Resolução de Exercicios

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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA-ISMU

MANICA

Cadeira de: Técnicas de Expressão

Tema: Textos Funcionais/Administrativos e Tipos de Palavras Compostas

Estudantes:

Cecília Joaquim

Luísa Alfredo

Mateus Nzero

Ossifo Nomeado Fazenda

Docente: dr Vicente

Manica, Junho de 2020


Índice

1.1.Objectivos ............................................................................................................................. 5

1.1.1 Objectivo geral: .............................................................................................................. 5

1.1.2 Objectivos específicos ................................................................................................... 5

1.1.3. Metodologia .................................................................................................................. 5

2. Fundamentação teórica ........................................................................................................... 6

2.1.Acta ....................................................................................................................................... 7

2.1.2. Estrutura ........................................................................................................................ 8

2.1.2. Organização da acta ...................................................................................................... 8

2.1.3.Do ponto de vista icónico .............................................................................................. 8

2.1.4.Do ponto de vista Discursivo ......................................................................................... 8

2.1.4.Os requisitos indispensáveis numa acta ......................................................................... 9

2.1.5 A linguagem/Escrita..................................................................................................... 10

2.2.Convocatória ....................................................................................................................... 13

2.2.1.Organização Textual .................................................................................................... 13

2.2.2.Ponto de vista icónico .................................................................................................. 13

2.2.3. Estrutura ...................................................................................................................... 14

2.2.4.Organização Linguística .............................................................................................. 14

2.3.REQUERIMENTO ............................................................................................................. 17

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2.3.1.Estrutura do requerimento............................................................................................ 17

2.4.Relatório.............................................................................................................................. 20

2.4.2.Organização do relatório .............................................................................................. 20

2.4.2.Organização icónica ..................................................................................................... 20

2.4.3.Organização linguística ................................................................................................ 20

2.4.4.Situações ...................................................................................................................... 21

2.4.5.Pressupostos ................................................................................................................. 21

EXEMPLO DE UM RELATÓRIO ...................................................................................... 21

2.5.Currículo vitae ................................................................................................................ 23

2.5.1.Tipos de currículo ........................................................................................................ 23

2.6. O conceito de palavra............................................................................................................. 29

Palavra composta: sua formação ................................................................................................... 29

2.6.1.1. Estruturação das Palavras Compostas .............................................................................. 30

2.6.2. Abordagens Recentes sobre Palavra Composta .................................................................. 32

3.Conclusão................................................................................................................................... 36

4. Referências bibliográficas ................................................................................................. 38

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1.Introdução

Com o presente trabalho, pretendemos abordar os aspectos referentes a textos funcionais a acta,

Convocatória, requerimento, relatório e currículo vitae (CV) onde através das nossas buscas
convidamo-lo a perceber que a acta é um resumo do que ocorreu numa reunião ou sessão

O trabalho está organizado em quatro partes, nomeadamente a introdução, onde de forma


objectiva apresentaremos o que pretendemos investigar, a parte de apresentação responsável
pela definição, distinção, demonstração da importância e relacionamento dos conceitos da
investigação (acta, convocatória, requerimento, relatório e currículo vitae e organização icónica)
a conclusão, onde de forma mais sintética traremos as ideias essenciais da nossa investigação e
referências bibliográficas, para alistamento das obras usadas na produção do trabalho.

Para a elaboração do presente trabalho para além dos conhecimentos práticos que possuímos,
iremos usar a pesquisa bibliográfica, onde vamos trazer interpretações sólidas e fundamentados
por diferentes autores de destaque que debruçaram-se sobre o tema em alusão

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1.1.Objectivos

1.1.1 Objectivo geral:

 Compreender a organização da acta, convocatória, requerimento, relatório e currículo vitae;

1.1.2 Objectivos específicos

 Definir os conceitos de (acta, convocatória, requerimento, relatório e currículo vitae);


 Identificar a estrutura e organização de textos funcionais;
 Produzir acta, convocatória, requerimento, relatório e currículo vitae;

1.1.3. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho, recorremos a várias obras bibliográficas, em busca de


assuntos pertinentes com auxílio de alguns métodos, tais como:

 Analise (para analisar a essência da acta, convocatória, requerimento, relatório e currículo


vitae)
 Debate (consistiu na discussão e síntese dos assuntos tratados acerca da acta, convocatória,
requerimento, relatório e currículo vitae)
 Elaboração Conjunta (consiste na unificação das nossas contribuições para um senso
comum)

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2. Fundamentação teórica

 Conceptualização

Convocatório

É um texto de chamada de atenção, dirigido geralmente a várias pessoas, produzido por um


Emissor ou Entidade, investidos de competência e poder, que convida ou manda comparecer
para algo.

Segundo Gonçalves (2009) convocatórias é o meio através do qual se convidam os participantes


de uma reunião acerca do dia, hora, local e ordem de trabalhos dessa reunião.

O grupo apoia se mais no primeiro conceito acima porque é mais abrangente e espelha a matéria
da definição da convocatória.

Acta

É um texto relativamente longo, elaborado como consequência de uma sessão/reunião, que


procura fixar com toda a fidelidade os aspectos essenciais dos factos ocorridos na sessão.

Para Jones (1998) acta é um registo escrito dos factos e das decisões tomadas numa reunião.

Segundo Gonçalves (2009) acta é o relato escrito, em livro próprio, do que foi dito, deliberado
numa reunião ou assembleia da empresa, associação.

O 1º conceito é mais abrangente e é nele que o grupo se apoia desta forma o grupo concluiu que
acta é um texto longo que é resultado de tudo que se tratou em determinada sessão ou reunião.

Requerimento

É um texto normativo que consiste numa petição por escrito segundo certas formas legais,
dirigidas a um organismo público, a uma instituição e a uma autoridade” (SILVA, 2010).

Segundo Lavareda, (2004) requerimento é uma petição dirigida a uma entidade oficial,
organismo ou instituição através da qual se solicita a satisfação de uma necessidade ou interesse.

