Bateria Avaliação Superdotaçao PDF
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PUC-CAMPINAS
2013
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PUC-CAMPINAS
2013
Ficha Catalográfica
Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas e
Informação - SBI - PUC-Campinas
AGRADECIMENTOS
À meus pais José Maria e Almicéa, meus maiores exemplos de vida, de caráter e de
amor. Meus maiores ensinamentos vêm de vocês, com quem aprendi a lutar pelos
À minha querida irmã Valmira Ribeiro sempre presente na minha vida e que na
distância, me mostrou sem medir esforços, a pessoa com quem posso contar na
À minha orientadora Tatiana Nakano, por ter acreditado em mim e comigo ter
maior razão. Com carinho deixo o meu agradecimento especial a todos vocês.
verem neste lugar antes mesmo de eu aqui estar. Pela estrada caminhando juntas,
À Victor Pelanda, pelas alegrias, bem querer, inspirações para as coisas boas da
sentir parte de uma família nesse momento em que eu estava longe de casa.
v
Ao Prof. Dr. Ricardo Primi pelas contribuições nas análises estatísticas dos dados.
aqui minha admiração pelo seu profissionalismo e pela pessoa maravilhosa que é.
À Profa. Dra. Elisa Yoshida pelas relevantes sugestões para melhoria deste trabalho.
À Profa. Dra. Vera Trevisan, Amélia, Eliane e Elaine pela presteza no atendimento
Carolina, Talita e Rauni pelas manhãs e tardes juntos, dividindo risos, tensões,
bolsa de pesquisa.
vi
Thomas Wolfe
vii
SUMÁRIO
RESUMO .......................................................................................................... x
ABSTRACT ....................................................................................................... xi
APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 1
Conceituação........................................................................................... 7
Modelos teóricos..................................................................................... 11
Teoria Triárquica............................................................................... 14
Inteligência............................................................................................... 24
Criatividade.............................................................................................. 28
SUPERDOTAÇÃO......................................................................................... 39
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA........................................................................ 45
OBJETIVOS....................................................................................................... 51
CAPÍTULO II – MÉTODO................................................................................... 52
PARTICIPANTES.......................................................................................... 52
INSTRUMENTO............................................................................................ 56
PROCEDIMENTOS...................................................................................... 62
ESTUDO 1.................................................................................................... 67
ESTUDO 2.................................................................................................... 72
CAPITULO IV – DISCUSSÃO............................................................................ 79
ESTUDO 1.................................................................................................... 82
ESTUDO 2.................................................................................................... 90
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 107
ANEXOS............................................................................................................ 123
ix
LISTA DE TABELAS
sexo.................................................................................................... 54
figural................................................................................................. 70
RESUMO
ABSTRACT
APRESENTAÇÃO
diferenciados não são contemplados por não serem reconhecidos como tal.
0,004% dos 55,9 milhões de alunos do ensino básico existentes no país. Nesse
estatísticas dos censos escolares refletem uma parcela mínima do número real de
uma vez que o número de portadores de altas habilidades não deveria ser menor do
5% da população.
Capellini (2005), utilizados como instrumento para identificar esses alunos através
educacional.
Diante desse contexto, a literatura mais atual tem chamado atenção para a
este estudo traz como objetivo a busca por evidências de validade de uma Bateria
revelou como temática mais investigada nos últimos anos, a abordagem sobre a
3
referência de instrumentos validados para uso específico nessa área. Se, por um
talentos humanos podem estar sendo desperdiçados por falta de uma visão mais
salutar lembrar que o passo inicial deve iniciar pela desmistificação de ideias
outras.
potencialidades.
5
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
assim como na China os mais “sagazes” eram selecionados para assumir postos de
governo, percebendo-se assim que, nesse período, o foco sobre o fenômeno estava
coletivas e políticas.
mental, de forma que o interesse pela explicação das habilidades superiores passou
desenvolver com os estudos realizados por Galton no século XIX quando em 1869,
que da mesma forma como eram transmitidos traços físicos através das gerações,
até então vigentes. Identificou-se, nesse momento, a busca por uma visão mais
2009). Este novo modo de pensar abriu caminho para várias outras formulações
Conceituação
quais elas remetem. Neste contexto, Kim, Shim e Michael (2009) destacam que na
fenômeno durante muito tempo, deu lugar à inclusão de outras habilidades como
(Chagas, 2007).
8
habilidades superiores (Chagas, 2007; Magalhães, 2006; Virgolim, 1997). Tal ponto
associadas, o que por sua vez, pode influenciar direta e indiretamente, a formulação
No Brasil, tem se mostrado nos estudos e pesquisas, a utilização mais frequente dos
considerada neste estudo, a definição adotada no Brasil e que consta nas Diretrizes
(facilidade de exercer papel de líder em meio ao social, manejo com o uso do poder,
habilidades mecânicas).
de Três Anéis de Renzulli (1995) que refere a distinção entre “ser superdotado” – um
habilidades.
11
Modelos Teóricos
também os fatores externos nesse processo. Um desses modelos foi proposto por
influência dos aspectos ambientais (escola, família) nas variáveis não intelectuais e
na aprendizagem e treinamento.
(Gardner 1995, 2001), a Teoria Triárquica (Sternberg 1985, 2000, 2005) e o Modelo
dos Três Anéis (Renzulli, 2004a, 2004b), dada a importância da contribuição dos
dentre estes, alguns não se constituem, a priori, como modelos para explicação da
a elas relacionadas.
tarefa, usá-lo para expressar emoções ou construir um produto. Por último define
independentes entre si e é esta independência, que faz com que um alto grau de
Gardner ao tratar do fenômeno da superdotação, uma vez que para ele, esta não
ainda que é de acordo com o tipo de inteligência bem dotada que o percurso de
Teórica Triárquica
exercício do raciocínio.
concepções foram construídas a partir de uma visão crítica sobre as teorias e testes
contexto.
gerar idéias originais, habilidades analíticas para avaliar a qualidade dessas idéias e
sabedoria como forma de garantir que essas idéias promovam um bem a si próprio e
um bem coletivo (Sternberg, 1985, 2000, 2005). Através desse modelo, Sternberg
2008).
Renzulli (2002, 2004a). A Concepção dos Três Anéis como assim é denominada,
energia que o individuo canaliza para resolver um dado problema ou tarefa, sendo
conforme aponta Alencar (2001) têm se constituído como a maior parcela de alunos
(Alencar, 2001). De fato, como coloca Kaufman e Sternberg (2008) estes tem sido o
tipo mais facilmente identificado através dos testes de QI e outros testes que
como aquela que se manifesta nos aspectos da atividade humana onde são
tipo I,II e III. No modelo tipo I, conforme aponta Mori e Brandão (2009), busca-se o
através do planejamento de atividades voltadas para essa área, ele será levado a
habilidades que requerem maior raciocínio e organização lógica mais elevada. Por
último, no tipo III, é valorizado um estudo bem mais focado sobre o tema de
de 1994, cuja defesa principal girou em torno da ideia de que cada criança tem
1994). Não obstante, vale ressaltar que o interesse pela discussão acerca do tema
dessa parcela da população (Antipoff & Campos, 2010). Ressalta-se que os ganhos
do Rio de Janeiro.
passo importante foi dado com a criação, pelo Ministério da Educação e Cultura, do
2010).
iniciado em Minas Gerais, pela professora Helena Antipoff, cujas atividades ocorriam
Potencial e Talento, iniciado em Lavras/MG pela Profa. Dra. Zenita Cunha Guenther,
físico e social onde o mesmo acontece, assim como o sistema escolar visando
a partir do ano de 2001, através do Parecer CNE/CEB no. 17/2001 (elaborado pelo
pode notar, como aponta Hazin, Lautert, Falcão, Garcia, Gomes e Borges (2009) é
que a investigação de crianças com altas habilidades não despertou o interesse dos
área, principalmente nos anos de 2005 a 2010, com uma maior concentração de
Pérez e Freitas (2009), na qual também foi evidenciado destaque para as regiões
a pesquisa realizada por Ribeiro e Nakano (2010) demonstrou como mais usados,
validados para avaliação específica do fenômeno, o que por sua vez, reflete a
presente trabalho.
sobre o tema.
por uma questão pertinente que traz a discussão sobre quais indicadores e
24
âmbito, sabe-se conforme aponta a literatura (Alencar, 2007; Negrini & Freitas, 2008)
criatividade.
Inteligência
(Almeida, Guisande & Ferreira, 2009). Um dos destaques nesse contexto foi a figura
segundo o qual esta seria entendida como um elemento global caracterizado a partir
e, por último na análise crítica dos resultados. A partir dessa visão surgiram os
início do séc. XX, as teorias fatoriais cujas proposições sobre a inteligência eram
estava associada a um fator geral (fator g), inato e comum a qualquer atividade
aptidões, independentes entre si, foi a teoria proposta por Guilford (1967) segundo a
obtido após o processamento mental. Guilford encontrou tipos diferentes para cada
e seus tipos. Essas aptidões, associando um tipo de operação mental exercida sobre
Trata-se esta de uma teoria que, segundo Wechsler e Schelini (2006) merece
como resultado de estudos posteriores realizados por Horn que, ao pressupor ser a
27
mais avançadas, foi a Teoria dos Três Estratos da Inteligência, formulada por Carroll
Três níveis foram identificados - camada I, II e III - sendo a camada I constituída por
fatores mais gerais, de espectro mais largo, capazes de influenciar uma gama de
capacidade geral que ocupa, por sua vez, o nível mais alto, servindo a associação
reconhecer também o fator g. É uma teoria que, segundo Nakano, Costa, Lemos e
28
Mendonça (2010) tem sido bastante aceita no meio científico e, como destaca
testagem da inteligência.
Criatividade
uma série de estudos tem sido realizada gerando, por consequência, um aumento
relacionados (Nakano, 2010; Nakano & Wechsler, 2006a, 2006b; Rosman, 2006). O
de enfoques e abordagens diferentes, que por sua vez, tem lhe conferido uma
estilos de pensar e aprender, dentre outros (Alencar, 2006; Nakano & Wechsler,
2006c).
trouxe novos elementos associados à criatividade, abrindo com isso, espaço para
cognitivismo, Wechsler (2008) o aponta como sendo um dos teóricos que mais
Segundo Martínez, Sánchez e Avilés (2008) dois aspectos fundamentais devem ser
destes aspectos que, segundo as autoras, se origina uma produção criativa na área
expressão criativa (Fernandez & López, 1998). A partir desse período, novas
também outras características de ordem emocional que, por sua vez, poderiam ser
apresentado sob a forma de um subteste verbal e outro figural (Martinez et al, 2006).
os testes produzidos por Torrance para uso em outras realidades, dentre estes
estudos destaca-se aquele realizado por Wechsler (2002) que culminou na versão
onde a produção criativa não é mais vista somente em função das características de
individuo, como condição para a compreensão da criatividade que segundo ela, tem
e López (1998), por suas ricas contribuições no âmbito da psicologia, mas também
superdotação.
