Aula 2
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ESTUDO
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Língua Portuguesa
ANOS FINAIS
DO ENSIN
O FUNDAMENTAL
8º A N O
CEFAE
Célula de
Fortalecimento da
Alfabetização e
Ensino Fundamental
CEMUP
Célula de
Fortalecimento da
Gestão Municipal
e Planejamento de Rede
Governador
Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretária da Educação
Eliana Nunes Estrela
Autora
Ive Marian de Carvalho
Revisão de Texto
Ive Marian de Carvalho
Izabelle de Vasconcelos Costa
Designer Gráfico
Raimundo Elson Mesquita Viana
Defenestração
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome
de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas
variedades. A falácia Amazônica. A misteriosa falácia Negra.
Hermeneutas deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde
eles chegassem, tudo se complicaria.
- Os hermeneutas estão chegando!
- Xi, agora é que ninguém vai entender mais nada...
Os hemeneutas ocupariam a cidade e paralizariam todas as atividades produtivas
com seus enígmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada
pela confusão. Levaria semanas até que as coisa recuperassem o seu sentido óbvio.
Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.
-Alô...
- O que é que você quer dizer com isso?...
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
- Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Plúmbeo devia ser o barulho que o corpo faz ao cair na água
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração.
A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me
lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato
exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um som lúbrico. Galanteadores de
calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
-Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas...Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem
defenestrar a casa. Haveria assim defenestradores profissionais.
Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os
documentos formais? "Nestes termos, pede defenestração..." Era uma palavra cheia de
implicações. Devo tê-la usado uma ou outra vez, como em:
- Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo
errada era a palavra exata.
Um dia finalmente procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa
mentir. "Defenestração" vem do francês defenestration. Substantivo feminino, ato de
atirar alguém ou algo pela janela.
Acabou a minha ignorância, mas não a minha fascinação. Um ato como este só
tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe,
que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada
abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como rapé. Um vício como
o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. [...]
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A
basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna,
com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação
inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. [...]
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada.
Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado… Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina,
amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.
Luís Fernando Veríssimo. O Analista de Bagé. 6ª ed. Porto Alegre.L&PM ed. 1981. p. 29-31.
GLOSSÁRIO
Falácia: erro, engano, falsidade.
Hermeneuta: pessoa que se especializou na leitura e na interpretação de livros sagrados
e antigos, geralmente de teor religioso ou filosófico; quem se especializou em
hermenêutica.
Andarilho: alguém que anda muito, percorre muitas terras ou anda sem destino certo.
Prostrada: sem ânimo, sem forças; derrubada, desanimada.
Lúbrico: caracterizado pela luxúria; lascivo, sensual.
Rapé: pó resultante de folhas de tabaco torradas e moídas, por vezes misturadas a outros
componentes. Basculante: janela que se abre com sistema de báscula, levantando uma
parte e baixando a outra: janela basculante.
Balbuciar: pronunciar imperfeitamente e com hesitação; gaguejar.
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade lendo o texto com bastante atenção. Se sentir dificuldade em
compreender algumas das palavras do texto, consulte o glossário logo abaixo dele. Em
seguida, leia o comando da questão. Observe que ela solicita que você identifique uma
informação que não está explícita no texto, mas que é possível de ser identificada a partir
de seu contexto. Leia, então, as alternativas. Você perceberá que a alternativa (a) é a
correta, pois o narrador continua fascinado pela palavra mesmo depois de descobrir seu
significado porque remete-se a um ato pouco comum, o que o leva a imaginar o porquê
da existência de tal palavra. A alternativa (b) não é correta, pois em momento algum o
autor afirma que a palavra tem pouca utilidade na língua portuguesa. A alternativa (c)
também não está correta, pois antes de consultar o dicionário, o autor não pensou no
significado real da palavra defenestração. A alternativa (d) não é correta pois não se trata
de uma ação que não é praticada em nossa cultura.
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de inferir uma
informação implícita em um texto.
Observe a tirinha.
Fonte: http://peruibenastrevas.blogspot.com/2018/08/tirinha-como-descobrir-um-et-em-peruibe.html.
Acessado em 03 de abril de 2019.
2. Por que o policial segue desconfiando do homem mesmo depois de ter todas as
perguntas respondidas?
