Metodologia Científica - Unidade 1
Metodologia Científica - Unidade 1
Metodologia Científica - Unidade 1
CIENTÍFICA
UNIDADE 1
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
UNIDADE 1
Sumário
APRESENTAÇÃO 04
INTRODUÇÃO 05
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 07
UM POUCO DE HISTÓRIA 08
CONCEITO DA PESQUISA CIENTÍFICA 12
CAMPO DA APLICAÇÃO CIENTÍFICA 20
MODALIDADES DE PESQUISA 24
MÉTODOS 32
TÉCNICAS 33
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 44
BIBLIOGRAFIA 46
04 • 48 UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Apresentação
Bons estudos!
UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 05 • 48
Introdução
A Metodologia Científica é um discurso sobre o ca-
minho que alguém deve percorrer se pretende fazer
ciência. Ou seja, a Metodologia Científica é uma dis-
ciplina que capacita alguém a avaliar métodos, identi-
ficando limitações e implicações que dizem respeito
às suas utilizações.
Apresentação
da unidade
Bons estudos!
08 • 48 UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Um pouco
de história
Antes de entrarmos de cabeça em todos os deta-
lhes que giram em torno da Metodologia da Pesqui-
sa Científica, vale a pena introduzirmos o assunto
com um breve histórico. Por que, afinal, este tema
merece uma disciplina só pra ele?
‘‘
inglês Isaac Newton.
EMPIRISMO
OBJETIVIDADE
EXPERIMENTAÇÃO
VALIDADE
DETERMINISMO
CONHECIMENTO SENSÍVEL
É todo aquele que é perceptível pelos órgãos do sentido, é comum ao
homem e aos outros animais em função de sua presença concreta.
CONHECIMENTO COMUM
Também conhecido como senso comum ou conhecimento empírico, é
transmitido de geração em geração. É aquela sabedoria corriqueira, que
faz parte da tradição cultural de um povo.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
Nele, não há apresentação de soluções definitivas, mas é um modelo que
habilita o homem a fazer uso das suas faculdades para entender o sentido
da vida. O uso da razão e da reflexão são muito bem vindos.
CONHECIMENTO TEOLÓGICO
É oposto ao filosófico, pois trata de verdades e princípios, muitas vezes
sem comprovação, que se transformam em dogmas. Eles são aceitos sem
questionamento, já que é uma aceitação movida pela fé.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
É extremamente objetivo. Explica os motivos de sua certeza, descreve os
fatos comprovados por meio de experiências ou observações.
E é exatamente por esse motivo, para que você seja um grande estu-
dioso na área específica que escolheu para desenvolver seu projeto,
que essa disciplina foi criada. Nosso intuito é colaborar e facilitar
seu sucesso da melhor maneira possível. Vamos nos aprofundar no
assunto?
Conceito da
pesquisa científica
A pesquisa científica é uma atividade desenvolvida
pelos investigadores para novas descobertas, melho-
ria da qualidade da vida intelectual e da vida material.
As atividades de pesquisa requerem do investigador
o planejamento, o conhecimento e a adequação às
normas científicas. O estudo e a pesquisa estão pre-
sentes em toda a vida do acadêmico e, por isso, é
tão importante que o estudante compreenda algu-
mas questões a eles relacionadas. O desenvolvimen-
to de estudos científicos se torna uma experiência
prática e teórica do pesquisador e da comunidade
científica em que se insere, pois, assim, é possível re-
fletir sobre acontecimentos ocorridos na sociedade
da qual faz parte.
UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 13 • 48
Revisar e Investigar
Fornecer
sintetizar o alguma situação
soluções para
conhecimento ou problema
um problema.
existente. existente.
Construir ou
Explorar e
criar um novo Explicar um
analisar questões
procedimento novo fenômeno.
mais gerais.
ou sistema.
Uma combinação
Gerar novo
de quaisquer
conhecimento.
dos itens acima.
UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 15 • 48
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO
Análise e Redação e
Coleta Conclusão
F Metodologia G H I discussão dos J apresentação
de dados dos resultados
resultados da pesquisa
16 • 48 UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
A) RELEVÂNCIA DO ASSUNTO:
O assunto pesquisado deve ser atual, pois dificilmente alguém terá interesse
em ler, estudar, analisar e discutir sobre algo ultrapassado e que não irá ajudar
na construção do conhecimento. Por isto, o pesquisador deve se manter sem-
pre atualizado sobre o que está sendo estudado em sua área profissional e de
pesquisa.
transformar em um artigo.
DELIMITAÇÃO DO TEMA
Para a realização dessa etapa, não existem regras fixas. Porém, alguns encami-
nhamentos podem guiar o pesquisador nesse momento:
Verificar os temas mais importantes para não ficar com muitos temas, mas
focar em um subtítulo;
Cervo e Bervian (2002) descrevem outras técnicas que podem ajudar no pro-
cesso de delimitação. Entretanto, elas podem não funcionar para alguns assuntos.
Por exemplo, o tema de qualidade total é muito amplo e deve ser delimitado.
Campo da
aplicação científica
Agora chegou a hora da investigação. O trabalho de
campo se apresenta como uma possibilidade de conse-
guirmos não só uma aproximação com aquilo que dese-
jamos conhecer e estudar, mas também de criar um co-
nhecimento, partindo da realidade presente no campo.
A ENTRADA NO CAMPO
Vários são os obstáculos que podem dificultar ou até mesmo inviabilizar essa
etapa da pesquisa. Portanto, cabem algumas considerações:
Modalidades
de pesquisa
A pesquisa é uma atividade direcionada para a
elucidação de problemas por meio da utilização
de procedimentos científicos. Dessa forma, ao de-
senvolver uma pesquisa, é necessária a compreen-
são das modalidades da pesquisa, bem como das
formas de coleta e análise de dados.
