Moz 176547
Moz 176547
Moz 176547
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
CRESCIMENTO RURAL, SUSTENTÁVEL E INCLUSIVO.
COORDENAÇÃO INTERINSTITUCIONAL
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO - MINEC
MINISTÉRIO DA ECONOMIA E FINANÇAS - MEF
MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL - MDN
MINISTÉRIO DO INTERIOR - MINT
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR - MASA
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL E FUNÇÃO PÚBLICA - MAEPP
MINISTÉRIO DO TRABALHO, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL - MITESS
MINISTÉRIO DO MAR, ÁGUAS INTERIORES E PESCAS - MMAIP
MINISTÉRIO DOS RECURSOS MINERAIS E ENERGIA - MIREME
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS E RELIGIOSOS - MJACR
MINISTÉRIO DA SAÚDE - MISAU
MINISTÉRIO DA JUVENTUDE E DESPORTOS - MJD
1
MINISTÉRIO DO GÉNERO, CRIANÇA E ACÇÃO SOCIAL - MGCAS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO - MINEDH
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO - MIC
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO - MTC
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO TÉCNICO PROFISSIONAL - MCTET
MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E RECURSOS HÍDRICOS - MOPRH
MINISTÉRIO DA CULTURA E TURISMO - MICTUR
MINISTÉRIO DOS COMBATENTES - MICO
BANCO DE MOÇAMBIQUE - BM
INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA - INE
PARCEIROS DE COOPERAÇÃO
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL
SECTOR FINANCEIRO
SECTOR PRIVADO
GRANDES METAS DO PROGRAMA
As Metas do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável (PNDS) estão alinhadas com a carteira de
projectos e foram estabelecidas para um horizonte de 15 anos. Nesse sentido, até 2030 esperam-se atingir as
seguintes metas:
3. Expandir a geração de Bioenergia para 4000 Mw, implantando sistemas de energias renováveis;
2
4. Construir 1500Km de estradas terceirias e vicinais;
2. PNDS .................................................................................................................................................................... 17
2.1. OBJECTIVOS E PRIORIDADES ESTRATÉGICAS ......................................................................... 17
Criado com o mandato de assegurar e promover um desenvolvimento sustentável e justo, a missão do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento
Rural (MITADER) centra-se na redução das desigualdades socioeconómicas com ênfase no meio Rural, através da promoção de uma economia diversificada
e inclusiva.
A constituição do MITADER abrange, como o próprio nome sugere, uma área de intervenção múltipla e transversal (Terra, Ambiente e Desenvolvimento
Rural), gerando uma oportunidade impar para centrar as políticas prioritárias do Governo e assegurar a implementação de um Programa Nacional de
Desenvolvimento Rural, de forma integrada e abrangente.
Neste contexto, o MITADER definiu um Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável, o PNDS, constituído por projectos e objectivos com metas
concretas e determinantes para assegurar as transformações económicas, sociais, ambientais, estruturais e institucionais, aspiradas no Programa
6
Quinquenal do Governo (PQG 2015 - 2019), no Plano Económico Social (PES). O PNDS responde ainda às metas definidas nos Objectivos do
Desenvolvimento Sustentável (2015-2030).
O PNDS foi concebido no princípio do desenvolvimento integrado no meio rural, através do uso sustentável dos recursos naturais, organização da terra e
gestão ambiental. O Programa pretende fomentar uma economia local de base através da complementariedade da oferta de serviços básicos, capacitação
e atracção de investimentos importantes para o desenvolvimento, enquanto explora as capacidades e inova o conhecimento local.
Este documento informa sobre as componentes do PNDS e está desta forma organizado em 5 capítulos:
O capítulo 2 define objectivos e prioridades estratégicas do PNDS, como também informa sobre as suas principais áreas.
O capítulo 3 ilustra os projectos e acções complementares para a materialização dos seus objectivos.
O país regista uma população estimada em 25 milhões de habitantes, onde aproximadamente 80% da população depende da agricultura para o seu
sustento. Destaca-se também, entre as actividades económicas praticadas no meio rural, a pesca, a floresta e o comércio.