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Como se pode observar, existem entre os dois primeiros autores uma convergência na definição
do conceito de requerimento, incidindo ao mesmo tempo numa “petição por escrito dirigida a um
organismo, instituição”.

O conceito SILVA, inclui para além da petição por escrito dirigida a um organismo, instituição,
(formas legais, autoridade) e, este pensamento é mais abrangente e espelha a matéria da
definição de requerimento.

Na óptica de JÚNIOR, relatório é comunicação oral ou escrita, organizada, fundamentada,


comentada por quem viu, ouviu, estudou um facto, assunto ou situação.

Na óptica de Jones (1998) currículo vitae é um histórico profissional, conjunto de dados,


informações relacionado à pessoa, situação do candidato para um determinado cargo.

Organização icónica

Significado da palavra (icónica): icónica é uma palavra que tem representatividade semelhante a
um ícone, ou que representa nitidamente uma ideia ou um objeto.

Falar de organização icónica é em outras palavras falar de um modelo icónico, A expressão


"modela icônico" vem de ícone, sinônimo de imagem. Nesse tipo de modelo são representadas as
propriedades mais importantes dos objectos, tal como elas aparecem no original ou como se
supõe que sejam na realidade. Assim, esses modelos parecem-se visualmente com os objectos
que representam, mas diferem deles no tamanho.

2.1.Acta

É na acta onde se faz um relato fiel do que se passou numa reunião destinada a discutir um ou
vários assuntos e a tomar decisões sobre o que se discutiu. Em suma, acta é uma narração
sintética ou circunstanciada do que ocorreu numa sessão ou cerimónia, ou resumo dos actos
deliberativos dum corpo colectivo.

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2.1.2. Estrutura

I. Fórmula de abertura:
 Data e horas exactas;
 Local da reunião;
 Natureza da reunião;
 Pessoas convocadas (presentes e ausentes) e sua função; e
 Agenda do trabalho.
II. Relato dos acontecimentos essenciais: de acordo com a ordem pela qual foram tratados.
III. A fórmula de enceramento:
 Hora do término; e
 Assinatura dos responsáveis.

2.1.2. Organização da acta

2.1.3.Do ponto de vista icónico

Acta é um texto relativamente longo, apresentado graficamente em três conjuntos/blocos, sendo:

a) Cabeçalho: contém o título acta de reunião, seguido de número de ordem;


b) Corpo/desenvolvimento: parte mais longa e detalhada, na qual se resumem todos os factos
ocorridos numa reunião;
c) Fecho: parte que contém as assinaturas do Presidente e do Secretário e, possivelmente, se
previamente acordado pelos intervenientes, outras individualidades presentes na sessão
assinam a acta.

2.1.4.Do ponto de vista Discursivo

O Corpo da acta divide-se em três partes, das quais destacam-se:

I. Introdução

 A data, a hora, local da reunião;

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 As (s) entidades responsáveis (is) pela sessão, os participantes convocados, a indicação das
ausências e os motivos dessas mesmas faltam
 O resumo da agenda da sessão a que se refere a acta.

Ex: O primeiro parágrafo do texto em estudo.

II. Desenvolvimento.

Nesta parte faz-se o relato fiel dos conteúdos fundamentais abordados no encontro, empregando-
se o discurso indirecto e o texto assume, assim, uma estrutura narrativa.

Ex: O segundo e terceiro parágrafos do texto em análise.

III. Conclusão.

Nesta parte haverá sempre uma fórmula fixa que antecede as assinaturas, podendo,
eventualmente, indicar-se a hora em que se encerrou a sessão.

Ex: O último parágrafo do texto.

2.1.4.Os requisitos indispensáveis numa acta

a) Indicar o número da Acta (sendo reuniões/sessões ordinárias);

b) Indicar o dia, mês, ano e hora, local em que teve lugar a sessão e a natureza da
reunião/sessão;

c) Mencionar o tipo da Acta (ordinário, extraordinária, se realiza em primeira convocatória ou


em segunda;

d) Indicar o nome de quem a presidiu, os membros presentes e ausentes, consignando o


justificativo destes;

e) Indicar a ordem dos trabalhos, na íntegra e tal como foi enviada na convocatória;

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f) Indicar a hora a que se iniciou e o número dos presentes;

g) Fazer a leitura, votação e aprovação da Acta anterior, caso exista para aprovação;

2.1.5 A linguagem/Escrita

Numa acta deve utilizar-se uma linguagem clara e objectiva.

 Escrever por extenso todos números;


 Enganando-se, não se apaga, não se rasura, nem se risca o erro, escreve-se a palavra “digo”
seguida da forma correcta;
 Riscam-se todos os espaços em branco.

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Exemplo de uma acta

Acta da reunião da turma

Aos oito dias do mês de Setembro de dois mil e doze, na sala quatro, da Escola Primaria Completa Josina Machel, de Xai-Xai, pelas
dez horas, realizou-se uma reunião da turma B da sétima classe, com o objectivo de discutir os problemas relativos ao património
escola.

Estiveram presentes à reunião os pais ou encarregados de educação, o director da turma, o chefe da turma e todos os alunos da turma.

A reunião foi orientada pelo director da turma que manifestou a sua preocupação pela degradação do património escolar
nomeadamente: vidros partidos, carteiras estragadas, salas sem portas nem janelas, casas de banho mal usadas, paredes riscadas e
quadros picotados.

Face aos problemas apresentados, o pai turma, usando da palavra sugeriu a criação de um fundo para: a contratação de um guarda, a
reposição ou reparação dos móveis, imóveis e para a manutenção da escola.

Todos os presentes acolheram a sugestão e foi eleita uma comissão para colectar e gerir os fundos junto dos encarregados de
educação.

E não havendo mais nada a tratar o director da turma declarou encerrada a reunião da qual eu Divina J, Lai, lavrei a presente acta que
depois de lida em voz alta e aprovada pelos presentes, será assinada por mi e pelo director da turma.

O Director/a de Turma O Secretario/a

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Rafael M. Mucavele Divina J. Lai

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2.2.Convocatória

Na Convocatória indica-se o dia, a hora e o local, sendo por isso de carácter mais obrigatório.