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O conto da mentira
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe
largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de
cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do
Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de
madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade
e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A
apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O
prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! Amoça quer falar com você no telefone pra
combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”.
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio.
Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então, ele começou a reduzir suas mentiras.
Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou
a criar histórias. Agora, sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto.
É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porquementia…
AUGUSTO, Rogério. FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo. Miniconto. Folhinha 14 jun. 2003.
Leia o texto.
A disciplina do amor
Foi na França, durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um cachorro
que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na
maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira
já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia,
chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu
posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei
que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-
lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha
em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim
que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o
dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava
ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do
cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando
ia chegando àquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias. Todos
os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já
velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As
pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?…uma tarde (era inverno)
ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor.
1. O tema do texto é
a) a fidelidade de um cão a seu dono.
b) o esquecimento dos que morrem.
c) os horrores da guerra.
d) a tristeza dos animais abandonados.
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade lendo o texto com bastante atenção. Em seguida, leia o comando da
questão. Ela pede que você identifique o tema do texto. Ao ler as alternativas, você
perceberá que a alternativa (a) é a correta, pois o tema do texto é a fidelidade do cão, que
continuava esperando por seu dono mesmo depois que este morreu na guerra. As
alternativas (b) e (c) estão incorretas, pois mesmo sendo temas tratados no texto, não
constituem o seu tema central. A alternativa (d) está incorreta pois em nenhum momento
do texto é tratada a situação de abandono dos animais.
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de identificar
o tema de um texto.
Fonte: https://www.portalodia.com/blogs/jotaa/confira-a-charge-de-jota-a-publicada-na-edicao-desta-
sexta-no-jornal-o-dia-373907.html. Acesso em 7 abr 2020.
Leia o texto.
Por que todo mundo usava peruca na Europa dos séculos XVII e XVIII?
Não era todo mundo, apenas os aristocratas. A moda começou com Luís XIV
(1638-1715), rei da França. Durante seu governo, o monarca adotou a peruca pelo mesmo
motivo que muita gente usa o acessório ainda hoje: esconder a calvície. O resto da nobreza
gostou da ideia e o costume pegou. A peruca passou a indicar, então, as diferenças sociais
entre as classes, tornando-se sinal de status e prestígio. Também era comum espalhar talco
ou farinha de trigo sobre as cabeleiras falsas para imitar o cabelo branco dos idosos. Mas,
por mais elegante que parecesse ao pessoal da época, a moda das perucas também era
nojenta.
“Proliferava todo tipo de bicho, de baratas a camundongos, nesses cabelos
postiços”, afirma o estilista João Braga, professor de História da Moda das Faculdades
SENAC, em São Paulo. Em 1789, com a Revolução Francesa, veio a guilhotina, que
extirpou a maioria das cabeças com perucas. Símbolo de uma nobreza que se desejava
exterminar, elas logo caíram em desuso. Sua origem, porém, era muito mais velha do que
a monarquia francesa.
No Egito antigo, homens e mulheres de todas as classes sociais já exibiam adornos
de fibra de papiro – na verdade, disfarce para as cabeças raspadas por causa de uma
epidemia de piolhos. Hoje, as perucas de cachos brancos, típicas da nobreza europeia,
sobrevivem apenas nos tribunais ingleses, onde compõem a indumentária oficial dos
juízes.
Fonte: http://valdinere123.blogspot.com/2015/07/d2-estabelecer-relacoes-entre-partes-de.html. Acesso
em 07 abr 2020.
A decadência do Ocidente
O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em casa com ela, para alegria de toda
a família. O filho mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha viva de perto. Já
tinha até um nome para ela – Margarete – e planos para adotá-la, quando ouviu do pai
que a galinha seria, obviamente, comida.
– Comida?!
– Sim, senhor.
– Mas se come ela?
– Ué. Você está cansado de comer galinha.
– Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?
– Claro.
Na verdade, o guri gostava muito de peito, de coxa e de asas, mas nunca tinha
ligado as partes do animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do apartamento.
O doutor disse que queria comer uma galinha ao molho pardo. A empregada sabia
como se preparava aquilo? A mulher foi consultar a empregada. Dali a pouco o doutor
ouviu um grito de horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse
a galinha ao molho pardo.