0 0 20 40 60 80
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2012 2013
A maior diversificação das fontes de crescimento permitirá um processo de desenvolvimento social mais abrangente
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Fonte: MEF
Reconhecendo que grande parte da população moçambicana vive nas zonas rurais, o Governo tem desenvolvido políticas de desenvolvimento social no
meio rural; nomeadamente a Estratégia de Desenvolvimento Rural (2007 – 2005), a Estratégia de Finanças Rurais (aprovada em 2011), o Fundo Distrital de
Desenvolvimento, entre outras.
Apesar do registo positivo na implementação destas políticas, o meio rural manifesta ainda características que carecem de uma abordagem da acção
governativa, integrada e multissectorial. Especificamente, o meio rural apresenta as seguintes características: (1) ausência de infra-estruturas básicas de
educação, saúde, água, saneamento do meio, energia e vias de acesso; (2) precariedade de fontes de rendimento que incluem o trabalho assalariado (per-
manente, sazonal e migratório) ; (3) ausência de serviços financeiros adequados (4) baixos níveis de produtividade; (5) prática do uso insustentável dos
recursos naturais e; (6) predominância da agricultura familiar de subsistência. Destacam-se ainda desafios estruturais nomeadamente: (i) níveis baixos de
alfabetização, (ii) desnutrição crónica, (iii) altas incidências da malária e HIV/SIDA, (iv) desigualdades de género, (v) vulnerabilidade às mudanças climáticas,
(vi) dispersão da população, e (vii) êxodo rural.
É dentro deste contexto que se encontram os grandes desafios do desenvolvimento rural e a eliminação destes desafios é também apoiada pela boa
governação e mobilização social.
10
1.2. ANTECEDENTES
O desenvolvimento rural é um conceito sobre o qual se tem reflectido um pouco por todo o mundo, em particular nas últimas décadas. Apesar da ausência
de consenso sobre como abordar e definir processos de desenvolvimento rural, cada Estado tem adoptado políticas diversas para este fim. Ao longo dos
anos, assistimos a uma evolução na abordagem do desenvolvimento rural onde a terra, como principal factor limitativo para o desenvolvimento económico,
deixou de estar no centro das prioridades; o capital e a sua acumulação deixaram de ser o motor para o desenvolvimento, e a economia rural passou a ser
movida pelo conhecimento, pela evolução tecnológica e o acesso aos mercados. Ademais, o aumento da vulnerabilidade às mudanças climáticas tem
merecido especial atenção pelo seu impacto negativo nas comunidades.
A nossa Estratégia de Desenvolvimento Rural (EDR 2007-2025) define o Desenvolvimento Rural como o processo de melhoria das condições de vida,
trabalho, lazer e bem-estar das pessoas que habitam nas áreas rurais em Moçambique, considerando sempre a preservação do ambiente como elemento
fundamental para o desenvolvimento sustentável.
Ao longo dos últimos anos, o Governo adoptou diferentes abordagens, enquadradas no contexto das diferentes fases de desenvolvimento do país, sendo
11
de destacar:
(i) 1992 – 2000 INDER (Instituto de Desenvolvimento Rural) - Instituto com autonomia administrativa e financeira, cujo principal foco foi a construção de
infra-estruturas públicas como escolas, mercados, estradas vicinais, postos de saúde e abastecimento de água. Os projectos focavam-se no contexto local e
priorizavam a subsistência das populações. O essencial era a reintegração das populações e reactivação das actividades económicas no período
pós-conflito armado. Focalizavam-se também o apoio às ONG’s na orientação das suas intervenções.
Outros aspectos corporizaram as intervenções, nomeadamente: (i) o estabelecimento das rádios e televisão comunitárias, (ii) a transferência de tecnologias
e, (iii) a criação de bibliotecas distritais.
(ii) 2000 – 2005 DNDR (Direcção Nacional de Desenvolvimento Rural) no MADER (Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural) - Neste período, o
instrumento de política foi a “Abordagem de Desenvolvimento Rural” e foram identificados 42 distritos prioritários para as intervenções. O critério de
selecção dos distritos foi o índice de pobreza e caracterizou-se por um acompanhamento directo das intervenções pelos membros do Conselho de
Ministros. As actividades continuaram similares ao período anterior (1992-2000), com destaque para micro-projectos em áreas temáticas como
micro-finanças, comunicação rural, mercados rurais e gestão dos recursos naturais.