Numa convocatória, a sequência dos parágrafos corresponde à sequência cronológica das


actividades a serem desenvolvidas. A linguagem deve ser simples, clara, objectiva.

Concluímos ainda que a acta assemelha-se da convocatória na sua estrutura, visto que ambos
possuem introdução, desenvolvimento e conclusão.

Notamos que existe diferença entre estes dois textos uma vez que a acta é um texto longo ao
passo que a convocatória é um texto curto.

2.2.1.Organização Textual

2.2.2.Ponto de vista icónico

 Texto curto;
 Organizado graficamente em três partes, nomeadamente o cabeçalho, o corpo do texto, data
e assinatura.

Exemplifiquemos com o texto em estudo:

O cabeçalho - corresponde ao endereço ou instituição emissora da convocatória bem como ao


indicativo da mesma.

O corpo - compreende a duas subpartes:

 Nome da instituição/entidade que convoca; data ; hora e local de realização da sessão


convocada, o segmento linguístico "convocarem" que aclara a autoridade de poder do
delegado da colectividade que anuncia a agenda da sessão convocada.
 Corresponde a sequência cronológica das actividades a serem praticadas no decorrer da
sessão.

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A assinatura - corresponde à assinatura da entidade legislada como competente para a criação da
realidade" sessão Ordinária". Esta assinatura é precedida pela data e local de emissão e pelo
cargo que lhe confere autoridade e poder para convocar a sessão.

2.2.3. Estrutura

a) Quem?
b) O quê?
c) Quando?
d) Onde?
e) Para quê?
f) Local data e assinatura.

2.2.4.Organização Linguística

a) Marcas de pessoa

Usa-se a 1ª pessoa da singular representativa de uma entidade investida de poder (Directora da


UP) que determina a realização futura de uma sessão; Usa-se também a 2ª. Pessoa do plural
(implícita)

b)Marcas de tempo e espaço

Presidem à produção deste tipo texto duas marcas: a do local e a do momento de enunciação (do
Emissor) –Xai-Xai 29 de Marco de 2015; do local e do momento da acção - sede da UP-
Campus Venhene.

c)Tempos verbais

O verbo convocar identifica o texto como prescritivo, pois coloca o receptor no cumprimento do
“dever-fazer” e pode apresentar-se sob três formas: convoco, convocam-se ou são convocados.

Numa Convocatória estão sempre implícitos três momentos:

Passado – para se convocar, tem de ter havido um motivo/circunstância precedente;

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Presente – respondendo a essa circunstância, faz-se a Convocatória;

Futuro – a Convocatória tem em vista a abordagem, apresentação ou discussão de um assunto


num momento posterior ao da produção da Convocatória.

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EXEMPLO DE UMA CONVOCATÓRIA:

Convocatória

A direcção do Instituto Superior Mutasa, Delegação de Manica, convoca a todos os estudantes do 1º Ano do Ensino Básico, a
participarem na reunião a ter lugar no próximo dia 17 Setembro do ano em curso pelas 10 horas e 30 minutos na sede do ISMU em
Manica com seguinte agenda:

1. Leitura dos documentos normativos.


2. Estudo do Regulamento interno da ISMU.

O Director (a)
Tomas Bonda

Manica, 26 de Junho de 2020.

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2.3.REQUERIMENTO

O requerimento é sempre dirigido ao responsável por um determinado sector ou serviço, deve


utilizar-se um tratamento solene e adequado à entidade e um registo de língua cuidado. Por outro
lado, a apresentação da situação deverá ser feita com clareza, para possibilitar uma fácil
compreensão, podendo apoiar-se na legislação em vigor.

Muitas são as situações do quotidiano em que os indivíduos são confrontados com a necessidade
de requerer determinados serviços ou benefícios: anulação de matrícula, mudança de turma,
consulta e reapreciação de prova, por exemplo, em contexto escolar, e pedido de autorização ou
benefícios diversos, na globalidade da vida do cidadão.

2.3.1.Estrutura do requerimento

a. Abertura – identificação da entidade a quem é dirigido, (autoridade e órgão requerido).


 Designação da entidade a quem é dirigido (autoridade e órgão requerido). Por norma, é
recorrente escrever-se na parte superior da folha, do lado direito, o nome da entidade a quem
dirigimos o nosso pedido, bem como o cargo por ela ocupado e o órgão a que pertence. É
usual a utilização de fórmulas como: «Excelentíssimo Senhor», «Meritíssimo Juiz». O
tratamento deve ser adequado à entidade a quem nos dirigimos.
b. Encadeamento – elementos de identificação do requerente e motivo que esteve na origem da
solicitação.
 Requerente (elementos de identificação) - No corpo do próprio requerimento, constam,
habitualmente, os dados que permitem identificar o requerente: nome completo, profissão,
morada, número de Bilhete de Identidade e/ou número de contribuinte;

 Motivo que esteve na origem da solicitação (pedido ou objecto do requerimento) –


Seguidamente, esclarecerá a sua pretensão à entidade requerida. A situação apresentada
pontuará pela clareza, para que seja fácil a quem ler o seu requerimento compreender o que
pretende na realidade. O pedido pode ser fundamentado com recurso à legislação em vigor,
nomeadamente com referência a diplomas, leis, decretos, portarias, etc.;
 Pedido de deferimento – Quando se finaliza um documento desta índole, acrescenta-se, no
lado direito da folha, expressões como «pede/aguarda/espera deferimento», que significam

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que espera que o seu pedido seja satisfeito. Este pedido pode ser feito com recurso a
abreviaturas.

c. Fecho – local, data e assinatura do requerente.


 Local, data e assinatura do requerente – Para finalizar o seu requerimento, coloque o local
e a data em que o mesmo foi elaborado, seguidos da sua assinatura, esta deverá ser
perceptível

NOTA: Caso haja uma minuta, preencha os dados que lhe são solicitados, podendo ou não serem
exactamente estes os que lhe são pedidos.