aponta Becker (2003), deve-se a Alfred Binet e Theodore Simon que juntos
32
imunes ao olhar crítico de alguns estudiosos, como comenta Gardner (2001), até
programas para alunos superdotados nas escolas. Destaca assim, um lugar para os
tomados os cuidados para mesclar seu uso com outros instrumentos e métodos,
pautada apenas na observação, o que, por sua vez, poderia trazer prejuízos à
Nessa discussão, incluem-se também as críticas feitas por Renzulli (1979, 2004a),
atendidos aqueles que, embora não tendo alcançado escores superiores nestes
estes testes tem sido alvo de críticas por avaliarem apenas um número limitado de
inteligência, dentre elas, as Teorias Gf-Gc (Carroll, 1993; Cattell, 1987), novos
modelos de testagem tem sido propostos, dando origem a instrumentos que avaliam
das habilidades cognitivas (Cruz, 2008; Schelini, 2006). Baseados no modelo fatorial
Nakano (2010), a baixa estabilidade temporal que eles podem representar quando a
até por volta dos 12-13 anos, o processo de maturação ainda está em
35
que tipo de “criatividade” é mensurada nos testes. Também apontado por Wechsler
(2004) está o questionamento sobre que tipo de conteúdo deveria ser contemplado
Rosman (2007) para os quais toda pessoa pode ser criativa, por natureza e
condição de ter nascido, não sendo, portanto, uma prerrogativa somente dos
(Big C), são assumidas posições extremas, classificando os sujeitos como criativos
avaliação, também tem sido bastante discutido, segundo Nakano e Wechsler (2006),
criativos (Amabile, 1987; Morais, Almeida, Azevedo & Necka, 2009). Esta mesma
um dos instrumentos mais utilizados que tem oferecido, segundo Nakano e Wechsler
Creative Thinking - TTCT (Torrance, 1996 validado por Wechsler, 2002), visto como
composto por tarefas que visam avaliar a produção criativa através do uso de
criativa por meio de figuras (Wechsler, 2002). Baseado na formatação deste teste,
outro instrumento que teve seu uso recentemente aprovado, foi o Teste de
observação em sala de aula, dentre outros. Em estudo realizado por Pérez (2009),
por pais e/ou professores), desenvolvida por Renzulli, Callahan e Hartman; Escala
habilidades/superdotação.
(Maia Pinto & Fleith, 2002), cuja atuação tem sido enfatizada por vários
acompanhamento em sala de aula (Maia Pinto & Fleith, 2002, Renzulli, 2004;
Bateria para Avaliação das Altas Habilidades, cujos fundamentos são apresentados
no próximo tópico.
39
Almeida (2000) nas formas A e B para adolescentes e adultos, bem como a versão
formato dos instrumentos originais, uma vez que cada subteste das Baterias BPR
inviabilizar seu uso, optou-se pela redução de cada subteste, preservando-se uma
Infantil (BPRi)
eficiência do seu uso para avaliação da inteligência na população brasileira (Primi &
Almeida, 2000), além de outros estudos realizados confirmando sua adequação para
uso em diferentes contextos (Almeida et al., 2010; Barbosa, 2006; Baumgartl &
Almeida, 2000).
(Forma B), apresentada também uma versão infantil, a BPRi, para uso em
autorizada para uso no Brasil, enquanto que a versão infantil (BPRi) está em
2008), onde pode ser verificada a validade convergente da bateria com o Raven
(correlações variando entre 0,38 e 0,69) assim como a validade de critério com notas
escolares (0,59).
25 itens para cada subteste, número este que foi reduzido na Bateria para Avaliação
das Altas Habilidades para doze itens em cada subteste, destacando que estes itens
para Avaliação das Altas Habilidades, teve seus itens agrupados em quatro
com exceção apenas do último subteste, cujo nome foi modificado de Prova de
(p≤0,001) e índices de precisão por meio do teste e reteste entre 0,84 e 0,95
partir do qual deve ser elaborado um desenho, a segunda atividade é composta por
dez estímulos diferentes que deverão ser completados e a última atividade envolve a
a sua utilização (Dias, Couto & Primi, 2009; Muniz et al., 2007; Primi, Miguel, Couto
utilizado para descrever outra palavra que, literalmente não o possui, baseando-se
para isto, em algum ponto de semelhança que exista entre os termos (Dias, Couto &
conhecidas são transferidos para ideias novas, dando a estas, novos sentidos (Primi,
que devem ser completadas com metáforas, dando a possibilidade de até quatro
respostas para cada frase. Baseado nesta configuração, temos na Bateria para
sendo que para cada frase cabe um número de até quatro possibilidades diferentes
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
interesse nos últimos anos por parte de pesquisadores (Cruz, 2005; Primi, 2003) que
realidade brasileira. Tal preocupação, conforme aponta Cruz (2008), tem decorrido
confiabilidade da sua medida, quer por questões de tantas outras ordens diversas.
Por outro lado, Chiodi e Wechsler (2008) apontam que relevantes progressos
têm sido alcançados no que se refere à produção de pesquisas na área que, embora
autora ressalta ainda que se apresentou com mais frequência, nesse estudo, as
A temática que versa sobre a qualidade dos testes psicológicos tem ocupando
(2008), com vistas a contribuir para a melhoria de uma realidade que hoje ainda se
(1996), se volta para a busca da compreensão da conduta, assim como dos atributos
que a ela estão subjacentes. No entanto, esses atributos nem sempre podem ser
utilizadas na identificação desses atributos, uma vez que através dela pode-se
e a análise fatorial.
testes paralelos e tem como princípio a ideia de que todos os itens do teste devem
variáveis latentes são o fator comum que possibilita existir essa correlação (Field,
medida que através dela pode ser identificado de forma mais confiável, o padrão das
relações estabelecidas.
fatorial, conforme coloca Primi (2003) visa encontrar, dentro de um grupo de itens,
entre grupos distintos. Sua utilidade está mais comumente associada à necessidade
onde acontece uma testagem para fins de comprovação de uma hipótese entre o
que está sendo medido e critérios externos (Hammond, 2010). Através dela se
(2010) o critério externo não se trata de um construto, mas de uma variável com
b) Identificar uma amostra representativa que será utilizada como grupo critério
tempo em que estão sendo aplicado o teste (Martinez Arias, 1996) e os seus
atenção ainda para o fato de que cada um dos tipos tem suas particularidades e
sentido de poder desenvolver o estudo mais adequado para os objetivos a que ela
se propõe.
51
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Habilidades/Superdotação
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Habilidades (Estudo 1)
Habilidades (Estudo 2)
52
CAPITULO II
MÉTODO
PARTICIPANTES
A amostra geral deste estudo foi composta por 588 estudantes do 2º. ano do
ensino fundamental ao 3º. ano do ensino médio, dentre os quais alunos de salas de
ensino regular de quatro escolas, sendo uma localizada na cidade de São Luis/MA,
Federal.
Amostra Estudo 1
estudantes, dentre os quais são identificados 470 alunos de salas de ensino regular
Amostra Estudo 2
Grupo Controle - composto por 470 alunos de salas de ensino regular, com idade
controle e cinco do grupo critério) por precisarem se ausentar do local, não podendo
último sendo responsável pelo desenvolvimento das atividades nas salas de recurso.
salas, uma a duas vezes por semana, no contraturno àquele que frequenta a sala de
habilidades artísticas (artes visuais, artes cênicas, música etc). Alunos indicados
para sala de recursos na área acadêmica podem ser enviados para observação e
avaliação nas salas que atendem alunos com talentos artísticos e, vice versa.
Quanto à forma de ingresso, o programa reserva 70% das vagas para alunos
proposta por Renzulli (2004). A participação nas atividades acontece até o término
INSTRUMENTO
Bateria para Avaliação das Altas Habilidades (Nakano & Primi, não publicada)
Provas de Raciocínio
Prova de Raciocínio Verbal (RV) – composta por doze questões, nas quais são
apresentadas frases com pares de palavras relacionadas entre si, estando um dos
pares incompleto. Por analogia ao primeiro par, deverá ser assinalada, dentre cinco
alternativas, a palavra que falta para completar o segundo par e que, segundo a
Prova de Raciocínio Abstrato (RA) - composta por doze questões, nas quais são
apresentados conjuntos formados por dois pares de figuras que mantém relação
entre si, onde um dos pares se apresenta incompleto. Por analogia ao primeiro par,
deverá ser assinalada, dentre cinco alternativas, a figura correta que falta para
incompletas. Por identificação da relação aritmética que existe entre os números que
compõe cada ordem, deverão ser descobertos os dois últimos números que
obedecendo a essa relação, deverão completar a série. Para resposta não existe
1. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ? ?
2. 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 ? ?
Prova de Raciocínio Lógico (RL) - composta por doze questões apresentadas sob a
Esta prova apresenta questões que apresentam problemas que requerem, por
apenas duas respostas, enquanto outros três, e assim por diante e o examinando
Aplicação, onde podem ser lidas as explicações para realização de cada prova,
59
deverão ser anotadas as respostas de todas as provas. Para os itens das Provas RV
Provas RN e RL, a resposta deverá ser escrita no espaço reservado de cada item.
Utiliza-se para cada prova um gabarito específico, onde cada acerto gera uma
respondidos de forma correta, ou seja, para cada opção certa, é atribuído um ponto.
por questão. Quando ambos estiverem errados ou apenas um dos números for
correto, sendo atribuído “0”. Na Prova RL, considerando que cada questão requer
3. _______________
(quantidade de detalhes que são feitos além daqueles básicos que compõe o
dos mesmos).
estudo.
frases incompletas, cuja lacuna deverá ser preenchida com uma palavra de maneira
a formar uma metáfora. Para cada uma delas pede-se ao examinando que atribua
estabelecida.
Metáfora Explicação
A correção do teste é feita atribuindo-se uma pontuação para cada uma das
frase poderá receber pontuação de 1 a 3. O critério usado para este julgamento será
semânticos utilizados tornando a metáfora algo mais surpreendente (Dias, Couto &
Primi, 2009). Assim, uma frase representando uma metáfora correta com
Cada frase elaborada recebe também uma segunda pontuação que é dada,
considerando-se a opção de até quatro respostas por frase, pode este critério
PROCEDIMENTOS
A primeira fase teve início a partir do contato realizado com uma escola de
ensino regular normal em São Luis, no Estado do Maranhão, ocasião esta em que
para que estes os enviassem aos pais dos alunos que, uma vez esclarecidos sobre
Após o recolhimento dos Termos assinados pelos pais, foi realizado contato
forma coletiva, por série escolar, com grupos formados por aqueles alunos cujos
A aplicação da Bateria foi feita em uma única sessão com duração média de
figural, 10 minutos.
Campinas, onde também foram aplicadas a Bateria para Avaliação das Altas
aos Alunos com Altas Habilidades. Após ter recebido autorização para realização da
sendo que duas delas atendem alunos com altas habilidades no campo acadêmico,
outras duas no campo de talentos artísticos e três delas, os dois campos, sendo que
de cinco juízes que, através de meio eletrônico receberam planilha com todas as
volta para tratamento estatístico. Deveriam atribuir duas notas, a primeira para o
66
O tratamento dos dados foi feito a partir do uso do programa estatístico SPSS
CAPÍTULO III
RESULTADOS
ESTUDO 1
com a finalidade de verificar a estrutura interna deste instrumento. Para isso foram
verbal (RV), numérico (RN) e lógico (RL); medidas de criatividade verbal: qualidade
3,737; 1,535 e 1,093 a partir da rotação obliqua (geomin), conforme mostra Figura 1.
Tabela 3, a seguir.
Fatores
Variáveis 1 2 3
FLX_MET 0,903
QLD_MET 0,584
ELB_FIG 0,465
EMO_FIG 0,473
COG_FIG 0,775
RA 0,763
RV 0,781
RN 0,769
RL 0,770
69
cada fator, tendo-se considerado valores de cargas iguais ou superior a 0,30 sendo
que, nos casos em que houve carga em mais de um fator, foi considerado aquele de
maior valor. Desse modo, pode-se visualizar que o Fator 1 constitui-se basicamente
criatividade figural.
FLX_MET -
QLD_MET 0,878 -
ELB_FIG 0,130 0,153 -
EMO_FIG 0,102 0,096 0,251 -
COG_FIG 0,046 0,043 0,357 0,363 -
RA 0,391 0,373 0,248 0,123 0,051 -
RV 0,422 0,444 0,216 0,118 0,053 0,603 -
RN 0,352 0,376 0,250 0,111 0,060 0,600 0,579 -
RL 0,498 0,440 0,213 0,145 0,113 0,574 0,603 0,603 -
a 0,878.
figural nele consideradas, foram as que apresentaram entre si, correlação mais
baixa, conforme pode ser verificado entre ELB_FIG x EMO_FIG (r=0,251); ELB_FIG
magnitudes de 0,111 a 0,145 e, por último, a relação mais baixa, entre medidas de
ser verificadas.
critério.
ESTUDO 2
Este estudo teve como objetivo buscar evidências de validade de critério para
com altas habilidades. Para isso, os grupos - controle e critério - foram comparados
quanto ao desempenho obtido pelos mesmos nos seis subtestes apresentados pela
Bateria, observando que o grupo critério formado por alunos com altas
Tabela 6.
74
Medidas MQ F Sign
Grupo RV 274,31 62,09 0,00
RA 422,21 68,29 0,00
RN 918,61 102,56 0,00
RL 310,12 34,54 0,00
ELB_FIG 6927,45 35,86 0,00
EMO_FIG 12,59 0,83 0,36
COG_FIG 3,52 0,08 0,77
QLD_MET 0,23 3,18 0,00
FLX_MET 0,01 2,12 0,02
Sexo RV 6,04 1,36 0,24
RA 0,21 0,03 0,85
RN 0,02 0,00 0,95
RL 34,60 3,87 0,05
ELB_FIG 21,39 0,11 0,74
EMO_FIG 157,28 10,62 0,00
COG_FIG 141,75 3,33 0,06
QLD_MET 0,00 0,00 0,97
FLX_MET 0,00 0,06 0,80
Grupo x Sexo RV 5,51 1,24 0,26
RA 3,35 0,54 0,46
RN 6,17 0,68 0,40
RL 5,16 0,57 0,44
ELB_FIG 202,76 1,04 0,30
EMO_FIG 23,63 1,59 0,20
COG_FIG 59,88 1,41 0,23
QLD_MET 0,01 0,04 0,82
FLX_MET 0,08 0,62 0,42
MQ=Médias ao Quadrado
médias e desvios padrão obtidos nos subtestes de inteligência (RA, RV, RN e RL). A
maiores médias obtidas pelo grupo critério (RV: M=7,68; RA: M=8,51; RN: M=8,23 e
RL; M=7,62) quando comparadas àquelas obtidas pelo grupo controle (RV: M=5,94;
Grupo Sexo
Critério Controle Feminino Masculino
Medidas M DP M DP M DP M DP
RV 7,68 2,31 5,94 2,04 6,12 2,05 6,49 2,37
RA 8,51 2,16 6,37 2,55 6,73 2,53 6,90 2,72
RN 8,23 3,18 5,08 2,94 5,42 3,02 6,07 3,45
RL 7,62 2,61 5,76 3,08 6,23 3,00 6,04 3,16
ELB_FIG 29,93 15,10 21,01 13,62 22,44 14,23 23,26 14,52
EMO_FIG 4,03 3,24 4,40 4,02 4,83 4,03 3,77 3,61
COG_FIG 19,06 6,41 18,64 6,65 19,10 6,59 18,31 6,59
QLD_MET 0,77 0,47 0,71 0,44 0,72 0,44 0,72 0,45
FLX_MET 0,61 0,31 0,62 0,36 0,62 0,36 0,61 0,35
interação entre grupo e sexo não se mostrou significativa nas referidas medidas.
influência do sexo sobre EMO_FIG, destaca-se nesta medida, uma maior pontuação
da Teoria de Resposta ao Item, dado o fato de que, além da correção dos itens,
média de pontos atribuída por eles para cada uma das respostas do sujeito) como
grupo critério (M=0,61). Quanto ao sexo e sua interação com a variável grupo, não
com alta habilidade na área de talento. Como forma de atingir tal objetivo, a Análise
destaca por apresentar médias mais altas nesses subtestes (RV: M=8,45; RN:
artísticos (RV: M=6,93; RN: M=7,63 e RL: M=6,36), tal como esperado.
Subgrupos
Habilidades Acadêmicas Talentos Artísticos
Medidas M DP M DP
RV 8,45 2,21 6,93 1,98
RA 8,96 2,07 8,06 2,43
RN 8,93 2,98 7,63 3,11
RL 8,45 2,47 6,36 2,54
ELB_FIG 28,89 14,58 36,70 16,14
EMO_FIG 3,93 3,39 4,13 3,29
COG_FIG 19,12 7,03 19,40 5,22
QLD_MET 0,88 0,47 0,71 0,44
FLX_MET 0,67 0,29 0,58 0,31
de habilidade apresentada pelos participantes do grupo critério, como pode ser visto
grupos critério não foram observadas nos resultados obtidos no teste de criatividade
verbal.
Diante dos resultados obtidos, a discussão dos mesmos, bem como uma
CAPÍTULO IV
DISCUSSÃO
construto e critério de uma Bateria para Avaliação das Altas Habilidades, além de
em função do sexo, série e idade dos participantes. É uma bateria construída com
criatividade.
através dos quais fosse possível avaliar evidências de validade e confiabilidade para
multidimensional onde são interpostos vários aspectos que não devem deixar de ser
dentre outros métodos empregados, para a sua avaliação na área das altas
habilidades/superdotação.
estudo (Alencar, 2007; Almeida & Capellini, 2005; Guimarães, 2007; Hazin et al,
2009; Virgolim, 2007a) que muitas questões são postas em discussão, trazendo a
fenômeno o que, como coloca Renzulli (2004b) continua a ser um dos temas mais
81
quais construtos serão avaliados como indicadores de tal fenômeno. Nesse sentido,
trata de tirar o mérito de tais medidas, no entanto como aponta Borland (1986), a
realizadas na área, nos avanços nos modelos teóricos acerca dos dois construtos e
nos instrumentos utilizados para sua avaliação, já validados e autorizados para uso
no Brasil.
ESTUDO 1
primeira, onde esperava-se encontrar três diferentes fatores (um para Inteligência,
esperando-se apenas dois fatores (um para Inteligência e outro para Criatividade,
critério de eigenvalue maior que 1 e na análise do scree plot, três fatores. Diante
desse resultado foi possível apontar que, a partir da extração realizada nessa
análise, a Bateria para Avaliação das Altas Habilidades apresentou uma estrutura
seria composta por um fator para Inteligência, outro para Criatividade Verbal e um
aqui a separação entre criatividade verbal e figural como construtos diferentes, bem
como a baixa relação existente entre elas. No que concerne a estas questões,
intuito de identificar a estrutura fatorial dos mesmos (Clapham, 1998; Kim, 2005;
Kim, Cramond & Bandalos, 2006; Wechsler, 2002). Dentre outras, essas foram as
sua vez, não ocorreu quanto tomado em relação à criatividade verbal. Nesse mesmo
figural.
maneira multifacetada, se revela composta por uma série de elementos que, por sua
instrumento. Na bateria em questão deve-se deixar claro que dois tipos específicos
separando o construto em verbal e figural, mostrando com isso que ambas reservam
entre palavras e seus significados, implicando nessa tarefa, relações entre redes
associada a analogias que, segundo define Sternberg (1977) são tarefas que
uma rede semântica, seriam considerados distantes. É este aspecto que se refere a
fornece, segundo Silvia e Beaty (2012) um contexto interessante para o estudo das
diversos.
pensamento divergente que, por sua vez possibilita a descoberta de uma gama de
desenhos livres, a criatividade verbal através de metáforas, por sua vez, associa-se
comum. Estes achados, por sua vez, remetem a outro foco de discussão que diz
86
começou a ser discutida com mais propriedade a partir da contribuição dada por
Nusbaum e Silvia (2011), foi Guilford quem cunhou a famosa distinção entre
entender esta relação, deu impulso para a condução de várias pesquisas na área.
estudos brasileiros, tais como o de Barros, Primi, Almeida e Oliveira (2010), cujos
foi verificado neste estudo. Estes resultados também se mostraram coerentes com a
pesquisa de Silvia e Beaty (2012) ao verificarem que pessoas com alta inteligência
87
relação entre Metáforas e RV, outra pesquisa que teve seus achados corroborados
neste estudo foi realizada por Barros (2008), com a qual se compartilha a ideia de
(2010) que o raciocínio metafórico não deve ser confundido com inteligência pois,
respostas, o que por sua vez, as aproxima do construto criatividade, em sua forma
88
apresentam particularidades.
Por outro lado, concepções como a de Getzels e Jackson (1962) para quem a
Dentre esses estudos, cita-se a investigação de Russo (2004) que, não constatando
Concepção outra que cabe aqui ser mencionada, para efeitos de discussão
Threshold Theory prevê uma fraca correlação entre criatividade e inteligência para
correlação da inteligência com a criatividade seria menor para indivíduos com maior
(2005), e estudo realizado por Preckel, Holling e Wiese (2006) cuja investigação
realizada com alunos talentosos e não talentosos de uma escola alemã, utilizando
superdotados e não superdotados também foi realizado por Runco e Albert (1986).
resultados que ora apontam para correlações baixas ou até negativas entre ambos,
correlações mais significativas, onde apesar das diferenças, ambos mantêm entre si,
90
existem para se pensar que essa relação fora erroneamente interpretada durante
algum tempo. Para justificar essa hipótese, recorre à ideia de que por não estarem
outro lado, chama a atenção para o fato de que também, essa relação tem sido,
varias pesquisas, ainda não se tem um consenso sobre essa questão. Neste estudo,
a partir das análises realizadas e resultados obtidos, foi verificado que inteligência,
ESTUDO 2
Avaliação das Altas Habilidades, com vistas a avaliar sua efetividade na identificação
de alunos com altas habilidades. Para tanto, considerou-se como critério externo o
Inteligência
de talentos artísticos. Nesse sentido, a hipótese levantada, de que o grupo com altas
raciocínio pode ser confirmada, refletindo com isso, os primeiros sinais de eficácia
& Almeida, 2000). Nesse âmbito, retoma-se as concepções de Renzulli (2005) que
conhecimentos foi vista por Renzulli como a mais passível de avaliação pelos testes
de inteligência.
demonstra que além dos conteúdos acadêmicos presentes nas provas de raciocínio,
ainda considerando a concepção dos Três Anéis de Renzulli (2005), que estas
93
Tal constatação pode também ser verificada pela influência significativa da variável
grupo, quando comparado o grupo critério (enquanto amostra geral, sem separação
& Harrison, 1986). Ademais, outros estudos que tem apontado a importância da
coerentes com o que a literatura, de forma geral, tem defendido acerca da relação
2001, 2007; Almeida et al 2009; Becker, 2003; Negrini & Freitas, 2008; Virgolim,
(Carroll, 1993; Cattell, 1987) tem se caracterizado como modelos que apresentam
Schelini, 2006), possibilitando uma avaliação em torno dos vários domínios das
95
dimensão multifacetada (Negrini & Freitas, 2008; Perez, 2009), na qual o construto
inteligência comparece como um componente e não mais como único elemento, cuja
Criatividade Figural
figural. Destaca-se ainda que o melhor desempenho neste fator foi obtido pelo grupo
área de talentos artísticos. Assim, a hipótese inicial levantada neste estudo de que o
Teste Completando Figura foi corroborada parcialmente, uma vez que apenas em
96
mostraram significativos, ainda que a média do grupo talentoso tenha sido maior em
Nesse estudo, resultados relataram, assim como este, diferenças significantes entre
dois grupos.
(Fernandez & López, 1998; Martinez, Sánchez, & Avilés, 2008; Morais, Almeida,
Azevedo & Necka, 2009; Negrini & Freitas, 2008; Wechsler, 1998) que ora, podem
que faz, assim como também fatores subjacentes ao próprio processo criativo que
outros.
quantidade de desempenho criativo, daí chamar atenção para a idéia de que além
figural, não sendo prioridade, neste fator, a quantidade de produção e sim sua
tipos de criatividade (na bateria representados não só pela figurativa, mas também
pela verbal, ainda que outras não estejam presentes nas atividades propostas).
diferenças entre grupos, influência significativa das habilidades artísticas foi exercida
correção da atividade também está sendo avaliado, a partir de escores globais para
diferenciação entre os grupos controle e critério, tal modelo poderá ser adotado na
Criatividade Verbal
parcialmente, uma vez que apesar das duas medidas, a QLD_MET (Qualidade) e
99
que obteve maior pontuação do que o grupo controle. Considerando-se estes dados
e ainda o fato de não ter sido verificada dentro do grupo critério, a existência de
Couto & Muniz, 2007). Assim, assumem que a produção de metáforas poderia ser
comuns aos dois construtos. Do mesmo modo, Silvia e Beaty (2012) afirmaram que
cristalizado.
100
são poucas e, que neste estudo, lançou-se mão de algumas delas no sentido de
que o grupo critério teve uma maior produção de ideias metafóricas, de melhor
verbal. Também os resultados dos estudos realizados por Barros, Primi, Miguel,
desempenho nesta tarefa quando comparado ao desempenho das crianças que, por
metáfora, de como fornecer uma explicação por escrito, acerca dessa metáfora,
dentre outras. Nesse sentido, compartilha-se com as ideias do autor citado acerca
capacidade das crianças produzirem metáforas desde cedo, mas por outro lado,
que ela faz acabam se baseando em outras palavras dentro de um mesmo domínio
semântico (Duvignau, 2003; Duvignau, Fossard, Gaune, Pimenta & Elie, 2007),
102
desempenho em Flexibilidade.
CAPÍTULO V
CONSIDERAÇÕES FINAIS
para Avaliação das Altas Habilidades mantém-se coerente com seu propósito, qual
seja avaliar três construtos diferentes a partir dos diferentes subtestes nela
apresentados.
que, por sua vez, demandaria mais tempo de execução. Portanto, os dados
formatação dos itens deste subteste quer na apresentação dos estímulos, quer na
alguns exemplos com a criança antes do início do teste propriamente dito, percebeu-
o que, por sua vez, tornam também limitados os resultados aqui encontrados. Dentre
as observações que podem ser feitas nesse sentido, a primeira diz respeito às
caracterização, uma vez que o mesmo foi composto por alunos participantes de
externo com caracterização diversificada daquela que foi aqui encontrada, haja vista
pelo MEC.
Outro aspecto relevante a ser entendido como restrição neste estudo está
associado à operacionalização da coleta de dados, uma vez que a Bateria por ter
sido aplicada em uma única sessão com duração média de 1h40min, levanta-se a
106
tarefas.
este estudo buscou, dentro do que cabe à avaliação psicológica, dar sua
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Gráfica e Editora.
Wechsler, S. M., Nunes, M. F. O., Schelini, P. W., Ferreira, A. A., & Pereira, D. A. P.
22(3), 287-296.
123
ANEXOS
Anexo 1
Anexo 2
REALIZAÇÃO DA PESQUISA
126
Prezado(a) Diretor(a)
Venho solicitar a sua colaboração no sentido de autorizar a realização de uma pesquisa em seu
estabelecimento de ensino com o objetivo de conhecer indicadores de altas habilidades em crianças e
adolescentes. Este trabalho visa avaliar a inteligência e criatividade dos alunos, determinando ainda a influência
que a idade, série e sexo exercem no desempenho dos participantes.
A pesquisa envolve estudantes de 4o ao 9o ano, sendo solicitado que respondam a uma bateria de
instrumentos que avaliam a criatividade (verbal e figurativa) e inteligência (por meio de provas de raciocínio),
realizada em uma única aplicação com duração estimada de uma hora. A atividade será realizada na própria sala
de aula, com o grupo de alunos, existindo prévio acordo de horário com o professor para esta atividade, não
havendo, portanto, nenhum prejuízo acadêmico. Por se tratar de uma atividade agradável e desafiadora e pelo
fato de envolver todas as crianças da sala de aula, esta pesquisa não prevê nenhum risco psicológico, embora
possam existir, ainda que mínimos, relacionados à fadiga na execução da atividade ou ainda à dificuldade na
execução de algum item específico.
Caso o(a) senhor(a) concorde com a realização desta pesquisa será também solicitado o consentimento
dos pais das crianças das séries escolares a serem envolvidas, de acordo com a Carta para os Pais aqui anexada.
Por se tratar de uma pesquisa, não serão dados resultados individuais nem para a escola, nem para os
pais das crianças. Será fornecido à escola somente os resultados gerais, divididos por turma e analisados de
acordo com o sexo, série e idade dos alunos envolvidos. Da mesma maneira, guardaremos o anonimato sobre a
identidade dos participantes, assim como o de seu estabelecimento de ensino. Entretanto, me prontifico a
oferecer material explicativo de orientação aos professores e pais sobre a importância do desenvolvimento de
ambientes propícios ao aprendizado, incluindo a importância da criatividade e inteligência serem estimuladas
dentro de sala de aula. Haverá ainda um número de telefone à disposição dos pais caso queiram tirar alguma
dúvida sobre o trabalho.
Esperando contar com a sua colaboração, me coloco ao seu inteiro dispor para quaisquer dúvidas que
necessitarem serem esclarecidas. Solicito também que assine esta folha de permissão de pesquisa abaixo.
Atenciosamente
Caso haja alguma dúvida ou reclamação sobre o trabalho, o Comitê de Ética em Pesquisa da PUC-
Campinas poderá ser contactado no seguinte endereço: Rodovia Dom Pedro I, km 136, Parque das
Universidades, Campinas / SP, CEP 13.086-900. Telefone: (19) 3343-6777. Email: comitedeetica@puc-
campinas.edu.br.
Após ter sido esclarecido sobre a pesquisa “Bateria de Avaliação das altas habilidades: construção e análises
psicométricas”, autorizo a execução da mesma no estabelecimento de ensino do qual sou diretor (a).
Anexo 3
Prezados Pais,
Venho solicitar a sua colaboração no sentido de autorizar a participação de seu(sua) filho(a) em uma
pesquisa que tem como objetivo conhecer indicadores de altas habilidades em crianças e adolescentes. Este
trabalho visa avaliar a inteligência e criatividade dos alunos, determinando ainda a influência que a idade, série e
sexo exercem no desempenho dos alunos.
A pesquisa envolve estudantes do 4o ao 9o ano, sendo solicitado que respondam a uma bateria de
instrumentos que avaliam a criatividade (verbal e figurativa) e inteligência (por meio de provas de raciocínio),
realizada em uma única aplicação com duração estimada de uma hora. A atividade será realizada na própria sala
de aula, com o grupo de alunos, existindo prévio acordo de horário com o professor para esta atividade, não
havendo, portanto, nenhum prejuízo acadêmico. Por se tratar de uma atividade agradável e desafiadora e pelo
fato de envolver todas as crianças da sala de aula, esta pesquisa não prevê nenhum risco psicológico, embora
possam existir, ainda que mínimos, relacionados à fadiga na execução da atividade ou ainda à dificuldade na
execução de algum item específico.
Por se tratar de uma pesquisa, não serão dados resultados individuais nem para a escola, nem para os
pais das crianças, sendo fornecidos à escola os resultados gerais da turma de alunos envolvidos, apresentados de
acordo com o sexo, série e idades dos alunos. Da mesma maneira, guardaremos o anonimato sobre a identidade
dos participantes, assim como do estabelecimento de ensino. Entretanto, me prontifico a oferecer material
explicativo aos professores e pais sobre a importância do desenvolvimento de ambientes propícios ao
aprendizado, incluindo a importância da criatividade e inteligência serem estimuladas dentro de sala de aula.
Haverá ainda um número de telefone à disposição dos pais caso queiram tirar alguma dúvida sobre o trabalho.
A participação de seu (sua) filho (a) é voluntária, não existindo nenhuma penalidade caso não queira
participar, podendo se retirar dela a qualquer momento, mesmo após tendo sido iniciada a atividade. A realização
deste tipo de atividade geralmente é vista como uma atividade bastante agradável por crianças e adolescentes,
portanto não havendo nenhum risco psicológico previsto na execução da mesma.
Caso concorde com a participação do seu filho (a), por favor, preencha e assine a ficha abaixo,
devolvendo-a à escola.
Caso haja alguma dúvida ou reclamação sobre o trabalho, o Comitê de Ética em Pesquisa da PUC-
Campinas poderá ser contactado no seguinte endereço: Rodovia Dom Pedro I, km 136, Parque das
Universidades, Campinas / SP, CEP 13.086-900. Telefone: (19) 3343-6777. Email: comitedeetica@puc-
campinas.edu.br.
Após ter sido informado(a) sobre os objetivos da pesquisa “Bateria de avaliação das altas habilidades: construção
e análises psicométricas”, autorizo meu filho(a) a participar voluntariamente da pesquisa citada.