Método hipotético-dedutivo: toda vez que não temos resposta para uma
pergunta, estamos diante de um problema. Para solucioná-lo, devemos formular
hipóteses. Mas será que as hipóteses bastam para acabar com a dúvida? Não.
UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 27 • 48
Elas precisam ser testadas ou falseadas. Segundo Popper, o cientista deve olhar
com suspeita para todas as afirmações que escuta por aí. Elas só devem ser
consideradas verdadeiras depois de aprovadas no teste de falseabilidade.
Método dialético: parte do princípio que não existe uma verdade absoluta,
esperando que algum cientista possa desvendá-la. De acordo com a dialética, as
teses devem ser sempre colocadas em uma espécie de ringue. A finalidade é fazer
com que ideias opostas “lutem” uma contra a outra até que tenhamos uma nova
solução para o problema em estudo. Depois de chegarmos à nova solução (sínte-
se), devemos fazer com que ela “brigue” com sua antítese, e assim por diante. Na
ótica do método dialético, a construção do conhecimento nunca chega ao fim: o
importante é manter acesa a chama da reflexão e sempre colocar à prova nossas
conclusões. É um método bastante útil em pesquisas qualitativas.
Métodos
“Métodos são técnicas suficientemente gerais para se torna-
rem comuns a todas as ciências ou a uma significativa parte
delas.” Robert Kaplan (1969)
Técnicas
“Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se
serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses pre-
ceitos ou normas, a parte prática.Toda ciência utiliza inúmeras
técnicas na obtenção de seus propósitos.” Eva Maria Lakatos
e Marina de Andrade Marconi (1990)
COLETA DE DADOS:
Exemplo1 Exemplo2
Elaboração do questionário
Testagem ou pré-teste
Distribuição e aplicação
Gil (1999) cita três tipos de questões em relação à forma: questões fechadas,
questões abertas e questões relacionadas.
A pergunta com escala visa medir o grau, e não a qualidade. Apresenta uma
gradação nas respostas. A escala pode ser apresentada pela atribuição de nota,
de preferência, de atitude.
Exemplo:
OBSERVAÇÕES:
- Não ofereça um número muito grande de alter-
nativas, pois isso poderá confundir o entrevistado e
prejudicar a escolha.
- Nas questões com diversas alternativas, deve-se
sempre colocar a opção “outras” para não ter que
listar todas as possíveis opções.
- Ter apenas uma resposta para o entrevistado assinalar.
Quando houver necessidade de mais de uma res-
posta (Exemplo: Quais as atividades de lazer você
UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 37 • 48
Exemplo:
Iniciar pelas questões que definem o perfil do entrevistado (sexo, faixa etá-
ria, renda etc.).
38 • 48 UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
O aluno deve compreender que a amostra de uma pesquisa pode ser concei-
tuada como “subconjunto finito de uma população” (LABES, 1998) e dividida
em quatro tipos:
Para Gil (1999), nos estudos exploratórios a entrevista informal visa abor-
dar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador. Então, se este for o
caso, o estudante pode usar o tipo de entrevista menos estruturada possí-
vel, que só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo
básico a coleta de dados. Dessa forma, utilizam-se informantes-chave que
podem ser especialistas no tema em estudo, líderes formais ou informais,
personalidades e outros.
A entrevista por pauta apresenta certo nível de estruturação, pois se guia por
uma relação de pontos de interesse do entrevistador, ordenadas e relacionadas
entre si. São feitas poucas perguntas diretas e o entrevistado pode falar livremente.
Questões
de fixação
1
Cite as principais características do Positivismo e
como esse pensamento colaborou para o desen-
volvimento da metodologia da pesquisa científica.
2
O que é o método experimental?
3
Defina o que é pesquisa de maneira sucinta:
4
Quais são os cinco tipos diferentes de conheci-
mento e suas definições?
5
Quais fatores você deve levar em conta ao deli-
mitar o tema da pesquisa?
UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 45 • 48
6
Explique as diferenças entre os métodos de pes-
quisa dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo,
dialético e fenomenológico.
7
Qual a diferença entre pesquisa quantitativa e
qualitativa?
8
Explique as diferenças entre as pesquisas descriti-
va, exploratória e explicativa:
9
Cite os métodos mais utilizados nos projetos aca-
dêmicos e quais as diferenças entre eles.
10
Quais os modelos de coletas de dados mais utili-
zados e suas definições?
46 • 48 UNIDADE 1 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Bibliografia
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. são Paulo:
loyola, 1999.
CENCI, Angelo Vitório. O que é ética? Elementos em torno de uma ética geral.
Passo Fundo: Ed. do autor. 2000. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodo-
logia científica. 5. ed. são Paulo: Prentice Hall, 2002.
CERVO,A. L. BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. são Paulo: Atlas, 2006.
OLIVEIRA, sílvio luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. são Paulo:
Pioneira Thomson learning, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criati-
vidade. 18 ed. Petrópolis:Vozes, 2001.
SECAF, victoria. Artigo científico: do desafio à conquista. 3. ed. São Paulo: Green
Florest do Brasil, 2004.
VOLPATO, Gilson luiz. Bases teóricas para Redação Cientifica...por que seu ar-
tigo foi negado? São Paulo: Cultura Acadêmica.Vinhedo: Scriota, 2007.
VOLPATO, Gilson luiz. Dicas para redação científica: por que não somos citados.
2. ed. Botucatu: Gilson luiz volpato, 2006.
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
UNIDADE 2
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
UNIDADE 2
Sumário
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 04
ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA 05
ÉTICA NA PESQUISA 14
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 20
BIBLIOGRAFIA 22
2
04 • 24 UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Apresentação
da unidade
Projeto de pesquisa: como elaborar o seu
Etapas da
pesquisa científica
Nesta parte da disciplina, vamos auxiliá-lo a começar
a pensar mais especificamente no seu objeto de es-
tudo. Ao contrário do que se pensa, a sequência de
tópicos a serem executados não é feita na ordem em
que são apresentados ao final da pesquisa. Ou seja,
traremos aqui algumas dicas para que você aproveite
seu tempo da forma mais produtiva possível.
