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Universidade de São Paulo

PHD5013 – Hidrologia
Determinística Escola Politécnica da
Departamento Engenharia Hidráulica e
Ambiental

Precipitação
Distribuição tempora, espacial,
Chuvas intensasação

Aula 1

Prof. Dr. Arisvaldo Méllo


Objetivos

1. Aspectos meteorológicos (circulação


atmosférica)
2. Conhecer o processo físico de formação
das chuvas e seus tipos
3. Saber pluviogramas e hietogramas
4. Conhecer a sazonalidade das chuvas
5. Variabilidade espacial e temporal
Atmosfera da Terra
Posição dos planetas no sistema solar
150 milhões km

Periélio Afélio
“peri ” = próximo “af ” = distante
“helio” = sol
Atmosfera
 Fina
 Gasosa
 99% repousa numa camada de 30 km
 Protege a superfície da radiação ultravioleta
e de materiais do espaço

Vapor H2O
 Varia de acordo com o local (locais quentes 
4% ; locais frios  0%)
 Determina a precipitação
 Libera grande quantidade de calor latente
quando se condensa
 Importante no balanço de calor-energia
Gás % ar seco Gás % ar seco
(Permanente) (Variável)

N2 78,08 Vapor H2O 0a4

O2 20,95 CO2 0,037

Ar 0,93 CH4 0,00017

Ne 0,0018 N2 O 0,00003

He 0,0005 O3 0,000004

H2 0,00006 Partículas 0,000001

Xe 0,000009 CFCs 0,00000002


Perfil da atmosfera (densidade e pressão dos ar)

Eletricamente neutra
Eletricamente carregada (íon)

massa de moléculas
Densidade =
volume ocupado

Força
Pressão Atmosférica =
Área

1013,25 mb = 1013,25 hPa = 760 mm Hg = 14,7 𝑙𝑏/𝑖𝑛2


𝑘𝑔
𝑑 = 1,2
𝑚3
Temperatura x Altitude
- Grande aumento da ToC em razão do
recebimento de radiação e devido ao ar
ser rarefeito
- Sujeita à atividade solar

Acima de 60 km (Ionosfera): camada


intensamente eletrificada, importante
para transmissão de ondas de rádio

Camada de O3 absorve radiação


ultravioleta e causa aquecimento na
camada acima

6,5oC para cada 1000 m


Circulação Geral da Atmosfera
Os movimentos atmosféricos As diferenças de pressão são
ocorrem em resposta à devidas à incidência e absorção da
diferença de pressão entre duas radiação solar de maneira distinta
regiões entre duas regiões

ZCET

ZCIT

Na macro-escala, devido à
Isso faz com que a atmosfera posição relativa Terra-Sol, os
seja mais expandida no equador raios solares são mais intensos e
e mais contraída nos pólos mais absorvidos na região
Equatorial do que nos Pólos
ZCET
Convergência dos ventos de W e de E forma as frentes
frias, que posteriormente se deslocam em direção ao
equador provocando chuvas.

Latitudes de Cavalos
Subsidência de ar, formando as altas
pressões (H) que inibem os movimentos
convectivos e consequentemente,
desfavorecem a formação de nuvens e
chuvas.

L ZCIT
Ventos alíseos de SE (HS) e de NE (HN) se
encontram formando áreas de baixa
pressão (L). Favorece a formação de
nuvens e chuvas.
CÉLULA DE HADLEY
• Célula de Hadley: direção norte-sul.
• A Zona de Convergência Intertropical – ZCIT está localizada no ramo ascendente
da célula de Hadley.
• Um dos sistemas meteorológicos mais importantes que atuam nos trópicos.
• Parte integrante da circulação de grande escala da atmosfera.
ZCIT – O Clima no Brasil
• Essa circulação atua no sentido de transferir calor e umidade (dos oceanos) dos
níveis inferiores da atmosfera das regiões tropicais para os níveis superiores da
troposfera e para médias e altas latitudes (manutenção do balanço térmico global).
• Principal fonte de precipitação nos trópicos.
• Banda de nuvens convectivas alinhadas na direção leste-oeste identificadas em
imagens de satélite.
Tempo x Clima
- Tempo: representa a condição atmosférica (temperatura, pressão, umidade, vento, etc.) num
determinado tempo e lugar
- Clima: representa a condições médias do tempo em intervalo diário ou sazonal, num longo
período. Também inclui a análise da frequência de eventos extremos.

