Psicopatologia A Psicodinamica Do Trabalho PDF
Psicopatologia A Psicodinamica Do Trabalho PDF
Psicopatologia A Psicodinamica Do Trabalho PDF
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. Estuda as inter-relações entre o trabalho, os processos de
adoecimento psíquico e o impacto do trabalho na saúde mental
DA PSICOPATOLOGIA A dos indivíduos
PSICODINÂMICA DO TRABALHO
Christophe Dejours Diferentes abordagens que
Contribuição de várias
compreendem os
disciplinas: ciências
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Professora: Miryam Cristina Mazieiro indivíduos, a sociedade, a
sociais, economia,
Vergueiro da Silva relação corpo-mente e o
medicina, psicologia,
trabalho como determi-
SAMPO – IPq / SESMT - HCFMUSP psicanálise, epidemiologia
nante de saúde mental - de
e ergonomia
formas diferentes
Melhor método para realizar o trabalho/menor esforço Focavam os estudos no desgaste e nas condições
para a recuperação da força de trabalho
INTENSIFICAÇÃO DO TRABALHO
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Inaugurada por psiquiatras sociais como Sivadon – que
Apoiada na crítica ao modelo taylorista de postulava que não era tanto a natureza do trabalho que o
produção, compreendia a automação no trabalho tornava patogênico, mas as particularidades do sujeito
como um mal social, um processo de confrontado com uma tarefa ou certa profissão
desumanização, que robotiza o sujeito, automatiza
Até a década de 70 a maioria dos estudos dessa temática
sua ação e destrói sua capacidade de pensar
reconhecia o trabalho como mais um fator desencadeante de
distúrbios mentais definidos pelas “estruturas de
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personalidade’ preexistente no individuo
Objetivo: demonstrar que esse tipo de adoecimento não caráter, modificações do sono e manifestações somáticas
acometia especificamente as telefonistas, mas que os variáveis (angústia, palpitações, sensações de aperto torácico,
processos de fadiga estavam relacionados às condições de “bola no estômago”, etc.). O autor falava, ainda, da invasão
do espaço fora do trabalho por hábitos do trabalho que ele
concretas do trabalho. chamou de Síndrome Subjetiva Comum da Fadiga Nervosa.
Os pesquisadores substituíram as trabalhadoras por um Esta última síndrome caracterizava-se pela manutenção do
certo período, buscando vivenciar o sofrimento ao qual elas ritmo de trabalho durante as férias, manifestando-se pela
sensação de irritação, por uma grande dificuldade para ler em
estavam submetidas. casa e pela repetição incontrolável de expressões verbais do
Essa metodologia era uma inovação na época pois buscava as trabalho (Le Guillant, 1984: 382)
situações reais ao invés de reproduzi-las em laboratório.
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Sinais inequívocos de sofrimento patogênico e mesmo de Surge no âmbito da psiquiatria, especialmente a psiquiatria
doenças mentais já se manifestavam em algumas profissões social e em um diálogo com a medicina do trabalho
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Focavam menos na natureza do trabalho e
Início: as perturbações individuais diante do trabalho buscava
mais nas particularidades do sujeito
estabelecer uma relação entre determinadas condições de
confrontado com certa tarefa ou profissão
organizar o trabalho e seu impacto nos trabalhadores
Excesso de informações
Necessidade de tomada de decisão Indissociabilidade entre atividades físicas e dimensões
Falta de controle sobre o próprio tempo e sobre o ritmo, cognitivas do trabalho – carga mental e carga física -
turno, jornada, divisão do trabalho – esvaziamento do
conteúdo, da tarefa, distância entre planejamento e estudos sobre fadiga no trabalho/
execução discordâncias entre medidas de carga física e mentais e
Distância entre o real e o prescrito, acúmulo de tarefas, sua relação com os processos de fadiga
fragmentação do trabalho, etc.
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Noção de carga = mensuração Teoria do Estresse
• Causa e efeito
Carga mental – pressupõe ambiguidade pois compreende a • Explicações organicistas
carga cognitiva e a carga psíquica e posteriormente o que
Dejours denomina “sofrimento mental”
advindas da fisiologia e bioquímica
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Utiliza bastante a noção de sobrecarga, indicando que o • Foco no adoecimento e não na saúde
sujeito está trabalhando acima de suas possibilidades - há • Fatores objetivos/mensuráveis – escalas
indicadores de fadiga, esgotamento, de fazer bem e com
qualidade o seu trabalho • Fatores de proteção
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Dejours Questionamentos
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• Como os indivíduos reagem ao
sofrimento e continuam a
• Diante das condições patogênicas trabalhar?
de trabalho, sujeitos nem sempre • Porque reagiam de formas tão
singulares?
desenvolviam doenças mentais • Porque achavam “naturais”
formas que ameaçavam a saúde
mental?
• Indivíduos trabalhadores mesmo • Que mecanismos defensivos
nestas condições (de sofrimento) eram construídos individual e
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coletivamente para se manterem
tendiam a estar em melhores condi- saudáveis?
ções psíquicas que aqueles que não • Aparente normalidade: como as
pessoas não sofriam de doenças
trabalhavam mentais?
alcançado na dura luta contra a desestabilização (pois os indivíduos conseguem se proteger e se defender)
psíquica provocada pelas pressões do trabalho
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Sofrimento e prazer
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A enfermidade surge quando os trabalhadores
utilizaram suas possibilidades intelectuais e
psicoafetivas para lidarem com as imposições da
organização e percebem que nada podem fazer para
se adaptarem ou transformarem o trabalho
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Sofrimento Patogênico
• Processos psíquicos – ótica psicanalítica, em que Freud – o ser humano lida com
as relações de trabalho e as consequências para desejos, motivações, ideias e
os indivíduos serão focalizadas não só do ponto
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A partir do conceito psicanalítico de angústia, Dejours discute a gênese
Essa angustia não elaborada adquirirá uma característica
do sofrimento preexistente ao trabalho. Busca analisar como ela se
origina no sujeito em suas relações primitivas com os PAIS: a criança é enigmática e será origem de uma angústia não satisfeita, de
inicialmente suscetível à angústia dos pais principalmente aquela com a um desejo de saber e compreender que, periodicamente, será
qual o progenitor tem dificuldade de lidar. reposto pelas situações conjunturais ; ao mesmo tempo, se
constituirá como uma zona de fragilidade psíquica do
sujeito, uma zona obscura
Ao vivenciar essa angustia passa a senti-la
como se fosse sua, pois não consegue ainda
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distinguir o que é seu do que é do outro. Ao
tentar retomar essa questão quando já pode Um dos espaços privilegiados que esse indivíduo recolocará
distinguir o que é seu do que é do outro , há em cena essa angústia é o trabalho.
recusa dos pais, já que é algo da ordem do
sofrimento.
O sofrimento engendrado pelo trabalho é • Em situações em que o trabalhador não pode contribuir com
inerente a esse processo de confronto sua experiência, seu saber fazer ou não consegue realizar o
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identitário e não será necessariamente trabalho de acordo com seus princípios e crenças, o
patológico indivíduo está impedido de transformar o sofrimento em
ações significativas que levem ao prazer.
Se o trabalhador tem condições de superá-lo
poderá ser fator de crescimento e • Ao contribuir com seu conhecimento e inteligência para o
desenvolvimento psíquico aprimoramento dos seus processos de trabalho, inaugura a
forma de transformar esse sofrimento em prazer.
Trabalho é central na busca por saúde
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Trabalhar significa: pensar, conviver, agir, construir-se a si Motivação e realização – retribuição
próprio e confrontar-se perante o mundo. simbólica e contribuição que trazem a
produção.
Reconhecimento favorece o processo de
Nesse sentido o trabalho jamais realização de si.
será NEUTRO: ou ele promoverá
o desenvolvimento da inteligência Fortalecimento da identificação do
e o prazer ou, ao contrário, levará trabalhador com o seu trabalho =
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a impossibilidade de pensar e ao reconhecimento do esforço e contribuição
sofrimento patogênico individual e coletiva para a superação das
dificuldades encontradas no confronto com o
real.
• •
• ESPAÇO INADEQUADO • POR SER UM GRUPO UNIDO NÃO HÁ ESPAÇO PARA DISCORDÂNCIA
• FALTA DE INTEGRAÇÃO COM RH CENTRAL (DRH) • DESENTENDIMENTOS QUE SE TORNAM GRANDES ABISMOS
• FALTA DE COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES COM OUTROS INSTITUTOS • NÃO SE ENFATIZAM PONTOS POSITIVOS DOS FUNCIONÁRIOS, APENAS OS NEGATIVOS
• POUCO INCENTIVO AO CRESCIMENTO PROFISSIONAL • ÊNFASE EXAGERADA NA CONSEQUENCIA DOS ERROS
• DESVALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DO RH • TER LIMITES PARA ERROS
• FALTA DE AUTONOMIA PARA MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAL • EXCESSO DE COBRANÇA-GERANDO DOENÇA
• FALTA DE TREINAMENTO • NOS ERROS GRAVES O GRUPO NÃO SE UNE HAVENDO PUNIÇÃO INDIVIDUAL
• BAIXO PODER DE DECISÃO • FORMAS INADEQUADAS DE CHAMAR A ATENÇÃO PELOS ERROS COMETIDOS
• FALTA DE APOIO DA ALTA DIREÇÃO • NÃO SABER SEPARAR O PESSOAL DO PROFISSIONAL-QUANTO A CHAMAR A ATENÇÃO
• ESPECIALIZADO PARA AUXILIAR NA TRATIVA COM O FUNCIONÁRIO • FALTA DE RECONHECIMENTO DO ESFORÇO EMPREENDIDO/ FALTA DE INCENTIVO
• FALTA SUPORTE TÉCNICO • CRÍTICAS ENFÁTICAS E POUCOS ELOGIOS (É OBRIGAÇÃO)
• NÃO HÁ PADRONIZAÇÃO DAS ROTINAS DE TRABALHO • CULPA PELA INSATISFAÇÃO DAS PESSOAS
• MUITA COBRANÇA • POUCA OPORTUNIDADE PARA NOVOS DESAFIOS
• NÃO TER DIREITO A RESPOSTA • TER QUE SER SEMPRE EXEMPLO PARA OUTROS FUNCIONÁRIO
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O sofrimento é inerente à condição humana, mas nem por isso deve ser A prescrição adquiriu um atestado de qualidade: de que a
banalizado ou naturalizado (DEJOURS, 1998). Ele está presente no engenharia elaborada numa folha de papel é impecável, e
momento criativo, quando o sujeito se depara com uma situação inédita que se há erro, este se deu por falha humana – e subentende-
ou não prevista que precisa ser resolvida. Além disso, o sofrimento se se que a falha humana nunca é daquele que planeja, mas
encontra na discrepância entre o trabalho prescrito e o trabalho real.
sempre daquele que executa
O trabalho prescrito corresponde ao que antecede a
. execução da tarefa. Um registro que satisfaz uma A prescrição do trabalho nunca contempla a totalidade da
necessidade de orientação, burocratização e
realidade com que se depara o trabalhador
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fiscalização. É fonte de reconhecimento e de punição
Isso, no entanto, constrange o trabalhador por desrespeitar as A sublimação é o processo graças ao qual pulsões parciais –
regras, ao mesmo tempo em que se sente recompensado por cuja satisfação é, originalmente, de natureza sexual –
recorrer à sua criatividade, gerando todo um sentido pessoal encontram uma saída substitutiva em uma atividade
do trabalho socialmente valorizada – nesse caso, o trabalho.
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PDT entendida como “clínica do trabalho” PDT entendida como “clínica do trabalho”
detectar os problemas na operacionalização das tarefas e a construção de defesas individuais e coletivas, os riscos de
suas implicações psíquicas e a forma de superá-los. alienação e a construção da intersubjetividade.
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Compreensão de que o trabalho é gerador de doenças e
No âmbito da AÇÃO – possibilita um espaço livre de sofrimento – ações que visem sua transformação devem ser
circulação da palavra (manifestação das expectativas, pensadas a partir de mudanças no próprio trabalho e nas
relações das pessoas que o executam – prevenção, tratamento,
reflexão sobre de como vivem subjetivamente as suas reabilitação, retorno ao trabalho
atividades cotidianas)
Escuta atenta para permitir a emergência dos sofrimentos, Adoção de uma perspectiva
das angústias, dos receios, dos medos, dos desafios, das MULTIPROFISSIONAL tanto no
engenhosidades diante das dificuldades e imprevistos planejamento quanto na execução
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frequentes, dos prazeres da superação e resolução dos Desenvolvimento das equipes, a
problemas aparentemente insolúveis, obtenção do reconstrução do coletivo de
reconhecimento. trabalho e de processos de
cooperação.
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1. Buscar na fala dos profissionais de enfermagem os OBRIGADA!!
conceitos trabalhados (pressupostos da PDT)
• Trabalho prescrito/trabalho real
• Sublimação
• Trabalho e saúde
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2. Esboçar um plano de intervenção à partir da Miryam Cristina Mazieiro Vergueiro da Silva
proposta de ação da PDT, destacando pontos que E-mail: [email protected]
podem ser abordados
Fone – (11) 2661 3844
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