ANTROPOLOGI
ANTROPOLOGI
ANTROPOLOGI
Introdução....................................................................................................................................3
Etnia Chuabo-Zambezia da Zona Centro de Moçambique...........................................................4
Conceitos de Cultura....................................................................................................................4
Característica da cultura...............................................................................................................5
Proibições rituais........................................................................................................................16
Preparação do inteiro..................................................................................................................18
Conclusão...................................................................................................................................21
Referência Bibliográfica............................................................................................................22
Introdução
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O nome Chuabo é de origem Loló e designa o povo do litoral zambeziano entre Pebane
e a foz do grande rio. O fundo populacional da região é de estrato lomwé e a mitologia
local considera os Chuabos oriundo do monte limeme em Tacuane, (Keesing, 1972).
A maioria dos autores que escreveram sobre este povo, dizem nos originários dos
Maráveis, por conseguintes aos Nyanjas e aos Chewas de Tete e de Niassa. Mas, mais
correcta parece ser a tese que considera os Chuabos uma etnia mais recente resultante da
miscigenação dos povos que percorreram o vale de Zambeze devido as guerras e ao
comércio.
Conceitos de Cultura
Edward Brunet Tylor (1871) foi o primeiro a formular o conceito de cultura. Para ele a
“cultura é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral,
a lei, os costumes e todos outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como
membro da sociedade.
Característica da cultura
O homem vive entre dois espaços, dois mundos que se completam: o mundo do
referente, isto é, o espaço exterior; e o mundo simbólico ou espaço imaginário.
Para este povo é diversa característica marcante em cada região começando no sul da
província da Zambézia.
A imposição de rabo anda ligada a crença de que se mantiver em equilíbrio o rapaz há-
de ter filhos, se ao contrário o rabo cair ao chão é o indício de que o circuncindado não
terá filhos, por simples esterilidade ou fítico.
Mas para nascente, em Ribaué por volta dos anos 50 o circuncidador procedia ao corte
com um objecto de ferro, afiando numa das extremidades chamado nejembo. puxava a
pele que cobria a grande e extraia dela um anel da extremidade. O mestre da circuncisão
estava mascarado para não ser reconhecido pelos rapazes, essa mascara que usava
chama-se otambo apos cada corte, o circuncidador aplicava na ferida um remedio
chamado mutupulo obtido da casca de árvore Manágua, um outro, designado pelo termo
wachila-wacueque, o significado e wachila (moer) designa a operação feita pelas
mulheres quando estão a moer a mapira nas pedras que usavam para o efeito.
Nas regiões orientais, mais próxima daorais o tambor (ekalawe) obedecido as instruções
do operador, retena a acção dos ajudantes e do padrinho do iniciando, há sons para que a
fila se desloque lentamente, sons para marcha, sons para correr, para tomar a casa, para
lamber o mel, finalmente para o corte de prepúcio.
Para evitar que os outros rapazes dançam os gritos, os tambores soam internamente, e,
por cima das árvores estão empoleirados alguns homens que imitam os zumbidos das
abelhas.
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Vimos já que algumas a partida para o mato se faz ante s da dança da “mwanamá” a que
estes se executam durante a noite nas proximidades do recinto da iniciação. Quando
assim é os presentes que foram participar nela retiram para as aldeias, as mulheres
principalmente não mais poderão voltar aquele local antes de terminadas de as
cerimónias. Esta dispersão faz-se de um modo violente e deixam de tocar. Então os
dançarinos desfazem a roda, rompem e desenfreada algazarra, correm por entre os
bambus e vergastadas, e avançam um contra os outros acostando-se mutuamente e
clamando oravo!... oravo!... (isto é abelhas!.. Abelhas!). Aturdidas por aquela guerra
feroz, as mulheres presente debandam em fuga desordenada para suas casas pois que de
contrário seriam perseguidas pelos homens. É de realçar que os iniciandos não
participam na dança e que se mantem silenciosos no outro barracão
Este povo surge a partir da divisão de uma árvore chamada macua, devido a existência
de varias zonas com o povo Macua, houve sempre a necessidade de se deslocar este
povo para vários cantos do país, e cada local onde se instalava o povo Macua era
chamado por outro nome, portanto este povo é vasto podemos encontrar nos distritos de
Mecanhelas (Niassa), Malema, Ribaué, Murupula, Moma (Nampula); Ile, Gilé, Alto-
Molocué, Gurué e Pebane (Zambézia).
Este grupo é conhecido também por Lomué; que tradicionalmente ELOMUÉ, dentro
dos Lomué existem vários subgrupos como: Amalessane, Amole; Amulima, Amaloa,
Ahabo, só para citar.
Autoridade
O NLOKO (Linhagem)
O NIHIMO (Tribo)
O MWENE
Símbolos de autoridades
Formas de poder
É representativo, no caso em que o rei é empossado pelo antigo rei, ou seja quando for
uma sucessão do tio (antigo MWENE), para o sobrinho (novo MWENE).
