O ALUNO SURDO NO ENSINO SUPERIOR Barreiras e Desafios
O ALUNO SURDO NO ENSINO SUPERIOR Barreiras e Desafios
O ALUNO SURDO NO ENSINO SUPERIOR Barreiras e Desafios
01
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
SANTARÉM
2017
ANA MARIA SERRA DE OLIVEIRA
FABIANE CRISTIANE SILVA LIRA
NAIRA DANIELLE DA COSTA CORRÊA
Orientadora:
_____________________________________________
SANTARÉM
2017
ANA MARIA SERRA DE OLIVEIRA
FABIANE CRISTIANE SILVA LIRA
NAIRA DANIELLE DA COSTA CORRÊA
Comissão Examinadora
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Orientadora
__________________________________
Avaliador (a)
SANTARÉM
2017
O ALUNO SURDO NO ENSINO SUPERIOR: Barreiras e Desafios
RESUMO
ABSTRACT
This article addresses the theme of inclusion of the deaf student in Higher Education
in order to know the trajectory of this individual in the academic world, as well as the
public policies of inclusion of deaf students in Higher Education, in order to
understand the main difficulties encountered by the student deaf in this context. This
article is the result of bibliographical research based on the analysis and discussion
of the works of the main authors focused on this theme, through this study, it was
verified the difficulty of the deaf student. Therefore, the process of inclusion in Higher
Education Institutions should start from the awareness of the academic society about
the importance of the inclusion of students with special educational needs and in this
study, in particular, the Deaf student.
1
Acadêmicas do 8° semestre do Curso de Pedagogia no Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES).
²Professora Mestre do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES).
1. INTRODUÇÃO
O aluno surdo chega à instituição de ensino superior sem ter tido vivências
escolares significantes e de qualidade anteriormente e quando ingressa na
universidade, queixa-se da falta de ações inclusivas e fala da necessidade de
mudanças que ele mesmo, por vezes, desconhece. De acordo com Lacerda; Santos
(p. 48; 2014).
O ser surdo é aquele que apreende o mundo por meio de contatos visuais,
que é capaz de se apropriar da língua de sinais e da língua escrita e de
outras, de modo a propiciar seu pleno desenvolvimento cognitivo, cultural e
social. A língua de sinais permite ao ser surdo expressar seus sentimentos e
visões sobre o mundo, sobre significados, de forma mais completa e
acessível.
Sabe-se que para os surdos, o ensino deve ser baseado no campo visual e
não na audição, então ao trabalhar com o aluno surdo, devem-se usar
materiais que contemplem o visual, aprender a língua de sinais, colocar no
grupo de trabalho pessoas que tenham mais disponibilidade e paciência,
acreditar que o surdo tem capacidade de aprender como qualquer outro
aluno, aceitar sua escrita e lembrar que ele apenas tem dificuldade de se
comunicar.
No entanto, se este aluno não teve nenhum contato prévio com a faculdade
e não houve providências no sentido de que pudesse ser apresentado aos
professores e contar com a presença de um intérprete da Língua Brasileira de
Sinais- LIBRAS, ele fica à espera de alguém que lhes comunique sua presença e
sua particularidade aos demais, então, percebe-se ai um grande desafio para a
instituição de ensino, ou seja, garantir a permanência desse aluno que se distinga
pela inclusão e não pela mera inserção física, ou seja, assegurar as condições de
acesso é primordial ao processo de inclusão, porém sua legitimação se concretiza
quando ocorre a devida garantia e efetivação de sua permanência.
No Brasil, com a promulgação da Constituição Federal (CF) de 1988, de fato
os direitos das pessoas com deficiência começaram a ser efetivados.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade. (BRASIL, 1988, p. 17)
A partir da Lei nº 10.436, de 2002, a LIBRAS foi reconhecida como meio legal
de comunicação e expressão, mas apenas a partir do Decreto nº 5.626 de 2005, que
a lei foi regulamentada. A presente lei tem como principal objetivo o reconhecimento
das LIBRAS como forma de garantia do direito à educação aos surdos.
Apesar das dificuldades percorridas pelo aluno surdo em sua vida acadêmica
existem leis que o amparam como a portaria n° 1.679 do Ministério da Educação
(MEC) de 1999 que busca “assegurar aos portadores de deficiência física e
sensorial condições básicas de acesso ao Ensino Superior”, representando um
avanço para a inclusão, neste caso, do aluno surdo. A citada Portaria dispõe em seu
artigo 2° alínea C, que para alunos com deficiência auditiva:
É necessário discutir que, mais do que uma língua, as pessoas com surdez
precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o
pensamento o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva.
Obviamente, precisam como as demais, de uma escola que explore suas
capacidades, em todos os sentidos.
Assim, a inclusão social dos surdos tem sido um tema utilizado, com
frequência, tanto na área da educação básica, como na educação inclusiva.
Portanto, tem-se o ensino como a base da democracia e o alicerce fundamental para
a superação das desigualdades sociais. Por isso, é necessário que os espaços
destinados ao ensino permitam o livre acesso a todos. Segundo Damázio; Ferreira
(p. 56; 2010) “o maior desafio das políticas públicas inclusivas nas escolas
brasileiras é a construção desses ambientes propícios ao ensino dessa língua, com
metodologias de ensino adequadas, respeitando os ciclos do desenvolvimento e a
naturalidade na sua aquisição”. Porque, mesmo com toda a importância que a
educação possui na vida do homem e estando amparadas por lei, ainda, assim,
várias pessoas não possuem oportunidades de acesso a mesma. No meio escolar
deparamo-nos ainda com a falta de acesso que alguns alunos com necessidades
especiais possuem.
As dificuldades encontradas pelo aluno com surdez dentro dos sistemas
educacionais não se delimitam somente ao aprendizado, mas enquadra várias
outras dificuldades como o processo de inserção em sala de aula como esse aluno
surdo vai se comunicar com outros alunos ouvinte. Portanto as barreiras começam
pela própria linguagem, que não é criada de forma comum entre surdos e ouvintes,
dificultando essa comunicação, e a LIBRAS, ainda não é explorada em sua
totalidade dentro das instituições, mesmo porque não há interpretes para a
interlocução do surdo e o ouvinte. (DÍAZ; BORDAS; GALVÃO; MIRANDA, 2009).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de; SANTOS, Lara Ferreira dos. Tenho um
aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos:
EdUFSCar, 2014.
PERLIN, G.T. Identidades surdas. In: SKLIAR,C. (Org.). A surdez: um olhar sobre
as diferenças. 6. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2013. p.51-74.
QUADROS, Ronice Müller de. (org.). Estudos surdos I. Petrópolis, RJ: Arara Azul,
2006.