(iii) 2005 -2014 DNPDR (Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural) no MPD (Ministério de Planificação e Desenvolvimento) e MAE
(Ministério da Administração Estatal) – Neste período, foi aprovado um instrumento de política que inclui a Estratégia de Desenvolvimento Rural (EDR)
(2007–2025) e a Estratégia de Finanças Rurais (EFR) (2011–2016). O foco foi a sua implementação através de projectos e programas que respondiam a
iniciativas locais baseando-se na abordagem de desenvolvimento económico local, através da valorização de projectos de iniciativa local. Tratou-se
essencialmente da evolução de uma abordagem sectorial para uma abordagem integrada e espacial do desenvolvimento rural.
Emerge neste período: (i) a importância dos CCL’s (Conselho Consultivos Locais) no processo da planificação, implementação e monitoria das iniciativas e,
(ii) o foco nas zonas agro-ecológicas e corredores de desenvolvimento.
A EDR tem como objectivos estratégicos: (i) a competitividade, produtividade e acumulação de riqueza, (ii) a gestão produtiva e sustentável dos recursos
naturais e do ambiente, (iii) a diversificação e eficiência do capital social, de infra-estruturas e institucional, (iv) a expansão do capital humano, inovação e
tecnologia e, (v) a boa governação e planeamento para o mercado.
A EFR tem como objectivo promover a criação e consolidação de um sistema financeiro inclusivo nas zonas rurais, capaz de apoiar e incrementar o
desenvolvimento económico e social, tanto empresarial como individual. A EDR e a EFR promovem o associativismo através da descentralização do
12 processo da legalização das associações agro-pecuárias, financiamento de cerca de 140 mil micro-projectos de geração de renda e de produção de comida
através do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo “7 Milhões”, e atribuem maior ênfase no desenvolvimento de cadeias de valor e feiras comerciais.
A abordagem de DEL (Desenvolvimento Economico Local), promove ainda parcerias entre comunidades e investidores, e o estabelecimento de centros de
recursos. Fora os “7 Milhões”, os projectos são financiados por fontes externas e tem uma abordagem territorial definida por critérios circunstanciais e no
tempo.
Tal como nos períodos anteriores, o seu impacto é diluído na dimensão dos problemas do meio rural, sem oferecer soluções de longo prazo para os desafios
do nosso país. O MITADER propõe uma nova abordagem de actuação que assegure a implementação efectiva da Estratégia de Desenvolvimento Rural
2007-2025.
1.3. INVESTIMENTO NO PEQUENO
AGRICULTOR FAMILIAR
O baixo nível de escolaridade, o fraco acesso a informação, aliado a condições
solo-climáticas e demandas de mercado, contribuem para a reduzida
capacidade do pequeno produtor gerir a sua unidade de produção como uma
pequena empresa.
Grandes
O investimento no desenvolvimento dos pequenos agricultores no nosso país Explorações
é de capital importância. 99% das explorações agrícolas no país são do sector (429 unidades)
familiar. O reduzido tamanho das suas parcelas e a baixa produtividade resulta 0.01%
em baixos volumes produzidos. Aliado a este facto, o fraco domínio das 13
técnicas agrícolas determina a fraca capacidade de trabalhar a terra.