2.3.2.Características linguísticas
Ao elaborar um requerimento, atente no tipo de discurso que utilizará:
 Uso de registo formal
 A linguagem deve ser objectiva e clara, (registo de língua cuidada); emprego da terceira
pessoa do singular ou do plural;
 Recurso a palavras ou expressões específicas desta tipologia textual, ou seja, a manutenção
de palavras como por exemplo: requerente, deferimento, requerer, solicitar, conceder, dignar-
se, sito, respeitosamente, etc.

 Inclusão de elementos como identificação, morada, etc.

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EXEMPLO DE REQUERIMENTO

SENHORA GOVERNADORA DA PROVÍNCIA DE GAZA

EXCELÊNCIA

Faustino Alberto Mindo, solteiro de 33 anos de idade, filho de Alberto Zacarias Mindo e de Elisa Novele, residente em Siaia, distrito de Xai –
Xai, portador do BI nº 110201727430P, emitido pelo Arquivo de Identificação Civil da Cidade de Maputo, aos 30 de Novembro de 2011,
formado no Instituto de Formação de Professores da Matola, curso de 10ª + 1 ano, na especialidade de Inglês, DN3, leccionando 6ª e 7ª classe,
vem mui respeitosamente solicitar a S.Excia se digne conceder uma Bolsa de Estudos na Universidade Pedagógica de Moçambique - Delegação
da Maxixe, curso de Licenciatura no Ensino de Inglês a iniciar no ano de 2016 com previsão de término no ano de 2019, nos termos da alínea c)
do Artigo 12, do Diploma Ministerial 192/2011, de 25 de Junho, conjugado com a alínea a) do nº 1 do Artigo 2 do Decreto nº 5/2006, de 12 de
Abril, pelo que;

Pede Deferimento
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Chongoene, 29 de Março de 2016

__________________________________________
2.4.Relatório

Funciona como elemento de informação, consulta, prova de ocorrência, análise e discussão de


situações concretas.

2.4.1.Estrutura

I. Apresentação
 Cabeçalho- data, origem, natureza, destinatário;
 Assunto-resumo de (os) facto (s)
II. Texto
 Corpo- desenvolvimento do assunto (descrição dos factos), considerações (analise dos
factos)
 Conclusões-sugestões

2.4.2.Organização do relatório

2.4.2.Organização icónica

O relatório apresenta:

 Cabeçalho
 Corpo
 Fecho

2.4.3.Organização linguística

 Há ocorrência de nominalizações; verbos no imperfeito (quando faz a descrição de factos)


pretérito perfeito (quando se faz a narração de factos passados).
 Nas propostas/recomendações ocorrem (preferencialmente) verbos do conjuntivo e outras
expressões circunstanciais;
 Uso de numerais quer no sumário quer no corpo do texto (numeração de
capítulos/subcapítulos, quadros e figuras, indicação de valores volumétricos), etc.

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 Ocorrência de marcas espácio-temporais; uso de adjectivos na apreciação da situação/dos
factos/dos resultados da investigação;
 Dependendo do paradigma teórico adoptado no relatório podem ocorrer marcas da 1ª pessoa
(Eu/Nós) / 3ªpessoa.

2.4.4.Situações

O relatório ocorre geralmente nas seguintes situações:

 Prestação de contas;
 Acidentes de trabalho de viação;
 Balanço;
 Avaliação estudo de conflitos possibilidades ou vias alternativas de solução, etc.

2.4.5.Pressupostos

 Não obriga a observação directa dos factos;


 Pressupõe a ocorrência de factos;
 Descrição objectiva;
 Exactidão;
 Conclusões;
 Sugestões/propostas.

EXEMPLO DE UM RELATÓRIO

Escola Primaria de Beluluane

Relatório do decurso das actividades desenvolvidas, durante o 1º trimestre do ano


lectivo de 2003.

A escola de Primaria de Beluluane iniciou o ano lectivo de 2003 no dia 21 de Janeiro de


2003, conforme o previsto na instrução ministerial. Foram matriculados mil quatrocentos e
noventa alunos, distribuídos em sete classes.

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Do total dos alunos inscritos, catorze não chegaram ao fim do trimestre por motivos
diversos, oito anularam a matrícula por razões de saúde, dois perderam direito à frequência, três
foram transferidos e um não chegou a se apresentar na escola.

O aproveitamento pedagógico referente a este período é positivo, sendo 70% na 1ª classe,


75% na 2ª classe, 73% na 3ª classe, 80% na 4ª classe, 90% na 5ª e, 65% na 6ª classe 70% na 7ª
classe, o que corresponde a 74,4% a nível da escola.

Quanto a assiduidade há problema de os alunos que não justificam as faltas, o que fez
com que houvesse casos de alunos que perderam o direito à frequência. E de referir que a
maioria das faltas são cometidas durante a 1ª aula devido aos atrasos dos alunos.

Quanto aos aulas, decorreram sem grandes dificuldades ao longo do 1º trimestre, embora
tenham chegado tardiamente os professores de Português e Educação Estética, pois chegaram
duas semanas depois do início das aulas. Ambos eram da 7ª classe.

Quanto ao professor de Matemática da 6ª classe, é quem cometeu mais faltas devido ao


atraso no 1º tempo lectivo, pelo facto de estar a viver longe da escola, em Congolote.

Os livros de distribuição gratuita chegaram a tempo, os de Ciências Naturais da 4ª classe


não foram em número suficiente. Outros materiais como giz e apagadores têm sido fornecidos
com regularidades da escola.

Futuramente, seria necessário afectarem-se professores um pouco antes do início do ano


lectivo, para evitar que as aulas comecem com atraso em algumas disciplinas. Também seria
necessário observar-se o local de residência dos professores a afectar nas escolas para se evitar o
atraso sistemático.

Matola, Abril de 2003, Alda Sabonete

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2.5.Currículo vitae

Com o curriculum, você deve comunicar, informar, fazer-se conhecer, despertar interesse e
necessidade de que nos seleccionem. É importante destacar que o objectivo imediato do
curriculum não é obter um emprego, mas uma entrevista.