Problema
Problema
Hipótese Objetivos
de pesquisa
06 • 24 UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
PROBLEMA DE PESQUISA
No que esse
Como esse Com o que fenômeno interfere?
fenômeno é? esse fenômeno Ou o que interfere
(Descrição) está associado? nesse fenômeno?
(Associação) (Associação com
interferência)
UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 07 • 24
Empírico (ser observável na realidade; que pode ser captado pela observa-
ção e por meio de técnicas e métodos apropriados)
HIPÓTESE
Essa possível solução para o problema, a hipótese, será declarada falsa ou verda-
deira após a realização da pesquisa científica. Boa parte dos testes estatísticos são
realizados para auxiliar na tomada de decisão sobre rejeitar ou não uma hipótese.
‘‘
‘‘ É IMPORTANTE FRISAR QUE NEM TODA PESQUISA
CIENTÍFICA POSSUI UMA HIPÓTESE. É O CASO DAS
PESQUISAS EXPLORATÓRIAS, POR EXEMPLO.
08 • 24 UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
OBJETIVOS
TEORIA EM PRÁTICA
Agora que você já entendeu na teoria cada uma das etapas de uma pesquisa
científica, chegou a hora de observar alguns exemplos:
Exemplo1
Exemplo 2
Exemplo 3
Projeto
Material Revisão
Cronograma
e métodos bibliográfica
Referências
Introdução Título
bibliográficas
MATERIAL E MÉTODOS
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
TRATAMENTOS AVALIADOS
VARIÁVEIS ANALISADAS
ANÁLISE ESTATÍSTICA
UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 11 • 24
CRONOGRAMA
Exemplo de cronograma
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Acredite: alguns dias na biblioteca podem evitar meses de trabalho errado. Re-
lacione os conceitos básicos do tema escolhido com as aplicações sobre o
problema de pesquisa formulado. Levante o “estado da arte”, ou seja, quais
informações já foram descobertas a respeito do problema de pesquisa e quais
são as fronteiras do conhecimento nesta área.
12 • 24 UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Comece pelos livros clássicos, aqueles que são referência na área do projeto de
pesquisa, e afunile as informações os resultados publicados na forma de artigos
em periódicos científicos. Ao ler estes artigos científicos, procure não se ater
apenas aos resultados encontrados, mas também aos procedimentos utilizados
na pesquisa.
Uma revisão bibliográfica bem escrita irá fornecer indícios sobre os rumos que
a pesquisa deve seguir, sobre os procedimentos adequados e, principalmente,
irá proporcionar informações que serão utilizadas na discussão dos resultados
quando a pesquisa já estiver na fase de análise de dados.
‘‘
BIBLIOGRÁFICA DO PROJETO DE ‘‘
OU SEJA: CAPRICHAR NA REVISÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Tudo aquilo que não é de sua autoria deve ser devidamente referenciado por
meio de paráfrases (preferencialmente) e listado nas referências, caso algum
outro pesquisador ou consultor queira ter acesso às obras citadas.
Exemplo
INTRODUÇÃO
Apresente ao leitor qual será a sua pesquisa e porque pretende executá-la. Isso
envolve mostrar a problemática que originou a pesquisa e a fundamentação
que o levou a escolher seu objetivo. Na introdução, portanto, estão contidas as
justificativas do tema abordado.
TÍTULO
Apesar de ser o primeiro item a ser lido em um projeto, o título também pode
ser escrito quando já se tem uma visão mais abrangente do projeto.
Ética na pesquisa
O projeto de pesquisa tem em sua redação compro-
missos em não ferir a ética da elaboração de textos
científicos. Um dos comportamentos antiéticos mais
comuns é a prática do plágio. Isto é, usar ideias, ex-
pressões, dados de outros autores sem citar a fonte
de onde se originam.
Entretanto, os motoristas mais idosos não dirigem tanto quanto os mais jovens,
pois, em lugar de considerar apenas o número de acidentes, a Associação Ameri-
cana de Aposentados deveria descrever também as taxas de acidentes. Para cada
100 milhões de milhas percorridas a taxa de acidentes para os motoristas com
idades de 16 a 19 foi 8,6; para os com idade de 75 a 79 a taxa foi de 4,6 e 8,9 para
os com idade de 80 a 84; já para os motoristas com 85 anos de idade ou mais a
taxa foi de 20,3. Embora os motoristas mais jovens tenham de fato maior número
de acidentes, os mais velhos apresentam as taxas de acidente mais altas.
A seguir são descritas algumas situações nas quais os dados podem ser distorcidos:
Dados
distorcidos
Cifras parciais
Do ponto de vista filosófico, de acordo com Cenci (2000), a ética, desde as suas
origens, busca estudar e fornecer princípios orientadores para o agir humano.
Ela nasce amparada no ideal grego de justa medida, do equilíbrio nas ações. A
justa medida é a busca do agenciamento do agir humano de tal forma que o
mesmo seja bom para todos. O espaço de cada indivíduo ou de cada parte que
se envolve na ação necessita ser garantido de maneira autônoma e racional.
UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 17 • 24
Tais princípios indicam não para a perfeição do agir, mas sim para que o mesmo
ocorra da maneira mais adequada possível.