Médias explorações
Adicionalmente, o pequeno agricultor não tem acesso e controle sobre as (37.296 unidades)
sementes, o que garantiria sementes de boa qualidade, com alto poder
germinativo e adaptabilidade às condições dos solos e clima prevalecentes. A 1%
pequena agricultura é essencialmente de sequeiro e não possui mecanismos
ou infra-estruturas locais alternativos para evitar a forte dependência de
Pequenas Explorações
factores naturais (sistemas de irrigação e de drenagem contra secas e (3.090.197 unidades familiares,
inundações, respectivamente). que cultivam menos de5ha/ por família)
99%
Estes aspectos justificam a necessidade de investimentos multifacetados no
pequeno agricultor, nas seguintes áreas por ordem de prioridade:
PROGRAMA NACIONAL DE
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
2. PROGRAMA NACIONAL
DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL (PNDS)
O PNDS é um programa de desenvolvimento integrado no meio rural, que visa
promover o uso sustentável dos recursos naturais, organização da terra e
gestão ambiental. Este Programa pretende fomentar uma economia local de
base através da complementariedade da oferta de serviços básicos,
capacitação e atracção de investimentos importantes para o desenvolvimento,
16
enquanto explora as capacidades e inova o conhecimento local, e contribui
para a resiliência das comunidades aos efeitos das mudanças climáticas.
• Energia: dotar a economia rural de factores produtivos determinantes para o seu processo de
dinamização;
• Água: Assegurar os serviços básicos essenciais para o bem estar das populações, e de impacto na
produtividade no meio rural;
• Formação e transferência de tecnologia: Reforçar a capacidade produtiva através da transferência
de tecnologia e formação, para os agentes de desenvolvimento rural;
• Infraestruturas de ligação aos mercados: Assegurar o desenvolvimento de infraestruturas
económicas e sociais que permitam aumentar a acessibilidade e mobilidade no meio rural;
• Banca e Financiamento: Promover uma economia diversificada e geradora de emprego através
do estímulo ao investimento nos sectores estratégicos da economia rural;
2.2. ÁREAS DO PNDS
ENERGIA RURAL
18
22
ENERGIA RURAL 23
2.2.2. ENERGIA RURAL
Prioridade estratégica: Energia
4000
25
3000
2000
1000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2005 2007 2008 2009 2010
Segundo país da África Austral As reservas de carvão moçambicanas O país tem das maiores reservas de gás
com maior potencial hídrico. são das maiores no mundo. natural do continente africano.
Potencial total por Capacidade de produção Potencial para rivalizar
explorar de 12.000 MW de 8.000 MW com a Austrália e
na província de Tete. durante 30 anos. aproximar-se do Qatar, o
maior produtor mundial.
Cahora Bassa assegura 90% Já há grandes investimentos
da energia do país. em curso, mas queda no preço Já há vários projectos em curso,
do carvão tem-nos condicionado. mas para o potencial ser atingido,
serão necessários ainda grandes
investimentos e alguns anos.
26
23 10
25
20
13
15 (56%)
10
0
População Com acesso Sem acesso
de Moçambique à electricidade à electricidade
Moçambique terá de investir cerca de 2,4 B$ para expandir a rede eléctrica a todo o território do país
ÁGUA RURAL 27
2.2.3. ÁGUA RURAL
No meio rural, as vias de acesso tem importância tanto do ponto de vista social,
como económico. Socialmente permitem o acesso das comunidades rurais à
educação, saúde e lazer. No âmbito económico, facilitam o escoamento da
produção e reduzem os custos logísticos. O objectivo dos Projectos nesta área,
é melhorar a logística ao nível distrital, por via da construção, reabilitação e
manutenção de infra-estruturas de rede viária nas zonas rurais. Esta abordagem
pretende assegurar um investimento em estradas terciárias, vicinais.
Elevada dependência
Existência de um enorme valor Necessidade de desenvolvimento
de importação de alimentos, devido
por capturar nos sectores do gás e carvão. de infra-estruturas de apoio ao sector.
à indústria alimentar incipiente.
Características únicas
80% da população activa moçambicana Criticidade do sector para o desenvolvimento
para se tornar num dos principais
empregada na agricultura. de toda a economia nacional.
destinos turísticos africanos.
ESTRUTURA DO FUNDO
Este pacote será operacionalizado através do Fundo
Nacional de Desenvolvimento Sustentável que se prevê 50% ESTADO 50% BANCOS
que seja uma entidade autónoma nos termos
administrativo, financeiro e patrimonial, cujo objectivo
principal é fomentar e financiar acções com o fim de
garantir o desenvolvimento sustentável, harmonioso e
inclusivo.