2.5.1.Tipos de currículo

Cronológico: os dados são colocados cronologicamente, dos mais antigos aos mais recentes, ou
invertido.
Invertido: É o oposto do cronológico. São dados mais recentes. Este tipo é o que as empresas
actualmente requerem, principalmente na área profissional, portanto é o que devemos
Fazer.
Funcional: relacionam-se as actividades ou funções independentes uma das outras, separadas
por um título. É o modelo mais usual e de fácil leitura, pois rapidamente selecciona os dados
mais relevantes para a empresa.

MODELO DO CURRÍCULO CRONOLÓGICO


Nome e Sobrenome: Maristela Soares Sampaio.
Local e Data de Nascimento: Londrina, PR - 07 Junho 1.970
Estado Civil: Solteira
Endereço: Rua Atílio de Moraes, 897 - Bairro São Thomé - CEP 87.896
Telefone: 526.1448
Documentos: RG., CPF.,TE. Carteira Trabalho, Carteira de Motorista.
FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA
- Formada em Direito.
Faculdade Objectivo de Londrina - 1985 / 1990
- Técnica em Publicidade.
Centro Dinâmica de Estudos - 1990 / 1992
CURSOS PROFISSIONAIS
- Curso de Marketing Internacional - 6 meses
- Curso de Propaganda Comercial - 4 meses

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- Seminário Comunicação Global - 2 meses
- Curso Informática - 1 ano
(Conhecimento em Wordperfect 5.1, Lotus 1-2-1, Harvard Graphics, Windows 95,
98)
- Curso de Idiomas - Inglês - 1º e 2º nível.
DADOS IMPORTANTES
- Curso prático de verão em Agências Publicitárias.
- Curso prático de Idiomas em Boston.
- Disponibilidade para viajar.
- Domínio em escrita e fala do Espanhol.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
(Descrever neste espaço a sua experiência nas empresas que você já trabalhou, com data de
admissão e saída, seu cargo, promoção, último salário, tempo de serviço, nome do Director ou
responsável ou o telefone). Exemplo:
- EMPRESA: IMÉDIA INTERNACIONAL S.A.
Director: Carlos Machado
Cargo: Secretária
Data admissão: 10 agosto 1978
Data saída: 15 Março 1980
Último salário: 300 Reais
OUTROS DADOS
Você pode incluir outros dados que julgar interessante para a empresa, tipo cursos, seminários,
etc.
OBJETIVO PROFISSIONAL
Este espaço é recomendado para quem está procurando seu primeiro emprego. Você deve
colocar o que pretende fazer e pode fazer pela empresa.
MODELO DO CURRICULO INVERTIDO
GUILHERME CERQUEIRA
FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA.
- Formado em Engenharia

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Faculdade Estadual do Paraná
Curitiba, 12 de Abril de 1963.
OUTROS CURSOS
- Curso de Gestão Empresarial
Centro de Estudos Empresariais, 1989
- Curso de Desenho Empresarial
Prisma Desenhos e Gráficos, 1987
IDIOMAS
Inglês: Estágio superior
Francês: Conhecimento básico
Alemão:
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
- EMPRESA: ENGENHARIA CIVIL LTDA.
Cargo: Engenheiro
Funções: Elaboração de planos, desenhos comerceia, vistoria de construções.
Data admissão: 5 Outubro 1992
Data saída: 10 Maio 1995
Último salário: 1.500 reais.
OBS.: Se teve outros empregos, relacionar da mesma maneira, colocando todos os dados e
funções, sempre do mais recente ao mais antigo.
DADOS PESSOAIS
Nome e Sobrenome: Guilherme Cerqueira
Local e Data de Nascimento: Santo André, SP - 12 Outubro 1960
Estado Civil: Casado
Endereço: Av. Apolónio Barbosa, 1768 - Bairro Industrial, Santo André, SP.
Telefone: 8001.5673
Documentos: RG. 1.354.561
CPF. 567.590.544-49
Militar 145897
TE. 345789564-46

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MODELO DO CURRICULO FUNCIONAL

DADOS PESSOAIS
Nome e Sobrenome
Data de Nascimento
Documento de Identidade, CPF. TE., CT. CM.,
Endereço
Telefone
Correio electrónico
Certificados, Diplomas (graduação e pós-graduação)
Formação universitária
Cargos que ocupou
Actividades
Publicações
Apresentação de trabalhos, congressos, eventos científicos

Outros

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EXEMPLO DO CURRÍCULO VITAE

IDENTIFICAÇÃO

APELIDO: Bila

NOME COMPLETO: Arlete Marcos

FILIAÇÃO: Marcos Maroja Bila e Lacefina Valente Tovela

DATA DE NASCIMENTO: 01 de Janeiro de 1984

NATURALIDADE: Nhancutse – Distrito de Xai-Xai, Gaza

NACIONALIDADE: Moçambicana

ESTADO CIVIL: Solteira

FORMAÇÃO ACADÉMICA

2013 Conclusão do ensino Geral 2º Ciclo na Escola Secundária de Xai-Xai

2010 Conclusão do ensino Geral 1º Ciclo na Escola Secundária Joaquim Chissano

2007 Terminou o curso de Formação de Professores de 7ª+3 Anos no IFP – Eduardo Mondlane

2003 Conclusão do ensino Básico na Escola Primária Completa da Praia de Xai – Xai

1998 Conclusão do ensino Primário na Escola Primária de Carre

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EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

2008-2013 Professora na Escola Primária de Totoe

2014 Professora na Escola Primária do 1º e 2º Graus Milagre Mabote

DOMÍMIO DE LÍNGUAS

Idioma Expressão Leitura Escrita Compressão

Português Fluente Fluente Fluente Fluente

Inglês Razoável Razoável Razoável Razoável

Changana Fluente Razoável Razoável Razoável

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Participou em vários seminários de Capacitação de Professores nas sedes de ZIP’s.

Concluiu o 1º Ano do Estudo Bíblico por extensão – ETE em 2005, na Igreja Evangélica
Assembleia de Deus em Xai - Xai.