Diferença de pressão horizontal


cria uma força que movimenta o
ar de áreas de alta pressão (H) na
direção de áreas de baixa pressão
(L).
A rotação da Terra faz com que o
ar seja direcionado no sentido
horário no HN (força de Coriolis).
Área verde: Precipitação.
Movimento horizontal  vento.

1 nó = 1,9 km/h
Correntes de Jato
Correntes de Jato
As figuras a seguir mostram a posição média da ZCIT nos meses de Janeiro e Julho. É
possível notar que durante o verão no HS a ZCIT desloca-se para o sul, o que contribui
para o aumento das chuvas nas regiões N, CO e SE do Brasil.

ZCIT ZCIT
No mês de julho (inverno no HS), por outro lado, a ZCIT desloca-se para o norte, o que
contribui para a diminuição das chuvas nas regiões SE, CO e inclusive em parte da região
N do Brasil.

ZCIT

ZCIT
ZCIT – POSICIONAMENTO

• A ZCIT apresenta uma variabilidade sazonal com relação à sua posição geográfica.
• O conjunto de características que forma a ZCIT possui um deslocamento latitudinal
no decorrer do ano e varia de acordo com o movimento aparente do Sol (equador
térmico).
• A ZCIT tem uma dependência direta com o aquecimento da superfície, estando
sempre mais próxima do hemisfério de verão.
• Alcança a posição média mais ao sul (~1ºS) nos meses de março e abril e mais ao
norte (~8ºN) nos meses de agosto e setembro (Uvo, 1989)
• Em média, a ZCIT ao longo do globo fica para o norte do equador durante o verão
no HN e para o sul durante o verão do HS.
• Além da oscilação sazonal, a ZCIT apresenta oscilações com maiores freqüências
com períodos variando de semanas a dias.
• Essa variação na posição da ZCIT pode resultar em períodos de estiagem ou de
chuvas intensas sobre o sertão nordestino durante a estação chuvosa (FMAM)
(Kousky, 1985).
ZCIT – POSICIONAMENTO: INFLUÊNCIA DAS ÁREAS
CONTINENTAIS
• A distribuição global dos continentes influencia os sistemas de ventos de grande
escala nos trópicos.
• Na região dos Oceanos Atlântico e Pacífico, os continentes têm menor influência,
predominando os ventos alísios de leste (variação leste-oeste na
termoclina/profundidade das águas).
• A grande quantidade de terra que envolve o Oceano Índico faz com as monções
que cruzam o equador terrestre sejam mais proeminentes do que os alísios.
ZCIT – POSICIONAMENTO: INFLUÊNCIA DAS ÁREAS
CONTINENTAIS
• Pequena oscilação latitudinal entre as longitudes de 160ºW e 10ºE (Pacífico leste e
Atlântico)
• Grande migração da ZCIT nas longitudes a leste da África, Austrália e Ásia.
ZCIT – INFLUÊNCIAS NO TEMPO E NO CLIMA

• Influencia a precipitação nas áreas tropicais dos continentes africano, americano e


asiático (Hastenrath e Heller, 1977; Lamb, 1978).
• Um dos principais sistemas geradores de precipitação na região Norte e Nordeste
do Brasil.
• Máximo de precipitação sobre o norte e nordeste do Brasil ocorre em março e abril,
época que a ZCIT atinge suas posições mais ao sul.
• Nas regiões equatoriais, define-se estação seca e chuvosa ao invés de estação de
verão, outono, inverno e primavera.
• Um aspecto importante para prever a qualidade da estação chuvosa é prever
quando a ZCIT iniciará o seu retorno para o norte após atingir sua posição mais ao
sul (Nobre e Uvo, 1989).
• A permanência da ZCIT em torno de suas posições mais ao sul é o fator mais
importante na determinação da qualidade da estação chuvosa no NNE do Brasil,
pois define a duração da estação chuvosa (Nobre e Uvo, 1989).
Transferência de calor na atmosfera