Do ponto de vista legal, cita-se a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996), que define
as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres huma-
nos. A Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, qua-
tro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e
justiça. Visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade
científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. Além disso, a Resolução 196/96
descreve quais devem ser os aspectos contemplados pelo Termo de Consenti-
mento Livre e Esclarecido, mecanismo pelo qual os sujeitos, indivíduos ou gru-
pos que por si e/ou por seus representantes legais, manifestarão a sua anuência
à participação na pesquisa. Por meio desse termo, o entrevistado declara que foi
informado - de forma clara, detalhada e por escrito - da justificativa, dos objeti-
vos e dos procedimentos da pesquisa. Além disso, ele ainda é informado sobre:
Questões
de fixação
1
Qual é a maneira mais simples de formular o pro-
blema de pesquisa?
2
Defina o que é hipótese em um projeto de pesquisa:
3
Por que uma revisão bibliográfica é importante
para a produção do seu projeto?
4
Defina objetivos gerais e específicos e qual a liga-
ção entre eles:
5
Faça um cronograma definindo hipotéticas ativi-
dades e datas de cada produção:
UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 21 • 24
6
Por que o título e a introdução devem ser produ-
zidos nas últimas etapas do seu projeto?
7
Quais são os quatro referenciais básicos da bioé-
tica que a Resolução 196/96 incorpora?
8
Quais as formas mais comuns de plágio e fraude
na pesquisa científica?
9
Quais as características principais que descrevem
as decisões éticas na pesquisa de marketing?
10
Cite cinco situações nas quais pode haver distor-
ção de dados:
22 • 24 UNIDADE 2 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Bibliografia
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. são Paulo:
loyola, 1999.
CENCI, Angelo Vitório. O que é ética? Elementos em torno de uma ética geral.
Passo Fundo: Ed. do autor. 2000. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodo-
logia científica. 5. ed. são Paulo: Prentice Hall, 2002.
CERVO,A. L. BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. são Paulo: Atlas, 2006.
OLIVEIRA, sílvio luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. são Paulo:
Pioneira Thomson learning, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criati-
vidade. 18 ed. Petrópolis:Vozes, 2001.
SECAF, victoria. Artigo científico: do desafio à conquista. 3. ed. São Paulo: Green
Florest do Brasil, 2004.
VOLPATO, Gilson luiz. Bases teóricas para Redação Cientifica...por que seu ar-
tigo foi negado? São Paulo: Cultura Acadêmica.Vinhedo: Scriota, 2007.
VOLPATO, Gilson luiz. Dicas para redação científica: por que não somos citados.
2. ed. Botucatu: Gilson luiz volpato, 2006.
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
UNIDADE 3
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
UNIDADE 3
Sumário
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 04
TIPOLOGIA DA PESQUISA 05
GÊNEROS ACADÊMICOS 07
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 15
BIBLIOGRAFIA 17
3
04 • 19 UNIDADE 3 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Apresentação
da unidade
Você já compreendeu anteriormente como realizar
cada etapa do seu projeto de pesquisa, assim como os
métodos e técnicas para realizar seu trabalho da manei-
ra mais produtiva possível. Mas também é muito impor-
tante ter a exata noção de como diferenciar cada tipo
de trabalho e entender suas peculiaridades.
Tipologia
da Pesquisa
Na vida acadêmica, o estudante se depara com diversos tipos de trabalhos
científicos, dentre eles: trabalhos de graduação, trabalho de conclusão de curso,
monografia, dissertação e tese. Cada um deles apresenta peculiaridades, como
a sistemática, a investigação ou a fundamentação.
Contudo, mesmo que cada trabalho seja elaborado com finalidades específicas,
é possível visualizar neles um padrão que compreende, de um modo geral, in-
trodução, desenvolvimento e conclusão. Abaixo estão listadas algumas caracte-
rísticas específicas dos trabalhos científicos.
TRABALHOS DE GRADUAÇÃO
No decorrer da sua graduação, é bem provável que o estudante tenha
elaborado trabalhos para disciplinas diversas. Eles não necessariamente
tinham como pretensão atingir o cunho científico dos trabalhos de ex-
celência da área em que estudou, mas oportunizar o desenvolvimento de
um raciocínio aos moldes das pretensões científicas. É possível mencio-
nar que os trabalhos de graduação também têm como propósito permi-
tir uma revisão bibliográfica ou literária de um determinado assunto ou
assimilar conteúdo específico de uma área cientifica.
TRABALHOS DE CURSO
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é tido como uma mo-
nografia sobre um assunto específico. Este trabalho possibilita a in-
vestigação sobre determinados temas ou fenômenos por meio da
análise, reflexão e produção textual, bem como, muitas vezes, da
defesa oral da pesquisa perante uma banca examinadora.
MONOGRAFIA
Como se pode verificar literalmente, monografia é um trabalho intelectual
concentrado em um único assunto. A monografia, exigida para a obtenção do
título de especialista em alguns cursos de pós-graduação lato sensu, é seme-
lhante ao Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado em cursos de gradua-
ção. Por isso, alguns pensadores, como Medeiros (2003), acreditam que não
há razão para falar em três níveis: monografia, dissertação e tese. Todos são
trabalhos monográficos, dissertativos, mas com características distintas.
DISSERTAÇÃO
A dissertação, que ultimamente se destina aos trabalhos de cursos de
pós-graduação stricto sensu (mestrado), busca principalmente a reflexão
acerca de um determinado tema ou problema, o que ocorre pela exposi-
ção das ideias de maneira ordenada e fundamentada. Dessa forma, como
resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo
mais completo possível em relação ao tema escolhido.
TESE
A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o
papel do trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (douto-
rado). Caracteriza-se como um avanço significativo na área do conheci-
mento em estudo. De acordo com a NBR 14724 (2011, p.4), tese é um
documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou
UNIDADE 3 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 07 • 19
A tese tem como finalidade abordar algo novo num determinado campo
do conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou dar uma
real contribuição para a ciência. Para Fachin (2001), tese é entendida
como um trabalho científico habitualmente exigido nos cursos de pós-
graduação e que deve ser defendido oralmente em público. A tese deve
apresentar um estudo original que traga uma contribuição para a socie-
dade científica, com rigor na argumentação, apresentação de provas das
afirmações e profundidade das ideias.