É simbólico, no caso em que não existe uma sucessão, acontece quando o antigo
MWENE por motivos de força maior deixa o poder e nesse caso quando o MWENE não
tiver um sobrinho materno, mais velho capaz de dirigir o povoado.
De acordo com BERNARDI, O matrimónio é uma relação sexual entre dois indivíduos
de sexo diferente socialmente sancionada com vista à procriação e à inculturação dos
filhos; RADCLIFFE-BROWN define matrimónio como uma ordenação social por meio
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Concepção de família
Os Ritos
Ritos são experiências vividas para garantir a maturidade das crianças, os ritos podem
ser quentes ou frios.
Quentes são aqueles que se repetem muitas vezes durante a vida e frios são aqueles que
não se repetem ou seja acontece apenas uma vez.
O nascimento (oyariwa)
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O rito de agregação
Há uma série de proibições rituais que os pais do recém-nascido têm de observar, desde
a data de nascimento até ao dia dos ritos do fogo apagado. Este período de tempo vai
normalmente de um ano e meio a dois.
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O pai não pode entrar dentro da casa para ver a criança antes de se realizar a cerimónia
de fogo apagado;
A mãe não deve acender fogo, cozinhar para o marido e preparar-lhe água para o banho
antes do fogo apagado;
Durante este período de tempo, todas anciãs devem abster-se de relação sexual;
As pessoas solteiras não podem pegar na criança até ao referido dia cicatrização do
umbigo.
O desmame
Durante este rito, o chefe da aldeia faz uma exortação aos pais da criança sobre o bom
comportamento. A mãe oferece uma galinha como agradecimento. A partir deste
momento, os pais da criança podem começar as relações conjugais íntimas e todas as
actividades familiares e sócias.
Iniciação masculina
Pela iniciação, o indivíduo passa da infância a idade adulta, participando nos ritos de
iniciação, o jovem adquiri a maioridade e toma consciência da própria identidade e do
lugar que lhe compete na comunidade, pode tomar parte do pleno direito em todas
actividades da sociedade (casar-se, participar nos sacrifícios tradicionais, sentar no meio
dos adultos, falar publicamente nas reuniões dos adultos).
Os ritos de iniciação são, em primeiro lugar, ritos de separação, o jovem abandona a sua
infância anterior, em segundo lugar são ritos liminares pelos quais o indivíduo vive uma
particular transformação da sua personalidade em clima de separação física e social; e,
em terceiro lugar o rito de incorporação na situação normal da sociedade.
Na manha do dia indicado para o inicio dos ritos, na casa de cada um dos iniciados
realiza-se o rito preliminar do cabelo (OTXEMIWA). Faz se sacrifício tradicional pelos
representantes da família (ATATA) e o chefe da linhagem.
Refeições comunitárias
É uma constituição da festa, prepara-se papa de farinha de milho (EXIMA) sem açúcar
e sem sal, mais outra refeição com carne de galinha, de cabrito, de Javali ou antílope.
O fogo novo
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Cada família reúne-se três dias para passar os dias de festa de iniciação.
A circuncisão
No dia seguinte, a refefeição ritual do EPLIKO, o MWENE, com uma vara nas mãos
(MUKOSI) bate no recepiente contendo remédios, que se encontra no centro de
acampamento, cada LUKHO acompanhado pelo seu sobrinho aproxima-se do local. Ao
chegar ao local, indicado pelo chefe, o padrinho coloca-se com o afilhado junto do
director da iniciação e os restantes ajuntantes, com o movimento rápido, coloca-se ao
chão o rapaz. Nesta posição, o circunsizante corta uma parte do percúcio. As gotas de
sangue são recolhidas imediadamente e posto num lugar apropriado para
posteriorimente prepara-se uma comida ritual.
Os jovens que não participam nos ritos de iniciação devem observar as seguintes
proibições durante tempo de iniciação:
Não pode tomar banho nem lavar-se, com excepção banhos rituais;
Não usar roupa que usam normalmente, de facto vestem-se de farrapos e andam
quase nus;
Tem de se abster de alimentos preparados por mulheres;
Não podem comer alimentos, que pela sua cor, tamanho ou forma possa assumir
um valor simbólico;
O nome indica ao mesmo tempo um estado ´´ dimensão essencial ´´e uma missão
(dimensão funcional), e pode relacionar com a anterior vida do jovem, com algum
acontecimento familiar ou com algum pressentimento.
Proibições rituais
As proibições gerais (MWIKHO), nesta fase dos ritos de iniciação são as seguintes
proibições:
Iniciação feminina
Até a realização dos ritos, rapariga macua-lomwe fica ligada estreitamente a mãe, num
ambiente de total confiança e liberdade, sem discriminação sexual e à margem de vida
social
Ritos preliminares
A iniciação da rapariga inicia desde pequena ate progrida para participar nos ritos
propriamente ditos da iniciação não é necessariamente obrigatório que ainda não
tiveram a primeira a primeira menstruação. Por vezes juntam-se raparigas que ainda não
tiveram a primeira menstruação com outras já menstruadas, neste caso, durante a
instrução (IKANO), são divididas em dois grupos.
Como se pode comportar perante a sociedade (durante a menstruação não pode falar
com os homens, deve respeitar os adultos e, de modo particular as instrutoras,
comporta-se com o público.
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A forma de vestir durante esse tempo, a rapariga não pode usar roupa de todos os dias,
muitos menos a roupa do dia de festa, também não se pode embelezar;
Trabalhos caseiros: preparação de comida, limpeza de casa, evitar fazer refeições para
os homens, na altura de menstruação.
Período de entrada
O ritual usado é normalmente, o que se usa para entrada para os rapazes na iniciaçaão.
Instrução (OLAKA)
A instrução, que começa com a primeira fase de iniciação é que continuará ápos a
conclusão dos ritos, principalmente a no período de gravidez e na celebração de
casamento, agora, nesta segunda fase é mais intensiva, adquire uma totalidade mais
formal e abrangente a educação em todos os aspectos da vida. Esta educação, para além
de preparar as jovens para assumirem a sua responsabilidade na sociedade, promove
nelas legalidades às instruções comunitárias. As mestres, no seu discurso educativo
usam linguagem simbólica, acompanhada de gestos, enigmas, cânticos formas literárias
que ajudam as jovens a fixar os ensinamentos recebidos.
se deve comportar na vida conjugal, neste campo, devem ter cuidado em abster-se de
relações sexuais durante a menstruação porque é proibido por tradição.
Para evitar o marido de que estão menstruadas, deixam na cama uma porcelana de
sementes vermelhas, quando acabam a menstruação, deixa na cama uma porcelana de
sementes brancas. Desta forma, o marido sabe como se deve portar para não transgredir
as leis tradicionais.
Morte
Passados alguns momentos leva-se o cadáver para o banho duplo, com valor higiénico e
purificador. Normalmente isto é feito com água quente preparada no momento. As
mulheres encarregadas de o fazer são as familiares mais próximas do defunto e as
amigas da família.
Preparação do inteiro
O tio materno mais velho do falecido ou, na falta deste, o que segue por ordem de
importância na família assume a responsabilidade de organizar a cerimonia para a
realização dos ritos fúnebres, distribuindo os encargos entre os familiares e pessoas
mais chegadas: uns encarregam-se de tratar do cadáver com varias abluções e unções e
de o envolver num pano grande e numa esteira; outros preparam a cova, no lugar
indicado pela família; outro grupo prepara a cova, no lugar indicado pela família; outro
grupo prepara a comida para todos os que participara no funeral e a água para as
abluções.
O lugar da sepultura
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A sepultura do cadáver faz-se, normalmente, num lugar escolhido pelo tio materno mais
velho do defunto fora da aldeia, afastado dos caminhos, entre as árvores do bosque.
As tradições na Zambézia
A música em Zambézia por exemplo pode servir as varios propósitos que vão da
expressão religiosa às cerimónias tradicionais. Os instrumentos musicais são geralmente
feitos à mão. Alguns dos instrumentos utilizados na expressão musical zambeziana
incluem tambores feitos de madeira e pele de animal.
Junto com as músicas, também as danças tem muita vezes um carácter ritual, tornando-
se diferentes por cada tribo e de difícil compreensão e reprodução.
Pelo que se refere à escultura esta vem pela maioria produzida em Madeira. Famosa é a
tradição de algumas comunidades do interior da Zambézia que utilizam máscaras com
rostros de pessoas, usadas nas danças tradicionais. No entanto as esculturas de madeira
representam em muitos casos “árvores genealógicas”, refigurastes a histórias da
comunidade o de um grupo familiar.
Cobras
“Dança das cobras” – Uma das manifestações artísticas mais famosas da província da
Zambézia é a Enowa N’niketxe ou dança das cobras, que se caracteriza por um conjunto
de homens e mulheres que realizam movimentos em forma de dança com cobras no
pescoço e nas mãos. Os integrantes do grupo executam os seus movimentos de dança
com cobras enroladas nos pescoços e braços. Esta dança fascinante é um legado do
povo de Namarroi, transmitido de geração em geração. Antes da dança existe um ritual
a ser seguido pelos dançarinos, obedecendo regras tais como: absterem-se do sexo uma
semana antes e durante o evento, a alimentação das cobras escolhidas na mata é ovo e
farinha e as cobras escolhidas deve ser mambas finas e verdes daquelas muito
venenosas.
Carnaval
Dança Niketxe
Niketxe é uma manifestação cultural praticada por uma grande maioria da população da
Alta Zambézia. Surge como um ritual ligado às cerimónias fúnebres. Caracterizada pela
mímica e a teatralidade e o uso da máscara, a sua denominação deriva som (ketxe,
ketxe, ketxe) produzido pelos chocalhos que os dançarinos usam nas pernas durante a
sua actuação. (Lemia e Vilanculos: 2013).
Conclusão
Referência Bibliográfica
http://ebooks.adelaide.edu.au/l/livingstone/david/mission/chapter31.html David
Livingstone, “Missionary Travels and Researches in South Africa,” text, n.d.