Inústria 4.0

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TECNOLOGIAS EMERGENTES

TREINAMENTO EXPERT
ONLINE

MATERIAL DIDÁTICO

INDÚSTRIA 4.0
UMA BREVE INTRODUÇÃO

ANGELO MÁRCIO DE PAULA


PROFESSOR

BARRA MANSA, RJ – BRASIL.


JANEIRO / 2020
i

SUMÁRIO

I- INTRODUÇÃO 1

II- INFORMAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO 3

III- REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 6

IV- INDÚSTRIA 3.0 7

Introdução 7

Sistemas produtivos 8

Evolução da automação 9

Pirâmide da Automação ASI-95 10

V- INDÚSTRIA 4.0 12

Introdução 12

Pilares da Automação 4.0 13

Tecnologias da indústria 4.0 15

Evoluindo para Indústria 4.0 21

VI- EXERCÍCIOS 25

BIBLIOGRAFIA 33
1

I-INTRODUÇÃO

A história mostra que os fenômenos tecnológicos sempre exerceram um


poder quase místico sobre o homem e os fatos históricos estão sempre marcados
por invenções se tornando sempre um marco promovendo inovação e mudando o
rumo da história do mundo.
Segundo Drucker (1997), os óculos inventados por Roger Bacon por volta
de 1270 e o motor a vapor inventado entre 1765 e 1776 por James Watt, são
exemplos de invenções fundamentais até os dias de hoje e em muitos casos, uma
determinada invenção exerceu poderosa influência sobre o pensamento científico e
filosófico de toda a era. A inovação tecnológica é fator de competitividade
internacional e o Brasil possui potencial para participar desse cenário competitivo,
pois possui material humano capaz de impulsionar o setor científico.
Para acompanhar esse cenário e não ficar para trás o país deve possuir
política pública relacionada ao desenvolvimento tecnológico, de modo a ser inserido
no processo da globalização econômica. As transformações do cenário econômico
internacional promovem mudanças em países em desenvolvimento por não
possuírem uma economia independente.
De forma magnífica, o mundo inteiro vem se unindo criando soluções de
hardware e software livres para a população participante do setor, a explicação para
união dessas pessoas é uma resposta aos empresários que tentam forçar a
utilização de produtos proprietários a preços acima do poder aquisitivo de empresas
e de pesquisadores em países economicamente dominados, um exemplo dessa
iniciativa é o hardware Arduino que impulsiona a criatividade e imaginação do
público técnico a um custo dentro da realidade dos participantes.
A informação passou a ser o bem mais precioso que uma empresa pode ter
nessa época globalizada, pois estamos vivendo a era do conhecimento, quem
possui conhecimento se torna líder em quem não possui segue as regras impostas.
A era do conhecimento e as evoluções tecnológicas ocorridas no setor de
telecomunicações abriram novos horizontes para a indústria do software, mas essa
não está sendo capaz de suportar essa responsabilidade com eficiência, gerando
uma crise no setor. O êxito no setor de telecomunicação impulsionou o mercado da
informação globalizada, facilitando o crescimento de setores como o setor de
software e sistemas inteligentes. O setor de software atualmente vive uma crise
2

devido ao crescimento repentino e o despreparo dos profissionais e falta de política


que regulamente o setor.
As novas tecnologias tais como microprocessador a microeletrônica e o
software livre ajudam as empresas na diminuição dos tempos mortos, controle e
gerenciamento de informações, variedades de insumos e produtos. As empresas
precisam eliminar os fatores que as impedem de crescer, pois os paradigmas
técnicos econômicos mudam a cada época.
A nova economia da era atual é fortalecida pela informação e conhecimento
como instrumentos que potencializa a sustentabilidade e crescimento da economia,
a competitividade, a interatividade através de corporações ligadas por redes e
sistemas inteligentes.
Assim surge a indústria 4.0, que começou a ser difundido no ano de 2011,
em Hannover, na Alemanha. Desde então, a iniciativa que propõe uma verdadeira
revolução na forma como as fábricas operam é patrocinada e incentivada pelo
governo alemão, empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa.
O desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias e de novos processos
produtivos têm ocupado um papel central na política industrial de vários países.
O tema é urgente e da maior relevância para o Brasil porque as
transformações serão profundas e rápidas e outros países já estão muito à nossa
frente, o que impõe desafios importantes à nossa competitividade internacional.
3

II-INFORMAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO

A informação passou a ser um produto de valor na era globalizada. O


conhecimento é a principal arma dos países denominados líderes em relação aos
países em desenvolvimento tornando-se fundamental para o domínio exercido.
O capitalismo favorece o uso do conhecimento e a reorganização da
sociedade como a seguir:

A cada dois ou três séculos ocorre na história ocidental uma grande


transformação. Em poucas décadas, a sociedade se reorganiza - sua visão
do mundo, seus valores básicos, sua estrutura social e política, suas artes,
suas instituições mais importantes. Depois de cinquenta anos existe um novo
mundo (Drucker 1997).

A história ocidental, como citado, é marcada por transformações, porém as


transformações atuais têm sido mundiais e fundamentada na informação,
caracterizando a era do conhecimento impulsionada pelo capitalismo.
O capitalismo é marcado por uma classe de trabalhadores de serviço. A era
do conhecimento tem o desafio de educar essa classe para que ela seja uma
espécie de trabalhador do conhecimento não ocorrendo frustações em nenhuma
classe trabalhadora. No Brasil já estão ocorrendo movimentos em pró da
universalização do conhecimento com programas espalhados por todo país
denominado inclusão digital. O avanço do capitalismo está associado a novos
processos, novos materiais, novas culturas agrícolas, novas técnicas, ou seja,
TECNOLOGIA.
As mudanças intensas estão ocorrendo no mundo globalizado e precisamos
participar dessa corrente que movimenta as sociedades e países, independente da
classe em que eles se encontram, quer sejam países líderes ou países em
desenvolvimento. Novos processos e insumos surgem impulsionando o
aparecimento em massa de novos produtos que por sua vez atingem novos
mercados e novas organizações. Assim o mundo gira e não temos a opção de ficar
fora dessa corrente para não sermos atropelados pelo crescimento global.
A escola neo-schumpeteriana promove uma economia da inovação e um
paradigma tecno-econômico que força a geração de novos conhecimentos e por
consequência a sua introdução e difusão no processo produtivo. As empresas hoje
em dia já estão conectadas a essas inovações, logo, novos conhecimentos como
informática, telecomunicações, comunicações, ciências da computação e
engenharia de sistemas e de softwares estão presentes no cotidiano dessas
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instituições promovendo a tecnologia da informação e ajudando essas a superarem


os seus limites tornando-as fortes e capazes para um crescimento dentro dos
padrões estabelecidos e também gerarem novas frentes de expansão para
sustentar a lucratividade e a produtividade da instituição.
As novas tecnologias tais como microprocessador, a microeletrônica e o
software ajudam as empresas na diminuição dos tempos mortos, controle e
gerenciamento de informações, variedades de insumos e produtos. As empresas
precisam eliminar os fatores que as impedem de crescer, pois os paradigmas
técnicos econômicos mudam a cada época. Acompanhar o crescimento tecnológico
representa mudanças na estrutura da empresa, a cada fase que representa o
desenvolvimento tecnológico empresas podem simplesmente desaparecer. Por
exemplo, software que funcionavam no antigo sistema operacional DOS tiveram a
sua atualização para o novo sistema operacional Windows, empresas que
produziam máquinas de escrever viram a introdução dos computadores pessoais
com o seu atual Word. O quadro a seguir mostra como foi à evolução tecno-
econômico no decorrer dos anos:

Tabela II.1 – Evolução Tecnológica no decorrer dos anos.


FASES DESCRIÇAO FATOR-CHAVE
1770-1840 Mecanização Algodão e ferro fundido
ATÉ 1890 Força vapor e ferrovia Carvão e transporte
ATÉ 1930 Energia elétrica e engenharia pesada Aço
ATÉ 1980 Produção em massa Petróleo e derivados
ATÉ 2011 Tecnologia da informação Microeletrônica e derivados
ERA ATUAL Internet e Inteligência IIOT, IA, Big Data e Data Analitycs

A nova economia da era atual é fortalecida pela informação e conhecimento


como instrumentos que potencializa a sustentabilidade e crescimento da economia,
a competitividade, a interatividade através de corporações ligadas por redes e
sistemas inteligentes. O processo de aprendizagem torna-se fator essencial para o
desenvolvimento nesse processo onde investimentos na capacitação e treinamento
de recursos humanos são necessários e ajudam a estabelecer um sistema mais
interdependente e coerente tornando as empresas mais competitivas. Todo esse
crescimento deve ser acompanhado de políticas industriais e tecnológicas capazes
de sustentar a era da economia do conhecimento, prever a internacionalização do
desenvolvimento e utilização de tecnologias, com regras para proteger e partilhar a
propriedade intelectual.
5

Está caracterizada assim a economia do conhecimento, conhece mais


manda mais, se torna líder, é capaz de ditar regras e controlar inclusive a economia
de outros países em desenvolvimento. As empresas interconectadas são capazes
de realizar atividades transnacionais concentrando atividades de pesquisa em
países líderes e produção em países em desenvolvimento.
Uma vez definido o modelo que devemos seguir, conhecidos os paradigmas
da globalização e que conhecimento e informação são os insumos para a
sustentabilidade e crescimento no mundo globalizado, tornam-se necessárias
políticas públicas eficazes para que países em desenvolvimento como o Brasil
consigam se situar na corrente do desenvolvimento.
O país obteve êxito na reestruturação do setor de telecomunicações
promovendo a oferta de novos serviços. Os desenhos industriais tais como,
telecomunicações, siderúrgico, petroquímico, energia, entre outros, usou um
modelo mais aberto economicamente caracterizado por uma gestão mais eficiente
promovendo uma qualidade de serviço e acesso rápido à tecnologia atualizada.
As mudanças ocorridas no setor de telecomunicações trouxeram ofertas de
novos serviços, universalização do acesso ao serviço de internet, barateamento a
aquisição das linhas digitais de telefone e internet, e principalmente abriu uma
cadeia de novos valores que interagem com o setor de telecomunicações, podendo
até dizer que o sucesso desse setor abriu portas para o surgimento de um tipo de
negócio chamado “informação”, empresas puderam se interligar tornando o acesso
rápido à informação de forma segura. O setor de telecomunicações foi equipado
com hardwares sofisticados que impulsionaram sistemas de logísticas de redes,
mas para passar a informação, é necessário um empreendimento chamado
software, que são sistemas aplicativos que gerenciam o tráfego de dados por essas
redes. Logo, o setor de telecomunicação com suas redes ligando o mundo,
impulsionou o conceito totalmente difundido hoje em dia chamado “Internet” e acima
das redes, as Internets das coisas ou simplesmente IoT.
A IoT representa hoje em dia uma oportunidade de mercado com agregação
de valor caracterizando o surgimento de produtos que agregam valor onde são
utilizados.
6

III-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Primeira etapa da Revolução Industrial, indicada na figura III.1, segundo


alguns autores foi entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada,
primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de
algodão, com o uso do tear mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas
a vapor contribuiu para a continuação da Revolução.
A Segunda Etapa da Revolução Industrial, indicada na figura III.1, ocorreu
no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países como Alemanha,
França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização
da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor
a explosão, da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram
as principais inovações desse período.
Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século XX
e XXI como a terceira etapa da Revolução Industrial, indicado na figura III.1. O
computador, o fax, a engenharia genética, o celular seriam algumas das inovações
dessa época. A indústria ficou caracterizada pela introdução da informática,
automação e os robôs industriais, além da globalização.
A quarta revolução industrial é caracterizada pela internet associada a
inteligência e agregação de valor na cadeia produtiva. Está associada pela adição
das tecnologias emergentes IoT, Inteligência Artificial, Big Data e Data Analytics.

Figura III.1 – Revolução Industrial


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IV- INDÚSTRIA 3.0

Introdução

Para falar da Indústria 4.0 é necessário conhecer a Indústria 3.0 antes,


porque estamos com o parque industrial parado nesse patamar e se não fosse a
imposição do mercado nada seria alterado, a não ser por um motivo de
obsolescência natural dos equipamentos ou por uma questão de qualidade e
produtividade que levaria a indústria a uma possível falência. Então por que mudar
um parque industrial?

• Competição internacional
• Obsolescência
• Inadequação de mão de obra
• Produtos personalizados

O parque industrial será atualizado para 4ª revolução em função das forças


externas que movimentam o mundo e não podemos ficar de fora dessa onda que
veio para ficar.
A partir os anos 80, as estruturas das plantas fabris se modificaram
rapidamente, em busca de melhoria na produtividade e da racionalização dos
recursos investidos, a fim de atender as necessidades da sociedade e do mercado,
à competição entre fornecedores e principalmente à exigência dos clientes
(ROSÁRIO, 2005). A automação cresceu de forma abrangente atendendo desde a
encomenda no cliente, a produção e a entrega. Ainda no início dos anos 80,
observam-se mudanças mundiais de mercado que impulsionou o crescimento da
automação:
• Variedade de encomendas
• Diversificação dos produtos.
• Tempos de desenvolvimento e produção menores
• Ciclos de vida menores dos produtos
• Redução dos custos.

Podemos definir a mecatrônica (Automação e Controle) como uma filosofia de


projeto, baseada na integração da eletrônica, mecânica, computação e sistemas de
controle, com o propósito de obter a melhor solução de projeto e produtos com certo
grau de inteligência e flexibilidade conforme figura IV.1
8

• A Eletrônica realiza o processamento do sinal, os controles analógicos e discretos.


• A Mecânica é a parte física do sistema.
• A Computação realiza a modelagem, análise e simulação, além da execução dos
algoritmos de controle.
• O sistema de controle impõe o comportamento desejado ao sistema.

Figura IV.1 - Definição de mecatrônica segundo Rosário (2005)

Exemplos de aplicações da indústria 3.0:

• Sistemas automotivos: Freios ABS, sistemas de suspensão controlados por


computador.
• Sistemas aeroespaciais: Controle de altitude por satélite, sistemas fly-by-wire em
aeronaves, controle ambiental em estações espaciais.
• Sistemas médicos: Órgãos artificiais, cirurgias minimamente invasivas.
• Sistemas prediais: Domótica, edifícios inteligentes.
• Bens de consumo: Eletrodomésticos, equipamentos esportivos.
• Sistemas de manufatura: Centros de usinagem, utilização de robôs na manufatura.
• Processamento de materiais: Indústrias química, alimentícia etc.

Sistemas produtivos

A automação industrial é dividida em três classes segundo Rosário (2005):

• Rígida
• Flexível
• Programável
9

A rígida é usada quando o volume de produção é muito elevado; nesse caso, é


linha de produção é fixa, voltada apenas para a concepção de determinado tipo de
produto.
A flexível é decorrente da junção da mecânica com o tratamento da
informação pela informática e eletrônica. É voltada para um volume de produção
médio, em que a automação aliada à flexibilidade, possibilita a automatização de
indústria que fabricam diversos produtos simultaneamente com o mesmo sistema
de produção.
Por fim, a automação programável diferencia-se da flexível, entre outros
motivos, pelo fato de a produção ser efetuada em pequenos lotes, o que demanda
que o equipamento seja reprogramado para a fabricação de um novo lote.

Evolução da automação

Na década de 70, a automação era implementada com robôs e com o


Comando Numérico Computadorizado (CNC), uma combinação de hardware e
software que tinha como principal objetivo o aumento da flexibilidade do sistema.
Na década de 80, foram implementados os processos Computer-Aided
Design (CAD), Computer Aided Manufacturing (CAM) em máquinas CNC,
objetivando a automação dos processos e a conexão de tarefas individuais.
Na década de 90, a automação das fábricas envolvia a automação de vários
processos, que passaram a executar um simples processo em cadeia, de acordo
com um modelo preestabelecido, envolvendo uma maior integração de
componentes eletrônicos (VLSI) e microcontroladores e a integração de redes de
comunicação ao sistema. A descentralização tem melhorado a interdependência de
controle dos setores e o fluxo de produção e gerência da fábrica.
Atualmente estamos na geração de redes sem fio com mudanças ocorrendo
a cada dia, sendo a miniaturização dos componentes uma das maiores conquistas
na área da eletrônica.
Atualmente, a cadeia “consumidor, produtor e logística” se encontra
interligada, como por exemplo, no setor automobilístico, o cliente escolha em
detalhes o seu automóvel pela internet, os dados chegam até o chão de fábrica,
onde se inicia a produção e ao fim, o automóvel é entregue ao cliente em uma
concessionária mais próxima. (ROSÁRIO, 2005)
10

Pirâmide da Automação ASI-95

Os sistemas de automação que coletam, processam e disponibilizam


informações associadas ao controle da planta industrial podem ser agrupados em
cinco níveis. Na pirâmide da automação temos na sua base a aplicação das redes
industriais (automação e campo) e no topo a aplicação das redes coorporativas. Os
protocolos foram associados ao nível em que ele é mais utilizado. Cumpre observar
que a rede ethernet vem ampliando sua aplicação em todos os níveis da automação.
A Figura IV.2 mostra o relacionamento entre esses níveis.

Figura IV.2- Hierarquia de sistemas de automação

• Primeiro Nível: Instrumentação


▪ Instrumentação de campo: sensores, transdutores e atuadores.

• Segundo nível: Controle


▪ Controle: CLP’s (Controlador Lógico Programável), CP’s (Controlador
Programável), Remotas de Aquisição de Dados, computadores de processo
dedicados, single-loop, multi-loop.

• Terceiro nível: Supervisão


▪ Supervisão: sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition), SDCD
(Sistema Digital de Controle Distribuído), SDRH (Sistema Digital de Registro
Histórico).
11

• Quarto nível: Gerenciamento da Planta


▪ MES (Manufacturing Execution Systems - Sistemas de Gestão e Planejamento
do Processo Produtivo), TMS (Transportation Management System – Sistema
de Gerenciamento de Transporte) e WMS (Warehouse Management System -
Sistema de Gerenciamento de Armazém)

• Quinto nível: Gerenciamento Corporativo


▪ ERP (Enterprise Resource Planning – Sistema de Gestão Empresarial)

A pirâmide possui uma arquitetura vertical para o fluxo da informação, onde


existe uma corrida para uma perfeita sintonia e transparências entre as camadas
para que uma informação do chão de fábrica chegue até o nível corporativo de forma
transparente. Porém, o que se observa é um sistema fortemente acoplado com alta
dependência do fabricante onde cada nível faz a sua própria gestão da informação
com aplicações e banco de dados proprietários e dedicados, o que existe é uma
disponibilização do dado entre as camadas através de Gateways especializados em
protocolos dos mais diversos.
Essa hierarquia possui uma característica que direciona a solução para um
controle centralizado, uma supervisão dedicada com soluções particulares e
proprietárias onde até hoje se “torce o nariz” quando falamos em aplicar uma
solução de controle descentralizado com cada controlador interconectado por uma
rede Ethernet Industrial.
Então, segue um motivo técnico pelo qual o governo Alemão criou políticas
públicas para implantação da indústria 4.0: A indústria 3.0 está no seu limite de
crescimento e quaisquer tentativas de mudanças na pirâmide acarretará soluções
que representam somente adaptações e não soluções para o problema.
A indústria 4.0 desconstrói o conceito de pirâmide com controle centralizado
e troca da informação passando por Gateways e cria os Pilares da Automação com
um controle descentralizado, uma base de dados comum para supervisão,
gerenciamento da planta e gerenciamento corporativo. Mas isso é assunto para
outro capítulo.
12

V-INDÚSTRIA 4.0

Introdução

Quem tem mais tecnologia na figura V.1? Um celular doméstico que fala,
tem aplicativos de comunicação, redes sociais, rádio, televisão, internet, bluetooth,
Netflix, banco, e muito mais ou o sistema de controle do vaso de pressão onde o
urânio sofre a fissão para produção de energia térmica no processo primário de
produção da energia elétrica em uma usina Eletronuclear?

Figura V.1 – Quem tem mais tecnologia?

Pelo menos em termos de processamento um celular é considerado muito


mais avançado uma vez que o sistema de controle de pressão da comparação não
tem nem um microprocessador nem PLC para realizar a operação.
A realidade das empresas brasileiras está parada na década de 80 com
equipamentos obsoletos e desatualizados tecnicamente, mas com uma frase que
incomoda a maioria dos entusiastas de tecnologia: É velho, desatualizado e
obsoleto, mas atende os quesitos de qualidade, produtividade e custo comparando-
se com uma possível atualização tecnológica. Isso mesmo, ainda é muito caro
transformar uma indústria da versão 3.0 para uma indústria 4.0.
Algumas promessas de transformação apresentam soluções passando pela
pirâmide da automação da ISA-95 que é a base da indústria 3.0, ou seja, as
soluções são verdadeiras adaptações com soluções fortemente acopladas e
dependentes de fabricantes, caminho oposto ao proposto pelos pilares da
automação da indústria 4.0. Quero dizer que agregar plaquinhas wifi pelo processo
com acesso direto para internet não tornará a indústria mais moderna e sim uma
empresa desprovida de segurança da informação e sem o controle essencial para
o seu funcionamento sem agregar nenhum valor para o processo funcional.
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Construir uma empresa do zero dentro dos pilares propostos pela indústria
4.0 é mais fácil que transformar uma indústria enraizada na pirâmide da indústria
3.0. Então, o primeiro passo é desconstruir a pirâmide da automação ISA-95 e partir
sem medo para uma arquitetura baseada em pilares descartando os principais
modelos que nortearam até hoje a automação industrial. A tabela V.1 resume os
paradigmas dessa transformação.

Tabela V.1 – Comparação Indústria 3.0 e Indústria 4.0


Industria 3.0 Indústria 4.0 Pilar
I/O dedicado I/O inteligente e distribuído IIoT
Controle centralizado Controle distribuído mesclado com IIoT
I/O
PLC com funções básicas: PLC com funções avançadas: IIoT
Lógica; Intertravamento; Inteligência artificial e servidor web
Temporização e PID
Rede de campo cabeada Rede TSN wifi EtherNet IP
Manutenção e acesso local Manutenção centralizada via acesso PLC virtual
remoto
SCADA, MES, TMS, WMS Sistema integrado com visões Sistema aberto
personalizadas
ERP Maior interação Sistema aberto
Banco de dados Concentrador de dados único Big Data e Data
proprietário, incorporado e Analytics
espalhados por toda planta
Protocolo DCOM SOAP/XML – Padrão aberto Sistema aberto
(Microsoft)
Sem política de segurança Cybersegurança Segurança

Pilares da Automação 4.0

A 4ª revolução industrial está baseada nas novas tecnologias emergentes e


tem como sustentação o crescimento da internet de forma mundial. Registros
apontam que essa revolução iniciou após o incentivo do governo Alemão através
de políticas públicas que praticamente obrigam as empresas alemãs a implantarem
essa nova onda de tecnologia. A onda contagiou vários países que possuem
programas específicos com políticas públicas que também incentivam a indústrias
acompanharem essa nova revolução.
14

Figura V.2 – Pilares da Automação 4.0

A figura V.2 tem dois pilares principais, o primeiro pilar está ligado ao chão
de fábrica com unidades de controle distribuídos mesclando as funções de controle
e aquisição de dados usando os conceito e equipamentos IIoT. No segundo pilar
estão as aplicações de gerenciamento e supervisão da planta com uma proposta
de base de dados única e visões personalizadas para cada aplicação conforme a
figura V.3. Para garantir toda conectividade desde o chão de fábrica até a diretoria
é necessária criar políticas de segurança por toda planta para garantir a integridade
das informações e da própria empresa.
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Figura V.3 – Sistema único e várias visões

Tecnologias da indústria 4.0

O que estou chamando de tecnologias da indústria 4.0 também é chamado


de pilares da indústria 4.0. Devemos ter o cuidado para não confundir com os pilares
da Automação 4.0. Os pilares da Indústria 4.0, que prefiro chamar de novas
tecnologias, são as novas invenções que estão sustentando essa nova era da
indústria mundial. Na sequência serão apresentadas invenções que estão
justificando essa nova era.

IIoT - Industrial Internet of Things

A Internet das Coisas da Indústria teve o seu


início com o uso do padrão Ethernet no chão de fábrica
através de sensores inteligentes com capacidade de se
comunicarem por essas redes.

Agora, tanto os funcionários do chão de fábrica quanto os executivos da


empresa podem acessar qualquer informação relacionada à produção. Porém cabe
uma ressalva, a tecnologia se encaixará na topologia específica da Automação 4.0
que permitirá um acesso controlado e seguro.
16

Transmissores de pressão, vazão, motores, válvulas e muitos outros estão


sendo construídos no conceito smart connected products, desta maneira, são
capazes de fornecer uma visão operacional de maneira muito mais fácil e ágil.
Sendo assim, torna-se possível realizar várias análises localmente sem
sobrecarregar sistemas de alto nível. Aqui ainda temos QR code em cada
equipamento, RFID para localização rápida e muito mais vindo por aí. Esse pilar
ainda vai crescer muito.

AI - Artificial Intelligence

A AI é a inteligência similar à humana exibida por


mecanismos, equipamentos ou software, é definida
como um agente que percebe seu ambiente e toma
atitudes que maximizam suas chances de sucesso. Tem
capacidade de interpretar corretamente dados externos,
aprender a partir desses dados e utilizar essas aprendizagens para atingir objetivos
e tarefas específicos através de adaptação flexível.
A IEC 61131-7 trata da programação de Controladores Lógicos
Programáveis com a Lógica Fuzzy que se encaixa em implementações no contexto
da inteligência artificial. É, portanto, um ponto de necessidade de pesquisa e novas
soluções para essa indústria, já pensou se o PLC informar antes que a linha vai
parar? Ser capaz de tomar outro caminho pela falta de acionamento de um
determinado sensor? Atenção universitários, professores e pesquisadores aqui tem
necessidade real de pesquisa!!!

Big Data e Data Analytics


As variáveis analógicas, também
conhecidas como variáveis contínuas no
tempo quanto mais rápido o processo de
coleta e armazenamento maiores as
chances de avaliar corretamente o
comportamento dos processos industriais. É
comum precisar entender o comportamento
de alguns elementos físicos que sofrem ou causam avarias por um período
extremamente pequeno e principalmente no início do seu funcionamento, onde
17

chamamos de regime transitório. Portanto, devido ao grande volume de dados para


coletar e armazenar, esse processo necessita de um sistema de coleta,
armazenamento e tratamento da informação envolvendo técnicas de criptografia,
compressão e descompressão de dados e modelos matemáticos eficientes como
equação diferencial, Transformada de Laplace, Transformada de Fourier e
Transformada rápida de Fourier e assim por diante.
O Big Data diz respeito a uma porção de dados, acumulados com o passar
do tempo, por empresas e outros tipos de fontes de informação. O que o diferencia
de outros tipos de dados é o grande volume que ocupa, cuja tendência de
crescimento é exponencial. Associa-se ao Big Data uma referência aos 3Vs:
Volume, Velocidade e Variedade. Eles se referem, respectivamente, à quantidade
de informação acumuladas, à velocidade com que esses dados crescem e aos
diversos formatos disponíveis.
O Data Analytics é um processo que envolve examinar dados para tirar
conclusões úteis para os negócios ou processo. Ele é feito por meio de softwares
especializados em modelos matemáticos utilizados amplamente em indústrias para
ajudar as empresas a tomarem decisões.

Cloud Computer

A Computação em Nuvem além de ser um pilar


para a Indústria 4.0, também é o modelo tecnológico
que sustenta seu desenvolvimento. O modelo permite
que o acesso a banco de dados, bem como a integração
de aplicações, suportes, controles e engenharia
possam ser acessados de qualquer localidade. Custos
com estrutura física de servidores espalhados por salas de controle são substituídos
por um aluguel de espaço com servidor dedicado ou compartilhado na nuvem da
Amazon, Google, Microsoft, Oracle, IBM e outras. Através de um terminal fazemos
todas as operações lógicas como se estivéssemos acessando um computador local.
A opção por um serviço na nuvem permite:

A redução de custos com infraestrutura: uma vez que elimina os gastos


de capital com compras de hardware e software, instalação e manutenção;
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A economia do espaço: dado que os recursos permanecem armazenados


online;
A centralização da informação: impedindo que todos os dados sejam
mantidos em diferentes programas, com diferentes tipos de formulários de
autenticação e acesso;
O aumento ou diminuição de acordo com a necessidade do cliente:
graças ao poder de elasticidade que fornece a quantidade ideal de recursos,
armazenamento e processamento;
Trabalho remoto: funcionários da empresa podem acessar todos os dados
através de qualquer computador, notebook, tablet ou smartphone, desde que
estejam conectados à Internet.
Serviços - a atualização automática do servidor, a usabilidade das
plataformas, os serviços de assistência técnica e backups.
Cibersegurança – nesse ambiente com coisas e sistemas conectados, a
segurança cibernética é uma necessidade – e um desafio – para a Indústria 4.0. A
criação de procedimentos de TI para garantir redes seguras é fundamental para o
negócio.

Augmented reality

Designa-se realidade aumentada (RA) ou (AR)


a integração de elementos ou informações virtuais a
visualizações do mundo real através de uma camera
e com o uso de sensores de movimento como
giroscópio e acelerômetro. Um usuário da RA pode
utilizar óculos translúcidos ou cameras acopladas a
um dispositivo computacional, e através destes, poderá ver o mundo real bem como
imagens geradas por computador projetadas no mundo.
Trata-se de uma experiência interativa de um mundo real, onde objetos que
residem no mundo real são acentuados por informação perceptiva criada por
computadores, incluindo visual, auditiva, háptica, somatossensorial e olfatória. Pode
ser construtiva (agrega ao ambiente natural) ou destrutiva (que mascara o ambiente
natural). A realidade aumentada altera o mundo real do usuário, enquanto a
realidade virtual substitui completamente o mundo real do expectador. Realidade
aumentada é relacionada a dois termos muito usados, realidade mista e realidade
mediada por computadores.
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Esse suporte permite que o usuário atue dentro dos sistemas ciber-físicos
(CPS) com uma visão e tutoria assertiva indicando passo a passo todas as
instruções e comandos necessários para um reparo, ou uma nova parametrização
do processo. Com a indústria 4.0 haverá um aumento de produtividade e redução
de custos nos processos fabris, melhor utilização dos recursos e economia de
energia, sendo, portanto, um sistema para auxiliar no desenvolvimento sustentável.

Impressora 3D

Se a terceira revolução industrial foi marcada


pela produção em série por meio da automatização de
linhas de fabricação, as tecnologias da indústria 4.0, e
especialmente a impressora 3D permite uma produção
mais customizada às necessidades específicas de
cada cliente. Chega de tênis 39 – 40 – 41 – Agora eu quero um tênis 39,5. Isso
mesmo, os pedidos são personalizados. Um outro exemplo seria uma oficina de
customização de carros e motos que realiza a prototipagem de novas peças, quanto
para produção de peças finais, tornando ainda mais inovadores e personalizados
os seus projetos.

Prototipação

Os dias do programador sentado em


frente do painel com um laptop e uma cabo serial
estão contatos. A indústria 4.0 tira o programador
do ambiente hostil da planta e o coloca em
ambiente adequado para as práticas de análise e
programação de sistema, que exige um local tranquilo e customizado para que a
criação flua sem interferências de barulhos, poeiras, umidade e os EPI´s
importantes mas inadequados para o profissional com habilidades de criação.
Surge a prototipagem, um ambiente de simulação da fábrica em 3D com
objetivo de construir e testar toda aplicação antes de ser colocada no hardware real
da planta. Projetado para ser fácil de usar, permite construir rapidamente uma
fábrica virtual usando uma seleção de peças industriais comuns. Exemplos dessa
tecnologia pode ser encontrada em https://factoryio.com.
20

Web Services

O Web service é uma solução utilizada na


integração de sistemas e na comunicação entre
aplicações diferentes. Com esta tecnologia é possível
que novas aplicações possam interagir com aquelas
que já existem e que sistemas desenvolvidos em
plataformas diferentes sejam compatíveis. São componentes que permitem às
aplicações enviar e receber dados em formato XML. Cada aplicação pode ter a sua
própria "linguagem", que é traduzida para uma linguagem universal, o formato XML.
Alguns conceitos são envolvidos para trabalhar com web services:
• SOAP
▪ Simple Object Access Protocol
• WSDL
▪ Web Services Definition Language
• UDDI
▪ Universal Description, Discovery and Integration

O Simple Object Access Protocol (SOAP) é a base para a construção de um


Web service. É o protocolo da comunicação do sistema distribuído. Baseado em
XML, o SOAP define o formato das mensagens que devem ser trocadas entre os
componentes de uma comunicação remota. Também utiliza o protocolo HTTP para
transportar o XML encapsulado com a informação.
O Web Services Definition Language (WSDL) é a linguagem que descreve a
interface entre estes componentes que deve ser obedecida para que a comunicação
seja bem sucedida. Tem por objetivo descrever interfaces de componentes de
software de uma forma neutra, ou seja, sem se prender a nenhuma plataforma, para
que os componentes possam ser comunicar em ambientes heterogêneos. Possui
alta complexidade devido à generalidade para alcançar a interoperabilidade.
O Universal Description, Discovery and Integration (UDDI) é o protocolo
utilizado para a comunicação com o registro de serviços. Tem a responsabilidade
de fornecer um mecanismo para localização de serviços (Service Provider).
Resumindo, O SOAP é usado para efetuar a comunicação entre as partes
em um sistema distribuído, o WSDL descreve como essa comunicação deve ser
feita e o UDDI é responsável em fornecer um mecanismo para localização de
serviços.
21

Evoluindo para Indústria 4.0

Figura V.4 – Indústria 3.0 X indústria 4.0 (figura invertida)


22

Se você chegou nesse ponto significa que possui argumentos necessários


que envolvem a trilogia essencial para iniciar qualquer projeto PRAZO – CUSTO –
QUALIDADE com agregação de valor que justifique uma atualização tecnológica de
tanto valor.
O primeiro passo é desconstruir a pirâmide da automação 3.0 da ISA-95.
Talvez esse é o passo mais difícil, pois envolve o comportamento do ser humano
que já está enraizado no processo da indústria 3.0 e mudanças exigem quebra de
paradigma.
Na figura V.4 a instrumentação centralizada está conectada em um
controlador que processa as informações e atua no campo. Essa arquitetura
centralizada será substituída por dispositivos IIoT reunidos na unidade de controle
distribuída mesclando PLC e I/O tendo como base uma comunicação WIFI segura.
Esse primeiro pilar está conectado ao pilar superior através de uma rede de
alta velocidade e baixa latência para garantir que a informação chegue ao pilar
superior e permita o armazenamento único e várias visões conforme a necessidade
e aplicações, ou seja, software de supervisão, gerenciamento da planta e
corporativo compartilhando a mesma informação sem nenhum tipo de gateway
entre essas aplicações. As visões mais importantes são Supervisão (Scada),
Gerenciamento da Planta (MES, TMS e WMS), e Gerenciamento corporativo (ERP).
Com a proposta de elementos inteligentes distribuídos pela planta
conectados ao pilar superior por uma rede Ethernet torna-se necessário aplicar na
automação todas as regras de segurança já conhecidas pela equipe de TI. Então a
equipe de TA também terá que conhecer de segurança igual um profissional de TI?
Sim vai, isso também valerá para programação, banco de dados, sistema
operacional e redes, surgirá um novo profissional ainda mais qualificado.
Algumas ameaças à segurança dos sistemas distribuídos são óbvias. Por
exemplo, na maioria dos tipos de rede local é fácil construir um programa que
obtenha cópias de mensagens transmitidas entre processos. Um programa desse
tipo pode ser executado em um computador que já está conectado à rede ou em
um que está infiltrado nela, através de um ponto de conexão sobressalente. Outras
ameaças são mais sutis. Um programa pode se instalar como um servidor de
arquivos e obter cópias de informações confidenciais contidas nos dados que os
clientes encaminham para armazenamento.
Para se resguardar dessas ameaças, políticas de segurança devem ser
adotadas e mecanismos de segurança devem ser empregados a fim de implementar
23

tais políticas. A distinção entre políticas e mecanismos é útil quando se projetam


sistemas de segurança, mas frequentemente é difícil ter certeza de que certo
conjunto de mecanismos implementa plenamente as políticas desejadas. Note que
as políticas independem de tecnologia.
A proposta de um sistema de segurança é restringir o acesso às informações
e aos recursos, somente aos principals (usuário do sistema) que estão autorizados.
O termo principal é usado para designar os agentes que acessam informações e
recursos mantidos em um sistema distribuído. Portanto, um principal é uma pessoa
ou um processo.
Para lançar ataques em um sistema distribuído, o criminoso deve ter acesso
ao sistema a fim de executar o programa que implementa o ataque. As maiorias dos
ataques são lançadas por pessoas que são usuários legítimos do sistema. Para
usuários ilegítimos, um método simples de infiltração é a adivinhação de senhas, ou
o uso de programas de quebra de senhas para obter as chaves de acesso de
usuários conhecidos. Além dessas formas diretas de infiltração, existem diversos
métodos mais sutis, que estão se tornando bem conhecidos pela equipe de
automação, tais como:

• Vírus
▪ Um programa anexado a um hospedeiro legítimo, que se instala sozinho no
ambiente alvo, sempre que o programa hospedeiro é executado. Uma vez
instalado, ele realiza suas ações criminosas usando uma data como gatilho.

• Worm
▪ Um programa que varre um sistema, ou uma rede, replicando-se e buscando
bloquear todos os recursos disponíveis, até torná-lo inoperante. Ao contrário
do vírus, um worm normalmente não destrói dado.

• Cavalo de Tróia
▪ Um programa oferecido aos usuários de um sistema como sendo capaz de
realizar uma função útil, mas que tem uma segunda função oculta. O exemplo
mais comum é o spoof login, um programa que apresenta aos usuários um
diálogo idêntico ao diálogo normal de obtenção de login (nome do usuário) e
password (senha), mas que na realidade armazena as informações fornecidas
pelos usuários em um arquivo, com o objetivo de uso posterior ilícito.

Os mecanismos de segurança para sistemas distribuídos baseiam-se no uso


de três técnicas:
• Criptografia
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• Autenticação
• Controle de acesso.

A criptografia de mensagens possui três papéis na implementação de


sistemas seguros. Em primeiro lugar, é usada para esconder informação privada
nos lugares do sistema onde ela estiver exposta. A segunda utilidade desta técnica
é apoiar mecanismos de autenticação que suportam a comunicação entre pares de
agentes do sistema. A terceira aplicação da técnica é a implementação de um
mecanismo conhecido como assinatura digital.
A outra técnica que serve de base teórica para mecanismos de segurança
de sistemas distribuídos é autenticação. Esta técnica é o meio pelo qual as
identidades dos agentes clientes e servidores são estabelecidas de maneira
confiável.
A última técnica relativa à segurança é controle de acesso. Os mecanismos
de controle de acesso preocupam-se em assegurar que os acessos aos recursos
de informação e aos recursos de hardware estejam disponíveis apenas para os
usuários autorizados a fazê-los. Realizar controle de acesso é a principal missão de
qualquer sistema de segurança.
25

VI-EXERCÍCIOS

Questão 1)

A história mostra que os fenômenos tecnológicos sempre exerceram um


poder quase místico sobre o homem e os fatos históricos estão sempre marcados
por invenções se tornando sempre um marco promovendo inovação e mudando o
rumo da história do mundo. A inovação tecnológica é fator de competitividade
internacional e o Brasil possui potencial para participar desse cenário competitivo,
pois possui material humano capaz de impulsionar o setor científico. A informação
passou a ser um produto de valor na era globalizada. O conhecimento é a principal
arma dos países denominados líderes em relação aos países em desenvolvimento
tornando-se fundamental para o domínio exercido. Assinale a seguir a alternativa
que representa o fator que impulsionou a indústria 4.0:

a) Internet e Inteligência
b) Informática e Globalização
c) Energia elétrica e Petróleo
d) Máquina a vapor
e) Celular

Respostas:
a) Correta
b) Essa é a indústria 3.0
c) Essa é a indústria 2.0
d) Essa é a indústria 1.0
e) Sem contexto

Questão 2)

Para acompanhar esse cenário tecnológico e não ficar para trás o país deve
possuir política pública relacionada ao desenvolvimento tecnológico, de modo a ser
inserido no processo da globalização econômica. As transformações do cenário
econômico internacional promovem mudanças em países em desenvolvimento por
não possuírem uma economia independente. A nova economia da era atual é
fortalecida pela informação e conhecimento como instrumentos que potencializa a
sustentabilidade e crescimento da economia, a competitividade, a interatividade
através de corporações ligadas por redes e sistemas inteligentes.
26

Assim surge a indústria 4.0, que começou a ser difundida no ano de 2011, e
propõe uma verdadeira revolução na forma como as fábricas operam. Onde
começou essa nova onda que veio para ficar?

a) Em Hannover, na Alemanha.
b) Em Atlanta, nos Estados Unidos.
c) Em Tóquio, no Japão
d) Em Paris, na França
e) No Rio de Janeiro, Brasil.

Respostas:
a) Correta
b) Resposta equivocada.
c) Resposta equivocada.
d) Resposta equivocada.
e) Resposta equivocada.

Questão 3)

A partir os anos 80, as estruturas das plantas fabris se modificaram


rapidamente, em busca de melhoria na produtividade e da racionalização dos
recursos investidos, a fim de atender as necessidades da sociedade e do mercado,
à competição entre fornecedores e principalmente à exigência dos clientes. A
automação cresceu de forma abrangente atendendo desde a encomenda no cliente,
a produção e a entrega. Ainda no início dos anos 80, observam-se mudanças
mundiais de mercado que impulsionou o crescimento da automação. Assinale a
alternativa que melhor representa o processo de crescimento da automação:

a) Todas as alternativas representam o processo de crescimento da automação.


b) Variedade de encomendas
c) Diversificação dos produtos.
d) Tempos de desenvolvimento e produção menores.
e) Ciclos de vida menores dos produtos.

Respostas:
a) Correta
b) É uma alternativa.
c) É uma alternativa.
d) É uma alternativa.
27

e) É uma alternativa.

Questão 4)

Podemos definir a mecatrônica (Automação e Controle) como uma filosofia de


projeto, baseada na integração da eletrônica, mecânica, computação e sistemas de
controle, com o propósito de obter a melhor solução de projeto e produtos com certo
grau de inteligência e flexibilidade. Assinale a alternativa que representa o papel da
eletrônica no contexto da automação:

a) Realiza o processamento do sinal, os controles analógicos e discretos.


b) É a parte física do sistema.
c) Realiza a modelagem, análise e simulação, além da execução dos algoritmos de
controle.
d) Impõe o comportamento desejado ao sistema.
e) Faz o registro histórico das variáveis contínuas.

Respostas:
a) Correta
b) Mecânica
c) Computação.
d) Sistemas de controle.
e) Banco de dados.

Questão 5)

Em relação aos sistemas produtivos, Rosario (2005) diz que ele está dividido
em três classes, assinale qual a classe se aplica em produção sendo efetuada em
pequenos lotes, o que demanda que o equipamento seja reprogramado para a
fabricação de um novo lote.

a) Programável
b) Rígida
c) Flexível
d) Híbrido
e) Produtivo

Respostas:
a) Correta
28

b) Equivocada.
c) Equivocada.
d) Equivocada.
e) Equivocada.

Questão 6)

Os sistemas de automação que coletam, processam e disponibilizam


informações associadas ao controle da planta industrial podem ser agrupados em
cinco níveis. Na pirâmide da automação temos na sua base a aplicação das redes
industriais (automação e campo) e no topo a aplicação das redes coorporativas. Os
protocolos foram associados ao nível em que ele é mais utilizado. Cumpre observar
que a rede ethernet vem ampliando sua aplicação em todos os níveis da automação.
A figura mostra o relacionamento entre esses níveis. Assinale a alternativa que
representa o gerenciamento corporativo:

a) Enterprise Resource Planning – Sistema de Gestão Empresarial

b) Sensores, transdutores e atuadores.


29

c) CLP’s (Controlador Lógico Programável), CP’s (Controlador Programável), Remotas de


Aquisição de Dados, computadores de processo dedicados, single-loop, multi-loop.

d) Sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition), SDCD (Sistema Digital de
Controle Distribuído), SDRH (Sistema Digital de Registro Histórico).

e) MES (Manufacturing Execution Systems - Sistemas de Gestão e Planejamento do


Processo Produtivo), TMS (Transportation Management System – Sistema de
Gerenciamento de Transporte) e WMS (Warehouse Management System - Sistema de
Gerenciamento de Armazém)

Respostas:

a) ERP - Correta
b) Instrumentação
c) Controle
d) Supervisão
e) Gerenciamento da planta

Questão 7)

A pirâmide da automação da indústria 3.0 da ISA-95 possui uma arquitetura


vertical para o fluxo da informação, onde existe uma corrida para uma perfeita
sintonia e transparências entre as camadas para que uma informação do chão de
fábrica chegue até o nível corporativo de forma transparente. Assinale a seguir a
opção que melhor completa e identifica a solução da pirâmide ISA-95:

a) O que se observa é um sistema fortemente acoplado com alta dependência do


fabricante onde cada nível faz a sua própria gestão da informação com aplicações e
banco de dados proprietários e dedicados, o que existe é uma disponibilização do dado
entre as camadas através de Gateways especializados em protocolos dos mais diversos.
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b) Essa hierarquia possui uma característica que direciona a solução para um controle
distribuído, uma supervisão compartilhada com soluções particulares e proprietárias
com cada controlador interconectado por uma rede Ethernet Industrial.

c) O que se observa é um sistema desacoplado com baixa dependência do fabricante


onde cada nível faz a sua própria gestão da informação com aplicações e banco de
dados distribuídos, se comunicando através do protocolo aberto SOAP.

d) Transmissores de pressão, vazão, motores, válvulas e muitos outros usam o conceito


smart connected products, desta maneira, são capazes de fornecer uma visão
operacional de maneira muito mais fácil e ágil.

e) Todas as opções completam a solução da indústria 3.0 ISA-95.

Respostas:
a) Correta.
b) ISA-95 usa controle centralizado.
c) Sistema acoplado com dependência de fabricantes.
d) Solução da Automação 4.0.
e) Equivocada.

Questão 8)

A realidade das empresas brasileiras está parada na década de 80 com


equipamentos obsoletos e desatualizados tecnicamente. Assinale a alternativa que
justifica não realizar a atualização da planta para indústria 4.0:

a) O parque indústria está velho, desatualizado e obsoleto, mas atende os quesitos de


qualidade, produtividade e custo comparando-se com uma possível atualização
tecnológica. Isso mesmo, ainda é muito caro transformar uma indústria da versão 3.0
para uma indústria 4.0.

b) A indústria 4.0 é pura ilusão. Trata-se de propaganda para vender equipamentos


importados favorecendo o crescimento a indústria alemã, americana e japonesa.

c) A proposta de PLC mesclado com I/O, ambos distribuídos pelo chão da fábrica,
permitindo acesso remoto via internet de qualquer lugar no planeta que tenha uma
internet segura promoverá um festival de invasões por Hacker.

d) A hierarquia da automação da indústria 3.0 já está testada e atende perfeitamente os


quesitos tecnologia, basta algumas adaptações de descentralização do controle que ela
estará pronta para atender as novas exigências de mercado.
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e) Todas as justificativas impedem a atualização da indústria 3.0 para 4.0.

Respostas:
a) Correta.
b) Equivocada.
c) Equivocada.
d) Equivocada.
e) Equivocada.

Questão 9)

Algumas promessas de transformação apresentam soluções passando pela


pirâmide da automação da ISA-95 que é a base da indústria 3.0, ou seja, as
soluções são verdadeiras adaptações com soluções fortemente acopladas e
dependentes de fabricantes, caminho oposto ao proposto pelos pilares da
automação da indústria 4.0. Quero dizer que agregar plaquinhas wifi pelo processo
com acesso direto para internet não tornará a indústria mais moderna e sim uma
empresa desprovida de segurança da informação e sem o controle essencial para
o seu funcionamento sem agregar nenhum valor para o processo funcional.
O que significa o termo “segurança da informação”?

a) A segurança da informação está diretamente relacionada com proteção de um


conjunto de informações, no sentido de preservar o valor que possuem para um
indivíduo, um equipamento ou uma organização.
b) Método pelo qual o protocolo TCP garante a entrega da informação entre os pares da
comunicação.
c) Método pelo qual o protocolo UDP garante a entrega da informação entre os pares da
comunicação.
d) Método que obriga a utilização de fibra ótica no meio físico para garantir a passagem
da informação de forma segura.
e) Todas as respostas representam o termo “segurança da informação”.

Respostas:
a) Correta.
b) Equivocada.
c) Equivocada.
d) Equivocada.
e) Equivocada.
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Questão 10)

A 4ª revolução industrial está baseada nas novas tecnologias emergentes e


tem como sustentação o crescimento da internet de forma mundial. Registros
apontam que essa revolução iniciou após o incentivo do governo Alemão através
de políticas públicas que praticamente obrigam as empresas alemãs a implantarem
essa nova onda de tecnologia. A onda contagiou vários países que possuem
programas específicos com políticas públicas que também incentivam a indústrias
acompanharem essa nova revolução. Assinale a seguir a única opção que não é
um pilar da Indústria 4.0.

a) WhatsApp
b) IIoT - Industrial Internet of Things
c) AI - Artificial Intelligence
d) Big Data e Data Analytics
e) Cloud Computer

Respostas:
a) Correta.
b) É um pilar da automação 4.0.
c) É um pilar da automação 4.0.
d) É um pilar da automação 4.0.
e) É um pilar da automação 4.0.
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BIBLIOGRAFIA

Indústria 4.0: conceitos e fundamentos / organizado por José Benedito Sacomano...


[et al.]; Alessandro Wendel Borges de Lima... [et al.]. - São Paulo: Blucher, 2018.
182 p. : il.

ATOS. Norma IEC 61131. Desenvolvido por ATOS Automação Industrial LTDA.
Apresenta textos sobre padronização das linguagens de desenvolvimento de PLC´s.
Disponível em <HTTP:// www.iec61131.com.br>. Acesso em 01 ago. 2008.

CARDOSO, R.S.; DIAS, F.T.R.D.; NETO, E.F.; OLIVEIRA, A.L.O.; OLIVEIRA, W.;
TRAZZI, R.M.; Fundamentos de Controle de Processo, Trabalho realizado em
parceria SENAI/CST, ES, 1999.

CAMPOS, M.C.M.M.; TEIXEIRA, H.C.G.; Controles típicos de equipamentos e


processos industriais, ed 1, São Paulo: Edgard Blucher, 2006.

ROSÁRIO, J. M.; Princípios de Mecatrônica, São Paulo: Pearson Prentice Hall,


2005.

OGATA, K.; Engenharia de Controle Moderno, ed. 4, São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2003.

SILVA, B. S.; Curso de Controladores Lógicos Programáveis. Programa Prodenge /


Sub-Programa Reenge - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de
Janeiro.

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