistência não se dá por
essa diferenciação, mas pela concertação que ela encerra no conjunto da
Seguridade Social e das políticas sociais em geral. (MOTA, p. 16, 2009)
Esse grupo de autores ressalta que a política de assistência social não pode
ser considerada o pilar do sistema de proteção social no Brasil. MOTTA (2009)
alerta para o fato de que o sistema não é composto somente por esta política.
Desta forma, a proteção social deve ser entendida como direito, tendo a
compreensão de que pobreza significa, além de ausência de renda, condições
desiguais de vida.
Explica a autora que o lugar da assistência social não está relacionado com
a manutenção e nem com resolutividade das desigualdades sociais, muito menos
uma política que tem como objetivo e resultado acabar com a pobreza, ela é uma
política com limites, e que há muito para consolidar, romper e construir.
Neste sentido, a proteção social não tem como objetivo enfrentar a pobreza,
mas sim de preservar a vida para que os indivíduos não entrem em situação de
vulnerabilidade.
Cabe ressaltar que a proteção não deve ser analisada a partir de uma
situação comprobatória, ou seja, o sujeito não precisa comprovar através de
critérios que necessita de proteção.
REFERÊNCIAS
ARROWS, K. Social choice and individual values. Yale University Press, 1970
JOLY, P.B. & MARRIS, C. Les américains ont-ils accapetés les OGM´s?
Analyse comparée de la construction des OGM comme problème public en France
et aux Etats Unis, Cahiers d´ Economie et Sociologie Rurale, 11-46; 2003
35
Página