Revista Perspectiva Capiana
Revista Perspectiva Capiana
Revista Perspectiva Capiana
Vice-reitora
Sylvia da Silveira de Mello Vargas
Pró-reitor de Graduação
Belkis Valdman
Pró-reitor de Pessoal
Luiz Afonso Henriques Mariz
Pró-reitor de Extensão
Laura Tavares Ribeiro Soares
Colégio de Aplicação
Diretora Geral
Celina Maria de Souza Costa
Vice-Diretora
Miriam Abduche Kaiuca
6 Língua portuguesa
Teresa Coutinho Andrade
VICE-EDITOR A
Cristiana Madanêlo Leitura no ensino fundamental
PRODUÇÃO GR ÁFICA Luciana Ferreira, Marise Leite, Natália Fernandes,
Juliana Montenegro Raquel Fonseca, Vanessa Barbosa
Raphael Borges
FOTOGR AFIA
Silmar Marques
12 Artes plásticas
Ensino em artes: um outro mundo é possível?
REVISÃO Sandra Martins
Ana Beatriz Muniz
Maria Luiza Rocha
APOIO
15 Sem fronteiras
Fábio Garcez Uma atitute sem pressa: antídoto para a ansiedade
Maria Luiza Rocha
Tiago Lisboa Bartholo improdutiva
ENTREVISTA Isabel Cristina de Moura Carvalho
Ana Crélia Dias
FOTOLITOS E IMPRESSÃO
18 Construindo pontes
Stamppa Gráfica e Editora
Do you speak “français” ou parlez-vous “English”?
TIR AGEM Eliane Cardoso Tibogue, João Carlos Teixeira de Mello,
1.000 exemplares
Maria Aparecida Gomes Ferreira e Raquel Souza de Oliveira
ILUSTR AÇÃO
Cora Ribeiro
Juliana Montenegro
23 Como e porque ler José de Alencar
Ana Crélia Dias e Antônio Carlos Secchin
BOLSISTA DE INICIAÇÃO
ARTÍSTICA E CULTUR AL
Juliana Montenegro
26 Memória
CONSULTORES TÉCNICOS Memórias de um colégio
Armando Gens (Português)
Isabel Cunha (Inglês) Teócrito Abritta
Rosza Vel Zoladz (Artes)
29 Resenha
A mitologia africana em sala de aula
Claudio Lorenço de Oliveira
30 Notas
Aconteceu no 1° semestre de 2009
Caro Leitor
Chegamos ao sexto número de PERSPECTIVA CAPIANA cuja capa homenageia alguns de nossos grandes
escritores – Aluísio de Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Cecília Meireles,
Manuel Bandeira, Monteiro Lobato, Mario de Andrade, Mário Quintana, Oswald de Andrade e José de Alencar.
A homenagem relaciona-se à questão da sobrevivência do livro impresso em meio ao avanço tecnológico, tratada
na entrevista com Heloisa Buarque de Holanda, assim como à questão da leitura, apresentada em dois artigos que
tratam do tema– sua prática no ensino fundamental e a importância de se ler José de Alencar.
Em seguida, o artigo de autoria de professores de Francês e de Inglês propõe a cooperação entre os setores de
tais línguas estrangeiras em nosso colégio. Trata-se de uma proposta inovadora e instigante no que diz respeito à
reflexão lingüística por parte do aprendiz.
Depois nos deparamos com dois textos que em comum apresentam novas maneiras de se viver. O primeiro, “O
ensino de arte: um outro mundo possível” relata uma experiência vivenciada por uma educadora preocupada
com o preparo de seu próprio material, tal como se fosse uma requintada, no sentido de acurada, refeição, com
todas suas implicações prazerosas. O segundo, por sua, vez, “Uma atitude sem pressa: antídoto para a ansiedade
improdutiva” propõe uma nova maneira de se comportar em um mundo em que a pressa impregna o cotidiano
até na alimentação.
Finalmente, fecha-se o número com algumas saudosas memórias do irmão de um ex-aluno capiano, Guilhermino
Abritta, e com uma resenha de um livro de histórias da mitologia africana.
É com alegria, então, que já começamos a nos animar para colocar mãos às letras para o sétimo número.
Arquivo Pessoal
“
O livro impresso se
PERSPECTIVA: A redução de custos pode levar os
meios digitais e os sistemas de hipertextos a substituírem torna certamente
o livro impresso?
obsoleto como
Heloísa: Acho que não. O livro impresso se torna
certamente obsoleto como referência, como suporte
referência, como
para a divulgação técnica e científica e para outros suporte para a
nichos da produção outrora confinada às editoras. Mas
certamente o livro impresso encontrará seu novo perfil divulgação técnica
e seus novos usos no caso do crescimento desse sistema
editorial de base digital. e científica...