 Convecção: processo de
condução de calor numa
massa de ar
 Advecção: transferência
de vapor de superfície de
água líquida para a
atmosfera causado pelo
vento
 Radiação
Umidade atmosférica e pressão de vapor

Umidade Absoluta: influenciada pela mudança de


volume

Umidade específica: permanece constante até que outra


parcela de ar seja adicionado ou removida do volume de
controle

Se a pressão total dentro da parcela é 1000 mb e a composição é


78% de N2, 21% de O2 e 1% de vapor H2O, a pressão parcial de:
- N2 é 780 mb
- O2 é 210 mb
- Vapor H2O (pressão atual) é 10 mb

Pressão de saturação de vapor: descreve quanto vapor é


necessário para saturar o ar para uma dada temperatura
Pressão de vapor e temperatura
conteúdo de vapor d′água
Umidade Relativa =
capacidade de vapor d′água

pressão atual de vapor


UR = ∙ 100
pressão de saturação de vapor

T = 10oC; 𝑒𝑠 = 12 𝑚𝑏; UR = 100%


𝑒𝑎
100% = 𝑥100 ∴ 𝑒𝑎 = 12 𝑚𝑏
12

T = 30oC; 𝑒𝑠 = 42 𝑚𝑏
12
UR = 𝑥100 = 29%
42

Temperatura para o qual o ar deveria ser


resfriado, para uma mesma pressão de vapor, para
que seja saturado (10oC)  Temperatura de ponto
de orvalho (Td).
Indicador do conteúdo atual de vapor. Td elevado
indica elevado conteúdo de vapor e vice-versa.
Formação das nuvens
Convecção Topografia

Convergência Ascensão por Frentes


Processos de precipitação

Tamanho relativo da gota de chuva, gota de nuvem e núcleo de


condensação.
Colisão-coalescência

Cristal de gelo

1m = 1 micrômetro = 10-6 m


Tipos de Precipitação

Chuva

Neve

Granizo
Precipitação

 Fenômeno alimentador da fase terrestre do


ciclo hidrológico
 Fator importante para os processos de
escoamento superficial direto, infiltração,
evaporação, transpiração, recarga de
aqüíferos, vazão básica dos rios e outros
 Dado importante para planejamento de
longo prazo, pois sofre menos influências
diretas de alterações antrópicas
provocadas no meio
Hietograma

Bacia Saída da
Bacia
Vazão (m3/s)

Hidrograma

Tempo (h)
Formação das gotas de chuva nas nuvens

 Processos de Crescimento das Gotas de


Chuva nas Nuvens
Gotas de chuva na nuvem,
 Coalescência eletricamente carregadas
 Atração Iônica
 Agrupamentos por choques entre
partículas
Estima-se que 1,5.1023 elétrons
se desloquem das nuvens em
direção ao solo em 0,8 s.

Qual o valor da corrente elétrica de uma descarga


elétrica durante uma tempestade?
𝑄 i - corrente elétrica (Ampère); Q – carga
𝑖= elétrica (Coulomb); t – tempo (s)
∆𝑡
n – número de elétrons; e – constante de
𝑄 =𝑛∙𝑒
Coulomb (1,6.10-19 C)

𝑄 = 1,5 ∙ 1023 ∙ 1,6 ∙ 10−19 = 2,4 ∙ 104 C


2,4 ∙ 104
𝑖= = 3 ∙ 104 A = 30 kA
0,8
Elevação frontal: quando
o ar quente é elevado
sobre o ar mais frio

Precipitação suave de
longa duração
Precipitação intensa
de curta duração
Chuvas Convectivas (ou de Verão)

 Grandes
intensidades
 Curtas durações
 Pequena
abrangência
espacial
 Grande impacto
em drenagem
urbana
Chuvas Orográficas

