Vivere 01

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Ano I - No 1 - SETEMBRO DE 2008

Mooca
A História,
as Indústrias,
Busto de Anchieta, marco da os hábitos
atualização da idade do bairro da
Mooca, encontra-se no início da
e a Culinária
Av. Paes de Barros, canteiro central. de sua gente...

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Mooca: 452 anos de amor ao bairro ........................ 6
A verdadeira Idade da Mooca .................................. 8
A Mooca Revolucionária .......................................... 9
Mooca como palco da luta pela Revolução ............ 10
História e Curiosidades ........................................... 11
Bandeira da Mooca ................................................ 12
Famílias da Mooca ................................................. 13
Hipódromo da Mooca: início do turfe na cidade .... 14
No caminho dos bondes da cidade ........................ 15
A água que brota na Mooca... ............................... 16
Memórias políticas da Mooca... ............................. 17
Memorial do Imigrante ........................................... 18
Biblioteca Affonso Taunay ...................................... 19
Teatro Arthur Azevedo ........................................... 20
Os cinemas da Mooca... ......................................... 21
Associações ............................................................ 22
Festa de San Gennaro, tradição italiana ................. 26
São Vito ................................................................. 27
Gastronomia .......................................................... 28
Hospitais ................................................................ 32
Palco da genialidade do Pelé .................................. 36
O São Paulo F. C. e suas ligações mooquenses ...... 37
Clube Atlético Juventus: o time da Mooca ............. 38
Times amadores da Mooca .................................... 40
Clube Atlético Parque da Mooca ............................ 41
Pepe Legal: a escuderia da Mooca ......................... 42
Educação ................................................................ 43
Industrias ................................................................ 50
Igrejas .................................................................... 56
Rua Henrique Dantas Personalidades ....................................................... 57
Eleições 2008 ......................................................... 58
A. C. Cimino Destaca ............................................. 60

NOS TRILHOS DA HISTÓRIA...


MOOCA .................................... 452 ANOS VILA PRUDENTE ........................ 116 ANOS
PARI .......................................... 427 ANOS BELENZINHO ............................. 109 ANOS
PENHA ...................................... 341 ANOS VILA CARRÃO ............................. 91 ANOS
TATUAPÉ .................................. 340 ANOS VILA MATILDE ............................. 86 ANOS
ITAQUERA ................................. 322 ANOS VILA FORMOSA .......................... 84 ANOS
BRÁS ......................................... 190 ANOS VILA ALPINA ............................... 80 ANOS
Estação Mooca da CPTM ÁGUA RASA ............................. 178 ANOS PQ. SÃO LUCAS .......................... 64 ANOS
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A
migos leitores da REVISTA VIVERE - Mooca , é com enorme orgulho e muita honra
que todos nós editamos esta Revista, que foi amplamente discutida e pesquisada,
procuramos oferecer à vocês uma leitura agradável em um publicação histórica onde
ela será lida, apreciada e guardada por todos, apesar do pouco espaço que dispomos
estamos oferecendo o resumo dos principais fatos ocorridos em nosso querido bairro
da Mooca, aqui meu avô paterno Raphael Cimino que nasceu dia 30 de novembro de 1879,
chegou da Itália em 1894, casou-se com Magdalena Maisto, também italiana, nascida em 21 de
julho de 1900. Por parte de mãe meu avô Vincenzo Falciano aqui chegou em 1893 com 17 anos,
através do navio “Andréa Doria” e logo se casou com Filomena Grandinetti, também italiana.
Todos por coincidência ou destino vieram morar no bairro da Mooca, portanto são quase 115
anos no Bairro. Meus pais nasceram, cresceram e se casaram no Bairro, também comerciantes - e
eu com o Grupo Cimino desde 1976, portanto 32 anos. Nada foi fácil, com a
ajuda de amigos, clientes, anunciantes, funcionários, colaboradores e tantas pes-
soas que sempre me deram apoio e incentivo para continuar, nas horas mais difí-
ceis – planos econômicos, como : Bresser, Sarney, Collor 1, Collor 2, Plano Cruza-
do 1 e Cruzado 2 e outros. Conquistamos inúmeros amigos graças a Deus e meia
porção de inimigos gratuitos, número este insignificante.
Atuando como empresário, fundei a Cimino Imóveis, depois veio o Jornal da Zona
Leste, a Mooca Imóveis e Engenharia, Jornal Marco Zero, Jornal Valor da Serra e
agora o mais novo empreendimento a Revista Vivere - Mooca, que traz informa-
ções interessantes para pesquisa e lazer.
Espero que gostem e continuem apoiando este projeto jornalístico que é de todos nós
inclusive - Seu.
Este projeto não é novo, porém quando divulgamos que publicaríamos uma revista contando a
história do Bairro, recebemos centenas de fatos e fotos antigas do Bairro, o que acabou tardando
a sua publicação e tínhamos que decidir em se publicaríamos um álbum de famílias ou se
contaríamos a história do Bairro e de acontecimentos relevantes .Claro que em apenas uma
Edição não conseguiríamos contar tudo, mesmo porque só no arquivo do Jornal da Zona Leste
temos bem mais de 100 mil fotos e selecioná-las tomou um tempo enorme, temos muita coisa
bonita e interessante que esperamos em breve também contar para você..
Muito obrigado a todos os que contribuíram direta e indiretamente para tornar mais este sonho
em realidade – a você e aos nossos anunciantes que foram convidados para fazer parte desta
linda história de trabalho, dedicação e amor pelo bairro da Mooca e região Obrigado pela paciên-
cia e compreensão de todos.

Diretor Geral: Antonio Carlos Cimino - MTB 18.470 - Diretora Adjunta: Antonietta Falciano Cimino (in memo-
riam) - Designer Gráfico e finalização: Sérgio Avante - [email protected] - Colaboradores: Lucas Medi-
na, Eloyd Augusto, Felipe Rodrigues Costa, Selma Regina da Silva - Conselho Editorial: João A. de Campos e
Selma Regina da Silva - Administração, Publicidade e Redação: Av. Paes de Barros, 916 - Mooca - Sede Própria
- Cep: 03114-000 - Tel.:11 2605-2211 + 40 Ramais - E-mail: [email protected] - Impressão: PROL
Editora Gráfica. Distribuição: Residências, Edifícios, Comércio, Indústria e órgãos Públicos.
A REVISTA VIVERE é uma publicação da Empresa Jornalística JZL, que não se responsabiliza por opiniões
conceitos emitidos em artigos assinados que são de inteira responsabilidade de seus autores, mesmo que em
posição contrária a linha editorial da Revista. Algumas fotos foram enviadas ou cedidas por leitores, agências
de publicidade, amigos, colaboradores, portanto, sem o nome dos seus autores, assim sendo, a Revista
Vivere - Mooca e a Empresa Jornalística JZL não se responsabilizam pela omissão de crédito e por nenhum
pagamento por elas, de seus modelos, figuras ou imagens.Todas as pessoas que trabalharam ou trabalham
na área comercial da Empresa o fazem em caráter autônomo, sem vínculo empregatício, bem como seus
estagiários e colaboradores na área redacional. Ficam autorizadas as reproduções desde que citada a fonte.
Gostaríamos muito de saber sua opinião, envie um e-mail e participe [email protected] -
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Mooca: 452 anos de
amor ao bairro
O bairro mais charmoso da cidade de São Paulo completou 452
anos de existência, repleto de histórias para contar, aumentando
ainda mais o orgulho de todos nós moradores e freqüentadores.

Q
uando se fala de Mooca, as opiniões gião, aproveitando a argila, daí vem a excla-
e as definições são diversas, mas algo mação dos índios: “Faz Casa” (em tupi-gua-
é unanime entre as pessoas que co- rani, Mooca).
nhecem o bairro: ele é único. Não há nada Há ainda diversas outras versões para o nome
igual a Mooca. Assistir um jogo do Juventus do bairro. Uma diz que o nome vem em vir-
na Rua Javari, ter um certo sotaque italiano tude de um riacho, afluente do Tometeri cha-
característico, andar por vilas tranqüilas com
mado Mo-ka, que cortava a região que de-
cara de passado, conversar horas sentado em
pois foi batizada de Campo da Moka. Uma
cadeiras devidamente colocadas na frente da
Rua da Mooca, época dos bondes outra versão diz que o significado de Moo-
casa vizinha, enfim, tudo isso confere ao bair-
oka é ares sadios, ares amenos. Porém, a mais
ro o status de especial, de melhor lugar da
consistente é faz casa.
cidade. O orgulho dos mooquenses se reno-
va a cada dia e fica cada vez mais forte. Só A Mooca ficou conhecida como Portal da
quem conhece o lugar, sabe o que isso signi- Zona Leste justamente por causa desta épo-
fica... ca. Saindo da Sé, descia-se a Rua do Carmo
até atingir a Rua Tabatingüera, descia-se no-
Origens vamente até a ponte de madeira de mesmo
nome, e a seguir, chegava-se em um cami-
A origem da Mooca está datada de 17 de nho que se alongava por quilômetros, era o
agosto de 1556, século XVI, quando os jesu- caminho para se alcançar a atual Zona Leste,
ítas começaram a construir uma ponte sobre e não pelo Brás.
o rio Tometeri (atual Tamanduateí) para abrir
acesso à áreas ainda desconhecidas, que se-
riam exploradas pelos bandeirantes. Como é
Primórdios
Galpão São Paulo Railway
o caso de Brás Cubas, que após receber a A sesmaria da Mooca foi dada a João Rama-
sesmaria localizada ao longo do rio, passou a lho pelo Capitão-mor Jorge Ferreira em 1567.
percorre-la, embrenhando-se no mato, ven- Brás Cubas sucedeu Ramalho e foi sucedido
cendo morros, descobrindo o Tatuapé e Ca- por Francisco Jorge. Os herdeiros do último
aguassu (atual Belém), até chegar na colina venderam as terras ao sertanista Matheus
da Penha. Nunes de Siqueira, que foi sucedido por ou-
A região ao largo do rio Tamanduateí era tros até a posse das terras chegar a Nicolau
povoada por índios da tribo Guaiana, do tron- Barreto.
co tupi-guarani, e que formavam o maior gru- Já em 1605, a região era conhecida como o
po demográfico indígena de São Paulo, e até Arraial de Nicolau Barreto, que com o passar
mesmo do país naquela época. Dessa origem dos anos foi sendo loteado em chácaras e
indígena é que vem uma das versões para o fazendas. Em uma dessas fazendas, perten-
nome Mooca. Segundo essa explicação, Mo cente ao Mosteiro de São Bento, foi instala-
significa Faz, e Oca quer dizer Casa, portanto da em 1631 uma olaria para produção de
“Faz Casa”. Em época de recuo do rio, havia tijolos para a Vila de São Paulo, ainda no iní-
argila de qualidade, ideal para revestimento cio da sua formação. As trilhas existentes
das casas de taipa, e depois para a fabrica- eram usadas por tropas de burros e carros
O progresso chegou ao ponto ção de telhas. Sendo assim, os primeiros ha- de boi que atravessavam a região rumo aos
de termos uma estação do bitantes se aproveitaram dessa situação, e territórios que atualmente compreendem o
Metrô com o nome Bresser-Mooca começaram a construir as suas casas na re- ABC Paulista.
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Nos séculos XVIII e XVIX, esse quadro da O Século XX
Mooca praticamente não foi alterado. A re-
gião seguiu composta por chácaras, fazen- Apesar de todo o desenvolvimento urbano, das
das e algumas poucas residências. Tanto é, indústrias em ascensão, da mão de obra pre-
que em uma das plantas da cidade mais fa- sente no bairros, da presença dos imigrantes, a
mosas da época, feita em 1810 por Rufino Mooca ainda mantinha suas características, de
José Felizardo e Costa, a única referência a lugar onde a vida passa lentamente. Era o mo-
região é a identificação da ponte construída tor de São Paulo, a “Locomotiva do Brasil”, sem
sobre o rio Tamanduateí. Trinta anos depois perder o seu ar bucólico, o
disso, em 1840, uma outra planta de São que só tornou o bairro ain-
Paulo já registrava um “Caminho para a da mais especial.
Mooca”, onde hoje é a rua Piratininga, que Os imigrantes também ti-
era usado por não sofrer inundações na vár- veram papel ativo nessa
zea do Tamanduateí. história mooquense no
último século. Como for-
O progresso ça de trabalho e influên-
cia cultural, os europeus
Foi na segunda metade do século XIX que a
participaram ativamente
Mooca teve o seu grande impulso de desen-
de episódios no bairro,
volvimento. Dois motivos principais contribu-
seja no trabalho como
íram para isso: primeiro a época da grande
operário ou nas greves
imigração européia para o país, incentivada
pela expansão da cultura cafeeira; e além dis- por condições melhores
so, o baixo custo dos terrenos na região, que nas fábricas. A maioria Rua da Mooca sendo asfaltada na década de 60
atraiu muitas indústrias, e consequentemen- deles que chegavam a
te, também facilitou a vinda de muitos ope- região eram recebidos na “Hospedaria dos
rários para o bairro, que se instalavam em Imigrantes”, local de referência para regis-
casas simples próximas as fábricas. Em 1876, tros de chegada nessa época, que chegou a
Raphael de Aguiar Paes de Barros, grande contabilizar quase três milhões de passagens
proprietário de terras do bairro e apaixona- de italianos, alemães, espanhóis, lituanos,
do por cavalos, criou o Clube Paulista de etc. A partir da década de 30, praticamente
Corridas de Cavalos, que desempenhou gran- encerrou a imigração européia e aumentou
de papel no desenvolvimento da Mooca e a migração de pessoas de outras regiões do
da cidade. O Clube chamou a atenção da elite Brasil, que buscavam oportunidades aqui.
paulistana da época, que passou a freqüen- A partir dos anos 40 a Mooca passou a se
tá-lo. elitizar, recebendo famílias abastadas, que
Um ano após a criação do Hipódromo, foi ins- construíam suas mansões ao longo da Aveni-
talada a linha de bonde Mooca-Centro, mo- da Paes de Barros. Mas
vida por tração animal, para facilitar o acesso. isso criou um grande
A São Paulo Railway, para atender os aposta- contraste no bairro, com
dores que vinham da região de Campinas e a linha da estrada de fer-
Santos, também estendeu seus trilhos até as ro sendo uma linha sim-
proximidades do Hipódromo. Pouco tempo bólica separando a parte
depois da criação, o perímetro urbano do bair- rica da parte mais pobre,
ro começou a ganhar belas construções, fi- que vivia em cortiços.
nanciadas pela elite paulistana. Nessa década, a Mooca
chegou a ter 100 mil ha-
A Indústria também teve papel importante
bitantes, quase o dobro
na consolidação do bairro, as fábricas nele
implantadas fez com que seus trabalhadores da população atual.
se fixassem na região, finalizando o proces- Com o passar dos anos, Casa do historiador e advogado Lybio Martire
so de transformação em centro urbano, de o bairro foi novamente que sempre questionou a verdadeira idade da
uma região que era marcadamente pitores- ganhando nova feição. Mooca, que fica na Av. Paes de Barros
ca, composta por chácaras e sítios. As pri- Foram saindo de cena
meiras indústrias que se instalaram aqui, de- bondes e paralelepípedos nas principais ruas,
dicavam-se à produção de bens de consu- e aparecendo muitas lojas. O perfil da Moo-
mo, como tecidos, calçados, produtos quí- ca deixou de ser industrial, para ser caracte-
micos, produtos farmacêuticos, gêneros ali- rizado pelo comércio e aos serviços, como é
mentícios e indústria metalúrgica. nos dias de hoje.
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A verdadeira Idade da Mooca
E
m 1984 a Mooca comemorava 117 anos,
data que causava estranheza a toda a
comissão de festa presidida por Anto-
nio Carlos Cimino, decidiram então realizar
uma pesquisa, auxiliados por Eugênio Lucia-
no chegaram a verdadeira data de fundação
do bairro: 17 de Agosto de 1556, tanto que
no ano seguinte, 1985, passou a comemorar
429 anos.
Essa nova data foi oficializada por um proje-
to de lei de autoria de Vicente Viscome, quan-
do vereador, conforme publicado no Diário
Oficial em 8 de Julho de 1993 e promulgada
pelo então prefeito, Paulo Maluf.
Eugênio Junior pesquisou no livro “São Pau-
lo no século XVIII” e constatou que no livro
registra uma passagem obrigatória desde
1556, uma ponte que daria acesso à Rua Ta-
batinguera, por onde passavam os jesuítas da
Companhia de Jesus, eles próprios construí-
ram a ponte que passava sobre o Rio Tome-
teri, atual Tamanduateí, que mais tarde daria
origem à Rua da Mooca. Criação da logomarca MOOCA e direitos autorais
de Antonio Carlos Cimino
Isso em 17 de Agosto, dois anos depois da
fundação oficial de São Paulo. Essa ponte fa-
zia parte da rota que seguia em direção ao
Rio de Janeiro, uma dessas rotas levava ao
Tijucuçu, onde hoje fica a cidade de São Cae-
tano do Sul, e atravessava os campos da Moo-
ca e Vila Prudente, no sentido da atual Rua
Ibitirama.