PERSPECTIVA: A velocidade da geração de
Mas certamente
informações é muito diferente do tempo do encontrará seu novo
conhecimento. Essa velocidade torna obsoletas ideias
recentes, isto é, informações tecnológicas, por exemplo, perfil e seus novos
têm data de validade. Alguns especialistas afirmam que
é quase impossível dar conta de editar essa produção usos no caso do
frenética de informação sem correr o risco de retificação
crescimento desse
”
e perda de material impresso. Isso vai de encontro à
publicação de livros “de papel”? sistema editorial de
Heloísa: Acho que sim. As publicações marcadas base digital.
pela urgência de informação e divulgação encontrarão
melhor canal nas mídias digitais.
4 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
entrevista
“
PERSPECTIVA: Os escritores cujas obras são
divulgadas na internet (sites, blogs, etc) sofriam, a
princípio, certo preconceito, por serem rotulados como
aqueles que não conseguiram atrair editores. Como está
a internet é
essa situação? um ambiente
Heloísa: Acho que o preconceito é mais em torno da extraordinário
qualificação de “ literário” para os textos hospedados
na internet. Porque, em termos de visibilidade, todos já para divulgar
concordam que a internet é um ambiente extraordinário
para divulgar novos autores, estimular a vida literária e
novos autores,
mesmo para ajudar o editor a encontrar novos títulos. estimular a
PERSPECTIVA: Apesar da crescente publicação de vida literária
obras digitais, há autores que tentam restringir o acesso
a suas obras por esses meios. Essa resistência tem dias e mesmo para
”
contados, na sua opinião?
ajudar o editor a
Heloísa: Essa é uma questão comandada unicamente encontrar novos
pelo mercado. E o mercado está dando mostras de
que o acesso de obras na internet vem induzindo a títulos.
compra desses textos. Paulo Coelho, por exemplo,
tem disponibilizado sua obra na íntegra para download
gratuito. E não se pode dizer que Paulo Coelho não sabe
vender...
PERSPECTIVA: Como fica a questão da autoria em PERSPECTIVA: Como fica a literatura diante de
tempos de produção digital? todas essas mudanças?
Heloísa: Fica irreversivelmente mais aberta a Heloísa: Fica super feliz. Ela vai ganhar mais espaço,
experiências de criação compartilhada e novas formas mais visibilidade, mais leitores e mais facilidade de
não proprietárias de criação. O que é novo e promete criação. Se ela não gostar disso, estará vivendo um
um longo caminho pela frente. problema sério....
Heloísa: Pode sim. Se você olhar em volta, a divulgação Heloisa Buarque de Hollanda é coordenadora do Programa
e o consumo da música e do cinema, por exemplo, dão Avançado de Cultura Contemporânea, diretora da
provas disso. Por que não a literatura? Aeroplano Editora e Consultoria e curadora do Portal
Literal. Fez Mestrado e Doutorado em Literatura Brasileira
PERSPECTIVA: Na sua opinião, o surgimento de um na UFRJ e pós doutorado em Sociologia da Cultura na
pequeno equipamento como o kindle redimensiona o Universidade de Columbia, Nova York.
conceito de aquisição de livros impressos? A ideia de ter
uma biblioteca pessoal pode dar lugar, no futuro, a um
acervo digital?
Leitura no ensino
fundamental
uma prática mediada
Luciana Ferreira
Marise Leite
Natália Fernandes
Raquel Fonseca
Vanessa Barbosa
6 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
língua portuguesa
Entretanto, sendo a escola o espaço privilegiado de A mediação da leitura, uma prática a ser
educação, a ela cabe, com certeza, o esforço e a aceitação
do desafio de formar leitores . exercitada
Sem dúvidas, é tempo de repensar. É tempo de Aqui, novamente é um personagem clássico que nos
abandonar o que não deu certo, abandonando também sugere o caminho a ser seguido. Como observa o
ideias viciosas; é tempo de buscar novos caminhos e professor Marcos Bagno, tal como Ariadne que oferece
novas práticas que absorvam o novo, para que ao longo a Teseu um novelo de lã para que ele não se perca
do trajeto escolar nossas crianças e jovens possam no labirinto do monstruoso Minotauro, o papel do
perceber a fundamental importância da leitura e, se professor é o de mediador, é o de “ensinar a aprender,
possível, enxergar os livros com os mesmos olhos de e não apenas mostrar os caminhos”, mas também
Sartre para quem “Os livros foram os meus pássaros e os meus orientar o aluno para que desenvolva um olhar crítico
ninhos, meus animais domésticos, meus estábulos, meu campo. que lhe permita reconhecer, em meio ao labirinto, as
A biblioteca era o mundo fixado num espelho, tinha o tamanho trilhas que conduzem à compreensão .
infinito dele, sua variedade, sua imprevisibilidade”.