Participou no seminário de capacitação sobre “Gestão de Riscos de Calamidades” de 17 a 19 de


Setembro de 2013 no IFEA, distrito de Xai - Xai.

Actualmente é estudante do curso de Licenciatura em Ensino Básico na UP-Gaza.

CONTACTOS

Cell: 828520742 /846622400; email - [email protected]

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2.6. O conceito de palavra

A palavra, na Gramática Tradicional, era considerada a unidade mínima da análise linguística.


Conforme Basílio (1999), no Estruturalismo institui-se o morfema como centro da análise
linguística, pois a palavra perdera seu status de entidade principal na estrutura da língua. A partir
do séc. XIX, há uma ruptura do modelo clássico Palavra e Paradigma no qual a palavra é o
centro da análise linguística. Esta ruptura é herdada pelo Estruturalismo Americano, cujo
fundador é Leonard Bloomfield, introdutor do morfema como a unidade básica de análise
morfológica. Ao se considerar o morfema como o objecto central das análises morfológicas, para
a autora, a precisão do conceito de palavra fica prejudicado.

Palavra composta: sua formação

Nas mais reconhecidas obras gramaticais da nossa língua, encontramos diferenciadas formas de
se definir o significado de um processo de formação de palavras por meio da composição. A
maioria dos autores apresenta pontos de vista semelhantes. Um estudo detalhado desses autores
revela estes aspectos a respeito do significado de palavras compostas: (cf. Gomes, 2005).

(a) Aproximação feita na nossa mente de dois vocábulos, determinante e determinado ou núcleo
e qualificador, que se integram numa só concepção traduzida por uma unidade mais ou menos
elevada de expressão; (b) junção ou união de dois elementos identificáveis pelo falante numa
unidade nova de significado único e constante.

No processo de composição, é necessário que as palavras tenham um vínculo permanente; desse


modo o significado novo da palavra composta é recorrente, como sugere o processo. Um
exemplo é a palavra empresa-laranja. Cada uma dessas duas palavras – empresa e laranja -,
quando atua isoladamente, tem seu significado próprio e mantém a respectiva acentuação.
Porém, quando se juntam, não ocorre alteração do acento. Diferentemente de planalto, quando
se juntam os dois vocábulos plano e alto, não há mais dois elementos separáveis, agora estão
numa só estrutura e, logicamente, com a concomitância de perda fonológica e alteração da
acentuação dos dois vocábulos.

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A formação de uma palavra composta corresponde à expressão de uma ideia única. Por exemplo,
a palavra homem-aranha é composta de dois radicais e se organiza com a combinação de
homem e aranha, designando um homem possuidor de poderes como de uma aranha, ou seja,
capaz de fazer movimentos ou trajectos semelhantes aos que esse aracnídeo é capaz de executar.
Outros exemplos são as palavras amor-perfeito e montanha-russa, que combinam uma palavra
simples com outra também simples, para com a junção, produzirem uma palavra composta,
designando um único e novo referente.

2.6.1.1. Estruturação das Palavras Compostas

Vimos que a composição é um processo de formação de palavras em que se juntam dois


vocábulos para a denominação de um ser, uma entidade etc. De acordo com as gramáticas da
Língua Portuguesa, nesse processo de composição se envolvem substantivos, adjectivos,
advérbios, verbos, pronomes e numerais. As funções podem ser tanto de nomeação, como em
livro-caixa como de caracterização, como em meninos surdos-mudos.

Ao juntarmos dois nomes, quer seja com função de nomeação quer seja caracterização, a ideia
geral se concentra em um dos termos e a ideia particular no outro. Há constantemente essa
relação binária. Por exemplo, no substantivo composto bóia-fria, a ideia geral está em bóia, já a
ideia específica está em fria. Isto é, temos um caso de nomeação.

De um modo geral, os nomes compostos são formados conforme a classe gramatical dos
constituintes. Podemos encontrar as seguintes combinações de acordo com Kedhi (2005):

Substantivo + substantivo

Dois substantivos se juntam sendo que o determinado normalmente antecede o determinante nos
compostos genuinamente de origem portuguesa como em navioescola. Todavia, o determinante
pode anteceder o determinado como em papelmoeda.

Substantivo + preposição + substantivo

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Em todas as gramáticas, essa estrutura morfológica é conhecida como um nome composto. Para
alguns autores, o primeiro substantivo é o determinado; já a estrutura preposicionada é o
determinante como em mula-sem-cabeça.

Substantivo + adjectivo / adjectivo + substantivo

Nos nomes compostos com essa combinação, como cachorro-quente, péfrio e boa-vida, a
concordância nominal é muito evidente de forma a entendermos que se trata de uma estrutura
sintáctico-semântica na qual o substantivo é sempre o determinado e o adjectivo é o
determinante.

Verbo + substantivo

Nessa estrutura, o verbo, conforme alguns autores, corresponde ao imperativo afirmativo da


segunda pessoa singular. Nos compostos de outrora. Porém, Kedhi (2005) analisa como a
terceira pessoa do singular do presente do indicativo como em saca-rolhas, instrumento que saca
rolhas. Já para outros autores, corresponde ao tema verbal, quer dizer, o radical seguido de sua
vogal temática. Câmara Jr. (1985) observa que essa estrutura linguística relaciona-se com a
segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo, entretanto acrescenta que houve uma
reinterpretação semântica, visto que não há propriamente uma ordem ou algo correlato desse
modo verbal com o sentido do composto envolvendo uma forma verbal no primeiro vocábulo.

As composições com tal estrutura apresentam o substantivo como objecto directo do elemento
primeiro, que é o verbo transitivo directo. Isso corrobora a perspectiva de que a composição é
uma combinação sintáctica lexicalizada.

Adjectivo + adjectivo

Essa construção composicional mantém o primeiro elemento com o tema em o invariável como
em olhos castanho-claros e é utilizada para indicar que alguém apresenta simultaneamente duas
qualidades, como em aluno lusobrasileiro, ou delimitar a significação de um dos qualificativos,
como em amarelo-escuro.

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Além dessas estruturas, é possível encontrarmos ainda composições com: verbo + verbo (quebra-
quebra) verbo + advérbio (bota-fora) advérbio + adjectivo (sempre-viva) advérbio + substantivo
(bem-querer) pronome + substantivo (Nossa Senhora) numeral + substantivo (Três-Marias) A
relevância dessa estruturação linguística é fundamental para o conhecimento primordial do que
seja a composição como processo formador de vocábulos a partir da combinação de dois
constituintes que fazem alusão a um só referente. Além disso, é frequente que haja a perda do
sentido de cada um dos componentes do composto, como sangue-de-boi, termo composto
designativo de um tipo de selo brasileiro. Assim, os vocábulos, isoladamente, não descrevem
objectivamente a palavra composta.

2.6.2. Abordagens Recentes sobre Palavra Composta

Após a evolução dos estudos estruturalistas, outras vertentes da Linguística surgem com o
objectivo de propor novas análises linguísticas. Nesse caso, temos Basílio (1989 e 2000a) com a
abordagem a respeito da composição descritiva e figurativa; e Sandmann (1991 e1997) apresenta
um estudo sobre o processo de composição focalizando os compostos vernáculos versus não-
vernáculos; copulativos versus determinativos e exocêntricos versus endocêntricos. Ressaltamos
a importância dos estudos desses autores em Morfologia já que são escassos os estudiosos nessa
área no Brasil e os trabalhos desenvolvidos sobre o processo de formação de palavras
denominado composição.

Basílio (2000a): a composição descritiva e figurativa

Assim como outros autores, Basílio (2000a) afirma que são dois os processos mais genéricos de
formação de palavras: a derivação e a composição. Para a autora, na derivação, formamos uma
palavra pela adição de um afixo a uma base. A composição, por sua vez, caracteriza-se pela
junção de uma base a outra para a formação de uma nova palavra. As bases que formam a
palavra composta podem ser livres, como em maria-mole ou presas, como em morfologia.

A derivação mantém a categoria nocional da base, isto é, seu teor geral. Esse processo se
estrutura com a presença de afixos, que são os prefixos ou sufixos agregados aos radicais dos
vocábulos. A composição, por sua vez, permite a combinação de significados particulares na

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formação de palavras pela junção de bases livres ou presas. A diferença entre os dois processos
se evidencia no vocábulo derivado vendedor – em que o sufixo – dor transforma o verbo
vender em um substantivo que indica o agente da acção de vender. Já em obra-prima,
encontramos uma denominação para um objecto artístico feito com primor pela junção de duas
bases livres para formarmos essa palavra composta.

A composição, segundo a autora, “envolve a junção de uma base a outra base; não há elementos
fixos, não há funções pré-determinadas no nível dos elementos.” (2000a:29) Contrariamente à
derivação, a composição utiliza estruturas sintácticas para fins lexicais com a função de
denominar e/ou qualificar seres, eventos, entidades etc. Como observamos em sofá-cama, belas-
artes e guarda-vestidos.

De acordo com a autora, a composição é utilizada, sobretudo, com o objectivo de designação de


seres; em outros casos, como qualificação. É frequente o distanciamento entre os elementos
constituintes do composto e a significação resultante dessa combinação, como observamos em
louva-a-deus olho-desogra. Nesses exemplos, os elementos constituintes se desprendem
integralmente da significação particular, porque, na junção dessas bases livres, louva + a + deus
e olho + de + sogra, o sentido é construído a partir das duas bases por meio do processo
metafórico ou metonímico em que a significação parte de factores socioculturais.

A composição, por sua natureza funcional, permite cada vez mais categorias particularizantes
dos nomes compostos. Isso ocorre com o uso das estruturas sintácticas para fins lexicais, as
subdivisões da composição possibilitam a denominação ou qualificação dos seres em geral pela
combinação de dois elementos semânticos que, existindo independentes na língua, juntam-se
num só constituinte lexical.

A autora afirma que a função de nomeação pode ser descritiva ou metafórica. Na nomeação
descritiva, o ser, a entidade ou uma substância são nomeados por suas características objectivas
mais importantes. Na composição, em geral, temos uma palavra como núcleo desse processo; e
outra palavra como elemento especificador ou determinante. São exemplos citados pela autora,
sofácama, papel-alumínio, navio-escola e carta-bilhete. Com base nesses exemplos,
destacamos os núcleos da composição: sofá-, papel-, navio- e carta-. Por outro lado, os termos

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– cama, -alumínio, -escola e -bilhete funcionam especificamente como qualificadores do
primeiro termo.

Nos exemplos de palavras compostas, percebemos pela combinação dos vocábulos o sentido e a
transparência das estruturas lexicais de tal forma que um peixe-espada, por exemplo, é um
peixe, o qual tem o formato de uma espada; uma carta-bilhete refere-se a uma carta que, por
conter poucas palavras ou por ter sido escrita em um curto papel, recebe essa descrição.

A nomeação por metáfora ocorre não por critérios descritivos ou objectivos, por uma
transferência de propriedades em termos associativos ou figurativos. A autora cita como
exemplos de composição metafórica os compostos olho-de-sogra e louva-a-deus. Nesses casos,
não há como depreendermos o sentido de todo o composto observando apenas as partes que o
constituem. Em olho-de-sogra, temos como referência um docinho com ameixa que, pela
semelhança com o olhar vigilante ou atento de sogra, ganha essa denominação metafórica. O
nome composto louva-a-deus, que faz alusão a um insecto, o qual se assemelha a uma pessoa
quando se posiciona para fazer oração, é outra composição nominal construída metaforicamente.
Na composição metafórica, frequentemente, agravasse o distanciamento entre o significado do
nome composto e o significado das partes pela própria função de denominar algo;
evidentemente, essa distância é aumentada quando tratamos especificadamente de compostos
metafóricos.

A respeito das combinações constantes, a autora introduz esse tópico para contrapor com as
formas metafóricas ou imprevisíveis que acontecem regularmente na língua. No entanto, a
composição com os verbos guarda-, porta-, pára- e salva- é constante, além de muito
produtiva.

