Avaliação de 0 A 6 Meses

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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA DE 0 A

6 MESES.
ADRIANA RIBEIRO TAVARES ANASTASIO
[email protected]
ETAPAS DA AVALIAÇÃO

• Entrevista

• Observação do comportamento auditivo;

• Medidas da Imitância Acústica;

• Medidas Eletrofisiológicas.
ENTREVISTA
ENTREVISTA

• Compreensão da dinâmica familiar;

• Informações sobre gestação, parto,


desenvolvimento geral e comportamento auditivo;

• Informações importantes para auxílio na análise


dos resultados obtidos após a avaliação
audiológica da criança;

• Informações que auxiliam na orientação à família


ao final do processo de diagnóstico.
AVALIAÇÃO DO
COMPORTAMENTO AUDITIVO
COMPORTAMENTO AUDITIVO

• Inclui todas as reações a


sons manifestadas
primordialmente por
reações motoras.

• Dependente da
integridade das estruturas
centrais e periféricas, da
integridade biológica e
psicológica do sujeito.
DESENVOLVIMENTO DA
FUNÇÃO AUDITIVA
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DA FUNÇÃO AUDITIVA
• Estratégia para avaliar o desenvolvimento da
função auditiva: observação das respostas
comportamentais da criança aos sons.
Observação das habilidades auditivas.

• Conhecimento do desenvolvimento normal da


função auditiva.

• Influência do desenvolvimento neuropsicomotor.


Desenvolvimento da Função Auditiva

 RN a 6 semanas: RCP, abrir ou  4 a 7 meses:


arregalar os olhos, sobressalto,
agitar-se ou acordar do sono. 75  Virar a cabeça para o lado em
dB NA, tons puros direção ao som e atitude de
escuta. 50 dB NA para tons
puros

 6 semanas a 4 meses:

 Abrir ou arregalar os olhos,


RCP, mudanças oculares,
aquietar-se, virada
rudimentar da cabeça aos 4
meses. 70 dB NA tons puros

NORTHERN & DOWNS (1989)


Desenvolvimento da Função Auditiva

 7 a 9 meses:

Localização de sons para o


lado e indiretamente para
baixo. 45 dB NA para tons
puros

 9 a 13 meses de idade:
Localização dos sons
diretamente para baixo e para o
lado. Os estímulos são de 38 dB
NA para tons puros.

NORTHERN & DOWNS (1989)


Desenvolvimento da Função Auditiva

13 a 16 meses de idade:

Localização direta para


o çado e para baixo e
indiretamente para
cima. Os estímulos
são de 30 dB NA para
tons puros.

NORTHERN & DOWNS (1989)


Desenvolvimento da Função Auditiva

16-21 meses: Localiza


diretamente para o lado,
para baixo e para cima.

21-24 meses: Localiza


diretamente em todos os
ângulos.
NORTHERN & DOWNS (1989)
CLASSIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS
(AZEVEDO 1995; 2005)
• Respostas reflexas e/ou automáticas • Procura da fonte sonora (PF) ou localização
inatas: incompleta – Considerada quando a criança
busca a direção da fonte sonora, olhando ao
redor, sem entretanto localizá-la corre-
 Reflexo cocleopalpebral (RCP): tamente.
contração do músculo orbicular do olho
que pode ser observada por meio da
movimentação palpebral.
 Reação de sobressalto (startle): reação
corporal global que pode aparecer
como Reação de Moro (completa ou
incompleta) ou como um
estremecimento corporal com
movimentação súbita de membros .

• Atenção ao som (A) – Respostas


indicativas de atenção ao som, tais
como parada de atividade ou de
sucção, abrir a rima palpebral ou
movimentos faciais como o franzir da
testa ou o elevar das sobrancelhas.
CLASSIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS
(AZEVEDO 1995; 2005)
• Localização Sonora (LS)
• Localização lateral (LL) – Quando a criança
volta a cabeça ou o olhar imediatamente na
direção da fonte sonora.

• Localização da fonte sonora situada abaixo e


acima do pavilhão auricular – Pode ser indireta
(quando a criança olha primeiramente para o
lado e depois para a fonte) ou direta (quando
a criança olha diretamente para a fonte).

• Localização de sons para baixo (LB) – Quando


a criança localiza a fonte sonora situada 20
cm abaixo do pavilhão auricular no plano
lateral.

• Localização de sons para cima (LC) – Quando


a criança localiza a fonte sonora situada 20
cm acima do pavilhão auricular no plano
lateral.
COMO AVALIAR AS
HABILIDADES
AUDITIVAS?

0 A 6 MESES
OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO AUDITIVO-BOA
(BEHAVIORAL OBSERVATION AUDIOMETRY )

• Baseada no teste de distração elaborado por Ewing e Ewing (1944);

• BOA: busca identificar respostas comportamentais a estímulos sonoros


apresentados de forma controlada em crianças até 6 meses de idade;

• As respostas podem ser provocadas por estímulos acústicos


apresentados em campo sonoro (campo livre);

• Estímulos: materiais de fala, tom puro modulado, ruído de banda


estreita, instrumentos acústicos (agogô, sino, guizo etc.), brinquedos
sonoros, sons ambientais (batida de porta, batida de palma etc.);

• As respostas a serem observadas podem ser bastante diversas, entre


elas: piscar de olhos, franzir testa ou até mesmo a presença de
movimentos involuntários, mudanças no padrão respiratório e/ou no
padrão de sucção.
0 A 5 MESES (INSTRUMENTAL)

• Observação do
comportamento
auditivo (BOA)-
resposta não
condicionada

AUDIÔMETRO
PEDIÁTRICO

INSTRUMENTOS
ACÚSTICOS Azevedo (1993)
INTENSIDADES SONORAS

dB Freqüência-Hz Ø A PF L L L RCP S
60-70dBNPS GUIZO (2000-6000)

80dBNPS SINO (4000-8000)

BLACK-BLACK
90dBNPS
(2000-6000)

AGOGÔ pequeno
85dBNPS
(600-800)

AGOGÔ grande
100dBNPS
(4000-1000)

(Azevedo, 1991)
BOA DE 0 A 3 MESES
• Procedimento e Respostas esperadas-

• A criança, em estado de sono leve, é colocada deitada, livre de


cobertas para facilitar a observação das respostas corporais ou na
posição facilitadora, no colo da mãe com apoio de cabeça.

• Os estímulos sonoros de 70 a 80 dB NPS (guizo e sino) são acionados em


ordem crescente de intensidade, no plano lateral à direita e à esquerda,
com 10 a 20 s de duração, à distância de 20 cm do pavilhão auricular.

• Respostas esperadas: atenção, como franzir a testa, arregalar os olhos,


abrir os olhos. Em estado de alerta, verificar a ocorrência de resposta de
orientação ao som, acionando o estímulo por 20 s, estando a criança na
posição facilitadora (com apoio de cabeça).

• A resposta de orientação ao som aparece em 50 a 70% dos neonatos,


sendo que há decréscimo de resposta com o aumento da idade.
BOA DE 0 A 3 MESES

• Os estímulos sonoros de 90 a 100 dB NPS (black-black e agogô)


devem ser acionados da mesma forma, com 2 s de duração.

• Resposta esperada: resposta reflexa (reflexo cocleopal- pebral) e


automática inata (reação de sobressalto).

• Nas crianças de até 3 meses, pode se pesquisar o fenômeno de


habituação a estímulos repetidos. Esperado que a reação de
sobressalto diminua ou desapareça na segunda apresentação
realizada com curto espaço de tempo.

• A criança de até 3 meses também costuma apresentar reações


à voz materna como acalmar-se, franzir a testa, arregalar olhos
ou resposta de orientação. Falar com padrões exagerados de
entonação e usar frequência fundamental alta propiciam
melhores respostas.
BOA DE 3 A 6 MESES
• Procedimento e Respostas esperadas:

• Criança em alerta, recostada ou sentada no colo da mãe, com brinquedo pouco atrativo à
frente para distrair sua atenção.

• Estímulos sonoros de 60 a 70 dB NPS (guizo ou PA) são acionados em ordem crescente de


intensidade, no plano lateral, à direita e à esquerda, com 2 s de duração, à distância de 20 cm
do pavilhão auricular. Resposta esperada nas crianças de 3 meses- resposta de atenção;
• Nas crianças de 4 meses- procura da fonte ou localização incompleta;

• Aos 5 meses- localização lateral direita e esquerda.