– A empregada não sabe fazer?
– Não só não sabe fazer, como quase desmaiou quando eu disse que precisava
cortar o pescoço da galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.
Era o cúmulo! Então a mulher que cortasse o pescoço da galinha.
– Eu?! Não mesmo!
O doutor lembrou-se de uma velha empregada de sua mãe. A Dona Noca.
– A Dona Noca já morreu – disse a mulher.
– O quê?!
– Há dez anos.
– Não é possível! A última galinha ao molho pardo que eu comi foi feita por ela.
– Então faz mais de 10 anos que você não come galinha ao molho pardo.
Alguém no edifício se disporia a degolar a galinha. Fizeram uma rápida enquete
entre os vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da galinha. Nem o Rogerinho
do 701, que fazia coisas inomináveis com gatos.
– Somos uma civilização de frouxos! – sentenciou o doutor. Foi para o poço do
edifício e repetiu:
– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida!
E a Margarete só olhando.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. A decadência do Ocidente. In: A mesa voadora. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001. p.98. Adaptado.
2. “A empregada sabia como se preparava aquilo?”
A palavra destacada no trecho se refere
a) à civilização de frouxos.
b) à galinha ao molho pardo.
c) à receita de Dona Noca.
d) ao pescoço da galinha.
Leia o texto.
Encontro de ansiedades
O pai Irineu, a mãe Florinda e os filhos Lúcia, Eliana e Ronaldo (...) tiveram uma
experiência bastante inusitada. A família de índios Guarani, do Pontal do Paraná, litoral
do Estado, foi convidada para visitar os alunos da Escola Atuação em Curitiba.
Foi um encontro de ansiedades: de um lado, as crianças indígenas amedrontadas
com tanta gente para recebê-las no ginásio da escola; de outro, os alunos curiosos e
inquietos com a presença de novos visitantes.
No fim das contas, tudo terminou bem: as crianças índias não falam português,
mas receberam toda a atenção dos novos amigos e voltaram para a sua aldeia com muitas
cestas de frutas e outros presentes. A turminha da escola adorou a experiência e garante
que aprendeu muito com a atividade. A troca de ansiedades acabou se tornando troca de
carinhos.
Gazeta do Povo. Curitiba, 29 abr. 2000. Gazetinha, p.5.
GABARITO: alternativa D.
Inicie esta atividade fazendo uma leitura atenta do texto, colhendo informações
importantes para a construção de seu sentido. Em seguida, leia o comando da questão.
Observe que ela pede que você identifique a informação principal do texto. Leia, então,
as alternativas. Você irá perceber que as alternativas (a), (b) e (c) apresentam informações
que são importantes, porém secundárias no texto. A informação principal é a de que o
encontro entre os alunos da escola Atuação e as crianças indígenas foi bem-sucedido.
Portanto, a alternativa correta é (d).
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de diferenciar
as partes principais das secundárias de um texto.
Rock in Rio anuncia Bon Jovi, que já foi atração do festival em 2013 e 2017
Banda americana volta para sua nona passagem pelo Brasil.
Não, você não leu errado: a banda americana Bon Jovi fará sua terceira
apresentação no Rock in Rio num intervalo de quatro edições — ficou de fora apenas em
2015. O grupo de hard rock liderado pelo cantor Jon Bon Jovi será a atração principal do
Palco Mundo no dia 29 de setembro, o primeiro domingo de evento, que até então só tinha
a presença da cantora e compositora britânica Jessie J confirmada para o Palco Sunset.
Em sua oitava passagem pelo país, em 2017, o agora grisalho Bon Jovi e seus
companheiros trouxeram o repertório de “This house is not for sale” (2016), 13º e mais
recente álbum da discografia do grupo. Além das novas faixas, clássicos como “Livin’ on
a prayer” e “It’s my life”, compuseram o repertório da banda que entrou para o Hall da
Fama do Rock and Roll no ano passado.
Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/musica/rock-in-rio-anuncia-bon-jovi-que-ja-foi-atracao-do-
festival-em-2013-2017-23418322. Acesso em: 20 de ago de 2019. Adaptado.
Leia o texto.
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade lendo o texto atentamente. Em seguida, leia o comando da questão.