Criação da logomarca MOOCA e direitos autorais


de Antonio Carlos Cimino

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A Mooca Revolucionária
O bairro teve grande papel nas lutas populares no país.
Movimento operário começou aqui.

A
Mooca se transformou em um bairro
industrial no início do século XX. As
fábricas se instalavam devido ao bai-
xo custo do terreno e consequentemente a
força de trabalho também, impulsionando a
produção e ajudando a cidade a crescer.
Mas dentro desse cenário de progresso,
também havia problemas. As condições de
trabalho dadas aos operários eram as pio-
res possíveis. Em média, trabalhavam 14
horas a cada dia, sem direito a férias nem
descanso remunerado, além de não rece-
berem nenhum tipo de assistência. E como
os salários eram baixos, mulheres e crian-
ças também precisavam trabalhar, para aju-
dar no sustento da família. Em 1917, mais
da metade do operariado era composto por
crianças, uma vez que elas recebiam ape-
nas 10% do salário de um operário adulto.
Por isso haviam mooquenses, que diante
desse quadro de injustiça, resolveram lutar Liga Operária da Mooca em maio de 1917
pelos seus direitos. Começa aqui, algo que
teria extrema importância no futuro do país. bairro, no encontro das ruas da Mooca, do
Com o apoio de jornais de tendência esquer- Oratório, Taquari e Paes de Barros.
dista, foi criada a Liga Operária da Mooca Após a morte do sapateiro, foi criado um
em maio de 1917, sendo a primeira organi- comitê especial para assumir a liderança do
zação de trabalhadores formada no Brasil. movimento, apresentando várias reivindica-
Uma comissão dos operários procurou a di- ções, que os patrões relutavam em ceder a
reção de uma das fábricas, exigindo 20% elas. Por isso a greve aumentou cada vez
de aumento. Como não obtiveram acordo, mais, chegando perto de quase 40 mil adep-
entraram em greve. E em resposta a isso, os tos. Populares saquearam lojas e armazéns,
patrões abaixaram as portas.
queimaram bondes e armaram barricadas,
Essa greve se ampliou, e provocou inciden- transformando as ruas da Mooca em palco
tes. No dia 8 de julho, na porta de uma fá- de uma insurreição.
brica na Mooca, houve choque entre ope- Mais operários morreram em conflitos, en-
rários e policiais, deixando alguns feridos. tão uma comissão de jornalistas tentaram
No dia seguinte, a história se repetiu. Após mediar as negociações entre patrões e em-
destruírem um caminhão de uma compa- pregados. Obtiveram sucesso, com um acor-
nhia, os grevistas foram até o Brás e tive- do benéfico para os grevistas. Sendo assim,
ram novo conflito com a policia, resultando a paralisação foi cancelada, e os trabalha-
com a morte do sapateiro espanhol José Iñe- dores voltaram ao trabalho nas fábricas.
guez Martinez.
Com essa greve na Mooca, iniciou-se o mo-
No dia 11, mais de dez mil pessoas acom- vimento operário no país, que se encontra
panharam o enterro de Martinez, e mani- até hoje, na forma de sindicatos e partidos
festações ocorreram pela cidade como pro- políticos, inspirando jovens e adultos a luta-
testo, inclusive na Praça Vermelha aqui no rem pelos seus direitos como cidadãos.
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Mooca como palco da
luta pela Revolução
No conflito de 1924, a Mooca virou alvo dos bombardeios
das forças do Governo Federal

E
m 1924, aumentava o descontentamen
to de parte do exército com os rumos
do governo do Presidente da Repúbli-
ca, o mineiro Arthur Bernardes. Foi então que
esses Oficiais do exército revoltosos deflaga-
ram um movimento nacional na cidade de
São Paulo.
A revolta durou 23 dias, contabilizando 503
mortos e quase 5 mil feridos, maioria civil, e
conseguiu derrubar o Presidente do Estado,
Carlos de Campos. A cidade foi tomada pelo
rebelados, ocupando fábricas, como o Co-
tonifício Crespi, Matarazzo e Santista aqui
no nosso bairro, deixando grande parte da
cidade desabastecida.
Muita gente abandonou a cidade durante
estes acontecimento, quem possuía dinhei-
ro, saiu da cidade rumo a Santos, Campinas,
Jundiaí, entre outras, já aqueles que não ti-
Forças do Governo Federal nha posses, armaram barricadas e acampa-
ram nas ruas. Ainda na Mooca, muitos mo-
radores abandonaram suas casas próximas
as indústrias e se refugiaram nos terrenos dis-
poníveis na região do Alto da Mooca.
O Governo, preocupado em deter o mais bre-
ve possível a revolta, usou de maciço ataque
contra as forças rebeldes. No dia 13 de ju-
nho a Mooca sofreu duro bombardeio do go-
verno, fazendo grandes estragos em fábri-
cas e casas.
O bairro foi um dos alvos devido a grande
presença de imigrantes, pois os militares que
se rebelaram diante da dificuldade de con-
clamar civis para a luta, procuraram alemães,
húngaros e italianos fazendo promessas de
melhoria de vida para os que se engajassem
A revolta durou 23 dias, contabilizando 503 mortos e quase 5 mil feridos nessa disputa.

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História e Curiosidades
João Saldanha: Pouca gente sabe, mas a acentuação do nome
Mooca fez parte da vida de João Saldanha, do nosso bairro. A
uma das maiores personalidades do jornalis- maioria usa sem acen-
mo brasileiro. Como conta Mino Carta no to, mas ainda há al-
seu livro “Histórias da Mooca”, Saldanha ti- guns que defendem o
nha uma gráfica do lado da Praça Vermelha, uso do acento agudo
onde imprimia panfletos do Partido Comu- na primeira letra O.
nista Brasileiro do qual sempre foi membro, Mas o professor de
tempos antes de se tornar o famoso cronista português Pasquale
esportivo e técnico da seleção brasileira. Sem- Cipro Neto, célebre
pre polêmico, Saldanha nunca escondeu suas torcedor do Juventus
fortes opiniões, o que o fez ganhar muitos da Mooca, explica que
inimigos. Ele morreu na Itália, cobrindo a nome do bairro: “A
Copa do Mundo de 90, pela TV Manchete. separação silábica da
Cinemas da Mooca: o bairro já teve um tem- palavra Mooca é “Mo-
po áureo, chegando a possuir onze salas de o-ca”; a sílaba tônica
cinema, mas que agora só fazem parte de é “o”. Não há acento
um passado charmoso. Os cinemas espalha- porque a palavra é pa-
dos pela Mooca marcaram a vida da juven- roxítona terminada em
tude do início do século XX, sendo o palco “a”, como foca, malo-
da conquista de namoradas e onde se acom- ca, judoca, e tantas
panhava os ídolos na grande tela. O Cine- outras, que também
ma Moderno foi o primeiro a ser inaugura- não levam acento. Há
do, seguido do Cine Aliança, Cine Bertioga, quem queira afirmar
Cine Imperial, Cine Internacional, Cine Ouro que a palavra tem
Verde, Cine Patriarca, Cine Roma, Cine Sa- acento por causa do
fira, Cine Santo Antônio e Cine São João. hiato (vogais que vêm em seguida, mas fi- Albino Victorino em sua
Na década de 60, os cinemas mooquenses cam em sílabas diferentes). De fato, existe casa na Mooca onde
um hiato na palavra “Mooca”, mas esse tipo construiu um busto do
não agüentaram a competição da televisão, ex-Presidente Getúlio
do vídeo, falta de estacionamento, seguran- de hiato não se acentua. Vargas, entre tantas
ça e acabaram fechando as portas, finali- Ponte Aérea Mooca-Rio de Janeiro: O bairro outras raridades que
possuí do seu ídolo maior
zando um capítulo da história. presenciou um importante evento da histó-
O nome é sem acento: De vez em quando, ria da aviação brasileira. No dia 28 de abril
acaba surgindo a dúvida na questão sobre a de 1912, Eduardo Pacheco Chaves, o Edu
Chaves, iniciou uma tentativa de ir de São
Paulo ao Rio de Janeiro via aérea. A tentati-
va começou no dia 27 mas devido ao mau
tempo, Chaves só conseguiu iniciar o vôo no
dia seguinte saindo do Hipódromo da Moo-
ca. Mas, depois de uma parada em Guara-
tinguetá, o avião teve problemas e foi força-
do a descer no mar, próximo a cidade de
Mangaratiba. Edu Chaves conseguiu realizar
seu plano dois anos depois, mas o experi-
mento saído da Mooca certamente foi mui-
to importante para o desenvolvimento da
aviação nacional.

Dono do Pastifício Mero, Senhor


Ovidio de Maio que funciona
até hoje na Rua Visconde de
Parnaíba, recebendo familiares
do Rio de Janeiro no dia 2 de
março de 1948

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Bandeira da Mooca
O
bairro da Mooca é o único Bairro vembro de 1991, e foi criada pelo professor
da cidade de São Paulo que tem a Lauro Ribeiro Escobar, ela é retangular, azul
sua própria bandeira. A bandeira com uma cruz e um círculo branco.
foi apresentada no dia 05 de No- A idéia de dar ao bairro uma bandeira foi do
pesquisador Eugênio Luciano Júnior, ele tem
livros e apostilas que ajudaram Ribeiro a pro-
jetar dentro da heráldica ( a arte ou ciência
dos brasões) a bandeira.
Cada detalhe da bandeira tem seu significa-
do, o brasão do centro é chamado de Brasão
de Armas do bairro da Mooca, a cor azul sig-
nifica a perseverança dos pioneiros coloniza-
dores do bairro. A ponte torreada represen-
ta a primitiva ponte sobre o Rio Tamandua-
teí que caracterizou o portal de ingresso à
Mooca e a união desta com os demais bair-
ros. No dia 09 de Junho de 2006, foi aprova-
da na Câmara dos Vereadores a Lei nº 14.170
que oficializou a bandeira da Mooca, de au-
toria da vereadora Myryam Athie.

HINO DA MOOCA
Letra: José das Neves Eustachio
Música: José das Neves Eustachio e Prof. Yara Rosário Botelho Puijvert Mas
Arranjo: Maestrina Rosana Mordenti
De acordo com a Lei 14.772/2007

Sou da Mooca, sou moquense. Sou da Mooca, sou moquense,


Amo esta região, Amo esta região
Meu bairro muito querido Meu bairro muito querido
Estás no meu coração. Estás no meu coração.

Mooca, bairro tradição É bonito o teu brasão


Da Zona Leste és portal Bela é a tua bandeira
Símbolo de uma região, Nas festas de nosso povo
No trabalho és triunfal. Tremula sempre altaneira.
Teu dinamismo de agora Teu poema é história
São heranças bem distantes. Deste bairro hospitaleiro
Foste trilha outrora Nascido à margem de um rio
De valentes bandeirantes. Deste solo brasileiro.