34 FINANCIAMENTO
EMPREGO
CRITÉRIOS DE ACESSO AO FUNDO
Estas três áreas (sectores prioritários, estrutura do Fundo e critério de acesso ao Fundo) quando combinadas, tem um enorme potencial na geração de
emprego e na diversificação das actividades económicas, permitindo equilibrar a balança ligada ao sector extractivo e financeiro. Regime fiscal dos
projectos financiados no âmbito do PEER:
i. Isenção nos primeiros dez anos de IRPC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas);
ii. Do 10° ao 15° ano, redução do IRPC de 50%;
iii. Isenção de importação de direitos aduaneiros e IVA (Imposto sobre oValor Acrescentado);
iv. No mercado interno, isenção de IVA.
O Pacote de Estimulo à Economia Rural prevê o financiamento de 200 projectos âncora no meio rural, com particular enfâse nos sectores das energias
renováveis, do agronegócio e do turismo. O pacote não deixará de financiar outros sectores de impacto ao desenvolvimento rural que se mostrem viáveis.
36 3. PROJECTOS E ACÇÕES
COMPLEMENTARES
No âmbito da implementação do PNDS, são concebidos vários projectos que activam entre uma a cinco
áreas em simultâneo, contribuindo sempre para o objectivo comum de desenvolvimento sustentável das
áreas rurais de Moçambique, dotando as famílias rurais de meios e competências para prosperar.
O Projecto Sustenta é um projecto de gestão integrada de agricultura e recursos naturais cujo objectivo é
promover e facilitar o desenvolvimento rural integrado, com vista a contribuir para a melhoria das condições
de vida das famílias rurais, com base em:
Consiste ainda em dinamizar as cadeias de valor de base florestal, empoderando todos os envolvidos com 37
os recursos necessários e gerando as sinergias possíveis, de forma a aumentar a produtividade, assegurando
em simultâneo fornecimento de resposta imediata em caso de uma crise ou de emergências elegíveis.
O Projecto “Um Distrito, Um Banco” tem como objectivo acelerar o processo de bancarização das zonas
rurais, com vista a garantir total cobertura da rede bancária do País.
Para tal, o Governo colocará à disposição das instituições financeiras, facilidades para a instalação e
estabelecimento de agências, em 72 distritos, dentro de um prazo de 4 anos.
Este processo visa garantir o cumprimento do Plano Quinquenal do Governo 2015-2018, que preconiza, o
desenvolvimento sustentável de infra-estruturas sócio-económicas essenciais e vitais para a promoção da
actividade produtiva do sector privado e associativo, bem como o incremento da capacidade do sector
público, de prover os serviços sociais básicos à população.
3.3. PROJECTO QUINTA DA ENERGIA
O Projecto Quinta da Energia visa implantar sistemas locais de energia, com base em fontes de energia renováveis. Trata-se de sistemas de geração de energia
com capacidade estimada entre 0 a 10 MW, podendo representar um investimento de cerca de 2 milhões de USD por MW.
Este pressupõe a implementação das políticas e condições legais/fiscais que possam garantir a atracção de investimentos para o sector, numa perspectiva de
retornos moderados, mas que, a medida em os outros sectores da economia real se forem desenvolvendo, tenderão a aumentar significativamente.
As áreas de conservação são o habitat para inúmeras espécies de fauna e flora, com valor ecológico e científico, e representam um valor económico turístico
importante, para o desenvolvimento das comunidades rurais.
O Mozbio, Projecto de Conservação da Biodiversidade tem como objectivos: (i) capacitar a fiscalização de áreas de conservação, (ii) infra-estruturar as áreas de
conservação (iii) promover o turismo (iv) mapeamear as áreas de conservação (v) e desenvolver as comunidades próximas das áreas de conservação.
38
Neste âmbito, o Projecto MozBio prevê a construção de 3 aeródromos, a construção de 5 acampamentos de fiscalização, e a formação de 800 fiscais
O objectivo do projecto Água-Viva é de assegurar o acesso e tratamento da água no meio rural para consumo doméstico e para as actividades económicas.
