Módulo 3 - Gestão Por Competências Na RFB
Módulo 3 - Gestão Por Competências Na RFB
Módulo 3 - Gestão Por Competências Na RFB
Competências
Módulo
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Conteudista/s
Maria do Carmo Martins (conteudista, 2019)
Enap, 2019
1. Implantação do Modelo................................................................. 5
6. Etapas do modelo........................................................................ 12
6.1 Mapeamento de competências.......................................................................13
6.2 Diagnóstico de necessidades de capacitação..................................................18
6.3 Capacitação e desenvolvimento de competências..........................................23
6.4 Análise dos resultados do diagnóstico............................................................25
1. Implantação do Modelo
Na RFB, a implantação do modelo de Gestão por Competências teve início no ano de 2010, a
partir do projeto de Capacitação com Foco em Competências, em consonância com a definição
da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal (PNDP).
Importante
A implantação desse modelo no órgão teve como motivações principais a
conformidade com a PNDP vigente naquela época e com as necessidades do
contexto institucional apontadas em pesquisa de clima organizacional realizada
em 2009.
Importante
O importante é que o processo de capacitação contribua para o desenvolvimento
do servidor e que atenda aos interesses da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional.
Ao conceber seu Modelo de Capacitação por Competências, a RFB trabalhou com o mesmo
conceito de capacitação indicado na PNDP de 2006 (Decreto nº 5707, de 23/02/2006), pelo qual
a capacitação é entendida como:
h,
Destaque,h
“Um processo permanente e deliberado de aprendizagem, com o propósito de
contribuir para o desenvolvimento de competências institucionais por meio
do desenvolvimento de competências individuais.”
O Modelo de Gestão por Competências, adotado na PNDP para o alcance dos resultados
pretendidos, prevê a adoção, pelos órgãos públicos, de um Modelo de Gestão por Competências
que compreende a:
h,
Destaque,h
“Gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de
conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das
funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição.”
Dessa forma, a primeira justificativa para a introdução do modelo de capacitação com foco
em competências pela RFB foi o alinhamento com a política de desenvolvimento adotada pelo
governo federal.
A melhoria contínua do modelo permite ampliar gradativamente sua utilização como referencial
para outros processos de gestão de pessoas, tais como recrutamento e seleção, reconhecimento
profissional e movimentação de servidores.
A cada novo ciclo, mudanças foram inseridas a partir da experiência anterior e da devolutiva de
servidores e gestores envolvidos no processo.
Importante
Do primeiro ciclo de diagnóstico (2012) para o segundo (2013), por exemplo,
tivemos o desenvolvimento do sistema de suporte ao modelo.
• 1ª etapa
2006: Decreto nº 5.707: Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal – PNDP.
• 2ª etapa
2011: Mapeamento das competências individuais específicas por processos de
trabalho: 1º Diagnóstico de Competências - Auto avaliação.
• 3ª etapa
2012: 1º Ciclo de Diagnóstico de Competências Proeduc: Planejamento da
capacitação baseado em lacunas de competências.
• Competências Fundamentais
Competências transversais, que descrevem os comportamentos desejados de todos
os servidores para o desempenho de suas atividades, independente da área de
atuação.
• Competências Gerenciais
Descrevem comportamentos desejados no desempenho de funções gerenciais.
• Competências Específicas
Descrevem os comportamentos esperados dos servidores referentes ao desempenho
nos processos de trabalhos nos quais atuam, estando agrupadas por Macroprocesso
da Cadeia de Valor.
• Competências Administrativas
Descrevem os comportamentos esperados no desempenho de atividades
administrativas gerais e de assessoria, não associadas a processo de trabalho
específico.
• Competências Institucionais
São capacidades e atributos da instituição que a tornam eficaz, permitem que sejam
atingidos seus objetivos e geram benefícios percebidos pela sociedade e usuários
dos serviços prestados, tendo por base o Mapa Estratégico e a Cadeia de Valor.
• Competências Individuais
As Competências Individuais são os comportamentos passíveis de observação
e mensuração que expressam as expectativas da instituição em relação ao
desempenho de seus servidores, de modo a contribuir para o desenvolvimento dos
objetivos estratégicos e das Competências Institucionais.