Sobre esse tipo de composição, Basílio destaca dois tipos de regularidade: (i) a estrutura verbo +
substantivo na composição descreve nomes de agentes e instrumentos. Essa afirmação se refere
a todos os nomes compostos com tal estrutura, facilitando assim a interpretação dessas
formações compostas.

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(ii) A estrutura da composição com os verbos guarda-, porta- e pára- tem esses verbos como
estrutura fixa. Nesse sentido, a composição se aproxima da derivação, visto que nesse processo
de formação há sempre uma base à qual se junta uma outra.

Ainda acerca das combinações constantes, salientamos que os compostos de estrutura verbo +
verbo nos quais a repetição do verbo caracteriza alguns eventos, como: corre-corre, mexe-mexe
e quebra-quebra.

Para Basílio (2000a), a composição de palavras é um tipo de formação que utiliza processos
sintácticos com objectivos lexicais, conforme mencionado anteriormente, de forma que a
metáfora e a metonímia colaboram para o conhecimento semântico dos nomes compostos.

As formações composicionais se organizam de várias maneiras com os mais diversos radicais


gregos, latinos e outros. No entanto, observamos que apenas alguns radicais se combinam
frequentemente com outros que, normalmente, as gramáticas normativas e pedagógicas listam
essas ocorrências. Segundo a autora, algumas dessas bases são tão frequentes que se aproximam
da situação de sufixos. O exemplo citado pela pesquisadora é a base log- que está presente em
psicologia, ornitologia.

Nesse processo de composição, que tem pelo menos uma base presa, o segundo elemento é o
núcleo – guarda o sentido geral da palavra; já o primeiro elemento é o especificador - guarda o
sentido limitado, delimitado pela palavra. Diferentemente do processo de composição de bases
livres em que a posição do determinado e do determinado não é fixa, já com a composição de
bases presas ocorre de maneira que o primeiro elemento é o determinante, já o segundo é o
determinado.

Por fim, a autora comenta que no processo de composição de bases presas, mecanismo constante
da língua formal e utilizado na linguagem científicotecnológica, não existem construções
metafóricas. O vocábulo biólogo, composto de bases presas, descreve objectivamente um
profissional que trabalha com o meio ambiente.

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3.Conclusão

Feitas as leituras e buscas face ao tema sobre textos funcionais Didácticos – Profissionais (a acta,
convocatória, requerimento, relatório e currículo vitae) o grupo concluiu que:

A acta é um texto relativamente longo elaborado como consequência de uma sessão / reunião
que procura fixar com toda fidelidade os aspectos essenciais de factos ocorridos na sessão.

Não há possibilidade de o texto ser preenchido em impresso/formulário previamente instituído


(manuscrito ou impresso). No caso das Actas manuscritas em livros oficiais, para os erros
detectados no momento da redacção, emprega-se a palavra rectificativa “digo” (no interior do
texto), não sendo permitidas rasuras nem entrelinhas.

Convocatória é um texto de chamada de atenção, dirigido geralmente a varias pessoas,


produzido por um emissor ou entidade, investido de competências e poder, que convida ou
manda comparecer para algo.

Numa convocatória, a sequência dos parágrafos corresponde à sequência cronológica das


actividades a serem desenvolvidas. A linguagem deve ser simples, clara, objectiva e incisiva

Concluímos ainda que a acta assemelha-se da convocatória na sua estrutura, visto que ambos
possuem a introdução, desenvolvimento e conclusão.

Notamos que existe diferença entre estes dois textos uma vez que a acta é um texto longo ao
passo que a convocatória é um texto curto.

Na acta, os tempos verbais, isto é, a localização espácio-temporal reporta-se sempre a factos


passados” teve lugar, realizou-se, decorreu”, enquanto na convocatória usa-se a 1ª pessoa do
singular “convoco” e também a 2ª pessoa do plural “convocam-se.

Quanto às formas verbais, na Acta predomina a 3ª pessoa do singular/plural, representativa ou


não duma colectividade.

Pudemos observar que cada autor analisa de um modo particular o processo composicional na
Língua Portuguesa. Nesse último tópico, cotejamos Basilio e Sandmann em que a autora se

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preocupa com as metáforas e metonímias nas formações compostas, com as composições de
bases presas e com as composições constantes em nosso vernáculo. Porém, ela ressalta a
composição descritiva e a metafórica que correspondem aos compostos endocêntricos e
exocêntricos abordados por Sandmann. Diferentemente, o linguista analisa compostos com
características da própria Língua Portuguesa ou não, denominando-os como compostos
vernáculos ou não-vernáculos. Também focaliza os compostos metafóricos ou não, designando-
os como exocêntricos ou endocêntricos, segundo comentários já feitos. Por fim, ele acrescenta os
compostos que não apresentam qualquer relação de hipotaxe ou subordinação de um para com o
outro, os quais são os nomes compostos determinativos ou copulativos.

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4. Referências bibliográficas

 Dicionário da Língua Portuguesa do Porto, Lisboa


 GONÇALVES, Sara et all, Convocatórias Actas & Relatórios, ESG-De Paços De Ferreira
2009
 Jones, A., Reed, R. and Weyers, J., – “Pratical Skills in Biology”. 2nd edition.Longman
Scientific & Technical (ed), New York. 1998
 JONES, A., Reed, R. et all.“Pratical Skills in Biology” 2nd edition.Longman Scientific &
Technical (ed), New York. 1998.
 LAVAREDA, Lina et alii, Guia Prático de Construção de Textos, Edições Sebenta, 2004
 SILVA, Pedro et alii, Expressões, Porto Editora, 2010

 SILVA, Pedro et all, Expressões, Porto Editora, 2010


 JUNIOR, Ernesto Luís Guimino et all; RELATORIO; in: Tecnicas de Expressão em Língua
Portuguesa; Edição: SL; Cidade de publicação: Maputo; Editora: Anilda Ibrahimo Khan;
Volume: SL; Ano da publicação: SL; Pp: 103-107.

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