Portanto, ser mediador de leitura é oferecer mais do
De todos os desafios a superar, o de ultrapassar práticas que um caminho seguro e confortável. Este caminho
docentes desgastadas parece ser um dos maiores. tem um atalho que passa pela leitura compartilhada, na
qual o professor como leitor-guia promove o uso e o
exercício de estratégias de leitura como as previsões, as
antecipações, as inferências, a observação de pistas num
diálogo permanente com o texto, mostrando ao aluno,
leitor em formação, que ler é mais do que decodificar
ou ir do início ao fim do texto de forma passiva
esperando que este se autorrevele como se fosse algo a
ser consumido em largos goles.
8 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
língua portuguesa
Essas respostas nos fornecem exatamente a visão da indicadas eventualmente através de provas e testes; é o
relação que os alunos mantêm com a leitura. Um dado de construir este leitor que extrapola a decodificação e
importante é o de que entre os livros mais lidos estão entende o ato de ler como um exercício desafiador de
obras que se encaixam na nova tendência editorial de construção de sentidos .
produzir histórias em série (como as séries Crepúsculo,
Harry Potter e as histórias criadas pela brasileira Thalita Uma proposta para trabalhar com
Rebouças). Dessa constatação podemos tirar algumas
reflexões: essas leituras de séries como as de Stephenie Machado de Assis
Meyer cerceiam a busca de outros gêneros da literatura?
Os livros da escritora carioca Thalita Rebouças não são, Sendo considerado um dos mais importantes autores
na verdade, uma reduplicação do universo de nossos da literatura universal, Machado de Assis geralmente
alunos? Qual o desafio para esses leitores que essas é indicado para a leitura no Ensino Médio quando a
obras propõem? Há de fato um desafio nessas leituras? carga de trabalho escolar é bastante ampliada. Neste
cenário, o primeiro contato com este autor, na maioria
Nesse momento, a presença de um professor como das vezes, longe de ser o início de uma longa e agradável
mediador de leitura é necessária. A orientação ao aluno convivência, promove um divórcio definitivo. Antes de
para que ele analise sua “estrada de leitura” é um bom indicar a leitura deste e de outros autores clássicos, é
caminho. Mostrar aos alunos a importância de se refletir necessário que ao longo dos anos escolares formemos
sobre o que eles estão lendo e a variedade ou não de leitores que sejam capazes de ler e de compreender tais
gêneros é de fundamental importância para a construção obras. Mas como é possível oferecer Machado de Assis,
da criticidade desses leitores. por exemplo para o 6º ano? Terão condições de lê-lo,
saberão interlocutar com seus textos? E a linguagem,
não é muito distante da usada por alunos nesta faixa
Trabalhar com os clássicos no ensino etária? Sem dúvidas os questionamentos procedem, mas
fundamental é possível? há caminhos nem tão dolorosos!
“
Na enquete anterior, poucas obras clássicas foram
citadas em nossa pesquisa. É indiscutível a importância
da leitura dos clássicos na formação dos jovens, não
apenas por abordarem temas universais que exploram
as várias vertentes humanas, mas também por permitir é necessário
o contato dos alunos, leitores em formação, com
linguagens e estruturas discursivas mais elaboradas,
o exercício
que extrapolam a linguagem do cotidiano, abrindo permanente da
um mundo de possibilidades linguísticas, temáticas
e culturais. No dizer de Ítalo Calvino, “Os clássicos são leitura que pela
aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas
das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que sua constância vá
deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais
simplesmente na linguagem ou nos costumes.)”
do estranhamento
inicial promovido
Entretanto, por suas próprias características, os clássicos
não primam pela obviedade, não nos dizem tudo de pelo distanciamento
pronto, necessitando de um leitor experiente para
da linguagem do
”
interlocutar com o texto, assumindo-se como co-autor ,
abrindo as várias possibilidades de leituras e de sentidos
que o texto oferece. Para tal, é necessário o exercício
cotidiano ao prazer
permanente da leitura que pela sua constância vá do das descobertas.
estranhamento inicial promovido pelo distanciamento
da linguagem do cotidiano ao prazer das descobertas.
O papel da escola e do professor como promotores de
leituras é, portanto, maior do que o de avaliar as leituras
“
Desmistificando Machado...
”
das possíveis dificuldades que o texto possa oferecer dos colegas a superação
em relação à linguagem, ao vocabulário, à temática, às
referências intertextuais, aos valores e comportamento das possíveis dificuldades
dos personagens entre outras. A proposta sugere:
que o texto possa oferecer
O enfermeiro
O alienista
10 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
língua portuguesa
vai abrir as portas do fantástico mundo imaginário e Para isso, como mediador de leitura, o professor tem
permitir o rompimento das barreiras que separam o o importante papel de orientar os alunos a perceberem
mundo real daquelas muitas outras realidades possíveis que eles também são produtores de um discurso. Desse
criadas pela imaginação. modo, leitor e obra se completam, já que a “Leitura
ultrapassa a última página de um livro” (PONDE e YUNES,
É fundamental, portanto, que o trabalho com o texto 1988). Daí a importância de o professor exercitar a
literário privilegie o contato direto do aluno com a obra, leitura compartilhada. Afinal, é na vivência do texto
fazendo com que ele se relacione com a escrita literária literário que a literatura ganha vida.
e ganhe familiaridade com o poder “mágico” do texto
poético, sempre em um processo livre de imposições e
cobranças relacionadas a avaliações.