Observe que ela pede que você identifique qual o conflito gerador da narrativa. Nesse
caso, você deve ser capaz de compreender que o texto é composto por diversos fatos que
foram motivados por algo específico, ou seja, você deve descobrir o que motivou a
narrativa, o que causou todas as ações do texto. Assim, é necessário que você faça uma
leitura atenta com o objetivo de diferenciar os fatos daquilo que os motivou. Após a leitura
do texto, leia as alternativas, verificando se a informação que a alternativa apresenta está
de acordo com o que a questão solicita. Ao fazer essa verificação, você perceberá que: a
alternativa (a) está correta, pois apresenta uma informação que é claramente expressa pelo
narrador, ou seja, o aparecimento de alguém com uma camisa totalmente em branco. As
alternativas (b), (c) e (d) embora apresentem fatos que estão no texto, não apresentam o
conflito gerador do enredo.
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de identificar
o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
Leia o texto a seguir.
A velha contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela
fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da
Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega
mandou-a parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí
atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que
ela adquirira no odontólogo e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha
saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e
dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela
montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia
e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou
na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela
levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante
um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas às vezes, o que ela levava no saco
era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa
coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.
– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando
o fiscal propôs:
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo,
não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora
está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.
– Juro – respondeu o fiscal.
– É lambreta.
Stanislaw Ponte Preta.
Leia o texto.
Visita
Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de
verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de
sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade.
Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas
mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e
levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei
que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais
jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A
água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem,
contudo, afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e
voltei para a redação.
Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos
chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com
uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na
fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura.
Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do
Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a
este desertor?
Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o
coitado!”. “Coitado nada, esse bicho deve causar doença”. Tomei-o da mão do homem e
o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e
história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas
o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.
GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31. São Paulo: Ática,
2001. p. 88-89
Leia o texto.
Feias, sujas e imbatíveis
As baratas estão na Terra há mais de 200 milhões de anos, sobrevivem tanto no
deserto como nos pólos e podem ficar até 30 dias sem comer. Vai encarar?
Férias, sol e praia são alguns dos bons motivos para comemorar a chegada do
verão e achar que essa é a melhor estação do ano. E realmente seria, se não fosse por um
único detalhe: as baratas. Assim como nós, elas também ficam bem animadas com o calor.
Aproveitam a aceleração de seus processos bioquímicos para se reproduzirem mais rápido
e, claro, para passearem livremente por todos os cômodos de nossas casas.
Nessa época do ano, as chances de dar de cara com a visitante indesejada, ao
acordar durante a noite para beber água ou ir ao banheiro, são três vezes maiores.
Revista Galileu. Rio de Janeiro: Globo, Nº 151, Fev. 2004, p.26. Fragmento.
Quadrilha da Sujeira
João joga um palitinho de sorvete na de não sei o quê na rua de Teresa que
rua de Teresa que joga uma latinha de joga um lencinho de papel na rua de
refrigerante na rua de Raimundo que Raimundo que joga uma tampinha de
joga um saquinho plástico na rua de refrigerante na rua de Joaquim que joga
Joaquim que joga uma garrafinha um papelzinho de bala na rua de J. Pinto
velha na rua de Lili. Fernandes que ainda nem tinha
Lili joga um pedacinho de isopor na entrado na história.
rua de João que joga uma
embalagenzinha
Ricardo Azevedo. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-
pedagogica/quadrilha-sujeira-423533.shtml. Acesso em 20 ago 2019.
Essa Velhinha
- Desculpe entrar assim sem pedir licença...
- Doença!
- Não,... quem está doente?
- Mas quem está doente?
- Não – Sorriu o homem -, a senhora entendeu errado.
- Resfriado?
- Ora... quer dizer... bem, eu estava lá fora e ...
- Xi! Catapora?
- Senhora, por favor não confunda...
- Caxumba!!! Cuidado, menino, isso é perigoso... Sabe, sei fazer um chazinho
muito bom pra caxumba.
(Profa. Claudete)
3. Os pontos de exclamação em Caxumba!!! indicam
a) entusiasmo.
b) dor.
c) espanto.
d) tristeza.
ATIVIDADE XV
Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
Caro aluno, sempre que nos comunicamos, seja através de textos escritos ou de textos
orais, há sempre uma intenção que acompanha os textos que produzimos, mesmo quando
a conversa é boba e sem sentido ou quando a piada é despretensiosa. Afinal, somente
intencionamos falar ou escrever algo mediante um propósito, ou seja, todo texto é
produzido com um objetivo. Dessa forma, para termos uma compreensão adequada do
texto, é importante reconhecermos as intenções do autor, reconhecendo a finalidade para
qual aquele texto foi produzido. Há inúmeras possibilidades que o usuário da língua
possui para se comunicar através dos incontáveis textos presentes na sociedade, os quais
denominamos de gêneros textuais. Além do propósito comunicativo, esses gêneros são
produzidos a partir de um contexto social, cultural e histórico específico que determinará
suas características e seu público-alvo. Todas essas informações são essenciais para que
o leitor possa fazer uma interpretação adequada do texto. Para que se torne mais claro,
observe a questão a seguir.
Leia o texto.
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade observando a imagem atentamente e lendo com atenção todas as
informações presentes no cartaz. Em seguida, leia o comando da questão. Observe que
ela pede que você identifique o propósito comunicativo do texto, ou seja, qual a intenção
do autor ao produzir esse cartaz. Após a leitura do texto, leia as alternativas, verificando
se a informação que a alternativa apresenta está de acordo com o que a questão solicita.
Ao fazer essa verificação, você perceberá que a alternativa (a) está correta, pois apresenta
a relação com o texto central do cartaz que se dirige diretamente à vítima de bullying,
informando que este pode pedir ajuda. Essa afirmação é reforçada pela imagem presente
no cartaz. A alternativa (b) não está correta, pois o texto não discute as principais causas
do bullying. A alternativa (c) está incorreta porque não há, no cartaz, instruções de
autodefesa, mas sim o incentivo à denúncia. O item (d) também não está correto porque
o cartaz não informa sobre os diversos tipos de bullying.
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de Identificar
a finalidade de textos de diferentes gêneros.
Porquinho-da-índia
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade lendo o poema atentamente. Em seguida, questione-se: qual o
sentimento que o autor parece nutrir pelo porquinho? Você deverá compreender que o
poeta demonstra bastante carinho e ternura pelo animal, o que é reforçado pela maneira
com a qual se refere a ele. Em seguida, leia o comando da questão e as alternativas. A
alternativa (a) é a correta, pois o diminutivo reforça a maneira carinhosa pela qual o poeta
se refere ao animal de estimação. As alternativas (b), (c) e (d) estão incorretas, pois o uso
do diminutivo não denota empolgação, ironia ou tristeza nesse determinado contexto.
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de reconhecer
o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou
morfossintáticos.
O mágico errado
Arquibaldo era um mágico. Exatamente. Um homem capaz de realizar maravilhas.
Ou de maravilhar outras pessoas, se preferir. Mas havia um probleminha. E probleminha
é modo de dizer, porque ele achava um proble-mão. Arquibaldo era um mágico diferente.
Um mágico às avessas, sei lá como dizer.
Esse era o problema de Arquibaldo. Ele não sabia. Não conseguia, por mais que
se concentrasse. Ele tirava bichos da cartola e do lenço. Era capaz de passar o dia
inteirinho tirando bichos. Mas, se falasse: “Vou tirar...” Pronto! Tirava tudo que era bicho,
menos o bicho anunciado. Por isso, andava tristonho da vida.
Arquibaldo recordava-se dos espetáculos no circo. Embora preferisse nem
lembrar. O apresentador apresentava com ar solene e voz emocionada.
— E agora, com vocês, Ar-qui-bal-do, o maior mágico do mundo!
GALDINO, Luiz. O mágico errado. São Paulo: FTD, 1996. Adaptado. Fonte: SARESP, 2010.
ATIVIDADE X
2. alternativa D.
3. alternativa D.
ATIVIDADE XI
2. alternativa B.
3. alternativa C.
ATIVIDADE XII
2. alternativa A.
3. alternativa A.
ATIVIDADE XIII
2. alternativa A.
3. alternativa A.
ATIVIDADE XIV
2. alternativa A.
3. alternativa C.
ATIVIDADE XV
2. alternativa D
3. alternativa D.
ATIVIDADE XVI
2. alternativa B
3. alternativa C.