Tens esportes, tens cultura, Mooca em tupi quer dizer


Universidade até. Nossa casa, nosso abrigo,
Os teus templos abrigam No trabalho e no lazer
Um povo com muita fé. O moquense é muito amigo.
Desde o Parque D. Pedro És valente, meu torrão.
Tudo em ti é sucesso Toca, meu bairro, toca
Tuas ruas e avenidas O canto com emoção.
Representam o teu progresso. Mooca, Mooca, Mooca, Mooca.
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Vivere01.p65 12 30/9/2008, 04:00


Famílias da Mooca
A
história de São Paulo e da Mooca sem cia italiana que deu uma personalidade pró-
pre foi escrita graças aos feitos de des pria ao bairro.
temidos e bravos imigrantes e migran- Os índices de violência urbana são um dos Família Di Cunto
tes que deixaram sua terra natal e vieram menores da cidade e roubos de carros tam-
aplicar aqui os seus conhecimentos e a força bém têm sido bem reduzidos, além disso,
do seu trabalho. pessoas se perguntam por que os morado-
Em São Paulo e portanto, também na Moo- res da Mooca são fanáticas pelo bairro e po-
ca, chegaram imigrantes de todas as partes demos responder que é porque aqui residem
do mundo para viverem sua saga nesta terra famílias que souberam educar seus filhos
destemida, mas que soube dar guarida a to- apesar da correria do dia-a-dia, muitos ainda
dos. se sentam à mesa para jantar juntos e trocar
A Mooca recebeu imigrantes italianos, por- idéias, fazendo com que a cultura se solidifi-
tugueses, espanhóis, lituanos e tantos outros que e os jovens não se sintam rejeitados.
migrantes como nordestinos, nortistas ou su-
listas, mas sempre manteve a predominân- Gente da Mooca
Crespi, Regoli, Puglisi, Di Cunto, Car-
bone, Giafone, Di Biasi, Licastro, Car-
damone, Barbulho, Massaretto, Tor-
rezani, Cimino, Fumagalli, Latrônico,
Romano, Cataldi, Castagna, Cortez,
Flores, Garcia, Veiga, Soares, Cintra,
Silva, Massella, Medrano, Martinez,
Giancoli, Locatelli, Almeida, Pentea-
do, Raucci, Mandarano, Fernandes,
Mairena, Gallo, Agarelli, Cipulo, Mas-
caro, Neves, Pellegrino, Gutierrez,
Zuccas, Dallazana, Pedace, Lanzotti,
Ferrari, Ugolini, Ventura, Amaral,
Avante e Souza, são apenas um pe-
queno exemplo das famílias impor-
tantes que fixaram residência na
Mooca com animação e alegria e seus
gestos largos e múltiplos. Sem con-
tar tantos outros sobrenomes, anô-
nimos ou não, de outras procedênci-
as que não só da Itália, Espanha e Por-
tugal, mas de tantos países que for-
mam a origem de uma gente que aju-
dou a construir a metrópole com suas
próprias mãos.
13

Vivere01.p65 13 30/9/2008, 04:00


Hipódromo da Mooca:
início do turfe na cidade
Por iniciativa de Paes de Barros, o bairro recebeu as primeiras corridas de cavalos
de São Paulo. Isso foi muito importante para o seu desenvolvimento.

N
as pistas do recém inaugurado Hipó se tornou a primeira mulher turfista da cida-
dromo da Mooca, os cavalos Macaco de, ganhando o prêmio oferecido pelas Se-
e Republicano estavam alinhados para nhoras de São Paulo. A partir daí, as raias do
a disputa do primeiro páreo. Republicano era Hipódromo da Mooca passaram a ser cada
favorito, mas o azarão Macaco teve mais fô- vez mais freqüentados pelos grandes nomes
lego e conquistou o Primeiro Prêmio da Pro- da sociedade da época, como por exemplo o
víncia. A festa pela primeira corrida ainda Conde D’Eu e a Marquesa de Santos.
contou com trilha da Banda de Música dos O Hipódromo passou por altos e baixos du-
Menores Educandos Artífices. Assim inicia- rante a sua trajetória, mas se firmou como
va-se o turfe na nossa cidade em 29 de ou- parte integrante da História de São Paulo e
tubro de 1876. da Mooca. Em 25 de janeiro de 1941, o Jo-
O Jockey Club de São Paulo foi fundado em ckey Club foi transferido para o novo Hipó-
14 de março do ano de 1875, em uma reu- dromo inaugurado na Cidade Jardim, do ou-
nião no Club Paulista, que contou com a pre- tro lado da cidade. O Hipódromo aqui na
sença dos mais conhecidos filhos da elite ca- Mooca foi desativado, e hoje existe a Sub-
feicultora paulistana. Na sua inauguração, prefeitura da Mooca.
contava com 73 sócios e um capital de 9 con-
tos e 990 mil réis.
Dentre eles, destacou-se o nome de Raphael Destino: Estação
Aguiar Paes de Barros, como o principal ide- Hipódromo, via Rua dos
alizador do clube de corridas de cavalos aqui
na cidade. Paes de Barros era formado em
Trilhos
Direito, defendia a abolição da escravatura e O ramal do Hipódromo foi construí-
foi eleito vereador pelo Partido Republicano do após a inauguração do Hipódro-
Paulista. O seu pai, Barão de Itu, o mandou mo na Mooca, em 1875, visando fa-
a Europa na intenção de conter o gênio difí- cilitar o aceso dos espectadores as
cil do filho, e na Inglaterra, Paes de Barros corridas de cavalos. Este ramal espe-
adquiriu o gosto por cavalos. cial, saía próximo a estação da Hos-
O terceiro páreo disputado foi vencido por pedaria dos Imigrantes, passava pela
Dona Maria Domitila de Aguiar e Castro, que Rua dos Trilhos até chegar na esta-
ção Hipódromo, que possui uma pla-
taforma maior, com capacidade para
receber dois trens de uma vez. Havia
Ao lado, o hipódromo, em julho
de 1924, com marcas de tiros em trens diários que saiam da Luz, às 11
seus muros durante a revolução da manhã e à uma da tarde. Em dia
de 1924. A rua é a rua Bresser,
para onde davam fundos as de corrida, era disponibilizados trens
arquibancadas. Os trilhos vistos especiais para os espectadores. O ra-
não são do ramal, que entrava
pela rua dos Trilhos, mas são do mal foi desativado em 1941, após a
bonde que passava por ali (Foto mudança do Hipódromo.
Revista da Semana, 1924).

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Vivere01.p65 14 30/9/2008, 04:00


No caminho dos
bondes da cidade
A Mooca foi um dos primeiros lugares a receber as linhas de bonde em São
Paulo. E esse meio de transporte passou a fazer parte significativa no cenário
histórico do bairro.

E
m 1872, a Companhia de Carris Ferro Passeando de bonde no século XXI...
de São Paulo inaugurou o sistema de
bondes movidos a tração animal, que O bonde Nº 38, fabricado pela empresa britâ-
ligava o centro da cidade às estações nica Hurst Nelson em 1912, ainda circulação
de trem. A Mooca foi um dos primeiros bair- no nosso bairro. O bonde foi totalmente res-
ros de São Paulo a receber uma linha de bon- taurado e agora faz um curto trajeto turístico
de, pois devido a inauguração do Hipódro- sobre trilhos na Rua Visconde de Parnaíba,
mo houve a necessidade de facilitar o acesso incluído no roteiro das atividades do Memori-
da elite paulistana às corridas, que vinham al do Imigrante. O bonde foi recuperado e,
do centro da cidade. mantendo suas características originais: aber-
to nas laterais, bancos de madeira de lei e ca-
Os bondes por muito tempo foram o único pacidade total para 35 passageiros.
meio de transporte coletivo que dava acesso
a localidades mais distantes da cidade. Já em
1938, foram postos em circulação os bon-
des fechados, pintados de vermelho, que
ganharam o apelido popular de “Camarão”,
e se tornou o mais conhecido tipo de bonde
da São Paulo.
Durante o tempo de existência dos bondes, o
nosso bairro recebia três linhas. O bonde 8
(Mooca) ligava a Praça Clóvis Bevilaqua à Rua
Javari, passando pela Rangel Pestana; o bon-
de 11 (Bresser) que ligava a Rua Javari a Rua
Bresser, passando pelo Brás; e o Bonde 50
(Borges de Figueiredo – auxiliar Bresser) que
ligava a Praça Fernando Costa à Rua Borges
de Figueiredo. Ainda havia uma linha que pas-
sava em frente a Hospedaria dos Imigrantes.
Em 1947, a Light perdeu o direito de con-
trolar os bondes da capital após 47 anos de
atividade, e foi transferido para a recém cri-
ada CMTC (Companhia Municipal de Trans-
portes Coletivos) pelo Governo da cidade
de São Paulo.
Na Mooca, em 1958, os bondes foram subs-
tituídos por ônibus movidos a óleo diesel. E
na década seguinte, iniciou-se o processo de
aposentadoria desse meio de transporte ba-
rato e não poluidor, que marcou o início do
século no nosso bairro. Hoje em dia, ainda
se pode andar de bonde, em uma pequena
linha turística no Memorial do Imigrante.

Um dos bondes que fazia a linha Bresser via Piratininga

15

Vivere01.p65 15 30/9/2008, 00:12


A água que brota
na Mooca...
As bicas marcaram época no bairro e permanecem até hoje
No nosso bairro ainda existem bicas de água
subterrâneas. A questão é que muitos prédi-
os foram construídos sobre algumas áreas
desses mananciais, o que faz com que fique
prejudicado o aproveitamento dessa água. E
o fato curioso é que até tempos atrás, esses
terrenos eram desvalorizados justamente por
essa presença de bicas.
A área onde hoje fica o Clube Atlético Ju-
ventus, era um enorme terreno, onde águas
brotavam do solo e os pais levavam as crian-
ças para brincar. O clube mooquense se in-
teressou pelo local, e construiu o seu Balneá-
rio utilizando a fonte de água disponível no
terreno.

Segundo quadro do time do Cairu que jogava nos terrenos da Bica, na


foto Euclides Rosa foi o juíz de futebol, Luiz Belatti Matrima que foi
líder político na Região

A
lguns chamavam de Bica. Outros a de
nominavam como Barroca. Tratava-se
de uma área que ia dos Armazéns Ge-
rais até a Avenida Paes de Barros, às mar-
gens da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Essa
extensa área, onde hoje fica o Parque da
Mooca, possuía inúmeras nascentes de cór-
regos e pequenos lagos, além de vegetação
farta, o que atraía muitas aves e algumas
outras espécies de animais.
Nessa área também haviam os campos de
várzea, grande atração para os moradores
do bairro que trabalhavam e tinham o final
de semana para jogar. Dali saíram clubes de
futebol que marcaram a história do bairro,
além de terem revelados grandes nomes do
futebol brasileiro.

16

Vivere01.p65 16 1/10/2008, 03:05


Memórias políticas da Mooca...
A agitação política sempre fez parte da história do bairro.

A
Mooca sempre foi palco de manifes prio bairro. Essa relação mais próxima fez com
tações políticas e ideológicas dentro que a popularidade do Partido crescesse.
da cidade de São Paulo. Desde os tem- Esse tipo de organização, após o Partido Co-
pos das greves operárias no início do século munista ter a sua ilegalidade decretada, des- Eduardo Polastri, quando
XX, passando pelos protestos e reuniões clan- pertou o interesse de outros partidos políti- Senador Italiano veio ser
patrono da Festa do Empresário
destinas de partidos de esquerda, até o po- cos. A Mooca nessa época era o bairro mais do Ano, quando a Mooca
pulismo utilizados por candidatos, vários epi- populoso da cidade e contava com um Colé- comemorou 450 anos
sódios marcaram a história deste bairro que gio Eleitoral de 30 mil eleitores, por isso era
já fora um dos mais efervescentes na política estratégico ir bem nesse colégio. Sendo as-
paulistana. sim, Adhemar de Barros e Jânio Quadros sou-
O bairro concentrou grande quantidade de beram aproveitar essa herança do PCB.
imigrantes oriundos da Europa, com pensa- Adhemar de Barros e seu partido, o PSP, criou
mentos e cultura diferenciadas da existente uma complexa máquina partidária no nosso
aqui. Eram italianos, espanhóis, portugueses bairro, para que se obtivesse conhecimento
e “hungareses” (como chamavam geralmen- amplo sobre os locais e problemas da Moo-
te os russos, lituanos, ucranianos, iugoslavos ca. Essa máquina procurava mobilizar os po-
e húngaros) que com a sua chegada, trouxe- tenciais eleitores em todas as atividades onde Marta Suplicy visitando a Mooca
pudesse exercer influência, e assim conhecer
ram novas idéias políticas para a cidade.
todos os descontentamentos da população.
Na Mooca, em 1947 o Partido Comunista Por sua vêz, Jânio Quadros construiu sua car-
Brasileiro contava com grande simpatia dos reira através da valorização de uma relação
moradores, tanto é que conseguiu eleger três mais próxima com os moradores, e consoli-
dos seus quinze vereadores, obtendo 34% dou suas bases políticas usando as Socieda-
dos votos válidos. A explicação disso está na des de Amigos de Bairros, associação des-
criação dos Comitês Democráticos e Popula- cendente direta dos Comitês dos tempos de
res no ano de 45. Esses comitês criados para PCB. Os dois políticos atuavam dentro de clu-
agregar simpatizantes ao PCB e atrair novos bes de futebol, associações culturais, etc. da Mário Covas, a primeira festa de
eleitores, acabou servindo também como bairro que veio quando prefeito
Mooca, mostrando que o sucesso dessa po- foi na Mooca, quando A. C.
referência para os moradores, onde viam uma lítica chamada populismo não se dava ape- Cimino era presidente da
alternativa para resolver problemas do pró- nas pelo carisma pessoal de cada candidato. Comissão de Festas

O governador José Maria Marim, Manoel Sala, Dep. José Camargo entre outros, criando a segunda Estação Ecológica do Estado

17

Vivere01.p65 17 30/9/2008, 00:12


Memorial do Imigrante:
preservação da história
De porta de entrada aos europeus e asiáticos à responsável
pela preservação do patrimônio cultural desses imigrantes que
ajudaram a construir São Paulo
Relógio do Memorial

A
maioria da população da Mooca e do tes por mês, sendo quase 60% compostos
resto da cidade possui alguma ascen por estudantes do Ensino Fundamental. Além
dência européia, vinda dos milhares de do público em geral, a instituição atende uni-
imigrantes que chegaram aqui. E como refe- versitários, acadêmicos, pesquisadores, edi-
rência para quem quer saber mais sobre a toras, produtoras e emissoras de televisão.
história da sua família, o Memorial do Imi-
grante oferece essa possibilidade de resgate Há trabalhos nas áreas de arquivo e pesqui-
histórico. sa, que mantêm documentos e livros de re-
gistros da época da Hospedaria. Também é
O Memorial do Imigrante foi inaugurado 6 constituído pelo Núcleo História do Transpor-
de abril de 1998, com a intenção de preser- te, que busca resgatar a história dos trans-
var, documentar e divulgar a história e me- portes, além da atividade museológica.
mória da imigração vinda para o Estado de
O Memorial ocupa a área em que já esteve
São Paulo, a partir de 1820. Essa instituição
instalada a Hospedaria dos Imigrantes, pon-
museológica é ligada ao Departamento de to de referência para todos os estrangeiros
Museus e Arquivos da Secretária de Estado que chegavam na cidade de São Paulo. To-
Corredor de acesso às da Cultura de São Paulo. dos ali passavam, e ficavam até 8 dias no
salas de exposição
O Memorial recebe cerca de 10 mil visitan- hospedaria, até arrumarem emprego.

Fachada do Memorial do Imigrante

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Vivere01.p65 18 30/9/2008, 00:13


Biblioteca Affonso Taunay
sos museus, dentre eles, o Museu do Ipiranga.

Núcleo Museológico da Mooca


O nosso bairro já de um primeiro passo para a total
valorização do seu passado e tradições, para que no
futuro possa haver um museu sobre as histórias da
Mooca. Trata-se do Núcleo Museológico, localizado
dentro da Biblioteca Affonso Taunay.
O Núcleo foi inaugurado no dia 18 de agosto de 1986,
durante as comemorações do 430º aniversário do
bairro, pela Secretaria Municipal de Cultura, com o
apoio de diversas entidades mooquenses, entre elas o
Jornal da Zona Leste. Tendo como bibliotecária chefe
Ana Maria Pantaleão.
O Núcleo Museológico possui um acervo fotográfico
do bairro, documentos originais, objetos, instrumen-
tos e ferramentas antigas, tudo para resgatar o nosso
Entrada principal da Biblioteca Affonso Taunay
passado e tradição. Está aberto para visitantes de se-
gunda a sábado, no horário de funcionamento da Bi-

A
biblioteca iniciou suas atividades no bairro no bliotéca.
dia 8 de abril de 1954, ainda sob o nome de
Biblioteca da Mooca, sendo rebatizado algum
tempo depois com o nome Affonso Taunay. Neste
inicio, ficava localizada entre as Ruas Taquari e Cata-
rina Braida, permanecendo neste local até janeiro de
1965. Em fevereiro do mesmo ano, a biblioteca foi
transferida para um prédio da Secretária Municipal
de Esportes, na Rua Taquari.
Fez parte por muito tempo do Departamento de
Bibliotecas Públicas da Secretaria Municipal de Cul-
tura, e atualmente pertence a Subprefeitura da
Mooca, mas ainda mantem vínculos com a Secreta-
ria de Cultura. Está instalada em uma área de mais
de 2000 m², dividida por salas específicas para cada
grupo de assuntos.
O patrono da biblioteca Affonso Taunay, formou-se
em Engenharia pela USP, mas se destacou na área de
Geografia e História, tendo sido Presidente do Institu-
to Histórico e Geográfico Brasileiro e diretor de diver-

19

Vivere01.p65 19 30/9/2008, 00:13


Teatro Arthur Azevedo
Abrem-se as cortinas para o espetáculo no bairro da Mooca
mas, desde a falta de estrutura no seu início
até a censura. No seu começo, o Arthur Aze-
vedo tinha sua estrutura ainda inacabada,
além dos problemas de acesso e da falta de
interesse da população pelo seu conteúdo
cultural. Para tentar mudar esse desinteres-
se, as organizações religiosas do bairro pas-
sam a formar companhias teatrais, transfor-
mando-o em um grande ponto de represen-
tação amador e independente.
Em 1976, o teatro foi fechado para reforma e
só foi ser re-inaugurado em 92, com uma peça
da Fernanda Montenegro. Também no início
dos anos 90, o Teatro foi tombado, para ser
sua preservação assegurada pelo Conselho
Municipal de Preservação Histórico e Artístico.
Na lateral havia um “parquinho” onde hoje
é estacionamento do teatro, porém, os brin-
quedos estavam todos enferrujados e estra-
Teatro Arthur Azevedo gados. Não havia a escada central que hoje

N
e o terreno ao lado a década de 40, São Paulo passava por existe como também não havia toda a grade
antes da reforma transformações e grande crescimen que hoje há. A idéia e o projeto foi de Anto-
to. Houve então uma política de pla- nio Carlos Cimino com autorização do então
nejamento urbano visando as áreas fora do prefeito Jânio Quadros e do secretário de
centro, que tinham a vantagem do baixo cultura do município Dr. Renato Ferrari, com
custo dos seus terrenos. Por isso foi pensado grande ajuda do administrador regional da
em investir para melhorar a infra-estrutura Mooca (hoje subprefeito) Antonio Martin.
dos locais mais afastados.
Pondo em prática esse plano,
foi iniciado um projeto para a
construção de prédios para
escolas. Mas o projeto avan-
çou e passou-se a projetar
construção de bibliotecas, te-
atros e parques. Essas obras
arquitetônicas eram inspira-
das no estilo moderno, com
conceitos do arquiteto Le Cor-
busier, que defendia espaços
amplos e versáteis.
Foi dentro desse projeto que
o Teatro Arthur Azevedo (ba-
tizado assim em homenagem
ao grande teatrólogo e jorna-
lista brasileiro) nasceu, sendo
inaugurado no dia 2 de agos-
to de 1952 com o espetáculo
“O Príncipe Medroso”.
O Teatro sofreu com proble- Teatro Arthur Azevedo nos dias de hoje
20

Vivere01.p65 20 30/9/2008, 00:13


Os cinemas da Mooca...
Lembranças de uma época que marcou a história do bairro

Q
uem passou a sua juventude no bair
ro da Mooca na primeira metade do
século XX, principalmente nas déca-
das de 20 a 40, não se esquece daqueles
tempos. As recordações das conquistas de
namoradas e dos grandes ídolos formados
na grande tela, criam um clima de nostalgia
sobre uma época que não existe mais.
Grande atração popular, os cinemas espa-
lhados pelo bairro eram procurados por mo-
ças e rapazes que encontravam ali sua prin-
cipal alternativa de diversão. A Mooca che-
gou a contar com mais de 10 cinemas nos
seus tempos áureos. A maioria deles se con-
centrava na Rua da Mooca, uma das princi-
pais vias do bairro.
O primeiro cinema da Mooca foi o Cine Mo-
derno, inaugurado em 1911 na altura do atual
número 2241 da Rua da Mooca, começando
assim a tradição da rua em abrigar as salas de
exibição no bairro. Foi fundado por um ex-fun- Cine Aliança - imagem do seu antigo prédio
cionário da Cia Antártica, Ângelo Falgetano e
seu irmão Luiz. Além do pioneirismo, possuía onar no final da década de 60.
outro diferencial: funcionava como cinema e Além desses, também havia no bairro o Cine
bar, sob o nome de Palácio Moderno, oferecia Aliança, pertencente a Antônio Giovani fica-
além das produções cinematográficas, bebidas va localizado na Rua Visconde de Inhomirim,
finas aos seus freqüentadores. no número 756. De propriedade de Antônio
O Cine Roma, pertencente a Henriqueta de Giovani, funcionou a partir do final da década
Carvalho Parisi, era mais um dos cinemas que de 40.
ficava na Avenida Alcântara Machado e fechou O Cine Patriarca que foi fun-
suas portas no início da década de 60. O Cine dado na década de 60, com
São João foi aberto em 1912, na Rua da Moo- localização na Rua do Orató-
ca, próximo ao número 2400 atual, mas logo rio, 830. O Cine Safira ficava
encerrou suas atividades, por ficar próximo ao localizado na Rua do Hipó-
Cine Moderno, não resistiu a forte concorrên- dromo, entre as Ruas João
cia. O Cine Ouro Verde fundado com o nome Caetano e Itajaí; O Cine Ber-
de Cine Icaraí e era sediado Rua da Mooca, tioga ficava na Rua Terezina,
2519.no final da sua existência, nos anos 60, no número 62 e foi inaugu-
mudou o nome para Ouro Verde. rado já na década de 60, no
Ainda na Rua da Mooca, no número 547 atu- final da época dos cinemas
al, havia o Cine Santo Antônio,. de proprie- do bairro.
dade da família Leonardi, e que foi inaugura- Porém como o passar do
do no começo da década de 30, tendo funci- tempo, a situação se alterou.
onado até o começo da década de 60. Havia Os Cinemas foram fechando
o Cine Internacional, também na Rua da Moo- suas portas, não resistindo a
ca no antigo número 380. Ficava aproxima- concorrência de outros atra- Abertura da Avenida Alcântara Machado
damente na esquina da rua Marina Crespi. tivos para as pessoas do bair- (Radial Leste), ao fundo o cine Roma.
O Cine Imperial foi o maior cinema que o bair- ro, como por exemplo a tele- Um grupo familiar festejava a grande
avenida que era aberta no bairro da Mooca
ro da Mooca já teve, com capacidade total visão. Fica a lembrança na
para 1820 espectadores. Foi fundado pelo Sr memória daqueles que vive-
José Vietri, no ano de 1948 e deixou de funci- ram aquele tempo.
21

Vivere01.p65 21 1/10/2008, 03:02


ACSP - DISTRITAL MOOCA

N
o final do século XIX, São Paulo já der suprí-la com algum investimento.
começava a dar indícios do grande Nesses mais de 100 anos de existência, a
crescimento econômico que viria. O entidade se caracterizou-se pela ampla defe-
Cel. Antônio Proost Rodovalho prevendo as sa da livre iniciativa e do empreendedorismo,
oportunidades que estavam por vir, fundou a além de sua demonstração de responsabili-
Associação Comercial de São Paulo em 7 de dade social, ajudando os necessitados em
dezembro de 1894. A Associação foi oficiali- diversos episódios, como na epidemia de gri-
zada pouco mais de um mês depois, em um pe espanhola, no pós Segunda Grande Guer-
encontro entre embaixadores e cônsules de ra Mundial e nas Revoluções de 1924 e 1932
países vizinhos, banqueiros, políticos, agricul-
aqui em São Paulo.
tores, comerciantes e investidores.
Para facilitar o atendimento e o relacionamen-
Rodovalho foi figura de destaque no final
to com os associados, a Associação Comer-
daquele século, como um dos grandes em-
preendedores paulistanos, e que por isso cial criou núcleos distritais. A Distrital Mooca
tinha muito interesse na prosperidade des- nasceu graças a insistência de dois comerci-
sa associação comercial, da qual se tornou antes, Abilio Borim e Otelo Panetta, que ale-
o primeiro presidente. Rodovalho investiu garam a necessidade do bairro possuir uma
durante a sua vida na cultura cafeeira, na distrital que crescia cada vez mais. E no dia 8
exportação, produção de cal e cimento, de novembro de 1953, Pedro Boggio tomou
entre muitos outros, sempre enxergando posse como primeiro superintendente da Dis-
aonde havia alguma necessidade para po- trital da Mooca.

SOCIEDADE AMIGOS DA MOOCA

A
Sociedade Amigos da Mooca nasceu como sucessora da União
dos Moradores da Mooca e Alto da Mooca. A UMMAM manteve
suas atividades até 1964, tendo como último presidente o Se-
nhor Gabriel Nicoletti, e depois ficou paralisada até 1968, quando enfim
foi fundada a SAM. O Professor Alberto Mesquita de Camargo foi um
dos grandes entusiastas, e com o seu esforço ajudou no renascimen-
to da UMMAM, agora sob o nome de Sociedade Amigos da Mooca,
no dia 07 de novembro de 1968. O seu estatuto foi aprovado e publi-
cado já no ano seguinte, no Diário Oficial do Estado de São Paulo e diz
entre outras coisas, que a SAM tem por finalidade promover a solução
dos problemas dos bairros, desenvolver atividades necessárias com os
seus habitantes, manter o intercambio entre as entidades da região,
etc. Seu atual Presidente é Isidoro Del Vecchio.

CLUBE DE LOJISTAS DA MOOCA

A
té 1971, a Associação Comercial de São Paulo Distrital Moo
ca era responsável pela ornamentação das ruas comerciais do
bairro, em datas e festejos especiais. Mas já no início de 1972,
um grupo de comerciantes assumiu essa função e daí surgiu a idéia
da criação do primeiro Clube de Lojistas da Mooca.
Na segunda reunião do grupo foi eleita a primeira diretoria, tendo
como Presidente, Domingos Licastro, sendo reeleito para o cargo dois
anos depois. Assim o Clube dos Lojistas da Mooca ganhou destaque
no Natal paulistano, levando o bairro ao segundo posto.
22

Vivere01.p65 22 1/10/2008, 03:05


Vivere01.p65 23 1/10/2008, 03:04
Vivere01.p65 24 30/9/2008, 00:14
Vivere01.p65 25 1/10/2008, 03:02
Festa de San Gennaro,
tradição italiana
A
tradicional festa da Mooca já virou
parada obrigatória para quem gosta
da cultura italiana, e é claro, para
quem gosta de apreciar um bom prato de
massa.
Nas barracas, massas de todos os tipos e
para todos os gostos: macarronadas, nho-
ques, pizzas, fettuccinis, lazanhas, e muitos
outros tipos de massa, sempre regados, é
claro, a muito molho de tomate. A trilha não
poderia ser diferente, música tradicional ita-
liana. Soma-se ainda a isso, vinho em abun-
dância. E pronto! Está transformada a Festa
de San Gennaro em um pedacinho da Itália
na Mooca.
Desde a sua criação em 1973 pelo padre Es-
vigio buscando arrecadar fundos para man-
Grupo de voluntários preparando as saborosas massas
ter a igreja que vinha passando por proble-
mas sérios financeiros, sem verba para in-
vestir em melhorias. Foi então que o padre,
recebendo também sugestões dos fiéis, criou
a festa que leva o nome do santo.
A Festa quase sempre foi realizada próxima
ao dia 19 de setembro, dia de San Genna-
ro, o padroeiro do nosso bairro, e atualmen-
te é estendida por todo o mês. Realizada
nas ruas San Gennaro e Lins, recebendo
anualmente cerca de 100 mil pessoas entre
moradores da região e turistas vindos de São
Paulo e de outros estados.
A Festa de San Gennaro cresceu muito, e
hoje é um dos principais eventos gastronô-
micos da cidade, chegando a entrar no ro-
teiro turístico da Embratur.
Grupo de bailarinas prontas para dançar a tarantella

26

Vivere01.p65 26 30/9/2008, 04:01


São Vito
A
Associação Beneficente São Vito Mártir foi fundada por italianos e descendentes, em
1919. Ano que aconteceu a primeira festa, inaugurando uma nova e autêntica mani
festação cultural italiana em São Paulo. Desde então, a Associação realiza esta mani-
festação em homenagem a São Vito Mártir, o padroeiro da cidade de Polignano a Mare
(pronuncia-se Polinháno a Máre) na Puglia (pronuncia-se Púlhia).Foi desta região que veio a
maioria dos imigrantes que se instalaram e formaram o Brás em 1889.

Ravioli de San Vito, um dos pratos mais apreciados da festa

27

Vivere01.p65 27 30/9/2008, 04:01


Churros da Mooca
C
asa especializada em churros que fun
ciona há mais de 47 anos. Só abre aos
sábados, domingos e feriados. Atrai
um público jovem que está saindo da ba-
lada.
O horário de funcionamento da casa que ser-
ve somente churros é incomum. As portas
de ferro se levantam às 2:30 da manhã, e
somente aos finais de semana. O lugar é bem
simples e pequeno, e o cardápio também.
Existem quatro modalidades de churros, a
roda pequena, a média e a grande.
Quem comanda tudo é a família do senhor
Antônio Garcia, um descendente de espanhol
que prepara pessoalmente e de uma forma
totalmente artesanal.
No cardápio, o tradicional churro de roda es-
panhol e sem incrementações. Os clientes po-
dem no máximo polvilhar açúcar com canela
por cima da iguaria. E a receita faz sucesso,
filas de até uma hora são freqüentes.

CULINÁRIA LITUANA
Falšyvas Zuikis Obuoliu Pyragas
Bolo de Carne Torta de maçã
Ingredientes:
Ingredientes 1 copo de farinha de trigo
1 kg carne bovina moída 3 ovos
1 cebola grande ralada 1 copo de açúcar
2 dentes de alho socados Açúcar vanilla
1 ovo 3 a 4 maçãs sem casca
1 pãozinho amanhecido amolecido no leite
Falšyvas Zuikis sal a gosto Modo de fazer:
pimenta do reino moída a gosto Bater os ovos com o açúcar até dobrar ou triplicar
bacon em fatias o volume. Acrescentar um copo mal cheio de fa-
rinha e misturar. Despejar metade da massa em
Recheio forma untada com manteiga, sobre ela uma ca-
3 ovos cozidos duros ou mada de maçãs fatiadas, e cobrir com o restante
lingüiça defumada ou 1 1/2 xícara de presunto da massa. Polvilhar com o açúcar vanilla. Assar
picado fino e queijo tipo mussarela. por 30-40 minutos em temperatura aproximada
de 180° C.
Modo de Fazer
Trabalhe bem a carne misturando todos os tem-
peros. Molde um “filão” e dentro dele colocar o
recheio. Cubra com fatias de bacon e asse no for-
no por aproximadamente 40 minutos. Regar al-
gumas vezes com o próprio sumo da carne en-
quanto estiver assando.
Caso note que falta líquido, usar um pouco de
água quente. Servir com batatas cozidas, assa-
Obuoliu Pyragas
das, purê ou repolho roxo refogado. Poderá ser
servido quente ou à temperatura ambiente.

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Vivere01.p65 28 30/9/2008, 04:01


CULINÁRIA ESPANHOLA CULINÁRIA HÚNGARA
Paella com Legumes Borjúpörkölt, Csirkepörkölt,
Ingredientes Marhapörkölt
600g de bacalhau (Pörkölt de vitela, frango ou músculo)
1/2 xícara (chá) de azeite de oliva
12 camarões graúdos
Ingredientes:
2 dentes de alho 1 kg de carne (vitela, frango ou músculo), 300 g
600g de arroz cebola picada, 1 colher de sopa de páprica, 1/2 Paella com Legumes
2 tabletes de caldo de galinha pimentão vermelho, sal a gosto.
1 e 1/2 litro de água Refogar e dourar lentamente a cebola picadi-
3 tomates sem pele e sem sementes nha, juntando em seguida a páprica. Adicionar
1 pimentão vermelho sem sementes a carne cortada em cubos, deixar fritar de todos
1 pimentão verde sem sementes os lados. Juntar água quente aos poucos, na me-
12 raminhos de couve-flor dida do necessário, deixando pouco caldo. Co-
200g de fava locar o sal e o pimentão. Servir com “galuska”.
1 xícara (chá) de ervilhas frescas ou congeladas
1 colher (chá) de páprica
1 envelope de açafrão “Galuska” (acompanhamento)
1 vidro de fundos de alcachofra Ingredientes:
sal a gosto 400 g farinha de trigo, 4 ovos, sal a gosto e
Modo de Preparo água.
Deixar o bacalhau de molho na véspera, trocando a Colocar os ovos e o sal no centro da farinha
água várias vezes. Tirar a pele e as espinhas antes de
peneirada, adicionar água até formar uma mas-
usar. Esquentar o azeite numa frigideira grande e fri-
tar os camarões limpos e o alho picado. Reservar. Re-
sa consistente, mais para dura. Colocar numa
fogar no mesmo azeite o arroz e o bacalhau. Colocar vasilha e bater com colher de pau, até desgru-
Churros
o caldo de galinha, a água, os tomates e os pimen- dar da colher. Colocar sobre uma tábua e cortar
tões picados, a couve-flor, a fava, a ervilha, a páprica rapidamente em pedacinhos, jogando-os dire-
e o açafrão. Ferver durante 15 minutos em fogo alto. tamente em água salgada fervente. Mexer sem-
Espalhar os fundos de alcachofra e os camarões graú- pre para que não se juntem na água. Coar quan-
dos, sem mexer. Baixar o fogo ao mínimo e cozinhar do subirem à tona. Pode-se refogá-los em man-
mais 10 minutos. Retirar o sal se necessário. Desligar teiga derretida antes de servir.
o fogo e deixar descansar durante 5 minutos antes
de servir.
Vargabéles
Churros (Massa doce fina, com ricota)
Ingredientes:
Ingredientes 150 g macarrão cabelo-de-anjo, 1 pitada de sal,
4 ovos, 6 colheres de sopa de açúcar cristal, 1
2 xícaras (chá) de água, 1 pitada de sal, 1 colher
colher de sopa de açúcar com baunilha, 20 ml
(sopa) de manteiga, 2 xícaras (chá) de farinha de
de creme de leite, 1 kg ricota, 100 g uva passa,
trigo, 3 ovos, óleo para fritura, 2 colheres (sopa)
1 colher de sopa bem cheia de semolina, casca
de açúcar 1/2 colher (chá) de canela em pó
ralada de 1 limão grande ou de 1 laranja, 6 fo-
Modo de Preparo lhas de massa folhada pronta.
Levar ao fogo a água com o sal e a manteiga. Para assar: 3-4 colheres de sopa de óleo, 2 co-
Quando ferver, jogar a farinha de uma só vez, lheres de sopa de farinha de rosca.
mexendo vigorosamente com uma colher de pau Cozinhar o macarrão em água fervente com um Pörkölt de vitela
até obter uma massa lisa. Retirar do fogo e esfri- pouco de sal, escorrer e passar na água fria.
ar. Acrescentar um ovo de cada vez, misturando Bater por 1 minuto na batedeira as gemas com
bem. Colocar a massa num saco de confeitar com 4 colheres de açúcar e o açúcar de baunilha,
bico pitanga. Formar os churros espremendo a juntar o creme de leite, a ricota amassada com
massa diretamente sobre o óleo quente. Fritar dos garfo, as uvas passas e a semolina. Juntar a cas-
dois lados e colocar numa travessa. Polvilhar com ca de limão ralada e o macarrão bem escorrido.
o açúcar misturado à canela. Bater as claras em neve firme, no final juntar o
resto do açúcar. Misturar cuidadosamente à
massa anterior. Untar e polvilhar com farinha
de rosca uma assadeira ou pirex de 20x30 cm,
colocar 3 folhas de massa folhada, com um pou-
co de óleo e farinha de rosca entre as camadas.
Juntar a massa. Cobrir com as outras 3 folhas
Vargabéles
de massa folhada, untando e enfarinhando as
camadas.
Assar em forno entre 175º e 190ºC, por aproxi-
madamente 50 minutos. Deixar descansar 20 mi-
nutos antes de cortar, e polvilhar com açúcar
antes de servir.

29

Vivere01.p65 29 1/10/2008, 03:03


CULINÁRIA ITALIANA CULINÁRIA PORTUGUESA
Sardela Pastel de Santa Clara
Ingredientes: Ingredientes
4 pimentões vermelhos cortados em rodelas 9 gemas
3 dentes de alho socados 250g de farinha de trigo
10 colheres (sopa) de azeite puro 100g de manteiga
100 g de filés de alici (no óleo) escorridos e picados 1 pitada de sal
1 colher (sopa) de orégano 250g de açúcar
1 colher (sobremesa) rasa de pimenta calabresa seca 1/2 copo de água
Sal se necessário. 100g de amêndoas
Modo de preparar: glaçúcar para polvilhar
Aqueça o azeite, doure o alho e refogue os pimen-
tões por 15 minutos ou até que estejam “al dente”. Modo de Preparo
Deixe amornar e bata no liquidificador com os filés Levar ao fogo o açúcar e a água, deixando ferver
Sardela de alici, o orégano, a pimenta calabresa e o sal, se até formar uma calda espessa. Retirar do fogo, co-
houver necessidade. Depois de batido, leve ao fogo locar as amêndoas sem pele e moídas, as gemas
novamente, mexendo de vez em quando, até deixar batidas ligeiramente, mexendo vigorosamente para
no ponto de “granulado”. Servir somente no dia se- não talhar. Voltar ao fogo e, sem parar de mexer,
guinte acompanhado de torradinhas ou pão italiano. deixar engrossar até aparecer o fogo da panela.
Deixar esfriar. Sobre a mesa misturar a farinha, a
manteiga e 3 colheres de água (se precisar, pôr um
Pastiera di Grano pouco mais de água). Amassar com a mão e esten-
Massa der a massa bem fina. Cortar rodelas de massa, re-
1 xícara (chá) açúcar (160g) chear com o creme de ovos e fechar como pastel (se
1 e ½ xícara (chá) manteiga (300g) preferir, fazer pastéis redondos com tampa em for-
3 ovos (180g) minhas de empada untadas). Para fechar a massa, é
5 xícaras (chá) farinha de trigo (550g) bom umedecer a borda com um pouco de água.
manteiga para untar Levar a assar em forno médio por cerca de 20 minu-
tos. Retirar do forno e polvilhar com glaçúcar.
Pastiera di Grano açúcar de confeiteiro para polvilhar
Misture todos os ingredientes sem trabalhar mui-
to a massa. Deixe descansar por 30 minutos, co- Bolinho de Bacalhau
berta. Forre o fundo e a lateral das formas (2 for- Ingredientes
mas de aro removível cada 2.500ml), untadas com 250g de bacalhau
manteiga. Coloque o recheio, faça tiras finas com 250g de batata
as aparas da massa e monte uma treliça na su- 1/2 cebola
perfície. Asse no forno pré-aquecido 180ºC, cer- 1 cálice de vinho do Porto
ca de 30 minutos. 3 ovos
salsinha picada, sal, pimenta e noz-moscada
Recheio óleo para fritar
250g de trigo em grão (deixado de molho em Modo de Preparo
água fria, de véspera) Deixar o bacalhau de molho na véspera, trocando a
½ litro de leite quente água várias vezes para tirar o sal. Aferventar e dei-
1 pitada de sal xar esfriar. Cozinhar as batatas com casca. Descas-
Pastel de Santa Clara
casca (só o verde) de limão car e passar no espremedor. Juntar o purê de bata-
1 colher (sopa) açúcar (20g) tas com o bacalhau, cebola e salasinha picadinha,
2 xícaras (chá) açúcar (320g) vinho do Porto, pimenta e noz-moscada. Retificar o
½ kg ricota fresca e amassada sal, se necessário. Adicionar os ovos batidos, fazer o
3 gemas (60g) bolinhos e fritar em óleo quente.
1 pitada de canela em pó
1 colher (chá) essência de baunilha
200g frutas cristalizadas picadas
200g passas sem sementes
3 claras em neve (cerca de 120g)
Passe o trigo por água fresca, leve ao
fogo com bastante água e deixe fer-
ver por 15 minutos. Escorra e leve ao
fogo com o leite, o sal, o limão e a
colher de açúcar. Tampe a panela e
deixe cozinhar lentamente até secar
Bolinho de Bacalhau o leite. Deixe esfriar e retire a casca
de limão. Separadamente, junte os
ingredientes restantes, menos as cla-
ras. Misture com o trigo reservado e
bata bem. Por fim, junte as claras.

30

Vivere01.p65 30 1/10/2008, 03:03


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Instituto Brasileiro de
Controle do Câncer - IBCC
C
om a missão de “levar a prevenção, de três milhões de mulheres, confirmando sua
diagnóstico precoce e tratamento do vocação para a saúde feminina, onde é refe-
câncer ao alcance de todos”, foi fun- rência para o tratamento dos cânceres de
dado em 1968 o IBCC (Instituto Brasileiro de mama e ginecológico, que representa quase
Controle do Câncer), que é formado pelos 60% do total de atendimentos.
Hospital e Centro de Estudos Prof. Dr. João O IBCC atende pacientes do Sistema Único de
Sampaio Góes Jr. Os professores que dão Saúde (SUS) e de Convênios, e se caracteriza
nome ao Hospital e ao Centro trouxeram o pelo atendimento humanizado aos seus paci-
primeiro mamógrafo que funcionou no país, entes, oferecendo conforto em todas as eta-
que hoje está exposto no Museu do IBCC, pas do tratamento. Esses fatores transformam
assim como outros registros sobre o trata- o IBCC em referência nacional no tratamento
mento da doença no Brasil. do câncer.
Através do Hospital, o IBCC já atendeu mais (IBCC – Avenida Alcântara Machado, 2576)

Hospital São Cristóvão


A
história do Hospital passa pela Socie nização dos órgãos públicos no investimento
dade Beneficente de Chauffeurs, fun na saúde pública, a sociedade de beneficen-
dada em 1911, que prestava assistên- te resolveu arrecadar dinheiro, e depois de
cia médica aos seus associados. Com o cresci- ter uma campanha bem-sucedida, começou
mento da instituição, foi necessário fazer con- a construção do Hospital e Maternidade São
vênios com outros hospitais. Na década de 30 Cristovão. Finalmente, em 1965, no dia 12
foram instituídas novas leis trabalhistas defi- de dezembro o hospital foi inaugurado, e
niram os sindicatos como entidade de classes começou a sua história de prestação de ser-
e depois, os institutos de Aposentadoria como viço a comunidade mooquense. Hoje presi-
responsáveis pela aposentadoria e assistência dido pelo Dr. Renato do Amaral, tendo como
médica aos trabalhadores. Presidente do Conselho Deliberativo, Dr. Val-
Como a falta de recursos devido a desorga- dir Pereira Ventura.

Hospital SANTA VIRGINIA


H
ospital Santa Virgínia tem 92 anos de Um ano após a canonização de Virgínia Cen-
dedicação à vida - A história do Hos turione Bracelli, em 2004, a entidade foi re-
pital Santa Virgínia iniciou em 23 de batizada como Hospital Santa Virgínia, uma
julho de 1916 com o Hospital de Caridade homenagem das irmãs à fundadora da Con-
do Braz e a dedicação do Prof. Dr. Carlos gregação.
Brunetti. Em 1947, o hospital passou a ter Hoje, o HSV é uma instituição privada e sem
como entidade mantenedora a Congregação fins lucrativos que atua como hospital geral,
das Filhas de Nossa Senhora do Monte Cal- oferecendo atendimento em todas as especi-
vário, fundada por Virgínia Centurione Bra- alidades médicas. São 110 leitos, entre apar-
celli, e, em 1959, foi batizado como Hospital tamentos e enfermarias, incluindo 13 leitos
São José do Braz. para unidade de terapia intensiva adulto.

34

Vivere01.p65 34 30/9/2008, 04:02


Hospital Dom Pedro II
A
pós retornar da Europa, onde havia
sido voluntário na Primeira Grande
Guerra Mundial, Nelson Libero se fi-
xou na capital de São Paulo. Na década de
20, Libero fundou a GIP – Guarantia Indus-
trial Paulista – companhia de seguros que
cobria as necessidades de trabalhadores.

Diante desse quadro claro de jogo de influ-


ências, Libero decidiu construir um hospital,
para melhor atender os assegurados de sua
empresa e não passar por esse tipo de episó-
dio novamente. Pouco mais de um mês de-
pois, já havia terreno disponível e a planta
aprovada de acordo com as exigências do
município e assim em 1929 começou a cons-
trução da “Casa de Saúde Dom Pedro II”.
Foi aberto ao público em 29 de outubro de
1934, e no ano seguinte recebeu melhorias
na sua estrutura com Raio X, Sala de Cirur-
gia. O hospital possui uma área de 10 mil
metros quadrados, localizado na Avenida
Alcântara Machado.
O Hospital Dom Pedro II reabriu as suas por-
tas oficialmente no início de 2004, após pas-
sar por algumas reformas. Agora o Hospital
firmou algumas parcerias para poder aumen-
tar sua capacidade de atendimento, para
continuar servindo a população da Mooca.
Com o codinome de Hospital da Mooca.

35

Vivere01.p65 35 1/10/2008, 03:05


Palco da genialidade do Pelé
chapelou também Homero e Clóvis, o golei-
ro Mão-de-onça ainda tentou tirar a bola, e
se tornou o quarto chapelado da jogada. Pelé
só precisou completar o lance de cabeça e
marcar o gol que ficou célebre como o mais
bonito da sua carreira, dito por ele mesmo.
O Juventus, que perdeu por 4 a 2, vinha bem
no campeonato, por isso, o seu estádio esta-
va lotado, 10 mil pessoas viraram testemunhas
de um episódio importante da carreira do Pelé.
E mais, também foi responsável por uma co-
memoração que virou característica dele: o
soco no ar. Depois do jogador Pando do Ju-
ventus ter saído de campo devido a uma divi-
dida com Pelé. Após marcar o gol antológico,
Pelé reencontra

M
ais um jogo na Rua Javari válido pelo Pelé correu em direção a torcida juventina
o ex- jogador
Pando de (paletó Campeonato Paulista de 1959. Em xingando e socando o ar, como desabafo.
cinza) no dia de campo, o Juventus recebe o temido Nosso bairro foi palco do gol mais bonito e
sua homenagem,
juntamente com
Santos, de um certo camisa 10 que se torna- do nascimento da comemoração que virou
o Presidente do ria o maior jogador do século. Aos 36 minu- sua característica pelo resto da carreira. Pelé
C. A. Juventus tos da etapa final, Dorval recebe na ponta foi homenageado na Rua Javari por esse gol
Armando Raucci direita e cruza para o camisa 10 do time. Sem histórico, ganhando um busto de bronze e
perder em nenhum momento o controle da uma placa comemorativa. Presidente do C.
bola, ele deu um chapéu no zagueiro Juli- A. Juventus que fez a homenagem foi Ar-
nho que tentou dar combate. Em seguida, mando Raucci e sua Diretoria.

36

Vivere01.p65 36 1/10/2008, 03:21


O São Paulo Futebol Clube e
suas ligações mooquenses...
A
Mooca além de ser conhecida como
o bairro do Clube Atlético Juventus, o
Moleque Travesso, também esteve
presente na história de outro time de fute-
bol da cidade de São Paulo. Trata-se do time
que leva o mesmo nome da cidade, o São
Paulo Futebol Clube. O clube tricolor fez seu
primeiro treino d sua história no antigo cam-
po localizado na Rua da Mooca que perten-
cia a Companhia Antarctica. A disputa foi
contra o C.A. Paulista, que perdeu pelo pla-
car de 7x3.
Na Mooca, em maio de 1935, um grupo de
pessoas havia fundado o Estudante, time ins-
pirado no argentino Estudiantes de La Plata.
O time possuía bons jogadores e uma dire-
toria, mas não um campo para abrigar seus
jogos, por isso fundiu-se com o CA Paulista A equipe do São Paulo Athletic, que conquistou em 1911 o quarto e
último campeonato de sua gloriosa existência no futebol paulista. O
que usava o campo da Rua da Mooca, pas- primeiro clube organizado em São Paulo, foi o Athletic Club da
sando a se chamar Estudante Paulista. Mas colônia Inglesa, surgiu em 1988 para se dedicar ao esporte do cricket,
uma confusão envolvendo dinheiro, que ge- esporte este que era muito do agrado dos britânicos
rou brigas com os jogadores fez com que o
time fosse a falência. isso em 1938, O São Paulo Fu-
Já o São Paulo, foi fundado também em tebol Clube e o Estudante Pau-
1935, no dia 16 de dezembro, após algumas lista, da Mooca, se fundiram
fusões de outros. O time na época possuía para resolver os seus proble-
razoável torcida para um time recente, mas mas que enfrentavam. O nome
o seu quadro associativo era pequeno. Por do São Paulo foi mantido.

São Paulo Futebol Clube, vice campeão paulista de 1956. De pé: Alfredo, De Sordi, Adhemar,
Riberto, Paulo e Mauro. Agachados: Maurinho, Baltazar, Gino, Dino e Canhoteiro

37

Vivere01.p65 37 30/9/2008, 00:17


Clube Atlético Juventus:
o time da Mooca
O conhecido “Juventus da Mooca” conta com a simpatia de
todos e é mais um dos símbolos do nosso bairro que
completou 452 anos de existência...

N
enhum time de futebol da cidade tem filho Adriano, torcedor da Fiorentina de Firenzi.
tanta identificação com o seu bairro Por isso decidiu-se batizar o time como CA
como o Juventus. O Corinthians tem Juventus, em homenagem ao time italiano, e
suas ligações com o Tatuapé, o São Paulo utilizando a cor lilás como a Fiorentina (o lilás
com o Morumbi, o Palmeiras com a Rua Tu- foi substituído pelo vinho após um tempo).
riassú, mas não são na intensidade que o Ju- Logo na sua primeira participação na Divisão
ventus possuí com a Mooca. É extremamen- Principal do Futebol, em 1930, o Juventus já
te comum as pessoas se referirem ao time mostrou a sua força: foi até o Parque São Jor-
como o “Juventus da ge enfrentar o forte Corinthians, e acabou
Mooca”. Por isso o clu- surpreendendo, venceu a partida por 2 a 1.
be é mais um dos orgu- Por este feito, o cronista esportivo Thomaz
lhos dos mooquenses, Mazzoni, do jornal A Gazeta, apelidou o time
que mesmo que torça mooquense de “Moleque Travesso”, apelido
para outro time de fute- esse, que o acompanha desde então.
bol, se sente um pouco
juventino também. O Juventus foi um dos clubes fundadores da
Federação Paulista de Futebol em 1947, ao
O Clube Atlético Juven- lado do Palmeiras, Corinthians, Santos, São
tus foi fundado em Paulo, Portuguesa, Ypiranga, Comercial, Ja-
1924, por funcionários baquara e Nacional.
do Cotonifício Rodolfo
Crespi com o nome de O clube já teve fases áureas no futebol pau-
Extra São Paulo. A equi- lista, sempre fazendo boas campanhas nos
pe ganhou destaque em campeonatos estaduais, como também já
pouco tempo e chamou passou por momentos ruins, nas divisões in-
a atenção de Adriano feriores, mas é certo que o time da Mooca
Baile de Carnaval
Crespi, que sugeriu a está inserido com relevância na história do
mudança do nome para Cotonifício Rodolfo futebol do Estado.
Crespi Futebol Clube, e em troca, ofereceu Seu melhor momento em termos de título,
espaço para construção foi a conquista da Taça de Prata do Campeo-
de um estádio e a inscri- nato Brasileiro de 1983, equivalente a Segun-
ção na APEA, que co- da Divisão de hoje. O Moleque Travesso de-
mandava o futebol pau- cidiu o título contra o CSA de Alagoas. Após
listano na época. perder o primeiro jogo, o Juventus venceu o
Com patrocínio da famí- segundo jogo, e o terceiro, disputados no
lia Crespi, foi inaugura- Parque São Jorge, conquistando assim o seu
do o estádio para o time primeiro título nacional.
na Rua Javry, 25 (atual
Rua Javari, 117). Os pa- O clube
tronos do novo clube No começo dos anos 50, o CA Juventus se li-
Celso, Brida, Osmar, Oscar, Carlos, Sergio Gomes, Luiz
que nascia eram Rodol- mitava a uma área de 13 mil metros quadra-
Antonio, Adinã, Sergio Pinheiro, Breda, Toninho, Elias fo Crespi, torcedor da Ju- dos, e nesse tempo o clube se dedicava apenas
Pássaro. Campeão do Paulistinha de 1971 ventus de Turim, e o seu ao futebol. Em 58, foi construído um salão ao
38

Vivere01.p65 38 30/9/2008, 04:02


lado do estádio, onde eram realizados eventos
culturais e esportivos periodicamente.
Já na década de 60, houve a grande trans-
formação no clube. Foi planejado um gran-
de projeto para a construção de uma nova
sede social no Parque da Mooca, em uma
área de 85 mil metros quadrados. Em pouco
tempo, milhares de títulos patrimoniais do
clube foram vendidos e começou a se execu-
tar o projeto, que também contou com a
compra do estádio junto a família Crespi.
Em pouco mais de 20 anos desse projeto, o

O novo Parque Aquático do C. A. Juventus

Juventus se tornou um dos maiores clubes


da América Latina. Atualmente o clube pos-
suí ginásios de basquete, vôlei, futsal, lutas
marciais, bocha; quadras de tênis, complexo
aquático; um gigantesco salão de festas e um
prédio de 5.500 metros quadrados de área
Roberto Ugolini, Américo Egidio Pereira entre construída, onde fica a sede sócio-adminis-
outros importantes Presidentes e Diretores do
C.A. Juventus trativa; além de toda a estrutura necessária
para melhor atender aos sócios do clube.

39

Vivere01.p65 39 1/10/2008, 03:05


Times amadores da Mooca
N
em só de fábricas e tecidos vivia a clubes de várzea, que os julgavam sem qua-
Mooca, um outro negócio encontrou lidades técnicas.
abrigo aqui, no começo da década de A verdade, porém, é que os classistas da
20: o futebol, que fez do bairro um celeiro
Mooca acabaram revelando inúmeros talen-
de craques e clubes. Era uma época em que
tos do futebol brasileiro, dentre eles pode-
a paixão vinha primeiro aos negócios do es-
mos citar o treinador Candinho, Écio Pasça,
porte. Foi daqui que veio o termo “futebol
de várzea”, pois os primeiros jogos eram dis- treinador em Santa Catarina, e Hidalgo, pen-
putados em áreas de várzea, como a Várzea tacampeão pelo Coritiba. O maior destaque
do Carmo e depois na Mooca, nos diversos fica por conta de Félix, goleiro da Seleção
campos que cercavam toda a cidade. Brasileira na conquista do tricampeonato
mundial, em 1970, ele começou a jogar fu-
Nessas várzeas, os campos eram riscados com
tebol no juvenil do Juventus.
Jesolino Dias Borges, a mesma cal das construções da cidade, ain-
Presidente da Mocidade da da pouco urbanizada e com extensas áreas De dois times independentes da Mooca tam-
Mooca ao lado do redator
N. M. de Almeida onde a cada enchente, os rios e ribeirões al- bém saíram grandes atletas que fizeram a ale-
teravam a forma de seus leitos e encharca- gria de milhares de torcedores nos clubes da
vam suas margens. Primeira Divisão, como era chamada a atual
Além dos clubes independentes, o futebol Divisão Especial. O time do Cairu revelou os
amador de São Paulo contava com agremia- jogadores Pinga I, Pinga II e Zinho ( Portugue-
ções que representavam empresas industri- sa de Desportos); Rodrigues (S.E. Palmeiras) e
ais e comerciais. Eram os times de fábrica ou Alfredo ( São Paulo F.C) e tantos outros.
classistas, assim chamados justamente por
Com o crescimento da cidade, as várzeas aca-
estarem vinculados a “classes” específicas
baram drenadas e aterradas, os rios poluí-
de trabalhadores.
dos, os ribeirões canalizados e os campos
ocupados por novas indústrias e prédios . Sem
às várzeas, o jogo de bola deixou as ruas e
ficou restrito aos grandes clubes, se profissi-
onalizou e virou um grande negócio.
O futebol ficou menos democrático, mas a
Mooca no entanto, tem o que se orgulhar,
pois com esses times e atletas do passado,
algumas histórias se perduram e o estádio
Conde Rodolfo Crespi, na Rua Javari sempre
ficará para a história do futebol, aonde o atle-
Equipe principal do
Máquinas Piratininga Com grande concentração de indústrias e ta do século, o Rei Pelé afirma Ter feito o gol
Futebol Clube, fábricas, a Mooca acabou se tornando tam- mais bonito de toda sua carreira.
ostentando as faixas de
campeão de 1956 pelo bém o bairro com o maior número
certame do SESI de times de fábrica em toda a cida-
de, nos quais pode –se citar: São
Paulo Alpargatas, Clark, Máquinas
Piratininga Futebol Clube, Electro-
lux, Esso Clube, Johnson Clube do
Brasil, Colchoaria Progresso, Terpa-
tex Futebol Clube, Duchen, Serra-
ria Amélia Futebol Clube, Antarcti-
ca e Cotonifício Rodolfo Crespi, atu-
al Juventus.
Normalmente, os times de fábrica
não eram bem vistos pelos demais

40

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Clube Atlético
Parque da Mooca
A Mooca viu nascer aquele que foi um dos maiores times da
várzea paulistana

A
Mooca viu nascer e crescer aquele para a história como a despedida do Pelé da
que foi provavelmente um dos maio seleção brasileira.
res clubes iniciados na várzea: o C.A. Além disso, o C.A. Parque da Mooca fez su-
Parque da Mooca. O time de futebol alcan- cesso devido ao Desafio ao Galo, transmiti-
çou resultados expressivos na várzea paulis- do pela TV Record. Todo domingo de ma-
tana, além do clube ter se consolidado, con- nhã, acontecia o torneio de várzea e quem
quistando um razoável patrimônio. ganhava permanecia jogando toda semana
O time foi montado em 26 de agosto de 1924, até ser derrotado. O Parque da Mooca atin-
por um grupo de amigos, que depois de uma giu a marca de 26 partidas invictas, conse-
reunião em um armazém, decidiram fundar guindo o status de maior vencedor da histó-
uma equipe de futebol. Passou os anos, e como ria do torneio.
todo clube passou por dificuldades, chegando O Clube também tentou se aventurar no fu-
a fechar suas portas por um tempo. tebol profissional, chegando a disputar a 3ª
Mas o grande momento do C.A. Parque da Divisão do Futebol Paulista. Além de ter sido
Mooca veio na década de 70. O time se no- convidado para amistoso na Argentina con-
tabilizou pela conquista de inúmeros títulos, tra o tradicional River Plate, comprovando o
entre eles o de Bi-Campeão Amador da Ca- destaque que o time teve. E para completar
pital e Campeão do Estado. Este último lhe ganhou a 1ª Copa São Paulo, jogando con-
deu o direito de receber as faixas de cam- tra times profissionais como Paulista, Bragan-
peão na preliminar do jogo entre Brasil e tino, Santista e outros. Entre seus principais
Áustria, em 1971 no Morumbi, que ficou Presidentes, estão: Sebastião Ubson Ribeiro,
José Ferreira do Nascimento (Zé Índio), Geo-
vá Francisco de Oliveira e Áureo Marcelino.

