Hortalicas Leguminosas PDF
Hortalicas Leguminosas PDF
Hortalicas Leguminosas PDF
Embrapa Hortaliças
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
HORTALIÇAS
LEGUMINOSAS
Embrapa
Brasília, DF
2016
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Hortaliças
Rodovia BR 060, trecho Brasília-Anápolis, km 09, Brasília - DF
CEP 70.351-970
Caixa Postal 218
Fone: (61) 3385.9000
Fax: (61) 3556.5744
www.embrapa.br
www.embrapa.br/fale-conosco/sac
Editor Técnico
Ricardo Borges Pereira
Membros
Miguel Michereff Filho
Milza Moreira Lana
Marcos Brandão Braga
Valdir Lourenço Júnior
Daniel Basílio Zandonadi
Caroline Pinheiro Reyes,
Carlos Eduardo Pacheco Lima
Mirtes Freitas Lima
Secretária: Gislaine Costa Neves
1ª edição
1ª impressão (2016): 1.000 exemplares
Hortaliças leguminosas / Warley Marcos Nascimento, editor técnico. – Brasília, DF : Embrapa, 2016.
232 p. : il. color. ; 17 cm x 24 cm.
ISBN 978-85-7035-589-8
1. Ervilha. 2. Feijão-vagem. 3. Grão-de-Bico. 4. Lentilha. I. Nascimento, Warley Marcos. II. Embrapa
Hortaliças.
CDD 635.65
©
Embrapa 2016
Autores
Nei Peixoto
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia, Professor da Universidade Estadual de
Goiás, Ipameri, GO
Osmar Pereira Artiaga
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia, Produtor, Brasília, DF
N
os últimos anos, a maior parte mular produtores e indústria a ampliar
do consumo interno brasileiro o conhecimento acerca dessas cultu-
das hortaliças leguminosas, ras, mostrando o potencial que Brasil
principalmente ervilha, grão-de-bico e possui para se tornar um grande pro-
lentilha, vem sendo suprida por meio dutor dessas leguminosas.
de importações. Um dos principais
motivos do desinteresse dos produto- Tendo o cenário descrito como
res por essas hortaliças é a escassez ponto de referência, o livro “Hortaliças
de informações, o consumo reduzido Leguminosas” se propõe a ser uma
e a falta de tradição de cultivo dessas real contribuição à cadeia produtiva
espécies nas condições tropicais do dessas hortaliças. A publicação inclui
País. Assim, torna-se necessário esti- cinco capítulos, sendo quatro sobre as
culturas da ervilha, do feijão-vagem, A Embrapa Hortaliças, editora
do grão-de-bico e da lentilha, além de técnica desta estratégica publicação,
um sobre a qualidade e o uso dessas espera oferecer à comunidade cientí-
leguminosas. Eles foram escritos em fica, estudantes, técnicos e produtores
parceria com renomados técnicos, informações úteis para este segmento
professores e pesquisadores de insti- do agronegócio de hortaliças no Brasil.
tuições públicas e privadas do País.
Boa leitura!
Capítulo 1
Ervilha..........................................................................................................17
Capítulo 2
Feijão-vagem................................................................................................61
Capítulo 3
Grão-de-bico................................................................................................89
Capítulo 4
Lentilha.......................................................................................................121
Capítulo 5
Leguminosas: Qualidade e Uso.................................................................149
Anexo .......................................................................................................217
Ervilha
Ervilha
Warley Marcos Nascimento
Patrícia Pereira da Silva
Raquel Alves de Freitas
Leonardo Silva Boiteux
O
humana, por ser um excelente ali-
provável centro de origem da mento, contendo em sua composição
ervilha (Pisum sativum L.) é o elevados teores de proteínas, vitami-
Oriente Médio com sua distri- nas do complexo B (tiamina, riboflavi-
buição natural alcançando o nordes- na e niacina), minerais (ferro, cálcio,
te da Índia e Afeganistão. A Etiópia é potássio e fósforo), além dos carote-
tida também como centro de origem noides luteína, β-caroteno e violaxan-
secundário. A cultura é bem significa- tina. O teor do aminoácido lisina faz
tiva para a história, existindo vários com que seja, em termos nutricionais,
relatos de ervilha na Bíblia, além de um bom complemento dos cereais.
ter sido de grande importância para Apresenta ainda uma maior digesti-
pesquisas de Gregor Mendel, criador bilidade (90%) quando comparada ao
da genética moderna. Atualmente, as feijão (73%). A Índia é o maior pro-
ervilhas continuam tendo enorme im- dutor mundial, com um volume anual
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Hortaliças leguminosas
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Ervilha
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A B
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Ervilha
Figura 4. Tipos de folhas de ervilha: áfila (A); semi-áfila (B); normal (C)
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A B
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A B
Figura 16. Irrigação de campo de produção de ervilha: sistema de pivô central (A) e por
gotejo na produção de ervilha torta (B).
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Ervilha
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lo. Os oídios são parasitas obrigatórios tência dessas cultivares não é do tipo
que dependem do tecido hospedeiro imune, pois podem eventualmente
para viver, tendo, desta forma, nenhu- apresentar um leve crescimento mice-
ma capacidade saprofítica. Os princi- lial do fungo, com pontuações necróti-
pais métodos de controle tem sido a cas no estádio inicial das lesões. Vale
aplicação de fungicidas e o emprego salientar que a cultivar Mikado, a mais
de cultivares resistentes. No Brasil, os cultivada neste segmento de ervilha
fungicidas registrados para o controle seca no país, é altamente susceptível
do oídio são os benzimidazóis, triazóis ao oídio. Com relação ao grupo varie-
e inorgânicos, a base de enxofre; entre- tal de ervilhas tortas, a maioria das cul-
tanto, o uso de fungicidas pode aumen- tivares é susceptível a este patógeno,
tar o risco de surgimento de variantes com exceção da cultivar ‘MK 13’ que
do fungo com níveis maiores de tole- apresenta um alto nível de resistência
rância aos diferentes princípios ativos. a este patógeno.
Figura 19. Sintomas de Ascochyta pisi nas folhas (A) e corpos de frutificação nas
vagens (B) de ervilha.
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nas vagens. Quando o ataque ocor- palmente quando cultivada sob condi-
re nas vagens mais velhas, pode ser ções de temperatura amena e de alta
observado a presença de picnídios do umidade. É uma das doenças mais
patógeno associados com as lesões. importantes da cultura da ervilha no
Em estádio mais avançado, o fungo Brasil, estando presente nas principais
provoca a seca das folhas e do caule, regiões produtoras de ervilha. Os da-
tornando-os enegrecidos. nos podem ser diretos, com morte de
plantas e redução da produção, mas
Alta umidade relativa do ar e o maior problema reside na inviabiliza-
precipitações excessivas favorecem ção de áreas para novos plantios, pois
o desenvolvimento desta doença. Em o fungo permanece no solo por muitos
condições de inverno chuvoso, a alta anos, não existindo métodos eficazes
umidade relativa do ar (acima de 80%) para a sua erradicação. Em áreas li-
e temperatura abaixo de 23 ºC, podem vres do patógeno, o fungo, na sua
vir a causar sérios danos econômicos. forma de resistência, os escleródios,
Assim, regiões mais secas, como o pode ser transportado junto com o lote
Centro Oeste, têm permitido o cultivo de sementes ou pode ser transmitido
de ervilha sem a ocorrência desta do- pelas sementes através de micélios
ença. No cultivo de ervilha torta, dar dormentes. Caso o lote de sementes
preferência a irrigação por gotejamen- esteja contaminado com escleródios,
to, o qual minimiza o aparecimento e a utilização da esteira inclinada duran-
desenvolvimento da doença. O princi- te o beneficiamento de sementes pode
pal agente disseminador do patógeno ser utilizada para reduzir ou até mes-
são as sementes infectadas/infesta- mo eliminar os escleródios do lote de
das; assim, o uso de sementes livres sementes. Em condições favoráveis
de patógeno ou o tratamento das mes- de umidade e temperatura, os escleró-
mas com fungicidas são as principais dios e o micélio se desenvolvem e ini-
estratégias para o controle da doença. ciam a infecção das plântulas. Muitas
Além disso, a utilização de tratos cultu- das sementes contaminadas podem
rais, como a rotação de cultura por três não germinar, mas podem transmitir o
a quatro anos, o plantio em épocas se- micélio e escleródios.
cas e a destruição dos restos culturais
são técnicas que devem ser adotadas O principal sintoma é o apa-
como medidas de controle da doença. recimento de um abundante micélio
branco sobre as partes atingidas da
Sclerotinia sclerotiorum – planta, assim as folhas e flores des-
Essa patógeno causa uma doença prendidas ficam retidas (Figura 20).
conhecida como mofo-branco, provo- Geralmente, a infecção tem início no
ca grandes perdas na lavoura, princi- estádio do florescimento quando as
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Ervilha
Figura 20. Plantas de ervilhas apresentando corpos de frutificação no caule (A); Campo
de produção de ervilha atacado por Sclerotinia sclerotiorum (B).
flores são atingidas pelo fungo, que Tomato spotted wilt virus
acabam atacando outros órgãos. (TSWV) – É um vírus encontrado prin-
Esses órgãos atacados tornam-se cipalmente em campos de produção
desbotados e secos. Assim, a planta na região Centro-Oeste durante o pe-
pode apodrecer, morrer e transmitir a ríodo seco quando o inseto vetor, o
doença para plantas vizinhas. O plan- tripes, abandona as hospedeiras alter-
tio em solos compactados, o excesso nativas e migra para áreas irrigadas.
de água de irrigação, o estande ele- A doença induzida pela infecção do
vado e o crescimento excessivo das TSWV é conhecida pelo nome de va-
plantas favorecem a ocorrência da gem marrom, devido ao bronzeamen-
doença. A utilização de cultivares de to das vagens, as quais podem apre-
ervilha áfilas ou semi-áfilas permite sentar anéis necróticos concêntricos
uma maior aeração entre as plantas, o e estrias avermelhadas. Seu ataque
que minimiza a ocorrência da doença. é mais acentuado durante a formação
Seu controle deve ser de for- de vagens e enchimento de grãos. Nas
ma preventiva, utilizando-se semen- folhas baixeiras pode ser observado
tes certificadas, para evitar a entrada um mosqueado suave e nas folhas e
do patógeno nas áreas onde não foi hastes pequenas, pontuações necróti-
constatada a presença da doença e a cas. Uma planta severamente atacada
limpeza cuidadosa dos implementos apresenta uma clorose apical acentu-
agrícolas. A aplicação de fungicidas à ada, além de murcha das folhas. Não
base de procimidone e a redução da existem evidências de transmissão
água de irrigação são medidas utiliza- desta virose via sementes. Embora
das para o controle da doença. induzindo sintomas severos, a vagem
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Ervilha
A B C
Figura 21. Lagartas das vagens (A) se alimentando das vagens e sementes (B e C).
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Figura 22. Ocorrência de caracóis sob o plástico (A); folhas de ervilha apresentando
sintomas causados por caracóis (B).
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A B
Figura 25. Colheita de grãos secos (A) e detalhe da plataforma de corte (B); colheita de
grãos verdes (C) e detalhe da máquina de colheita de grãos verdes (D).
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Figura 26. Colheita manual de vagens (A); vagens no ponto de colheita (B).
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Figura 27. Grãos de ervilha: partidos (A); reidratados (B) e na forma de farinha (C).
A B
Figura 29. Vagens para debulhar (A) e grãos verdes debulhados (B).
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Adubação
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Colheita de sementes
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Beneficiamento de sementes
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Feijão-vagem
Nei Peixoto
Antonio Ismael Inácio Cardoso
O
seleção foi feita a partir de mutações
feijão-vagem, feijão-de-vagem ocorridas em feijão-comum, que apre-
ou simplesmente vagem per- sentou baixo teor de fibras nas va-
tence à mesma espécie do gens. Os materiais mutantes foram
feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), posteriormente selecionados na Fran-
distinguindo-se deste apenas pela uti- ça e nos Países Baixos. As primeiras
lização de suas sementes e vagens cultivares lançadas no início do século
imaturas como hortaliça. Estas apre- XIX resultaram de cruzamentos entre
sentam baixo teor de fibras e produ- os feijões cultivados na Europa e os
zem grãos com ótima qualidade para procedentes da América Central. Hoje
consumo humano. Essa espécie é ori- é uma das principais hortaliças cultiva-
ginária do continente americano, pro- das no mundo, cuja produção está em
vavelmente do México e Guatemala, torno de 6,5 milhões de t/ano, sendo a
mas foi selecionada na Europa, para China o principal produtor.
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Feijão-vagem
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A
As sementes, de formato renifor-
me ou alongado, foscas ou brilhantes,
podem ser brancas, cremes, marrons,
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Feijão-vagem
Cultivares
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zação, às vezes, as vagens das culti- vale, todas de formato cilíndrico e cor
vares arbustivas são denominadas de verde, além das cultivares Teresópolis
holandesas (Figura 9). Manteiga Trepador e Manteiga Mara-
vilha, de formato achatado, verdes.
As características comerciais Dentre as cultivares arbustivas tem
das cultivares mais relevantes para sido comercializadas Napoli, Mimoso
o mercado são formato e cor das va- Rasteiro e Macarrão Rasteiro. Outras
gens. Quanto ao formato, as vagens cultivares brasileiras como Alessa,
classificam-se em cilíndricas (tipo ma- Andra e Cota, desenvolvidas pela
carrão) ou achatadas (tipo manteiga), Pesagro, Coralina e Turmalina, desen-
embora haja formatos intermediários, volvidas pela EMGOPA em parceria
com cores verde, roxa, vermelha, com o CIAT, UEL 1 e UEL 2, desen-
amarela e multicoloridas no ponto de volvidas pela Universidade Estadual
colheita. No Rio de Janeiro, vagens do de Londrina, também são plantadas,
tipo manteiga são as preferidas, dife- embora em menor área.
rentemente dos demais estados.
Muitas cultivares de feijão-va-
No mercado brasileiro de se- gem podem ser encontradas no mer-
mentes podem ser encontradas, cado mundial de sementes, com ampla
entre outras, as seguintes cultivares variabilidade que podem ser utilizadas
trepadoras: Macarrão Trepador, Ma- no melhoramento genético da espé-
carrão Favorito, Macarrão Preferido, cie para o desenvolvimento de novas
Macarrão Bragança, Macarrão Horti- cultivares, aliando produtividade, con-
centração de florescimento e colheita,
resistência ou tolerância às principais
Foto: Nei Peixoto
Exigências climáticas
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Feijão-vagem
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ser feito durante todo o ano, mas a que o feijão-vagem pertence à mesma
cultura desenvolve-se melhor com tem- espécie do feijão-comum e, portanto,
peraturas médias entre 18 oC e 27 oC. o vazio sanitário inclui todos os tipos
Em regiões de verão muito quente de feijão.
(temperatura média acima de 32 oC) e
chuvoso há elevada queda de flores,
Solos e adubação
prejudica a aparência das vagens que
ficam em contato com o solo e reduz Solos com textura média, não
a produtividade. Por isso, período de compactados, bem drenados, com alto
outono-inverno é mais apropriado para teor de matéria orgânica, pH entre 5,5
cultivo nessas regiões, desde que as e 6,5 são os mais adequados para o
temperaturas médias não sejam infe- feijão-vagem. Essas condições, além
riores a 18 oC. Regiões altas (altitude de favorecer as plantas, também be-
acima de 800 m) ou com inverno rigo- neficiam a associação da planta com
roso devem ser evitadas para o cultivo bactérias do gênero Rhizobium, fixa-
no outono-inverno. doras de nitrogênio do ar.
Na semeadura de janeiro a mar- Recomenda-se analisar o solo
ço, nas localidades onde há muita pelo menos dois meses antes da ins-
soja, pode haver elevada incidência talação da cultura para, se necessá-
de mosca-branca (Bemisia tabaci) e do rio, realizar a correção do solo com
mosaico dourado por ela transmitido, calcário para elevar a saturação por
que pode reduzir muito a produtividade. bases para 60% a 70%. Um solo corri-
Nessa época, deve-se obedecer ao gido apresenta menor teor de alumínio,
vazio sanitário estabelecido para cada que pode ser tóxico, e melhor aprovei-
região, o qual é definido pela Instru- tamento e absorção da maioria dos
ção Normativa nº 15, de 16 de junho macronutrientes. Destaca-se que a
de 2014, do Ministério da Agricultura, calagem é uma das práticas mais ba-
Pecuária e Abastecimento (MAPA). ratas e eficazes permitida tanto no sis-
Essa Instrução estabelece o período tema de produção convencional como
de um mês com a ausência de plantas no orgânico.
vivas hospedeiras da mosca-branca no
campo, com o objetivo de minimizar a A adubação depende da análise
incidência desse inseto e do mosaico química e da textura do solo. Para o
dourado. Assim, a semeadura deve estado de São Paulo, recomenda‑se,
ser realizada considerando-se o ciclo em quilos por hectare, de 50 a 300
vital de cada cultivar, de modo que de P2O5, 0 a 100 de K2O e 45 a 100
obedeça ao período estabelecido para de N. O fósforo deve ser aplicado no
cada localidade. Não se pode esquecer sulco de plantio e as doses de nitro-
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A utilização de cobertura do
solo (mulching) pode ser alternativa Figura 13. Produção de feijão-vagem
no manejo de plantas daninhas/es- utilizando cobertura do solo (mulching)
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plantio do feijão e após o seu plantio, mentar da cultura, por falta de opção.
tanto em pré como em pós-emergên- Desta maneira, faz-se o controle nas
cia das plantas. Deve-se, sempre que linhas de plantio, cerca de 20 cm a
possível, fazer rotação de princípios 30 cm de cada lado, e nas entrelinhas
ativos para evitar a multiplicação de faz-se apenas um manejo na altura
espécies daninhas resistentes a um das plantas espontâneas, roçando e
determinado produto. deixando-as atingir até 20 cm. Outras
atraem inimigos naturais das pragas
potenciais da cultura ou, ainda, for-
Manejo orgânico
necem matéria orgânica para o solo.
Alimentos orgânicos, inicialmen- Também pode ser feita a soltura de
te consumidos por pequena parcela inimigos naturais que podem ser com-
da população, vêm conquistando es- prados de empresas especializadas.
paço no mercado. Pesquisas mostram Em localidades onde há equilíbrio am-
biental, há redução na necessidade de
que consumidores citam a preocupa-
controle de pragas, visto que os inimi-
ção com a saúde como a principal mo-
gos naturais conseguem reduzir, com
tivação para consumir alimentos orgâ-
eficiência, a população destas.
nicos, devido, sobretudo, à ausência
de agrotóxicos. Com a redução das reservas
naturais de fertilizantes e de petróleo,
O aumento da demanda por pro-
principais matérias-primas para a fa-
dutos orgânicos, associado ao preço
bricação de fertilizantes nitrogenados
mais elevado do produto, em rela-
para a agricultura convencional, a pro-
ção aos produtos convencionais, tem
cura por sistemas mais sustentáveis é
atraído muitos produtores para a agri-
bem-vinda. Nos sistemas orgânicos,
cultura orgânica. A produção do feijão-
a manutenção da fertilidade do solo
vagem no sistema orgânico tem sido
pode ser feita com o plantio de adu-
realizada sem grandes dificuldades,
bos verdes e com a incorporação de
pois, ao se tratar a cultura como com-
estercos ou compostos orgânicos ao
ponente de um sistema que se intera-
solo da área. Toda cultura é extratora
ge, as plantas de feijão-vagem ficam
de nutrientes e o que for retirado para
menos sujeitas a doenças e pragas,
comercialização (exportação de nu-
porque inimigos naturais as controlam trientes) deve ser reposto. Os adubos
com eficiência. A vegetação espontâ- orgânicos, além de serem fonte de nu-
nea que surge na cultura não é con- trientes, melhoram as características
siderada como daninha, pois muitas físicas e biológicas do solo. A FBN
delas alimentam os organismos que, também é útil no manejo da fertiliza-
em sua ausência, passariam a se ali- ção das plantas em manejo orgânico.
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Grão-de-bico
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Patrícia Pereira da Silva
Osmar Pereira Artiaga
Fabio Akiyoshi Suinaga
O
Oriente Médio.
grão-de-bico (Cicer arietinum
L.) é uma das mais importan- A produção e o consumo dessa
tes leguminosas cultivadas, leguminosa estão, em sua maioria,
sendo a segunda mais consumida no nos países em desenvolvimento,
mundo, atrás somente da soja. É uma como no subcontinente Indiano, Oeste
espécie que pode ser cultivada sob da Ásia, Norte e Leste da África, Su-
grande variedade de climas, desde o doeste Europeu e Centro Americano.
sub-tropical até ao árido e semi-árido Os dez países com maior área culti-
das regiões Mediterrânicas. É originá- vada são: Índia (6.665.000), Paquis-
rio da região sudeste da Turquia, nas tão (1.045.000), Turquia (723.000), Irã
adjacências com a Síria, de onde foi (646.000), Austrália (152.000), Etiópia
levado para a Índia e Europa, sendo (132.000), México (124.000), Myamar
que a sua introdução no Brasil foi rea- (101.000), Malásia (95.000) e, Ban-
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gladesh (91.000). Por sua vez, os dez totalidade do que é consumido, prin-
países com maior produtividade em cipalmente da Argentina e do México.
kg/ha são: Líbano (2.039), Jordânia Há cinco anos, o volume importado
(1.700), México (1.597), Egito (1.557), era de quatro mil toneladas. De janei-
China (1.333), Itália (1.253), Macedô- ro a maio de 2013, foram consumidas
nia (1.200) e, Chile (1.187). 2,3 mil toneladas no país. A Figura 1
apresenta os dados de importação
A produção mundial de grão-de- de grão-de-bico no período de 2011-
bico aumentou apenas marginalmente 2015. Observa se que em 2015 foram
durante as últimas três décadas devi- importadas cerca de 7 mil toneladas
do à diminuição da área plantada, en- no valor de 6,8 milhões de dólares.
quanto a produtividade aumentou em
torno de 37% durante o mesmo perío- Além disto, no Brasil, há uma
do. Este fato pode ser justificado pelo grande demanda pelo consumo do
desenvolvimento de novas cultivares grão-de-bico, uma vez que essa le-
de alto rendimento e também às novas guminosa apresenta um teor de pro-
tecnologias de produção. No Brasil, a teína elevada, variando de 25,3% a
produção é praticamente inexisten- 28,9%, uma composição balanceada
te, levando o país a importar a quase de aminoácidos (isoleucina, leucina,
Fonte:MDIC/SECEX, 2016
Variação: Incrementos percentuais entre os anos de 2015-2016
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O grão-de-bico desempenha
papel importante na manutenção da
fertilidade do solo principalmente em
terras secas, pela fixação do nitrogê-
Figura 9. Produção de grão-de-bico em nio atmosférico. A maior parte da de-
sistema de plantio direto. manda de nitrogênio pela planta pode
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A Irrigação
Fotos: Warley Marcos Nascimento
As baixas produtividades do
cultivo do grão-de-bico observadas
a nível mundial (oscilando entre
490 kg/ha a 820 kg/ha) estão associa-
das às deficiências tecnológicas, como
reduzido uso de fertilizantes para aten-
B
der a demanda da planta e de água
em plantios de sequeiro. Apesar des-
sas limitações, o grão-de-bico é uma
das espécies que apresenta bons re-
sultados de produção sob condições
de reduzida umidade no solo. Estudos
indicam que a utilização de irrigação
permitiu alcançar uma produção mé-
Figura 11. Plantio de grão-de-bico utili- dia entre 1.000 kg/ha e 1.500 kg/ha,
zando plantadeira de precisão (A) e deta- enquanto que em sequeiro a pro-
lhe do disco (B). dução média ficou entre 400 kg/ha e
600 kg/ha. Os períodos considerados
críticos ao déficit de água para a cul-
Foto: Warley Marcos Nascimento
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A
de cor escura e cabeça amarronzada.
Ataca plantas novas, penetrando no
caule, na região do colo, abrindo ga-
lerias no seu interior. As plantas são
sensíveis ao ataque até 30 dias após
a germinação, provocando murcha e
morte da planta. A ocorrência é mais
frequente em época seca, ou quando
ocorre período de estiagem no início
B do desenvolvimento da planta. O con-
trole mais indicado pode ser o químico
ou o biológico com Beauveria bassia-
na ou Metarhizium anisopliae.
Pragas de armazenamento –
as principais pragas que atacam os
grãos armazenados são os carunchos
(Coleoptera) e as traças (Lepidopte-
Figura 17. Detalhe da lagarta das vagens ra). Provocam perfurações nos grãos,
(A) e danos causados nos grãos (B). diminuindo seu valor comercial, além
disso, atuam como porta de entrada
para microrganismos. O seu controle
primento, apresenta uma coloração
é realizado por meio de expurgo dos
marrom-acinzentada, é robusta, com
grãos sob lona plástica, proporcionan-
tubérculos pretos em cada segmen-
do um ambiente vedado, utilizando,
to. A lagarta ataca a região do colo da
em média, 1 pastilha de 3 g de fosfina
planta, seccionando-a, provocando o
por 15 sacos de 60 kg. O período de
tombamento e murcha das plântulas.
Plantas bem desenvolvidas quando expurgo deve ser de 48 hs a 72 hs.
atacadas conseguem se recuperar, Outra forma de controle é o tratamento
embora a sua produção seja prejudi- dos grãos com inseticidas em pó antes
cada. O tratamento mais indicado é o do ensaque.
químico, tanto das sementes como a
aplicação do produto no sulco de plan- Plantas daninhas e seu controle
tio e, por meio de pulverizações.
As plantas daninhas podem inter-
Lagarta elasmo (Elasmo pal- ferir diretamente na cultura do grão-de-
pus lignosellus): conhecida como bro- bico, através de competição por água,
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Grão-de-bico
– Utilizar preferencialmente,
Foto: Warley Marcos Nascimento
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res, menores e mais leves (Figura 23). proteínas, atrai muitos insetos e apo-
Para esta operação, utiliza-se a má- drecem rapidamente se o ambiente for
quina de ar e peneiras, que reduzem muito úmido. Além disso, o grão-de-
o volume de grãos e aumentam a uni- bico é um produto sujeito ao ataque
formidade da massa, facilitando a ope- de doenças e à deterioração natural
ração dos equipamentos subsequen- durante a fase de armazenamento,
tes. Após esse passo, o grão-de-bico que causam sérios prejuízos qualita-
é submetido ao processo de limpeza, tivos e quantitativos; por essa razão,
também realizado com máquinas de o grão-de-bico deve ser armazenan-
ar e peneiras, porém com mais preci- do de forma adequada. É importante
são, onde são utilizados ventiladores que o grão-de-bico seja armazenado
que removem materiais mais leves e com umidade próximo de 13% e que
peneiras com diferentes tipos de furos passem pelo beneficiamento para a
para separação por largura e espessu- eliminação de impurezas, antes de se-
ra dos grãos. O último passo é a mesa rem ensacados e transferidos para o
de gravidade (densimétrica), que é armazém.
utilizada para separar os grãos leves
decorrentes do ataque de doenças e Os grãos podem ser armazena-
pragas e falhas no enchimento daque- dos a granel ou em sacarias com ca-
las sementes bem formadas, intactas pacidade de 60 kg, e empilhado sobre
e mais pesadas. estrados de madeira em lotes de 200
sacas, sendo 20 sacas na base por
10 fileiras de altura. Os lotes devem
Foto: Warley Marcos Nascimento
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C D
Figura 24. Grão-de-bico seco, ensacado (A), reidratado (B), à vácuo (C) e a granel (D).
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A B
Fotos: Warley Marcos Nascimento
Figura 25. Grãos atacados por fungos de armazenamento (A) e deterioração natural
durante o armazenamento (B).
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Análise de sementes
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Grão-de-bico
ARTIAGA, O. P. Avaliação de
dessas sementes, devido os reflexos Genótipos de Grão-de-bico no
negativos que a associação de pató- Cerrado do Planalto Central
genos com as mesmas podem gerar. Brasileiro. 2012. 92 f. (Dissertação
As sementes podem abrigar e trans- de mestrado). Universidade de
portar microrganismos de todos os Brasília, Brasília, DF.
grupos taxonômicos, que podem ser
patogênicos, levando à ocorrência de ARTIAGA, O.P ; SPEHAR, C.R ;
doenças, ou não patogênicos, levando BOITEUX, L. S. ; NASCIMENTO, W.
a redução da qualidade durante o ar- M. Avaliação de genótipos de grão
mazenamento. de bico em cultivo de sequeiro nas
condições de Cerrado. Agrária, v. 10,
p. 102-109, 2015.
Referência
BHAN, V.M.; KUKULA, S. Weeds
LIMA, D. M.; PADOVANI, R. M.; and their control in chickpea. In:
RODRIGUEZ-AMAYA, D. B.; SAXENA, M.C.; SINGH, K.B. (Ed.).
FARFAN, J. A.; NONATO, C. T.; LIMA, The chickpea. Wallingford: C.A.B.
M. T. de; SALAY, E.; COLUGNATI, International, 1987. p. 319-328.
F. A. B.; GALEAZZI, M. A. M. Tabela
brasileira de composição de alimentos BIABANI, A.; CARPENTER-BOGGS,
- TACO. 4. ed. rev. e ampl. Campinas: L.; COYNE, C. J.; TAYLOR, L.;
Nepa-Unicamp, 2011. Disponível em: SMITH, J. L.; HIGGINS, S. Nitrogen
<https://www.unicamp.br/nepa/taco/ fixation potential in global chickpea
contar/taco_4_edicao_ampliada_e_ mini-core collection. Biology and
revisada.pdf?arquivo=taco_4_versao_ Fertility of Soils, n. 47, n. 6, p. 679-
ampliada_e_revisada.pdf>. Acesso 685, 2011.
em: 17 jun. 2016.
BICER, B. T.; SAKAR, D. Inheritance
Literatura recomendada of pod and seed traits in chickpea.
Journal of Environmental Biology,
AGROFIT – SISTEMA DE v. 31, n. 5, p. 667-669, 2010.
AGROTÓXICOS FITOSSANITÁRIOS.
Herbicidas registrados para cultura do BOITEUX, L. S.; DE ÁVILA, A. C.;
grãos de bico. Disponível em: <http:// GIORDANO, L. de B.; LIMA, M. I.;
extranet.agricultura.gov.br/agrofit_ KITAJIMA, E. W. Apical Chlorosis
cons/principal_agrofit_cons>. Acesso disease of chickpea (Cicer arietimum)
09/01/2015. caused by tomato spotted wilt virus in
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Foto: Rogério Faria Vieira
Lentilha
Rogério Faria Vieira
Renan Cardoso Lima
A
lentilha (Lens culinaris Medik.) lentilha (Tabela 1), cuja produção anual
é uma das mais antigas legu- só é superada pelas do feijão‑comum
minosas graníferas cultivadas (Phaseolus vulgaris L.), da ervilha
pelo homem. Aproximadamen- (Pisum sativum L.) e do grão-de‑bico
te 7000 A.C., essa espécie foi culti- (Cicer arietinum L.). A produção mun-
vada pela primeira vez no Sudoeste dial de lentilha é semelhante à da
da Ásia. Vavilov (1949/50) encontrou fava (Vicia faba L.) e do caupi (Vigna
grande diversidade genética de lentilha unguiculata L. Walp.).
na Ásia Central, Mediterrâneo, Etiópia
e Oriente Médio. Provavelmente, a A Ásia é o maior consumidor de
lentilha originou-se no Oriente Médio, lentilha. Fora da Ásia, apenas Cana-
onde há muitas formas silvestres. dá, Austrália e EUA estão entre os
grandes produtores (Tabela 1). O Ca-
No mundo, são produzidas em nadá é o maior produtor e exportador
torno de 60 milhões de toneladas de mundial de lentilha. A produção dessa
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Lentilha
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sário, corrigir o solo com calcário para lação pode ser avaliada entre 20 e 30
a saturação por bases de 70%. Seme- dias após a emergência das plântulas.
lhantemente ao feijão-comum, a len- Como os nódulos se desprendem fa-
tilha responde bem à adubação com cilmente das raízes, estas devem ser
fósforo (P) em solo deficiente nesse retiradas presas a um bloco de solo.
nutriente. Adubação adequada com P O solo preso às raízes é facilmente
também favorece a fixação biológica retirado em um recipiente com água.
do nitrogênio. Dependendo do teor O interior de nódulos ativos é rosa ou
de P no solo, podem ser usados de vermelho. Se os nódulos não estive-
60 kg/ha a 100 kg/ha de P2O5. rem ativos, a aplicação de adubo nitro-
genado em cobertura deve aumentar
Na lentilha, a fixação biológica a produtividade da lentilha. No entan-
do nitrogênio é feita pelo Rhizobium to, vale frisar que o excesso de N pode
leguminosarum bv. viciae, que tam- reduzir a produtividade ao estimular o
bém nodula a ervilha. Plantas bem crescimento das plantas e prolongar
noduladas podem obter, pelo proces- seu ciclo de vida. A inoculação deve
so de fixação biológica, 50% a 80% ser feita toda vez que a lentilha for se-
do N de que necessitam. Se a dispo- meada.
nibilidade de N no solo é baixa, o uso
de pequena dose de adubo nitroge- Adubação com fontes de potás-
nado (20 kg/ha de N) na semeadura sio (K) é necessária em solos com
pode beneficiar o crescimento inicial menos de 70 mg dm-3 de K. Depen-
das plantas. Em estudo conduzido dendo dos resultados da análise de
no cerrado, a produtividade da lenti- solo, podem ser usados de 10 kg/ha
lha foi 1.050 kg/ha, sem inoculante e a 50 kg/ha de K2O. Além do K, a len-
N; 2.135 kg/ha, com 60 kg/ha de N; e tilha também pode responder à pulve-
entre 2.654 kg/ha e 3.026 kg/ha, com rização das plantas, antes do floresci-
a inoculação das sementes com estir- mento, com molibdênio (30 g/ha a 50
pes de R. leguminosarum bv. viciae. g/ha). Em áreas de cerrado, também
Estima-se que a lentilha possa fixar, pode haver resposta positiva da plan-
biologicamente, entre 35 kg/ha e ta à aplicação de zinco. Os resultados
115 kg/ha de N. de análises de solo e das folhas aju-
dam a diagnosticar a necessidade de
No solo, a fixação biológica do aplicação de outros nutrientes.
nitrogênio também é estimulada por
baixa disponibilidade de N, por tem- Época de plantio
peratura amena e por teor de água
moderado durante o crescimento ini- Nos municípios de Santa Maria
cial das plantas. A eficácia da inocu- e São Pedro do Sul no Rio Grande do
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Lentilha
Mancha-de-ascochyta
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Canadá, grãos escuros são vendidos tou o ciclo de vida em 137 dias. Nes-
por valor até 45% menor que o dos se experimento, a semeadura foi feita
grãos claros. em abril (Figura 6). Algumas linhagens
apresentaram ciclo de vida de 160 dias.
Os grãos de lentilha tornam-se
marrons com o tempo, em razão da Em estudo sobre épocas de se-
oxidação do tanino presente no te- meadura (entre fevereiro e agosto) de
gumento. Essa oxidação é acelerada lentilha precoce (Precoz ou Silvina)
em altas temperatura e umidade, e realizado em Minas Gerais (Zona da
quando os grãos são expostos à luz. Mata, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba
Logo, para retardar o escurecimento, e Norte), os mais altos rendimentos va-
os grãos devem ser armazenados com riaram de 860 kg/ha a 1.640 kg/ha e,
14% de água, em local escuro, seco e dependendo da data de plantio, os
com temperatura em torno de 15 °C. ciclos de vida variaram de 91 a 120
Nessas condições, a descoloração e dias. No cerrado, já foram alcançados
a degradação dos grãos por mofo são 3.000 kg/ha com cultivar precoce e
minimizadas. inoculação das sementes com rizó-
bio. Esses resultados indicam que é
Rendimento de grãos possível, no Sudeste e Centro-Oeste
do Brasil, cultivar a lentilha no outo-
Em condições experimentais, a no-inverno com irrigação. No entan-
lentilha pode render até 4.000 kg/ha to, o potencial produtivo da lentilha
de grãos secos. Em lavouras de agri- é menor que o do feijão-comum. Por
cultores, ela pode atingir 3.000 kg/ha, isso, o preço da lentilha deve com-
ou um pouco mais. Entre os 10 maio- pensar essa menor produtividade
res produtores mundiais de lentilha, as para despertar o interesse do agricul-
mais altas produtividades são obtidas tor pelo seu cultivo.
no Canadá, Austrália e China, com mé-
dias em torno de 2.000 kg/ha (Tabela 1). Mercado e comercialização
No Brasil, são relativamente pou- Como grãos (inteiros, com ou
cos os estudos realizados com lentilha. sem tegumento) ou brotos germinados
Em ensaio conduzido com irrigação na alimentação humana. Mais de 90%
em Coimbra, Zona da Mata de Minas da lentilha vermelha é comercializada
Gerais, a produtividade máxima obtida sem tegumento, inteira ou partida. Na
com linhagens provenientes do ICAR- forma partida, é usada para o preparo
DA foi 2.851 kg/ha. Essa produtividade de sopa denominada dhal na Índia. No
foi obtida com a linhagem FLIP 86 L - Brasil, a lentilha verde, quase toda ela
51 L (79 g por 1.000 sementes), que importada (entre 12 mil/t e 15 mil/t ao
atingiu a altura de 59 cm e comple- ano), é consumida como grãos inteiros
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Lentilha
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maticamente até que grande quanti- entes) também ajuda a reduzir a con-
dade de semente certificada seja dis- taminação genética e sanitária. Os ro-
ponibilizada para o agricultor. Nesse guings geralmente são realizados nas
processo de aumento do volume de fases de florescimento e vegetativo da
semente, geralmente atuam fatores lentilha.
que comprometem a qualidade gené-
tica (e também as qualidades físicas e A contaminação mecânica com
sanitárias da semente), por causa do sementes de outras cultivares/espé-
aumento progressivo de contamina- cies pode ocorrer por limpeza insufi-
ção no decorrer dos anos. ciente dos campos (falta de rotação de
culturas), dos equipamentos (semea-
A contaminação genética surge dora, colheitadeira, equipamentos de
de segregações residuais (a cultivar beneficiamento) e dos locais de arma-
ainda não atingiu homozigose comple- zenamento da semente. Portanto, se a
ta), de mutações e/ou de cruzamentos opção for produzir a própria semente, a
naturais com outras cultivares. Este escolha de glebas onde se empregou
último tipo de contaminação é o que rotação de culturas ou onde a lentilha
mais preocupa. Por ser cultura de au- está há mais tempo sem ser cultivada
topolinização, no entanto, a taxa de associada ao uso de equipamentos li-
fecundação cruzada é baixa. Portanto, vres de contaminantes ajudam a man-
isolamento, relativamente estreito (5 m ter a pureza genética e física da cultivar.
a 10 m), do campo de produção de se-
mente de lavouras com outras cultiva- Qualidade fisiológica
res de lentilha minimiza cruzamentos
indesejáveis. Outra forma eficaz de evi- Alta qualidade fisiológica da se-
tar a contaminação genética é realizar a mente implica na obtenção de boa
semeadura das cultivares em datas di- e vigorosa população de plantas na
ferentes, de modo que o florescimento lavoura. Em outros países, um míni-
delas não coincida. Os agricultores que mo de 90% de germinação é exigido
pretendem produzir a própria semente da semente certificada, enquanto no
não devem avançar mais que duas ge- Brasil o minino exigido é de 80%, de
rações com as sementes certificadas acordo com a Portaria nº 457, de 18 de
para que a contaminação não se inten- dezembro de 1986.
sifique e comprometa a produtividade.
Um dos fatores que influenciam
Além do isolamento (no espaço a qualidade fisiológica da semente é o
e/ou no tempo) da gleba onde serão clima. Geralmente, semente de melhor
produzidas as sementes, o roguing qualidade fisiológica é produzida em
(eliminação de plantas atípicas, fora locais secos ou em épocas secas do
do padrão da cultivar ou de plantas do- ano. Na fase de maturação e colheita
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Milza Moreira Lana
A
s recomendações dietéticas em frutas e hortaliças; rica em legu-
do Ministério da Saúde, des- minosas e outros alimentos que for-
critas no Guia Alimentar para necem proteínas de origem vegetal;
a População Brasileira foram com pequenas quantidades de car-
elaboradas considerando-se o perfil nes, laticínios e outros produtos de
epidemiológico da população bra- origem animal. A versão mais recente
sileira, em que as deficiências nu- do Guia Alimentar reforça a importân-
tricionais, as doenças infecciosas e cia das inúmeras possíveis combina-
as doenças crônicas não transmis- ções entre alimentos, suas formas de
síveis permanecem como problemas preparo, as características do modo
de saúde pública. Para sanar estes de comer e as dimensões sociais e
problemas é recomendada uma dieta culturais das práticas alimentares,
tendo em vista sua influência sobre
rica em grãos, pães, massas, tubér-
a saúde e o bem-estar das pessoas.
culos, raízes e outros alimentos com
alto teor de amido, preferencialmente O aumento do consumo de fru-
na sua forma integral; rica e variada tas e hortaliças pela população brasi-
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Leguminosas: Qualidade e Uso
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Leguminosas: Qualidade e Uso
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Hortaliças leguminosas
de grão partido sem tegumento. Esta verde escuro mais ou menos variega-
lentilha quando cozida se desintegra do de azul escuro. Primeiro legume
formando um purê grosso, seco e de seco a obter o certificado Label Rouge
cor amarelada. Por isso é usada prin- em 1996, também obteve a Indicação
cipalmente para o preparo de purês, Geográfica Protegida (Indication gé-
sopas e pratos indianos como dhals ographique protégée - IGP) em 1998.
sendo seu sabor realçado pelo uso de A certificação Label Rouge garante
temperos e especiarias indianos. que o produto possui uma série de
características que o coloca em um
Outros tipos de lentilha, culti-
nível de qualidade superior comparati-
vados em menor escala no Ociden-
vamente a produtos similares existen-
te, muito apreciados por amantes da
tes no mercado. A classificação IGP
gastronomia e de movimentos como o
garante que os produtos foram produ-
slow food, incluem:
zidos na região que os tornou conhe-
a) Lentilha verde de Puy (Fran- cidos e cujas características, qualida-
ça): considerada por muitos como a de e modos de confecção estejam de
mais saborosa das lentilhas também acordo com as tradições locais.
é conhecida como “diamante verde”
ou “caviar de Velay”. Apesar de ser a c) Lentilha blonde de Saint-Flour
mesma variedade produzida na região (França): resgate de uma produção
de Berry, a produzida na região de Le que havia desaparecido da região em
puy-em Velay no Departamento do Alto meados do século 20, esta lentilha se
Loire é o único legume seco com deno- tornou produto sentinela do movimen-
minação de origem controlada (appe- to Slowfood em 2006, e obteve o Label
llation d’origine contrôlée - AOC). Os Rouge em 2009. Possui diâmetro infe-
produtos certificados como AOC são rior a 5,5 mm e tegumento de cor dou-
produzidos em locais delimitados, são rada com centro rosado, com alguns
sempre muito conceituados e satisfa- grãos apresentando pontos negros
zem a normas de produção muito es- resultantes da deposição de tanino no
tritas, definidas por decreto. A apelação interior da vagem.
Lentille verte du Puy é então restrita às
lentilhas de 3,25 mm a 5,75 mm de diâ- d) Lentilhas Beluga (Estados
metro, com tegumento de espessura Unidos e Canadá): estas lentilhas de
fina e cor verde pálido com manchas tegumento negro e cotilédone amare-
marmorizadas de cor verde-azulado lo tem seu nome devido à sua seme-
escuro, produzidas na região citada. lhança física com o caviar Beluga. Os
grãos são pequenos e quase esféri-
b) Lentilha verde de Berry (Fran- cos. A cor é esmaecida após cozimen-
ça): Os grãos são pequenos (4 mm to e os grãos mantém o formato com
a 6 mm de diâmetro) com tegumento sabor e textura muito apreciados.
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Leguminosas: Qualidade e Uso
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Hortaliças leguminosas
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Leguminosas: Qualidade e Uso
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Hortaliças leguminosas
O tempo de cozimento em panela de pressão se aplica à condição em que os grãos foram pré-hidratados pelos
(1)
métodos rápidos ou em água fria, e a panela de pressão foi resfriada em água fria para permitir a abertura após
remoção da panela do fogo. Quando a panela permanece fechada até alívio natural da pressão, o tempo de cozi-
mento é menor.
Fonte: Pulses (2010b).
puma que, por sua vez, pode obstruir te o cozimento, deve ser feito em fogo
a saída de vapor pela válvula. baixo após levantar fervura, para evi-
tar que a massa cozida grude no fundo
Temperos como alho, cebola e da panela e queime.
ervas podem ser adicionados à água
de cozimento, mas ingredientes áci- Algumas receitas recomendam a
dos como tomate e vinagre atrasam o adição de bicarbonato de sódio para
cozimento e por isso devem ser adicio- reduzir o tempo de cozimento. O bicar-
nados somente quando os grãos esti- bonato aumenta a absorção de água
verem macios. O cozimento deve ser mas também destrói a tiamina, uma
lento porque o cozimento rápido causa importante vitamina B encontrada em
rompimento da casca. O cozimento de legumes. Além disso, pode causar
ervilhas, que formam um purê duran- amaciamento excessivo prejudicando
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Leguminosas: Qualidade e Uso
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Hortaliças leguminosas
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Hortaliças leguminosas
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Receitas
Índice de receitas com legumes secos
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Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
Numa panela média, refogar em fogo médio a cebola no azeite de oliva até
dourar (cerca de 3 minutos). Juntar o quiabo e fritar, mexendo sempre com
uma colher de pau, até ficar verde-escuro (cerca de 5 minutos). Adicionar os
ingredientes restantes, misturar e deixar ferver. Tampar e reduzir o fogo e deixar
cozinhar até o quiabo ficar macio (cerca de 10 minutos). Transferir para uma
tigela média e deixar amornar. Cobrir com filme plástico e levar a geladeira por
cerca de 45 minutos antes de servir.
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Para o molho:
Suco de 1 limão grande
2 colheres (sopa) de mel
Sal marinho a gosto
Pimenta preta moída a gosto
Para a salada:
1 bulbo de erva-doce fatiado bem fino
4 xícaras (chá) de alface crespa
1 pepino fatiado sem casca
200 g de broto de lentilha ou lentilha cozida
200 g de queijo de cabra picado
Modo de fazer:
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Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
1 kg de berinjela
1 colher (chá) de sal
1 xícara de azeite
250 g de grão-de-bico deixado de molho na véspera
5 dentes de alho picados
1 colher (sopa) de gengibre ralado fresco
1 colher (chá) açafrão-da-terra
1 colher (chá) pimenta-do-reino
5 xícaras de água
Azeite para pincelar
Modo de fazer:
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Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
½ abóbora japonesa
1 cebola roxa fatiada
3 pimentões de cores diferentes cortados em fatias de 1 cm de largura
2 dentes de alho picados
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
3 colheres (sopa) de pasta de curry
800 g de lentilha cozida
150 mL caldo de legumes
1 maço de coentro picado
Modo de fazer:
168
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
Aquecer o óleo em uma panela e refogar a cebola por 5 minutos. Adicionar o frango
e refogar por cerca de 3 minutos em fogo alto, até dourar. Adicionar os temperos e
a casca de limão, refogar por 1 minuto e em seguida, adicionar o grão-de-bico e o
caldo de frango. Tampar a panela e deixar ferver por 5 minutos. Ajustar o tempero,
adicionar o espinafre e tampar. Deixar o espinafre murchar e em seguida misturá-lo
ao restante dos ingredientes. Quando o espinafre estiver cozido, desligar o fogo.
Adicionar o suco de limão antes de servir
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Hortaliças leguminosas
Ensopado de lentilha
Rendimento: 20 porções
Ingredientes:
Modo de fazer:
Em uma panela grande, fritar no óleo o toucinho e o alho por 3 minutos. Juntar
as lentilhas e a paleta. Refogar por 5 minutos. Adicionar as folhas de louro e
água. Cozinhar por 20 minutos ou até que a lentilha esteja bem macia e o molho
grosso. Se necessário juntar mais água. Regar com azeite e transferir para uma
tigela e servir quente.
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
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Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
Picar em pedaços bem pequenos uma das partes do limão. Aquecer 2 colheres
(sopa) de óleo em uma panela média e refogar a cebola por 5 minutos até que
que ela fique macia e mude de cor. Adicionar o curry e o purê de tomate e refogar
por mais 1 minuto. Adicionar 200 mL de água, a lentilha, o chutney e ¼ do limão
picado. Deixar ferver por 5 minutos ou até engrossar. Aquecer o restante do óleo
em uma frigideira. Temperar o peixe com sal e pimenta e fritar dos dois lados
até ele cozinhar e dourar. Espremer o limão sobre o cozido de lentilhas e sobre
o peixe e servir os dois juntos.
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
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Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
1 kg de lentilha
1 kg de abóbora japonesa sem casca e sem sementes, picada
2 folhas de louro
¼ de colher (chá) de pimenta-do-reino
24 xícaras de água
1 colher (sopa) de sal grosso
6 dentes de alho picados
2 kg de cebolas cortadas em rodelas de 0,5 cm
Modo de fazer:
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Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
Colocar o trigo em uma tigela e cobrir com água. Deixar de molho por cerca de
40 minutos. Escorrer bem a água e misturar com o restante dos ingredientes.
Colocar em um refratário médio (20 cm x 30 cm) untado, alisando bem a
superfície. Pincelar com azeite e molho de soja. Fazer desenhos com a ponta de
uma faca na superfície e levar ao forno médio (180 °C), preaquecido, por cerca
de 30 minutos ou até dourar. Esperar amornar, cortar em quadrados e servir com
gomos de limão.
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Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
Lavar as lentilhas, escorrer a água e colocar em uma panela com 1/2 litro de água.
Deixar ferver, abaixar o fogo e cozinhar por cerca de 15 minutos ou até que elas
estejam cozidas. Drenar a água e deixar esfriar um pouco. Amassar as lentilhas
com garfo ou em um processador, pelo tempo suficiente para obter um purê de
textura grosseira com algumas lentilhas ainda inteiras. Colocar esta massa em
uma tigela, juntar os demais ingredientes e misturar bem. Deixar na geladeira
por 30 minutos. Pré-aquecer o forno a 190 oC. Enrolar as almôndegas na mão
e colocá-las em uma travessa rasa coberta com papel manteiga. Assar por 15 a
20 minutos, virando as almôndegas a cada 5 minutos para homogeneizar a cor.
177
Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
178
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
140 g de lentilha
300 g de talharim
50 g de manteiga
1 cebola média picada
3 dentes de alho picados
Casca e suco de 1 limão
1 maço de coentro (folhas e talos) picados grosseiramente
150 g de iogurte não adoçado ou iogurte natural
Modo de fazer:
Cozinhar a lentilha por cerca de 30 minutos, ou até ela ficar macia. Temperar
com sal 10 minutos após iniciado o cozimento. Cozinhar o macarrão, drenar e
reservar. Derreter a manteiga em uma panela e refogar a cebola na manteiga.
Cozinhar até a cebola ficar translúcida, adicionar o alho e cozinhar por mais
alguns minutos. Misturar todos os ingredientes e servir.
179
Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
180
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
181
Hortaliças leguminosas
Purê de ervilha
Rendimento: 2 porções
Ingredientes:
Modo de fazer:
Colocar em uma panela a ervilha e a água e levar ao fogo, tampada. Cozinhe até
ferver. Abaixar o fogo e deixar cozinhar até amaciar. Escorrer o líquido. Passar
as ervilhas no espremedor de batatas ou bater no liquidificador. Temperar com
sal e pimenta. Acrescentar o leite e voltar ao fogo. Cozinhar até ficar com a
consistência cremosa. Cobrir com bacon e a cebolinha.
182
Leguminosas: Qualidade e Uso
Pasta de grão-de-bico
Rendimento: 3 xícaras
Ingredientes:
1 ¼ de xícara de grão-de-bico
5 colheres (sopa) de molho de tahine
Sal a gosto
4 colheres (sopa) de suco de limão
Salsinha picada para decorar
Azeite para regar
Pimenta síria (opcional)
Modo de fazer:
183
Hortaliças leguminosas
Hambúrguer de grão-de-bico
Rendimento: 6 porções
Ingredientes:
2 xícaras de água
¾ de xícara de grão-de-bico
1 cebola pequena, cortada em pedaços (60 g)
2 colheres (sopa) de suco de limão
1 colher (sopa) de salsinha
1 colher (chá) de alho espremido
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de coentro picado
½ colher (chá) de cominho
1 pitada de pimenta-do-reino
1 ovo ligeiramente batido
Óleo para untar
6 pães de hambúrguer
Modo de fazer:
Em uma panela média com água, levar o grão-de-bico ao fogo por 2 minutos, até
ferver. Retirar do fogo e deixar de molho por uma hora ou, se preferir, de um dia
para o outro. Escorrer a água. Triturar os grãos com a cebola no processador ou
máquina de moer. Em uma vasilha, misturar bem essa pasta com os ingredientes
restantes, exceto o ovo, o óleo e os pães. Acrescentar o ovo e voltar a misturar
bem. Dividir a massa em seis partes e moldar os hambúrgueres. Em uma
frigideira antiderrapante untada com óleo, fritar os hambúrgueres dos dois lados,
até dourarem. Monte os sanduíches com pães. Servir quente.
184
Leguminosas: Qualidade e Uso
Hambúrguer de lentilha
Rendimento: 6 unidades
Ingredientes:
2 xícaras de lentilha
3 xícaras de água
½ xícara de farinha de trigo integral
1 ovo
Óleo para untar
1 cebola pequena picada
3 dentes de alho picado
2 colheres (sopa) de manteiga
Sal a gosto
6 pães de hambúrguer
12 folhas de alface
12 rodelas de tomate
Modo de fazer:
Colocar a lentilha numa panela, cobrir com a água e cozinhar em fogo alto
até ficar macia. Escorrer e transferir para uma tigela. Acrescentar a farinha de
trigo e o ovo e misturar até obter uma massa firme (se necessário, ponha mais
farinha), reservar. Aquecer o forno em temperatura média (180 °C). Untar uma
assadeira grande com óleo. Numa frigideira, fritar a cebola e o alho na manteiga,
em fogo médio, mexer de vez em quando até a cebola ficar macia. Adicionar à
massa de lentilha e misturar. Temperar com sal e dividir em seis porções. Untar
uma superfície lisa e as mãos com óleo. Modelar cada porção até obter um
hambúrguer. Colocar na assadeira e assar por 30 minutos. Cortar os pães ao
meio. Rechear com duas folhas de alface, um hambúrguer e duas rodelas de
tomate. Servir.
185
Hortaliças leguminosas
186
Leguminosas: Qualidade e Uso
187
Hortaliças leguminosas
188
Leguminosas: Qualidade e Uso
189
Hortaliças leguminosas
190
Leguminosas: Qualidade e Uso
191
Hortaliças leguminosas
192
193
Hortaliças leguminosas
Receitas
Com carne ou Filé mignon com ervilha Carne de porco com cogumelos e
frango fresca e abacaxi vagem
194
Leguminosas: Qualidade e Uso
Salada refrescante
Rendimento: 15 porções
Ingredientes:
Modo de fazer:
195
Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
150 g de feijão-vagem
1 bulbo de erva-doce
1 abacate
100 g de agrião picado grosseiramente
2 laranjas
2 colheres (sopa) de azeite
2 peitos de frango cozidos e picados
Modo de fazer:
Cozinhar a vagem em água e sal, por 4 a 5 minutos, ou até que fiquem macia,
mas ainda crocante. Fatiar o bulbo de erva-doce, desprezando a parte central do
bulbo. Descascar e picar o abacate e misturar com o agrião. Descascar e picar
as laranjas e adicionar ao agrião com abacate. Reservar um pouco de suco de
laranja para misturar ao azeite e fazer o molho. Temperar a salada com o molho,
adicionar o frango e servir.
196
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
½ kg de ervilhas tortas
½ kg de cogumelo fresco
3 colheres (sopa) de óleo
6 cebolinhas verdes cortadas em pedaços de 2 cm
1 colher (chá) de gengibre fresco ralado
2 colheres (sopa) de molho de soja
Modo de fazer:
Cortar as pontas e retirar os fios das ervilhas tortas. Lavar bem em água fria.
Enxugar e levar a geladeira até a hora do preparo. Lavar os cogumelos e remover a
parte mais dura do cabinho. Cortar em fatia no sentido do comprimento. Aquecer
o óleo em uma frigideira. Acrescentar a cebolinha e refogar por 1 minuto. Colocar
os cogumelos e fritar, mexendo por mais de 1 minuto. Adicionar o gengibre, as
ervilhas e fritar por mais um ou 2 minutos, até elas estejam macias, mas ainda
crocantes. Acrescentar molho de soja e servir.
197
Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
Levar ao fogo alto uma panela com manteiga, sal, a vagem e o suco de limão.
Cozinhar, mexendo às vezes, por 15 minutos ou até a vagem ficar macia.
Misturar a hortelã e servir.
198
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
Numa panela média, ferver 1,5 L de água. Juntar a ervilha fresca e cozinhar por
5 minutos. Retirar do fogo e escorrer bem. Derreter a manteiga numa frigideira
em fogo alto. Por a ervilha, o abacaxi e refogar por 5 minutos ou até as ervilhas
ficarem macias. Temperar com sal e pimenta e reservar. Grelhar a carne até o
ponto desejado e servir com a ervilha e o abacaxi refogados.
199
Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
Temperar a carne de porco com sal, pimenta e alho. Numa frigideira (grande) ou
numa panela wock, refogar a carne em óleo, virando para dourar os dois lados.
Acrescentar a cebola e deixar cozinhar até que esteja translúcida. Acrescentar
a vagem e os cogumelos, aquecer por 1 minuto e acertar o sal antes de servir.
200
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
201
Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
202
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Sal a gosto
2 colheres (sopa) de óleo
750 g de alcatra (ou coxão mole) cortada em tiras finas
½ xícara de cebolinha verde
500 g de ervilhas tortas
1 ½ xícara de caldo de carne
3 colheres (sopa) de molho de soja
¼ de colher (chá) de gengibre em pó
2 colheres (sopa) de maisena
2 colheres (sopa) de água fria
Modo de fazer:
Temperar a alcatra com sal. Em uma frigideira grande, aquecer o óleo e fritar
a carne até dourar. Se a carne estiver dura, depois de frita, cozinhar com um
pouco de água. Reservar. Na mesma frigideira, colocar a cebolinha, as ervilhas,
o caldo de carne, o molho de soja e o gengibre. Deixar levantar fervura. Cozinhar
por mais 2 minutos. Dissolver a maisena na água fria e acrescentar ao líquido
fervente na frigideira, mexer sem parar, por mais 2 ou 3 minutos. Verificar o sal.
Juntar a carne reservada, aquecendo bem. Servir quente.
203
Hortaliças leguminosas
Ensopado de inverno
Rendimento: 4 a 6 porções
Ingredientes:
Modo de fazer:
Temperar o coxão mole com sal, pimenta e cebola. Em uma panela grande,
aquecer o óleo em fogo alto e fritar a carne até dourar. Acrescentar a água e
cozinhar até que ela fique macia. Adicionar a cenoura e, quando ela estiver
quase macia, juntar a vagem e o pimentão. Manter no fogo, regando com água
se for necessário, até as hortaliças ficarem macias. Servir a seguir.
204
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
Abrir a massa folhada até ficar bem fina. Cortar em 16 retângulos de mesmo
tamanho. Derreter 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina. Fritar a cebola
até que esteja macia. Juntar a carne de frango, a ervilha e temperos. Colocar
sobre os retângulos. Fechar e pincelar com a gema. Assar em forno quente
pré-aquecido (220 °C) por 20 minutos. Servir com iogurte temperado com sal,
pimenta, salsinha e cebolinha.
205
Hortaliças leguminosas
Bolo de vagem
Rendimento: 12 porções
Ingredientes:
Modo de fazer:
206
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
400 g de espaguete
100 g de espinafre
140 g ervilha congelada
1 maço pequeno de manjericão
3 colheres (sopa) de pesto verde
150 g de creme de leite fresco
50 g de queijo parmesão ralado, mais uma quantidade extra para servir
Modo de fazer:
207
Hortaliças leguminosas
Parafuso oriental
Rendimento: 6 porções
Ingredientes:
Modo de fazer:
208
Leguminosas: Qualidade e Uso
Ingredientes:
Modo de fazer:
209
Hortaliças leguminosas
Ingredientes:
Modo de fazer:
210
Leguminosas: Qualidade e Uso
211
Hortaliças leguminosas
212
Leguminosas: Qualidade e Uso
213
Hortaliças leguminosas
214
Leguminosas: Qualidade e Uso
215
Hortaliças leguminosas
216
Anexo
217
Hortaliças leguminosas
218
Sushi de pasta de grão-de-bico
219
Brotos de lentilha
Hortaliças leguminosas
220
Carne com feijão-vagem
221
Pasta de grão-de-bico
Hortaliças leguminosas
222
Sopa de lentilha
223
Salada de baby leaf de ervilha com peixe frito
Hortaliças leguminosas
224
Grão-de-bico com azeite e salsa
225
Frango com feijão-vagem
Hortaliças leguminosas
226
Ervilha torta com salmão
227
Lentilha refogada
Hortaliças leguminosas
228
Grão-de-bico caramelizado
229
Macarrão parafuso com feijão-vagem
Hortaliças leguminosas
230
Seleta de feijão-vagem