Dramatização dos alunos da turma 18-A a partir de contos do livro “Sete ossos e uma maldição”.
O ensino em Arte:
um outro mundo
é possível?
Sandra Martins
12 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
“
artes plásticas
estamos imbricados no Imbuída de tais reflexões, remeto-me logo para o
meu ofício: professora de Artes Visuais do Ensino
modo de vida e produção Fundamental e Médio, chegando ao fim dessa etapa
produtiva. Em que contribuí para atenuar um pouco
atual a ponto de não esse despencar ladeira abaixo de tudo que é sólido e
parece que tende a se desmanchar embaixo do tapete da
sermos capazes de alertar calmaria do Oceano Pacífico?
as novas gerações, que Ao longo de quase 30 anos de carreira, vi e tentei fazer
”
esse modelo de sociedade coisas que me pareceram, de algum modo, propor outro
campo possível nos afetos, no contato com a natureza e
tem nos levado à beira de dessa com a arte, para mim mãe de todos os princípios,
sejam eles éticos, estéticos ou teleológicos.
um precipício.
Resolvi então recuperar uma experiência observada por
mim e que aguçou minha imaginação; uma experiência
de uma professora do Cap que, a meu ver, reúne um
pouco dessas condições para as quais a Arte e os
educadores em Arte, devem estar voltados.
Há pouco tempo tive a oportunidade de entrar
em contato com o trabalho de Zygmund Bauman, Os artistas, todos eles, ao longo do percurso de tempo
um sociólogo que tenta entender de que maneira a no qual estão inseridos - o tempo de sua história - se
sociedade moderna vem lidando com os problemas que manifestam dentro da tensão existente entre a realidade
estão colocados em nosso cotidiano. Ele desenvolve e o imaginário (pessoal e coletivo), realizando em sua
uma interessante e instigante teoria em que analisa a arte a síntese possível entre esses dois pólos. Esse é um
passagem de uma remota modernidade a qual define tempo antropológico, antropo-estético e antropo-ético,
como “pesada” e “sólida” para uma modernidade consolidado e permeado pela natureza em todas as suas
mais recente que qualifica como “leve” e “líquida”, em possíveis dimensões.
desenfreado dinamismo. Já no prefácio de seu livro
somos brindados com uma epígrafe de Paul Valéry, Tendo a achar que só nos conectamos com a essência
poeta francês do século XIX, que nos deixa entrever mesma da Arte quando penetramos nos ritos, nos cultos
o caminho pelo qual Bauman irá desenvolver seus e na sacralidade das coisas como aparições do mundo
argumentos. no qual vivemos. As imagens na TV são ritualizações
diárias de frascos de shampoos, sabões, bebidas
Interrupção, incoerência, surpresa são as condições refrescantes e efervescentes. Como vivermos sem
comuns de nossa vida. Elas se tornaram mesmo necessidades reais nos curvarmos aos templos do consumo, ao culto das
para muitas pessoas cujas mentes deixaram de ser alimentadas... imagens reificadas? Dessa maneira, é possível que a mais
por outra coisa que não mudanças repentinas e estímulos banal das ações cotidianas possa desencadear um universo
constantemente renovados ... Não podemos mais tolerar o que de possibilidades estético-cognitivas e afetivas, recebendo
dura. Não sabemos mais fazer com que o tédio dê frutos. ressignificações na própria esteira do consumo.
Assim toda a questão se reduz à mente humana
dominar o que a mente humana criou? O relato a seguir parte da experiência vivenciada por uma
Educadora em Arte, em uma turma de primeira série do
Ao analisar o modo pelo qual o indivíduo em sua versão Ensino Fundamental, que vem trilhando esse caminho
contemporânea se instaura, Bauman irá recorrer à há algum tempo. Uma de suas maiores preocupações é
história desse desenlace que ocorrerá com as relações fazer com que os alunos vivenciem os espaços próprios
sólidas, permanentes, compromissadas, na sociedade da Arte, gerando possibilidades de questionamentos
do início da modernidade, e a passagem para o estágio da obra nos espaços a elas consagrados: os museus, os
líquido, de fluidez, do descompromisso e do descartável centros culturais, as galerias. Porém existe uma outra
nas atuais relações vigentes entre as pessoas e destas coisa que a fascina. Como artista plástica, ela produz seus
com seu ambiente. Insistentemente ele chamará a próprios pigmentos, selecionando as melhores rochas e
atenção para a mudança do paradigma relacionado a minérios do terreno, observando as possibilidades de
espaço-tempo numa sociedade interligada em rede. gamas de cores ali obtidas, seu brilho, sua transparência,
Indicações bibliográficas:
www.terra.com.br/istoe/edições/artigo71923-1.htm
14 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
sem fronteiras
Uma atitude
sem
pressa:
antídoto
para a ansiedade
improdutiva Isabel Cristina de Moura Carvalho
Slow food é um movimento social que Você já ouviu falar de um movimento social voltado
para a desaceleração do estilo de vida baseado na
se inicia na Itália em 1986, na cidade de comida rápida, a chamada “fast food” (aquela das redes
Bra na região de Piemonte, tendo como de lanches rápidos, comida industrializada, pré-pronta
entre outras)? Este movimento chama-se Slow Food e
símbolo o caracol. O evento fundador tem ganho maior visibilidade nos últimos anos entre
foi a mobilização em reposta à abertura os chamados movimentos sociais que lutam por um
outro mundo possível, e se articulam globalmente em
de um Mc Donald’s na Piazza Di Spagna, iniciativas como os Fóruns Sociais Mundiais, evento
em Roma. Neste momento o manifesto mundial que começou muito perto de nós, em Porto
Alegre nos anos 2000.
de lançamento do movimento declarava
que um firme empenho na defesa da Pois bem, dentro da esfera do movimento Slow uma
expressão particular, a Slow Atittude ou uma atitude sem
tranquilidade é a única forma de se opor pressa, começou a chamar minha atenção, destacando-
à loucura universal da Fast Life. se das centenas de informações, frases e imagens que
circulam na internet. E aqui devo reconhecer que, do
ponto de vista de uma ecologia mental, a internet, ao lado
de seu poder difusor de uma infinidade de senso comum,
também tem sido um espaço de articulação e difusão
de novas idéias, redes e movimentos contribuindo para
uma “globalização virtuosa”. Evidentemente, para o
cidadão da sociedade da informação, um tipo de catador
“
digital, o difícil e dispendioso em tempo e músculos (em
geral atrofiados) é filtrar esses fluxos, separar, reciclar,
descartar e selecionar o que vale a pena. Foi assim a
o movimento Slow
minha garimpagem da expressão slow atittude. Depois critica um dos motores
de descartada algumas vezes, a sedutora expressão
reaparecia aqui e ali, e terminei por seguir suas pistas. da sociedade da
produção e consumo
O estilo slow de ser movimento
”
acelerados que eu
Pude verificar, então, que as referências à expressão slow
atittude ou atitude sem pressa integravam o ideário do
chamaria de ansiedade
Slow Food, movimento que tem se firmado como parte de improdutiva.
um movimento ambiental altermundista (denominação
conferida aos novos movimentos mundiais por um
‘outro mundo possivel’). O ponto de partida do slow é
a valorização do alimento como cultura e a defesa dos clima persecutório que nos envolvem, produzindo uma
saberes, modos de vida, formas de produzir e estilos de patologia social que tem feito das fobias e depressões
consumir relacionados a uma comida saudável, limpa um traço quase epidêmico dos tempos que vivemos.
e justa. o movimento slow conjuga alimentação e gosto, No contraponto, o movimento Slow defende ambientes
mudança social e bem viver. A afirmação de identidades de trabalho e de convivência menos coercitivos e,
alimentares contra a padronização ganha materialidade portanto, mais produtivos e criativos, bem como uma
nas chamadas “comunidades do alimento”. Trata-se de atitude reflexiva e serena face às nossas
promover redes de agricultores, criadores, pescadores expectativas de aquisição e consumo.
e produtores artesanais ao redor do mundo em torno
de cadeias produtivas alimentares boas, justas e limpas.
16 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
sem fronteiras
Uma educação para uma vida sem O que a escola pode fazer para
pressa é possível? incentivar uma atitude sem pressa?
Por tudo isso, penso que esse movimento e seus Não se trata de dar receitas, embora estejamos falando
desdobramentos merecem nossa atenção enquanto de um movimento eco-gastronômico, o Slow Food.
educadores, na medida em que podem ser tomados como Mas se a escola quiser contribuir para questionar
uma experiência social e pedagógica com potencial para a pressa, a velocidade tão valorizada pelos tempos
contribuir na formação de uma orientação saudável, contemporâneos, pode abrir um espaço de reflexão
não apenas na alimentação, mas também nas relações e constituição de posições críticas em relação ao
de trabalho, de convivência e nos nossos planos e imperativo que associa eficiência e rapidez. Esta
expectativas de uma vida boa. O Slow nos alerta para reflexão pode voltar-se para os próprios processos
todo um estilo de vida sereno e criativo que valoriza o pedagógicos e administrativos da gestão escolar, a vida
convívio humano e resiste ao imperativo do “do it now”. dos professores, as relações de trabalho. Essa busca por
Em português, o equivalente seria “faça isso agora”, ou um ponto de fuga da correria do dia a dia pode ter os
ainda pior: “faça isso para ontem!”. Assim, partindo da alunos como companheiros. Afinal, desacelerar é uma
premissa de que a educação tem algo a aprender com este atitude ecológica. Se o professor quiser, junto com seus
movimento, não seria interessante o exercício de pensar alunos, saber mais sobre este movimento social e munir-
uma “educação sem pressa”, ou ainda, uma “educação se de argumentos para a defesa da idéia de desacelerar
para uma vida sem pressa”? a vida, pode aventurar-se começando pelos caminhos
da atitude diante da alimentação desde o conceito de
slow food. A tradução desta ideia seria algo como “comer
lentamente” e, como vimos, fazer do preparo da comida
uma atividade de cuidado com a vida, e do momento
das refeições um tempo de encontro e convivência.
Tudo isto está em oposição à cultura do fast food, comida
rápida, industrializada, solitária.
Ilu
st
ra
çã
o Isabel C. M. Carvalho é
po
rJ psicóloga (PUCSP); mestre em
ul
ia
na Psicologia da Educação (IESAE/RJ) e doutora
Mo
nt
en em Educação (UFRGS). Tem trabalhado com
eg
ro educação e meio ambiente desde meados dos
anos 80, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Mora atualmente em Porto Alegre onde
trabalha como professora universitária na
PUCRS. É autora de livros e artigos sobre
educação ambiental e psicologia social.
www.isabelcarvalho.blog.br
18 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
construindo pontes
Foto por Maria Aparecida Gomes Ferreira
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: livres. É comum, em muitos cursos livres de inglês,
“terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira por exemplo, a proibição do uso da língua do aprendiz
(1998), o ensino de uma língua estrangeira nas escolas pode em contexto de sala de aula, por se acreditar que a
oferecer ao aprendiz muito além da aquisição das quatro língua materna prejudicaria o processo de “aquisição”
habilidades referentes a uma língua (ler, escrever, ouvir e falar)”. da língua estrangeira e por se crer que aprender uma
Uma das prerrogativas que o ensino de outra língua na língua estrangeira é meramente um processo de se
escola pode dedicar ao aluno do ensino fundamental é adquirir hábitos linguísticos na língua alvo por meio da
fazer com que ele se torne um aprendiz-usuário mais automação. O objetivo do ensino acaba se restringindo
consciente e crítico da linguagem. A compreensão dos a fazer do aluno um simples (e passivo) usuário de uma
mecanismos de funcionamento da linguagem beneficia língua estrangeira, sem que haja a preocupação de
não só os processos de ensino-aprendizagem da familiarizá-lo ao exercício da reflexão crítica sobre essa
própria língua estrangeira, como, igualmente, favorece outra língua (e também sobre a sua própria).
o incremento de seu conhecimento em língua materna.
Em face disso, é possível perceber que o documento Por desdobramento ao trabalho de interface entre uma
acima citado encaminha a proposta de um trabalho em língua estrangeira ensinada na escola e a língua materna
sala de aula que, sempre que possível, compare a língua dos alunos, muitos são os melhoramentos educacionais
estrangeira e a língua materna do aluno, porque entende advindos do trabalho interdisciplinar entre as equipes
que há ganhos pedagógicos para os participantes desse de língua estrangeira. Atividades conjugadas por esses
contexto quando essa estratégia é abraçada. De fato, setores curriculares podem ajudar a tornar explícitas
isso já marca um diferencial entre o trabalho de ensino- para os alunos as relações que determinadas línguas
aprendizagem de uma língua estrangeira em contexto estrangeiras mantêm entre si. Além disso, é necessário
escolar e aquele desenvolvido usualmente em cursos grifar que uma educação linguística plural é, sobretudo,
20 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
construindo pontes
de aula para leitura de textos: o uso de pistas visuais para
a compreensão daqueles.
Três dos sessenta alunos que participaram da elaboração do trabalho: Laura, Maria Clara e Isabella (turma 16A)
22 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
opinião
Como e por que ler
José de Alencar Ana Crelia Dias
Antônio Carlos Secchin
José Maria de Medeiros, A personagem Iracema do romance de José de Alencar, RJ, Museu Nacional e Belas Artes, 1881.
24 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
opinião
Os escritos alencarianos encontraram leitores ávidos e
seus textos espalhavam-se em folhetins nos salões de
leitura. Quando escreveu seu primeiro romance, Cinco
minutos, encontrou um público já costumado à leitura
de romances. O guarani, publicado inicialmente em
folhetim, conferiu-lhe grande notoriedade. Foi, assim,
considerado o fundador do romance nacional de caráter
“épico”. Seu percurso deixou, sem dúvidas, caminho
aberto para escritores como Machado de Assis, Aluísio
Azevedo, Artur Azevedo, entre tantos outros que o
sucederam.
26 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
memória
Memórias
de um colégio
Teócrito Abritta
de ciências, história e geografia. Tinham o apoio conceitual (Alzira Alves de Abreu, Intelectuais e Guerreiros:
de excursões culturais, contavam com serviço de O Colégio de Aplicação da UFRJ de 1948 a 1968 – Editora
orientação educacional com psicólogos que os assistiam, da UFRJ, Rio de Janeiro – 1992, ver Figura 4).
participavam de palestras com personalidades de nossa
cultura, recebendo uma educação a mais completa Infelizmente experiências educacionais como esta,
possível neste colégio público. juntamente com o plano de alfabetização de adultos de
Paulo Freire e todas as contribuições e experiências desde
Neste ambiente intelectualmente estimulante, Clarice Anísio Teixeira a Darcy Ribeiro, foram abortadas pela
Lispector falava sobre o conto moderno e apresentou ditadura e mantidas soterradas por muitos governos, que
seu livro, ainda inédito, A Maçã no Escuro. Adonias preferem uma geração passiva, obedecendo as palavras
Filho falou sobre seu livro recém lançado na época, de ordem dos partidos de sua chamada base política, e
Corpo Vivo. Outros escritores e pessoas
atuantes em nossa cultura sempre
davam sua colaboração a estes jovens,
como Fernando Sabino, Jorge Amado,
Manuel Bandeira, jornalistas como
Jânio de Freitas e Zuenir Ventura e
vários músicos, artistas, cientistas e
historiadores da época.
28 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
memória
um povo comandado pelos big brothers televisivos.
A mitologia
africana em
sala de aula
Claudio Lourenço de Oliveira
30 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
notas
Aconteceu
no 1º semestre de 2009
Minicurso de grafos
O setor curricular de Matemática convidou professores,
servidores tecnico-administrativos a participarem de um
minicurso de grafos, os dias 6 e 8 de julho no Auditório
com o professor Msc. Ivail Muniz (FAETEC - CPII -
Zaccaria)
I Na 1ª semana de aula (fev./09), o 2º ano trabalhou Atividade desenvolvida com as turmas do 4º ano
com o tema Carnaval. Conversou-se com as crianças do Ensino Fundamental. O evento marcou o ponto
sobre o que conheciam dessa grande festa popular. culminante da Unidade de Trabalho sobre Mitologia
Grega, oferecendo vários ambientes: jogos tradicionais,
Foram resgatadas as marchinhas antigas que alguns já um espaço reservado para dança, mesa com comidas
ouviram e produziram-se máscaras com o formato de típicas gregas e outra com elementos representando os
mãos. No final da semana, aconteceu o grande baile deuses olímpicos.
e todo mundo caiu na folia: alunos, professores, direção
e funcionários. Esta atividade foi realizada pelo professor de Oficina da
Palavra, a bibliotecária do Colégio e com a colaboração
I I O 2o ano escolheu trabalhar com o livro “O tesouro de bolsistas (PIBIAC).
do pirata pão-duro” para a atividade de integração com
o 1º ano. O livro permitiu explorar conteúdos em
Matemática como o espaço, identificação de posições
e noções de lateralidade e em História e Geografia
como a localização orientada por mapas e legendas.
32 www.cap.ufrj.br/perspectiva.html
COMO PUBLICAR EM PERSPECTIVA CAPIANA
Perspectiva capiana é uma revista de divulgação que publica ilustrações e pequena apresentação do(s) autor(es). Tamanho máximo
prioritariamente resultados de projetos de ensino, de pesquisa e de de 11.000 caracteres com espaço (~1.800 palavras).
extensão feitos no Colégio de Aplicação da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ), em todas as disciplinas, para Opinião: considerações pessoais sobre temas relacionados à educação
um público amplo e heterogêneo. Os leitores da revista são, em ou com o ensino na escola. É importante que os fatos e argumentos
geral, professores de ensino fundamental e médio da instituição; sejam descritos com objetividade, permitindo ao leitor contrastar e
professores de outras escolas; licenciandos e alunos de graduação; evoluir sua própria opinião sobre o assunto. Os textos devem conter
professores universitários; pessoas que se interessam por educação abertura (resumo), título, nome e breve apresentação do(s) autor(es).
e pelas disciplinas escolares, mas não dominam necessariamente Tamanho máximo de 11.000 caracteres com espaço (~1.800
conceitos básicos de todas as áreas. Os textos da revista exigem, palavras).
portanto, clareza e simplicidade.
