Arte Mahikari

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Arte Mahikari – Luz da verdade?

Natanael Rinaldi

Do início do século 19 até os anos 50, o budismo era uma religião extremamente restrita aos imigrantes e descendentes
japoneses, mas, nos últimos anos, ganhou uma extraordinária legião de brasileiros de origem ocidental. Uma das seitas budistas
bem expressivas no Brasil é a Arte Mahikari. A história dessa sociedade religiosa começa com algo sobrenatural. Vejamos!
Tóquio. O ano era mais ou menos 1901. A esposa de um oficial do Exército Imperial Japonês deu à luz uma criança do sexo
masculino. Um pouco antes do menino nascer, a mãe teve uma revelação, através de um sonho, na qual um rato, com pêlos
amarelos e brancos, vindo do Grande Templo de Izymo, mordeu um dos dedos do seu pé esquerdo. Ao despertar do sono e abrir
os olhos, ela sentiu que esse membro do seu corpo doía fortemente, tal como havia acontecido no sonho, o que a levou a crer que
algo de sobrenatural acompanharia a vida dessa criança.
Okada Yoshikazu (mais tarde conhecido como mestre Kôtama Okada ou Sukuinushi-Sama), fundador da Arte Mahikari, nasceu de
família Samurai. Seu avô foi tutor dos feudos dos senhores do Castelo de Nakavama. Seu pai continuou na profissão da família
até 1868, quando se juntou à família Imperial. Foi nessa direção que orientou seu filho Okada. O jovem entrou na Academia e,
depois de formado, serviu na Guarda Imperial dos Impérios Taisho e Showa. Durante a guerra no Pacífico, servindo na Indochina,
Okada caiu do cavalo, ferindo-se gravemente. Ao retornar ao Japão para tratamento, os diagnósticos médicos constataram que
ele estava com tuberculose na espinha e, devido a essa enfermidade, tinha apenas três anos de vida. Esta foi a primeira ocasião
em que Okada se viu diante dos poucos recursos que a medicina ocidental poderia lhe oferecer. Após sair do hospital, resolveu
tornar-se empresário. O ramo que escolheu foi a fabricação de peças para aviação. Seus planos, porém, foram frustrados pelo
bombardeio em Tóquio, em 1945. Diante disso, ele se voltou para a religião, tornando-se membro da Igreja Messiânica Mundial
(Sekay Kyusei Kyo), fundada por Mokiti Okada.
A história do surgimento da Arte Mahikari é a seguinte: no alvorecer do dia 27 de fevereiro de 1959, Sukuinushi-Sama recebeu a
primeira revelação para iniciar a Arte Mahikari. Em 13 de junho de 1974, Sukuinushi-Sama foi determinado a transferir sua missão
à sua filha Keushu Okada, vindo a falecer no dia 23 do mesmo ano.

O que é a arte marikari?

A palavra “mahikari” é formada por dois vocábulos: MA (que significa verdade) e Hikari (que quer dizer luz); ou seja, “luz da
verdade”, energia vinda da 7ª. dimensão pela palma da mão. É dessa forma que se lê a respeito da Arte Mahikari:
“A Arte Mahikari foi enviada por Deus através do Grão Mestre Kotama Okada; uma dádiva divina, pela qual recebemos a Luz que
emana do Deus Supremo e irradiamo-la a terceiros. No passado, Deus havia concebido certas artes de pôr e também de impor a
mão, mas como Arte Mahikari nenhuma jamais foi antes liberada por Deus. À luz da Bíblia, encontramos a descrição de inúmeros
milagres operados por Jesus Cristo, onde podemos notar que, no início, Jesus usava o método da sobreposição da palma da
mão, alterando-o posteriormente para imposição da mão” (Mahikari Responde, p.13, pergunta 6)

Que tipo de religião é a Arte Mahikari?

“...é uma religião, porque Deus está presente. É a Luz de Deus. Há cura, há amor, há Luz, há tudo isto. Mas não há dogma,
códigos sociais e tudo o mais que exige que as pessoas se conformem e não façam outras coisas” (Entrevista concedida pelo dr.
A. K. Tébecis, médico-fisiologista e dirigente da Mahikari em Melbourne, Austrália, em Junho de 1977).
Trata-se, porém, de uma religião ecumenista, como podemos ver a seguir:
“...qualquer um pode aderir: cristãos, budistas ou mesmo pessoas que não acreditam em Deus. Ela incorpora princípios da
ciência. Existe um balanço do positivo e negativo – a cruz. Um dos símbolos de Mahikari é, na verdade, a cruz: vertical em
vermelho, horizontal em azul. Fogo-água, espiritualidade-materialismo...” (Entrevista do dr. A. K. Tébecis).
Mas, para despistar os incautos que já têm religião, a Arte Mahikari alega:
“Por razões burocráticas, há necessidade de registrar a nossa entidade como sendo de caráter religioso, contudo não
pertencemos a nenhuma das outras religiões, isto é, somos independentes. O Sukuinushi-Sama, que nos orientou, divulgou os
ensinamentos e a Arte Mahikari fundamentando-se nas revelações divinas que recebeu” (Mahikari Responde, p. 27, pergunta 26).
E mais:
“Quando adotamos esta doutrina não devemos abandonar as demais crenças? Existem religiões que não admitem a existência de
nenhuma outra, considerando serem os ensinamentos errôneos, exigindo que se abandone toda a crença anterior. Na nossa
entidade – Mahikari – não existe tal imposição” (Mahikari Responde, p. 29, pergunta 29).
Mas, quanto a esse tipo de argumento, vejamos o que a Bíblia tem a dizer:
“Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”, Amós 3.3 (Ver também Mt 6.24, Sl 106.35 e At 2.42). Logo, é falso o ensino
de que toda crença em Deus lhe é aceitável, se praticada com sinceridade, e de que todas as religiões, ainda que tenham
instruções divergentes, podem se unir a fim de atingir um bem comum.
O desenvolvimento da Arte Mahikari