 Influência da
topografia
 Intensidades variáveis
 Impactos em
pequenas bacias em
serras
Estação pluviográfica
Papel para Pluviograma
Pluviograma
Pluviograma (intensidade de chuva)
h (mm)

h
Intensidade = i 
t
tg a =i

Tempo (minuto)
Radar meteorológico

 Emite um pulso de micro


ondas de alta energia para
alcançar grandes
distâncias
 Quando o pulso alcança
uma gota na nuvem é
refletido e captado por um
receptor
 Sabendo-se quanto tempo
depois de emitido, o sinal
retornou, determina-se a
distância do alvo ao radar
 A intensidade do sinal de
retorno está ligada ao
tamanho e a distribuição
das gotas no volume
iluminado pelo radar
Radar meteorológico

 A refletividade possui
uma relação física com o
espectro de gotas
observado
 Pode-se determinar a
partir deste espectro uma
relação entre a
refletividade do radar (R)
e a taxa de precipitação
(Z) correspondente

𝑍 = 𝐴 ∙ 𝑅𝑏
Radar meteorológico

 Gotas menores requerem


detecção por comprimentos
de onda mais curtos
 A intensidade do pulso está
diretamente relacionado
com a quantidade
(intensidade) de chuva
caindo na nuvem
 Radar Doppler tem a
capacidade de medir a
velocidade com que a chuva
que cai e move-se
horizontalmente na direção
ou para longe da antena do
radar
Radar meteorológico

 Interferências na medida da chuva


 Interferência no sinal (construções, árvores, etc.)
 Deriva das partículas
 Tipo de tempestade
 Distância da nuvem
 Uso do radar com dados de estações
pluviométricas auxiliam na estimativa da
distribuição espacial da chuva em áreas não
cobertas por estações e na calibração do
radar.
Medida da precipitação com satélite

Imagem de radar do furacão Humberto obtido pelo


 Satélite TRMM (Tropical TRMM satellite em 13 setembro de 2007.
Rainfall Measuring Mission)
 O radar de precipitação é
capaz de detectar taxas de
precipitação abaixo de 0,7
mm/h
 Perfis verticais de
intensidade de chuva e neve
da superfície até 20 km
 O scan traduz a energia
visível e infravermelha
emitida da Terra, atmosfera
e nuvem em taxa de
precipitação
Imagem de satélite
01/10/2001
Radar
01/10/2001

mm/h
Cuhva acumulada
01/10/2001

mm
Chuva acumulada em alguns postos da rede
telemétrica
Alto Tietê – 01 out 2001 20:00h

Posto PLU (mm)


Estaleiro 47
Belenzinho 42,3
Limão 45,4
Rudge Ramos 66,3
Prosperidade 47,8
Bom Retiro 55,3
Hietograma
Hietograma

35
29.0
30 27.4

25
Precip (mm)

20
15
10 6.97.6 7.67.6
6.16.1
3.84.14.3 4.63.83.8
5 2.52.83.0 3.03.03.03.03.03.03.0

0
15

45

75

5
10

13

16

19

22

25

28

31

34
Tempo (min)
Hietograma
Hietograma
Tempo (min)

5
15

45

75

10

13

16

19

22

25

28

31

34
0
5 2.52.83.0 3.03.03.03.03.03.03.0
3.84.14.3 4.63.83.8
6.97.6 6.16.1
10 7.67.6
Precip (mm)

15
20
25
30 27.4
29.0
35
Hietograma acumulado
Hietograma Acumulado
180
160 149.4152.4
146.3
140.2143.3
137.2
140 131.1134.1
127.3
123.4
118.9
Precip (mm)

120 112.8
106.7
99.1
100 91.4

80
62.5
60
35.1
40 27.4
20.6
16.3
20 8.4
12.2
2.5 5.3
0
15

45

75

5
10

13

16

19

22

25

28

31

34
Tempo (min)
Hietograma acumulado adimensional
Hietograma Acumulado Adimensional
98.0100.0
100 92.0 94.0 96.0
90.0
90 86.0 88.0
83.5
81.0
78.0
80 74.0
Precip (%Total)

70.0
70 65.0
60.0
60
50 41.0
40
30 23.0
18.0
20 13.5
10.7
8.0
10 1.7 3.5
5.5

0
2

.5

.8

.2

.5

.8

.2

.5

.8

.2

.5

.8
4.