Áureo Marcelino, um dos Presidentes do C. A.


Parque da Mooca Fachada do C. A. Parque da Mooca

41

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Pepe Legal: a escuderia da Mooca
De uma reunião de amigos a uma equipe esportiva que marcou história
Legal, participou de doze gincanas, geralmen-
te pelas TV’s Record e Bandeirantes, saindo
vencedora em sete oportunidades, cumprin-
do as difíceis tarefas determinadas pela or-
ganização dos eventos.
Já em 1967, buscando valorizar ainda mais a
idéia do clube, foi realizado um baile em um
espaço cedido pelo Professor Agostinho, lo-
calizado no início da Paes de Barros, que ti-
nha uma Agência de automóveis. O baile foi
um grande sucesso. O segundo já teve que
ser no salão do Juventus, e animado pela
música do conjunto The Jordans. Os bailes
organizados pela Pepe Legal marcaram épo-
ca entre os jovens do bairro.
A Pepe Legal também se caracterizou pelas
campanhas beneficentes. Aproveitando a
força que conquistaram nesse tempo de exis-
Um grupo de diretores da Escuderia Pepe Legal, onde vemos o historiador tência, a usaram para ajudar o próximo em
Eugênio Luciano Junior e sua esposa Katia
diversas campanhas para ajudar pessoas de-
sabrigadas, de combate ao analfabetismo,

N
os anos 60, a juventude passava por etc. Se firmando como personagens interes-
uma transformação de comportamen santes da história da Mooca.
to, muitos aspectos da época estavam
mudando, e dentro desse processo sempre
existiam as referências para os jovens. Aqui Garotos da Mooca encontram
no bairro da Mooca não foi diferente, a Escu- os de Liverpool
deria Pepe Legal teve grande importância nes-
sa função, influenciando jovens do bairro. O conjunto The Jordans, depois do clássico
baile no Juventus organizado pela Pepe Le-
Na Avenida Paes de Barros, existia um bar- gal, foram para a Europa, fazer shows. Pas-
restaurante chamado Pepe Legal, que era saram por Roma, Milão, e por Paris, antes de
ponto de encontro de amigos, e certa vez, chegar a Londres. Na capital inglesa, foram a
em um desses freqüentes encontros, foi um restaurante italiano, devidamente vesti-
marcado um jogo de futebol entre a “jovem
dos com a camisas da escuderia mooquense.
guarda” e a “velha guarda” do grupo de
E chamaram a atenção por isso. Só não es-
amigos. O jogo foi realizado no dia 12 de
perava que a camiseta tivesse chamado aten-
junho de 1966, e daí nasceu a idéia de fun-
ção de Ringo Star e Paul McCartney, dos Be-
dar um clube.
atles! Depois de perceber rapidamente a cu-
Na época, a TV Record, assim como outras riosidade dos dois beatles, descobriram com
emissoras, organizavam gincanas entre gru- o gerente que eles costumavam almoçar ali
pos, cada qual representando um bairro da e que tinha um laboratório fotográfico pró-
cidade. Vendo isso, os amigos que haviam ximo do restaurante. E lá foram os integran-
formado um clube, resolveram que a Mooca tes visitar as estrelas da música mundial. Fo-
também devia ter um representante, e assim ram recebidos, conversaram, trocaram infor-
criaram a Escuderia Pepe Legal, homenage- mações sobre música, e até ensinaram a ba-
ando o bar onde nasceu a idéia e que virou tida da bossa-nova para Ringo. E depois fo-
sua sede. ram embora do prédio juntos, os garotos de
A nova escuderia participava das gincanas e Liverpool para um lado, e os garotos da Moo-
a cada vez mais sua fama aumentava. A Pepe ca para outro.

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Vivere01.p65 42 30/9/2008, 00:17


Universidades
N
ão há necessidade do Mooquense sair Judas, Universidade e
do bairro para poder cursar nível supe Centro de Pós-Graduação
rior. A mais nova presença no bairro, é Lato Sensu.
a da Anhembi-Morumbi que está localizada Para oferecer todos os seus
já no limite entre Mooca e Brás, em um pré- cursos, a São Judas inves-
dio histórico, onde ficava a fábrica da São Pau- tiu por anos na sua infra-
lo Alpargatas, e foi totalmente reformado para estrutura, visando melhor
sediar a faculdade, mas mantendo algumas Universidade São Judas Tadeu, a primeira
atender as necessidades Faculdade fundada na Zona Leste
características originais. dos seus alunos. Hoje a
Além dessa, o bairro conta com a tradicional área construída na Mooca
Universidade São Judas Tadeu, desde 1971. é de 75 mil metros quadra-
A Faculdade nasceu do Colégio São Judas, dos, compreendendo 5
fundado pelos professores Alberto Mesquita prédios de 10 andares, in-
de Camargo e Alzira Altenfelder Silva Mes- terligados por rampas de
quita. Os cursos de Administração e Ciênci- acesso.
as Contábeis formaram as primeiras turmas
da São Judas.
O reconhecimento como Universidade acon-
teceu em 1989, completando o ciclo do Com-
plexo Educacional São Judas, que contava
com Escolinha Dente-de-Leite, Colégio São Prédio da antiga Alpargatas, hoje
Universidade Anhembi Morumbi

Amor
também dá
em árvore

Plante uma
árvore na
porta ou no
quintal da sua
casa.
Campanha
Revista Vivere
Anúncie 43
(11)2605-2211

Vivere01.p65 43 1/10/2008, 03:19


Escolas do Bairro
A
Escola Técnica Estadual Camargo Ara estudantes, contando o ensino médio, suple-
nha é uma das escolas que mais se tivo e ensino técnico, (administração, conta-
destaca do Centro Paula Souza. A Ete- bilidade, informática, nutrição e dietética,
ca, como também é conhecido, é referência secretariado e gestão de seguros), além da
nos cursos ligados a área a comércio, saúde, promoção de intercâmbios, para complemen-
informática e gestão.A Ete Camargo Aranha tar a formação dos seus alunos.
teve suas primeiras aulas
no Brás, até ser transferi-
da para um novo prédio
em 1980. No ano seguin-
te, a Camargo Aranha foi
considerada uma das 12
mais eficientes da cidade,
e foi convidada a fazer par-
te do Centro Paula Souza
que havia sido criado. Já
no final da década de 80,
a biblioteca da escola foi
melhorada e começaram a
oferecer laboratórios de in-
Escola Oswaldo Cruz, uma das mais antigas do
Bairro da Mooca, localizada na Ria da Mooca,. Lá
formática.
estudaram expoentes da nossa população. Atualmente a Eteca conta
com pouco mais de 3 mil

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Vivere01.p65 46 1/10/2008, 03:04
Vivere01.p65 47 1/10/2008, 03:05
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Vivere01.p65 49 30/9/2008, 00:19
Alpargatas
F
undada em 1907, com o nome original de Fábri
ca Brasileira de Alpargatas e Calçados, pelo esco
cês Robert Fraser, oriundo da Argentina, em as-
sociação com uma indústria inglesa.
Iniciou suas produções no distrito da Capital Paulista
da Mooca, já em 1909 a empresa, com o nome de
São Paulo Alpargatas Company S.A. encontrava o
sucesso na venda de seus produtos graças à utiliza-
ção das sandálias e lonas na produção cafeeira.
A fábrica também entrou para a história por ter sido
uma das pioneiras ao contratar mulheres para o tra-
balho, quebrando a tradição machista que dominava
na época.
Superando inúmeras dificuldades ao longo dos cem
anos, a companhia tornou-se uma das maiores indús-
trias calçadistas do Brasil. Hoje a empresa é controla-
da pelo Grupo Camargo Corrêa.

Indústrias Clark
E
m 1822, após a proclamação da Independência
do Brasil, D.Pedro I na cerimônia de sua coroa
ção usava calçado da Clark. Essa história mostra
a força que a Calçados Clark já possuíam, e o quanto
ainda cresceriam, tendo parte da sua história vincula-
da ao bairro da Mooca.
Após começar com uma pequena loja na rua do Ou-
vidor no Rio de Janeiro, logo a companhia cresceu,
passou a fornecer calçados para a Corte e abriu lojas
em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul.
Em 1904, uma fábrica dos Calçados Clark foi instala-
da no bairro da Mooca, com mais de 200 máquinas,
que produziam cerca de 20 mil pares de sapatos por
mês, alcançando o posto, na época, de fábrica mais
moderna do país. Já em 1949, foi aberta uma nova
fábrica de calçados femininos na Rua da Mooca.
Com mais de 180
anos de história
os Calçados Cla-
rk já estão conso-
lidados como
uma marca tradi-
cional e de quali-
dade. E desde
1904, faz parte
de forma desta-
cada da história
do nosso bairro.

50

Vivere01.p65 50 1/10/2008, 03:06


Ventisilva
A
Ventisilva começou em 1957, quan Na década de 90 entrou no mercado da in-
do o paulistano Getulio Lino da Silva formática tendo uma linha de ventiladores
descendente de portugueses e italia- para informática, microventiladores, micro-
nos decidiu reiventar o ventilador que foi de- motores e motores especiais de polo som-
senvolvido no porão da sua casa. A empresa briado.
nasceu e cresceu na Mooca, Depois de três Ligia Mezher Silva e
Em 2007 a Ventisilva completou 50 anos Marli Martani da Silva
anos, a pequena empresa cresceu no mer-
cado de elétricos e começou a fabricar venti- como líder de mercado em seu setor, mos-
ladores de teto, chamado “super-silva”. trando que os desafios foram superados. As
atuais diretoras são Marli Martani da Silva,
Apoiando o empreendorismo de Getulio em
filha de Getulio e Ligia Mezher Silva, filha
64 ingressaram na sociedade seus irmãos
de Carlos, segundo elas, para manter o cres-
Carlos da Sliva e Luis da Silva Júnior que um
ano depois retira-se da sociedade. cimento, a Ventisilva deve continuar o pro-
cesso de profissionalização e manter a lo-
Nas décadas seguintes, a Ventisilva também gística que permite o contato direto com o
fabricava linha de equipamentos para bares, consumidor.
restaurantes, lanchonetes, espremedores de
laranja, forno elétrico ou a gás, porta guarda- A Ventisilva é uma empresa brasileira, com
napo de inox, estufas, vitrines, ventiladores e capital nacional, que ganhou mercado a par-
exaustores, equipamentos anti-poluição, ciclo- tir da relação de confiança e respeito com o
nes, filtros de manga, tubulações, coifas, etc. cliente.

Getulio Lino da Silva

Com o Rio Tamanduateí a poucos metros do imóvel da


Carlos da Silva em seu escritório Rua Ana Néri, 314, as enchentes eram frequentes

51

Vivere01.p65 51 1/10/2008, 03:06


Cia. Antarctica Paulista
bricas no Norte, para dar amplitude nacional
a nova empresa que surgia. Em 1929, foi cri-
ada uma filial em Recife, para a produção de
cerveja, e outra filial para a produção de re-
frigerantes, localizada em Salvador. Foi a par-
tir dessas novas fábricas que a Antártica ini-
ciou sua política de extensão por todo o ter-
ritório brasileiro.
Foi a partir dos anos 70, que houve o gran-
de avanço na execução dos projetos da An-
tarctica. A Matriz teve sua capacidade pro-
dutiva ampliada, com novas adegas. Seguiu-
se a isso, a abertura de indústrias e comple-
xos em diversas cidades espalhadas pelo país
como Manaus, Ribeirão Preto, Joinville, Pon-
ta Grossa, Curitiba, Belo Horizonte, Belém,
Goiânia, e várias outras localidades, duran-
te essa década.
Além das fábricas de cervejas e refrigeran-

A
Companhia Antarctica Paulista cuja
tes, a empresa também possuia fábricas de
Matriz ficava localizada no bairro da
gelo, gás carbônico, licores, sucos de frutas,
Mooca, mais exatamente à Avenida óleos comestíveis, vinhos, malte, tendo liga-
Presidente Wilson, número 274, atuava no ções sempre com a fábrica principal, locali-
ramo da fabricação e comercialização de zada aqui no nosso bairro.
bebidas, e extendida sua atuação por todo o
território nacional. Sua história data da Re- No final dos anos 90, a Antarctica se juntou
pública, quando seus estatutos originais fo- a cervejaria Brahma e formaram a multinaci-
ram aprovados pelo Decreto número 217, de onal AMBEV. A fábrica da av. Presidente Wil-
son foi desativada e o local hoje em dia fun-
2 de maio de 1891, do Presidente Marechal
ciona como ponto de distribuição para as
Deodoro da Fonseca.
outras fábricas. A AMBEV é a quinta maior
Nesse estatuto, já estava previsto a instala- cervejaria do mundo, tem atuação em 14
ção de fábricas em outras áreas do país, além paises, possuí mais de 1350 funcionários e é
da matriz mooquense. A intenção era ter fá- presidida por Luiz Fernando Edmond.