Para cada um dos tipos de competências da RFB, foi feita uma escolha diferente para melhor
refletir a natureza de cada competência e a especificidade do comportamento esperado dos
servidores:
6. Etapas do modelo
Como vimos, a Gestão por Competências é um processo sistêmico que se inicia com a formulação
da estratégia organizacional. A partir dela é feito o levantamento e descrição das competências
necessárias à consecução dos objetivos estratégicos e cumprimento da missão institucional.
• Mapeamento de competências
Identificação e descrição das principais competências necessárias ao desempenho
excelente dos servidores, de modo a atingir os objetivos institucionais estabelecidos
no Mapa Estratégico.
• 2011
No primeiro ciclo de mapeamento, concluído em 2011, foi identificado um conjunto
de competências institucionais e individuais necessárias para a consecução dos
objetivos estratégicos. Essa identificação de competências foi executada a partir da
realização de encontros gerenciais, entrevistas, grupos focais e oficinas técnicas. O
mapeamento dessas competências envolveu diretamente mais de 500 servidores
de Unidades Centrais e Regiões Fiscais.
• 2015
A partir da primeira revisão em 2015, foram utilizados questionários tanto para
a identificação quanto para validação de competências, além das técnicas já
empregadas. A utilização de questionários eletrônicos permitiu o envolvimento de
mais servidores na validação das competências.
Com o uso, foi possível verificar que esse método de descrição de competências
tornava o diagnóstico muito complexo e pouco preciso quanto aos objetivos de
aprendizagem a serem desenvolvidos para solucionar as lacunas indicadas.
• 2017
Após estudos desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA),
passou-se a utilizar o método de descrição de competências por Referenciais de
Desempenho.
Importante
A alteração no método de descrição acarretou um aumento significativo do
quantitativo de competências mapeadas. Apesar disso, como as competências
descritas dessa forma são mais precisas e observáveis, a identificação de
necessidades de capacitação ficou mais simples e direta, como pode ser
observado no exemplo a seguir:
Uma vez que as competências guardam uma relação direta com os objetivos institucionais,
espera-se uma melhoria nos resultados dos indicadores que medem o alcance dos objetivos.
O primeiro ciclo de Diagnóstico foi realizado entre outubro e novembro de 2011, a partir da
autoavaliação dos servidores. Esse ciclo contou com a participação voluntária de 56% dos
servidores.
Saiba mais
MODALIDADES DE AVALIAÇÃO CONFORME A QUANTIDADE DE AVALIADORES:
A. Atividades preparatórias:
Em etapa preliminar, é feita uma associação dos setores aos processos de trabalho e das
competências que os integrantes da equipe necessitam manifestar para que a unidade
entregue os resultados esperados.
Essa associação é refinada pelas chefias das equipes e setores, ajustando o rol de
competências necessárias de cada servidor. Desse modo, o questionário de levantamento
de necessidades é ajustado à realidade de cada servidor e trará somente as competências
que deve mobilizar para o desempenho de suas atribuições.
Na metodologia desenvolvida pela RFB, para cada competência são atribuídos graus de
importância diferenciados conforme essa competência deva ser mobilizada por servidor
em exercício nas Unidades Centrais (Central), nas Superintendências (Regional) ou nas
demais Unidades descentralizadas (Local). Isso porque, mesmo que uma competência seja
necessária em todos esses níveis organizacionais, sua importância relativa pode variar,
conforme as atribuições do setor.
Cálculo de Lacunas?
Os resultados consolidados dos setores e processos de trabalho são obtidos pela média dos
valores apurados nos diagnósticos individuais dos integrantes do setor ou que atuam em
determinado processo, respectivamente.
O quadro a seguir apresenta os valores que são utilizados no cálculo das lacunas conforme
as situações de avaliação:
Possibilidades Cálculo da NC Exceções
Existem as duas avaliações. AA x AG -----------
Existe apenas uma avaliação Apenas a avaliação feita é
AE x AE
(a outra não foi realizada). levada em consideração.
Existem duas avaliações, mas
A avaliação é considerada
um dos avaliadores indicou
(AE x AE)/2 como metade do valor
“0” (não é necessária às
determinado.
atividades atuais).
Existem duas avaliações que
foram indicadas com “0”. Competência não existe na lista do servidor. Dados não são
Existe apenas uma avaliação e levados em consideração para o cálculo da lacuna média.
ela é “0”.
Não existem avaliações
Legenda:
NC = Necessidade de Capacitação
AA = Autoavaliação
AG = Avaliação do Gestor
AE = Avaliação Existente
A análise é feita a partir da quantidade de servidores com necessidade de capacitação alta, média
ou baixa, conforme os critérios estabelecidos pela área de Gestão de Pessoas:
Vejamos um exemplo:
AA AG L
Servidor
(Autoavaliação) (Avaliação do Gestor) (Lacuna)
Importância
Competência 1
=7
Felipe 8 8 44,8
João 10 10 70,0
Lucas 1 1 0,7
Lúcia 2 2 2,8
O resultado do setor, calculado a partir da média das avaliações dos integrantes da equipe seria
o seguinte:
Lacunas do setor
Competência 3 Lacuna
Competência 1 29,6
Competência 2 23,8
Competência 3 13,0
h,
Destaque,h
Espera-se que os responsáveis pelo planejamento da capacitação utilizem
esses resultados para dialogar com os gestores e respectivas equipes, a fim de
definir qual a melhor forma de suprir as carências existentes.
No nosso exemplo, ainda que a necessidade de capacitação do setor não tenha sido “Alta”
(<40) em nenhuma das competências, Felipe e João apresentam alta necessidade em algumas
competências de grande importância para o setor. Nesse caso, seria interessante que a chefia
discutisse com os servidores a fim de identificar a melhor forma de suprir essas necessidades. Por
exemplo, Lucas e Lúcia poderiam atuar como facilitadores de aprendizagem para as competências
1 e 2, pois apresentaram baixa necessidade de capacitação.
Analisando a Competência 3, verificamos que a lacuna apurada para o setor é baixa. Entretanto,
3 servidores (Felipe, João e Lúcia) apresentaram alta necessidade de capacitação nessa
Com o propósito de otimizar os recursos disponíveis, deve-se buscar soluções que atendam mais
servidores e as necessidades de capacitação mais relevantes.
tome nota
Se muitas pessoas demonstraram alta necessidade de capacitação, deve-se
verificar a possibilidade de planejar uma ação de capacitação específica, que
pode ser a nível local (caso as pessoas pertençam ao mesmo setor ou unidade)
regional (caso as pessoas com necessidade se concentrem na mesma Região
Fiscal) ou pode ser o caso de se propor ao gestor nacional do processo de
trabalho a criação de ação ou ações para sanar essa deficiência de modo mais
abrangente.
Mesmo que sejam poucas as pessoas que apresentem alta necessidade de capacitação em
determinada competência, vale a pena estudar a possibilidade de incluí-las nas ofertas de
capacitação relativas a essa competência, caso exista.
Importante
Essas medidas permitirão, entre outros fatores, propiciar aos servidores
oportunidades de desenvolvimento mais próximas de suas reais necessidades,
evitar a redundância e sobreposição de ofertas, otimizar e direcionar o uso dos
recursos orçamentários.
Esse referencial permite avançar no sentido de tornar a instituição, nos dizeres de Zarifian (1999),
cada vez mais “qualificada e qualificante”. Ou seja, a RFB deve estar qualificada para oferecer
oportunidades diversificadas de crescimento a seus colaboradores e ser considerada qualificante
ao tornar-se fonte de saber e de aprendizagem para os indivíduos que nela atuam.
Importante
É apontada na PNDP a diversidade das oportunidades de capacitação e
desenvolvimento, o que amplia o entendimento de que apenas as práticas
tradicionais de treinamento gerariam aprendizagem para o indivíduo e para a
organização. Nesse contexto de aprendizagem, instituição e indivíduo assumem
responsabilidades pela capacitação e avaliação recíprocas, utilizando-se das
variadas possibilidades de práticas de aprendizagem. Com isso, caminha-se na
direção de uma aprendizagem significativa, que agrega valor à instituição e às
pessoas.
A capacitação é considerada uma ferramenta de gestão, o que exige envolvimento nos diferentes
níveis gerenciais, favorecendo o diálogo constante entre gestor e sua equipe com vistas ao
crescimento pessoal e institucional.
Importante
O mais importante é que se construa um ambiente de reflexão e diálogo
contínuo entre todos os envolvidos no processo. Dessa forma, mais conscientes
de onde estão e onde desejam estar como pessoas e profissionais durante sua
vida laboral, podem desenvolver suas competências e planejar seu futuro. Essa
nova postura se insere num contexto social dinâmico, de constante evolução.
• Técnico-profissional
Ações que buscam o desenvolvimento das competências individuais específicas,
voltadas à capacitação do servidor para o exercício das atividades profissionais
relacionadas diretamente à sua área de atuação e aos processos de trabalho.
• Instrumental
Ações que buscam o desenvolvimento das competências individuais de maneira
geral, voltadas para a capacitação do servidor quanto a conhecimentos e habilidades
de natureza instrumental que atendam a diversos processos de trabalho, cujo
domínio dará apoio à execução de atividades.
• Comportamental
Ações que buscam prioritariamente o desenvolvimento de competências
fundamentais, voltadas para a capacitação e desenvolvimento do servidor nas
dimensões humana e comportamental, de caráter transversal aos diversos processos
de trabalho com ênfase na motivação do servidor e na qualidade das relações
funcionais e sociais (indivíduo/equipe/organização/sociedade).
Essa classificação guarda relação direta com a classificação das competências adotada pela
RFB. Isso porque a Educação Corporativa da RFB busca justamente o desenvolvimento das
competências necessárias ao desempenho excelente das atividades exercidas pelos servidores e
ao alcance dos objetivos institucionais.
Importante
Desse modo, o Programa de Educação Corporativa, que consolida o
planejamento das ações de capacitação e desenvolvimento, está voltado para
o atendimento das Necessidades de Capacitação identificadas no Diagnóstico,
a partir do referencial de competências.
Por sua vez, a análise de lacunas de competências deve considerar a defasagem entre as
competências individuais necessárias e as competências existentes identificadas pelo Diagnóstico
de Competências.
A análise das lacunas de competências parte da verificação dos processos de trabalho, unidades
ou quantidade de servidores que apresentam lacunas para, a partir daí, propor ações no sentido
de minimizar ou eliminar essas lacunas. Desse modo, a vinculação das ações de capacitação
e desenvolvimento às competências individuais gerenciais, fundamentais e/ou específicas é
automática, pois o ponto de partida são as próprias competências com lacunas.
No caso das iniciativas estratégicas, pode ser que as competências a serem trabalhadas não
apresentem lacunas, mas seja importante promover o desenvolvimento delas para evitar a
geração de novas lacunas.
• Planejamento
O ciclo de Planejamento da Capacitação e Desenvolvimento estabelecido pelo
Proeduc é anual, com planos e revisões anuais e programações trimestrais sujeitas
a análises e aprovações.
• Avaliação de reação
A avaliação de reação, amplamente adotada na RFB, objetiva captar impressões
e opiniões dos participantes durante e logo após o evento. É complementada,
comumente no ensino a distância, por avaliação de aprendizagem e, em casos
que ensejam uma análise mais profunda, por avaliação de impacto. Pretende-
se que esses processos avaliativos sejam complementares de modo a atender às
necessidades de verificação de alcance de objetivos de aprendizagem, nivelamento
de ações e competências.
O modelo está sendo utilizado também no contexto da formação inicial, onde os novos servidores
ambientados serão, desde o início, conscientizados acerca das competências fundamentais e
receberão informações mais detalhadas sobre a Gestão por Competências da RFB.
Importante
Complementando a formação inicial, a prática supervisionada do Programa
de Formação Profissional (PFP) foi estruturada didaticamente a partir do
referencial das competências associadas aos postos de trabalho, de forma a
orientar e programar a transferência de competências no ambiente de serviço
aos novos servidores.
Encerramento do Módulo 3