12

20

29

37

45

54

62

70

79

87

95
Tempo (%Duração)
Gráfico de Intensidade x Tempo
Intensidades x Tempo
2.0
1.8
Intensidade (mm/min)

1.6
1.4
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.2 0.2 0.2 0.3 0.3 0.3 0.4 0.51.8 1.90.50.5 0.40.4 0.3 0.3 0.3 0.2 0.2 0.2 0.20.2 0.2 0.2
0.0 0.0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Tempo (min)
Consistência dos dados (Diagrama Duplo-
Acumulativo)
Diagrama Duplo-Acumulativo
Sazonalidade das Precipitações
Ano hidrológico

 Semestre Seco: Meses do ano em que


as precipitações médias da série
histórica referentes a esses meses são
inferiores à precipitação média dos 12
meses
Precipitações Médias Mensais
P m é d ia m e n s a l (m m ) do Guarapiranga (1907-1996) (mm)
250

200

150

100

50

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Hietogramas de projeto

Dado importante para planejamento de longo prazo, pois sofre


menos influências diretas de alterações antrópicas provocadas no
meio

Hietograma

Bacia Saída da
Bacia
Vazão (m3/s)

Hidrograma

Tempo (h)
Precipitação Máxima Pontual
Pfafstetter (1957) (para 98 postos pluviográficos do Brasil)

P  R  at  b  log 1  ct  
  
 a 
 T 
R T
• P é a precipitação total máxima (mm);
• R é um fator associado a um período de retorno;
• [ at + b log(1+ct)] é a precipitação máxima associada a um período de retorno de um ano
(série parcial);
• a, b e c são parâmetros do local
• a,  parâmetros que dependem da duração da precipitação
• t duração da precipitação
• T período de recorrência (anos)
•  pouco influencia no ajuste da curva ( = 0,25 para todos os postos)
Precipitação Máxima Pontual
Valores de a

Duração a Duração a Duração a


5 min. 0,108 15 min. 0,122 30 min. 0,138
1 h. 0,156 2 h. 0,166 4 h. 0,174
8 h. 0,176 14 h. 0,174 24 h. 0,170
48 h. 0,166 3 dias 0,160 4 dias 0,156
6 dias 0,152

Fonte: (Pfafstetter, 1957)


Precipitação máxima pontual

Valores de ,
a, b e c para
algumas
cidades
brasileiras

Fonte: (Pfafstetter, 1957)


Exemplo

Determinar a precipitação máxima total em Aracaju para um


evento de período de retorno de 50 anos e uma duração de
2 horas.
    0,02 
 a   0,166  
 T 
R T  50
 500,25 
 1,9715
 at  b  log 1  ct    0, 6  24  log 1  20   32,33
P  R     1,9715  32,33  63, 74 mm
Precipitação (mm)
Curvas IDF
Otto Pfafstetter

Tempo de Recorrência (anos)


Curvas IDF

Expressões obtidas de ajustes de distribuição de freqüência

K T m
i R

t  t 
n
0

• i é a intensidade média da chuva (mm/min)


• t é a duração da chuva (minutos)
• TR é o período de recorrência (anos)
• m,n, t0 e K são parâmetros relativos ao ajuste da equação
Curvas IDF

Parâmetros de equações Intensidade-Duração- Freqüência

Local K m t0 n
São Paulo 57,71 0,172 22 1,025
Curitiba 20,65 0,150 20 0,740
R.de Janeiro 99,154 0,217 26 1,150
Belo Horizonte 24,131 0,100 20 0,840
Curvas IDF
Intensidade x Duração x Freqüência
10 200 anos
100 anos
Intensidade Média ( mm/min)

