José Castellani - As Origens Históricas Da Mística Maçônica PDF
José Castellani - As Origens Históricas Da Mística Maçônica PDF
José Castellani - As Origens Históricas Da Mística Maçônica PDF
DA MÍSTICA MAÇÔNICA
Título Original: AS ORIGENS HISTÓRICAS DA MÍSTICA MAÇÔNICA
Todos os direitos reservados à Editora Landmark Ltda.
C348
CASTELLANI, José.
AS ORIGENS HISTÓRICAS DA MÍSTICA MAÇÔNICA/ José Castellani -
São Paulo: Landmark, 2005. 160p. ; 14 x 21 cm.
CDD: 336.1
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida por fotocópia microfilme, processo
fotomecânico ou eletrônico sem permissão expressa da Editora.
E DIT OR A LA NDMA R K
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2010
JOSÉ CASTELLANI
AS
ORIGENS HISTÓRICAS
DA
MÍSTICA MAÇÔNICA
2A. EDIÇÃO REVISADA
Todas as boas máximas se encontram no mundo:
só falhamos ao aplicá-las.
Blaise Pascal
Índice
I - Considerações Gerais 11
A Metafísica 12
A Mitologia 13
A Teologia 14
A Teosofia 15
A Religião 16
A Astrologia 17
II - A Mística da Pré-História 21
O Paleolítico Inferior 22
O Paleolítico Médio 22
O Paleolítoco Superior 23
O Mesolítico 24
O Neolítico 24
V - A Mística Cretense 53
História de Creta 53
O Misticismo Religioso 55
Misticismo Cretense e Maçonaria 55
A METAFÍSICA
A MITOLOGIA
1
Antropomorfismo é a atribuição de figura e predicados humanos a um deus.
plo clássico está na mitologia da Grécia antiga, com deuses
antropomorfizados, assim como os mitos dos sumérios e babilônios,
e até dos egípcios, embora no Egito antigo imperasse, em relação
aos deuses, o totemismo e a zoolatria2.
Apesar da Mitologia ser, hoje, uma ciência totalmente
estabelecida, ainda há muita discussão em torno da origem dos
mitos, sobre a qual, por isso mesmo, existem dezenas de doutrinas,
algumas flagrantemente conflitantes. Pesquisadores modernos têm
se fixado no conceito de que os mitos derivam de interpretações de
fórmulas invocativas e de preces rituais, ou, ainda, dos símbolos
usados para exprimir os instintos reprimidos, ou recalcados, do ser
humano.
O significado dos mitos é também obscuro e objeto de po-
lêmica, pois, enquanto alguns buscam o significado nos fenômenos
regulares da Natureza – o dia e a noite, as estações, o ciclo dos
vegetais, etc. – outros o procuram nos fenômenos irregulares – tem-
pestades, tufões, terremotos, etc.
A grande importância da Mitologia está na influência, que
ela sempre exerceu, sobre as Artes e a Literatura – especialmente
no caso da mitologia grega – não só pelo seu alto conteúdo filosó-
fico e pela perfeição inventiva, mas, também, porque é a única que
possui uma completa hierarquia de valores místicos, abrangendo
desde a genealogia dos deuses até à exaltação dos feitos heróicos
humanos.
A TEOLOGIA
2
Totemismo é a crença nos totens; é o culto, ou prática dos totens. Totem é o
animal, planta, objeto, ou fenômeno natural a que certos povos primitivos julgam-se
ligados de forma sagrada, sendo proibido atentar contra eles. O exemplo mais comum
de totem, entre os povos primitivos é a vaca. Zoolatria é o culto ou adoração dos
animais.
Segundo os métodos empregados nos trabalhos teológi-
cos, a Teologia pode ser positiva – também chamada de prática –
quando pesquisa as verdades da revelação por métodos crítico-
históricos, ou especulativa – também chamada de dogmática –
quando a razão, escorada no sentimento de fé, explica a revelação.
A Teologia positiva, ou moral, ressalta e deduz, só racionalmente, os
deveres do homem para com Deus, enquanto que a especulativa
procura expor, comprovar e justificar os dados revelados da reli-
gião, num corpo único de doutrina. Na procura da racionalização da
fé, que é de natureza totalmente mística, o teólogo, especialmente o
cristão, combina as duas formas – teologia positivo-especulativa,
ou positivo-escolástica – associando o emprego do método lógico-
silogístico na prova, com a mera exposição dos dogmas e da dou-
trina, sem nenhuma retórica e nenhum artifício lógico.
Desejando obter bases racionais e sólidas para as religi-
ões, a Teologia é diferente para cada uma delas, existindo tantas
quantas forem as religiões históricas, que devem ser estudadas,
analisadas e expostas. A sempre crescente complexidade dos sis-
temas religiosos foi exigindo um aperfeiçoamento também crescen-
te da Teologia, a qual, praticamente, nasceu da rivalidade entre as
religiões e da necessidade, que cada uma sempre teve, de se de-
fender das outras, para que não se situasse em plano inferior no
terreno dos conhecimentos filosóficos.
A TEOSOFIA
A RELIGIÃO
A ASTROLOGIA
3
Mesopotâmia (“terra entre rios”), situada entre os rios Tigre e Eufrates, é a
mais antiga região civilizada do mundo, ao lado da do vale do rio Nilo. As primeiras
verdadeiras civilizações terrestres ali surgiram, favorecidas pela grande fertilidade do
solo, na planície aluvial dos dois rios, e pelo clima quente, favorável ao cultivo de
cereais. As mais antigas civilizações mesopotâmicas, de Uruc, Obeid e Djendet-Nache,
pertencentes, ainda, ao final do período neolítico da pré-história, só chegam ao co-
nhecimento atual através da arqueologia. As principais civilizações, porém, foram as
dos sumérios, acadianos, assírios e, posteriormente, dos babilônios, não só por sua
maior organização social, mas, também, por sua grande contribuição político-social
às civilizações posteriores. Os sumérios, que haviam ocupado o sul da Mesopotâmia,
onde, hoje, se situa o Iraque, já haviam estabelecido, por volta do quarto milênio a.C.,
o seu primeiro sistema de governo, o das cidades-estado, e um sistema agrícola avan-
çado, para a época.
concluíram que o céu era a morada dos deuses, os quais detinha o
governo de todo o universo. As religiões mais modernas, apesar de
toda a evolução científica, continuaram a incrementar essa conclu-
são babilônica, prometendo o “céu”, ou a “morada dos deuses” para
os seus fiéis.
Tinha os antigos povos mesopotâmicos, a consciência de
que o Sol e a Lua exerciam uma forte influência física sobre a vida
humana; tinham, também, profundamente arraigado em sua cultura,
o culto a esses corpos celestes, como divindades, que, certamente,
deveriam ser. Diante disso, a classe sacerdotal foi aperfeiçoando a
teoria do acordo integral entre os fenômenos celestes e os fatos
ocorridos na Terra; assim, se o Sol e a Lua eram considerados deu-
ses, também o eram os cinco planetas conhecidos - Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno – e as estrelas mais importantes.
A Astrologia mesopotâmica, porém, não era pessoal, pois
se preocupava mais com os acontecimentos coletivos, como as
enchentes, guerras, eclipses, etc., a partir de um conhecimento as-
tronômico meramente empírico. Apenas na Grécia é que começari-
am a serem traçados os horóscopos individuais, baseados na posi-
ção dos planetas no momento do nascimento da pessoa. Tal siste-
ma foi aproveitado e aperfeiçoado pelos árabes – por ocasião do
domínio muçulmano na Europa – e acabou sendo incluído nos tex-
tos cabalísticos judaicos e cristãos, chegando, dessa maneira, à
Idade Média.
No período medieval, o problema enfrentado pelos teólo-
gos, era classificar a Astrologia como ciência legítima, ou como
arte divinatória proibida. Na época, ainda como pseudociência, a
Astrologia, sob o título de Astrologia Racional, era equiparada à
Astronomia Natural, que estudava as leis, os movimentos e os fenô-
menos relativos aos corpos celestes. Graças, todavia, à herança da
cultura helênica, a Astrologia alargou o seu campo de atuação, atin-
gindo, então, quase todas as ciências conhecidas. Assim, animais,
plantas, metais, pedras, cores, etc., foram associados aos planetas
e colocados sob sua tutela e proteção, originando, a partir daí, uma
similar associação de idéias, que abrangeu as constelações
zodiacais, as quais, posteriormente, acabaram sendo equiparadas
aos planetas quanto à influência sobre os horóscopos individuais.
Hoje, para a Astrologia, um horóscopo é o mapa celeste tal
como se encontrava na hora do nascimento da pessoa, indicando a
posição de cada um dos corpos celestes e deduzindo, por ela, as
influências sobre o destino individual. A cada um dos signos do
Zodíaco atribuem-se influências e características próprias. Zodía-
co é uma faixa, na esfera celeste, que compreende as doze conste-
lações zodiacais, a qual, aparentemente, é percorrida pelo Sol, uma
vez por ano, quando ele atravessa a faixa de 360°. As doze conste-
lações, bem conhecidas já desde a Antigüidade, antes de serem
relacionadas por PTOLOMEU, em seu catálogo de estrelas (por volta
de 150 d.C.), são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra,
Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
Obs. Embora a Maçonaria use o misticismo medieval e o de
antigas civilizações para armar sua doutrina moral e suas práticas
ritualísticas, ela não é, de modo algum, uma ordem mística, já que
foi criada como construtora social.
2
A Mística Pré-Histórica
O PALEOLÍTICO INFERIOR
O PALEOLÍTICO MÉDIO
O PALEOLÍTICO SUPERIOR
O MESOLÍTICO
O NEOLÍTICO
PINTURAS PRÉ-HISTÓRICAS
As pinturas rupestres do Homem Pré-histórico foram produzidas como rituais de
magia propiciatória, sendo encontradas em diversas cavernas do sul de França e
Espanha. Acredita-se hoje que tais cavernas serviriam como santuários religiosos
rudimentares.
3
O Misticismo na Mesopotâmia
HISTÓRIA DA REGIÃO
Deuses primordiais
ANU – Rei do Céu
ENLIL – Rei da Terra
EA – Rei do Oceano
4
Zênite, do árabe samt: caminho, direção, designa o ponto em que a vertical
de um determinado local corta a esfera celeste acima do horizonte. Nadir, do árabe
natir: ponto diametralmente oposto a outro, designa o ponto diametralmente oposto
ao zênite. É o ponto do céu, situado sobre a vertical do lugar, do lado da Terra em
oposição ao ponto em que estiver colocado o observador.
ta Júpiter que no panteão dos deuses babilônicos era o régio se-
nhor dos homens; simboliza a sabedoria.
O 1° Vigilante (ou 1° Vice-Presidente) é assimilado ao pla-
neta Marte que , como deus mesopotâmico, era o senhor da guerra;
simboliza a força.
O 2° Vigilante (ou 2° Vice-Presidente) é associado ao pla-
neta Vênus, feminilização na mitologia babilônica e que era a deusa
mágica da fertilidade e do amor; simboliza a beleza.
O Orador é assimilado ao Sol, pois dele emana a luz como
guarda da lei maçônica, que é, além de responsável pelas peças de
oratória.
O Secretário é assimilado à Lua, pois na confecção das
atas, reflete as conclusões legais do Orador (o Sol).
O Tesoureiro é assimilado ao planeta Saturno, o deus
babilônico frio e cruel; com seus “anéis”, simboliza a riqueza.
O Mestre de Cerimônias é assimilado ao planeta Mercú-
rio, o deus veloz e astuto, pois esse oficial maçônico, sempre circu-
lando pelo templo, como elemento de ligação, imita o planeta que
mais rapidamente circula em torno do Sol.
Todavia, sem sobra de dúvidas, a maior influência mística
da civilização mesopotâmica sobre a Maçonaria é aquela referente
ao culto do deus agrário Dumuzi, precursor de todas as lendas
sobre os mistérios da morte e ressurreição, incluindo-se a lenda
egípcia do deus Osíris e a lenda grega da deusa Deméter (Ceres,
dos romanos), inserida nos chamados “Mistérios de Eleusis”, ordem
iniciática da Grécia Antiga.
Sendo a Maçonaria, uma instituição iniciática hermética, que
ensina a sua ciência e a sua doutrina através de símbolos, de alto
significado espiritual e esotérico, ela também, como outras ordens
iniciáticas, considera a iniciação como o símbolo da morte do inici-
ado e o seu renascimento em um plano superior, mais espiritualizado.
O iniciado, por suas sucessivas e simbólicas mortes e ressurrei-
ções, chegará à plenitude dos ensinamentos esotéricos, alcançan-
do, então, a tranqüilidade e a paz do mais elevado mundo da
espiritualidade humana.
Dizem, muitos autores, que isso é baseado na lenda de Osíris
e nos Mistérios de Eleusis. Todavia, como essas lendas simbolizam
a eternidade, através da imortalidade do espírito, elas nada mais
são do que uma extensão do mito de Dumuzi. Aceitando essas len-
das e mitos e incluindo-os em sua doutrina moral e anagógica, a
Maçonaria aceita a imortalidade da alma, princípio que, ao lado da
crença em um ente criador supremo, domina a estrutura metafísica
da maioria dos ritos maçônicos, com exceção dos ritos chamados
racionais, ou adogmáticos.
Do culto do deus agrário Dumuzi e da lenda egípcia de Osíris,
originou-se na Maçonaria, a lenda de HIRAM ABI – embora existam
influências de outras lendas medievais das organizações de cons-
trutores – que, pela lenda, teria sido o construtor do primeiro Tem-
plo de Jerusalém (o de SALOMÃO), como se verá adiante.
4
A M´ística do Antigo Egito
HISTÓRIA EGÍPCIA
5
Faraó, do egípcio Par-aã, significava “casa grande”. O faraó era, portanto, o
senhor da casa grande.
A RELIGIÃO E O MISTICISMO EGÍPCIO
6
Ramsés II (1301-1225 a.C.), faraó da XIX Dinastia, também conhecido como “o
Grande”, era filho de Seti I e governou o Egito durante 67 anos. Sob a sua direção, o
país experimentou uma grande prosperidade econômica e uma era de paz, depois da
decisiva vitória sobre os hititas, na batalha de Kadesh (1272 a.C.). Faraó da época do
êxodo dos hebreus foi o responsável pela determinação dos signos astrológicos
cardeais. Construiu Tebas e, por ordem sua e sob a sua direção, o majestoso Templo
de Abu-Simbel foi esculpido na rocha, a partir de princípios astrológicos; também o
seu imponente hipostilo no Templo de Ámon, em Karnak, foi idealizado em relação
aos pontos fixos da esfera celeste.
ORIENTE
SOL
MERCÚRIO
JÚPITER
SPICA DA CONST.
DE VIRGEM
ARCTURUS
HÍADAS
ALDEBARAN
PLÉIADES
ORION
URSA MAIOR
SATURNO
FORMALHAUT
REGULUS
ANTARES
LUA
VÊNUS
OCIDENTE
7
Papiro, do grego: pápyros, pelo latim: papyrus é uma planta da família das
Ciperáceas (Cyperus papirus), cultivada ao longo do rio Nilo e cujas hastes são formadas
por folhas sobrepostas. Os antigos egípcios separavam as folhas, utilizando-as para a
escrita, depois de preparadas, convenientemente. Lótus, do latim: lótus: loto, é uma
planta da família das ninféias; é, também, o nome da flor dessa planta. O papiro era,
ao lado do lótus, uma das plantas sagradas do Antigo Egito, pela sua importância,
como fator civilizador, através da escrita, nele imprimida, e também pelo seu caráter
místico: foi num barco de papiro que Ísis desceu o Nilo, à procura dos restos mortais
de seu marido, Osíris, assassinado por Seth, ou Tifão.
ritos iniciáticos astronômicos e matemáticos para os ritos iniciáticos
e como chave para os enigmas do Universo, 75.000 anos a.C., pelo
povo da Atlântida que teria ocupado o vale do Nilo há 150.000 anos.
A afirmação é passível de crítica por vários motivos:
HISTÓRIA DE CRETA
8
Teocracia (do grego teokratia: império de deus) é o governo em que há
preponderância da classe sacerdotal.
Ao contrário, no mar Egeu, as condições existentes eram
bem diferentes: a população era diminuta e mostrava pouca
homogeneidade étnica, enquanto o território, pouco extenso, com-
preendia uma série de pequenas ilhas, com estreitas faixas costei-
ras, onde a produção agrícola mal dava para atender às necessida-
des da população. O litoral, entretanto, apresentava excelentes por-
tos naturais, o que fez, do povo cretense, uma comunidade dedicada
ao comércio marítimo, o que permitiu uma estrutura governamental
mais descentralizada do que a das potências continentais.
O período chamado minóico antigo, antes do segundo milê-
nio a.C., deixou vestígios arqueológicos, na parte oriental da ilha e
na planície de Messara, onde foram encontrados restos de cerâmi-
ca subneolítica, vasos de pedra e objetos de metal, que mostram
uma influência asiática.
No período denominado minóico médio, no início do segun-
do milênio a.C. – entre 1700 e 1500 a.C. – encontra-se a época dos
grandes palácios de Cnossos, Faistos e Malia, que seriam centros
de principados feudais. Posteriormente, todos os palácios seriam
incendiados, provavelmente em decorrência da incursão dos pri-
meiros aqueus, chegados ao Peloponeso. Pouco depois seriam
reconstruídos os palácios, iniciando-se, então, a supremacia de
Cnossos, o que seria um ensaio de monarquia centralizadora, da
dinastia dos “Minos”, por volta de 1450 a.C. É a época em que um
soberano – “o príncipe dos lírios” – reina num complicado palácio,
que recebe o nome de Labirinto, de acordo com o nome oriental da
dupla acha de armas, ou machado de dois gumes, o labris, emblema
político e, principalmente, religioso, freqüentemente reproduzido no
palácio. Daí surgiu a lenda da construção, por Dédalo, do labirinto,
no qual estava encerrado o Minotauro9.
As maiores informações sobre a civilização cretense, na
realidade, nos chegaram através de sua arte, extremamente desen-
volvida e que, ao contrário da egípcia e da asiática, repudia a
grandiosidade, já que as figuras representadas raramente ultrapas-
sam o tamanho natural. Além disso, as figuras são sempre repre-
sentadas em movimento, o que dá grande dinâmica e beleza ao
conjunto artístico.
9
O Minotauro era um monstro lendário, com corpo humano e cabeça de touro,
o qual, encerrado no Labirinto, se alimentava de carne humana. Foi morto, segundo a
lenda, por Teseu – filho do deus Posseidon (Netuno, para os romanos) e de Etra – que,
orientado pelo fio de Ariadne, penetrou no labirinto e o venceu.
O MISTICISMO RELIGIOSO
10
Ctônico, ou ctônio (do grego: chthónios: da terra, pelo latim: chthonius), significa
subterrâneo. Mitologicamente designa os deuses infernais, por terem habitação debaixo
da terra. As serpentes, no caso, simbolizariam tais divindades.
via, alguns autores ocultistas, como o bispo Charles Leadbeater, da
Co-Maçonaria norte-americana, chegam a afirmar que, em Creta,
havia uma instituição iniciática idêntica à Maçonaria, nos símbolos
e nos sinais ritualísticos. Tais autores procuram ajustar os achados
arqueológicos às suas próprias concepções, ou teorias, repetindo
toda a mistificação que se ergueu em torno da civilização egípcia.
Os pretendidos símbolos maçônicos, na cerâmica cretense
– barras decorativas, com formato de esquadros, por exemplo – só
com muito esforço de imaginação podem ser aceitos. Os cretenses,
como os seus sucessores, os gregos, e como muitas antigas civili-
zações, costumavam usar motivos geométricos ao decorar, vasos,
roupas, paredes e objetos de uso pessoal. Assim, afirmar que as
barras decorativas, contendo figuras semelhantes a uma esquadria,
representam motivos maçônicos, é tão sem cabimento quanto se
dizer que o triângulo, instrumento de acompanhamento musical, é
de inspiração maçônica.
As estátuas votivas, representando homens e mulheres, em
diversas posturas – mãos sobre o peito, mão em pala, sobre os
olhos, braço levantado, etc. – não devem, também, representar qual-
quer atitude ritualística, pois são posturas comuns, do quotidiano;
muitas delas, nem com a mais pirotécnica imaginação, lembram
qualquer sinal maçônico.
Da mesma maneira, os pavimento quadriculados – cuja ori-
gem é suméria – foi imitado por todos os povos da Antiguidade,
principalmente como elemento decorativo, sem qualquer conotação
religiosa. Além disso, como já foi visto, em lugar algum de Creta foi
encontrado algum sinal seguro da existência de templos.
Não é difícil, portanto, concluir que, além da inexistência de
ordens iniciáticas semelhantes à Maçonaria, em Creta, não há nada,
na civilização da ilha, que tenha contribuído para armar a mística
maçônica.
6
A Mística da Antiga Grécia
HISTÓRIA
11
Acanto (do grego: ákanthos: espinho) é uma planta espinhosa, da família das
Acantáceas. Em Arquitetura, é a imitação que se faz das folhas do acanto, principalmente
na decoração do capitel da coluna coríntia, para distingui-lo do capitel jônico.
tensa. Seu capitel também possui o ábaco, sobre o qual se apóia a
arquitrave. A ordem jônica, na realidade, é relacionada mais com a
ornamentação superficial do que com uma arquitetura organizada,
como ocorre com a dórica.
A ORDEM CORÍNTIA segue todas as demais características da
jônica, diferindo apenas no capitel, que tem uma rica decoração de
folhas de acanto. A coluna coríntia teria origem em uma lenda, se-
gundo a qual o escultor CALÍMACO, teria visto em Corinto, no século V
a.C., sobre o túmulo de uma donzela, um cesto (kalathós), em torno
do qual crescia o acanto11. Assim, no capitel coríntio, nota-se um
núcleo central, em torno do qual estão dispostas as folhas de acanto,
que crescem a partir da base do capitel; nos cantos, em todas as
faces, sobem gavinhas, que vão até à curva do coroamento, quando
os seus enrolamentos sustentam a saliência do ábaco; do cesto,
saem outras gavinhas, que terminam em cálices de flores.
Ao contrário das colunas egípcias – e, também, daquelas
do pórtico do templo de Jerusalém – as colunas gregas são, real-
mente, destinadas à sustentação de entablamentos, embora a mais
apropriada para isso seja a dórica. Por isso, em Maçonaria elas
sustentam, simbolicamente, a Loja, sendo representadas pelas Dig-
nidades desta: Venerável Mestre (presidente) e Vigilantes (vice-pre-
sidentes).
A coluna jônica, símbolo da sabedoria, corresponde ao Ve-
nerável Mestre; a dórica, símbolo da força, corresponde ao 1° Vigi-
lante; e a coríntia, símbolo da beleza, corresponde ao 2° Vigilante12.
12
O rito inglês, que utiliza o Emulation Ritual (indevidamente chamado, entre
nós, de Rito de York) tem uma prática envolvendo essas colunas. Existem miniaturas
delas sobre as mesas dos três principais dirigentes da Loja: jônica, para o Venerável
Mestre (presidente), dórica para o 1° Vigilante (1° vice) e coríntia para o 2° Vigilante (2°
vice). A coluneta do Venerável Mestre permanece fixa, enquanto as dos Vigilantes são
móveis: quando a Loja está aberta e em trabalho, a coluneta do 1° Vigilante fica de pé
e a do 2° Vigilante fica deitada; quando, porém, os trabalhos são suspensos, para
recreação, ou para finalizá-lo, ocorre o contrário, ou seja, o 1° Vigilante abaixa sua
coluna e o 2° Vigilante levanta a sua. Lamentavelmente, tal prática vem sendo imitada,
em lojas sul-americanas de outros ritos, que não a possuem.
7
A Mística da Antiga Pérsia
HISTÓRIA
HISTÓRIA HEBRAICA
13
A tradição coloca a origem do termo hebreu em ibri, que significa “o povo do
lado de lá”, ou seja, do lado de lá do rio Eufrates. As fontes cuneiformes, todavia,
apontam para uma outra origem: referindo-se aos emigrantes, lavradores e mercenários
que apareceram na Assíria, no Egito, na Babilônia e em Canaã e que os descendentes
de Abraão invocam como seus ancestrais, dão-lhe os nome de habiru.
se às novas conquistas, os contatos com o culto de Moab e a pas-
sagem à vida sedentária, o que muito contribuiu para o que o povo
fosse se afastando da fé religiosa e para o quase esfacelamento da
sua unidade nacional. Tal situação, porém, seria superada em 1310
a.C., quando o profeta SAMUEL, sagrando o rei SAUL, restauraria a
unidade nacional, proporcionando o início da era do apogeu da his-
tória hebraica, a qual atingiria o seu acme com os reis DAVID e SALOMÃO.
Salomão, por volta de 980 a.C., aglutinaria o povo, religiosa e soci-
almente, erigindo o primeiro templo de Jerusalém, cidade que fora
conquistada por seu pai, David.
Após esse período áureo da história hebraica, ocorreria a
primeira grande tragédia nacional, com o cisma de 920 a.C., oca-
sião em que se formaram os reinos de Israel, ao norte, com capital
em Samaria, e de Judá, ao sul, com capital em Jerusalém. A intensa
rivalidade entre os dois reinos iria provocar o enfraquecimento de
ambos, propiciando as invasões de seus territórios. Assim, os
assírios, com Sargão II, conquistaram Israel, em 721 a.C., e os
babilônios, liderados por Nabucodonosor, tomaram Judá, destruin-
do Jerusalém e o Templo, em 586 a.C., dando origem ao exílio dos
hebreus na Babilônia, o qual seria a primeira diáspora (dispersão)
do povo. Esse exílio – que alguns autores rotulam como “cativeiro”
– foi até benéfico para o futuro do povo hebreu, pois, na Babilônia,
a sua civilização refloresceu. Muitos, inclusive, lá permaneceram,
quando da libertação do povo, sendo graças a isso que o Judaísmo
foi salvo da extinção, quando do domínio romano sobre Israel.
Em 539 a.C., Ciro, rei da Pérsia conquistava a Babilônia e
autorizava o povo hebreu a retornar à sua terra. Foi a partir desse
momento que os hebreus passaram a se denominar judeus, já que,
antes disso, o termo judeu, proveniente do latim judaeus, que, por
sua vez, deriva do gentílico hebraico yehudhi, referia-se ao indiví-
duo pertencente à tribo e, depois, ao Estado de Judá.
Por volta de 516 a.C., seria reconstruído, sob a direção de
ZOROBABEL, o Templo de Jerusalém, ainda sob o domínio persa, que
se estenderia até 312 a.C., quando Alexandre da Macedônia tomava
Jerusalém. Em 320 a.C., a Judéia é dominada pelos ptolomeus e,
em 198 a.C, pelos selêucidas, só voltando a ser um Estado livre, em
140 a.C. Essa liberdade, porém, foi efêmera, pois a guerra entre
ARISTÓBULO e HIRCANO, devido a dissensões internas, em 67 a.C, pro-
porcionaria a última e definitiva dominação estrangeira, a dos ro-
manos, até que, perante a reação judaica a esse domínio, houvesse
a destruição de Jerusalém, pelas legiões do imperador TITO, a 9 do
mês av do ano 70 d.C., fato até hoje relembrado na liturgia da sina-
goga.
O Judaísmo, todavia, continuaria a sua trajetória na Babilônia,
onde foram fundadas novas yeshivot (plural de yeshivá: academias
de estudo da Torá). Posteriormente, já sob a égide do Islã – a reli-
gião muçulmana, também originada na Bíblia – a partir do século
VII, o Judaísmo iria deslocar o seu eixo para a Espanha muçulmana
e para o resto da Europa cristã. Na Espanha, desenvolveu-se a era
de ouro do Judaísmo medieval, pois foi aí que a união árabe-judaica
produziu os melhores frutos de intelectualidade e de espiritualidade.
Depois ocorreriam as grandes expulsões do povo judeu dos
países europeus, enquanto crescia a onda de anti-semitismo, ilumi-
nada pelas fogueiras do Santo Ofício, no final da Idade Média e
continuando na fase moderna. Durante a II Grande Guerra (1939-
1945), o Judaísmo sofreria um grande golpe, oriundo do nacional-
socialismo alemão, sob o comando de ADOLF HITLER: o extermínio de
dois quintos do povo judeu. Todavia, logo depois dessa tragédia é
que seria restaurada a unidade nacional judaica, já que, a 29 de
novembro de 1947, a Assembléia Geral das Nações Unidas, presidi-
da pelo embaixador brasileiro, OSWALDO ARANHA, recomendava a cri-
ação de um Estado judeu, de um outro, árabe, e de uma zona inter-
nacionalizada, ao redor de Jerusalém. Após várias batalhas contra
os árabes, que não aceitavam a resolução da Organização das Na-
ções Unidas – ONU - o Conselho Nacional Judeu e o Conselho Geral
Sionista, a 14 de maio de 1948, proclamavam a criação de um Esta-
do judeu, sob o nome de Israel.
A RELIGIÃO
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A exposição e interpretação do texto da Torá deu origem a duas correntes
exegéticas: a midrash halaká e a midrash hagadá. Midrash é o conjunto de lendas,
mitos e estudo da Torá, transmitido, durante séculos, por via oral, sendo compilado
nas yeshivot (plural de yeshivá: academias de estudos da Torá) babilônicas, após o
exílio. Halaká, em hebraico, significa, literalmente “modo de andar” (andar dentro da
lei moral). Hagadá, em hebraico e aramaico significa “conto, lenda, narrativa”. Assim,
midrash halaká é o ensinamento legislativo das partes jurídicas da Torá, enquanto
midrash halaká é o comentário livre das partes narrativas da Torá. As suas correntes
levaram à concretização da obra que é considerada a essência do Judaísmo: a Mishná,
que significa “ensino”, ou “repetição”. Isso se deveu aos tanaim (docentes). E, assim
como estes haviam interpretado a Torá, a Mishná também teve os seus estudiosos e
comentadores, os Amoraim, que, com seu trabalho nas academias da palestina e da
Babilônia, levaram à conclusão da Guemará, que, em hebraico, significa “complemento”.
A junção da Mishná com a Guemará forma o Talmud.
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Sinagoga, do grego: synagogé: reunião, pelo latim: synagoga, designa a
assembléia dos fiéis, sob a antiga lei judaica. É o lugar onde o povo judeus reúnem-se
para orar, meditar e estudar os livros sagrados. Segundo a concepção judaica, a
sinagoga não é um templo, mas, sim, a casa do povo, à espera da reconstrução do
templo. Nela, as preces substituem o sacrifício cruento de animais, realizados no templo
de Jerusalém, segundo preceitos da Torá. As principais preces são: minc-há, shaharit e
arvit.
A profunda unidade religiosa permanente, sempre sob o
espírito da aliança, tantas vezes celebrada, entre Iavé (Deus) e seu
povo, aliança que era; freqüentemente ameaçada pelas fraquezas
espirituais do “povo eleito” e continuamente renovada e
incrementada, tanto pela minúcia litúrgica dos levitas, quanto pelas
violências dos profetas, que lutaram contra a idolatria fenícia, anun-
ciaram as catástrofes ameaçadoras, como punição de Israel e con-
dição de seu resgate, e insistiram, sempre no valor redentor do so-
frimento e na necessidade de se manter a antiga fé, para que hou-
vesse esperança, não só de salvação individual, como de todo o
povo.
Esse monoteísmo, criado e aprofundado pelas elites religi-
osas, mas nem sempre seguido pelo povo (como acontece em mui-
tas outras religiões), influiu, decisivamente sobre o misticismo
transcendental dos povos modernos, monoteístas, em sua maioria,
e deu à Maçonaria o dogma basilar da esmagadora maioria de seus
ritos (os ritos teístas ou dogmáticos), que é a crença em Deus, que,
para os maçons é o Grande Arquiteto do Universo. Esse conceito
domina, há muito o universo metafísico maçônico, sendo nos ritos
citados, condição sine quae non para a iniciação e para regulari-
dade maçônica.
1. Cobertura de Cabeça
Em todas as cerimônias litúrgicas judaicas, é obrigatória
para os homens a cobertura da cabeça com o solidéu (Kipá, em
hebraico), embora os teólogos afirmem que essa cobertura deve
ser constante e processada desde o nascimento do homem, ou,
mais precisamente, a partir do brit-milá (circuncisão), realizada no
oitavo dia de vida e que simboliza a aliança abrâmica com Deus.
Na Maçonaria, no grau de Mestre, todos os maçons devem,
durante a sessão da loja, manter-se coberto, enquanto nos dois
primeiros graus da Maçonaria simbólica (Aprendiz e Companheiro),
exige-se que o Venerável (Presidente) da loja esteja coberto duran-
te toda a cerimônia ritualística de abertura e de encerramento das
sessões. A cobertura da cabeça também é exercida em cerimônias
de pompas fúnebres realizadas pelos maçons.
O simbolismo maçônico dessa prática é similar ao judaico:
significa que, acima da cabeça do homem, existe algo transcendental,
onisciente, onividente e onipresente, que é Deus, o Grande Arquite-
to do Universo. Essa cobertura da cabeça, praticamente demonstra
a pequenez humana e a prostração do homem perante Deus, pois
sendo a cabeça, a sede da mente e do conhecimento, estando ela
coberta, mostra a incapacidade humana de entender a divinda-
de, sendo, quase uma afirmação agnóstica.
O TETRAGAMMATON
O nome divino de Deus em hebraico, da direita para a esquerda, as letras iôd, he,
vava e he, concentra em si toda a energia radical e a plenitude de poder de que
dimanou a criação.
tendo sido, também, utilizado pelo ocultismo e pela Alquimia.
Ela é formada por dois triângulos eqüiláteros entrecruzados
e em posição oposta, ou seja: um com o ápice voltado para cima e
o outro com o ápice voltado para baixo: o triângulo de ápice supe-
rior representa os atributos da espiritualidade, enquanto que o ápi-
ce inferior representa os atributos da materialidade.
Na Maçonaria, essa estrela simboliza a divindade suprema,
tendo, ao centro, as quatro letras hebraicas que formam o nome
(impronunciável) de Deus: IÔD, HE, VAV e HE. Na Maçonaria ingle-
sa, inclusive, ela é a estrela sagrada, a Blazing Star, flamejante,
utilizada em lugar da estrela de cinco pontas (hominal) dos
pitagóricos, o que está mais de acordo com o misticismo dos ritos
teístas.
O nome hebraico de Deus é encontrado, também no triân-
gulo eqüilátero, chamado de Delta Radiante, ou Luminoso, que se
encontra nos templos maçônicos, ao oriente, por trás da cadeira do
Venerável. Tendo os três lados e os três ângulos iguais, ele é uma
figura de grande equilíbrio e muita harmonia, tendo tido, também,
muito significado para os alquimistas, ocultistas e cabalístas. Na
Maçonaria, ele representa o Grande Arquiteto do Universo e, no
interior da figura, ao invés das quatro letras hebraicas ou, pelo me-
nos, da primeira (Iôd), pode também ser encontrada a representa-
ção de um olho esquerdo, que segundo alguns autores, seria o olho
onividente de Deus. Essa representação, todavia, deveria ser reser-
vada para os poucos ritos adogmáticos e não teístas, para os quais
o conjunto do triângulo com o olho simboliza a sabedoria humana;
para a mística dos ritos teístas, é preferível a primeira representa-
ção.
A estrela de seis pontas também serve para simbolizar os
dirigentes da loja maçônica, de acordo com as suas atribuições
ligadas à espiritualidade, ou à materialidade. Assim, no triângulo de
ápice superior, o ângulo superior representa o Venerável, enquanto
os dois outros representam os dois Vigilantes, pois, competindo a
esses oficiais maçônicos a orientação espiritual da loja, eles for-
mam o triângulo da espiritualidade. No triângulo do ápice inferior, o
ângulo inferior representa o Cobridor, enquanto os dois outros re-
presentam o Orador e o Secretário, pois, competindo a eles a orien-
tação material da loja (o Orador zelando pelo cumprimento das leis,
o Secretário redigindo as atas e o Cobridor velando pela segurança
a Loja), eles formam o triângulo da materialidade.
3. Simbolismo dos Números
Os hebreus consideravam certos números como sagrados
e outros como nefastos, sendo, todos eles, ligados a idéias da divin-
dade e do cosmos. A Maçonaria também apresenta a sua
numerologia, de acordo com o caráter místico de alguns números
fundamentais, com base não só no misticismo hebraico, mas, tam-
bém, no pitagorismo. Os principais números, cujo caráter místico,
para os hebreus de vê ser ressaltado, são os seguintes:
6. A Cabala
A Cabala, que significa “tradição”, é a essência do misticis-
mo judaico. Como doutrina mística e metafísica, ela é bastante an-
tiga, encontrando-se já na Tora, muitos traços da filosofia mística
transcendental que envolvia, posteriormente sofrendo influência de
outras culturas, mas conservando sempre, a sua primitiva originali-
dade e toda a sua beleza e profundidade espiritual.
Doutrina baseada no contado íntimo com a divindade, ela
embora sendo antiga, só se concretizou na idade média.Sua fonte
principal é, realmente bíblica: os essênios e os fariseus transmiti-
ram-na, oralmente e, na época talmúdica (século IV e V), a doutrina
mística analisava o homem, objeto da criação em sua relação su-
prema com Deus e estudava o cosmo sob dois aspectos: MA’ASSÊ
BERECHIT (História da Criação) e MA’ASSÊ MERKABÁ (História do Carro,
do Trono de Deus).
Os temas específicos do misticismo judaico, que foram as
fontes da literatura e da doutrina cabalística são:
1. O Apocalipse
Elemento importante do misticismo e do esoterismo judaico,
o tema apocalíptico é abordado em diversos trechos referentes a
vários profetas, como EZEQUIEL, AMÓS, ISAÍAS, JOEL, ZACARIAS, MALAQUIAS
e DANIEL, no Antigo Testamento, sendo retomado, no Novo Testamen-
to, por São JOÃO EVANGELISTA.
A base dessa literatura, que se prende às visões dos profe-
tas, é o fim de Israel e de toda a humanidade e ela é bastante rica
em ficções e especulações em torno da contemplação do espaço
celestial, das angustiantes visões do fim dos tempos e da hora do
julgamento final.
Além dos livros dos profetas, a literatura apocalíptica é
enriquecida por diversos textos apócrifos, como O APOCALIPSE DE
ABRAÃO, O APOCALIPSE DE ELIAS, LIVRO DE ENOC, TESTAMENTO DE ISAAC e ou-
tros. Nestes textos, a principal visão é o arcanjo Uriel – no Livro de
Enoc – ou o anjo Jeiel – no Apocalipse de Abraão – que, enviados
por Deus, vêm revelar, aos homens, os grandes mistérios do mundo
celestial, com a ascensão gradual da alma ao céu e a contempla-
ção das falanges angelicais do trono, ou carro de Deus.
2. A Visão da Merkabá
Esta visão é descrita no primeiro capítulo de Ezequiel, cujos
trechos principais são:
3. A Halaká
HALAKÁ, que significa “modo de andar”, alicerce e pilar dos
princípios religiosos, é o comentário legislativo das partes jurídicas
da Torá.
É na interpretação da Torá que se manifesta, de maneira ori-
ginal e particular, o pensamento rabínico, tendo, os mestres do
Talmud, chamado a atenção para a sua extraordinária importância.
MAIMÔNIDES (MOSHÉ BEN MAIMON), um dos mais importantes teóricos do
Judaísmo ibérico, em sua principal obra, “Guia dos Transviados”, ou
“Guia dos Perdidos”, enfatiza o caráter original e filosófico dos man-
damentos da Torá (em hebraico: mitzvot, plural de mitzvá).
Como Maimônides, outros talmudistas consideraram a Halaká
de duas maneiras: quando ela se liga intimamente à Torá e quando
ela se mantém como tradição. Já para os cabalistas, ela é muito
mais importante e profunda, pois eles vêm, em cada mitzvá, um ato
com influência sobre o dinamismo do universo. Nesse sentido, a
Halaká contribuiu para o desenvolvimento do pensamento
cabalístico.
4. A Agadá
AGADÁ, que significa lenda, narrativa, alimentou extensamen-
te, as fontes místicas da Cabala. Ela se prende às narrativas tecidas
pela imaginação, ao longo de diversas gerações, e aos relatos pro-
digiosos atribuídos aos místicos da era talmúdica, que interpreta-
vam os mistérios da Torá (em hebraico: sitrê Torá), em relação à
estrutura universal. Desta maneira, ela apresenta, sob a aparência
de lenda, de ficção, de conto romanceado, uma atitude contemplativa
e mística.
Evidentemente, existe uma profunda diferença entre a Agadá
cabalística e a da interpretação da Torá, pois a cabalística tem
muito mais extensão e profundidade, sendo mais mística e mais
mítica do que a da interpretação da Torá.
5. A Alegoria
Estabeleceram, os filósofos místicos, que os mistérios da Torá
são esclarecidos através da alegoria. Os cabalistas, por sua vez,
enfatizaram o caráter transcendental da alegoria, que acabou por
ser revestida de um significado puramente simbólico. Chegar-se-ia,
desta maneira, a um simbolismo altamente desenvolvido, que iria
influenciar, de modo marcante, muitas sociedades de caráter
iniciático.
De acordo com o simbolismo cabalístico, o Criador,
macrocosmo, e a criatura, microcosmo, em lugar de se distinguir,
são uma só coisa, numa mística fusão, completa e íntima. Os mitzvot
(mandamentos) são símbolos graças aos quais o sentido oculto de
sua aplicação torna-se claro e transparente.
Esses são os principais temas específicos do misticismo
hebraico-judaico, fontes de toda a Cabala oral ou escrita, já que,
com o passar do tempo, houve a tendência a se escrever a tradi-
ção, que era propagada oralmente, como já acontecera com a Mishná
e o Talmude.
Existem vários textos da literatura cabalística,
influenciadores da filosofia mística contemporânea; entretanto os
dois principais são:
O Sepher Yetsira
O SEPHER YETSIRA (Livro da Criação), é um curto tratado es-
crito em hebraico, entre os séculos III e VI. É de autoria desconheci-
da, tratando-se da primeira obra que, sob o ponto de vista místico,
revela uma concepção filosófica dos elementos fornecedores do
universo, sem levar em conta o elemento étnico-religioso. Ele é o
guia espiritual para a visão da Merkabá, tendo, sua cosmologia e
sua cosmogonia, se tornado clássico.
Segundo o Yetsira, a criação dos elementos que formam o
mundo está subordinada aos dez números fundamentais (sefirote) e
às vinte e duas letras do alfabeto hebraico, que envolvem forças
cósmicas inatingíveis, submetidas a combinações, que variam atra-
vés da criação.
As vinte e duas letras do alfabeto hebraico são consoantes
e evoluíram a partir de um alfabeto pictográfico, onde as letras eram
representadas por pinturas, ou desenhos, do objeto
correspondente.As vinte e duas letras com o seu primitivo significa-
do são:
Aléf – Boi
Beth – Casa
Gimel - Camelo
Daleth – Porta
Zayn – Arma
He – Furo
Vav – Prego
Hêth – Barreira
Teth – Serpente
Iôd – Mão
Kaf – Palma
Lámed – Látego
Men – Água
Nun – Peixe
Samek – (?)
Ayin – Olho
Pe – Boca
Sade – Anzol
Kôph – Nuca
Rêsh – Cabeça
Shin – Dente
Tau – Sinal.
As vinte e duas letras hebraicas e as dez sefirotes são as
trinta e duas sendas místicas, com as quais Deus criou o Universo,
através da combinação e da permuta.
Dessa Maneira, o YETSIRA aborda as origens e as relações
das dez sefirotes com a divindade; as quatro primeiras eram o en-
cadeamento emanatista e as outras seis, ligadas às direções da
morada celeste emanam da oposição do sinete divino, representa-
do pelo tetragrama (IÔD, HE, VAV, HE), nome impronunciável de Deus.
Por outro lado, o mundo nasce pela ação das vinte e duas letras e
as criaturas nascem pela permutação delas; desta maneira, o po-
der do Verbo revelado produz a criação a partir do nada, a
passagem do não-ser ao ser.
Na Yetsira, as vinte e duas letras estão agrupadas da se-
guinte forma:
I. A palavra KATIT, formada pelas letras Kaf, tau, iôd e tau (da
direita para a esquerda, como são lidas as palavras
hebraicas), significa o óleo de oliva usado no candelabro
(menorá). As duas primeiras letras, kaf e tau, correspondem,
numericamente, a 420, que é o Primeiro Templo de Jerusa-
lém; as duas últimas, iôd e tau, correspondem a 410, que é
o número de anos durante os quais o menorá iluminou o
Segundo Templo.
II. A palavra IÁIN (vinho) corresponde, numericamente, a SOD
(segredo), significando que o vinho revela segredos, ou seja,
quem está embriagado não consegue guardar segredos. O
ditado latino in vino veritas, relembra essa passagem
cabalística.
O Sepher Há Zoar
O SEPHER HÁ ZOAR (Livro do Esplendor) é onde se encontra,
praticamente, toda doutrina da Cabala, sendo portando, a maior
obra cabalística, vista, pelos místicos judeus, como a obra canônica
máxima, com importância igual à da Tora e do Talmude.
A tradição atribui a autoria do Zoar ao rabi SIMEON BAR YOHJAI,
que viveu no século II e que, durante treze anos, teria permanecido
numa gruta, na Palestina, onde teria recebido a revelação desse
texto cabalístico. A crítica reconhece, todavia, a Moshé de Leon,
como o compilador, ou o autor do Zoar, cujo texto surgiu, na Espanha
em 1275.
Escrito em aramaico, o Livro do Esplendor é uma obra teo-
lógica e metafísica de grande profundidade espiritual, envolvendo
comentários das principais passagens da Tora, entre os quais se
acham intercalados vários tratados particulares e complementares.
Foi escrito em forma de romance místico-filosófico, desenrolado na
Palestina, que é vista como um lindo e tranqüilo campo, adornado
de vinhas, figueiras e pés de romã, muito propício à meditação e à
elevação espiritual.
A finalidade essencial da obra é fazer a descrição da vida
interior de Deus e traçar o caminho do ser humano em direção à
união mística com a divindade; a sua doutrina, entretanto, não se
apresenta de maneira harmoniosa com um todo compacto, sendo,
muitas vezes, um complexo intrincado de pensamentos representa-
dos por símbolos de difícil compreensão.
De maneira geral, o Zoar mostra o infinito incognoscível de
Deus (En Soph), em suas relações com o universo e com o homem,
através das dez sefirote, que representam os dez atributos funda-
mentais da vida divina. Pela sua doutrina, existem dois mundos liga-
dos à divindade: o primeiro relacionado com o EN SOPH, é totalmente
oculto e inacessível à mente e à inteligência humana, enquanto o
segundo, visto sob o ângulo dois dez atributos, acha-se abaixo do
primeiro, é acessível à mente humana e permite o conhecimento de
Deus. Na realidade, os dois mundos formam um só, embora o En
Soph permaneça, sempre, incognoscível e intransponível, se bem
que a sua atividade seja percebida.
Essa atividade do En Soph, percebida pela mente humana,
manifesta-se nas sefirote, que transmitem a vida divina, e, tomando
lugar em Deus, permitem, ao homem percebê-lo. Essa potência
sefirótica mística permitiu, aos cabalistas, fazer uso
antropomorfismo, para esclarecimento dos símbolos da Tora. Desta
maneira, temos a transposição das sefirote para a imagem de um
homem.
De acordo com o Gênese, o homem foi criado à imagem de
Deus e, assim, existe, nele, um sopro de divindade, um pouco do
Criador na criatura. Todavia, o homem terrestre, cósmico, possui
muita materialidade e necessita de um aperfeiçoamento; o futuro
homem aperfeiçoado, o MECHI’AKH (Messias, ungido), corresponde
ao ADAM KADMON, que é um reflexo da alta espiritualidade, sendo, o
seu corpo, no Zoar, considerado como a marca da alma.
Assim, o microcosmo, que é o organismo humano sendo
cópia do macrocosmo (do Universo, de Deus), pode ter uma repre-
sentação precisa; Deus, entretanto, não pode ser representado sob
nenhuma forma e, desta maneira, é simbolizado pelo Adam Kadmon,
sob o aspecto das sefirote.
São diferentes as sefirotes do Yetsira e do Zoar. Nestes elas
são incorporadas sob vários nomes, de acordo com a figura huma-
na que representa o Adam Kadmon.
De acordo com essa figura, temos as seguintes sefirotes:
1. Kether – Coroa; 2. Hokmá – Sabedoria; 3. Biná – Inteligência;
4. Hessed – Graça; 5. Din - Justiça; 6. Tiferet – Beleza;
7. Netsá – Vitória; 8. Had – Majestade; 9. Iesod – Fundamento;
10. Malkhut – Reino
HISTÓRIA
AS RELIGIÕES
1. Pureza de fé
2. Opiniões exatas
3. Palavras verdadeiras
SHRIYANT
Uma das representações do Mandala
4. Procedimento correto
5. Vida regrada
6. Boas aspirações
7. Pensamentos certos
8. Meditação e contemplação virtuosa.
AS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO
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Canteiros são os obreiros que trabalham em cantaria, ou seja, na pedra de
cantaria, esquadrejando-a, ou seja, dando-lhe cantos, para transformá-la na pedra
cúbica, necessária às construções, já que o cubo é o único sólido geométrico que,
com outros congêneres, não deixa espaços vazios nas paredes e muros. Cantaria é
palavra derivada de canto.
rada a mais importante desse período operativo: os Ofícios Fran-
cos (ou Franco-Maçonaria), formados por artesãos privilegiados,
com liberdade de locomoção e isentos das obrigações e impostos
reais, feudais e eclesiásticos. Tratava-se, portanto, de uma organi-
zação de construtores categorizados, diferentes dos operários ser-
vos, que ficavam presos a uma mesma região, a um mesmo feudo, à
disposição de seus amos. Na Idade Média, a palavra franco desig-
nava não só o que era livre, em oposição ao que era servil, mas,
também, todos os indivíduos e todos os bens que escapavam às
servidões e aos direitos senhoriais; esses artesãos privilegiados
eram, então, os pedreiros-livres, franc-maçons, para os franceses,
ou free-masons, para os ingleses. Tais obreiros, evidentemente, ti-
nham esses privilégios concedidos pela Igreja, que era o maior po-
der político da época, com grande ascendência sobre os
governantes.
A palavra francesa “maçon”, correspondente a pedreiro,
converteu-se em “maison” (casa) e, também, embora só relativa-
mente, em “masse” (maça, clava). Essa maça, ou clava, habilitava o
porteiro a afastar os indesejáveis intrusos e curiosos. O pesquisa-
dor alemão LESSING, um dos clássicos da literatura alemã, atribui a
palavra inglesa “masonry” (Maçonaria) a uma transmissão incorre-
ta. Originalmente, a idéia teria sido dada pelo velho termo inglês
“mase” (missa, reunião à mesa). Uma tal sociedade de mesa, ou
reunião de comensais, de acordo com a alegoria da Távola Redon-
da, do rei Arthur, poderia, segundo Lessing, ainda ser encontrada
em Londres, no século XVII. Ela se reunia nas proximidades da fa-
mosa catedral de São Paulo e, quando sir Christopher Wren, o cons-
trutor da catedral, tornou-se membro desse círculo, julgou-se que
se tratava de uma cabana dos construtores, que estabelecia uma
ligação de mestres construtores e obreiros; daí, então, ou seja, des-
sa suposição errada, é que teria se originado o termo “masonry”,
para designar a sociedade dos construtores.
Uma explicação para o termo inglês “freemason” (pedrei-
ro livre) está ligada ao termo “freestone”, que é a pedra de canta-
ria, ou seja, a pedra própria para ser esquadrejada, para que nela
sejam feitos cantos, que a transformem numa pedra cúbica, a ser
usada nas construções. As expressões “freestone mason” e
“freestone masonry”, daí surgidas, acabaram sendo simplificadas
para “freemason” (o obreiro) e “freemasonry” (a atividade). Esta
é uma hipótese mais plausível do que a de Lessing, que só conside-
rou o caso particular da Inglaterra, quando se sabe que não foi só aí
que existiu uma íntima ligação com o trabalho dos artífices da cons-
trução.
Na metade do século XII, surgia o estilo arquitetônico góti-
co, ou germânico, primeiro no norte da França, espalhando-se, de-
pois, pela Inglaterra, Alemanha e outras regiões do norte da Europa
e tendo o seu apogeu na Alemanha, durante 300 anos. Tão impor-
tante foi o estilo gótico para as confrarias de construtores, que as
suas regras básicas eram ensinadas nas oficinas dos canteiros, ou
talhadores de pedra; tão importante que a sua decadência, no sé-
culo XVI, decretou o declínio das corporações.
No século XIII, em 1220, era fundada, na Inglaterra, durante
o reinado de Henrique III, uma corporação dos pedreiros de Lon-
dres, que tomou o título de THE HOLE CRAFT AND FELLOWSHIP OF MASONS
(Santa Arte e Associação dos Pedreiros) e que, segundo alguns
autores, seria o germe da moderna Maçonaria. Pouco depois, em
1275, ocorria a Convenção de Estrasburgo, convocada pelo mes-
tre dos canteiros e da catedral de Estrasburgo, Erwin de Steinbach,
para terminar as obras do templo. A construção da catedral, inicia-
da em 1015, estava praticamente terminada, quando foi resolvido
ampliar o projeto original e, para isso, foi chamado Erwin A essa
convenção acorreram os mais famosos arquitetos da Inglaterra, da
Alemanha e da Itália, que criaram uma Loja, para as assembléias e
discussão sobre o andamento dos trabalhos, elegendo Erwin como
Mestre de Cátedra (Meister von sthul).
Na época, os obreiros criavam uma Loja, fundamentalmen-
te, para tratar de determinada construção, como é o caso dessa
catedral. Tais Lojas serviam para tratar dos assuntos ligados ape-
nas à construção prevista, já que, para outras reuniões, inclusive
com obreiros de outras corporações, eram utilizados os recintos de
tabernas e hospedarias, principalmente em solo inglês.
Próximo desse tempo, ou seja, no século XIV, começava,
também, a atuação do Compagnonnage (Companheirismo), criado
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A Ordem dos Pobres Soldados de Jesus Cristo e do Templo de Salomão, ou
Ordem da Milícia do Templo, conhecida, mais simplesmente, como Ordem dos
Templários, foi uma ordem religiosa e militar, surgida em 1118. Adquirindo prestígio e
riqueza, graças às suas grandes transações comerciais e financeiras, iria excitar a
cobiça de FILIPE IV, cognominado “o Belo”, rei da França, o qual, com a conivência do
papa Clemente V, conseguiu a extinção da Ordem, em 1312, seguida da execução de
seus principais líderes. Antes da extinção, todavia, a Ordem, necessitando de
trabalhadores cristãos, em suas distantes comendadorias do Oriente, organizaram o
Compagnonnage, dando-lhe estatutos de acordo com a sua própria filosofia.
pelos Cavaleiros Templários18. Os membros dessa organização cons-
truíram, no Oriente Médio, formidáveis cidadelas, adquirindo certo
número de métodos de trabalho herdados da Antigüidade e consti-
tuindo, durante as Cruzadas, verdadeiras oficinas itinerantes, para
a construção de obras de defesa militar, pontes e santuários.
Retornando à Europa, eles tiveram a oportunidade de exercer o seu
ofício, construindo catedrais, igrejas, obras públicas e monumentos
civis.
Já na primeira metade do século XVI, as corporações, dian-
te das perseguições que sofriam – principalmente por parte do cle-
ro – e diante da evolução social européia, começavam a entrar em
declínio. Em 1535, realizava-se, em Colônia, uma convenção, que
fora convocada para refutar as calúnias dirigidas pelo clero contra
os franco-maçons. Embora ela não tenha tido o brilho e a freqüên-
cia de outras convenções, consta, embora tal afirmativa seja con-
testada, por carecer de comprovação, que, na ocasião, teria sido
redigido um manifesto, onde era estabelecido o princípio de altos
graus, que seriam introduzidos por razões políticas.
Em 1539, o rei da França, FRANCISCO I, revogava os privilégi-
os concedidos aos franco-maçons, abolindo as guildas e demais
fraternidades e regulamentando as corporações de artesãos. Em
contrapartida, em 1548, era concedido, aos operários construtores,
de maneira geral, o livre exercício de sua profissão, em toda a Ingla-
terra; um ano depois, todavia, por exigência de Londres, era cassa-
da a autorização concedida, o que fazia com que os franco-maçons
ficassem na condição de operários ordinários, como tais sendo tra-
tados legalmente. Em 1558, ao assumir o trono da Inglaterra, a rai-
nha Isabel renovava uma ordenação de 1425, que proibia qualquer
assembléia ilegal, sob pena dela ser considerada uma rebelião. Três
anos depois, em dezembro de 1561, tendo, os franco-maçons ingle-
ses, anunciado a realização de uma convenção em York, durante a
festividade de São João Evangelista, Isabel ordenou a dissolução
da assembléia, decretando a prisão de todos os presentes a ela; a
ordem só não foi confirmada, porque lorde Thomas Sackville, adep-
to da arte da construção, estando presente, demoveu a rainha de
seu intento, fazendo com que, em 1562, ela revogasse a ordenação
de 1425.
Em 1563, a CONVENÇÃO DE BASILÉIA, feita por iniciativa da con-
fraria de Estrasburgo, organizava um código para os franco-maçons
alemães, o qual serviria de regra à corporação dos canteiros, até
que surgissem os primeiros sindicatos de operários, no século XIX.
Mas era patente o declínio das confrarias, no século XVI. A Renas-
cença relegara o estilo gótico e a estrutura ogival das abóbadas –
próprias da arte dos franco-maçons medievais – ao abandono,
revivendo as características da arte greco-romana. Assim, embora
ela tivesse atingido a todos os campos do conhecimento e a todas
as corporações profissionais, foi a dos franco-maçons a mais afe-
tada. No final do século, Inigo Jones introduzia, na Inglaterra, o es-
tilo renascentista, sepultando o estilo gótico e apressando a deca-
dência das corporações de franco-maçons ingleses. Estas, perdendo
o seu objetivo inicial e transformando-se em sociedade de auxílio
mútuo, resolveram, então, permitir a entrada de homens não ligados
à arte de construir, não profissionais, que eram, então, chamados
de maçons aceitos.
As corporações, evidentemente, começaram por admitir
pessoas em pequeno número e selecionadas entre os homens co-
nhecidos pelos seus dotes culturais, pelo seu talento e pela sua
condição aristocrática, que poderiam dar projeção a elas, subme-
tendo-se, todavia, aos seus regulamentos. Era a tentativa de sustar
o declínio.
O primeiro caso conhecido de aceitação é o de JOHN BOSWELL,
lorde de Aushinleck – ou, segundo J.G. FINDEL, sir THOMAS ROSSWELL,
esquire de Aushinleck – que, a 08 de junho de 1600 foi recebido
maçom – não profissional – na Saint Mary’s Chapell Lodge (Loja
da Capela de Santa Maria), em Edimburgo, na Escócia. Esta Loja
fora criada em 1228, para a construção da Capela de Santa Maria,
destinando-se, como já foi visto, às assembléias dos obreiros e dis-
cussões sobre o andamento das obras. Depois disso, o processo
de aceitação, iniciado na Escócia, iria se espalhar e se acelerar,
fazendo com que, ao final do século, o número de aceitos já ultra-
passasse, largamente, o de franco-maçons operativos.
Em 1666, os franco-maçons iriam recuperar parte do anti-
go prestígio, diante do grande incêndio, que, a 2 de setembro da-
quele ano, aconteceu em Londres, destruindo cerca de quarenta mil
casas e oitenta e seis igrejas. Nessa ocasião, os maçons acorreram
para participar do esforço de reconstrução, sob a direção do
renomado mestre arquiteto CHRISTOPHER WREN, que, em 1688, viu apro-
vado o seu plano para reconstrução da cidade, sendo nomeado
arquiteto do rei e da cidade de Londres. A obra principal de Wren
foi a reconstrução da Catedral de São Paulo, em cujo adro se de-
senvolveria e se estabeleceria, em 1691, uma Loja de fundamental
importância para a História da Maçonaria moderna: a Loja São Paulo
(em alusão à igreja), ou Loja da taberna “O GANSO E A GRELHA”, em
alusão ao local em que, como faziam outras Lojas, realizava suas
reuniões de caráter informal e administrativo. A reconstrução de
Londres só iria terminar em 1710.
A ALQUIMIA
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O ILUMINISMO
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A ORDEM ROSACRUZ
A ASTROLOGIA
ÁRIES
Caracterizado por Marte e pelo fogo. A história mitológica
dessa constelação é a seguinte: FRIXOS, filho de Nepele, falsamente
acusado de violar Biadice, foi condenado à morte, sendo, entretan-
to, saldo por um carneiro dourado, em cujo dorso escapou; alcan-
çando a segurança, ele imolou o carneiro a Zeus, que colocou a
imagem do animal no céu.Áries relaciona-se com o fogo interior
do homem, ou seja, a força que estimula o crescimento e o
desenvolvimento.
TOURO
Caracterizado por Vênus e pelo elemento terra. Sua ori-
gem mitológica é a seguinte: TAURUS era o touro branco que cortejou
EUROPA, carregando-a no dorso; era na verdade, Zeus disfarçado,
que, quando reassumiu sua forma normal colocou o touro no céu. É
relacionado com a matéria na qual se efetua a fecundação, a
elaboração interior.
OS SIGNOS E OS PLANETAS
Tradicionalmente, cada planeta rege pelos menos um signo zodiacal. Na figura, os
planetas regentes estão sobre fundo branco e os signos regidos sobre fundo negro:
Sol-Leão; Lua-Câncer; Mercúrio-Gêmeos e Virgem; Vênus-Touro e Libra; Marte-
Áries; Júpiter-Sagitário; Saturno-Capricórnio; Urano-Aquário; Netuno-Peixes;
Plutão-Escorpião.
GÊMEOS
Caracterizado por Mercúrio e pelo ar. Não existe mito par-
ticular associado a ele; no Egito era conhecido como “As Duas Es-
trelas” e tomou o nome das estrelas CASTOR E PÓLUX, as mais brilhan-
tes da constelação. Representa os filhos da terra, fecundada pelo
fogo, e o mercúrio dos alquimistas, representado com duas cabe-
ças. É relacionado com a versatilidade, a engenhosidade e a
vitalidade criadora.
CÂNCER
Caracterizado pela Lua e pela água. Como caranguejo Cân-
cer é babilônico, em sua origem; todavia, no Egito, a constelação
era representada por duas tartarugas, ora conhecidas como as
Estrelas da Água, ora como Allul, uma criatura aquática; assim sua
associação com a água é muito antiga, embora não haja uma histó-
ria mitológica a seu respeito. Representa a explosão vegetal da
terra fecundada e é relacionada com a tenacidade e a cautela.
LEÃO
Caracterizado pelo Sol e pelo fogo. O leão representado
nessa constelação é, tradicionalmente, o leão de NEMÉIA, de pele à
prova de ferro, bronze e pedra; HÉRACLES (ou Hércules) o matou, per-
dendo um dedo entre seus dentes. Simboliza a ação do fogo ex-
terno (em contraposição ao fogo interior de Áries) que amadurece
os frutos; representa, também, o emprego da razão a serviço
da crítica.
VIRGEM
Caracterizado por ´Mercúrio e pela terra. Sua história mi-
tológica, de acordo com HESÍODO, é a seguinte: Virgem (também cha-
mada ASTRÉIA) era filha de Júpiter e Têmis e era deusa da justiça;
quando terminou a idade áurea e o homem desafiou-lhe a regência,
ela, desgostosa, retornou ao céu. Simboliza a esposa virginal do
Fogo; representa também, a colheita dos frutos maduros e o tra-
ço fundamental é o espírito analítico.
LIBRA
Caracterizado por Vênus e o ar. Não existe mito antigo a
respeito dessa constelação. Todavia, ela era associada, na Babilônia,
com o julgamento dos vivos e mortos quando ZIBANITU, a Balança,
pesava as almas; no Egito, a colheita era pesada quando a Lua
estava cheia em Libra. Simbolizava o equilíbrio entre as forças
construtivas e as destrutivas; representa também, o fruto na
plena maturidade.
ESCORPIÃO
Caracterizado por Plutão (e, tradicionalmente, por Marte) e
pela água. Sua história mitológica é a seguinte: por ordem de Juno
(ou Hera), o Escorpião ergueu-se da terra, para atacar ORION; levou,
também os cavalos do Sol a disparar, ao serem conduzidos, certo
dia, pelo menino FAETONTE; Júpiter (ou Zeus) puniu-o duramente, atin-
gindo-o com um raio. Simboliza a desagregação dos elementos
da construção vital e a queda do Sol para outro hemisfério;
representa também, emoções e sentimentos poderosos rancor
obstinação.
SAGITÁRIO
Caracterizado por Júpiter e pelo fogo. Sua história mitoló-
gica é a seguinte: Sagitário, com suas duas faces, animal e humana,
era o centauro QUÍRON, que educou JASÃO, AQUILES e ENÉIAS; famoso
como médico, profeta e estudioso, era filho de Filira e de Cronos
(também pai de Zeus); Cronos, surpreendido no ato gerador, trans-
formou-se num garanhão e partir a galope, abandonando Filira; esta,
desgostosa com o filho metade homem e metade cavalo, transfor-
mou-se numa tília. Simboliza o espírito que se desprende do cor-
po e paira no ar, enquanto a natureza, pela desagregação dos
elementos, morre lentamente; representa também, a mente aber-
ta e o julgamento crítico.
CAPRICÓRNIO
Caracterizado por Saturno e pela terra. Suas associações
mitológicas são incertas, embora haja uma leve referência Pã, cuja
mãe saiu correndo ao ver-lhe a feiúra, mas cujo sucesso com as
ninfas era indiscutível; o antigo deus sumério Ea, rei do oceano, era
conhecido como “o antílope do oceano subterrâneo”, o bode com
cauda de peixe, chamado “kusarikku”, o bode-peixe. Simboliza a
morte de toda a natureza, quando toda a massa da terra está
passiva e inerte, mas fecundável; representa, também a deter-
minação e a perseverança.
AQUÁRIO
Caracterizado por Urano (e, tradicionalmente por Saturno)
e pelo ar. Não há mitos evidentes relativos a Aquário; o deus HAPI,
vertendo água de dois jarros, era um símbolo antigo no Rio Nilo,
enquanto o deus sumério Ea, às vezes era chamado “o deus com
jatos de água”, o nome babilônico de Aquário, GULA, era, inicialmen-
te, associado com a deusa do parto e da cura. Simboliza a
reconstituição dos elementos construtivos, impregnando a ater-
ra com a seiva revitalizadora; representa, também, o sentido
humanitário e prestativo.
PEIXES
Caracterizado por Netuno (e, tradicionalmente por Júpiter)
e pela água. Sua história mitológica é a seguinte: apavorados com
o gigante TIFÃO, VÊNUS e CUPIDO (Afrodite e Eros) atiraram-se no rio
Eufrates e transformaram-se em peixes; Minerva (Atena), comemo-
rando o fato, colocou os peixes no céu. Simboliza a ressurreição
da terra vitalizada, com o novo advento da Luz, representa, tam-
bém o desprendimento das coisas materiais.
19
Para maiores detalhes sobre a Astrologia e a Maçonaria, ver, do mesmo autor
deste, MAÇONARIA E ASTROLOGIA. São Paulo: Editora Landmark – 2a. edição revisada; 2002.
11
Considerações Finais
I- LIVROS
1. Os Maçons que Fizeram a História do Brasil – São Paulo: A Gazeta Maçônica; 1a. ed.
1973; 2a. ed. 1989.
2. Shemá Israel – São Paulo: A Gazeta Maçônica; 1977.
3. A Ciência Maçônica e as Antigas Civilizações - São Paulo: Resenha Universitária;
1a. ed. 1977; Traço; 2a. ed. 1980.
4. São Paulo na Década de 30 – São Paulo: Policor; 1978.
5. A Maçonaria e sua Política Secreta - São Paulo: Traço; 1981.
6. Origens do Misticismo na Maçonaria - São Paulo: Traço; 1a. ed. 1982; A Gazeta
Maçônica; 2a. ed. 1995.
7. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom - São Paulo: A Gazeta Maçôni-
ca; 1a. ed. 1985; 2a. ed. 1990.
8. A Maçonaria Moderna - São Paulo: A Gazeta Maçônica; 1986.
9. Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom - São Paulo: A Gazeta Ma-
çônica; 1986.
10. Consultório Maçônico – Vol. I – Londrina: A Trolha; 1a. ed. 1987; 2a. ed. 1990.
11. Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom - São Paulo: A Gazeta Maçônica;
1987.
12. José Bonifácio, um Homem Além do seu Tempo - São Paulo: A Gazeta Maçônica;
1988.
13. O Rito Escocês Antigo e Aceito – História, Doutrina e Prática. - Londrina: A Trolha;
1988.
14. O Mestre Instalado – São Paulo: A Gazeta Maçônica; 1989.
15. Dicionário de Termos Maçônicos - Londrina: A Trolha; 1a. ed. 1989; 2a. ed. 1994.
16. A Maçonaria e o Movimento Republicano Brasileiro - São Paulo: Traço; 1989.
17. Consultório Maçônico – Vol. II - Londrina: A Trolha; 1990.
18. Dicionário Etimológico Maçônico – Vol. I: A, B, C - Londrina: A Trolha; 1990.
19. Dicionário Etimológico Maçônico – Vol. II: D, E, F, G - Londrina: A Trolha; 1990.
20. Rito Moderno: a Liberdade Revelada (co-autoria com Frederico Guilherme Costa)
- Londrina: A Trolha; 1991.
21. Manual do Rito Moderno (co-autoria com Frederico Guilherme Costa) - São Paulo:
A Gazeta Maçônica; 1991.
22. Curso Básico de Ritualística - Londrina: A Trolha; 1a. ed. 1991; 2a. ed. 1994.
23. Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico - São Paulo: A Gazeta Maçôni-
ca; 1991.
24. Dicionário Etimológico Maçônico - Vol. III: H, I, J, L - Londrina: A Trolha; 1991.
25. O Mestre Secreto (co-autoria com Francisco de Assis Carvalho) - Londrina: A
Trolha; 1991.
26. A Conjuração Mineira e a Maçonaria que não Houve (co-autoria com Frederico
Guilherme Costa) - São Paulo: A Gazeta Maçônica; 1992.
27. Consultório Maçônico - Vol. III - Londrina: A Trolha; 1992.
28. Dicionário Etimológico Maçônico - Vol. IV: M, N, O, P - Londrina: A Trolha; 1992.
29. Cartilha do Aprendiz Maçom - Londrina: A Trolha; 1a ed. 1992; 2a ed. 1997; 3a ed.
2001.
30. Os Maçons na Independência do Brasil - Londrina: A Trolha; 1993.
31. História do Grande Oriente do Brasil – A Maçonaria na História do Brasil – Brasília:
Gráfica do Grande Oriente do Brasil; 1993.
32. A Maçonaria e sua Herança Hebraica - Londrina: A Trolha; 1993.
33. Dicionário Etimológico Maçônico – Vol. V: P, Q, R, S - Londrina: A Trolha; 1994.
34. A Cadeia Partida - Londrina: A Trolha; 1994.
35. História do Grande Oriente de São Paulo - Brasília: Gráfica do Grande Oriente do
Brasil; 1994.
36. Consultório Maçônico - Vol. IV - Londrina: A Trolha; 1994.
37. Dicionário Etimológico Maçônico - Vol. VI: T, U, V, X, Y, Z - Londrina: A Trolha; 1995.
38. História da Cisão de 1927 (plaquete) – Rio de Janeiro: Supremo Conselho do
Brasil para o R.E.A.A; 1995.
39. Análise da Constituição de Anderson (co-autoria com Raimundo Rodrigues) - Lon-
drina: A Trolha; 1995.
40. Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito – Vol. I: Graus 01 a 18 (co-
autoria com Cláudio Roque Buono Ferreira) - São Paulo: A Gazeta Maçônica; 1995.
41. Do Pó dos Arquivos - Londrina: A Trolha; 1995.
42. Amizade: a Primeira Loja Maçônica na História de S. Paulo (co-autoria com Cláu-
dio Roque Buono Ferreira) - São Paulo: Amizade; 1996.
43. A Maçonaria e a Questão Religiosa - Londrina: A Trolha; 1996.
44. Do Pó dos Arquivos – Vol. II - Londrina: A Trolha; 1996.
45. Grande Oriente de S. Paulo, 75 anos – Um Resumo de sua História (co-autoria
com Cláudio Roque Buono Ferreira) - São Paulo: Grande Oriente de São Paulo; 1996.
46. Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito – Vol. II: Graus 19 a 33 - São
Paulo: Madras; 1997.
47. O Cavaleiro Rosa-Cruz - Londrina: A Trolha; 1997.
48. Maçonaria e Astrologia - São Paulo: Madras; 1a. ed. 1997.
49. Histórias Pitorescas de Maçons Célebres – Londrina: A Trolha; 1997.
50. Consultório Maçônico – Vol. V - Londrina: A Trolha; 1997.
51. Os Maçons e a Abolição da Escravatura – Londrina: A Trolha; 1998.
52. Cartilha do Companheiro Maçom (co-autoria com Raimundo Rodrigues) – Londri-
na: A Trolha; 1998.
53. Consultório Maçônico – Vol. VI – Londrina: A Trolha; 1998.
54. Manual do Mestre Instalado – Londrina: A Trolha; 1999.
55. Fragmentos da Pedra Bruta – Vol. I – Londrina: A Trolha; 1999.
56. Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito – Síntese de sua
História – Londrina: A Trolha; 2000.
57. Piratininga: História da Loja Maçônica Tradição de S. Paulo – São Paulo: OESP;
2000.
58.Coletânea de Trabalhos – São Paulo: Copy Market – edição eletrônica; 2000.
59. Consultório Maçônico – Vol. VII – Londrina: A Trolha; 2000.
60. A Maçonaria na Década da Abolição e da República – Londrina: A Trolha; 2001.
61. Fragmentos da Pedra Bruta – Vol. II – Londrina: A Trolha; 2001.
62. Do Pó dos Arquivos – Vol. III – Londrina: A Trolha; 2001.
63. A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial – São Paulo: Landmark; 2001.
54. Consultório Maçônico – Vol. VIII – Londrina: A Trolha; 2002.
55. Manias e Crendices em Nome da Maçonaria – Londrina: A Trolha; 2002.
56. Maçonaria e Astrologia - São Paulo: Landmark; 2a ed. 2002.
EM PREPARO:
A Cartilha do Mestre.
Dicionário de Alegorias e Símbolos Maçônicos.
A Loja Maçônica e suas Origens.
Shemá Israel: A Civilização Hebraica e sua Influência no Mundo Moderno.
II - PARTICIPAÇÕES EM COLETÂNEAS: