Rogerio Trabalho

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O Papel do Psicólogo Frente as Situações de Crianças e Adolescentes

Vítimas de violência

Rogério Akamatsu Sória

SÃO PAULO

2020.1
Rogério Akamatsu Sória

O Papel do Psicólogo Frente as Situações de Crianças e Adolescentes


Vítimas de Violência

Pesquisa apresentada no Curso Superior de Direito Campus


Interlagos

Universitário Estácio São Paulo, sob orientação da professora Ms.

Sonia Regina Prado como requisito parcial da disciplina de Psicologia


Jurídica
Com um enfoque muldisciplinar, buscasse resolver os problemas
visando o emocional de todos envolvidos em especial " crianças e adolescente

SÃO PAULO
2020.1

SUMÁRIO

Resumo do Trabalho ......................................................................................... 04

1-introdução ...................................................................................................... 05

2-Metodologia ................................................................................................... 06

3-Desenvolvimento do Trabalho ....................................................................... 07

1.1 Conceito crianças e adolescentes ............................................................ 07


1.2 Tipos de violência contra crianças e adolescentes ...................................07
1.3 Vara da infância e da juventude................................................................08
1.4 Conceito e Síndrome de Alienação Parental ........................................... 09
1.2 Atuação do psicólogo .......................................................................................... 11

4-Conclusão .................................................................................................................... 14

5-Referências Bibliográficas ...............................................................................15


RESUMO DO TRABALHO

Nesse trabalho será pautado, apresentações dos direitos de crianças e adolescentes em


situações de risco. Temos como foco identificar o tipo de trabalho realizado pelo
psicólogo, nos contextos das políticas públicas de atendimento dos direitos de crianças e
adolescentes, propiciar ao graduado em Psicologia o contato com a realidade fornecer
bases para a reflexão acerca do papel desse profissional no campo de trabalho em
questão.

Palavras Chaves : 1 crianças , 2-adolescente, 3- violência, 4- Alienação Parental


5psicologo, 6- ECA
4

1-INTRODUÇÃO

A violência pode ser considerada como uso da força física ou do poder, real ou em
ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade,
que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação.

Mais do que qualquer outro tipo de violência, a cometida contra a criança não se
justifica, pois as condições peculiares de desenvolvimento desses cidadãos os colocam
em extrema dependência de pais, familiares, cuidadores, do poder público e da
sociedade. Em 2011, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN),
registrou 39.281 atendimentos na faixa de < 1 a 19 anos idade, que representam 40% do
total de 98.115 atendimentos computados pelo sistema nesse ano. O aumento no
número de casos de violência infantil, segundo os dados epidemiológicos mundiais e
brasileiros, mostra cada vez mais que é necessário demandar ações de controle, por
meio de condutas preventivas, pelos setores sociais envolvidos, bem como profissionais
de saúde, conselhos tutelares, entre outros.

A problemática alcançou relevância política e visibilidade entre a sociedade,


principalmente a partir da década de 1990, com a implantação do Estatuto da Criança e
do Adolescente, através da Lei 8.069, que tem por finalidade: “Garantir às crianças e ao
adolescente, a promoção da saúde e a prevenção de agravos, tornando obrigatória a
identificação e a denúncia de violência”. Com isso, o Estado passou a ter instrumentos
legais de proteção nas situações de violência na infância e na adolescência, tornando
obrigatória sua notificação até mesmo nos casos de suspeita.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a violência contra a criança em


quatro tipos, abuso físico, sexual, emocional ou psicológico e negligência, os quais
podem resultar em danos físicos, psicológicos; prejuízo ao crescimento,
desenvolvimento e maturação das crianças.

A violência, no meio infantil, se traduz em um forte estressor em relação ao processo


normal de crescimento e desenvolvimento, devendo ser considerado em sua totalidade,
para o seu pleno reconhecimento, a fim de se poder implantar medidas eficazes para sua
resolução. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo caracterizar, por meio das
evidências científicas a violência infantil no cenário nacional.

2-Metodologia

Este trabalho, exploratório e de natureza qualitativa, busca fazer uma análise sobre o
tema O Papel do Psicólogo Frente as Situações de Crianças e Adolescentes Vítimas de
Violência , a partir de uma investigação sistemática. Com esse objetivo, adotou-se o
método bibliométrico, a fim de verificar os principais corpos teóricos sobre o tema.

Para a construção deste trabalho, foram realizados pesquisas sobre tipos de violência
relacionadas a criança e adolescentes ,foram feitas pesquisas sobre estudos que abordam
o fenômeno da alta vulnerabilidade e os conceitos relacionados ao ECA , abordamos
também pesquisas sobre Alienação Parental e o papel do psicólogo.

O que é metodologia : Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do Latim


“methodus” cujo significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. Método é o
processo para se atingir um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento. ... A
metodologia de ensino é a aplicação de diferentes métodos no processo ensino-
aprendizagem. 6

3- Desenvolvimento

1.1 Conceito de violência contra crianças e adolescentes

O Estatuto da criança e do adolescente referi em seu artigo 5º que:

“Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,


discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão punido na forma da lei
qualquer atentado por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais”.

Entretanto, sabemos que há ocorrências e situações de violação grave a esses direitos.


Podemos aqui elucidar que, a violência praticada contra crianças e adolescentes, é tarjada
por uma relação onde não há respeito, não se considera estes, enquanto sujeitos em
desenvolvimento e que estes possuem direitos de cidadãos, ocorrendo um processo de
coisificação da criança, tratando-o como mero objeto. Nesta relação há um processo de
submissão, e poder, que o individuo mais velho, exerce sobre a criança e adolescente.
Deixando como consequências, agravamentos físicos, emocional, psicológico ao
desenvolvimento infanto juvenil.

1.2 Tipos de violência contra crianças e adolescentes

NEGLIGÊNCIA: forma de violência que tem como característica, ato de omissão por
parte dos responsáveis da criança, em prover os cuidados básicos tais como: vacinação,
alimentação, educação, higiene, e afeto e atenção.

ABANDONO: Assemelha-se a negligência, porém tem um diferencial, é caracterizado,


por abandonar de forma parcial ou total, quando parcial a criança e adolescente fica por
alguns dias sem a pessoa mais velha cuidando destes, e o abandono total é quando o
responsável evadiu-se da residência, não mais retornando para responsabilizasse pela
criança ou adolescente.

VIOLENCIA PSICOLOGICA OU EMOCIONAL: É uma forma de violência, que


podemos chamá-la de silenciosa, ou mais difícil de ser identifica, pois a primeira vista
não se apresenta visível de ser identifica. Lembrando que está violência está geralmente
acompanhada dos demais tipos de violência. Tem como características, o processo de
humilhação, xingamentos, e rejeição. São comuns “certas frases como: “não sei por que
você nasceu”, você é burra”, você não presta para nada”, você é um atraso na minha vida”.

VIOLENCIA FISICA: Este tipo é um dos mais fáceis de ser identificado, pois a criança
geralmente apresenta marcas, escoriações, vermelhidões, hematomas e até mesmo
algum

membro do corpo quebrado. Muita das vezes esse tipo de violência ocorre, com a
justificativa do responsável de que é necessário “educar” “corrigir” e não admite ser uma
violência praticada. Dependendo do grau da violência pode levar a morte da criança.

VIOLÊNCIA SEXUAL: É praticada, sem o consentimento da criança e adolescente, parte


do principio o abuso de autoridade perante a criança sendo obrigados a praticas sexuais.
Pode ser classificada como abuso sexual intrafamiliar e extra familiar, exploração sexual
comercial.

O abuso sexual intrafamiliar geralmente é alguém em que a criança, confia, tem respeito
e que possui algum grau de parentesco seja, avos, tios, irmãos, pais, mães, padrastos,
madrastas. Já o abuso sexual extra familiar é alguém geralmente muito próximo a criança
e que também há uma relação de proximidade e confiança tais como: pastores, padres,
vizinhos, amigos da família dentre outros. Cabe destacar aqui, que eventualmente ocorre
esse tipo de violência por pessoas desconhecidas.

E, por fim, a exploração sexual comercial, se da através da exploração do corpo da criança


e do adolescente para fins de lucro. Sendo esse rendimento ficando a maior parte com a
pessoa que a explora.
BULLYING: Refere-se a atitudes de atos de violência de modo intencional e sistemático.
A tradução da palavra BULLYING para a nossa língua portuguesa significa: brutal,
tirano. Geralmente é praticada por um grupo de pessoas para com uma única pessoa, o
ofendido (a), muitas das vezes as situações de Bullying são por questões relacionadas pela
intolerância, em relação a orientação sexual, identidade de gênero, forma física, raça,
etnia, nacionalidade. É praticado em qualquer ambiente, não se restringindo ao universo
escolar.

1.3Vara da infância e da Juventude

“amparo legal: Lei n°8069 , d13/07/1990” “Doutrina na proteção integral adotada pelo
ECA”

" A criança é a nossa mais rica matéria-prima. Abandoná-la a sua própria sorte ou
desassistí-la em suas necessidades de proteção e Amparo é crime de lesa-pátria."
Tancredo Neves.
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar
e comunitária para meninos e meninas, e também aborda questões de políticas de
atendimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre outras providências.
Trata-se de direitos diretamente relacionados à Constituição da República de 1988.

Para o Estatuto, considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela compreendida entre doze e dezoito anos. Entretanto, aplica-se o
estatuto, excepcionalmente, às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade, em
situações que serão aqui demonstradas.

Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer
pessoa que seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus direitos
fundamentais. Ainda, no seu artigo 7º, disciplina que a criança e o adolescente têm direito
à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
de existência.

As medidas protetivas adotadas pelo ECA são para salvaguardar a família natural ou a
família substituta, sendo está ultima pela guarda, tutela ou adoção. A guarda obriga a
prestação de assistência material, moral e educacional, a tutela pressupõe todos os deveres
da guarda e pode ser conferida a pessoa de até 21 anos incompletos, já a adoção atribui
condição de filho, com mesmos direito e deveres, inclusive sucessórios.

1.1 Conceito e Síndrome de Alienação Parental

O que é a Síndrome da Alienação Parental? É quando a criança passa a denigrir


voluntariamente a imagem do genitor alienado

Quem criou o termo? O psiquiatra norte-americano Richard Gardner

A importância da conceituação? Defini-la como síndrome é de suma importância, pois


se trata de um distúrbio psicológico que a criança passa a sofre causada pela influência
negativa de um de seus genitores, que insiste em jogar o filho contra o genitor alienado.
Qual a diferença entre alienação parental e a SAP? Alienação Parental é a ação
causadora da Síndrome de Alienação Parental

O Alienador No processo de separação é comum que um dos genitores sai a insatisfeito,


econômica e emocionalmente, o que desencadeia o processo da AP. Não Não é
simplesmente o divórcio que cria o comportamento alienante, isso já advém da estrutura
psíquica já constituída. O alienador faz com que a criança creia somente nele, induz o
menor a acreditar que não existe outra pessoa que seja capaz de cuidar dela.

A SAP pode ser identificada em três graus de afetação em relação aos filhos

•Grau leve: a criança recebe as mensagens de influencia do genitor alienador, contudo


ainda demonstra gostar do genitor alienado.

•Grau médio: a criança deixa transparecer uma ambiguidade de sentimentos, pois ainda
que goste do genitor alienado, busca evitar demonstrações de afeto, pois tem medo de
desapontar o genitor alienador.
•Grau avançado: a ambiguidade de sentimentos desaparece, a criança começa a odiar o
genitor alienado e ter dependência exclusiva com o genitor alienador

Lei n° 12.318/2010 ART.2°

Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da


criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos
avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda
ou vigilância para que

repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos


com este. Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além
dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente
ou com auxílio de terceiros

Aspectos psicológicos e as consequências da SAP sobre a prole

•A SAP é descrita por muitos autores como uma verdadeira tortura psicológica

•O indivíduo que sofreu alienação parental obterá também sérios problemas em


relacionamentos futuros
•É na mente de crianças com poucos anos de vida que a SAP encontra menor resistência
para se instalar

•O genitor alienador colocar-se como vítima da situação, levando os filhos a adquirir


uma postura de responsabilização que não deveriam possuir

•Efeito bumerangue: a criança que foi alienada cresce e tem entendimento de que foi
manipulada pelo individuo alienador e que foi injusta com genitor alienado e agora
passa a ter raiva ou ódio para com o genitor alienado.

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A guarda compartilhada como forma de “prevenção” da SAP

•Esse modelo de guarda pode funcionar de forma preventiva, evitando que a SAP seja
instaurada
•Para que seja possível seu êxito, é necessário que haja o mínimo de harmonia entre o
excasal, ainda que tão somente no que concerne aos filhos.

•A imposição da guarda compartilhada, dependendo do grau de alienação em que o


casal se encontra, pode vir a piorar ainda mais a situação familiar

.•Com um convívio constante com ambos os pais desde os primeiros momentos da


separação, será muito mais difícil que um possível genitor alienador encontre espaço
para desenvolver sua prática

“Chega de Alienação Parental , Filho não é brinquedo !”

1.2 Atuação do psicólogo

Para fazer frente às situações de risco, as políticas públicas de assistência social


precisam do trabalho de profissionais de vários setores, tais como saúde, educação,
assistência social e sistema de Justiça. Dentre as áreas de atuação, demandam-se, dentre
outros profissionais, os de assistência social e da Psicologia. O ECA traz, para o
profissional de Psicologia, papéis a serem desempenhados nas políticas públicas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente. Sob o paradigma da proteção
integral, o juiz não atua mais com exclusividade. Há um reordenamento do atendimento
à criança e ao adolescente, uma interdisciplinaridade de profissionais. E a família
constitui o foco principal. O papel do psicólogo não é mais o de técnico que só atua do
ponto de vista do conhecimento específico, principalmente dos testes. O papel do
psicólogo agora é a atenção na proteção integral, e ele deve considerar a criança e o
adolescente sujeitos de sua história, sujeitos de direitos, protagonistas; tem que atuar em
rede, interdisciplinarmente (Conselho Federal de Psicologia, 2003).

Dentro da concepção da proteção integral, o papel do psicólogo no sistema de garantias,


junto ao de outros profissionais, passa, então, a ser o de um viabilizador de direitos,
devendo para tal ter conhecimento profundo da legislação, uma vez que a
descentralização lhe exige novas e capacitadas competências, a autonomia política
administrativa impõe a participação, e o controle requer um arcabouço teórico-técnico-
operativo que visa ao fortalecimento de práticas e espaços de debate, na propositura e
no controle de política na direção da autonomia e do

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protagonismo dos usuários, assim como nas relações entre gestores, técnicos das
esferas governamentais, dirigentes e técnicos, prestadoras de serviços, conselheiros e
usuários. Mas a atuação desses profissionais deve se dar em rede, ou seja, em
complementaridade técnica (Ministério do Desenvolvimento Social, 2004).

Para o conselho Nacional dos Direitos da criança e do Adolescente (CONANDA), Ao


nos integrarmos nessa rede, vamos nos tornando importantes socialmente e vamos nos
tornando necessários para que essa rede funcione plenamente (Conselho Federal de
Psicologia, 2003, p. 194). Para Teixeira e Novaes (2004, p. 293), ampliasse o objeto de
intervenção do psicólogo, que passa a abarcar aspectos da vida concreta, cotidiana e
seus efeitos na configuração de subjetividades, que são produzidas e realimentadas no
entrelaçamento dos indivíduos entre si e com as entidades. Na operacionalização do
sistema de garantias, a atuação do psicólogo darse-á nos seguintes eixos: análise da
situação, no sentido de diagnosticar a realidade através de pesquisas que possibilitem a
análise e o planejamento de ações e recursos para o enfrentamento das situações de
risco, mobilização e articulação dos vários segmentos (governamentais, não
governamentais, sociedade civil nos níveis nacionais, regionais e locais), promoção,
defesa e responsabilização através de mecanismos de exigibilidade dos direitos e
humanização dos serviços, promoção, atendimento e prevenção através de ações
especializadas de atendimento, com a inclusão social das crianças, adolescentes e suas
famílias e promoção de ações que possibilitem aos jovens o empoderamento dos
mesmos com vistas ao protagonismo social.
As novas demandas para a atuação do psicólogo nas políticas sociais para crianças e
adolescentes requerem um profissional multifunções, que trabalhe de forma
interdisciplinar e em rede. Mas esse novo modelo, que emerge a partir da constituição
Federal de 1988 e do Estatuto da criança e do Adolescente, documentos que garantiram
àqueles a condição de sujeitos de direitos, não foi suficiente para dar conta da discussão,
antiga na Psicologia, realizada por diversas correntes que discutem o modelo de
Psicologia adequado às classes trabalhadoras, às populações marginalizadas, às
populações sem a experiência da escolarização e às comunidades pobres.

Dentre as várias visões sobre esse modelo de atuação, destacam-se, neste artigo, os
estudos de Bock (2003); Gonzáles-Rey (2001); Guattari e Rolnik (1986); Ropa e Duarte
(1985).
Ropa e Duarte (1985) discutem a questão do atendimento psicológico às classes
trabalhadoras. Eles situam a discussão no contexto dos limites sociais e culturais do
modelo

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clínico (psiquiátrico-psicológico) e da sua eficiência para as classes trabalhadoras.


Segundo os citados autores, a constituição das ciências psicológicas representaria, nesse
sentido, o apogeu da progressiva segmentação individualizante: um saber autônomo
sobre sujeitos autônomos (p. 193). Nessa perspectiva, confrontam-se grupos portadores
de visões de mundo mais individualizantes e visões mais holistas, visões mais modernas
e visões mais tradicionais , grupos de camadas urbanas e de camadas mais periféricas.
Segundo os autores, inscreve-se um modelo patologizante, individualizante, que, dentro
de uma visão etnocêntrica, se pretende universal, missionária e civilizadora, que nega
qualquer singularidade. E que, na prática, parece enfrentar a resistência de sujeitos não-
individualizados ou sujeitos que resistem à ideologia individualista dominante(p. 201).
Guattari e Rolnik (1986), embora não façam uma discussão na perspectiva do modelo
adequado para as diferentes classes sociais, ao tratarem dos dispositivos de
singularização, concebem a psicanálise como um desses dispositivos de subjetivação,
que preconiza modelos de identidade ou de identificação. Concebem ainda que os
profissionais trabalham sistematicamente na consolidação de certa produção de
subjetividades. Em vez desse modelo, os referidos autores propõem a liberdade de
construção de novos tipos de modelo referentes à análise, e, para isso, fazem uso do
conceito de transversalidade, ou seja, propõem uma relação de horizontalidade a partir
da qual se criariam conexões inimagináveis, múltiplas, que constroem sentidos
singulares, sem homogeneizá-los através de ditames universais. González-Rey (2001)
faz uma crítica ao que denomina referencial hermético da clínica, que parte de
princípios fundadores únicos e universais (p. 194). concebe a clínica como um diálogo
no qual os conhecimentos marcam as formas de participação do terapeuta (p. 195), o
que, para ele, cria um paradoxo, porque, para o exercício terapêutico, ele precisa afastar-
se desse referencial para poder visualizar o sujeito singular. O referido autor afirma que
o papel do psicólogo, nesse diálogo, que é uma via de mão dupla, é compreender que o
sujeito gera novos sentidos e espaços de subjetivação, e isso pode implicar a integração
de diversos protagonistas ou o deslocamento do psicólogo nesses espaços, familiares ou
institucionais.
Bock (2003) apresenta, na obra por ela organizada, uma visão atualmente enfatizada em
relação à atuação do psicólogo nas políticas sociais. Trata-se da concepção do
compromisso social, definida pelo papel de construir teorias e práticas na direção da
transformação social, do compromisso com (o que auto conceituam como) as camadas
populares e com uma psicologia dialética que olha e atua, a partir do contexto, na
participação política, nos espaços de confronto em defesa dos direitos dos cidadãos.

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4-Conclusão

Diante do trabalho apresentado, torna-se possível uma compreensão clara sobre o tema
violência contra crianças e adolescentes, observando contexto histórico que envolve
tal questão, assim como as formas de violências e por fim a importância dos
serviços de enfrentamento. A violência contra crianças e adolescentes é algo presente
em noss a sociedade há muito tempo, diante da relação de inferioridade e de poder, que
justificava tais ações realizadas pelos adultos. Somente a partir de conquistas como
o ECA, em 1990, é que crianças e adolescentes passa a ter garantido seus direitos.
Porém, mesmo diante de seus direitos garantidos por lei , crianças e adolescentes
ainda sofrem com os mais diferentes tipos de violência, como na maioria das vezes
ocorre no ambiente intrafamiliar, o que torna mais difícil o conhecimento dessa
violência, a partir de ameaças feitas pelo agressor e por muitas vezes a família
não acreditar que este fato esteja ocorrendo. H á também formas de violência que
podem ocorrer fora da família, ou seja, extrafamiliar. Diante dessa realidade ainda
vivenciada em nossa sociedade, é que se faz necessário a mobilização por parte
do Estado, da sociedade e da família em garantir que os direitos estabelecidos sejam
realmente efetivados, a partir de serviços que busquem o atendimento a essas vítimas
de modo a superar a situação vivenciada.
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5-Referências bibliográfica http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2148.html

https://www.google.com/amp/s/ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-160/atencao-aos-

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http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-

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