50 anos
25 anos
10 anos
5 anos
2 anos

0.1
10 100 1000

Duração (min)
Duração Altura- mm Local Data
1 min 38 Barot Guadeloupe 26/11/1970
8 min 126 Fussen, Bavaria 25/5/1920
15 min 198 Plumb Point, Jamaica 12/5/1916
20 min 206 Curtea de Arges, Romania 7/7/1947
42 min 305 Holt, Mo 22/6/1947
2 h 10 min 483 Rockport, W.V. 18/7/1889
2 h 45 min 559 D'Hanis, Tex(17 mi NNW) 31/5/1935
4 h 30 min 782 Smethport, Pa. 18/7/1942
9h 1087 Belouve, La Réunion 18/2/1964
Chuvas mais 12 h 1340 Belouve, La Réunion 28-29/2/1964
Intensas 18 h 30 min 1689 Belouve, La Réunion 28-29/2/1964
24 h 1825 Foc Foc, La Réunion 15-16/3/1952
observadas no 2 dias 2259 Hsin-Liao, Taiwan 17-18/10/1967
mundo 3 dias 2759 Cherrapunji, India 12-14/9/1974
4 dias 3721 Cherrapunji, India 12-15/9/1974
8 dias 3847 Bellenden Ker, Queensland 1-8/1/1979
15 dias 4798 Cherrapunji, India 24/6 -8/7/1931
31 dias 9300 Cherrapunji, India 7/1861
2 meses 12767 Cherrapunji, India 6-7/1861
3 meses 16369 Cherrapunji, India 5-7/1861
4 meses 18738 Cherrapunji, India 4-7/1861
5 meses 20412 Cherrapunji, India 4-8/1861
6 meses 22454 Cherrapunji, India 4-9/1861
11 meses 22990 Cherrapunji, India 1-11/1861
1 ano 26461 Cherrapunji, India 8/1860-7/1861
2 anos 40768 Cherrapunji, India 1860-1861
Variação temporal da precipitação

 Para eventos de curta duração ( 1h):


expressar pelo valor médio
(lâmina/duração)
 Para eventos mais longos: valor
instantâneo expressa melhor a
intensidade (pico de cheia)
Distribuição Temporal
Método do SCS

 U.S. Department of Agriculture Soil Conservation


Service
 Foram desenvolvidos hietogramas de tormentas
sintéticos para uso nos Estados Unidos para tormentas
de 6 e 24 horas de duração
 Hietogramas foram obtidos de informações
apresentadas por Hershfield (1960) que utilizou 49
mapas de isoietas para períodos de retorno de 1, 2, 5,
10, 25, 50 e 100 anos (baseados em séries parciais de
dados)
 Foram desenvolvidas quatro distribuições para
tormentas de 24 horas de duração, chamadas Tipo I, IA,
II e III, obtidas para bacias  250 km2
Método do SCS – Chuva de 24h e 6h

Tipo I – Clima marítimo do Pacífico (inverno úmido e verão seco)


Tipo IA – Precipitação de baixa intensidade associada com chuvas frontais
Tipo II – Chuvas de grande intensidade que ocorre a leste da cadeia de montanhas
Tipo III – tempestades tropicais do costa do Atlântico e Golfo do México
Chuva Tipo II com duração de 12h

 Como não existe um padrão de distribuição para


durações diferente de 24 e 6h
 Obtém-se a distribuição de 12h por meio da
interpolação do avanço das chuvas de 24 e 6h
Distribuição temporal da chuva de 12 horas
interpolada e de cinco localidades do Brasil

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

LS / 12h / Tipo II Manaus (AM) Salvador (BA) São Paulo (SP) Porto Alegre (RS) Goiânia (GO)
Distribuição Temporal

A distribuição temporal dos volumes precipitados


condicionará o volume infiltrado e a forma do
hidrograma de escoamento superficial direto
originado pela chuva excedente
 A distribuição temporal da chuva e o tempo de
resposta da bacia hidrográfica vão determinar os
valores da vazão máxima do hidrograma e o
instante de ocorrência
Distribuição Temporal + Volume infiltrado Forma do hidrograma

Distribuição Temporal + Tempo resposta Vazão máxima e instante


de ocorrência
Distribuição Temporal

• Curvas de infiltração da bacia (dependem da condição de umidade


inicial e do tipo e uso do solo)
– haverá variação do volume do escoamento superficial na bacia, e em função
também da distribuição temporal da chuva
• Há grande dispersão nos padrões dos hietogramas para
precipitações de mesma duração, devido à complexidade dos
fenômenos físicos envolvidos. Algumas tendências são verificadas
nesta análise:
– Para chuvas de curta duração (< meia hora)  hietograma com
grandes intensidades no início da precipitação
– Para chuvas de duração intermediária (> 10 horas)  hietograma com
intensidades maiores na primeira metade da duração
– Para chuvas de grande duração (> 10 horas)  hietograma apresenta
intensidades mais uniformes
Método do Hietograma Triangular

