ECTOPARASITOS
ECTOPARASITOS
ECTOPARASITOS
PARASITOLOGIA
OS ECTOPARASITOS E OS PRINCIPAIS VETORES DE
DOENÇAS
ECTOPARASITOS Objetivos: Conteúdos:
E OS PRINCIPAIS Conhecer os principais Filo Arthropoda.
VETORES DE animais vetores de doenças e
suas relações com os seres
Filo Mollusca.
DOENÇAS humanos e com os outros Ectoparasitoses (escabiose,
animais. pediculose, miíase e
tungíase).
Identificar as ectoparasitoses
e sua profilaxia.
➢O QUE SÃO VETORES?
Os vetores são organismos que podem transmitir doenças
infecciosas entre os seres humanos ou de animais para humanos.
CONCEITOS Muitos destes vetores são insetos hematófagos, que ingerem
micro-organismos produtores de doença durante uma refeição de
sangue de um hospedeiro infectado (humano ou animal) e,
posteriormente, o injeta em um novo hospedeiro durante a sua
subsequente refeição de sangue.
Os mosquitos são os vetores de doença mais conhecidos.
Outros vetores incluem carrapatos, moscas, flebotomíneos,
pulgas, triatomíneos e alguns caracóis aquáticos de água doce.
• Transmissão
➢Tratamento
O tratamento é feito à base de inseticidas especiais
ou escabicidas – medicação oral como o benzoato de
benzila, a deltametrina, o tiabendozol ou monossulfeto de
tetratiltiuram.
Pediculose
São insetos vulgarmente conhecidos como piolhos
(gêneros Pediculus e Pthirus), que causam uma doença
parasitária chamada pediculose. Na espécie humana, a
infestação é causada pelo Pediculus humanus (corpo em
geral), Pediculis capitis (couro cabeludo) e pelo Pthirus
pubis (região pubiana). Seu ovo se fixa no fio de cabelo por
uma substância pegajosa. Quando estão na forma
conhecida como lêndea, podem ser encontradas aderidas
às fibras dos tecidos das roupas, assim como o próprio
inseto.
▪ São insetos, portanto, apresentam o corpo dividido em
MORFOLOGIA cabeça, tórax e abdome.
▪ Não possuem asas e possuem aparelho bucal picador-
sugador.
▪ As pernas são fortes e, no tarso, observa-se uma forte garra
que se opõe a um processo na tíbia, que forma uma pinça,
com a qual o inseto fica firmemente agarrado ao pelo ou
tecido.
▪ Os ovos são colocados aderidos aos pelos ou às fibras dos
tecidos e medem, aproximadamente, 0,8 mm de
comprimento por 0,3 mm de largura.
MORFOLOGIA Pediculus capitis: adultos se apresentam com de 2,0 a
3,5 mm de comprimento. Seus ovos ficam cimentados
DE ALGUNS na base dos cabelos (lêndeas).
ESPÉCIMES Pediculus humanus: adulto tem morfologia
semelhante ao P. capitis, porém, apresenta maiores
dimensões, medindo normalmente de 3 a 3,5 mm.
Habita as partes cobertas do corpo, cimentando seus
ovos às fibras das roupas.
Pthirus pubis: também conhecido como “chato” é a
espécie menor, com morfologia característica e
localização preferencial na região pubiana e perianal,
mas a sua localização não é exclusiva dessas áreas.
Quando estão parasitando crianças, pela ausência de
pelos pubianos, seus ovos são encontrados nos cílios
das pálpebras, podendo, independentemente de faixa
etária, ser encontrados nos pelos de qualquer parte do
corpo. Raramente são vistos no cabelo.
TRANSMISSÃO São transmitidos principalmente por contato direto entre
indivíduos.
As moradias em locais apertados, os transportes
coletivos, abraços e brincadeiras infantis facilitam a
transmissão.
Os “chatos” são transmitidos pelo contato sexual.
Os estímulos para que os piolhos mudem de um
hospedeiro para outro são: temperatura, umidade e odor.
A transmissão de Pediculus capitis e Pthirus pubis por
meio de seus ovos é pouco provável.
CICLO
BIOLÓGICO
PATOGENIA
As manifestações clínicas da pediculose em qualquer
parte do corpo são devidas essencialmente à secreção das
glândulas salivares que é injetada na pele durante a picada.
Essas secreções produzem pequena lesão papulosa e intenso
prurido. O paciente é fortemente estimulado a coçar-se e a
arranhar-se, provocando na pele escoriações lineares
paralelas que tendem a ficar hiperpigmentadas, com a base
endurecida e geralmente revestida de crostas.
Acredita-se que os hospedeiros desenvolvem uma
reação de hipersensibilidade tipo 1 à saliva e aos dejetos
desses insetos.
DIAGNÓSTICO ➢A infestação por piolhos geralmente é identificada pelo exame
minucioso dos pelos do corpo, à procura de lêndeas, ninfas e adultos.
e
EPIDEMIOLOGIA
Tratamento:
Loções de limpeza com piretrinas podem ser utilizadas no tratamento da
ftiríase e não devem ser utilizadas em mulheres grávidas ou
amamentando.
É essencial a troca de roupas de cama depois do primeiro tratamento
Miíase
Insetos com um par de asas e ciclo completo, com
formação de ovo, larva, pupa e adulto.
Estão incluídos nessa ordem os mosquitos, os
flebotomíneos e as moscas.
A miíase é definida como sendo a infestação causada por
larvas histiófagas de dípteros em hospedeiros vertebrados, que
encontram em tecidos vitalizados, tecidos necrosados de
animais vivos e necrófagas (cadáveres) a fonte nutricional para
seu desenvolvimento.
No gênero Cochliomyia, encontramos múltiplas larvas no orifício de cada
lesão:
▪ Cochliomyia hominivorax: as fêmeas depositam seus ovos em bordos de
ferimentos recentes na pele dos animais de sangue quente. Os seres
humanos e qualquer outro animal doméstico podem ser acometidos por
MORFOLOGIA essa mosca.
▪ Cochliomyia macellaria: também conhecida como invasora secundária
dos ferimentos. As fêmeas normalmente depositam seus ovos em
cadáveres ou em matéria orgânica em decomposição.
➢Epidemiologia
As D. hominis são encontradas em regiões tropicais, sendo
muito frequentes no Brasil, especialmente nas regiões
sudeste e nordeste. A C. hominivorax e a C. macellaria são
encontradas nos Estados Unidos, nas Antilhas e em quase
toda a América do Sul, inclusive no Brasil.
PROFILAXIA Destacam-se os seguintes elementos:
e O controle profilático do berne é feito pela adequada
higienização de estábulos; pelo manejo dos dejetos de animais; pelo
TRATAMENTO rígido controle de moscas veiculadoras do berne e pelo tratamento
das feridas contaminadas pelas larvas.
Tratamento:
Em humanos, a remoção da larva baseia-se em impedir a
respiração da larva (asfixia do parasita) e fazer a sua retirada cirúrgica.
Após a remoção do parasita, é indicado o uso da vacina antitetânica.
Se o local apresentar algum indício de infecção bacteriana, deve-se
fazer uso de antibioticoterapia.
Tungíase
A ordem Siphonaptera compreende insetos
hematófagos de ambos os sexos, vulgarmente
conhecidos como pulgas e bichos-de-pé.
São encontrados em todo o mundo, com
aproximadamente 3.000 espécies conhecidas e pouco
mais de 250 ocorrendo na América do Sul.
Das oito famílias de pulgas existentes no Brasil,
apenas algumas apresentam espécies de importância
médica.
Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis: parasitas de cães e gatos,
podem causar lesões papulosas com prurido no ser humano
As principais
Xenopsylla cheopis: parasita de roedores, pode transmitir para o homem a
espécies são: peste bubônica, causada pela bactéria Yersinia pestis, por meio de sua
picada.
Pulex irritans: parasita do homem, causando halo eritematoso com edema,
prurido e dor. É a pulga que mais frequentemente ataca os seres humanos,
embora também se alimente de outros hospedeiros diferentes.
Tunga penetrans: causadora da tungíase. É a menor pulga conhecida, sendo
denominada vulgarmente de “bicho-de-pé”. É encontrada parasitando
porcos, cães, gatos e o homem. A fêmea grávida possui um hábito incomum
para os sifonápteros: ela entra no folículo piloso e lá desenvolve seus filhotes
dentro de seu útero. O quadro resulta numa lesão conhecida como bicho-de-
pé, que, na verdade, não é um parasito, e sim um comensal, mas que pode
funcionar como vetor de microrganismos. A fêmea libera os ovos e sai da
pele ou é expulsa pelo processo inflamatório do corpo do hospedeiro.
▪ A transmissão se dá pelo contato direto com o
TRANSMISSÃO solo contaminado.
▪ Não há transmissão de pessoa a pessoa.
CICLO
BIOLÓGICO
Os machos e fêmeas das pulgas são agentes espoliadores
PATOGENIA sanguíneos, que realizam continuamente a hematofagia.
Provocam irritação da pele devido à introdução de saliva
pela picada, ocasionando dermatite e reação de
hipersensibilidade tipo 1 (alérgica) de intensidade variada.
Podem causar lesões cutâneas locais significativas e são
potenciais vetores para agentes etiológicos de várias
doenças infecciosas, como o tétano, gangrena gasosa e
micoses.
Pode causar nos hospedeiros uma dificuldade de
locomoção e até a perda dos dedos dos pés.
A lesão causada pela T. penetrans se caracteriza por
DIAGNÓSTICO uma elevação circular e amarelada da pele com um
ponto negro central, que é o último segmento do
corpo do bicho-de-pé, o qual contém os ovos.
Nos hospedeiros, as áreas mais afetadas são as
plantas dos pés, ao redor das unhas e nos
calcanhares.
A irritação no local infectado provoca prurido, dor e
secreção purulenta.
EPIDEMIOLOGIA As pulgas em geral apresentam distribuição cosmopolita, parasitando
quase todas as espécies de mamíferos.
No caso da tungíase, é mais comum em países subdesenvolvidos, tais
como as regiões tropicais da África, no oeste da Índia, no Caribe e nas
Américas Central e do Sul.
Profilaxia
PROFILAXIA O principal método para se evitar a tungíase é usar
e calçados em locais frequentados por animais e promover
TRATAMENTO condições sanitárias que impeçam a disseminação do
agente no meio ambiente.
Tratamento
O tratamento consiste na remoção do agente causador
(bicho-de-pé) com agulha ou bisturi estéreis, seguido de
desinfecção do local. Em caso de infecção secundária,
pode ser necessário o uso antibioticoterapia. O uso da
ivermectina mostrou-se eficiente em alguns pacientes