• Pesquisa do reflexo cocleopalpebral com estímulos de 100 dB NPS (agogô)- presença do RCP.

• Observar e registrar a reação da criança diante da fala materna, que normalmente é rica em
entonação. A mãe deve conversar com a criança lateralmente, à direita e à esquerda do
pavilhão auricular sem fornecer pistas visuais.

• As crianças de 3 a 6 meses apresentam respostas de procura da fonte e localização da voz da


mãe ou do pai.
Níveis de referência das respostas auditivas de
crianças normais (Azevedo, 1993)
Faixa etária Sons NMR na ARV Estímulos RCP
instrumentais (Audiômetro verbais (100dBNPS)
Pediátrico)
0-3 m Sobressalto Acalma-se com a
atenção - voz +

3-6 m Atenção 80dBNA Procura ou


Procura da fonte localiza a voz da +
Loc. lateral (D/E) mãe

6-9 m LL (D/E) 60dBNA Localiza a voz da


LI –B mãe e do +
LI-C examinador

9-13 m LL (D/E) 40dBNA Reconhece


LD-B comandos +
LI-C verbais nível I

13-18 LL (D/E) 20dBNA Reconhece


LD-B comandos +
LD-C verbais níveis
II/III
CONSIDERAÇÕES SOBRE O BOA

• A avaliação do comportamento auditivo não requer


equipamentos específicos para sua realização, mas exige um
amplo domínio do examinador para observar o
comportamento esperado para cada faixa etária.

• Inicialmente, está sendo avaliada a habilidade de detecção,


porém é importante ressaltar que a presença de resposta não
descarta a perda auditiva leve ou unilateral;

• Em crianças com perda auditiva unilateral, o comportamento


da criança pode apresentar indícios em uma análise
qualitativa da resposta, como por exemplo, virar sempre para
um lado independente da orelha que o som está sendo apre-
sentado.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O BOA
• Com o BOA também há a avaliação do
desenvolvimento da função auditiva e
consequentemente a maturação do sistema
nervoso auditivo central.

• Se a resposta esperada é por exemplo a


localização sonora e a criança apresentou outro
comportamento, como sorrir, atenção, entre
outros, demonstra que a criança detectou o som,
mas pode sugerir um atraso no desenvolvimento
da função auditiva.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O BOA

• A audiometria de observação comportamental, é


pouco confiável para determinar limiares auditivos,
principalmente em neonatos e crianças nos
primeiros meses de vida. Assim, a determinação do
limiar auditivo só é possível a partir de 5-6 meses,
utilizando a técnica de condicionamento
operante.
PERCEPÇÃO DA FALA

• Na idade inferior a um ano, os testes linguísticos que avaliam


a percepção auditiva da fala são escassos e fornecem
poucas informações.

• O uso dos Sons de Ling pode ser utilizado também para a


avaliação comportamentall. As respostas comportamentais
esperadas são as mesmas quando do uso dos instrumentos
musicais. Atentar para o fato que em relação à esímulos de
fala para essa faixa etária, a voz da mãe ou do pai podem
desencadear melhor as respostas.

• A realização do teste com os seis sons de Ling apresentados à


viva voz permite verificar se a criança está detectando a fala
com uma varredura de um espectro amplo de frequência de
250 a 4.000 Hz.
FOLHAS DE REGISTRO
AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES AUDITIVAS

dB Freqüência-Hz Ø A PF L L L RCP S
60-70dBNPS GUIZO (2000-6000)

80dBNPS SINO (4000-8000)

BLACK-BLACK
90dBNPS
(2000-6000)

AGOGÔ pequeno
85dBNPS
(600-800)

AGOGÔ grande
100dBNPS
(4000-1000)

(Azevedo, 1991)
LEGENDA:
Ø: ausência de resposta
A: atenção ao som
PF: procura da fonte sonora
L : localização lateral
L: localização para baixo
L: localização para cima
RCP: reflexo cócleo-palpebral
S: Startle
SONS VERBAIS NÃO AMPLIFICADOS

Fonema Hz fundamental dBNA FRACA MÉDIA FORTE Tipo de


resposta*

a 1000 40
i 3000 40
u 275 55
 2500 50
s 6000 22
m 250 40

* - não reage; localiza o som; resposta de atenção: arregala os


olhos, cessa ou inicia movimentação do corpo ou sucção da
chupeta; resposta de orientação ao som; imitação verbal; sorriso.
ESCOLHA DO PROCEDIMENTO

• Dependente da faixa etária;

• Dependente do desenvolvimento cognitivo e


motor;

• Dependente do que se quer observar (respostas


para estímulos acústicos ou fala).
IMPORTANTE!!!

• Quando a avaliação da sensibilidade auditiva é


realizada com alto-falantes, procedimento este
denominado audiometria em campo livre, os
resultados obtidos referem-se à sensibilidade
auditiva do melhor ouvido. A localização da fonte
sonora deve ser considerada como resposta
positiva à detecção do som, sugerindo que a
habilidade auditiva está adequada.
MEDIDAS DA IMITÂNCIA
ACÚSTICA
IMPORTÂNCIA

• Alta ocorrência de otite média serosa (OMS) nesta


faixa etária;

• A timpanometria é fundamental no protocolo, pois


a alteração de orelha média, quando presente,
dificulta a interpretação dos resultados dos demais
procedimentos que compõem a avaliação e,
consequentemente, a distinção entre a deficiência
condutiva e sensorioneural.
PROCEDIMENTOS

• Indicação para o uso de sonda de 1000Hz;

• Respostas esperadas: timpanograma de pico simples,


timpanograma abaulado e timpanograma duplo pico.

• O volume do meato acústico externo encontra-se


aproximadamente em 0,3 cc na idade de quatro
meses; em 0,7 cc na faixa etária de três a quatro anos,
com um aumento para 1 a 5,5 cc na presença de tubo
de ventilação posicionados na membrana timpânica
ou pequena perfuração de membrana timpânica difícil
de ser visualizada na otoscopia.
PROCEDIMENTOS

• Pesquisa do reflexo acústico do estapédio: fornece


informações complementares sobre a funcionalidade da
orelha média, cóclea e tronco encefálico.

• Auxilia a predizer o limiar psicoacústico;

• Presença do RAE em intensidades inferiores a 100 dBNA


sugere limiar psicoacústico normal nas frequências testadas,
assim como, integridade do arco reflexo envolvendo nervo e
tronco encefálico.

• A ausência do RAE deve ser analisada cuidadosamente


porque mesmo uma perda condutiva leve, pode ser
suficiente para abolir o reflexo. Além disso, a ausência do RAE
pode refletir o processo maturacional das estruturas do
sistema auditivo, em especial o RACL.
LIMIAR DO REFLEXO ACÚSTICO
IPSILATERAL
LACTENTES ATÉ 8 MESES DE IDADE

estímulo média DP moda Intervalo Intervalo orelhas


mínino máximo
(dBNA (dBNA)
1000Hz 96,30 9,18 100 70 110 96
2000Hz 95,21 8,08 105 75 105 96
Ruído 83,31 8,23 90 65 95 92
(125-4000Hz)

Carvallo, 1992
EMISSÕES
OTOACÚSTICAS
EMISSÕES OTOACÚSTICAS

• “Energia como resultado


do processo biomecânico
ativo do amplificador
coclear” (CCE) registrada
de forma reversa no
MAE e convertida em
sinal acústico na orelha
externa.
EOA

• Importante: A pesquisa das EOA não se trata de


um teste auditivo, mas de funcionalidade de
células ciliadas externas.

• Na prática clínica, comumente são utilizadas as


emissões otoacústicas evocadas transientes (EOET)
e a produto de distorção (EOEPD), diferentes pelo
estímulo utilizado para evocá-las.

• O estímulo utilizado na pesquisa das EOET é o


clique com faixa de frequência de 500 a 5.000 Hz.
EOA

• EOEPD são utilizados dois tons puros definidos com uma razão
de 1,2 e abrangem uma faixa de frequência mais ampla.

• A presença das EOET demonstra funcionalidade das células


ciliadas externas, o que diminui a probabilidade de haver
uma perda auditiva periférica, uma vez que as alterações
cocleares são as de maior prevalência ao nascimento;

• As células ciliadas externas são mais vulneráveis à doenças e


lesões do que as células ciliadas internas.

• Contudo, não descarta a presença de alteração auditiva


visto que na desordem do espectro da neuropatia auditiva
ou nas alterações retrococleares periféricas ou centrais, as
emissões otoacústicas poderão estar presentes
independentemente do limiar psicoacústico.
EOA
• Nas perdas auditivas sensoriais acometendo células ciliadas externas,
pode ser feita uma correlação entre os limiares auditivos e o resultado
da pesquisa das emissões otoacústicas.

• Presença de EOET: ocorrer quando os limiares estiverem menores ou


iguais a 25 dBNA;

• Presença de EOEPD: quando os mesmos estiverem menores ou iguais a


50 dBNA porém, com amplitude reduzida.

• Cuidado: Ausência das emissões otoacústicas pode demonstrar uma


deficiência auditiva sensorial de qualquer grau, na presença de
funcionalidade normal das orelhas externa e/ou média.

• O resultado das emissões otoacústicas deve ser analisado cuida-


dosamente. Imprescindível a realização da medida da imitância
acústica no mesmo dia.
POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO
DE TRONCO ENCEFÁLICO
PEATE
POTENCIAIS EVOCADOS
AUDITIVOS

• Aplicação clínica: análise da atividade eletrobiológica ao


longo do sistema auditivo.

• Topodiagnóstico das lesões sensorioneurais e centrais.

• Grande aplicação clínica tanto em crianças quanto em


adultos.
POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE
TRONCO ENCEFÁLICO-PEATE

• Reflete a atividade do
sistema auditivo periférico,
do nervo coclear e do
tronco encefálico;

• Respostas influenciadas
por disfunções da cóclea
ou da orelha média;

• Detectam disfunções
Fonte: GATANU
neurais, e com auxílio das
EOA , a NA/DA;
Geradores neurais do
PEATE
I- porção distal 8o nervo

II- porção proximal 8o


nervo

III- núcleo coclear


corpo trapezóide

IV- complexo olivar


superior

V- lemnisco lateral
terminação no colículo
inferior
PEATE NORMAL
PEATE AUSENTE
PEATE NORMAL
Pesquisa de Limiar
CONSIDERAÇÕES

• O PEATE tem sido utilizado para o diagnóstico de


disfunção neurológica do tronco encefálico em
crianças de alto risco.

• Enquanto no neonato a termo é possível registrar o


PEATE mesmo em fracas intensidades, no neonato
pré-termo a idade em semanas pós-concepção
em que é possível registrar o PEATE varia entre 25 e
30 semanas, com estímulo em intensidade forte.
CONSIDERAÇÕES

• Outra aplicação fundamental da pesquisa do


PEATE na avaliação audiológica infantil é para
auxiliar na predição dos limiares psicoacústicos, por
meio da pesquisa do limiar eletrofisiológico.

• o PEATE só pode ser utilizado para predizer limiar


psicoacústico, se não houver comprometimento
neural periférico, caso contrário não haverá esta
correlação com o limiar psicoacústico.
CONSIDERAÇÕES

• PEATE com estímulo clique- pesquisa da


integridade da função neural;

• PEATE por frequência específica- tone burst auxilia


na investigação da configuração da perda
auditiva;

• PEATE por via óssea: auxilia no diagnóstico


diferencial do tipo da perda auditiva.
RESUMO

• Avaliação do Comportamento auditivo


permite analisar as habilidades auditivas.

• Os estímulos sonoros que desencadeiam tais


habilidades estão em geral por volta de 70dB
ou mais;

• Uso de estímulos sonoros acima de 70dBNA


permitem descartar perdas auditivas
severas/profundas bilaterais;

• Bebês pouco responsivos estão sujeitos a


maior ocorrência de resposta falso-positiva.
RESUMO

• Avaliação fisiológica da audição nessa faixa


etária possui maior sensibilidade e
especificidade;

• Uso de procedimentos como EOA e PEATE de


forma associada permite investigar a função
auditiva periférica e central;

• A presença de EOA transientes


bilateralmente em associação com resposta
íntegras do PEATE são compatíveis com
função auditiva normal.
AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA DE
6 MESES A 2 ANOS DE IDADE.
ADRIANA RIBEIRO TAVARES ANASTASIO
[email protected]
ETAPAS DA AVALIAÇÃO

• Entrevista

• Audiometria de Reforço Visual;

• Medidas da Imitância Acústica;

• Medidas Eletrofisiológicas*.
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL
(VISUAL REINFORCEMENT AUDIOMETRY )

• Baseada na Técnica de Suzuki e Ogiba (1961).

• Conditioned orientation reflex audiometry (COR).

• Audiometria do condicionamento do reflexo de orientação.

• Princípio: procura não condicionada a um estímulo visual


estranho;

• Associar este reflexo não condicionado a um estímulo


auditivo.
PROCEDIMENTOS E APLICAÇÃO

• Equipamento
• Duas caixas acústicas;
• Duas bonecas de vinil
iluminadas ou qualquer
outro estímulo visual
iluminado;
• Dispositivo para
controlar o gerador de
som e a luz;
• Audiômetro com saída
para caixa acústica.
DISPOSITIVOS PARA CONTROLE DA LUZ
PROCEDIMENTOS E APLICAÇÃO

• Criança sentada a uma distância de 50cm da caixa


acústica;

• Estímulo: tom de frequência média (1000Hz) a 60 ou 70 dB

• Estímulo: 5” de apresentação, intervalo de 1” e aciona-se o


estímulo visual.
PROCEDIMENTOS E APLICAÇÃO

• Estímulo sonoro e visual alternadamente, até que haja a


procura da fonte sonora antes mesmo que o estímulo
visual ocorra;

• Inicia-se a pesquisa do nível mínimo de audição com a


retirada do estímulo visual;
PROCEDIMENTOS E APLICAÇÃO

• Frequências: 500, 1000, 2000 e 4000Hz;

• A cada 4 ou 5 estímulos reforçar a criança com a


combinação som-luz;

• Reforçar a cada troca de frequência.


CUIDADOS!!!!

Considerar como
resposta verdadeira a
procura da fonte
sonora com uma
latência de 0,5 a 1,5
segundo
VANTAGENS

• Obtenção do NMR em campo livre para o melhor ouvido


ou com menor comprometimento auditivo;

• Pode ser realizada com fones de inserção e assim obter


o NMR para orelhas em separado;

• Pode-se variar o estímulo: ruído de banda estreita, fala,


tom puro, warble, etc..
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL

• Indicada para crianças com idade cognitiva entre


6 meses e 3 anos;

• Pode ser aplicada em crianças com outros


problemas associados (déficit mental, déficit de
atenção, dificuldade de colaborar, entre outros)
desde que sua função mental equivalha à idade
de 5-6 meses de idade;

• Aplicado em bebês prematuros, desde que a


idade corrigida corresponda a 8-10 meses ou mais.
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL

• Comportamento condicionado é o reflexo de


orientação, ou seja, virar a cabeça em direção ao
som.

• Este comportamento auditivo é reforçado por meio


de estímulos visuais, como a luz, desenhos
animados apresentados na TV ou brinquedos
mecânicos que se movimentam, para que não
haja habituação da resposta e a mesma ocorra
por mais vezes e em fracas intensidades.
LIMIAR DE DETECÇÃO DA FALA

• Durante o VRA é determinado o limiar de detecção da


fala (LDF), que por vezes fornece informações mais
precisas que a resposta observada para o estímulo
warble tone ou ruído de faixa estreita.

• Crianças normais, entre seis e 13 meses de idade,


apresentam níveis de detecção da voz em 30 a 35
dBNA.
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL
(VRA)
• Baseada na técnica de COR;

• Objetivo: reforçar qualquer resposta apresentada pela


criança (cessar a atividade, procura da fonte, atenção,
piscar os olhos, sorrir);

• Estímulo visual que condiciona pode ser diferente da


COR, mas o princípio da técnica é o mesmo.
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL
(VRA)
• Diferente da COR: padrão de resposta
considerado como positivo.

• Estímulos sonoros do tipo modulado e de banda


estreita são mais eficientes para crianças
menores.