Cia. União dos Refinadores


E
m 1886, Domenico Puglisi resolve man tiveram sorte, uma crise na Argentina trou-
dar seus filhos Nicola e Giuseppe para xe muitos italianos ao Brasil que já esta-
o Brasil com a missão de abrir uma re- vam habituados ao vinho.
presentação comercial para vender o vinho Dessa época até 1910, com o progresso da
que o velho Domenico produzia.
empresa, resolveram diversificar suas ativi-
O começo foi difícil, dades.
pois tiveram que en-
frentar a concorrên- Havia uma concorrência feroz no mercado
cia dos donos do de açúcar entre as pequenas refinarias.
mercado de vinho A proposta de Nicola e Giuseppe no senti-
no Brasil: os portu- do de criar uma empresa mais forte, con-
gueses e franceses, gregando várias empresas pequenas foi
mas em 1888, os ir- aceita e no dia 4 de Outubro de 1910 fun-
mãos ao criarem a daram a Cia. União dos Refinadores.
companhia Puglisi
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Vivere01.p65 52 1/10/2008, 03:06


Cotonifício Crespi:
marco do crescimento do bairro
A importante indústria do bairro que já foi a maior da América Latina

H
á mais de cem anos, mais exata
mente no ano de 1897, o jovem
imigrante italiano Rodolfo Crespi,
fundou o Cotonifício Crespi (indústria têx-
til de algodão), em um prédio que ocupa-
va todo o quarteirão cercado pela rua dos
Trilhos, Taquari, Visconde de Laguna e Ja-
vari, onde hoje parte dele é utilizado pelo
Hipermercado Extra, que manteve algumas
características originais da construção.
Crespi chegou ao Brasil em 1890, e logo
mostrou o seu talento para os negócios.
Já no seu primeiro emprego, se destacou
e virou sócio, depois de se casar com a
filha do dono da fábrica. Tempos depois
fundou o Cotonifício e iniciou a construir
o seu patrimônio, com mais indústrias, ho-
tel, e fazendas na região de Araras.
O Cotonifício cresceu rapidamente, che-
gando a ser a maior indústria da América
Latina por algum tempo. Era a primeira
alternativa de emprego para os imigran-
tes que chegavam a região. A fábrica fun-
cionava praticamente 24 horas por dia,
com fiação, tecelagem, tinturaria e ma-
lharia, e chegou a fornecer uniformes até
para as tropas do fascista italiano Musso-
lini, durante a Segunda Guerra Mundial.
A fábrica até a crise na década de 50, que
culminou com o seu fechamento em
1963, enfrentou problemas. A primeira
greve operária do país se iniciou lá em
1917, marcando a história do Brasil no
século passado. Além disso, o prédio tam-
bém sofreu bombardeios durante a Revo-
lução de 1924, causando sérios estragos
e obrigando-o a fechar por um tempo. O
fato é que o Cotonifício Crespi teve parti-
cipação importante na história do bairro
durante a primeira metade do século XX.
53

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Vivere01.p65 55 30/9/2008, 00:21
Paróquia São Rafael:
Barnabitas no bairro
E
m 1935, foi fundada durante a Páscoa, concluiria somente treze anos depois, em
a Paróquia São Rafael no nosso bairro, 1950. Algum tempo depois disso, também
pela Ordem dos Barnabitas. Eles já ha- foi erguido um Centro Social com 7 andares,
viam chegado ao país há 32 anos, traba- para abrigar todos os projetos sociais realiza-
lhando nos estado do Pará, Rio de Janeiro dos e organizados pela paróquia..
e Maranhão, e já tinham a antiga intenção Os Barnabitas (ordem fundada em 1530, em
de trabalharem em São Paulo, principal-
Milão) sempre tiveram preocupações sociais
mente pela considerável quantidade de imi-
muito fortes, realizando projetos, obras de
grantes italianos presentes na cidade.
assistência, creches, etc, sempre visando me-
Por isso quando convidados a fundarem uma lhorar a realidade dos moradores de menor
paróquia no bairro operário da Mooca, acei- renda que vivem na região do bairro Mooca.
taram o desafio de dar assistência clerical aos
mais de 50 mil moradores da região, além Rafael é um dos arcanjos mais venerados da
do que a população do bairro de uma ma- Igreja, ao lado de Miguel e Gabriel. Ele apa-
neira geral tinha fama de ser contrário a igre- rece no Velho Testamento como a ajuda a
jas e religiões. Tobias para se livrar do demônio, além do
seu nome significar “Aquele que cura”, daí
Em julho de 1937 teve início a construção ser considerado um dos anjos da cura. A sua
do templo em estilo gótico moderno que se festa é comemorada no dia 29 de setembro.

A história do Padroeiro da Mooca


A
proximadamente no ano 305, San Desde então, o culto ao Santo vem aumen-
Gennaro foi Bispo em Benevento, pró tando, principalmente em maio e setembro,
ximo a Nápoles, quando passou a ser com os fiéis indo até a Catedral de Duomo,
perseguido pelo imperador romano Diocle- onde está guardado o sangue de San Gen-
ciano. A história diz que foi decapitado após naro. A devoção se deve a liquificação do san-
ser preso em uma visita feita aos cristãos pre- gue do mártir cristão, que acontece três ve-
sos. Como era costume na época, foi reco- zes por ano: no sábado anterior ao primeiro
lhido um pouco do sangue de San Gennaro domingo de maio, no dia 19 de setembro e
em uma âmpola para ser posta diante do no dia 16 de dezembro. O fenômeno consis-
túmulo. te na passagem do sangue do estado sólido
para o estado líquido, e já foi comprovado
Já em 472, cristãos buscavam a ajuda de San por mais de 5 mil investigações. Os fiéis acre-
Gennaro, rezando diante do seu túmulo, ro- ditam que quando o sangue não se liqüefaz,
gando proteção aos estragos da erupção do é prenúncio de alguma tragédia.
vulcão Vesúvio. As lavas do vulcão pararam
na entrada cidade de Nápoles, e isso foi tido Há mais de 600 anos esses milagres inexpli-
como um milagre. E isso foi se repetindo, cris- cados, acompanhados de fé e superstição,
tãos napolitanos rezando pela cidade e San vem fazendo crescer a crença no padroeiro
Gennaro a protegendo. do bairro da Mooca

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RODOLFO CRESPI
R
odolfo Crespi (Busto Arsizio, 30 de mar dão até a produção de tecidos para confec-
ço de 1874 — São Paulo, 27 de janeiro ção de roupas.
de 1939) foi um imigrante italiano ra- Foi dentro do cotonifício, entre empregados
dicado em São Paulo, onde construiu um dos e patrões, que nasceu o Clube Atlético Ju-
maiores grupos industriais do Brasil da pri- ventus, tradicional esquadra de futebol pau-
meira metade do século XX. listano.
Conde Rodolfo Crespi Incentivado pelo conterrâneo Enrico Crespi foi também fundador da Banca Italia-
Dell’Acqua, emigrou em 1893 e estabeleceu- na di San Paolo, que depois viria a se tornar a
se como industrial do setor têxtil no bairro Banca Francese e Italiana per l’America del
da Mooca, tradicional reduto da colônia ita- Sud, antecessora do Banco Sudameris, não
liana na capital paulista. Em 1898 sua indús- mais sob controle da família.
tria, mais tarde denominada Cotonifício Ro- No campo da comunicação, criou o jornal “Il
dolfo Crespi, já estava instalada num enor- Piccolo” redigido em língua italiana e lido por
me prédio de três andares na esquina da rua milhares de imigrantes italianos na primeira
dos Trilhos com a rua Taquari (com fundos metade do século XX. Na época a linha edi-
para a rua Visconde de Laguna), onde hoje torial do periódico era simpática ao regime
está instalado uma unidade dos Hipermer- fascista de Benito Mussolini.
cados Extra. O Cotonifício Crespi esteve em funcionamen-
Crespi fundou assim o primeiro estabeleci- to até 1963. As duas principais honrarias re-
mento brasileiro de fiação industrial de al- cebidas por Rodolfo Crespi foram o título de
godão a grande escala. No cotonifício os cavaliere del lavoro em 1907 e conde em
empregados executavam a limpeza do algo- 1928, ambas do governo italiano.

ZÉ INDIO
Z
é índio foi Presidente da Diretoria do Clu
be Atlético Parque da Mooca entre 1996
e 1997, além de ter sido Diretor Social
do Clube Atlético Juventus, São Paulo/SP,
1962-1965. Também participou de seminá-
rios importantes, como a XIX Semana Jurídi-
ca, UBC, em Mogi das Cruzes no ano de 1984
e Seminário de Propaganda e Criação Publi-
citária, realizado pelo Rotary Clube de São
Paulo em 1977.
Entre outras, recebeu as condecorações:
Medalha do Mérito por Relevantes Serviços
Prestados à Comunidade Paulistana, ALESP Na sua carreira política, um dos momentos
(1992), Honra ao Mérito, CRECI (1992), Só- importantes foi quando esteve em missão ofi-
cio Honorário, Sindicato dos Corretores de cial, como representante da Câmara Munici-
Imóveis (1993), Vereador Constituinte de pal de São Paulo em visita à Câmara Munici-
Serra Negra-SP (1993) Honra ao Mérito, Pa- pal de Toronto, Canadá, 1991. Foi um políti-
trono da Turma Helda Bulotta Barraco, Fac. co muito influente principalmente como ve-
de Comunicação Social Cásper Líbero (1995) reador e depois como deputado federal, re-
e Medalha Comemorativa do Centenário do presentou o bairro da Mooca onde sempre
3º Grupamento de Incêndio da Polícia Mili- brigou pelo bairro, hoje tem um escritório de
tar (1998). advocacia.
57

Vivere01.p65 57 30/9/2008, 04:11


CNPJ: 09.901.791/0001-03

58

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59

Vivere01.p65 59 30/9/2008, 04:11


Miriam Batucada
A
sambista Miriam Ba nico no Brasilux.
tucada, também era Em toda sua carreira, só gravou 5 compactos
uma filha mooquen- e dois LPs sendo um deles, intitulado “Socie-
se. Miriam era neta de itali-
dade da Grã Ordem Cavernista” em parceria
anos, tanto por parte de
com Raul Seixas, Edy Star e Sérgio Miriam
mãe, quanto por parte de
tinha muita ligação com o bairro. Ela apeli-
pai. Miriam nasceu e morou
na mesma casa até os seus dou a Rua João Antônio de Oliveira de ONU,
20 anos, na Rua João Antô- porque desde criança conviveu com descen-
nio de Oliveira, de frente dentes de nacionalidades diferentes: Italianos
para a Cia. União. Miriam / espanhóis / japoneses / hungareses / portu-
estudou no jardim de infân- gueses / judeus e turcos).
cia na Escola Santa Terezi- Miriam Batucada faleceu no dia 2 de julho
nha, da Dona Rosa, na Rua de 1994. Foi homenageada pelo bairro, dan-
Javari, o grupo escolar no do o nome a uma travessa da Rua Bixira –
Oswaldo Cruz e o curso téc- Travessa Miriam Batucada.

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Vivere01.p65 60 1/10/2008, 03:06


MOLEQUE ATREVIDO
“Um exemplo a ser seguido”
Quem foi que falou
A
letra em questão cuja composição
Que eu não sou um moleque é de Jorge Aragão, Flávio Cardoso e
Paulinho Rezende que por sinal fo-
atrevido
ram muito felizes, é perfeitamente aplicá-
Ganhei minha fama de bamba vel para todos os segmentos da sociedade
No samba de roda e atividades profissionais.
Fico feliz em saber “Quem está che-
O que fiz pela música, faça o favor gando agora” na
Mooca e região,
Respeite quem pode chegar tem que ter respei-
Onde a gente chegou to por todos, tem
Também somos linha de frente gente que só quer
apagar a velinha,
de toda essa história bater palmas, se
Nós somos do tempo do samba servir , comer o
Sem grana, sem glória prato pronto que
os mais velhos pre-
Não se discute talento pararam. Estes lu-
Mas seu argumento, taram, suaram, de-
me faça o favor dicaram anos de
Respeite quem pode chegar suas vidas amas-
sando muito barro,
onde a gente chegou brigando com todos os poderes constituí-
E a gente chegou muito bem dos para termos um Bairro melhor e muita
Sem a desmerecer a ninguém gente aqui na Mooca e região fez isto, ver-
dadeiros abnegados. Pelo nosso lado, o Jor-
Enfrentando no peito um certo nal da Zona Leste, luta há mais de 36 anos,
preconceito que não é um dia, nem um ano, são mais
e muito desdém de 13mil dias de dedicação, sábados, do-
Hoje em dia é fácil dizer mingos e feriados, dias e noites, trabalhan-
do com afinco, nunca ficamos na clandes-
Essa música é nossa raiz tinidade e sempre com profissionalismo as-
Tá chovendo de gente sumimos nossas opiniões e honramos nos-
que fala de samba e não sos compromissos, sempre tivemos posi-
sabe o que diz ções e posturas sérias, arrojadas e compe-
tentes, tanto que a credibilidade é a nossa
por isso vê lá onde pisa marca, ajudamos sim a fazer a Mooca e re-
Respeite a camisa que a gente suou gião cada vez mais bonita, com toda infra-
Respeite quem pode chegar onde a estrutura, melhor de se morar e conviver,
gente chegou pensando em futuro por uma Cidade cada
vez mais afinada com seu povo, portanto
E quando pisar no terreiro como já é de nosso perfil, estaremos sem-
Procure primeiro saber quem eu sou pre receptivos as pessoas que vêm ao Bair-
Respeite quem pode chegar onde a ro bem intencionadas. Aos novos morado-
gente chegou res desejamos boas vindas e que também
sejam motivados por este ideal de servir e
participem desta missão para que possa-
Autoria: (Jorge Aragão/Flávio Cardoso/ mos continuar a ter um Bairro cada vez mais
Paulinho Rezende) unido e familiar.
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Felicio de Souza do Foto America e o Dep. Campos Machado Inauguração do Museu do Automóvel, com toda a diretoria

Dona Lila Covas e o Padre Rosalvino recebendo o título


Conservatório Santa Cecília, foi um marco musical da Mooca
de Empresário do Ano

Renê, Mário Narduzo, Madalena Brasco Monaco, Glaucia Dr. Persio Molina, advogado e grande tribuno dando
Carbone, Armando Sanches e A.C.Cimino assistidos por entrevista ao jornalista Roberto Braga
membros da Comissão de Festa e personalidades da Mooca

Tonico
quando
recebeu o
título de
Empresário
do Ano -
Promoção
do Jornal
da Zona
Casal Lilia e Armando Raucci Presidente do C.A.Juventus Leste

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