Sem Fronteiras: textos encomendados pelos editores a autores de fora
Os textos submetidos à publicação como artigos devem conter a do CAp-UFRJ para enriquecer as reflexões em curso na escola.
contribuição original do(s) autor(es) para o tema tratado e devem Devem conter título, abertura (resumo) e nome, foto e pequena
ser inéditos – não podem ter sido publicados anteriormente em apresentação do(s) autor(es). Tamanho máximo de 11.000 caracteres
outro veículo de divulgação para o público em geral (mas podem com espaço (~1.800 palavras).
ter sido veiculados em revistas especializadas, por exemplo). Sempre
que possível, os resultados de pesquisa ou do projeto do(s) autor(es) Memória: textos sobre aspectos pouco difundidos da história
devem ser expostos no texto. do CAp-UFRJ ou da educação. Devem ser pouco técnicos,
destacando o contexto da época e as personagens envolvidas.
AVALIAÇÃO Devem conter abertura (resumo), nome e breve apresentação
do(s) autor(es), título e ilustrações. Tamanho ideal: 7.500
Consultores técnicos indicados pelos setores curriculares são caracteres com espaço (~1.200 palavras).
consultados quando da submissão de um texto e orientam a equipe
editorial da revista quanto ao que sugerir aos autores para corrigir Resenhas: apresentação crítica de um livro ou outro produto cultural
ou adequar o texto do ponto de vista técnico, quanto à qualidade do de interesse. Não deve descrever a obra em detalhes, mas apontar
trabalho, à linguagem adotada e à conveniência de sua publicação. sua relevância no contexto do ensino. Os textos devem conter os
Os textos aprovados são selecionados para publicação de acordo dados da obra analisada (título, autor, custo, etc.), bem como o nome
com a avaliação dos editores, levando em conta a programação e ocupação do(s) autor(es). Tamanho ideal: 3.800 caracteres com
editorial e as especificidades de cada edição da revista. Os textos espaço (~600 palavras).
enviados pelos autores são ainda concomitantemente editados pela
redação para adequá-los à linha editorial da revista e devolvidos Notas: eventos de interesse ocorridos ao longo dos seis
aos autores para aprovação. Em caso de não-aprovação, os editores meses prévios à edição da revista. Devem ser sintéticas e
buscarão atender às solicitações dos autores, dentro do razoável do informativas (~90 palavras).
ponto de vista editorial. A revista não publicará nenhum texto não
aprovado por seus autores em sua forma final. Títulos, subtítulos e OUTRAS INFORMAÇÕES
chamadas de capa ficam a critério dos editores, embora as sugestões
do(s) autor(es) sejam levadas em consideração.
As opções de formatação adotadas pela revista para a edição dos
textos e outros detalhes (p. ex., envio de imagens), podem ser
SEÇÕES DA REVISTA obtidas pelo e-mail: [email protected].
Os textos em perspectiva capiana estão divididos em seções. Para Os autores cedem automaticamente os direitos autorais de seus
favorecer a edição, pede-se que os autores avaliem previamente e textos para sua publicação na edição correspondente da revista e
indiquem a qual seção o seu texto melhor se adequa: em eventuais coletâneas posteriores. Após a publicação, sugere-
se que quando veiculados em outros meios o(s) autor(es) cite(m) a
Entrevista: (a cargo da redação) relato de perguntas e respostas em publicação em perspectiva capiana como fonte primária: ‘Este artigo
bate-papo com figuras de destaque sobre temas relevantes para a foi publicado originalmente em perspectiva capiana (v. n, n° n, p. n)’.
escola, para o ensino de disciplinas ou para a educação em geral.
Todos os autores de artigos e da seção Construindo Pontes recebem
Artigos por setor curricular: Devem apresentar trabalhos dentro do 8 edições da revista em que foram publicados seus artigos para
quadro da disciplina do(s) autor(es), e devem conter título, nome(s) distribuição própria. Autores de outras seções recebem 5 edições.
do(s) autor(es) e pequena apresentação pessoal, abertura (resumo),
setor curricular (Geografia, Música, SOE, etc.), sugestões para leitura
e ilustrações/fotos devidamente legendadas e com créditos. Não ENVIO DE TEXTOS
devem exceder 15.000 caracteres com espaço (aproximadamente
2.400 palavras). Todos os textos e anexos devem ser enviados por e-mail para a
redação ([email protected]) dentro dos prazos de fechamento
Construindo Pontes: artigos publicados por dois ou mais autores de das edições (até 30/04 para as edições ímpares; até 31/09 para as
diferentes setores curriculares, com temática interdisciplinar. edições pares).
Seguem a formatação dos artigos.
Textos recebidos após a data de fechamento ou fora do formato
Na Prática: textos destacando os trabalhos realizados no quadro requerido para publicação possivelmente só serão considerados para
das Práticas de Ensino. Devem conter abertura (resumo), título, publicação na edição seguinte.
Colégio
Colégio de
de Aplicação
Aplicação
CAp-UFRJ
CAp-UFRJ
Universidade
Universidade FFederal
ederal do
do
Rio
Rio de
de Janeiro
Janeiro –– UFRJ
UFRJ