• Estímulos visuais: dois televisores com


desenhos animados, bonecos iluminados,
abajur, etc..
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL
(VRA)
• Técnica pode ser aplicada em campo livre ou cabine
acústica com fones de inserção.

• Campo livre: nível de ruído<50dBNPS

• Apresentar o estímulo auditivo seguido do visual, até o


condicionamento ocorrer.
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL
(VRA)

• Cuidados com a frequência de apresentação dos


estímulos auditivos para que a criança não seja
condicionada ao tempo de apresentação dos estímulos.
CUIDADOS!!

• Iniciar o teste em forte intensidade para condicionar,


após o condicionamento, diminuir gradativamente a
intensidade do som até obter o nível mínimo de
resposta.
AUDIOMETRIA DE REFORÇO VISUAL
INFORMATIZADA

Crianças de 6 a 24 meses
NÍVEIS MÍNIMOS DE RESPOSTAS ESPERADOS
PARA TONS PUROS MODULADOS*

500 1000 2000 4000

6-12 meses 40 dB 32,76 dB 31,72 dB 33dB

13-24 meses 32,86 dB 27,14 dB 27,14 dB 30 dB

> 24 meses 28,57 dB 22,86 dB 20 dB 21,43 dB

*Valores médios com Audiômetro


Pediátrico(Vieira e Azevedo, 2007)
AUDIOMETRIA EM CAMPO LIVRE

• Procedimento onde o sinal é apresentado por alto-


falantes ao invés de fones de ouvido.

• Aplicação:
• Estimar o limiar auditivo de crianças pequenas que não aceitam
os fones;
• Avaliar o limiar auditivo comportamental com o AASI ou IC.
EQUIPAMENTO

• Audiômetro clínico que disponha de estímulos modulados


em frequência.
CALIBRAÇÃO
• Estabelece relação entre o NPS gerado no campo e o
valor indicado no mostrador do audiômetro.

• Estabelecer os NPS correspondentes aos limiares


de audição normal, a fim de que estes valores
sirvam como padrão.
ESTÍMULO

ONDAS CÂMARA
TOM PURO
ESTACIONÁRIAS ANECÓICA

TOM PURO MODULADO EM


FREQUÊNCIA
OU MAIS EMPREGADOS
RUÍDO DE BANDA ESTREITA
(NARROW BAND)
ESTÍMULO
• O estímulo deve ser específico por frequência.

• O nível de pressão sonora deve ser estável na região que a


cabeça do paciente ocupa durante o teste.

• Os resultados em campo livre devem ser similares aos


obtidos com fones.
POSICIONAMENTO DO PACIENTE

Uma caixa FONTE SONORA =


acústica - CAIXA ACÚSTICA

Paciente
posicionado a 0°
azimute.
POSICIONAMENTO DO PACIENTE

Duas caixas FONTES SONORAS =


acústicas - CAIXAS ACÚSTICAS

Paciente
posicionado a
45° azimute.
ORIENTAÇÕES

• Manter a cabeça na mesma posição durante todo o


teste.

• Dar o sinal combinado quando escutar o estímulo.


PROBLEMAS!!!

• Variação nos níveis de pressão sonora do sinal em


diferentes lugares da sala;

• Dificuldade em manter as orelhas da pessoa avaliada no


mesmo lugar durante toda a avaliação;

• Diferença da posição da cabeça durante o teste e a


calibração.
IMPORTANTE!!!

• O estímulo no campo livre tem sido normalmente


calibrado medindo o NPS no ponto do campo que será
posteriormente ocupado pela cabeça do sujeito
avaliado.

• ACL estima o limiar auditivo, podendo ser feita uma


correlação com o limiar obtido sob fones.
IMPORTANTE!!!

• Não é possível isolar a participação de cada ouvido no


momento do teste, sendo portanto difícil detectar perdas
unilaterais, ou diferenciar perdas assimétricas.
IMPORTANTE!!!

• Não é porque o som que está sendo emitido é liberado


pela caixa direita que estamos avaliando as respostas
da orelha direita!!!!
AUDIÔMETROS PEDIÁTRICOS

• Geradores de sons
calibrados (tom puro
modulado)

• Pequenos e portáteis;

• Preço reduzido
quando comparado
aos audiômetros
clínicos.
AUDIÔMETROS PEDIÁTRICOS

• Aplicados na avaliação comportamental de bebês no


berçário;

• Aplicados como reforço visual para crianças a partir de 6


meses.

• Aplicados em campo livre.


AUDIÔMETROS PEDIÁTRICOS

• PA2 e o PA5

• Dois estímulos: visual e o auditivo

• Visual: três pequenas lâmpadas vermelhas que


acendem e apagam em curto intervalo de tempo.
AUDIÔMETROS PEDIÁTRICOS

• Estímulo auditivo:

• Tons puros modulados de 500 a 4000Hz

• Intensidade de 20 a 80 dB (variando de 20 em 20)

• Distância do pavilhão auricular é de 10cm, acréscimo de 10dB.


ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
• Iniciar em campo livre, antes de colocar os fones na
criança.

• Criança deve conhecer o estímulo sonoro e aprender a


responder para o som.

• Campo livre:permite um rápido levantamento sobre a


extensão do perfil audiológico da crianças em questão.
ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
• Orientação aos pais:

• Observar silenciosamente as respostas do filho;

• Não interferir, não dirigir as respostas

• Facilita o processo de orientação futura


ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
• Estímulos acústicos adequados e significativos para a
idade da criança, sempre situando em um contexto
lúdico

• Conhecimento do desenvolvimento normal da criança é


fator decisivo para uma boa avaliação audiológica.
ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
• Conquistar a confiança da criança e estar atento
para suas respostas comportamentais.

• Agir rapidamente nos momentos de conflito,


como colocação dos fones.

• Agilizar a apresentação dos estímulos para que


a criança não perceba o incômodo dos fones.
ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
• Avaliação audiológica rápida para crianças com
dificuldade de atenção- diminui o risco de respostas
falsas.

• Ter um assistente para o caso de crianças pequenas ou


difíceis de serem avaliadas.
ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
• Crianças hiperativas- iniciar pelo limiar de recepção da
fala e depois determinar os limiares para as frequências
de 500, 1000 e 2000Hz.

• Para crianças com perda auditiva acentuada utilizar um


estímulo de 500Hz intenso.
ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
• Crianças com dificuldades para associar o estímulo
sonoro ao brinquedo, seja por problemas auditivos ou
cognitivos, usar o vibrador ósseo para associação som-
tato.

• Na criança pequena pode ser útil a associação visual


com a auditiva (tocar um tambor).
ASPECTOS RELEVANTES –
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO

• Relato cuidadoso da atuação da criança na sessão ou


sessões de avaliação podem auxiliar no diagnóstico
diferencial de diversas patologias que podem determinar
o retardo da aquisição da linguagem.
FOLHAS DE REGISTRO
( ) COM DISPOSITIVO ELETRÔNICO ( ) SEM DISPOSITIVO ELETRÔNICO

AUDIÔMETRO PEDIÁTRICO - PA5

FREQÜÊNCIAS
dB
500 1000 2000 4000 White Noise

20

40

60

80

( ) Warble ( ) Narrow Band ( ) 50 cm ( ) 16 cm

A – ausência de resposta

NMR – nível mínimo de resposta


Avaliação em Campo Livre com Tom Puro
Modulado
( ) COM DISPOSITIVO ELETRÔNICO ( ) SEM DISPOSITIVO ELETRÔNICO

250Hz 500Hz 1kHz 2kHz 4kHz Voz

dB dB dB dB dB dB
Níveis de referência das respostas auditivas
de crianças normais (Azevedo, 1993)
Faixa etária Sons NMR na ARV Estímulos RCP
instrumentais verbais (100dBNPS)
0-3 m Sobressalto Acalma-se com a
atenção - voz +

3-6 m Atenção 80dBNA Procura ou


Procura da fonte localiza a voz da +
Loc. lateral (D/E) mãe

6-9 m LL (D/E) 60dBNA Localiza a voz da


LI –B mãe e do +
LI-C examinador

9-13 m LL (D/E) 40dBNA Reconhece


LD-B comandos verbais +
LI-C nível I

13-18 LL (D/E) 20dBNA Reconhece


LD-B comandos verbais +
LD-C níveis II/III

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