𝑡𝑑 ∙ ℎ 2∙𝑃
𝑡𝑑 = 𝑡𝑎 + 𝑡𝑏 𝑃= ∴ℎ=
2 𝑡𝑑
Coeficientes de avanço de tormentas
Local r =ta/td Referência

Baltimore 0,399 McPherson (1958)


Chicago 0,375 Keifer e Chu (1957)
Chicago 0,294 McPherson (1958)
Cincinnati 0,325 Preul e Papadakis (1973)
Cleveland 0,375 Havens e Emerson (1968)
Gauhati, Índia 0,416 Bandyopadhyay (1972)
Ontário 0,480 Marsalik (1978)
Philadelphia 0,414 McPherson (1958)
Urbana, Illinois 0,32-0,43 Yen e Chow (1980)
Boston 0,35-0,42 Yen e Chow (1980)
Elizabeth City, N.C. 0,36-0,45 Yen e Chow (1980)
Fonte: Chow,Maidment & Mays, 1988.
Exemplo

Determine o hietograma triangular para uma altura de precipitação


total de 55 mm ocorrida em uma duração de 100 min, sabendo que
o coeficiente de avanço é de 0,5.

2  P 2  55
h   65,99 mm/h
65,99 td 1, 67
I (mm/h)

ta
r=  ta  0,5 100  50 min
h td

50 100
Tempo (min)
Método dos blocos alternados

• Seleciona-se a duração da tormenta (td) e o intervalo de


discretização (t)
• Através da relação intensidade-duração-frequência, obtém-se
a intensidade de chuva para cada duração
• As intensidades são transformadas em alturas de chuva e
acumuladas até o último intervalo de tempo
• Calculam-se os incrementos dos totais acumulados por
intervalo
• Os incrementos ou blocos obtidos são rearranjados numa
sequência tal, que no centro da duração da tormenta, se situe
o bloco maior, e em seguida os demais blocos são dispostos
em ordem decrescente, um à direita e o outro à esquerda do
bloco maior, alternadamente
Método dos Blocos Alternados

• Exemplo: tormenta de projeto para a cidade de São Paulo, com


duração de 100 minutos, com intervalo de tempo de 10 minutos
e para um período de retorno de 5 anos.
• IDF para a cidade de São Paulo (relação intensidade-duração-
frequência de P. S. Wilken )

57, 7  T 0,172
57, 7  5 0,172
i   2,18
 t  22  10  22 
1,025 1,025

i = intensidade média da chuva (mm/min)


T = período de retorno da chuva (anos)
t = duração da chuva (min)
Método dos Blocos Alternados

Duração Intensidade Altura de chuva Incremento Intervalo Hietograma


(min) da chuva acumulada da altura considerado de projeto
(mm/min) (mm) (mm) (min) (mm)
10 2,18 21,81 21,81 0 – 10 0,75
20 1,65 33,00 11,19 10 – 20 2,00
30 1,33 39,90 6,90 20 – 30 3,10
40 1,11 44,40 4,50 30 – 40 6,90
50 0,95 47,50 3,10 40 – 50 21,18
60 0,83 49,80 2,30 50 – 60 11,19
70 0,74 51,80 2,00 60 – 70 4,50
80 0,67 53,60 1,80 70 – 80 2,30
90 0,604 54,35 0,75 80 – 90 1,80
100 0,55 55,00 0,65 90 – 100 0,65
Método dos Blocos Alternados
Distribuição Espacial

 Chuva não ocorre de forma uniforme na


bacia
 A chuva se move na direção  paralela à
direção predominante do vento
 Isoieta: mapa representativo
Distribuição global da precipitação
http://www.cprm.gov.br/publique
/media/Isoietas_Totais_Anuais_1
977_2006_2011.pdf
Bacia do Alto Tietê
Distribuição de postos
Bacia do Alto Tietê
Precipitação anual média de longo termo
Bacia Alto Tietê
Precipitação anual média - Isoieta
Cálculo da chuva média na bacia
Problema prático
Qual é o volume precipitado sobre
uma bacia situada em uma região Será que vai chover muito
que possui diversos postos que hoje?
registram valores variados?
Chuva média

P(cm) A(km2)
0,72 20,0
1,54 20,1
1,65 20,1
2,3 19,6
2,45 20,2
100

Rede Polígonos de
pluviométrica Isoietas
Thiessen
𝑃 = 1,732 𝑐𝑚 P(cm) A(km2)
2 57,5
1 42,5
0,72 ∙ 20 + 1,54 ∙ 20,1 + 1,65 ∙ 20,1 + 2,3 ∙ 19,6 + 2,45 ∙ 20,2
𝑃= = 1,731 𝑐𝑚 100
100

2 ∙ 57,5 + 1 ∙ 42,5
𝑃= = 1,575 𝑐𝑚
87,5
Exercício
Precipitação média na bacia

 Método de Thiessen
 Variação espacial discreta da chuva
 Resultado é único (independe do autor)
 Não considera a distribuição espacial de um evento
 Seu cálculo é facilmente automatizado
 Isoietas
 Variação espacial contínua da chuva
 Resultado não é único (depende do autor)
 Considera a distribuição espacial de um evento
 Seu cálculo pode ser parcialmente automatizado (SIG)

Escolha do Método depende do objetivo e da quantidade de postos


Projeto de rede de monitoramento

 Variabilidade depende da topografia, vento, direção da chuva,


tipo de tempestade
 Dimensionamento depende do tipo de precipitação e do uso
dos dados
 Em média 1 estação para 600 km2
 Áreas urbanas: 1 estação para 5 km2
 Erros de medição diminuem com a densidade de postos,
duração da chuva e baixa intensidade
 Rede de densidade mínima WMO (1974)
 1 estação por 600 a 900 km2 em regiões planas de clima
temperado
 1 estação por 100 a 250 km2 em regiões montanhosas de
clima temperado, mediterrâneo ou tropical, pequenas ilhas
montanhosas com precipitação irregular
 1 estação por 1.500 a 10.000 km2 em regiões áridas e polares
Número ótimo de estações
Eagleson (1967)

2
𝐶𝑣 𝑆 𝑚
𝑃𝑖 − 𝑃 2
𝑁= 𝐶𝑣 = 𝑆= 𝑖=1
𝜀 𝑃 𝑚−1

N – número ótimo de estações


Cv – Coeficiente de variação do valor da chuva na estação
 - percentagem do erro atribuído para a estimativa da chuva média (em geral = 0,1)
m – número de estações (1,2,..., m)
P – valores de chuva em um dado intervalo de tempo
𝑃 - chuva média
S – Desvio padrão
Distribuição espacial

 Valores de precipitações registrados em um posto


pluviométrico são representativos para uma área
limite que varia de 1 km2 a 25 km2
 Equação empírica (Bell, 1976):
−𝑘∙𝐴𝑚
𝑃 = 𝑃𝑜 ∙ 𝑒

𝑃 - precipitação média sobre a área da bacia


A – área da bacia
Po – precipitação registrada no centro da tormenta
k e m – parâmetros de ajuste
Variação da Chuva com a área (SCS, 1971)

𝑃𝐴 𝐴 ∙ 𝐷𝑚
=1−
𝑃𝐶 𝑎+𝑏∙𝐴

PA – chuva média (mm) para


a área
A – área (km2)
PC – chuva no centro da área
(mm)
D – duração da chuva no
centro (h)
a, b, m - parâmetros
Exercício Planilha
Bell, F.C. The areal reduction factor in rainfall frequency estimation, Report n. 35 Wallingford,
England: Institute of Hydrology, 1976.
Eagleson, P.S. Optimum density of rainfall networks. Water resources Research, v. 3, n. 4, p. 1021-
1033, 1967.
SCS National Engineering Handbook. Hydrology. Washington, D.C. U.S. Department of Agriculture.
Technical Release n. 55, 1971.
WMO. World Meteorological Organization. Guide to hydrological practices. N. 168. 3 ed. Geneva,
Switzerland, 1974.

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