TRABALHOS DE GRADUAÇÃO
TRABALHOS DE CURSO DISSERTAÇÃO
MONOGRAFIA TESE
Gêneros
acadêmicos
Quando pensamos nos trabalhos referentes à Me-
todologia da Pesquisa Científica, outra subdivisão de
grande importante é a define os gêneros acadêmi-
cos. São os tipos de trabalhos de curta duração, que
servem para o aluno desenvolver seu conhecimento
sobre determinado assunto durante o curso e re-
forçar seu aprendizado. Abaixo você poderá saber
as peculiaridades dos gêneros mais utilizados tanto
durante a graduação como na pós.
08 • 19 UNIDADE 3 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
RESUMO
Uma modalidade específica deste tipo de trabalho é o resumo crítico. Ele é uma
redação técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica
ou literária. O que difere o resumo do resumo-crítico é sua estrutura, que apresen-
ta a crítica como quarta etapa, logo após introdução, desenvolvimento e conclusão.
Exemplo
O que é semiótica?
RESENHA
ESQUEMA
Exemplo
FICHAMENTO
PAPER
O PAPER É:
• Uma síntese de suas descobertas sobre um tema e seu julga-
mento, avaliação, interpretação sobre essas descobertas.
O PAPER NÃO É:
• Um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte).
• Um conjunto de citações.
ARTIGO CIENTÍFICO
Desatualização bibliográfica
Questões
de fixação
1
Você já realizou trabalhos de graduação durante
seus estudos. Aponte como essa experiência co-
laborou para seu preparo até aqui:
2
Qual a diferença entre monografia, disserta-
ção e tese?
3
Use o conhecimento aprendido neste curso para
fazer um resumo sobre o “positivismo”:
4
Qual linguagem deve ser utilizada na produção
de uma resenha?
5
Faça um “passo a passo” de como deve ser elabo-
rada uma resenha:
16 • 19 UNIDADE 3 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
6
Quais são os quatro tipos de esquema mais uti-
lizados, e quais suas definições?
7
Quais são as 5 normas que você deve seguir ao
fazer um fichamento?
8
Qual o objetivo do paper? O que o diferencia dos
outros gêneros acadêmicos?
9
Qual o objetivo principal do artigo científico, e
suas principais características?
10
Cite cinco falhas comuns que podem prejudicar
a produção de um artigo científico:
UNIDADE 3 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 17 • 19
Bibliografia
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. são Paulo:
loyola, 1999.
CENCI, Angelo Vitório. O que é ética? Elementos em torno de uma ética geral.
Passo Fundo: Ed. do autor. 2000. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodo-
logia científica. 5. ed. são Paulo: Prentice Hall, 2002.
CERVO,A. L. BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. são Paulo: Atlas, 2006.
OLIVEIRA, sílvio luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. são Paulo:
Pioneira Thomson learning, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criati-
vidade. 18 ed. Petrópolis:Vozes, 2001.
SECAF, victoria. Artigo científico: do desafio à conquista. 3. ed. São Paulo: Green
Florest do Brasil, 2004.
VOLPATO, Gilson luiz. Bases teóricas para Redação Cientifica...por que seu ar-
tigo foi negado? São Paulo: Cultura Acadêmica.Vinhedo: Scriota, 2007.
VOLPATO, Gilson luiz. Dicas para redação científica: por que não somos citados.
2. ed. Botucatu: Gilson luiz volpato, 2006.
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
UNIDADE 4
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
UNIDADE 4
Sumário
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 04
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA 05
ENSAIO CIENTÍFICO 09
NORMAS DA ABNT 17
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
4
04 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Apresentação
da unidade
Nesta última etapa do curso você vai aprender que
o texto científico tem tantas especificidades que as
vezes parece até que estamos lidando com outro
idioma. Esse estilo diferente e formal pode causar
algumas dificuldades no início, mas tudo tem sua
explicação. E, com esse grande relatório que você
acompanhará a seguir, a execução ficará muito mais
simples do que parece.
Comunicação
Científica
ESTILO DA REDAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
De acordo com Secaf (2004, p.51), “o parágrafo tem por finalidade expressar
etapas do raciocínio e, portanto, conter uma única ideia; não se trata de divisões
estáticas e sim que o parágrafo seguinte tenha uma relação com anterior”. Cada
parágrafo tem um objetivo a ser cumprido e cada qual com etapas de raciocí-
nio. E cada raciocínio existente no parágrafo deve ter sequência lógica. Ou seja,
não pode ser disposto de qualquer maneira, pois se isso ocorrer, pode levar o
leitor a não compreender seu raciocínio ou, até mesmo, levá-lo a se perder no
raciocínio exposto.
Conforme Severino (2002, p.84) “o parágrafo é uma parte do texto que tem por
finalidade expressar as etapas do raciocínio. Por isso, a sequência dos parágrafos,
seu tamanho e sua complexidade dependem da própria natureza do raciocínio”.
Ensaio
Científico
No seu dia a dia, quando procura artigos científicos
do seu interesse ou da área de sua atuação, você
deve ter percebido que eles podem, na sua apresen-
tação, formatação e organização, ter pequenas di-
ferenças entre si. Diante disso, você poderá pensar
de que forma se deve organizar o artigo científico.
Por isso, neste capítulo, você terá acesso a como
elaborar seu artigo científico para conclusão do seu
curso, respeitando as normas de organização, forma-
tação e características do texto técnico-científico, as
quais estão em consonância com a ABNT.
APRESENTAÇÃO GRÁFICA
Itálico: utiliza-se para grafar as palavras em língua estrangeira, como check in,
resumen e workaholic, por exemplo.
O quadro a
seguir apresenta
um exemplo da
organização,
formato e
apresentação do
artigo científico:
UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 11 • 40
Quadro 5 - Exemplo da organização, formato e apresentação do artigo científico Fonte: Elaborado pela equipe MTC-ICPG (2007).
Quadro 6 - Disposição dos elementos do artigo científico Fonte: ABNT, NBR 6022, 2003 (adaptado pela equipe do MTC-ICPG, 2007).
12 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
A ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Os elementos pré-textuais são compostos por informações essenciais,
conforme explicação e modelo a seguir.
• Resumo: (a palavra resumo deve ser em letra 12, negrito, alinhado à es-
querda). Após a palavra “resumo”, deixar 1 linha de tamanho 12 em bran-
co. Esse item deve ter apenas um parágrafo de, no máximo, 250 palavras
(aproximadamente 15 linhas), sem recuo na primeira linha. Use espaceja-
mento simples, justificado, tamanho 12. (ABNT, NBR 6028, 2003).
B ELEMENTOS TEXTUAIS
A introdução, o desenvolvimento e as considerações finais fazem parte dos
elementos textuais. Então, leia atentamente o que se postula sobre cada qual.
• Introdução
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6022 (2003,
p. 4), a introdução é “a parte inicial do texto, onde devem constar a de-
limitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos
necessários para situar o tema do trabalho”.
• Desenvolvimento
Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6022 (2003,
p. 4), o desenvolvimento é a “parte principal do texto, que contém a ex-
posição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e
subseções, que variam em função da abordagem do tema e do método”.
Não existe exatamente uma norma rígida que oriente esta seção do artigo. O
texto, no desenvolvimento, poderá conter ideias de autores, dados da pesquisa (caso
for pesquisa de campo, colocar gráficos e tabelas auxiliares) e interpretações.
• Considerações finais
Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 14724 (2005, p. 6), afirma
que a conclusão é a “parte final do texto, na qual se apresentam conclu-
sões correspondentes aos objetivos ou hipóteses”.
• Referências (obrigatório)
As referências, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas, (NBR 6023, 2002, p.2), são definidas como “conjunto padronizado
de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua
identificação individual”.
As referências são uma das partes do artigo, ou seja, fazem parte do todo,
em virtude de que o corpo do artigo está sustentado em informações pes-
quisadas também nas autoridades do assunto em questão, os quais foram
citados no corpo do trabalho. E, dessa forma, as referências permitirão que
o leitor tenha acesso às obras, aos documentos e aos artigos científicos
que foram citados no interior do trabalho.
• Apêndice (opcional)
Texto ou documento elaborado pelo autor que visa complementar o tra-
balho. Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas,
seguidas de travessão e respectivo título (Ex.: APÊNDICE A – Roteiro de
entrevista).
• Anexo (opcional)
Texto ou documento não elaborado pelo autor do trabalho, que comple-
menta, comprova ou ilustra o seu conteúdo. Os anexos são identificados
por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e respectivo tí-
tulo (Ex.: ANEXO B – Estrutura organizacional da Empresa Alfa).
16 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
- Tabelas
A legenda da tabela deve ser precedida pela palavra “Tabela” e pelo seu respec-
tivo número. A posição do título é centralizada e acima da tabela. A fonte fica no
final da tabela, também centralizada, tamanho 10, espaçamento simples entreli-
nhas e seguindo os padrões estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
- Gráficos
Os gráficos apresentam dados numéricos em forma gráfica para melhor visuali-
zação. O mesmo procedimento de títulos deve ser adotado para os gráficos, ou
seja, usar a palavra “Gráfico”, seu respectivo número e seu título.
- Notas de rodapé
As notas de rodapé devem ter como propósito servir como apoio explicativo e
devem ficar sempre no pé da página. A nota deverá estar separada do resto do
texto por uma linha. As notas, a exemplo das figuras, também devem ser nume-
radas partindo de 1. Sugere-se utilizar o recurso de notas do próprio Word para
inserir notas de rodapé no texto (comando: Inserir Notas). O próprio Word
administrará a numeração. A posição do texto da nota no pé da página deve ser
alinhada à esquerda.
- Palavras estrangeiras
Sempre que possível, evite o estrangeirismo. Se for inevitável usar termos em língua
estrangeira, estes deverão ser escritos usando o modo itálico. Ex.: feedback.
Normas
da ABNT
Ao escrever um artigo científico, além de se ter
uma série de requisitos a serem respeitados, con-
forme mencionado nos capítulos anteriores, o alu-
no não escreverá o seu artigo baseado somente
em suas ideias e experiências particulares. Fará,
obrigatoriamente, menção ao que outros autores
reconhecidos pela comunidade científica da sua
área retratam sobre o assunto que está pesquisan-
do para elaborar o trabalho.
SISTEMAS DE CHAMADAS
As citações no texto devem ser feitas de maneira uniforme e de acordo com o es-
tilo do pesquisador ou critério adotado pela revista em que o artigo pleiteará a pu-
blicação. Contudo, as citações devem seguir as prescrições da NBR 10520, de 2002.
A Sistema Numérico
No sistema numérico, a numeração é única e consecutiva, em algarismos ará-
bicos. Neste sistema, não deve ser iniciada uma nova numeração a cada nova
página do trabalho. A fonte é indicada de forma completa em nota de rodapé
e apresentada de acordo com as normas de referência bibliográfica. Caso seja
necessário o uso do sistema numérico, é importante ressaltar que as notas de
referências contidas nas notas de rodapé devem constar na lista de referências.
Quando usar nota de rodapé, não se usa o sistema numérico.
B Sistema Autor-data
Neste sistema, o leitor pode identificar a fonte completa da citação na lista de
referências, organizada em ordem alfabética, no final do trabalho. O formato da
citação no sistema autor-data é feito pelo sobrenome do autor ou pela insti-
tuição responsável ou, ainda, pelo título de entrada (caso a autoria não esteja
declarada), seguido pela data de publicação do documento e página da citação,
separados por vírgula.
Exemplo1
Exemplo2
Quando o nome do autor citado estiver entre parênteses, deve ser es-
crito com todas as letras em maiúscula, conforme o exemplo 2.
(SILV A, 2008a)
(SILV A, 2008b)
(SILV A, 2008c)
CITAÇÕES
Para Colzani (2001, p.97): “citação é uma inserção, num texto, de informações
colhidas de outra fonte, para esclarecimento do tema em discussão, para sus-
tentar, para refutar ou apenas para ilustrar o que se disse”.
20 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Pode-se afirmar que, dentre os objetivos pelos quais se utiliza citações, estão:
– Permitir ao leitor ir ao texto original do autor citado;
– Possibilitar a identificação do legítimo “autor” das ideias apresentadas no trabalho;
– Dar credibilidade e autoridade ao texto;
– Reforçar e fundamentar em outros autores que discutem o assunto em questão;
– E corroborar com as ideias expostas no trabalho.
As citações são de extrema importância para o artigo científico. Mas elas não
substituem a redação do trabalho, no sentido de fazer dele uma colcha de reta-
lhos de citações de diversos autores.
Falta de diálogo com as fontes, usadas, às vezes, apenas para abonar o pensa-
mento do autor, sem discussão.
• Formas de Citações
Há alguns modelos distintos de citações que podem ser utilizadas pelo alunos
durante seu projeto. Nesta parte do estudo você conhecerá as mais utilizadas.
A Citação Direta
A citação direta, de acordo com a NBR 10520 (2002, p. 2), é a “Transcrição lite-
ral da parte da obra do autor consultado”. Ou seja, neste tipo de citação, deve-
se respeitar redação, ortografia, sinais gráficos e pontuação do texto original,
fazendo uma cópia fiel do autor consultado.
Exemplo1
Exemplo 2
Exemplo1
Exemplo 2
Exemplo1
Perceba que se está citando Kant, no entanto, como não se teve acesso
à obra do autor, Kant está sendo citado por Reale e Antiseri.
Exemplo 2
Exemplo1 Exemplo2
De acordo com Reale (1990, p.
“Os fenomenólogos preten-
554), “os fenomenólogos pre-
dem descrever os modos típi-
tendem descrever os modos
cos como as coisas e os fatos se
típicos como as coisas e os fa-
apresentam à consciência [...] A
tos se apresentam à consciên-
fenomenologia não é a ciência
cia [...] A fenomenologia não é a
dos fatos e sim, ciências das es-
ciência dos fatos e sim, ciências
sências.” (REALE, 1990, p.554).
das essências.”
Exemplo1
Exemplo 2
G Citação indireta
A citação indireta é a interpretação das ideias de um ou mais autores do texto
em questão. Porém, mantenha o sentido original do texto. A citação indireta não
é a transcrição literal das palavras do autor; não deve estar entre aspas ou em
parágrafo distinto. No entanto, indique o(s) autor(es) e ano da obra.
Exemplo1
Exemplo 2
Ao fazer uso dessa forma de citação, deve-se indicar, entre parênteses, a expres-
são “informação verbal” no final da citação, mencionando os dados disponíveis
em nota de rodapé. Cite, pelo menos, o autor da frase (cargo ou atividade), local
(cidade) e data (dia, mês e ano).
Exemplo1
Wittmann et al. (2006, p. 19) afirmam que “A pós-graduação é uma prática social decisiva no
processo da (des)alienação das pessoas”.
Ou
“A pós-graduação é uma prática social decisiva no processo da (des) alienação das pessoas.”
(WITTMANN et al., 2006, p. 19).
Exemplo1
De acordo com Struve (1996, 2002), uma crença e uma atividade reli-
giosa/ espiritual ativa têm um efeito curativo significativo pela mudança
de atitudes específicas e alterações de comportamento, baseados prin-
cipalmente em uma convicção espiritual.
Exemplo 2
Exemplo 3
REFERÊNCIAS
Ao elaborar seu artigo, você consultou vários documentos.Além disso, pode ter citado esses
documentos no decorrer do texto. E, ao final da elaboração do artigo, você pode se pergun-
tar: como farei as referências dos documentos citados? Nesta parte do curso você apren-
derá como deverão ser feitas as referências dos vários documentos citados no seu projeto.
Entende-se por referências a relação de fontes (livros, artigos, leis...) que foram citadas no
decorrer da pesquisa e que devem obrigatoriamente ser apresentadas no final dos textos
acadêmicos e científicos. Referências são o conjunto de elementos que, retirados de um
documento, possibilitam a sua identificação.
Entre as finalidades das referências estão: informar ao leitor do texto as fontes que serviram
de subsídios para a realização da pesquisa e composição do artigo, bem como permitir que
o leitor tenha acesso às obras consultadas. Então, após o término das considerações finais
do artigo, como visto anteriormente, deve-se apresentar as referências (elemento pós-tex-
tual obrigatório), as quais devem estar em ordem alfabética e alinhadas à esquerda. Seguem
abaixo exemplos de como fazer as referências dos documentos que foram utilizados para
elaboração do projeto:
A Livros:
Autor: Último sobrenome em maiúsculas, seguido dos prenomes apenas
iniciados por maiúsculas. Exceções: nomes espanhóis, que entram pelo pe-
núltimo sobrenome; dois sobrenomes ligados por traço de união, que são
grafados juntos; sobrenomes que indicam parentesco, como Júnior, Filho e
Neto, acompanham o último sobrenome.
Título: Em negrito, sublinhado ou itálico.
Subtítulo: Se houver, separado do título por dois pontos, sem grifo.
30 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
• Livro cujo autor é uma entidade (Quando uma entidade coletiva assume
integral responsabilidade por um trabalho, ela é tratada como autor):
ENTIDADE. Título: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação:
Editora, Ano.
32 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
C Enciclopédias:
NOME DA ENCICLOPÉDIA. Local da publicação: Editora, ano.
Ex.: ENCICLOPEDIA TECNOLÓGICA. São Paulo: Planetarium, 1974.
UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 33 • 40
D Jornal
NOME DO JORNAL. Cidade, data.
Ex.: FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, 11 jan. 2009.
• Artigo de Jornal
- Com autor definido
SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título
do jornal, Cidade, data (dia, mês, ano). Suplemento, número da página, coluna.
Ex: PRATES, Luis Carlos. Quindim com café. Diário Catarinense,
Florianópolis, 3 fev. 2009. Disponível em: <http://www.clicrbs.com.br/
diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2390841.xml&tem-
plate=3916.dwt&edition=11632§ion=1328http>. Acesso em: 3 fev. 2009.
E Revista
• Revista no Todo
NOME DA REVISTA. Local de publicação: editora (se não constar no título),
número do volume (v.__), número do exemplar (n.__), mês. Ano. ISSN.
Ex.: REVISTA TRIBUNA JURÍDICA. Indaial: Editora Asselvi, v.1, n.4, jan./jun.
2008. ISSN 1807-6114.
• Artigo de Revista
- Com autor definido
SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título da
revista, local da publicação, número do volume, número do fascículo, páginas
inicial-final do artigo, mês. Ano.
Ex.: PICH, Roberto Hofmeister. Autorização epistêmica e acidentalidade.
Veritas, Porto Alegre, v. 50, n. 4, p. 249-276, dez. 2005.
34 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
- Quando a editora não puder ser identificada, deve-se indicar a expressão sine
nomine, abreviada e entre colchetes [s.n.].
- Quando o local de publicação não for identificado, deve-se indicar a expressão
sine loco, abreviada e entre colchetes [s.l.].
- Quando o local e a editora não aparecem na publicação, indica-se entre col-
chetes [S.l.: s.n.].
Quando o local, a editora e a data não forem identificadas, indica-se entre col-
chetes [s.n.t.] (sem notas tipográficas).
F Anais
NOME DO EVENTO, Número do evento, ano de realização. Local. Título.
Local: Editora, ano de publicação. Número de páginas ou volume.
Ex.: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. 21, São Paulo,
SP. Anais... São Paulo: Novembro de 2000.
G Entrevistas
• Entrevistas não Publicadas
SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenome.Título. Local, data (dia,mês.ano).
Ex.: SUASSUNA, Ariano. Entrevista concedida a Marco Antônio Struve.
Recife, 13 set. 2002.
• Entrevistas Publicadas
SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenomes. Título da entrevista.
Referência da publicação (livro ou periódico). Nota da entrevista.
Ex.: SOUZA, Mauricio de. A Mônica quer namorar. Veja, ed. 2098, a. 423, n.5, p.
19-23, dez. 1999. Entrevista concedida a Duda Teixeira.
UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 35 • 40
H Internet
Nome do autor; título do documento ou da WEB page (ou do frame). Título do
trabalho maior contendo a fonte (Web site); informações sobre a publicação (in-
cluindo a data da publicação e/ou da última revisão); endereço eletrônico (URL);
data do acesso e outras informações que pareçam importantes identificar na fonte.
Ex.: GRAYLING. A. C. A epistemologia. The Blackwell Companhion to Philo-
sophy. Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishers Ltd, 1996. Disponível em:
<http://www.geocities.com/marcofk2/grayling.htm>. Acesso em: 10 maio 2007.
I Jurisdição
Título (especificação da legislação, número e data). Ementa. Dados da Publicação
Ex.: 1: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília: Senado, 1988.
Questões
de fixação
1
Cite quatro características que um texto cientí-
fico deve ter e explique o motivo pelo qual elas
são essenciais:
2
Como você diferenciaria as peculiaridades de um
texto normal para um texto na linguagem científica?
3
Apêndice e Anexo são dois tópicos opcionais do
trabalho científico. Qual a função de cada um deles?
4
Qual deve ser a estrutura de tópicos completa de
um artigo científico?
5
Como deve ser a organização da apresentação de
gráficos e tabelas no projeto?
UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA 37 • 40
6
Explique as características da introdução, do
desenvolvimento e das Considerações Finais de
um texto científico:
7
Cite e diferencie os dois tipos de sistemas que
seguem as normas da ABNT:
8
Cite três problemas comuns que as citações
podem trazer para o projeto quando não são
bem executadas:
9
Como as referências são apresentadas no projeto
e quais são algumas de suas finalidades?
10
Exemplifique três funções das citações em um
artigo científico:
38 • 40 UNIDADE 4 • METODOLOGIA CIENTÍFICA
Bibliografia
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. são Paulo:
loyola, 1999.
CENCI, Angelo Vitório. O que é ética? Elementos em torno de uma ética geral.
Passo Fundo: Ed. do autor. 2000. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodo-
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CERVO,A. L. BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. são Paulo: Atlas, 2006.
OLIVEIRA, sílvio luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. são Paulo:
Pioneira Thomson learning, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criati-
vidade. 18 ed. Petrópolis:Vozes, 2001.
SECAF, victoria. Artigo científico: do desafio à conquista. 3. ed. São Paulo: Green
Florest do Brasil, 2004.
VOLPATO, Gilson luiz. Bases teóricas para Redação Cientifica...por que seu ar-
tigo foi negado? São Paulo: Cultura Acadêmica.Vinhedo: Scriota, 2007.
VOLPATO, Gilson luiz. Dicas para redação científica: por que não somos citados.
2. ed. Botucatu: Gilson luiz volpato, 2006.