“No Japão, acredito que existem cerca de 300 mil membros. Está espalhando assustadoramente. Milhares de pessoas fazem o
seminário todos os meses. Há centenas de nú cleos Mahikari no Japão. O primeiro núcleo estrangeiro foi em Paris. Na verdade,
há muitos outros núcleos na França. Bélgica tem dois. Suíça tem um. Dois no Canadá. Cerca de seis mil na América do Norte e
na América Central. Na América do Sul é muito ativa, incomumente ativa principalmente no Brasil” (Entrevista do dr. A. K.
Tébecis).
No Brasil, a Arte Mahikari conta com 54 templos (os dojôs), cuja sede encontra-se na Rua São Joaquim, 105, bairro da Liberdade,
em São Paulo. Trata-se do Dojô Intermediário de São Paulo, com cerca de 10 mil membros. As atividades da Arte Mahikari em
terras brasileiras tiveram início em 1973.
Seu templo mundial (Suza) foi inaugurado em 1984 na terra sagrada de Takavama, Japão: “Inaugurado em 1984, Suza
resplandece majestosamente como o Templo do deus Su, para onde devem convergir os povos da terra, sem distinção de cor,
credo ou ideologia, irmanados na sua única e real condição de filhos de Deus verdadeiramente voltados a Deus” (Entrevista do dr.
A. K. Tébecis)

Um novo messias?
“Certamente que o senhor Sukuinushi-Sama (Okada), fundador de Mahikari, não é Cristo. Ele nunca fingiu ser. Mas ele é como o
primeiro Messias da Nova Era” (Entrevista do dr. A. K. Tébecis)
Embora Sukuinushi-Sama, como lemos, não se identifique como sendo Cristo, ele não abre mão de se autodenominar de o
“Messias da Nova Era”. Naturalmente, isto o enquadra no texto de l Jo 2.18, que diz: “Filhinhos, é já a última hora; e, como
ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora”.

O que pensa a Arte Mahikari a respeito de Cristo?


Cristo é igualado a qualquer fundador de religião. Eis o que afirmam:
“Buda e Jesus Cristo conheciam também o segredo desta Arte e a praticaram para acalmar e curar os homens. Aplicando e
recebendo freqüentemente a luz divina é possível resgatar muitos erros das vidas anteriores” (Folheto-Convite).
E não param por aí. Continuam falando de Cristo ligando-o a Buda.
“Para divulgar a sua doutrina, Jesus realizava milagres. Dizia a seus discípulos: ‘Procurem a salvação dos homens antes de
doutriná-los’. O mesmo aconteceu com Buda que, através da utilização da força espiritual, curava os enfermos ao mesmo tempo
que difundia o budismo. O cristianismo e o budismo seriam ensinamentos fracos porque fizeram uso do milagre para sua
propagação” (Mahikari Responde, p. 25, pergunta 23).
Desde o início de seu ministério, Jesus Cristo demonstrou sua deidade absoluta, e fez isso operando milagres que só Deus
poderia realizar.
Jesus demonstrou sua deidade absoluta curando o povo: Mt 8.2-4,5-13, 14-17; 9.20-22; 12.9-13; Mc 2.3-12; 7.32-37; Lc 17.11-19;
22.47-51; Jo 5.1-9; 9.11.
Jesus demonstrou sua deidade absoluta ressuscitando os mortos: Mt 9.18- 26; Lc 7.11-15; Jo 11.1-44.
Jesus demonstrou sua deidade absoluta controlando a natureza e os seus elementos: Mt 14.22-33; Mc 4.35-41; Jo 2.1-11; 6.1-14
Jesus demonstrou sua deidade absoluta perdoando pecados, os quais só Deus poderia perdoar: Mc 2.5-7; Lc 7.48-49.
Jesus demonstrou sua deidade absoluta conhecendo os pensamentos e as intenções dos homens: Mt 9.4; 12.25; Lc 6.8; 9.47.
Ao proceder dessa forma, Jesus Cristo assumiu a responsabilidade exclusiva da salvação da humanidade: Jo 3.16 e At 4.12.
Mas, e se alguém surgisse com sinais e prodígios e nos levasse a admitir outros deuses, entre os quais o deus Su? O que a Bíblia
diz a respeito? A resposta encontra-se em Deuteronômio13.1-5.

Fontes de autoridade religiosa


São três as fontes de autoridade religiosa dos seguidores da Arte Mahikari. A saber:
a) o GOSEIGEN - Livro de orações.
b) a Bíblia.
c) os sutras budistas.
“Tanto a Bíblia como os 48 volumes dos sutras budistas são bastante volumosos. No entanto, nesses livros foram revelados
apenas fragmentos. Se se pensar que cada um deles constitui o todo, isto será um ato de orgulho, de vaidade, será uma falta que
se estará cometendo para com Deus. Por essa razão, é chamado de GA (...) Sukuinushi-Sama recebeu o ‘espírito da verdade’, ou
seja, recebeu a sagrada missão de YO” (Jornal Mahikari, 6/11/1988, nº 4, p. 8).
Considera-se, ato de orgulho, de vaidade, admitir que tanto a Bíblia como os sutras budistas constituem “o todo”. Mas a Bíblia, e
somente ela, de fato, constitui “o todo” (Ap 22.18; 2 Tm 3.16,17).
Paraíso na terra

“Se Deus é Todo-Poderoso, não poderia fazer surgir o paraíso terrestre? Segundo a ciência moderna, a vida terrestre deve estar
em torno de quatro a cinco bilhões de anos. No decurso desse longo espaço de tempo foi criado o oxigênio, a água, surgiram os
vegetais, a compactação do solo foi realizada por animais gigantescos, enfim, muitos preparativos foram feitos até o aparecimento
do homem. Deus necessitou despender ‘grandes esforços’ para fazer desenvolver e evoluir o homem sobre a face da terra até o
estágio atual. O homem, em sua capacidade espiritual, está muito longe de poderes divinos, porém recebeu uma grande
habilidade em manipular a matéria. Deus pretende que o homem, a quem concebeu esta particularidade, desenvolva, com sua
própria força, os recursos existentes na terra e construa, por meios materiais, o paraíso terrestre, que jamais se tornará realidade
se não for feito pelo homem. Assim, exigir que tudo nos seja concedido sem qualquer esforço e merecimento é absolutamente
impróprio e impossível” (Mahikari Responde, p. 43, pergunta 50).
A idéia de um paraíso na terra é um velho sonho que não será realizado por meio dos homens. A Bíblia ensina que esse período
áureo de mil anos na terra só se tornará possível depois da prisão de Satanás no poço do abismo, quando, então, estará impedido
de agir sobre a humanidade (Ap 20.1-3). Cumprir-se-á, nessa ocasião, a profecia de Daniel 2.44: “Mas, nos dias destes reis, o
Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá
todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”.
Segundo Isaías 11.6,8, as mudanças que hão de ocorrer na natureza dos animais nesse período serão plenamente perceptíveis.
Jesus ensinou que, à medida que os dias da sua volta se aproximassem, o mal teria um progresso muito grande, repetindo-se em
maior escala o instinto sangüinário do homem antdiluviano (Mt 24.37-39). Logo, é impossível esperar que o homem “construa, por
meios materiais, o paraíso terrestre, que jamais se tornará realidade se não for feito pelo homem”. Pelo homem, e dizemos isso à
luz da Bíblia, o sonho de realizar um paraíso na terra jamais será possível, até porque o estado eterno do homem será o paraíso
celestial, que está além de tudo aquilo que ele já tem visto e ouvido (Fp 3.20-21; Jo 14.2-3).

Origem das superstições

Babilônia é o berço da religião pagã e a Arte Mahikari, além de ser uma delas, está envolvida com o ecumenismo, pois se
apresenta com recursos ligados ao paganismo: talismã, feitiços, malefícios, amuletos, necromancia etc. A única coisa diferente em
sua prática são os títulos dados aos objetos sagrados que utiliza: o Omitama e o Goshintai, plaquetas especiais com o nome dos
antepassados (“ihais”), sem contar os alimentos.
A luta inicial do cristianismo foi precisamente contra tais práticas. Conferir Atos 14.15-16 e 19.19.
O sentimento religioso está arraigado na natureza do homem. Se esse sentimento não for devidamente orientado ou se for
desviado por outros sentimentos ou pela própria obstinação e pertinácia do homem, mesmo assim não deixará de existir, mas
acabará se tornando em superstição (Rm 1.23).
As religiões de mistérios continuam crescendo cada vez mais. E alegam possuir o segredo de Deus e o acesso ao seu poder
através das experiências místicas: mantras, amuletos etc, declarando guerra à razão e à verdade que está somente em Jesus
Cristo. O que os cristãos devem fazer diante dessa avalanche de seitas místicas? Sigamos a sábia sugestão do escritor cristão
John F. Macarthur Jr.: “Não existe plano mais alto, nenhuma experiência sobrepujante ou vida profunda. Cristo é tudo em todos.
Agarre-se a Ele. Cultive o seu amor por Ele. Somente nele você é completo”.
Da Bíblia, devemos seguir o seguinte conselho: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso,
tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9).

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