Tendo em conta o contexto rural actual, exigem-se soluções rápidas e simples para garantir eficiência no fornecimento de água. Assim, este projecto prevê o
estabelecimento de sistemas de purificação de água pré-fabricados, associados a equipamentos com as seguintes características:
O PACA visa contribuir para o aumento da resiliência de Moçambique, aos impactos das alterações climáticas, com a implementação de medidas concretas de
adaptação, identificadas a partir de processos de consulta comunitários e orçamento participativo. Este programa actua nas áreas geográficas mais vulneráveis
às mudanças climáticas, de acordo o Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental 2009-2025.
Adicionalmente contribui para a Estratégia Nacional de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas que estabelece directrizes de acção para criar
resiliência, incluindo a redução dos riscos climáticos, nas comunidades e na economia nacional e tem a finalidade de promover o desenvolvimento de baixo
carbono e a economia verde, através da sua integração no processo de planificação sectorial e local.
É um pacote de financiamento elegível aos pequenos produtores devidamente organizados para o acesso aos mercados pelo que, impõe-se que as suas formas
de organização lhes permitam fazer parte das cadeias de valor agrícolas locais.
40
O objectivo é estimular o acesso aos pequenos agricultores e suas organizações aos mercados com vista a sua inclusão económica, aumento da renda e
eliminação da pobreza.
O investimento deverá considerar uma abordagem que incluirá a demanda dos outros actores cujas actividades facilitem de forma directa os diferentes
segmentos das cadeias de valor. Especial atenção será dada a comerciantes devidamente credenciados através de contratos-programa.
Como tal, além do crédito, o pacote providenciará serviços de poupança, leasing e factoring, micro-seguros, entre outros.
A importância do planeamento e ordenamento do território é de promover o equilíbrio entre habitantes, espaço físico, e os recursos naturais existentes. O
Projecto Novas Centralidades tem como objectivo criar Centros Integrados de Serviços, nas áreas de grande potencial, tais como a agricultura, o turismo e a
habitação, dentro dos princípios de planeamento físico pré-definidos. Igualmente tem como objectivo projectar a construção das cidades do futuro.
O Projecto Novas Centralidades prevê a construção de 25 centralidades agrícolas, 6 centralidades turísticas, e a projecção de 5 centralidades habitacionais e 7
cidades do futuro, nomeadamente: Palma/Afungi, Nacala-Velha, Pebane, Lumbo/Angónia, Dondo e Matutúine.
3.12. PROJECTO CRESCER BEM
O Projecto Crescer Bem consiste de uma campanha de mobilização comunitária, focalizada na mulher grávida e na criança, com vista contribuir para a redução
da desnutrição crónica, partindo de acções coordenadas em prol da mudança social e de comportamento.
Tem como objectivo principal a promoção da educação alimentar, através da implementação de acções de mobilização nas comunidades, com vista a melhoria
do estado nutricional de crianças e mulheres grávidas em Moçambique.
A missão é contribuir para cumprimento do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica (PAMRDC) 2011- 2015 (20), que tem como
objectivo acelerar a redução da desnutrição crónica de 44% (2008) até 30% (2015) e 20% (2020), contribuindo para a redução da morbimortalidade infantil e
assegurando o desenvolvimento de uma sociedade saudável e activa.
i. Promover o desenvolvimento rural baseado na protecção, conservação, valorização, criação e utilização sustentável da floresta;
ii. Apoiar o sector privado, através do desenvolvimento da indústria madeireira nacional, da diversificação e maximização da cadeia
de valor do sector florestal;
iii. Estimular a criação de postos de trabalho no sector florestal, através da diversificação de bens e produtos, baseados no paradigma
da conservação;
iv. Capitalizar a busca e aplicação de fundos internacionais e receitas nacionais na protecção, conservação, valorização, criação
e utilização sustentável da floresta;
v. Mitigar o impacto das medidas de restruturação e reforma do sector florestal;
vi. Promover o desenvolvimento das comunidades locais através do apoio ao maneio comunitário e valorização dos recursos florestais,
particularmente dos produtos não madeireiros;
viii. Criar alternativas à exploração desenfreada da floresta, através de actividades de preservação e aumento de stock florestal.
O Projecto Floresta em Pé prevê o financiamento da certificação de 50 concessões florestais, a capacitação de 800 fiscais de protecção, a construção de 5
acampamentos de fiscalização, a distribuição de 12 mil colmeias a 800 associações de apicultores, a instalação de 20 unidades de processamento de mel, o
financiamento de 20 carpintarias distritais, e abertura de 20 viveiros florestais e de florestamento.
Políticas e Acções Complementares
A evolução do desenvolvimento rural deverá ser acompanhada por politicas e acções multissectoriais complementares
que respondam aos desafios estruturantes no meio rural.
A concretização das políticas acima, são essenciais para os objectivos preconizados para o desenvolvimento rural.
4. INDICADORES DO 43
DESENVOLVIMENTO RURAL
4.1. INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO RURAL
Número de Indica o capital fixo estruturante para o bom Tipo de dados: Número de Emprego em Para este indicador, o ideal é incluir Tipo de dados: Número de população
infra-estruturas desempenho da economia rural, a nível local. Infra-estruturas públicas construídas. actividades o emprego assalariado e o auto-emprego. empregada em actividades florestais.
públicas de Trata de dados sobre infra-estruturas Metodologia de Recolha: Relatórios florestais ou Entretanto, este último é regra geral Metodologia de Recolha: A sua fonte
apoio ao (estradas terciárias e vicinais, pontecas, drifts, de Balanço dos Governos Distritais. relacionadas de difícil acesso. principal são as estatísticas do
3 (tempo inteiro / SDAE Anualmente
processo
produtivo
mercados, tanques carracicidas, armazéns
de apoio ao processo produtivo e económico etc)
SDPI Anualmente 7 equivalente).
emprego a nível nacional consolida-
das pelo INE. 45
e económico construídas por distrito Os relatórios de balanço periódicos
dos Governos Distritais são a
principal fonte a curto e médio prazo.
Taxa anual de A maior parte da população rural dedica-se Tipo de dados: Rendimentos O acesso a informação sobre o dia-a-dia da vida
crescimento à agricultura. A medição dos rendimentos neste agrícolas. no meio rural, é extremamente importante
dos rendimentos sector é importante para a avaliação da dinâmica Metodologia de Recolha: Inquérito do e ganha maior relevância quando tal informação
da actividade da economia naquele meio. Independentemente INE, relatórios de balanço dos contribui para a melhoria do trabalho, aumento
agrícola e não da cultura, o essencial é apurar quanto se rende Governos Distritais, Inquéritos e da renda e por conseguinte para o combate
8 agrícola no meio em media por hectare. A comparação entre levantamentos diversos. SDAE Anualmente a pobreza. Assim, o número de rádios e televisões
rural. os salários ou rendimentos dos trabalhadores comunitárias e o número de programas
do sector agrícola e do sector não-agrícola pode radiofónicos especiais de Desenvolvimento
ajudar a avaliar a dinâmica da economia local. Rural difundidas, são os dados mais essenciais.
Os inquéritos sobre rendimento são uma das As fontes desses dados são as autoridades Tipo de dados: Número de Agregados
principais fontes deste indicador. públicas locais, o ICS, o MITADER, as ONGs familiares com acesso a rádio,
e demais actores da economia rural. número de comunidades com acesso
ÁREA: FINANÇAS RURAIS Comunicação a rádio, número de programas SDAE Anualmente
12
Rural relevantes ao desenvolvimento
transmitidos.
Actualmente para o nosso país, o essencial é a A comunicação social tem dado um grande Metodologia de Recolha: Relatórios
cobertura bancária dos distritos. Contudo, a sua contributo no desenvolvimento rural e de balanço dos Governos Distritais
eficácia será sempre relevante quando conjugada sócio-económico e cultural, na promoção e inquérito do INEs
com o indicador sobre a profundidade de inclusão e consolidação da unidade nacional e no
financeira, sob a forma de percentagem, aprofundamento e defesa da democracia
da população com acesso a serviços bancários. e do Estado de Direito.
TRODUÇÃO
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL