Apostila Avaliacao Psicopedagogica-1

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( Material sistematizado para uso psicopedagógico)

1
INTRODUÇÃO

O desejo de compartilhar nossos percursos sobre a avaliação do


desenvolvimento cognitivo, psicológico, neuromotor, nasceu a partir das dificuldades
apresentadas pelos profissionais da área de Psicopedagogia, que, frequentemente,
demonstram certa insegurança sobre como proceder nos momentos de avaliação.

A avaliação tem por objetivo investigar as causas das dificuldades de


aprendizagem, sendo fundamental para o planejamento e intervenção
psicopedagógica. Por isso, compreendemos que os profissionais precisam se
capacitar constantemente, de maneira a saber reconhecer as patologias e relacioná-
las com a queixa apresentada pelo aprendente, a fim de levantar hipóteses e averiguar
se procedem (ou não).

Nesse sentido, é nosso objetivo oferecer aos profissionais as competências para


avaliar e intervir na habilitação ou reabilitação do aprendente, assim como aplicar e
tabular testes psicopedagógicos e neuropsicopedagógicos.

Para tanto, abordaremos as bases teóricas de algumas dificuldades da


aprendizagem, introdução aos modelos de provas e testes psicopedagógicos e
neuropsicopedagógicos, além de modelos de testes.

Desejamos
Este nãoaéleitura,
materialque de nossa autoriae,aéreflexão
o estudo uma copilação baseada e sistematizado
para uso psicopedagógico , portanto referenciamos os autores e criadores .
os profissionais a lançarem
compreendendo

Bom trabalho!
Daniela e Juliana

2
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 2
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA ........................................................................... 6
MATRIZ DIAGNÓSTICA................................................................................................................................. 7
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA ................................................................. 10
A QUEIXA PSICOPEDAGÓGICA .................................................................................................................. 11
MODELO DE ENTREVISTA COM O SUJEITO ............................................................................................... 12
MODELO DE ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA .......................................................................................... 13
O DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A APRENDIZAGEM ............................................................................ 20
AVALIAÇÃO COGNITIVA............................................................................................................................. 23
1. Consignas e Intervenções .................................................................................................................. 23
MODELO AVALIAÇÃO DO ESTILO DE APRENDIZAGEM............................................................................. 25
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem - EOCA .................................................................... 25
PRINCIPAIS OBSTÁCULOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ........................................................ 27
MODELO DE CHECKLIST DE PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET .............................................................. 30
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO................................................................................................. 32
APLICAÇÃO DAS PROVAS PIAGETIANAS ................................................................................................... 34
O DESENHO INFANTIL NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .................................................................... 36
FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO PIAGET .................................................................................... 36
FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD ........................................................................... 37
PROVAS PROJETIVAS ................................................................................................................................. 40
➔ O Teste da Família ..................................................................................................................... 41
➔ Teste do Par Educativo .............................................................................................................. 42
➔ Teste Livre .................................................................................................................................. 42
TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS ............................................................................................ 42
Baseadas na teoria de Jorge Visca e Alícia Fernandez ........................................................................... 42
ANÁLISE DAS PROVAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS........................................................................ 43
2. Domínio: Familiar .............................................................................................................................. 45
3. Domínio: Consigo mesmo.................................................................................................................. 48
Advertências Necessárias .......................................................................................................................... 50
A LINGUAGEM ORAL.................................................................................................................................. 50
Desenvolvimento da linguagem X Desenvolvimento biológico ........................................................... 52
Postura do profissional ...................................................................................................................... 52
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA ........................................................................... 53
História da escrita .................................................................................................................................. 53
Psicogênese da linguagem..................................................................................................................... 55
NÍVEIS DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA ........................................................................................................... 58
3
1. Nível Pré-Silábico ............................................................................................................................... 58
Grafismos primitivos, escritas unigráficas ou sem controle de qualidade......................................... 58
Escritas fixas ........................................................................................................................................... 59
Escritas Diferenciadas............................................................................................................................. 59
2. NÍVEL SILÁBICO .................................................................................................................................. 60
Escritas silábicas iniciais ......................................................................................................................... 61
3. SILÁBICA - ALFABÉTICA ...................................................................................................................... 62
4. ALFABÉTICA ........................................................................................................................................ 62
PROVA DE LEITURA COM IMAGEM ......................................................................................................... 64
PROVA DE LEITURA SEM IMAGEM .......................................................................................................... 65
PROVA DE LEITURA DE ORAÇÕES ............................................................................................................ 66
OBSERVAÇÃO DE LEITURA ....................................................................................................................... 67
PROVA DE LEITURA COMPREENSIVA, ESCRITA E VERBALIZAÇÃO ....................................................... 69
COMPREENSÃO DE TEXTO ....................................................................................................................... 69
LEITURA ..................................................................................................................................................... 69
HABILIDADES DA ESCRITA ........................................................................................................................ 70
VERBALIZAÇÃO ......................................................................................................................................... 70
EXAME DA LINGUAGEM ORAL ................................................................................................................. 71
TESTE DE AUDIBILIZAÇÃO ........................................................................................................................ 72
ACUIDADE VISUAL (EXAME OCULAR) ..................................................................................................... 79
Escala de Snellen: “E” mágico* ........................................................................................................... 79
MEMÓRIA AUDITIVA ................................................................................................................................ 83
DISCRIMINAÇÃO AUDITIVA PALAVRAS IGUAL DIFERENTE .................................................................. 84
O DESENVOLVIMENTO MOTOR ................................................................................................................ 85
ORIENTAÇÃO TEMPORAL ......................................................................................................................... 95
TESTE PARA DETECTAR DEFICIT DE ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO ....................................................... 96
INFORMAÇÃO SOCIAL .............................................................................................................................. 98
MODELO DE PROVA DE DISGRAFIA ......................................................................................................... 99
MODELO DE DISORTOGRAFIA ............................................................................................................... 100
MODELO 1 DE PROVA DE DISCALCULIA ................................................................................................ 101
MODELO 2 DE PROVA DISCALCULIA ..................................................................................................... 102
PROVAS OPERATÓRIAS DAS HABILIDADES MATEMÁTICAS ............................................................... 103
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DO DESEMPENHO LÓGICO MATEMÁTICO ................................................. 105
LEVANTAMENTO DE INDICATIVOS DE TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
- TDAH ...................................................................................................................................................... 111
ESCALA DE TRAÇOS AUTÍSTICOS ........................................................................................................... 115
ENTREVISTA PARA DETECTAR AUTISMO E SINDROME DE ASPEGER BASEADO NO (M-CHAT/ES) 122

4
TESTE PARA ALTAS HABILIDADES JEAN-CHARLES TERRASSIER ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA CRIANÇAS
SUPERDOTADAS (ANPEIP) ....................................................................................................................... 124
AVALIAÇÕES PARA CRIANÇAS DE 6-7 ANOS DE IDADE .......................................................................... 126
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PROFISSIONAL PARA REALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
PSICOPEDAGÓGICO ................................................................................................................................. 127
MODELO DE RELATÓRIO ........................................................................................................................ 128
EXEMPLO HIPOTÉTICO 1 RELATÓRIO PSICOPEDAGÓGICO ............................................................... 129
EXEMPLO HIPOTÉTICO 2 RELATÓRIO PARA A ESCOLA ...................................................................... 130
EXEMPLO HIPOTÉTICO PARA DEVOLUTIVA ......................................................................................... 131
MODELO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR ....................................................................................................... 135
ATESTADO ................................................................................................................................................ 136
FICHA DE FREQUÊNCIA ............................................................................................................................ 137
FICHA CONTROLE PAGAMENTO MENSAL ............................................................................................... 138
NOSSAS REDES SOCIAIS ........................................................................................................................... 139
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 140

5
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA1

A Psicopedagogia trata da aprendizagem humana, a fim de entender seus


processos, suas variações evolutivas, e os inúmeros fatores que a condicionam. Busca
ainda compreender como as alterações nos processos aprendizagem ocorrem, como
reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Assim, o trabalho do psicopedagogo possui
tanto o caráter preventivo, quanto o clínico.

O eixo da abordagem psicopedagógica é, sem dúvida, o processo de


diagnóstico, o qual permite, diante da “queixa motivo” de dificuldades de
aprendizagem, fazer uma leitura dinâmica e global, envolvendo o aprendente, a
família, o processo de escolarização, como resultado de interrelações complexas.

Para tanto, é necessário escolher as referências teóricas que respaldam os


instrumentos usados na avaliação, bem como os resultados obtidos na mesma. Em
razão da complexidade de seu objeto de estudo, os conhecimentos específicos de
diversas teorias são importantes à Psicopedagogia, como por exemplo:

− A Psicanálise, que trata do mundo inconsciente, das representações profundas,


operantes através da dinâmica psíquica, expressas por sintomas e símbolos,
permitindo-nos levar em conta a face desejada do homem.

− A Psicologia Social, que se encarrega da constituição dos sujeitos, que responde a


reações familiares, grupais e institucionais, em condições socioculturais e econômicas
específicas e que, portanto, contextuam toda a aprendizagem.

− A Epistemologia e a Psicologia Genética, que contribui com a descrição e análise


do processo construtivo do sujeito em interações com outros sujeitos e objetivos.

− A Linguística, que traz a compreensão da linguagem como um dos meios que o


caracterizam tipicamente humano e culturais: a língua enquanto código disponível a
todos os membros da sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e
histórico de acesso a toda estrutura simbólica.

− A Pedagogia, que estuda as diversas abordagens do processo ensino-


aprendizagem, analisando-o da perspectiva de quem ensina.

− Os fundamentos na Neuropsicologia, que possibilitam a compreensão dos


mecanismos cerebrais implícitos ao aprimoramento das atividades mentais,
indicando a que correspondem, da perspectiva orgânica, todas as evoluções
ocorridas.

Essa diversidade de campos teóricos permite inúmeras possibilidades de


atuação e “caminhos” a serem trilhados para embasar a ação psicopedagógica.

1 Textosbaseado
sistematizados porde
Psicopedagoga
Texto nos textos Salete Anderle,Salete
mestreAnderle , publicado em
em psicopedagogia :
clínica e institucional, docente universitária,
https://www.clubedeautores.com.br/ptbr/book/257367Roteiro_da_Acao_Psicopedagogica_O_que_fazertopic=tcc%2
[email protected]
8trabalhodeconclusaodecurso%29#.XDon7lxKjIU
6
MATRIZ DIAGNÓSTICA

Vamos agora refletir sobre o que é a avaliação do aprendizado, isto é, o


diagnóstico psicopedagógico.

O termo diagnóstico tem origem em duas palavras gregas: diá, que significa
“por meio de, durante”, e gnosis, “referente ao conhecimento de”. Dessa forma,
entende-se que diagnóstico é o conhecimento ou determinação de uma característica
pela observação das suas manifestações. Já o termo psicopedagógico remete ao
conhecimento que articula a Psicologia e Pedagogia.

O objeto de estudo da Psicopedagogia, a saber, os processos de aprendizagem,


deve ser compreendido a partir de duas perspectivas: preventiva e terapêutica. A
perspectiva preventiva contempla o ser humano em desenvolvimento na qualidade
de educável, ou seja, o sujeito a ser educado, bem como seus processos de
desenvolvimento e alterações nestes processos, enfatizando as competências do
aprender num sentido global. A perspectiva terapêutica contempla a identificação e
o estudo de uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de
aprendizagem.

O diagnóstico na perspectiva da Psicopedagogia possui especificidades, que o


diferencia dos demais psicodiagnósticos, em razão das particularidades do seu objeto
de estudo, que é a matriz do pensamento e processos diagnósticos.

O diagnóstico psicopedagógico é um processo, por meio do qual se apura,


identifica, levanta hipóteses, ainda que provisórias, sobre que leva o aprendente a
apresentar dificuldades ou a não aprender, isto é, quais os obstáculos que impedem
o seu desenvolvimento dentro do esperado.

A proposta do diagnóstico psicopedagógico está apoiada em pressupostos


científicos que descrevem a compreensão de um fenômeno, no qual a situação real é
caracterizada/compreendida a partir da utilização de teorias científicas, noções e
conceitos.

Nesse contexto, encontra-se Epistemologia Convergente 2 que, apoiada nas


teorias interacionistas, estruturalistas e construtivistas, estrutura a teoria e a prática
sobre o diagnóstico e intervenção psicopedagógicos, etapas fundamentais na busca
pela superação das dificuldades na aprendizagem, compreendendo que todo o
processo diagnóstico deve ser estruturado de forma a possibilitar a observação da
interação entre o cognitivo e o afetivo do aprendente.

A Epistemologia Convergente entende que a aprendizagem possui duas


dimensões distintas: normal e patológica. Para identifica-las, é necessário recorrer

2
A Espistemologia Convergente foi formulada por Jorge Visca (1935-2000), psicólogo social argentino e divulgador da
Psicopedagogia no Brasil, na qual concebe a atividade clínica voltada para a integração de três frentes de estudo da Psicologia:
Psicogenética (Piaget), Psicanálise (Freud) e Psicologia Social (Rivière).
7
aos conhecimentos teóricos e práticos sobre a matriz do pensamento diagnóstico, ou
seja, recorrer ao instrumento conceitual que fundamenta a ação, de maneira a
apresentar os estados do objeto (dimensão normal e/ou patológica da
aprendizagem), mantendo sua unicidade.

A matriz do pensamento diagnóstico está organizada como a maior parte dos


esquemas diagnósticos: o diagnóstico, propriamente dito, prognóstico e indicações.
Baseia-se nos princípios interacionistas, construtivistas e estruturalistas e prevê 3:

▪ Análise do contexto e leitura do sintoma.


▪ Explicação das causas que coexistem temporalmente com o sintoma.
▪ Explicação da origem do sintoma e das causas “a-históricas”.
▪ Análise do distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros
considerados aceitáveis.
▪ Levantamento das hipóteses sobre a configuração futura do fenômeno
atual.
▪ Indicações e encaminhamentos.

- Diagnóstico remete à caracterização do sujeito e do meio no qual se manifesta o


sintoma no momento do diagnóstico. Baseia-se no pressuposto que o sintoma é
resultado da interação do subsistema, a personalidade como o sistema social, e seus
mediadores. É constituído por a) análise do contexto em que se desenvolve o processo
de aprendizagem; b) leitura de sintomas que emergem na interação social voltada
para o aprendente; c) explicação de causas que coexistem temporalmente com o
sistema; d) Explicação da origem desta causa; e) Análise do distanciamento do
fenômeno em relação aos parâmetros considerados aceitáveis. Podem ser
observados aspectos tais como: as características da instituição educacional
(aprendizagem sistemática), comunidade (aprendizagem assistemática), como as
condutas exigidas que ajudam na manifestação ou não das dificuldades em um outro
campo. Dentro da caracterização interessa: sexo, idade, meio cultural e etc., que
permitem a compreensão se a conduta é ou não sintomática. O diagnóstico começa
com a consulta inicial e termina com a devolutiva.

- Prognóstico consiste no levantamento de hipóteses sobre a configuração futura do


fenômeno atual, pode ser formulado das seguintes formas: a) sem agentes corretores
que intervenham em sua modificação; b) com agentes corretores ideais que
coadjuvem positivamente; c) com agentes corretores possíveis de acordo com a
realidade do sujeito e seu meio.

- Indicações, referem-se à análise das causas internas do aprendente simultâneas aos


sintomas e suas interações. Essa análise é de extrema importância para a orientação,
recomendações e, claro, para as indicações.

3
(BARBOSA, 2001, p. 135)
8
Há três causas internas que podem desencadear o aparecimento de sintomas:

1. A afetividade.

2. As funcionais.

3. O estágio de pensamento (cognitivo).

Identificar o sintoma, compreender o contexto, levantar as referências


históricas e discriminar aspectos, particularidades e relação que constitui o todo,
caracteriza o que pode ser chamado de processo. O processo diz respeito a uma
sequência de atuação e visa a transformação de um estado inicial, assim sendo não se
trata de uma ação pontual.

Portanto, o diagnóstico vai além de uma mera coleta de informações, mas


é o processo, uma etapa de transição, que permitirá ao profissional estruturar, à
medida que se aproxima do seu objeto de estudo, os encaminhamentos e intervenções
posteriores.

9
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA

Cronograma das atividades

Alguns caminhos

▪ EFES – Entrevista Familiar Anamnese (história de caso)


Exploratória Situacional ▪ Testagem de provas pedagógicas

▪ Entrevista de Anamnese ▪ Laudo (síntese das conclusões e


prognóstico)
▪ Sessões lúdicas centradas na
aprendizagem ▪ Devolução (verbalização do
laudo) ao paciente e/ou aos pais
▪ Complementação com provas e testes
(Transtorno da clínica psicológica*)
▪ Síntese diagnóstica – Prognóstico *Segue o modelo médico

▪ Entrevista de devolução e
encaminhamento

(Maria Lúcia Weiss)

▪ EOCA – Entrevista Operativa Centrada ▪ Entrevista com a Família:


na Aprendizagem: levantamento do 1º Contatos anteriores a consulta
sistema de hipóteses, definições das Escuta do motivo da consulta
linhas de investigação, escolha de História vital ou anamnese
instrumentos
▪ Entrevista com o sujeito:
▪ Testes: levantamento do 2º sistema de Escuta do motivo da consulta
hipótese e investigação Instrumentos escolhidos pelo
psicopedagogo com base nas
▪ Anamnese: verificação e decantação necessidades
do 2º sistema de hipóteses, Devolutiva ao sujeito
formulação do 3º sistema de hipóteses
▪ Contato com a escola (Prévio ao
▪ Elaboração do informe finalizar)
psicopedagógico
▪ Contato com outros técnicos
(Jorge Visca)
▪ Devolutiva e encaminhamento

(Edith Rubstein)

10
A QUEIXA PSICOPEDAGÓGICA

O termo “queixa” pode ter vários sentidos, dependendo do momento vivido pelo
sujeito. No dicionário4, é possível encontrar os seguintes significados “ato ou efeito
de queixar-se”, “expressão de dor ou sofrimento, lamento”, “expressão de
ressentimento ou desagrado”, “quaisquer sintomas relatados pelo doente”.

Na perspectiva psicopedagógica, a queixa é a primeira etapa para o diagnóstico,


por meio da qual compreende-se o que esteja dificultando os processos de
aprendizagem do aprendente, estabelecendo as hipóteses sobre aspectos
importantes para o diagnóstico de aprendizagem. Dessa forma, deve-se observar:

▪ COM OS PAIS (representantes da família)


– Significação do sintoma na família ou, com maior precisão, articulação funcional do
problema de aprendizagem.
– Significado do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais de seus
membros ao assumir a presença do problema; relaciona-se os valores da família com
o respeito ao não aprender.
– Fantasias de enfermidade, cura e expectativas acerca de sua intervenção no
processo diagnóstico e de tratamento; sentindo o que a família espera a respeito de
seu trabalho, modalidade de comunicação do casal e função do terceiro, observar a
relação dos pais entre si, os valores da família, a comunicação entre os pais e você.

▪ COM A ESCOLA (professor ou orientador)


– Significação do sintoma na escola.
– Significação do sintoma para o professor; reações dos membros da escola ao
assumirem o problema.
– Significado do sintoma, no sentido do que a escola espera a respeito de sua
intervenção (confirmação do não aprender, como: tirar da responsabilidade da escola
o fracasso, uma possibilidade de auxílio para o sucesso, uma ameaça externa).
– Observar os valores da escola, a comunicação entre seus profissionais e entre
profissionais e aluno.

▪ COM O SUJEITO (aprendente)


– Visão do sintoma para o sujeito.
– Significação do problema para o sujeito.
– Sentido do que o sujeito espera de sua intervenção.
– Observar as modalidades de comunicação do sujeito, que pode ser obtida na
entrevista realizada com o sujeito no primeiro encontro, antes da EOCA.

4
Disponível em <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/queixa>
11
MODELO DE ENTREVISTA COM O SUJEITO

Nome: ________________________________________________________________________________________

Data de nascimento: __________________________________ Idade: _______________________

Escola Atual: ________________________________________________________________________________

Série: __________________________________ Período: ____________________


Nome do Professor: _________________________________________________________________________

O que disseram que você vinha fazer aqui?

Por que você acha que veio aqui?

Você acha que tem alguma dificuldade? Em que?

Gostaria de fazer um trabalho comigo para verificarmos onde posso lhe ajudar?

12
MODELO DE ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA

É o levantamento de dados sobre todo histórico gestacional, familiar, social e


escolar do avaliado.

DADOS DO ALUNO
Nome:

Data de nascimento: Idade:

Sexo: ( )F( )M
Naturalidade: Nacionalidade:

Nome da mãe:

Nome do pai:

Estado civil dos pais: casados ( ) divorciados ( ) outros ( )


Como a criança reagiu ao divórcio?

Descreva os pais:

Possui irmãos: sim ( ) não ( ) Quantos irmãos:


Descreva os irmãos:

Há alguma queixa familiar?

Religião da família:

13
DADOS DA ESCOLA
Escola:
Nível: fundamental ( ) médio ( ) superior (
Série:
)
Histórico da escola (missão, visão, valores e proposta pedagógica):

Formação técnica dos professores:

Sistema de avaliação:

Número de alunos por turma:

Quem encaminhou o aluno?

Qual a queixa?

Disciplina/s em que a criança apresenta dificuldade/s:

Metodologia de ensino do/s professor/es dessa/s disciplina/s.


Como é feita a avaliação do aluno?

Como é o relacionamento do professor/aluno?


Como a criança se sente na presença do professor?

A criança é reprimida ou tem liberdade para expressar suas ideias e opiniões?


Explique.

14
HISTÓRICO DE VIDA DO ALUNO
A gravidez foi desejada? Sim ( ) Não ( )
Como foi a gestação e o parto?

Amamentação? Peito ( )
(assimilação/acomodação, afetividade) Mamadeira ( )
Tem hora para comer? Sim ( ) Não ( )
Com que idade deixou as fraldas?
Como lidou com essa mudança?

EVOLUÇÃO PSICOMOTORA DA CRIANÇA


Engatinhou? Sim ( ) Não ( )
Com que idade começou a andar?
Como aprendeu a andar? ( ) Se sentia seguro OU ( ) Inseguro
Como foi a evolução dos movimentos (segurar colher, rabiscos, segurar
brinquedos)?

É estabanado? Sim ( ) Não ( )


É agitado? Sim ( ) Não ( )
Brinca com segurança? Sim ( ) Não ( )
Tem medo de brincar no parque? Sim ( ) Não ( )
Com qual idade começou a falar? Sim ( ) Não ( )
Falavam para ele/ela repetir? Sim ( ) Não ( )
Ele trocava as letras? Sim ( ) Não ( )
Quais letras? Sim ( ) Não ( )
Era corrigido? Sim ( ) Não ( )
Atualmente, ainda troca letras? Sim ( ) Não ( )
Consegue contar uma história com começo, meio e fim? Sim ( ) Não ( )
Dorme quantas horas por dia?
Dorme tranquilo? Sim ( ) Não ( )
Tem sono é agitado? Sim ( ) Não ( )
Tem pesadelos? Sim ( ) Não ( )
Dorme sozinho? Sim ( ) Não ( )
Tem medo de dormir sozinho? Sim ( ) Não ( )

15
Que horas acorda?
Que horas vai dormir?
HISTÓRIA CLÍNICA DA CRIANÇA
Tem problema respiratório (bronquite, asma)? Sim ( ) Não ( )
Alergias? Se sim, quais?
Sim ( ) Não ( )

Internações? Sim ( ) Não ( )


Cirurgias? Sim ( ) Não ( )
Tem problemas de visão? Sim ( ) Não ( )
Tem problemas de audição? Sim ( ) Não ( )
Outros tratamentos:

ASPECTOS DE RELACIONAMENTO
A criança gosta de chamar a atenção para si? Sim ( ) Não ( )
Tem dificuldade de dividir brinquedos? Sim ( ) Não ( )
Apresenta mudança de comportamento variando o humor Sim ( ) Não ( )
sem motivo aparente?
Aceita ser disciplinado? Sim ( ) Não ( )
Respeita as regras impostas? Sim ( ) Não ( )

ASPECTO DE RACIOCÍNIO
A criança reconhece quando erra? Sim ( ) Não ( )
Tenta justificar os erros? Sim ( ) Não ( )
Presta atenção quando é solicitada? Sim ( ) Não ( )
Compreende o que é solicitado? Sim ( ) Não ( )
Acompanha o curricular escolar proposto? Sim ( ) Não ( )

16
ASPECTO DA LINGUAGEM ORAL
Presta atenção a detalhes quando faz a leitura? Sim ( ) Não ( )
Expressa seu pensamento com sequência lógica? Sim ( ) Não ( )
Apresenta inibição ao falar? Sim ( ) Não ( )
Troca letras ou fonemas ao falar? Sim ( ) Não ( )
Expressa suas ideias com segurança? Sim ( ) Não ( )

ASPECTO DA LINGUAGEM ESCRITA


Apresenta letra legível? Sim ( ) Não ( )
Orientação espacial? Sim ( ) Não ( )
Omite letras? Sim ( ) Não ( )
Repete letras? Sim ( ) Não ( )
Obedece ao sentido lógico? Sim ( ) Não ( )
Apresenta noção de realidade/fantasia? Sim ( ) Não ( )

DADOS DA FAMÍLIA
Os pais brigam na frente da criança? Sim ( ) Não ( )
Corrigem a criança na frente dos outros? Sim ( ) Não ( )
Como é o critério de disciplina na família?

A família é harmônica? Sim ( ) Não ( )


Os pais costumam brincar com os filhos? Sim ( ) Não ( )
A criança demostra alegria em casa? Sim ( ) Não ( )
A criança apresenta ciúme ou inveja? Sim ( ) Não ( )
A criança apresenta isolamento ao contato social? Sim ( ) Não ( )

17
AVALIAÇÃO DA CRIANÇA
Qual a percepção que a criança tem de si?

A criança consegue descrever a família? Sim ( ) Não ( )


Qual é a percepção que ela tem da sua família?

Qual é a percepção que ela tem da escola?

Como a criança se imagina no futuro?

A criança tem brinquedos pedagógicos? Sim ( ) Não ( )


Tem acesso a livros? Sim ( ) Não ( )
Tem acesso a brinquedos eletrônicos? Sim ( ) Não ( )
Como é a alimentação?

18
SITUAÇÕES VIVIDAS PELA CRIANÇA
Nascimento de irmãos? Sim ( ) Não ( )
Mudança de escola? Sim ( ) Não ( )
Mudança de cidade/país? Sim ( ) Não ( )
Desemprego? Sim ( ) Não ( )
Separação? Sim ( ) Não ( )
Apresenta noção de realidade/fantasia? Sim ( ) Não ( )
Morte? Se sim, de quem? Como a criança se comportou? Sim ( ) Não ( )

Há alguém que “protege” a criança quando é disciplinada? Sim ( ) Não ( )


A criança relaciona-se bem com o pai? Sim ( ) Não ( )
A criança relaciona-se bem com a mãe? Sim ( ) Não ( )
Quem a ajuda nas tarefas escolares? Sim ( ) Não ( )
Qual o programa de TV preferido da criança? Sim ( ) Não ( )
Orientações aos pais:

.........................................................., ........... de ............................ de ............

(carimbo e assinatura do/a profissional)

19
O DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A APRENDIZAGEM

Para iniciar a avaliação da dificuldade de aprendizagem, é necessário


compreender o que é desenvolvimento infantil, que consiste na sequência de
mudanças físicas, de linguagem, pensamento e emocionais que ocorrem em uma
criança desde o nascimento até o início da idade adulta.

O desenvolvimento infantil abrange todo o escopo de habilidades que uma


criança domina ao longo de sua vida, incluindo o desenvolvimento em:

▪ Cognição: capacidade de aprender e resolver problemas.


▪ Interação social e Regulação emocional: interagindo com os outros e
dominando o autocontrole.
▪ Fala e Linguagem: compreensão e uso de linguagem, leitura e comunicação
▪ Habilidades Físicas: habilidades motoras finas (dedo) e habilidades motoras
grossas (corpo inteiro).
▪ Consciência sensorial: o registro de informações sensoriais para uso.

Essa fase do desenvolvimento humano é fortemente influenciada por fatores


genéticos (genes transmitidos pelos pais) e eventos durante a vida pré-
natal. Também é influenciada por fatos ambientais e pela capacidade de
aprendizagem da criança.

Nesse sentido, observar e avaliar o desenvolvimento infantil é uma ferramenta


importante para garantir que as crianças atendam aos seus marcos de
desenvolvimento. Portanto, além dos instrumentos de avaliação, é preciso saber para
que serve cada instrumento, o que será observado em cada um e os parâmetros para
realizar análise e comparação.

Para Piaget (1896-1980), a educação deve ser um facilitador do


desenvolvimento em todos os estágios:

– Sensório-motor (de 0 a 2 anos): nesse estágio a inteligência é prática, construída pela


ação a partir dos reflexos do bebê.

– Pré-operatório (de 2 a 7 anos): esse é conhecido como o estágio da inteligência


simbólica. A criança é egocêntrica.

20
– Operatório–concreto (de 7 a 11 anos): nesse período surge o desenvolvimento das
noções de tempo, espaço, velocidade, ordem etc. A criança é capaz de relacionar
diferentes aspectos.

– Operatório-formal (a partir dos 12 anos): nesse período a criança não apenas


observa a realidade, mas é capaz de buscar soluções de hipóteses.

Piaget não propôs um método de ensino, entretanto desenvolveu a teoria do


conhecimento. Os objetivos pedagógicos devem ser centrados nas atividades dos
alunos e os conteúdos servem como instrumentos de desenvolvimento. O mediador
deve levar o aluno ao descobrimento, aí dará início a aprendizagem, pois esse é um
processo interno e depende do nível de desenvolvimento da criança, assim, essa
aprende conforme a maturidade biológica e psicológica que adquirirá no dia a dia.

O que avaliar em cada fase?

Sensório-motor: 0-2 anos


▪ O desenvolvimento da inteligência é avaliado pelos sentidos, sensações e
sentimentos.
▪ Quais são os sentidos? Visão, audição, olfato, paladar, tato e sistema
vestibular.

Essa fase é dividida em seis níveis:

O que avaliar nesses níveis?


Nível 1: 0-1 mês
– Reflexos: perdem com 1 mês
– Sucção: perdem com 3 meses
– Marcha: perdem com 4 meses
– Natação: perdem com 4 meses

Nível 2: 1-4 meses


As crianças exploram o mundo pela boca e o choro é o meio de comunicação.

Nível 3: 4-8 meses


As crianças imitam os adultos; chamam atenção para si, apresenta sobre o que é
um objeto e pessoas.

Nível 4: 8-12 meses


Sabem selecionar seus brinquedos favoritos e solicita-os; seguem suas metas.

Nível 5: 12-18 meses


Desejam novas experiências; são muito curiosas.
21
Nível 6: 18-24 meses
A imitação dos adultos fica mais rica em detalhes. As crianças começam a
solucionar problemas, é o início do pensamento simbólico.

O que é pensamento simbólico? É a capacidade de:


▪ Imitação
▪ Brincar de faz de conta
▪ Desenhar

Pré-operatório: 2-7 anos


O raciocínio é ao “pé da letra”. A criança fixa-se no visual mais notável das
substâncias e desconsidera as outras dimensões. Até os 5 anos a criança não entende
que a quantidade ou medida de uma substância permanece a mesma quando há
(re)arranjo ou mudança de forma na conservação de líquido, massa ou área.

Operatório-concreto: 7-11 anos


As operações consistem em transformações reversíveis e tal reversibilidade
pode constituir imersões. A criança de 7 a 11 anos compreende que cada fase de
reversibilidade, sem, contudo, coordena-las. As operações são uma fase de transição
entre as ações e as estruturas lógicas mais gerais.

Operatório-formal: 12 anos em diante


Ocorre de 11 a 12 anos até 14 a 15 anos e apresenta como característica
essencial a distinção entre o real e o possível, capaz de prever todas as relações que
poderiam ser válidas e logo procura determinar, por meio da experimentação e
análise, qual dessas relações possíveis tem validade real.

22
AVALIAÇÃO COGNITIVA

Antes de abordar sobre a Avaliação Cognitiva é necessário saber o que é


cognição primeiramente.

Cognição é a habilidade de sentir, pensar, recordar etc. Está relacionada à


inteligência e às funções mentais como memória, atenção, noção de tempo, espaço,
cálculo, escrita, leitura, praxia motoras e ideatórias, linguagem, raciocínio abstrato,
percepção, visuo-construção e funções executivas.

O conceito mais usado ao definir inteligência é a habilidade para lidar com a


complexidade e usar a informação obtida pelos procedimentos de transformação
simultâneos e sucessivos.

Portanto, a avaliação cognitiva serve para detectar dificuldades de aprendizagem


e os níveis do desenvolvimento intelectual, percepção visual, auditiva, raciocínio
lógico e matemático, capacidade de interpretação e compreensão, capacidade de
autonomia, planejamento e execução de tarefas, organização, tomada de decisão,
memórias (sensoriais, de trabalho, curto prazo, longo prazo), leitura, escrita,
vocabulário etc.

1. Consignas e Intervenções

As consignas e intervenções possibilitam observar:


▪ A possibilidade de mudança de conduta;
▪ A desorganização ou reorganização do sujeito;
▪ As justificativas verbais ou pré-verbais;
▪ A aceitação ou a recusa do outro (assimilação, acomodação, introjeção,
projeção).

1.1 Tipos de consignas e intervenções:

▪ De abertura: “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que


lhe ensinaram e o que você aprendeu. Esse material é para que você
utilize como desejar, pode escolher e usar o que quiser”.

Para mudança de atividade:

▪ Consigna aberta: “Gostaria que você me mostrasse o que quisesse com


esses materiais”.

▪ Consigna fechada: “Gostaria que você me mostrasse outra coisa que não
seja (...)” ou “Gostaria que você me mostrasse algo diferente do que já me
mostrou”.

23
▪ Consigna direta: “Gostaria que me mostrasse algo de... (matemática,
escrita, leitura)”.

▪ Consigna múltipla: “Você pode ler, escrever, pintar, recortar desenhar,


etc.?”

▪ Consignas para pesquisa: “Para que serve isto, o que você fez, que
horas são, que cor você está utilizando?”.

As respostas geralmente após a consigna de abertura são:

a) Sujeito começa a fazer algo (desenha, pinta, recorta, etc.)

b) Pede que lhe indique o que precisa fazer, ao que se responde: “O que você
quiser”.

c) Fica totalmente paralisado sem poder reagir. Mesmo diante do modelo


múltiplo não realiza nada. Qualquer uma das respostas já são dados
significativos para a avaliação.
Quando o entrevistado apresenta alguma produção, é aconselhável que se
incida sobre ela, perguntando, argumentando, investigando, apresentando um
problema, pedindo que relate o que leu, escreveu ou desenhou.
Observa-se o grau de mobilidade e de modificabilidade5 do entrevistado.

A partir dessas perguntas, é possível ter os indicativos do estilo de aprendizagem


do avaliado. É recomendado fazer outras avaliações, tais como a avaliação pelo
modelo EOCA, o modelo Quadrante de Hermann, modelo de Kolb, modelo de Gardner,
modelo Programação Neurolinguística ou modelo Felder e Silveman.

5Modificabilidade Cognitiva Estrutural (MCE) consiste na capacidade que o organismo humano possui de
mudar a estrutura do seu funcionamento, considerando a inteligência como um processo dinâmico de
autorregulação apto para dar respostas aos estímulos ambientais.
24
MODELO AVALIAÇÃO DO ESTILO DE APRENDIZAGEM

Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem - EOCA


Elaborada por Jorge Visca, a EOCA serve como ponto de partida para investigar
o modelo de aprendizagem do sujeito, os vínculos que possui com os objetos, os
conteúdos da aprendizagem, bem como suas dificuldades. É a oportunidade para
observar condutas evitativas e como enfrenta desafios.

Se necessário, podem ser feitas mais de uma entrevista de EOCA.

Material:
Crianças menores: massa de modelar, cubos, jogos de encaixe, livros.

Crianças maiores: folhas lisas, folhas pautadas, lápis, borracha, régua, compasso, lápis
de cor, canetinha, cola, livro, revista, jogos.

Adolescentes e adultos: conversação e atividades como jogos, teste da árvore, casa,


família.

Psicopedagogo:
Ponha o material sobre a mesa e peça ao aprendiz para iniciar a EOCA.

Fatores de observação durante a EOCA

Por meio da observação do tema, da dinâmica e do produto, pode se observar


o sintoma e as causas históricas coexistentes (ansiedade, defesa, funções, nível de
pensamento utilizado, grau de exigência, aquisições automáticas, aspectos da
lateralidade, organização, ritmo de trabalho, interesses, etc).

Estes três níveis de observação são indicadores do primeiro sistema de


hipóteses:

▪ Temática: Consiste em tudo que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta
humana, um aspecto manifesto e outro latente.

▪ Dinâmica: Consiste em tudo que o sujeito faz e não é estritamente verbal:


gestos, tom de voz, postura corporal, a forma de sentar ou de pegar o lápis etc.
podem ser mais reveladoras que os comentários e até mesmo que o produto.

▪ Produto: É o que o sujeito deixa gravado no papel, na dobradura, na colagem


etc, incluindo a sequência em que foram feitos.

25
Dimensão cognitiva
Alguns indicadores:
▪ Leitura dos objetos e situação.
▪ Utilização adequada dos objetos.
▪ Estratégias utilizadas na produção de tarefas.
▪ Organização/Planejamento da atividade (antecipação).
▪ Nível de pensamento utilizado.

Dimensão afetiva
Alguns indicadores:
▪ Alterações no campo geográfico e o de consciência (distração, inadequação da
postura, fugas etc.)
▪ Aparecimento de condutas defensivas (medos, resistência às tarefas, às
mudanças, às ordens etc.)
▪ Ordem e escolha dos materiais.
▪ Aparecimento de condutas reativas (choro, ansiedade etc.)

Postura do Examinador
▪ Deve ser apenas um observador da conduta do avaliado, participando com
intervenções somente quando achar necessário.

▪ Lançar mão de vários tipos de consignas para maior riqueza das observações.

▪ Colocar limites quando achar necessário.

▪ Quando o avaliado apresenta dificuldades para entrar na tarefa, deverá utilizar


consigna múltipla para facilitar a decisão do avaliado.

▪ Caso o avaliado permaneça sem iniciativa, deve-se lembrar também que esta
também é uma postura a ser analisada, é uma forma de agir frente a situações
novas, deve ser avaliada em seus vários fatores.

Formas de Registro
▪ Papel pautado dividido em duas colunas, sendo a da esquerda maior, pois
servirá para as anotações do que ocorrerá na entrevista e a coluna da direita
para anotações das hipóteses levantadas.

▪ Deve-se anotar tudo que ocorrer, postura, ações, palavras, frases etc.

26
Levantamento das Hipóteses
As hipóteses serão levantadas de acordo com as observações feitas durante a
entrevista. Levando-se em conta as três linhas de investigação que serão realizadas:
cognitiva, afetiva e orgânico-funcionais.

Quando as hipóteses levarem a uma área específica (por exemplo: psicologia,


fonoaudiologia, neurologia etc.), deve-se pedir a avaliação de um profissional
competente.

Observações gerais
▪ Cada nível de estrutura cognitiva corresponde a uma leitura da realidade e um
nível de evolução afetiva para estabelecer um vínculo com o objeto.

▪ Cognitivo: Operações lógicas que regulam os intercâmbios com o meio externo,


com a lógica correspondente ao estágio cognitivo a que percebe o sujeito.

▪ Diante de determinada situação, o sujeito passará pelos momentos de


indiscriminação objetiva parcial e total, em movimentos de ir e vir. Ao atingir
o patamar, pode passar para outro no mesmo movimento.

PRINCIPAIS OBSTÁCULOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Obstáculos Funcionais
▪ Assimilação
▪ Lentidão
▪ Domínio especial
▪ Motor
▪ Elaboração mental

Obstáculos Emocionais (Epistemofílicos)


▪ Estado confusional
▪ Perseveração
▪ Exigência
▪ Conduta evitativa
▪ Mecanismos defensivos

Obstáculos Cognitivos (Epistêmicos)


▪ Desempenho
▪ Antecipação
▪ Assimilação, acomodação
▪ Insensibilidade – não percebe determinados conflitos
▪ Não possui mecanismo de integração
▪ Nível cognitivo

27
CHECK LIST

1. Você sabe por que está aqui?


Ansiedade Sim ( ) Não ( )
Expectativa Sim ( ) Não ( )

2. Identifique o material que está sobre a mesa (dar nome aos objetos)
Observador Sim ( ) Não ( )
Nomeia tudo Sim ( ) Não ( )
Apresenta dificuldade em lembrar-se dos nomes dos Sim ( ) Não ( )
objetos
Possui fala infantilizada Sim ( ) Não ( )

3. Gostaria de saber o que você sabe fazer com o material que está sobre a mesa
Como é sua postura (ao sentar)?

Qual material evita?

Qual sua preferência?

Terminou o que começou? Sim ( ) Não ( )


Mexe em tudo e nada realiza? Sim ( ) Não ( )
Evita tocar os objetos? Sim ( ) Não ( )
É ansioso/a? Sim ( ) Não ( )
4. Converse com o aprendiz sobre o que ele produziu. Peça que continue
mostrando o que mais já aprendeu.
O aprendiz continuou a mesma atividade? Sim ( ) Não ( )
Ficou falando coisas que nada se relacionava com a Sim ( ) Não ( )
atividade?
Se nega a ler ou escrever? Sim ( ) Não ( )
O aprendiz ficou paralisado? Sim ( ) Não ( )

5. Observar a modalidade da aprendizagem


Sim ( )
O aprendiz é tímido, não explora os objetos, fica na mesma
Não-hipoassimilativo (
atividade sempre? )
O aprendiz apresenta dificuldade em estabelecer vínculos Sim ( )
emocionais e cognitivos, fica na mesma atividade?
28
Não-hipoassimilativo (
)
Sim ( )
O aprendiz tem dificuldade em criar ou prefere copiar? Não-hipoassimilativo (
)
6. O aprendiz:
Articula o pensar como fazer? Sim ( ) Não ( )
Dificuldades com planejamento e organização? Sim ( ) Não ( )
Planeja bem? Sim ( ) Não ( )
Medo/resistência em utilizar os materiais? Sim ( ) Não ( )
Prefere conversar a produzir algo? Sim ( ) Não ( )
Descontentamento com suas produções? Sim ( ) Não ( )
Perfeccionismo (auto exigência)? Sim ( ) Não ( )
Problema na visão/fala? Sim ( ) Não ( )
Necessidade em agradar? Sim ( ) Não ( )
Dificuldade com a coordenação motora? Sim ( ) Não ( )
Suspeita de dislexia? Sim ( ) Não ( )
Suspeita de TDAH? Sim ( ) Não ( )
Outras hipóteses:

.........................................................., ........... de ............................ de ............

(carimbo e assinatura do/a profissional)


Nome do/a Profissional

29
MODELO DE CHECKLIST DE PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET

Diagnóstico Operatório
Após intensas pesquisas, Jean Piaget e colaboradores, elaboraram as provas do
diagnóstico operatório que determinam o grau de aquisição de algumas noções
chaves do desenvolvimento cognitivo, tais como: noção de tempo, espaço,
conservação, causalidade, número etc.

Por meio das provas operatórias é possível detectar o nível da estrutura


cognitiva com a qual o sujeito opera diante da situação apresentada, ou seja, o nível
de pensamento alcançado pelo sujeito.

As idades cronológicas apresentadas para os diversos níveis de


desenvolvimento estão relacionadas às condições socioculturais.

Momento do Diagnóstico

1. Vínculo.

2. Clarear o que se vai fazer.

3. Apresentação do material da prova.


(Quando o sujeito manuseia deve-se ouvir o que ele diz)

4. A ordem ou consigna.

5. A pergunta propriamente dita não precisa ser translúcida que dirija ou direcione a
resposta.

6. Resposta.

7. Primeira transformação do objeto, introdução de uma variável nula, ou seja, não


transforma o aspecto considerado.

8. Pedido de argumentação.

9. Resposta argumentada por:


▪ Identidade: Quando o sujeito percebe que não se acrescenta nada ao material
utilizado.

▪ Identidade subjetiva: Quando o sujeito identifica que a quantidade de material


dada possui a mesma quantidade.

▪ Reversibilidade: Quando o sujeito argumenta “se você voltar a forma antiga”.

30
▪ Compensação: Quando o sujeito argumenta compensando as diferenças das
formas apresentadas: “é mais comprida; mais larga etc”. Pode ser conservadora
ou não.
10. Contra argumentação: Pode-se contradizer o pensamento exprimido pelo sujeito
(tentar levar em consideração o ponto de vista do sujeito e pesquisar se a resposta
tem um esquema ou é por mero acaso).

11. Justificação: Resposta do sujeito, pode ser conservadora ou não.

12. Segunda transformação

13. Sequência dos passos anteriores

Observações: Quando o sujeito, na argumentação ou justificativa, responde “não sei”,


pode ter dificuldades no aspecto operativo, possui a imagem, mas não opera
mentalmente, ou pode estar no nível intermediário entre um período e outro.

Provas Horizontais

1. Seriação

2. Números pequenos

3. Dicotomia
▪ Quantidade e inclusão de classes
▪ Interseção de classes
▪ Transvasamento de líquidos
▪ Massa
▪ Peso
▪ Comprimento
▪ Espaço unidimensional
▪ Superfície
▪ Espaço bi e tridimensional
▪ Substâncias homogêneas

4. Provas complementares e suplementares: são provas para avaliar os patamares


intermediários mais sutis, para se saber se o sujeito está longe ou perto do nível.
▪ Peso (complementar heterogêneo)
▪ Ilhas
▪ Combinações e permutações

31
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO

Atualmente, as provas do diagnóstico operatório foram selecionadas por


pesquisas baseadas nos trabalhos de Bärbel Inhelder6 e são assim relacionadas:

1. Provas de Classificação: Avaliam o domínio do sujeito a respeito da classificação.


São elas: conservação do número, matéria e líquido.

2. Provas de Seriação: Consta de 10m palitos graduados para serem organizados


segundo seu tamanho.

3. Mudança de critério ou Dicotomia: Consta de fichas com os atributos de cor,


forma e tamanho, que devem ser destacados pelo sujeito, conforme ordem dada.

4. Qualificação da inclusão de classes: Esta prova pode ser realizada com flores,
como o original, ou com animais ou frutas, pois permite avaliação da qualificação
inclusiva a respeito das classes com os elementos das subclasses.

5. Interseção de classes: Nesta prova se investiga o grau de operatividade a respeito


das operações lógicas no trato com as classes.

6. Conservação: A conservação diz respeito a igualdade e possibilita a percepção de


que mesmo diante de transformações o objeto conserva sua identidade, integridade
ou qualidade em questão. Estas questões são importantes para os processos
reguladores das atividades do sujeito em sua adaptação frente a realidade. O que se
observa nestas provas é o êxito ou não na variável quantitativa em conteúdos
distintos.

6.1. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos: Prova das


fichas ou dos números, possibilita a verificação da conservação da equivalência
numérica com quantidades discretas, apesar das transformações que foram
expostas. Parte-se da correspondência termo a termo.

6.2. Conservação da quantidade de líquido: Prova do transvasamento de


líquido, investiga-se o grau de conservação com um material físico continuo em
diversas variáveis.

6.3. Composição da quantidade de líquido. Nesta prova o sujeito deve


encontrar a solução num processo de síntese, diferente do anterior que era por
meio da análise do material.

6.4. Conservação da quantidade de matéria: Prova da massa que utiliza um


novo material (massa de modelar), mas está correlacionada a anterior.

6
Bärbel Elisabeth Inhelder (1913-1997) foi uma psicóloga suíça mais conhecida por seu trabalho Jean Piaget e suas contribuições
para o desenvolvimento infantil.

32
6.5. Conservação de peso: Esta prova tem êxito no segundo nível das
operações concretas e indaga sobre o grau de aquisição da invariância de peso.

6.6. Conservação de volume: Esta conservação é alcançada por volta dos 11 a


13 anos dentro do período das operações concretas.

6.7. Conservação de comprimento: Esta prova é somente administrada


somente quando o sujeito atingiu a conservação das equivalências numéricas,
pois ela estuda a capacidade dos mesmos a respeito da transposição ou
reconstrução deste conhecimento ao nível da conservação de um contínuo
unidimensional – o comprimento e a largura.

7. Provas do pensamento formal ou Hipotético dedutivo: São as provas de


combinatórias entre os elementos, que possibilitam perceber se o sujeito alcançou o
nível de pensamento formal, apesar do material ser concreto, a formulação do
pensamento exige um sistema de lógica proporcional.

33
APLICAÇÃO DAS PROVAS PIAGETIANAS
As provas consistem em situações experimentais elaboradas, contudo a técnica
utilizada nessas provas é igual a todas basicamente. Consta em se interrogar o
avaliado frente aos fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a partir dos quais se
leva o sujeito a raciocinar. Variam somente segundo a natureza lógica dos problemas
ou de fenômenos físicos.

Quadro de seleção de provas conforme a idade


▪ Provas de conservação: de pequenos conjuntos
discretos de elementos da quantidade de líquido.
Até 6 anos ▪ Provas de classificação: de mudanças de critério ou
dicotomia.
▪ Provas de seriação.

▪ Provas de conservação: de pequenos conjuntos


discretos de elementos da quantidade de líquido, da
quantidade de matéria, da composição da
quantidade de líquido.
6 a 7 anos ▪ Provas de classificação: de mudanças de critério ou
dicotomia, interseção de classes ou qualificação da
inclusão de classes.
▪ Provas de seriação.

▪ Provas de conservação: da largura, de peso, do


volume.
▪ Provas de classificação: interseção de classes ou
8 a 9 anos qualificação da inclusão de classes.
▪ Provas de seriação.

▪ Provas de conservação: da quantidade de matéria, da


largura, da composição da quantidade de líquido, de
10 a 12 anos peso.
▪ Provas de classificação: interseção de classes ou
qualificação da inclusão de classes.

▪ No caso de se obter êxito na prova de conservação de


12 anos em diante volume, administra-se as provas para o pensamento
formal.

Nome: ________________________________________________________________
Data: __________________________________________________________________
Idade cronológica: ___________________________________________________

34
Quadro de resultados esperados das provas conforme a idade
Não Conduta
Prova Conservação
conservação intermediária
Conservação de quantidades 4-5 anos 5-7 anos A partir de 7 anos
Classificação 4-5 anos 5-6 anos A partir de 6 anos
Seriação 3-4 anos 6 anos 7-8 anos
(Tateamento)
Inclusão de classes 5-6 anos 6-7 anos 7-8 anos
Transvasamento de líquidos 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos
Composição quantidade de líquidos 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos
Conservação quantidade matéria 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos
Conservação de superfície 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos
Conservação de peso 6-7 anos 7-8 anos 8-9 anos
Conservação de comprimento 6-7 anos 7-8 anos A partir de 8 anos
Interseção de classe 4-5 anos 6 anos 7-8 anos
Conservação de volume 7-8 anos 9-10 anos 11-12 anos
Composição de pesos 7-8 anos 9 anos 10-12 anos
Combinação de fichas 11 anos 12 anos 13 anos em diante
Permutação de fichas 11 anos 12 anos 13 anos em diante

Fases de desenvolvimento segundo Piaget

Nível Observações
Intuitivo global
Pré-operatório Intuitivo articulado
Operatório
Operatório-concreto Concreto hipotético

Operatório-formal Dedutivo ou formal

35
O DESENHO INFANTIL NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
Os estudos sobre o desenho infantil vêm ganhando destaque por diferentes
pesquisadores, que analisaram o desenvolvimento das crianças e identificaram
inúmeras concepções pedagógicas, de forma a compreender o que ocorre quando elas
desenham.

O desenho como primeiro meio pelo qual a criança se expressa


significativamente, visto que, primeiramente por meio das garatujas ou rabiscos, isto
é, seus primeiros registros, ela manifesta sua particularidade e seu próprio padrão de
expressão.

As crianças aperfeiçoam sua capacidade de criar, entrando em contato com o


seu mundo imaginário e representando sua realidade. Dessa forma, o desenho infantil
pode revelar o grau de maturidade, do equilíbrio emocional e afetivo, bem como do
desenvolvimento motor e cognitivo da criança. Por meio do desenho, a criança
(re)cria suas próprias formas expressivas, integrando percepção, imaginação,
sensibilidade e reflexão, noções que podem ser exploradas para avaliação
psicopedagógica.

Dessa forma, considerar os desenhos infantis como material de análise é


pertinente, pois assim como a escrita, a evolução do desenho se configura por etapas.
Assim, é fundamental que o profissional compreenda as características da trajetória
construída segundo o desenvolvimento simbólico das crianças.

FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO PIAGET


Segundo Piaget, a criança desenha, elaborando conceitualmente objetos e
eventos, isto é, ela desenha “mais o que sabe do que realmente consegue ver”. Daí a
relevância de se compreender o processo de construção do desenho junto ao
enunciado verbal que nos é dado pelo sujeito.

1ª Fase) GARATUJA
▪ Período Sensório-motor (0 a 2 anos de idade).
▪ A figura é inexistente, a criança utiliza a imaginação, por imaturidade da
coordenação motora, o desenho é desordenado.

2ª Fase) PRÉ-ESQUEMATISMO
▪ Período pré-operatório (2 a 7 anos de idade).
▪ A criança consegue fazer relação entre desenho, o pensamento e a realidade,
porém, os desenhos ainda são dispersos.
▪ As cores não possuem relação com a realidade, mas com os sentimentos.
▪ A figura humana está relacionada com a maturação da percepção e
desenvolvimento cognitivo.

36
3ª Fase) ESQUEMATISMO
▪ Período operatório-concreto (7 a 12 anos de idade).
▪ A criança começa a expressar suas experiências, a percepção começa a
amadurecer.
▪ Utiliza a linha como base e começa a perceber o espaço, o conceito de figura
humana, mas ainda apresenta exageros, omissões e as cores são relacionadas
ao estado de emoção.

4ª Fase) REALISMO
▪ Corresponde também ao período operatório-concreto (7 a 12 anos de idade).
▪ É a fase da transição das operações concretas para as formais.
▪ Nesta fase, a criança apresenta noção de espaço, abandona as linhas como base,
a figura humana apresenta roupas e formas.

5ª Fase) PSEUDONATURALISMO
▪ Período operatório-formal (+ de 12 anos de idade).
▪ Nesta fase, o adolescente não utiliza o abstrato e desenho espontâneo.
▪ O desenho segue a personalidade, utilizam formas da sua personalidade.
▪ O visual está relacionado com a realidade e suas emoções.
▪ O desenho assume a comunicação sem palavras, expressa sentimentos,
inteligência, nível da maturação neurológica.

FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD


Apesar da criança já possuir a inteligência representativa, não é capaz de fazer
de conta no plano gráfico. Esta defasagem ocorre por conta da construção do símbolo
no bidimensional ser mais complexa do que a partir do próprio corpo. Assim, a
mesma criança que é capaz de fazer de conta que alimenta sua boneca por meio de
jogo simbólico, usando símbolos, não sabe ainda desenhar símbolos que tomam uma
coisa por outra. Quando desenha sua ação sobre o plano gráfico é, portanto, pré-
simbólica.

Viktor Lowenfeld7 (1970) estudou o desenho infantil, em especial a fase pré-


simbólica, relacionando-o nas seguintes fases:

1ª Fase) RABISCAÇÃO DESORDENADA OU GARATUJA


▪ 2 a 4 anos de idade.
▪ A criança desenha sem intenção alguma de escrever ou desenhar, apenas pelo
prazer de rabiscar.
▪ Dentro desse mesmo estágio há ainda a Rabiscação Longitudinal e a
Rabiscação.

7
Viktor Lowenfeld (1903-1960) foi professor de educação artística na Pennsylvania State University . Suas ideias influenciaram
muitos educadores de arte nos Estados Unidos do pós-guerra. Ele defendia que as "maneiras pelas quais crianças em diferentes
estágios de desenvolvimento artístico devem ser estimuladas por meios e temas apropriados, e (...) o currículo (...) guiado
principalmente por considerações desenvolvimentistas".

37
Rabiscação Longitudinal: A criança aprecia seus traçados e observa suas produções
(movimento intencional). Ela não abandona as garatujas, mas já aparecem bolinhas,
cruzes, quadrados etc. (símbolos praticamente isolados).

Rabiscação: A criança nomeia seus desenhos e traça o que imagina e o que viveu, por
meio do simbolismo. A figura humana já é perceptível, ela fecha os seus traços para
formar braços, pernas, cabeça, de forma que esses são para abraçar, caminhar e
pensar. Elas conseguem reconhecem para que servem os desenhos. A fabulação se
inicia, evidenciando a criatividade e invenção da criança.

2ª Fase) FIGURAÇÃO PRÉ-ESQUEMÁTICA


▪ 4 a 7 anos de idade.
▪ A criança começa a utilizar representações simbólicas.
▪ Utilizam variedade de traços (linhas, círculos, formas ovais) que podem ser
caracterizados como membros de suas figuras, por exemplo: braços, pernas,
olhos, cabeça.

3ª Fase) FIGURAÇÃO ESQUEMÁTICA


▪ 7 a 9 anos de idade.
▪ A criança começa a utilizar representações simbólicas e faz relações de
referências socioculturais, para desenharem casas, pessoas, animais etc.
▪ Utilizam variedade de traços (linhas, círculos, formas ovais) que podem ser
caracterizados como membros de suas figuras, por exemplo: braços, pernas,
olhos, cabeça.

4ª Fase) FIGURAÇÃO REALISMO


▪ 9 a 12 anos de idade.
▪ A criança começa a apresentar conceitos de formas, se encontra mais
detalhista, desenhando tudo o que vê.
▪ Há distinção no tamanho dos objetos, compreendendo que o que está na frente
é maior e esconde o que está atrás.

5ª Fase) PSEUDOREALISMO
▪ 12 anos de idade em diante.
▪ O adolescente se preocupa com a perfeição e a profundidade do desenho, o que
torna esse mais elaborado.

Diante de tudo que foi exposto, o que se deve avaliar no desenho?


✓ O estado emocional da criança pelas cores e estilística do desenho.
✓ O nível intelectual em que se encontra.
✓ A maturidade da percepção visual.
✓ O nível de socialização da criança e quais patologias estão relacionadas.
✓ A coordenação motora e patologias relacionadas, dentre outros.

38
CHECK-LIST DA AVALIAÇÃO DO DESENHO LIVRE
Serve para investigar a maturidade psicomotora e o nível de aprendizagem do
aluno bem como a as emoções: como se sente, como se vê dentro do cenário, contexto
etc.
CHECK LIST
Tamanho de desenho ( ) Pequeno ( ) Grande
Tamanho das personagens ( ) Pequeno ( ) Grande
Quem aparece maior?

Quem não aparece no desenho? Exemplo: pai, mãe, irmão etc.

Distanciamento das personagens:


( ) Separados por alguma barreira
( ) Presos em quadrados
As personagens:
( ) Possuem pés e mãos
( ) Não possuem pés e mãos
Faltam olhos, orelha e/ou boca ( ) Sim ( ) Não
O desenho condiz com o que foi pedido? ( ) Sim ( ) Não
(Se a resposta for não, pode indicar conduta evitativa relacionada à situação solicitada)
O sujeito a ser solicitado:
Se recusa a desenhar ( ) Sim ( ) Não
Se recusa a escrever ( ) Sim ( ) Não
Usa borracha ( ) Sim ( ) Não
Posição do desenho na folha
( ) Superior - Exigente ( ) Inferior - Impulsivo
( ) Direita – Progressivo ( ) Esquerda - Regressivo
( ) Superior Direita / Exigente - Progressivo
( ) Superior Esquerda / Exigente - Regressivo
( ) Inferior Direita Impulsivo - Progressivo
( ) Inferior Esquerda Impulsivo - Regressivo
Fonte: Visca, 2008, p.23
Se a pessoa for alfabetizada peça para escrever os nomes no desenho ou falar algo. Se ela se negar, não deve forçar, pois
pode estar relacionado a algum conflito que não deseja relembrar.
Posição do desenho na folha
(O título revela o vínculo estabelecido com a aprendizagem, se condiz com o desenho)
O sujeito apresenta criatividade ao escolher o título? ( ) Sim ( ) Não
O título foi pouco elaborado? ( ) Sim ( ) Não
Relato do desenho
Boa expressão oral? ( ) Sim ( ) Não
Existe negação e repressões? ( ) Sim ( ) Não
Conclusões:

39
PROVAS PROJETIVAS
As provas projetivas são utilizadas no contexto psicopedagógico como um meio
de analisar e depurar o sistema de hipóteses. Elas devem ser aplicadas quando há
suspeita de implicações emocionais ou vínculos negativos com a aprendizagem.

Ao ser submetido à prova projetiva, o sujeito projeta para fora de si o que se


recusa a reconhecer em si mesmo ou o ser em si. Segundo Piaget “por meio do jogo
simbólico, a criança no período pré-operatório assimila o real ao eu e consegue com este
artifício suportar suas vivências pessoais e familiares, seus conflitos e problemas”.

Por meio das provas projetivas pretende-se que haja a manifestação do


inconsciente, sem medos e/ou repressões. Aparecem aqui, através de estímulo,
manifestações inconscientes com marcas deixadas pelas vivências dos sujeitos.

Nesse sentido, ao aplicar as provas projetivas, o profissional deve ter a clareza


de que elas expressam uma realidade subjetiva relacionada com a vivência particular
do sujeito. Não se trata da realidade como ela é, mas a realidade que o sujeito
vê. Assim, as provas projetivas devem ser adaptadas ao tipo de investigação que se
pretende realizar e a especificidade do sujeito.

As provas projetivas psicopedagógicas foram organizadas por Jorge Visca e


consistem em recursos para a compreensão de variáveis emocionais, que
condicionam a aprendizagem positiva ou negativamente.

O objetivo da prova projetiva psicopedagógica é verificar as significações do


ato de aprender e as relações vinculares que se formam com o conhecimento e as
figuras ensinantes.

A criança brinca para reviver momentos felizes e prazerosos ou para elaborar


seus traumas e desprazeres, o desenho é um dos instrumentos que o profissional
poderá utilizar para avaliação da subjetividade, ou seja, no desenho e na brincadeira
a criança revela dados importantes do seu dia a dia, dos seus impulsos inconscientes
e da sua personalidade. A prova projetiva serve para detectar bloqueios emocionais,
dificuldades de aprendizagem causadas por influência psicológica.

Dessa forma, é necessário fazer a análise do desenho minuciosamente,


considerando os traços, a idade da criança, o tamanho do desenho, o lado, o ano que
está cursando. Lembrando que existem testes da árvore, da casa, dos animais, etc.

Segundo Freud, os mecanismos de defesa são proteções inconscientes do ego


para bloquear tudo que possa gerar sofrimentos, angústias, solidão, esses
mecanismos são encontrados em todos os seres humanos. Para Freud, esses
mecanismos são saudáveis, porém, em excesso, podem demonstrar um problema
psicológico. Os mecanismos de defesa são vários, mas citaremos três deles:

40
– Sublimação: É um deslocamento ou alteração dos impulsos do ID desviando para
comportamentos aceitáveis socialmente. A criança sádica sublima seus impulsos para
a sala de aula, um exemplo é gostar de pesquisar estrutura fisiológica de um animal.

– Recalque: É o ato de expulsar da consciência tudo que é inaceitável, ele é


automático. O recalque volta a aparecer em atos falhos, sonhos e lapsos de linguagem.
Na educação, a criança pode bloquear a construção do conhecimento por não se
relacionar bem com o professor, pela transferência também não gostará da matéria
que aquele ensina.

– Transferência: É o ato de transferir sentimentos como o amor ou ódio para outra


pessoa no relacionamento. A transferência na aprendizagem é muito importante, por
meio dela o aluno gostará do professor ou irá odiá-lo, isso dependerá do seu
relacionamento familiar, visto que essa é a fase na qual a criança transfere seus
sentimentos para o professor e para a matéria que este ensina; se houver amor
familiar, o aluno transferirá esse amor para o professor e para a matéria. Segundo
Freud, a pessoa aprende a amar algo por amor a alguém.

Na Prova Projetiva, o profissional deverá avaliar no desenho como o avaliado


se sente na família, na escola e com os colegas e como ele se relaciona com o professor,
além do nível de desenvolvimento emocional e cognitivo. Esses dados são muito
importantes na construção da aprendizagem. A forma como a criança faz a
transferência do amor de mãe para o professor, ou a indiferença, se essa criança não
recebeu amor de mãe, todas essas informações subjetivas, ou seja, emocionais, podem
ser indicadores de uma dificuldade de aprendizagem ou de socialização.

Apresentamos a seguir os três temas que mais utilizamos com os alunos:


família, contexto escolar e algo que eles gostem (preferência).

➔ O Teste da Família
Tem o objetivo de avaliar como se dá o relacionamento global da família, bem
como em suas diferentes partes. É necessário deixar claro que antes de se
realizar esse teste é preciso investigar qual a visão que o aluno tem de família
e como se encontra sua família, visto que, nos dias atuais, há grande variação
na estrutura familiar, que outrora era formada basicamente por pai, mãe e
filhos. Atualmente, sabe-se que as famílias podem ser formadas por avós, mãe
e filhos; ou por mãe e filhos; por filhos de pais separados que casaram com um
novo cônjuge e assim por diante. Todas essas relações devem ser conhecidas e
esclarecidas para evitar distorções na análise do teste.
O procedimento do teste é o seguinte: É solicitado ao aluno que desenhe uma
família qualquer, que não a sua própria família, dessa forma liberamos o aluno
tanto no nível inconsciente quanto no nível crítico para falar de sua família que
pode ser representada como é na realidade ou como o ele mesmo a idealiza.
Posteriormente pedimos que dê nomes a cada um dos indivíduos
representados no desenho e que conte uma história sobre essa família.

41
➔ Teste do Par Educativo
Tem o objetivo de obter informações a respeito do vínculo estabelecido em
relação à aprendizagem, como foi internalizado por ele o processo de aprender
e como percebe aquele que ensina e o que aprende. Os dados obtidos darão
condições para elaboração de hipóteses a respeito da visão do aluno de si, dos
professores, de seus companheiros de classe e até mesmo da instituição
educativa. Quanto ao aspecto estritamente pedagógico, podemos avaliar o
nível de redação, ortografia, criatividade literária etc. Esse teste consiste em
instruir o aluno para que desenhe duas pessoas: “uma que ensina e outra que
aprende”. Também solicitamos ao aluno que conte ou escreva uma história
relacionada ao desenho.

➔ Teste Livre
Pode ser sobre algo que o aluno goste. Tem como objetivo observar o que faz
sentido emocional e concreto no dia a dia do aluno. A partir desse teste livre, é
possível conhecer um pouco mais as áreas de interesse dela no contexto sócio
afetivo.

É válido salientar que, durante o processo, é necessário que o profissional faça


as intervenções, questionando o aluno do que ele quer dizer com o desenho, mesmo
que as interpretações posteriores sejam realizadas. É imprescindível que o profissional
analise a partir do significado que o aluno fornecer, não apenas ao seu olhar clínico.
Fonte; Visca.Jorge- Técnicas Projetivas Psicopedagogicas-1994- Buenos Aires, Argentina

TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS


Baseadas na teoria de Jorge Visca e Alícia Fernandez

42
As técnicas projetivas psicopedagógicas têm o objetivo de investigar a rede de
vínculos que o sujeito possui em três domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo.
Em cada um destes domínios, guardando as diferenças individuais, é possível
reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que
constituem o vínculo da aprendizagem.

Apresentamos a seguir um quadro com os diversos domínios, suas


correspondentes técnicas projetivas e os objetivos de cada uma:

Domínio Prova Investigação Idade


6a7
Par educativo Vínculo com aprendizagem
anos
7a8
Escolar Eu e meus companheiros Vínculo com os componentes da classe anos
A representação do campo geográfico da sala 8a9
Plano da Sala de Aula de aula e a desejada anos
A planta da casa onde habita, sua 8a9
Planta da Casa representação real e desejada anos
6a7
Familiar Os quatro momentos do dia Os vínculos ao longo do dia
anos
O vínculo da aprendizagem com o grupo 6a7
Família educativa familiar e cada um dos integrantes da mesma anos

A delimitação da permanência da identidade 6a7


O desenho em episódios
psíquica em função dos afetos anos

A representação que se tem de si e do contexto


físico sócio dinâmico no momento de transição 6a7
O dia do meu aniversário anos
Consigo de uma idade para outra
mesmo 6a7
Desenho de minhas As atividades escolhidas durante o anos
férias período de férias escolares
6a7
Fazendo o que mais anos
O tipo de atividade que mais gosta
gosto

ANÁLISE DAS PROVAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS


1. Domínio: Escolar
1.1 Par educativo
43
Indicadores Características Significados
Muito grande ou muito pequeno Vínculo negativo com a aprendizagem
Tamanho total Relação equilibrada. Vínculo positivo
Dimensão razoável e negativo estão equilibrados
Tamanho dos Pequeno Desvalorização
personagens Grande Supervalorização (persecutório)
Muito pequeno Depósito de projeções negativas
Tamanho dos
Cisão de quem aprende e quem
objetos Muito grande ensina
Frente a frente Bom vínculo com a aprendizagem
Lado a lado Vínculo regular com a aprendizagem
Posições O aluno sente-se rechaçado pelo
Docente de costas para a turma docente
O aluno de costas para o docente O aluno rechaça o docente
Não comprometimento com o
Grande distância conteúdo e transmissão de
Distância entre conhecimentos
os personagens Supervalorização de conhecimentos
e o objeto de Mínima distância sobre o ato de transmissão
aprendizagem
Quem ensina usa os conteúdos como
Distância adequada instrumento para ensinar e aprender
Vínculo maduro do ponto de vista
Perspectiva Com perspectiva
afetivo, cognitivo e social
Centralidade na aprendizagem
Escolar sistemática, pode ser positivo ou
Âmbito onde negativo
se dá a cena
Melhor vínculo assistemático com a
Extraescolar aprendizagem
Supervalorização do intelectual que
Só cabeças pode ser persecutório

Características Corpo do docente inacabado Agressão oculta a quem ensina


corporais Quando não há dificuldades em
desenhar, significa uma
Simplificação dos personagens
desvalorização do vínculo de
aprendizagem com o docente
Título do Nega o vínculo com a aprendizagem
desenho Resume as características do vínculo
Pode ser considerado como uma projeção, pela qual é possível analisar o
Relato vínculo estabelecido através: a) conteúdo mesmo; b) sua correspondência
com o desenho; c) sua relação com o título.
Importante: A análise o título do desenho e o relato permite observar os mecanismos de
dissociação, negação e repressão
1.2 Eu e os meus companheiros
Indicadores Características Significados

44
Bom vínculo em relação à
Grande aprendizagem e aos colegas
Tamanho total
Pequeno Vínculo negativo
Igual Relação igualitária: aceita e é aceito
Tamanho do Liderança ou incapacidade para
personagem Grande descentrar-se
principal Rebaixar-se e sentimento de ser
Pequeno vítima do grupo
Comunicação reflexiva e sensível
Centralizado (concêntrica)
Posição (profunda)
Lado a lado Comunicação superficial
Grande afeto pelo docente
Inclusão de
Inclusão Relação deficitária com os colegas
docente
(dependência)
a) Verificar a ocorrência de contradições entre a fala e o desenho.
Relato ou b) Comentários gerais dão uma visão do conjunto e indicam como o
comentário entrevistado está inserido no grupo ou deseja estar.
sobre colegas c) Comentários pessoais revelam os subvínculos com cada membro do
grupo.

1.3 Plano da sala de aula


Indicadores Características Significados
Falta de limites adequados;
Muito grande descontrole
Tamanho da
sala Restrição, que se manifesta como
Pequeno uma inibição
Disposição Tradicional Respostas rígidas ou ordenadas
Bom vínculo em relação ao docente
Em frente e/ou vínculo negativo em relação à
aprendizagem
Vínculo negativo em relação ao
No fundo
docente e/ou à aprendizagem
Localização Vínculo negativo em relação ao
Na lateral
quando é a docente e/ou à aprendizagem
escola do Vínculo positivo em relação à
entrevistado aprendizagem e aos colegas e vínculo
No centro
positivo ou negativo em relação ao
docente
Vínculo negativo em relação ao
Não se localiza na sala
espaço geográfico

2. Domínio: Familiar
2.1 Família Educativa

45
Indicadores Características Significados
Grupo familiar não é um referencial
adequado
Frente ao processo Vínculo com a aprendizagem não
excessivamente positivo ou negativo
Posição dos
O entrevistado considera o grupo
personagens
Em meio ao processo como referência para desenvolver e
integrar meios de aprendizagem
Há carência de modelos significativos
Fora do processo
de identificação

2.2 Plano de minha casa


Indicadores Características Significados
Inibição para o uso do espaço
Diminuição do uso potencial
Desenho pequeno emocional com que investe nas
situações e objetos com que aprende
Expansão egotista
Desenho que ocupa a folha inteira Aprendizagem positiva (desde que
Tamanho do não haja um descontrole motor)
plano da casa Descontrole
Falta de antecipação
Vínculo negativo ou instável em
Desenha utilizando mais de uma relação à aprendizagem em geral
folha Vínculo negativo ou instável em
relação ao estudo sistemático em
particular
Desenhar A inclusão de pessoas neste desenho pode ter diversos e contraditórios
pessoas significados em relação à aceitação e rechaço
Representadas, esquecidas, transladas e objetivas encontram-se ligadas
Aberturas diretamente aos canais de comunicação reais ou imaginárias
Sente-se incluído no contexto familiar
Interno e que o mesmo é um continente
Ponto de vista adequado
Externo Sente-se estranho e admira a casa
Privilegia-se a aprendizagem formal
Interior da casa de tipo intelectual
Espaço
representados Jardim, horta, parque, galinheiro Valoriza a aprendizagem vinculada ao
e espaços abertos corpo e à natureza
Os comentários podem revelar aceitação, rechaço, indiferença ou
Comentários objetividade
sobre Detectar as tentativas realizadas ou não para mudar a habitação
dormitório Detectar o grau de aceitação
Detectar a resistência que o meio lhe oferecer
Escolha do A maneira como e por quem foi escolhido possui grande importância a
dormitório partir dos 8 a 10 anos

46
O lugar de Revela o vínculo em relação à aprendizagem que se estabelece nas
estudo situações e os estilos de aprendizagem que podem ser estruturadas
Lugar de
Onde, quem, com, por que e quando se reúnem são perguntas que
reunião
revelam os modelos familiares da aprendizagem
familiar

2.3 Os quatro momentos de um dia


Indicadores Características Significados
Capacidade de adaptação às
Adequação à exigências externas
Desenho adequado à consigna
consigna Tolerância a frustração
Eleição automática Vida monótona e sem criatividade
Dinamismo, criatividade
Eleição em função da carga afetiva Uso instrumental e enriquecedor do
Os momentos positiva tempo
escolhidos
Apatia, solidão e deposição de
Eleição em função da carga afetiva impulsos agressivos manifestos ou
negativa latentes
Atividade Indica os gostos do sujeito e imposições externas, as aspirações e
realizada frustrações, as identificações e o potencial de organização que possui
Modelo de identificação
As pessoas Modelos de aprendizagem familiar, que pode ser compacto ou
diversificado
Na casa (parcial ou totalmente)
O campo em dependência adequada ou Indicam o estilo de vínculo, a
geográfico da não, realizando atividades de adequação e a flexibilidade destes
cena acordo ou desacordo com o lugar desacordos com o lugar

Indica como se encontra povoado o mundo interno do sujeito


Os objetivos Revela a realidade objetiva quanto aos ambientes físicos: desprovido,
do ambiente sobrecarregado, ordenado, confuso ou indiscriminado
Os detalhes do O tipo de traços, proporções, posições, retoques, detalhes, estereotipias,
desenho mobilidade etc.
Princípio da realidade e da
Sequência capacidade de acomodação,
Sequência A, B, C, D
espacial aprendizagem realista
Uso ordenado do tempo
Com sequência lógica Alta tolerância à frustração
Sequência Impulsividade
temporal Uso desordenado do tempo
Sem sequência lógica Baixa tolerância à frustração
Aprendizagem inconstante
Sequência do
Reforça os aspectos assinalados na sequência espacial
relato em

47
concordância
com a espacial
Sequência do
relato em
concordância Reforça os aspectos assinalados na sequência temporal
com a
temporal
Sequência do
relato em
concordância
com as Severa desorganização temporal e, consequentemente, severas
sequências dificuldades de aprendizagem
espacial e
temporal

3. Domínio: Consigo mesmo


3.1 Desenhos em episódios
Indicadores Características Significados
Pode ser observado através da transformação ou não de objetos animados
Tempo e (árvores, flores), de estados de tempo (sol nuvens, chuva), das estações
espaço (primavera, verão, inverno)
O tema Pode ser único, com critério estável ou não
Os afetos Simples ou complexos
Elementos
Adequadamente elaborados ou não em termos de comunicação e
relacionais ou
movimento
sociais

3.2 Fazendo o que mais gosta


Indicadores Características Significados
Indecisão na
Pode indicar problema entre o desejo do sujeito e uma forte proibição do
hora do tema
meio ou contradições entre distintos interesses não adequadamente
desenhar,
discriminados ou hierarquizados
apagar ou
Indecisão na eleição do tema
mudar de tema
Apagar objetos
sem mudar de Indica a consolidação de uma eleição e uma marcada tendência ao
tema perfeccionismo
Coerência no relato é produto de maior influência de censura sobre o
domínio verbal que sobre a produção gráfica
Coerência entre o relato e o desenho revela os conflitos sujeito- realidade
Relato e do sujeito consigo mesmo
Contexto espacial e temporal onde ocorre pode significar a realização
possível
3.3 Nas minhas férias
Indicadores Características Significados
48
Vínculo positivo
Adequação Flexível com a capacidade de
Adequação à acomodação
consigna Vínculo negativo e rígido, com
Não adequação predominância da assimilação e
pouca criatividade
Atividade Depositarão os desejos mais íntimos e das capacidades que se deseja
representada desenvolver
Porque gosta muito do que faz,
porque não sabe fazer algo diferente
Continua fazendo o mesmo
(falta de criatividade) ou representa
predomínio da assimilação
Desenho Criatividade, flexibilidade, tendência
Realiza algo totalmente distinto a acomodação e capacidade de
aprendizagem
Capacidade de aprendizagem
Leva acabo uma atividade
criadora

3.4 Dia do meu aniversário


Indicadores Características Significados
Vínculo negativo em relação à
Muito grande ou muito pequeno aprendizagem
Tamanho
Relação equilibrada
total Tamanho razoavelmente Vínculos positivos e negativos
dimensionado equilibrados
Tamanho dos Pequeno Desvalorização
personagens Grande Supervalorização
De frente Vínculo positivo
Posições
De costas Vínculo negativo
Possui um mundo interno rodeado de
identificações múltiplas que indicam
Rodeado de pessoas uma adequada capacidade de
aprendizagem em termos qualitativos
e quantitativos
Aprendizagem predominante
Indicadores assimilativa
Sozinho Dificuldade em descentrar o
geográficos
pensamento
Frente a frente sugere identificação
Posição introjetiva positiva. Todas as outras
indicam introjetivas negativas
Os mesmos representam objetos
Presentes recebidos desejados
Própria casa Atitude realista
Espaço
Posição de abertura para
geográfico Lugar público aprendizagens
49
Pode sugerir uma capacidade
criadora ou um mundo imaginário do
impossível, compensador de
Fora do contexto real possível sentimentos de frustrações com baixa
tolerância e uma predominância do
princípio do prazer sobre o da
realidade
A idade do personagem que faz aniversário comparada com a idade do
entrevistado diz respeito a aceitação do mesmo neste momento da vida:
Se for menor pode significar desejo de não crescer e não aprender
Se for igual indica aceitação e uma tolerância a aprendizagem
Quando é maior regularmente indica alto nível de aspiração
A caracterização dos demais personagens determina aceitação ou rechaço
As contradições entre o desenho e o relato revelam o grau de coerência ou
não dos aspectos em conflito que implicam ou não perturbações nos
vínculos que o entrevistado estabelece consigo mesmo

Advertências Necessárias
A interpretação de cada uma das provas projetivas deve ser feita em função do
sujeito em particular e do total de informações que se obteve.

O total de técnicas aqui expostas não significa a necessidade de que se utilizem


todas. É adequado usar somente aquelas que considere necessárias em função das
hipóteses formuladas. Isso implica em:

▪ Aplicar somente uma prova.


▪ Aplicar provas de alguns domínios.
▪ Aplicar todas as provas de um único domínio.
▪ Aplicar todas as provas, algo pouco comum.
▪ Certos indicadores de uma técnica se superpõem com os de outra.

Os critérios para interpretação sugeridos para cada prova devem somar-se aos
critérios gerais para a interpretação das provas projetivas.

Os indicadores e significados encontrados não implicam numa questão fechada ou


sem lugar para dúvidas, cada profissional poderá realizar novas descobertas,
ampliando os aspectos de indicadores e significados. (VISCA, Jorge. Técnicas
Projetivas Psicopedagógicas. Argentina: 1994).

A LINGUAGEM ORAL

50
A linguagem oral, assim como a linguagem escrita, é uma manifestação da
linguagem verbal, e consiste na linguagem feita através de palavras. Tanto a
linguagem oral como a linguagem escrita visam estabelecer comunicação.
A linguagem oral é uma atividade livre e se inicia logo nos primeiros meses de
vida, quando o bebê emite sons, evidenciando a comunicação entre os que estão
próximos. Na medida em que esses balbucios vão se tornando palavras, frases, a
criança se comunica, definitivamente, com o mundo ao seu redor.
A linguagem oral é essencial na vida escolar, pois toda a produção do
conhecimento parte dessa linguagem. Durante a aula, por exemplo, usa-se a
expressão oral a todo o momento: na explicação do conteúdo, ao tirar dúvidas,
corrigir etc. O aluno, por sua vez, questiona, retruca, brinca, briga. Essas atividades
acontecem graças à linguagem.
Quando se fala desse tipo de linguagem é preciso distinguir pronúncia,
vocabulário e habilidade de formular frases (sintaxe oral).

PRONÚNCIA
A pronúncia correta das palavras e frases é um pré-requisito muito importante
para aprendizagem da linguagem escrita. Deve ser avaliado de acordo com a idade
cronológica, com seu estágio de desenvolvimento, levando isto em conta, se a criança
apresenta dificuldades de pronunciar corretamente as palavras poderá vir a
encontrar obstáculos na aprendizagem da leitura escrita; por outro lado, se apresenta
problemas em associar sons que ouve com movimentos articulatórios necessários
para sua reprodução oral pode-se esperar que também apresente dificuldades em
associar os sons falados e ouvidos ao movimento gráfico da linguagem escrita. É
melhor percebida depois dos sete anos, no período de alfabetização.

VOCABULÁRIO
É a capacidade de falar palavras conhecendo seu significado com base na
própria existência. Crianças que apresentam reduzido vocabulário oral poderão
apresentar problemas na compreensão dos materiais lidos por que nem tudo que vai
conseguir decodificar terá correspondência com sua experiência vivida (para
compreender tem que ter vocabulário – leitura é sua interpretação).

SINTAXE ORAL
Habilidade de formular oralmente frases com sintaxe correta. Implica na
perfeita elaboração mental das unidades básicas do pensamento, que são as frases
(elaborar uma frase corretamente). Ao elaborar a frase mentalmente e articulá-la, a
criança deve respeitar a ordem dos vocabulários, os tempos verbais, concordância
nominal etc. Quando a criança apresenta dificuldades na sintaxe oral, possivelmente,
terá na linguagem escrita a mesma dificuldade caracterizada por condições das
palavras ou pronomes, mudança na ordem de apresentação dos vocábulos e outros
erros de gramática.

51
Desenvolvimento da linguagem X Desenvolvimento biológico
O desenvolvimento da linguagem obedece ao processo de desenvolvimento
biológico da criança:

Idade Observação
Até 2 meses Chora e movimenta o corpo
2 a 3 meses Produz sons
4 a 7 meses Pronuncia sílabas
8 a 12 meses Forma os primeiros vocábulos
12 a 18 meses Apresenta vocabulário de 10 a 50 palavras
2 anos Forma frases de 3 a 4 palavras
3 anos Compreende quase tudo que ouve
4 a 5 anos A linguagem da criança é parecida com a do adulto

Postura do profissional

▪ A primeira coisa a fazer é estimular a linguagem e corrigir o déficit


linguístico.
▪ Deve-se evitar gritos.
▪ Falar devagar.
▪ Utilizar recursos verbais e imagens para o aprendiz fazer associações.
▪ A música e instrumentos musicais podem ser ferramentas de terapia na
aprendizagem e desenvolvimento da fala e sons.
▪ Os estímulos sensoriais; visual, auditivo, tátil, vestibular e o proprioceptivo
devem ser explorados.

52
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA

História da escrita
A escrita, enquanto sistema semiótico usado para representar de forma gráfica
a linguagem verbal, foi construída pela humanidade durante milhares de anos.

Para pessoas já alfabetizadas, parece fácil a compreensão de uma palavra, cada


sinal gráfico corresponde a um som na mesma. Porém, esta compreensão alfabética
da escrita não foi a primeira que surgiu na sua construção social (REGO, 1983).

O homem, na busca de uma comunicação mais duradoura, encontrou formas


de se comunicar graficamente. Uma das formas de registro, mais antigas encontradas
na história escrita é a Pictografia. Essa forma gráfica que não se refere diretamente à
linguagem verbal, são desenhos figurativos usados como linguagem comunicativa
(espécie de desenhos que representam objetos).

Na evolução de sua história, a escrita passou a ser utilizada como


representação de ideias. Esta fase foi denominada Ideografia. Como o nome diz, os
ideogramas não são apenas as ideias de objetos representados, são mais abstratos.
Nesta etapa, o homem lançou mão da arbitrariedade, passando a representar
graficamente substantivos abstratos, o que era impossível na fase anterior. Exemplo:
os chineses representam a cor vermelha com o desenho de uma rosa, uma cereja e
um flamingo. Apesar do aprimoramento, nesta fase ideográfica a representação
gráfica ainda não tinha relação com o som das palavras.

Depois deste momento, a evolução da escrita chega a representação da


linguagem verbal articulada. Esta etapa foi denominada Logografia. Rego (1983),
considera a Logografia como um grande passo para a história escrita, pois nela
surgem as representações dos aspectos sonoros da palavra. Apesar de serem
utilizados desenhos figurativos, eles não tinham a finalidade de representar o objeto
em si e nem uma ideia, seu objetivo era combinar dois pictogramas com o intuito de
representar dois ou mais segmentos sonoros de uma palavra. Esta representação não
exigia uma correspondência som/símbolo. Um desenho ou um sinal podia
representar um ou mais sons de uma palavra. Desta forma tornou-se possível
representar graficamente outras palavras além dos substantivos. A Logografia surgiu
na impossibilidade prática de uma representação icônica generalizada.

Esta preocupação de representar aspectos sonoros da palavra deu margem ao


aparecimento da Fonografia, que tem como característica principal a representação
da palavra em uma sequência fônica, fazendo corresponder para cada sílaba fonética,
um grafema diferente, dando origem aos silábicos.

Os sistemas silábicos exigiam um número significativo de grafemas, tornando


sua aplicação pouco prática.

53
A grande inovação da escrita Silábica se baseia numa análise da palavra
enquanto forma linguística, isto é, sequência de sons, desmembrando-a em sílabas,
que são unidades sonoras e não necessariamente unidades de significado.

Reduzindo de forma significativa os sinais a serem utilizados na escrita, surge


a escrita Alfabética, na qual as letras constituem a representação de unidades
mínimas das palavras, que são as formas. Este sistema de escrita proporcionou o
aparecimento das leis de combinação, possibilitando representar todas as palavras
utilizadas na linguagem verbal com poucos signos.

Esse breve histórico permite afirmar que a linguagem escrita é fruto de uma
construção do homem, calçada nas necessidades de comunicação e perpetuação desta
linguagem.

Emilia Ferreiro, Doutora da Universidade de Genebra, onde foi orientada e


colaboradora de Jean Piaget, desenvolveu várias pesquisas sobre a comunicação da
língua escrita em crianças. Segundo a autora, a criança constrói a linguagem escrita,
passando em seu desenvolvimento pelas mesmas sequências e etapas que a
humanidade passou para chegar ao sistema de escrita alfabética. Muito embora tenha
constatado na análise de produção escrita que algumas crianças saltem etapas,
observou-se também que uma etapa posterior nunca aparece antes de outra mais
primitiva.

Etapas da História Escrita Processo Construído pela Criança

1ª Etapa Desenho do objeto de forma livre, Desenhando o objeto a criança inicia sua
Pictográfica não havia convenção construção gráfica representativa
Distingue a diferença entre o desenho e a
2ª Etapa Desenho da ideia letra
Ideográfica Inicia da convenção Faz sua primeira descoberta: a convenção

3ª Etapa Desenho do som Descobre que a palavra é o desenho do som


Logográfica Início da fonética e não do objeto

Desenho arbitrário do som, onde Faz a hipótese silábica


4ª Etapa Descobre a correspondência som/sinal
cada sinal gráfico corresponde a um
Silábica gráfico
som
Redução de sinais Surgimento das
5ª Etapa A criança faz sua mais importante
leis de combinação
Alfabética descoberta: as leis da combinação
Correspondência fonema/ grafema

54
Psicogênese da linguagem

O termo psicogênese pode ser entendido como gênese, origem, história do


processo de aquisição dos conhecimentos e funções psicológicas de cada sujeito, o
qual ocorre durante o seu desenvolvimento, isto é, desde os anos iniciais, e pode ser
aplicado em qualquer objeto ou campo de conhecimento.

Na área da aquisição da escrita, este conceito está relacionado aos


psciogenéticos de Emília Ferrero, que publicou em coautoria com Ana Teberosky o
livro “Los sistemas de escritura en el desarollo del niño”, e com Margarida Gomez
Palácio, “Nuevas perspectivas sobre los processos de lectura y escritura.

As pesquisas de Ferrero indicam como a criança concebe o processo de escrita,


o qual não é resultado de cópia de um modelo externo, mas é um processo de
construção pessoal. As crianças reinventam a escrita, inicialmente precisam
compreender o processo de construção e as normas de produção.

Segundo Ferrero, o processo de construção da escrita como a concebemos


segue uma longa trajetória até chegar à leitura e a escrita. Na faixa dos seis anos, a
criança faz a distinção entre texto e desenho, somente uma minoria não consegue
fazer a distinção e, estatisticamente, esse número é maior em crianças pertencentes
às classes sociais baixas, que tem menor contato com material escrito.

No processo descrito por Ferrero, as crianças percebem que para cada som, há
uma determinada forma. As fases do processo são:

– Primeira fase: Dá-se início da construção. A criança tenta reproduzir os traços


básicos da escrita com que elas têm contato. Nessa fase, o que vale é intenção da
criança, ela elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho
do objeto e entende apenas sua própria escrita.

– Segunda fase: A hipótese é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas
diferentes. A criança procura combinar as letras que é capaz de reproduzir.

– Terceira fase: São feitas tentativas de dar valor sonoro para cada uma das letras que
compõe a palavra. Nessa fase, a criança usa formas gráficas para escrever palavras
com duas sílabas.

– Quarta fase: Ocorre a transição da hipótese silábica para a alfabética. Nessa fase, ela
concebe que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das
palavras, embora, não a façam corretamente.

– Quinta fase: A criança atinge o estágio da escrita alfabética. Ela compreende que
para cada um dos caracteres da escrita há valores menores que a sílaba. A criança é
capaz de formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo daquelas sobre as quais
não tenha se exercitado.

55
TABELA 1: CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PARA APLICAÇÃO DA PROVA ESCRITA DE QUATRO PALAVRAS E
UMA FRASE SEGUNDO FERREIRO E TEBEROSKY (1991)

Avaliação da escrita (Ferreiro e Teberosky, 1991)


Número de
Nível da escrita Características
pontos
Cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores
4 Nível alfabético sonoros menores que a sílaba. Não atende à norma
ortográfica
Nível silábico– Manifestação alternante de valor silábico ou fonético para
3
alfabético as diferentes letras

Cada letra vale por uma sílaba. Escrita com ou sem o


2 Nível silábico
predomínio do valor convencional
Marcado por escritas que não apresentam nenhum tipo
1 Nível pré-silábico de correspondência sonora, isto é, sem relação com grafia
e som

0 ––––––––– Somente rabiscos

É possível observar, principalmente no âmbito da alfabetização, algumas


implicações pedagógicas da concepção psicogenética, dentre as quais destacam-se:

▪ Os progressos psicogenéticos na escrita são diferentes para cada aluno, pois


não dependem apenas de experiências escolares.

▪ A complexidade e o dinamismo desses processos são incompatíveis com a


avaliação da ‘prontidão’ dos alunos ou a constituição de turmas homogêneas
com alunos idealizado.

▪ As hipóteses sobre a língua escrita expressam erros construtivos dos alunos – e


o conhecimento dessas hipóteses propicia aos professores mediações
oportunas e planejamento de atividades direcionadas a avanços na aquisição
da língua escrita8.

8
Itens extraídos do Glossário Ceale | Termos de Alfabetização, Leitura e Escrita.
56
Nível Categoria Subcategoria
A – Grafismos primitivos, escritas Grafismo primitivo
unificadas ou sem controle de Escritas unigráficas
qualidade Escritas sem controle de qualidade
Escritas fixas com predomínio de grafias
B – Escritas Fixas convencionais
1. Sequência de repertório fixo com
quantidade variável
1º Nível 2. Quantidade constante com repertório
Pré-silábico fixo parcial
C – Escritas diferenciadas
(com predomínio de grafias 3. Quantidade variável com repertório
convencionais) parcial
4. Quantidade constante com repertório de
posição variável
5. Quantidade variável com repertório
variável
D – Escrita diferenciada com valor Quantidade e repertório variáveis e
sonoro inicial presença de valor sonoro inicial.
1. Escritas silábicas iniciais, sem o
predomínio do valor sonoro convencional
2. Escritas silábicas iniciais com valor
A – Escritas silábicas iniciais sonoro convencional sem correspondência
sonora
3. Escritas silábicas iniciais com valor
sonoro em escritas e correspondência
2º Nível 1. Escrita silábica com marcada exigência de
Silábico quantidades e sem predomínio do valor
B – Escritas silábicas com marcada sonoro convencional
exigência de qualidade 2. Escrita silábica com marcada exigência de
qualidade e predomínio do valor sonoro
convencional
1. Escritas, sem predomínio do valor
sonoro convencional
C – Escritas silábicas escritas
2. Escritas silábicas com predomínio do
valor sonoro convencional
1. Escrita Silábico-alfabética sem
predomínio de valores sonoros
3º Nível
Escritas silábico-alfabéticas 2. Escrita Silábico-alfabética com
Silábico
predomínio de valores sonoros
convencionais
Escritas alfabéticas em predomínio do
valor sonoro convencional
4º Nível
Escritas alfabéticas Escrita alfabética com falhas na utilização
Alfabético
dos valores sonoros convencionais
Escritas alfabéticas com valor sonoro

57
NÍVEIS DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA
1. Nível Pré-Silábico
Neste nível as escritas são alheias à busca de correspondência entre grafias e
sons. A construção gráfica de um significado está determinada por outro tipo de
considerações, como no caso da Pictografia e da Ideografia nas etapas da evolução
escrita.
Grafismos primitivos, escritas unigráficas ou sem controle de qualidade
São classificadas nesta categoria:
▪ As escritas que não são formadas por grafias convencionais (letras e
números).
▪ As que só se constituem de um elemento (convencional ou não).
▪ Aquelas em que não há limites a não ser que haja condições materiais
para controlar a quantidade dos elementos da escrita

– Grafismo Primitivo: Nesta primeira subcategoria, observada por Emilia Ferrero,


predominam as garatujas e pseudoletras. São os primeiros intentos para escrever.
Exemplos:
1. Brigadeiro
2. Pipoca
3. Suco
4. Bis

– Escrita unigráfica: Caracteriza-se por utilizar só uma grafia para cada palavra ou
frase a representar. Cada linha representa uma palavra ou frase.
▪ A quantidade é constante
▪ O repertório pode ser fixo (utilizado na mesma grafia)
▪ O repertório pode ser variável
A (brigadeiro) F (suco)
L (pipoca) C (bis)
– Escrita sem controle de quantidade: Precede o ato de escrever. Para cada palavra
escreve-se uma linha com muitos símbolos, geralmente, iguais, tomando como
referência o início e o fim da linha. É determinada pela observação que é o limite do
papel que controla a quantidade de sinais a serem utilizados. Exemplos:

1. Borboleta

2. Peixe

3. O gato bebe
leite
Fonte: nivelesdeescr.blogspot.com/2015/10/niveles-de-escritura-1.html

58
Escritas fixas
Estas escritas se utilizam grafias convencionais (na sua totalidade ou com
pouquíssimas exceções) e pelo controle de qualidade desta grafia (não usa uma só
letra, nem um número indeterminado). Não apresenta a exigência de diferenciar os
sinais ao representar nomes diferentes. Cada letra não possui ainda valor sonoro por
si só. Assim, a leitura permanece realizada de modo global (Picolli; Camini, 2013).
Predomina a escrita em letra de imprensa maiúscula (Multieducação).

– Escrita fixa: A mesma série de letras, na mesma ordem, serve para representar
diferentes nomes. A criança nesta subcategoria já adquiriu grafias convencionais, mas
não usa para reproduzir diferenças objetivas em sua escrita. Exemplos:

A L N I (brigadeiro)
A O 8 (borboleta)
A L N I (pipoca)
A O 8 (mar)
A L N I (suco)
A O 8 (gato)
A L N I (bis)

Escritas Diferenciadas

Estas formas de escrita se utilizam, predominantemente, de grafias


convencionais, utiliza o controle de qualidade e se preocupa em produzir
diferenciações intencionais, muito embora não existe a compreensão de critérios de
correspondência sonora.

– Quantidade constante com repertório fixo: Essa escrita mantém a quantidade de


elementos gráficos, porém a mesma grafia é mantida no início, no final ou no meio da
representação, servindo as demais para diferenciar.

– Quantidade variável com repertório fixo/parcial: Como na subcategoria anterior,


aparecem constantemente algumas grafias, na mesma ordem e no mesmo lugar e
outras grafias de formas diferentes, em ordens diferentes de uma representação para
outra. A diferença está na quantidade de grafias, que não é sempre a mesma. Isso
indica um elemento a mais para diferenciação. Exemplos:

S A M T (brigadeiro)
A M T (pipoca)
A M T S A (suco)
S A T (bis)

– Quantidade constante com repertório e posição variável: nestes casos a quantidade


de grafia se mantém em todas as representações, porém se usam recursos de

59
diferenciação qualitativa: trocam-se as letras ao passar de uma escrita para outra, ou
troca-se a ordem das letras.
Exemplos:

H R U M (brigadeiro)
A S G K (pipoca)
O N B J (suco)
C F T V (bis)

– Quantidade variável e repertório variável: estas escritas expressam a máxima


diferenciação controlada que permite o nível pré-silábico: variar a quantidade e o
repertório para diferenciar uma escrita da outra. As variações na quantidade de grafia
podem ter relação com o tamanho do objeto que se representa. Exemplos:

R A M Q N (brigadeiro)
A B E A M F (pipoca)
G E P F A (suco)
O S D L (bis)

– Escritas diferenciadas com valor sonoro inicial e/ou final: As diferenciações entre
escritas se representam plenamente desenvolvidas nesta categoria, com o acréscimo
de um dado importante, que é a presença de letra com correspondência sonora (uma
só letra, quase sempre a primeira). Esta categoria é uma zona intermediária entre a
ausência de correspondência sonora (nível pré-silábico). No entanto, a letra que inicia
a escrita não é fixa nem aleatória, mas tem relação com o valor sonoro da primeira
sílaba da palavra (prenúncio do nível silábico). Além disso a quantidade e o repertório
são variáveis. Exemplos:

I M S A B R O (brigadeiro)
I B R N S A (pipoca)
U R M T O (suco)
I N B O X I X (bis)

2. NÍVEL SILÁBICO

Comparando com a evolução da escrita universal, este nível corresponde às


etapas Logográficas e Fonográficas.

Quando a criança compreende que as diferenças das representações escritas


se relacionam com as diferenças sonoras da palavra, busca descobrir que tipo de
recorte da palavra é aquele que corresponde com os elementos da palavra escrita.

60
No nível silábico existe claramente esta tentativa de corresponder grafia e
sílaba sonora (geralmente uma grafia para cada sílaba), o que não inclui problemas
derivados de exigências de quantidade mínima de letras.

Escritas silábicas iniciais


Nesta categoria aparecem as primeiras tentativas de escrever designando a
cada grafia um valor silábico. Como são as primeiras tentativas, o resultado muitas
vezes é incompleto e coexistente com escritas que não correspondem com este
princípio, e com exigência de quantidade mínima de grafias.

– Escritas silábicas iniciais sem predomínio do valor sonoro convencional: Se trata da


coexistência de escritas silábicas com escritas sem correspondência sonora, todas
com ausência (completa ou quase total) do valor sonoro convencional. A presença dos
tipos de escrita pode dever-se a coexistência de diversas hipóteses escritas.
Exemplos:

A S R O M T
su co bri ga dei ro
B U D R
pi po ca bis

– Escritas silábicas iniciais sem valor sonoro convencional em escritas sem


correspondência sonora: A única diferença deste grupo em relação ao grupo anterior
é que a escrita sem correspondência sonora tem um valor sonoro convencional inicial
e as escritas com correspondência sonora não apresentam valores sonoros
convencionais. A criança escreve uma letra para cada sílaba e começa a utilizar letras
que correspondem ao som da sílaba. Exemplos:

I T M O P Q A R O G I
bri ga dei ro pi po ca su co bis

– Escritas silábicas iniciais com valor sonoro convencional em escritas com


correspondência sonora: Nesta subcategoria coexistem escritas com ou sem
correspondência sonora, como na anterior, porém o valor sonoro convencional pode
estar presente nas duas. A criança escreve uma letra para cada sílaba, usando letras
que correspondem ao som da sílaba; ora usa somente vogais ora consoantes e vogais.
Exemplos:

B H D O P O K U O B I
bri ga dei ro pi po ca su co bis

– Escritas silábicas em conflito ou hipótese falsa necessária: Momento de conflito


cognitivo relacionado à quantidade mínima de letras e discordância entre a

61
interpretação silábica e as escritas alfabéticas, que sempre apresentam mais letras.
Adiciona mais letras, dando a impressão que regrediu para o pré-silábico. Exemplos:

B H D U L E (brigadeiro)
I O K E C (pipoca)
I O K U (suco)
I S I S (bis)

3. SILÁBICA - ALFABÉTICA
Nessa fase, a criança ora escreve uma letra para representar a sílaba, ora
escreve a sílaba completa. Dificuldade é mais nítida nas sílabas complexas. Exemplos:

B I H D R O (brigadeiro)
P I P O K (pipoca)
S U K O (suco)
B I Z (bis)

4. ALFABÉTICA

Nessa fase, a criança já compreende o sistema de escrita. Falta apenas


consolidar a apropriação das convenções ortográficas, principalmente sílabas
complexas. Exemplos:

BRIGADEIRO
PIPOCA
SUCO
BIS

62

Reprodução da apostila: BARBOSA, L. M. – A Evolução da Escrita da Humanidade e o Processo de Aquisição


da Linguagem Escrita Realizado pela Criança. Campinas – SP. Documento não publicado.
PROVA DE REALISMO NOMINAL
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/ ______
Diga uma palavra grande:
Por quê?

Diga uma palavra pequena:


Por quê?

Qual palavra é maior: Aranha ou Boi?


Por quê?

Qual palavra é maior: Trem ou Telefone?


Por quê?

Diga uma palavra parecida com Bola?


Por quê?

Diga uma palavra parecida com Cadeira?


Por quê?

As palavras Baleia e Bala são parecidas?


Por quê?

Diante de duas cartelas escritas MESA e CADEIRA, pergunte à criança onde está escrito
CADEIRA.
( ) Acertou ( ) Errou
Como você sabe?

Diante de três cartelas escritas COPO, COLO e ÁGUA e CADEIRA, o examinador chama a
atenção da criança para a semelhança visual entre as duas primeiras palavras e faz a
pergunta: A palavra que se parece com COPO é COLO ou ÁGUA?
( ) Acertou ( ) Errou
Como você sabe?

Diante do par de palavras BOI e ARANHA, o examinador pergunta: Nas condições que as
palavras estão escritas, onde você acha que está escrito ARANHA?
( ) Acertou ( ) Errou
E onde você acha que está escrito BOI?
( ) Acertou ( ) Errou
Como você sabe?

Diante do par de palavras PÉ e DEDO, o examinador fala: Onde você acha que está escrito
DEDO?
( ) Acertou ( ) Errou
Por quê?

63
PROVA DE LEITURA COM IMAGEM
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/

1. Leitura de Palavras
1.1 Apresente à criança 7 fichas onde existem uma figura familiar e um texto abaixo
de cada imagem. Pergunte:
Há algo para ler? ( ) Sim ( ) Não
Onde? ( ) Apontou ( ) Não apontou
O que está escrito?

1.2 Fichas apresentadas Resposta da criança

1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.

1.3 Níveis
( ) Texto e desenhos não são diferenciados
( ) O texto é considerado como uma etiqueta do desenho: nele figura o nome do
objeto desenhado; há diferenciação entre texto e desenho
( ) As prioridades do texto fornecem indicadores que permitem sustentar a
antecipação feita a partir da imagem
Observações:

64
PROVA DE LEITURA SEM IMAGEM
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/

1. Leitura de Palavras

1.1 Apresente à criança uma lista de palavras e pergunte: O que você acha que está
escrito em cada linha da ficha?

1.2 Palavras apresentadas Resposta da criança

1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.

1.3 Níveis
( ) Não utiliza o referencial
( ) Preocupa-se com a extensão da palavra escrita em relação ao tamanho do objeto
( ) Preocupa-se com a extensão da palavra escrita e da emitida oralmente, sem a
correspondência sonora
( ) Preocupa-se com alguns sons da palavra escrita que já conhece
Leitura da palavra com algumas falhas, reformula o produto em função da
( )
compreensão da mesma
( ) Leitura correta da palavra
Observações:

65
PROVA DE LEITURA DE ORAÇÕES
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/

2. Leitura de orações
2.1 Apresente à criança 4 fichas com imagem e texto. Pergunte:
Há algo para ler? ( ) Sim ( ) Não
Onde? ( ) Apontou ( ) Não apontou
O que está escrito?

2.2 Fichas apresentadas Resposta da criança

1.
2.
3.
4.

2.3 Níveis
( ) Desenho e escrita não estão diferenciados
( ) Diferenciação entre escrita e desenho
( ) Inicio de consideração de algumas propriedades gráficas do texto
( ) Busca de uma correspondência termo a termo, entre fragmentos gráficos e
segmentações sonoras
Observações:

66
OBSERVAÇÃO DE LEITURA
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/
Série: ________________________________ Idade: ________________________________

Características da leitura Frequência de apresentação


Fluência Nunca Às vezes Sempre
Lê por palavra
Lê sem inflexão
Ignora a pontuação
Fraseia com deficiência
Apresenta dúvidas e vacilações
Repete palavras conhecidas
Lê devagar
Lê de forma rápida
Perde o lugar onde está lendo

Às
Reconhecimento de palavras Nunca Sempre
vezes
Tem dificuldades em reconhecer palavras comuns à
primeira vista
Comete erros em palavras comuns

Decodifica com dificuldade palavras desconhecidas

Acrescenta palavras

Salta linhas
Substitui palavras por outras conhecidas ou
inventadas
Inverte sílabas ou palavras

Diante de palavras desconhecidas Nunca Às Sempre


Vezes
Tenta sonorizá-las som por som

Tenta sonorizá-las sílaba a sílaba


Não faz reconhecimento para forma, extensão ou
configuração
Falta flexibilidade para usar chaves fônicas ou
estruturais

67
Utilização do contexto Nunca Às Sempre
Vezes

Adivinha excessivamente a partir do contexto

Não utiliza o contexto como chave de


reconhecimento
Substitui palavras de aparência semelhantes, mas
com significados diferentes

Comete divergências que alteram o significado

Comete divergências que produzem disparates

Usado a voz Nunca Às vezes Sempre


Enuncia com dificuldade
Omite o final das palavras
Substitui sons
Gagueja ao ler
Lê com atropelo
A voz parece nervosa ou tensa
O volume da voz é muito alto
O volume da voz é muito baixo
O volume da voz é desagradável

Hábitos de postura Nunca Às vezes Sempre


Segura o texto mais perto

Move a cabeça ao longo da linha


Mantém postura corporal inadequada durante a
leitura
Segue a linha com o dedo ou com a régua

Move o livro sem necessidade

Dá mostras de excessivo cansaço ao ler

Observações:

68
PROVA DE LEITURA COMPREENSIVA, ESCRITA E VERBALIZAÇÃO
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/
Série: ________________________________ Idade: ________________________________

COMPREENSÃO DE TEXTO
Reconheceu Lembrou
Compreensão
Sim Não Sim Não
Detalhes
As ideias principais
Ações em sequência
Relações de causa e efeito
Traços dos personagens do texto

Interpretação Sim Não


Detalhes
As ideias principais
Ações em sequência
Relações de causa e efeito
Traços dos personagens do texto

LEITURA
Velocidade da leitura
( ) Rápida
( ) Lenta
( ) Média
( ) Com ritmo
( ) Sem ritmo

Característica da leitura
( ) Expressiva
( ) Sílaba por sílaba
( ) Vacilante
( ) Palavra por palavra

Atitude
( ) Assinala a linha com o dedo
( ) Movimenta a cabeça enquanto lê
( ) Movimenta apenas os olhos, com coordenação ocular
( ) Assinala a linha com o dedo
( ) Movimenta a cabeça enquanto lê
69
( ) Movimenta apenas os olhos, com coordenação ocular

Tipos de erro
( ) Omite letras/palavras
( ) Troca letras/palavras
( ) Acrescenta letras ou sílabas
( ) Pula linha sem percepção do fato
( ) Substitui palavras por outras
( ) Não obedece à pontuação

Compreensão de leitura
( ) Compreende o que lê
( ) Compreende apenas parte do que lê
( ) Não compreende o que lê

HABILIDADES DA ESCRITA
Incompreensível e ilegível? ( ) Sim ( ) Não
Falta orientação espacial? ( ) Sim ( ) Não
Faltam sinais de pontuação nas palavras? ( ) Sim ( ) Não
Faltam sinais de pontuação no texto? ( ) Sim ( ) Não
Inversão de letras? ( ) Sim ( ) Não
Há omissão de letras? ( ) Sim ( ) Não
Há aglutinação? ( ) Sim ( ) Não
Confusão de letras ou fonemas parecidos? ( ) Sim ( ) Não
Tem postura ao escrever? ( ) Sim ( ) Não

VERBALIZAÇÃO
Atém-se a detalhes? ( ) Sim ( ) Não
Possui repertório vocabulário? ( ) Sim ( ) Não
Expressa pensamento com lógica? ( ) Sim ( ) Não
Apresenta inibição ao falar? ( ) Sim ( ) Não
Troca letras ou fonemas? ( ) Sim ( ) Não
Fala muito baixo? ( ) Sim ( ) Não
Expressa-se de maneira confusa? ( ) Sim ( ) Não
Conta história com começo, meio e fim? ( ) Sim ( ) Não
Fala em ritmo adequado? ( ) Sim ( ) Não

CONCLUSÃO:

70
.........................................................., ........... de ............................ de ............
(carimbo e assinatura do/a profissional)

EXAME DA LINGUAGEM ORAL


Objetivo: Observar como se dá a expressão oral do indivíduo a vista de uma gravura
(recepção visual x expressão oral)

Materiais: Gravuras adequadas à faixa etária a ser avaliada


Revistas
Relação mãe/filho
Situação escolar
Animal
Criança sozinha
Só menino
Só menina

Consigna: “Olhe estas figuras. Escolha a que mais gostou. Agora me conte uma história
sobre ela”.

Correção: Observar a criatividade ou descrição.

Análise qualitativa:
▪ Se a história tem sentido
▪ Se existe sequência lógica temporal
▪ Se existe relação entre fatos e gravuras
▪ Se há fantasia ou realidade
▪ Se há alterações fonoarticulatórias
▪ Como é o vocabulário: rico, pobre, limitado, adequado a idade e ao meio,
repetitivo
▪ Sintaxe (verificar o uso correto de advérbios, pronomes, substantivos,
concordância verbal, como a criança utiliza)
▪ Como a criança articula as palavras
▪ Troca de palavras
▪ Anotar como a criança fala.

Importante! Ofertar o máximo de seis ou sete gravuras. Usar este teste no final da
avaliação.

Síntese: [Modelo] “Quanto a linguagem receptiva, observou-se que <sujeito>


compreende ordem simples, no entanto não consegue entender as mais complexas. No
que se refere a linguagem expressiva, apresentou troca, vocabulário pobre, limitado,
não conseguindo elaborar história frente a gravura. Apresenta troca fonoarticulatória,
demonstrou sequência lógica temporal, fazendo relação entre fatos e gravura. Na sua
oralidade apresenta sentido semântico adequado, apresenta fantasia nos fatos que faz
narração. Não faz concordância nominal (...)”
71
TESTE DE AUDIBILIZAÇÃO
Discriminação fonemática: 24 pares de sílabas para serem distinguidos pela criança
se são iguais ou diferentes.
Consigna: “Vou dizer duas sílabas e você vai me dizer se são iguais ou diferentes”.

Memória
Memória de frases: 6 frases apresentadas que a criança deverá repetir.
Consigna: “Direi algumas frases e gostaria que você os repetisse para mim. Pode repetir
só o que você lembrar. Vou dizer só uma vez, por isso preste atenção”.

Memória de dígitos: Conjunto de dígitos para a criança repetir.


Consigna: “Agora eu direi alguns números e, como fez com as frases, gostaria que me
repetisse”.

Memória de relatos: 3, 4 ,5 e 6 fatos que a criança deve repetir.


Consigna: “Vou contar umas histórias para você e gostaria que me repetisse, se possível,
usando as mesmas palavras”.

Conceituação
Identificação dos absurdos: 6 frases onde os absurdos são indicados pela criança.
Consigna: “Vou dizer algumas frases e gostaria que no final de cada uma delas você me
dissesse se o que aconteceu na frase é absurdo ou não, isto é, pode ou não acontecer e
porque você achou ou não absurdo este fato”.

Identificação de objetos e situações: Identificar um objeto ou situação apresentada.


Consigna: “Vou fazer algumas perguntas e você me responderá como souber”.

Definição de palavras: Palavras que a criança deverá repetir por gestos usos,
descrição etc.
Consigna: “Vou perguntar o que é tal objeto e você me responderá o que souber”.

Organização sintático-semântica – conjunto de três palavras para a criança reunir


significativamente.
Consigna: “Vou dizer algumas palavras e gostaria que você formasse frases com elas”.

Avaliação do vocabulário compreensivo: 23 lâminas com 4 desenho, a criança


deve dizer qual desenho de cada lâmina melhor se encaixa com a palavra dita pelo
examinador.
Consigna: “Vou lhe mostrar algumas figuras e lhe dizer algumas palavras. Diga- me
qual figura melhor representa cada palavra”. (Se necessário, dê um exemplo).

Adaptação: GOLBERG, Clarissa. A evolução psicolinguística e suas implicações na alfabetização. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

72
PARTE 1

Discriminação Fonética: 24 pares de sílabas para serem distinguidos pela criança


se iguais ou diferentes. Anotar cada par errado.
Consigna: “Vou dizer duas sílabas e você me dirá se elas são iguais ou diferentes”.
pa / pa ( ) ga / ca ( ) za / za ( )
pa / ba ( ) ca / ca ( ) za / sa ( )
bo / pó ( ) fa / fa ( ) chu / zu ( )
bo / bo ( ) fa / va ( ) chu / chu ( )
te / te ( ) ve / ve ( ) go /go ( )
te / de ( ) fe / ve ( ) go / co ( )
do / do ( ) si / zi ( ) je / je ( )
do / to ( ) si / si ( ) je / che ( )

PARTE 2

MEMÓRIA PARTE 2A
Memória: Memória de frases.
Consigna: “Eu vou dizer uma frase e gostaria que você a repetisse, pode repetir o que
você lembrar, eu direi uma vez somente, por isso preste atenção”.

1) Lúcia faz bolo para a mãe. _______________________________________________________________


2) O animal feroz caiu no buraco. __________________________________________________________
3) A linda menina faz as tarefas de casa. __________________________________________________
4) No almoço comi arroz, feijão, pão e guisadinho. ______________________________________
5) Um pequeno cachorrinho entrou no pátio de minha casa. ___________________________
6) Pedro e seu irmão sobem no ônibus que vai para a escola. __________________________

MEMÓRIA PARTE 2B
Memória: Memória de dígitos. Conjunto de dígitos para a criança repetir. Anotar a
ordem que foi dita pela criança.
Consigna: “Agora eu direi alguns números e gostaria que você, como fez com as frases,
me repetisse”.

1) 3-8-6
2) 2-7-5
3) 9-0-4
4) 7-3-2
5) 3-4-1-7
6) 6-1-5-8
7) 7-2-0-9
8) 1-5-8-6
9) 9-4-7-3-1
10) 8-4-2-3-9
73
11) 5-2-1-8-3
12) 7-0-4-9-6
MEMÓRIA PARTE 2C
Memória: Memória de relatos. 3, 4, 5 e 6 fatos que a criança deve repetir e anotar
os relatos.
Consigna: “Eu vou contar algumas histórias bem pequenas e gostaria que você
repetisse, se possível usando as mesmas palavras”.

▪ Relato com três fatos


1) Ontem era domingo. _____________________________________________________________________
2) As crianças foram jogar bola. ____________________________________________________________
3) E voltaram cansadas. ____________________________________________________________________

▪ Relato com quatro fatos


4) O menino estava de aniversário. ________________________________________________________
5) Convidou seus amiguinhos. ______________________________________________________________
6) Todos cantaram parabéns. ______________________________________________________________
7) E ele ficou feliz. __________________________________________________________________________

▪ Relato com cinco fatos


8) A menina foi visitar sua vovó. ___________________________________________________________
9) Que mora perto do parque. ______________________________________________________________
10) Ela andou de roda gigante. _____________________________________________________________
11) Comeu pipoca. ___________________________________________________________________________
12) E voltou à noite. _________________________________________________________________________

▪ Relato com seis fatos


13) Paulo levou seus brinquedos para a escola. __________________________________________
14) Na hora do recreio brincou com seus amigos. ________________________________________
15) Depois guardou tudo na sacola. ________________________________________________________
16) Ele esqueceu um carrinho. _____________________________________________________________
17) E na casa chorou muito. ______________________________________________________________
18)Mas no outro dia a professora entregou. ______________________________________________

CONCEITUAÇÃO
PARTE 3A
Identificação dos absurdos: 6 frases onde os absurdos deverão ser apontados pela
criança. Anotar as respostas.
Consigna: “Vou dizer algumas frases e no final de cada uma delas você me dirá se o fato
que aconteceu na frase é absurdo ou não, isto é, não pode acontecer ou se pode
acontecer e porque você achou que é absurdo ou não este fato”.

1) O menino e o cachorro calçaram os seus sapatos. _____________________________________


2) As crianças acenderam a fogueira no rio. ______________________________________________
3) Como chovia muito o menino jogou-se no lago para não se molhar. _________________
4) Joãozinho tem em casa um gato, um cachorro e um leão. _____________________________
5) Fui à padaria comprar leite, pão casado e manteiga. __________________________________
74
6) Quando faltou luz, o menino foi ver televisão. _________________________________________

PARTE 3B
Identificação de objetos e situações: Identificar um objeto ou situação apresentada.
Anotar as respostas.
Consigna: “Vou lhe fazer algumas perguntas e você me responderá como souber”.

1) O que serve para cortar carne? __________________________________________________________


2) O que serve para escrever? ______________________________________________________________
3) Onde se colocam flores? _________________________________________________________________
4) Quando se toma banho? _________________________________________________________________
5) Quando se bebe água? ___________________________________________________________________

PARTE 3C
Definição de palavra: Palavras que a criança deve definir por gestos, usos,
descrições etc. Anotar.
Consigna: “Vou apresentar o que é tal objeto e você me responderá o que souber”.

1) Tesoura. _________________________________________________________________________________
2) Chave. ____________________________________________________________________________________
3) Fruta. ____________________________________________________________________________________
4) Casa. _____________________________________________________________________________________
6) Barco. _____________________________________________________________________________________

PARTE 3D
Organização sintático-semântica: 23 lâminas com 4 desenhos, a criança deve
identificar o desenho que melhor se adapte a palavra dita pelo examinador. Verificar
os erros e anotar.
Consigna: “Vou dizer algumas palavras soltas e gostaria que você formasse frases
usando todas as palavras que eu disser”.

1) menino – futebol – domingo _____________________________________________________________


2) escola – criança – tarde __________________________________________________________________
3) praça – balanço – criança ________________________________________________________________
4) viagem – homem – ônibus _______________________________________________________________
5) chuva – inverno – frio ____________________________________________________________________

PARTE 3E
Avaliação do vocabulário compreensivo: 23 lâminas com 4 desenhos, a criança
deve identificar o desenho que melhor se adapte a palavra dita pelo examinador.
Verificar os erros e anotar.
Consigna: “Vou lhe mostrar algumas figuras e dizer uma palavra e você apontará para
a figura que para você representa esta palavra” (se necessário, dê um exemplo).
1) Brinquedo ________________________________________________________________________________
2) Trabalho __________________________________________________________________________________
75
3) Queda _____________________________________________________________________________________
4) Transporte ________________________________________________________________________________
5) Herói _____________________________________________________________________________________
6) Diversão ___________________________________________________________________________________
7) Cansado ___________________________________________________________________________________
8) Organizado _______________________________________________________________________________
9) Descuidado _______________________________________________________________________________
10) Quente ___________________________________________________________________________________
11) Veloz _____________________________________________________________________________________
12) Antigo ____________________________________________________________________________________
13) Montar ___________________________________________________________________________________
14) Agradecer _______________________________________________________________________________
15) Emprestar _______________________________________________________________________________
16) Competir ________________________________________________________________________________
17) Pensar ___________________________________________________________________________________
18) Ajudar ___________________________________________________________________________________
19) Perigo ___________________________________________________________________________________
20) Surpresa ________________________________________________________________________________
21) Coragem ________________________________________________________________________________
22) Rebeldia ________________________________________________________________________________
23) Alegria __________________________________________________________________________________

CRIANÇAS DE 5 A 6 ANOS
Grupo Grupo Médio Grupo Médio Grupo
Inferior Inferior Superior Superior
IA Abaixo de 14 De 14 a 17 De 17 a 20 Acima de 20
II Abaixo de 20 De 20 a 24 De 24 a 28 Acima de 28
III Abaixo de 27 De 27 a 32 De 32 a 37 Acima de 37
I A + II + III Abaixo de 62 De 62 a 73 De 73 a 84 Acima de 84

CRIANÇAS DE 7 ANOS
Grupo Grupo Médio Grupo Médio Grupo
Inferior Inferior Superior Superior
IA Abaixo de 16 De 16 a 19 De 19 a 22 Acima de 22
II Abaixo de 20 De 20 a 24 De 24 a 28 Acima de 28
III Abaixo de 27 De 27 a 32 De 32 a 37 Acima de 37
I A + II + III Abaixo de 64 De 64 a 75 De 75 a 86 Acima de 86

76
MODELO DE AVALIAÇÃO DE LEITURA E ORALIDADE

Texto sugerido para teste


Operatório concreto (7 a 12 anos)

Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.

A lebre vivia caçoando da lerdeza da tartaruga.

Certa vez, a tartaruga já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para
uma corrida. A lebre muito segura de si, aceitou prontamente.

Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos,
porém, firmes.

Logo a lebre ultrapassou a adversária, e vendo que ganharia fácil, parou e resolveu
cochilar.

Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr. Já na reta final, viu
finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente.

Profissional: _________________________________________________________________________
Área de atendimento: ______________________________________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________
Idade do paciente: _________________________________________________________________
Queixa: ____________________________________________________________________________

77
Texto sugerido para teste
Operatório Formal (12 anos em diante)

Otto Lara Resende

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua
volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez?
Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela
última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como
acabou. Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.
Um poeta é só isto: um certo modo de ver.

O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo.


Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece
fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta
curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. Você sai
todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que
é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê.

Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do


prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo
porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima
ideia.

Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer.
Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes
baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos. Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela
primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio
filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas.
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Fonte: Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________

78
ACUIDADE VISUAL (EXAME OCULAR)

A Acuidade visual (AV) é a capacidade do olho para distinguir detalhes


espaciais, isto é, identificar o contorno e a forma dos objetos, e depende de fatores
ópticos e neurais: da nitidez que a imagem chega na retina, da saúde das células
retinianas e da capacidade de interpretação do cérebro.

Escala de Snellen: “E” mágico*

O exemplo clássico de avaliação da AV é a Escala Snellen9, também conhecido


como optótico de Snellen ou escala optométrica de Snellen. Existem muitas variações
da tabela de Snellen, mas em geral elas mostram 11 linhas de letras maiúsculas. A
linha superior contém uma letra (geralmente o "E grande", mas outras letras podem
ser usadas). As outras linhas contêm letras que são progressivamente menores. Em
geral, esse teste é aplicado em crianças idade escolar e não é necessário saber ler para
executá-lo.

Para realizar essa avaliação, deve-se posicionar a escala numa parede vazia
(sem janelas) a 1,5 metro do chão aproximadamente. O aluno se senta numa cadeira
posicionada a 5 metros da parede, aproximadamente, cobre olho direito com um
papel e lê em voz alta as letras no cartaz, começando na parte superior e se movendo
em direção à parte inferior. Se o aluno usa óculos ou lentes de contato deve
permanecer com eles durante o teste.

O teste é repetido com o olho esquerdo e depois com os dois olhos juntos. A
menor fileira de letras que o aluno lê com precisão determina a acuidade visual no
olho descoberto.

Se o aluno distinguir bem até a 8ª linha da escala, sua visão é satisfatoriamente


normal. Entretanto, se não for além da 4ª linha, é indicado procurar avaliação médica.

ATENÇÃO! A ESCALA DE SNELLEN NÃO SUBSTITUI O EXAME COMPLETO DE


VISÃO REALIZADO POR UM MÉDICO, mas pode ajudar a descobrir problemas que
necessitam de atenção de um profissional.

9
O teste Snellen foi desenvolvido pelo oftalmologista holandês Hermann Snellen na década de 1860.
79
80
Observações durante a avaliação
Se a criança inclina a cabeça Observada
Se a criança vira a cabeça para o lado ( )
Se os olhos da criança estão lacrimejantes ( )
Se a criança franze a testa ou aperta os olhos ( )
Se a criança fecha um olho ( )
Se a criança pisca muito ( )

Sintomas Físicos
Se existe acúmulo de secreção nos cílios Observada
Se os olhos estão inchados (conjuntivite) ( )
Se as pálpebras estão inflamadas ou vermelhas ( )
Se existe secreção ( )
Falta de coordenação na focalização dos olhos ( )
Sensibilidade anormal à luz ( )

Comportamentos e reclamações
Esfrega os olhos constantemente Observada
Tenta melhorar a imagem ( )
Apresenta tontura ou náusea após ler ou escrever ( )
Nistagma ( )
Reclama que os olhos estão queimando ou coçando ( )

Quando a criança está olhando para objetos distantes


Se a criança fica com o corpo tenso ou bem rígido Observada
Se existem contorções no rosto para enxergar melhor ( )
Se a criança lança a cabeça para frente ( )

Quando a criança está lendo


Se pisca continuamente Observada
Se segura o livro perto demais ( )
Se segura o livro longe demais ( )
Se está sempre mudando o livro de posição ( )
Se é desatento a leitura ( )
Se cansa muito durante a leitura ( )
Se cobre um olho com a mão ( )
Se inclina a cabeça ( )
Se substitui letras parecidas ( )
Apresenta tendência a perder-se nos parágrafos ( )

81
Observação: Qualquer destas trocas pode ser problema de acuidade visual:
▪ o–a
▪ h–n
▪ e–ç
▪ n–m
▪ f–t

*Curso de avaliação Psicoeducacional da criança excepcional, Universidade Católica do Paraná. SEED,


1983. (Coordenador: Professor Dr. Forrest A. Novy).

82
MEMÓRIA AUDITIVA
Repetição de sentenças

Objetivo: Verificar memória auditiva imediata.

1) Caiu!

2) Papai chegou.

3) Ela saiu ontem.

4) Eles gostam de sorvete.

5) Nós vamos andar de bicicleta.

6) Eu fiz bolo para a professora.

7) José está doente desde a semana passada.

8) Meus amigos correram, correram até chegarem ao esconderijo.

9) Os irmãos pequenos de Geraldo gostam muito de amendoim.

10)Carla foi a cidade comprar uma bonita blusa de festa.

11)O trânsito estava tão violento que um automóvel bateu numa árvore.

12)Escorriam lágrimas dos olhos de Martinha enquanto ela ouvia aquela triste

melodia.

13)As crianças subiram na árvore, colheram as frutas e fizeram um delicioso suco

83
DISCRIMINAÇÃO AUDITIVA PALAVRAS IGUAL DIFERENTE

Aplicação: Ambiente calmo e silencioso. Posiciona a criança sentada, de costas para


o examinador e distante cerca de 5 metros. Aplicar as 30 primeiras frases não
havendo erros encerrar. Se houver erros aplicar as outras 30. Calcular percentual de
acertos. Caso haja 20% de erros encaminhar para avaliação auditiva.

1) GOLA – COLA 31) FERA – FERRA


2) TENTE – DENTE 32) PULO – PITO
3) TATO – TATO 33) GANHA – GANHA
4) FINCO – VINCO 34) JORRO – ZORRO
5) PICO – BICO 35) SACO – SACO
6) FURO – FURO 36) QUEIJO – BEIJO
7) SELO - ZELO 37) TOFFE – HOFE
8) ZONA – ZONA 38) SAGA – SARA
9) GENTE – GENTE 39) CAIO – CAIO
10) MULA – MULA 40) VOSSA – FOSSA
11) FITA – FIDA 41) PAV – CAF
12) SAPO – SABO 42) RUMBA – TUMBA
13) SONHO – SONO 43) BRINCA – BRINCA
14) PONTA – CONTA 44) PONTO – PORTO
15) MUDO – MUDO 45) POSTE – PORTE
16) TRONCO – TRUNCO 46) CLAVE – CLAVE
17) SUCO – SOCO 47) GLOTE – POTE
18) RATO – ROTO 48) OPA – OBA
19) QUENTE – QUENTE 49) AÇO – ACHO
20) FOCA – FOCA 50) PRETO – PRETO
21) BULA – GULA 51) ALHO – OLHO
22) VELA – ZELA 52) UMA – EMA
23) CALA – XALHA 53) TOCHA – TOCHA
24) DADO – DADO 54) TECLA – TECLA
25) MOLA – MOLA 55) IRA – HORA
26) NEVE – NEVE 56) JOGO – FOGO
27) CABRA – QUEBRA 57) PELA – DELA
28) PANCA – PENCA 58) LENHA – LENHA
29) FOCA – FOCA 59) FIGA – FITA
30) MUNDO – MUDO 60) CAMA – DAMA

84
O DESENVOLVIMENTO MOTOR
O desenvolvimento motor é a capacidade de usar de forma eficiente os
músculos do corpo obedecendo aos comandos enviados pelo cérebro. É um processo
sequencial, relacionado à idade cronológica, resultado da interação entre os
requisitos das tarefas, a biologia do sujeito e as condições ambientais, e depende das
mudanças intelectuais, emocionais e sociais.

Na infância, em especial, no início do processo de escolarização, é o período em


que se observa um significativo incremento das habilidades motoras, que possibilita
à criança um vasto domínio do seu corpo em diferentes atividades, como: saltar,
correr, equilibrar-se num pé só, rastejar, chutar, arremessar, escrever, etc.

A aquisição de habilidades motoras está ligada ainda ao desenvolvimento da


compreensão do corpo, tempo e espaço, que são essenciais para o domínio corporal
para a aprendizagem motora e para as atividades de formação escolar. Portanto,
adquirir um bom controle motor proporciona à criança construir as noções básicas
para o seu desenvolvimento intelectual.

Tipos de coordenação motora

Coordenação motora geral Consiste no domínio do corpo de


maneira a controlar todos os
movimentos, até os mais rudes.

É essencial para que crianças e adultos


andem, rastejem, pulem e façam outros
exercícios do mesmo tipo.
Coordenação motora específica Permite o controle os movimentos
específicos para realizar um tipo
determinado de atividade, por exemplo,
jogar futebol e jogar basquete usam de
coordenações diferentes.
Coordenação motora fina É responsável pela capacidade de usar
de forma precisa e mais eficiente os
pequenos músculos do corpo, para que
assim eles realizem movimentos mais
delicados e específicos que outros tipos
de coordenação motora.
É usada para costurar, escrever, recortar
ou para digitar.

Coordenação fina

85
Diadococinesia (Marionetes)
Capacidade de executar movimentos rápidos, repetidos e alternados. Testes de
diadococinesia podem avaliar tanto a fala quanto os membros superiores.

▪ Coloque-se diante da criança com os braços dobrados na altura dos cotovelos,


lateralmente.
▪ Balance as mãos de um lado para outro.
▪ Peça para a criança que observe execute os mesmos movimentos que o
profissional fizer (primeiro com uma e depois com as duas mãos).

Pianotages (Contar com os dedos)


▪ Com os braços dobrados lateralmente na altura dos cotovelos, encoste
suavemente a ponta de cada dedo na ponta do polegar.
▪ Pedir para a criança executar o mesmo movimento utilizando apenas uma e
depois a outra mão.

Cópia
▪ Coloque a folha na horizontal e ofereça lápis colorido.
▪ Peça para que a criança pegue o lápis e copie o que está vendo.

Coordenação Global
▪ Andar – Ande pela sala livremente
▪ Correr – Corra numa determinada direção
▪ Pegar e arremessar a bola com as duas mãos, em seguida com uma, e depois
com a outra mão.

Equilíbrio Dinâmico
▪ Andar em uma linha reta
▪ Andar em uma linha curva
▪ Andar com um pé na frente do outro

Equilíbrio Estático
▪ Ficar parado com os pés e os braços ao longo do corpo de olhos fechados (10
segundos).
▪ Ficar num pé só (perna dobrada na altura do joelho para trás, permanecer por
10 segundos). Repetir com o outro pé.

Dissociação
▪ Abrir e fechar as mãos juntas
▪ A criança sentada com as mãos sobre a mesa faz o movimento com a
esquerda e a direita.
▪ Abrir e fechar as mãos alternadamente.
86
▪ Dissociação entre mão direita e mão esquerda: a criança bate as duas mãos
sobre a mesa e depois só a direita, novamente as duas e depois só a direita.
▪ Dissociação entre mãos e pés: bater um pé e bater palmas, bater o outro e
bater palmas.

Lateralidade
▪ Qual a sua mão direita?
▪ Qual a sua mão esquerda?
▪ Qual seu pé direito?
▪ Qual seu pé esquerdo?
▪ Qual seu olho direito?
▪ Qual minha mão esquerda?
▪ Qual minha mão direita?

Coloque a:
▪ Mão ESQUERDA no olho DIREITO
▪ Mão DIREITA no olho ESQUERDO
▪ Mão ESQUERDA na orelha DIREITA
▪ Mão DIREITA na orelha ESQUERDA
▪ Mão esquerda no olho ESQUERDO
▪ Mão DIREITA no olho ESQUERDO

Predominância lateral – Dominância da mão


▪ Atirar a bola
▪ Pregar um prego
▪ Escovar os dentes
▪ Pentear-se
▪ Girar o trinco da porta
▪ Escrever dominância do olho
▪ Telescópio (tubo de cartolina)
▪ Rifle

Dominância dos pés


▪ Chutar a bola
▪ Jogo de amarelinha

Esquema Corporal
▪ Peça à criança reconhecer as partes do corpo em si e no examinador.
Se a criança tiver mais de 6 anos solicitar mais detalhadamente.

87
Orientação Espacial
Pesquisar com a criança noções de espaço
▪ O que tem acima de você?
▪ O que tem abaixo de você?
▪ O que tem à sua frente?
▪ O que tem atrás de você?
▪ De que lado seu está o objeto?

Relação perto – longe


▪ O que tem perto de você aqui na sala?
▪ O que tem longe de você aqui na sala?
▪ Você mora perto ou longe da cidade?
▪ A clínica é perto ou longe da sua casa?
▪ Qual das duas (casa ou clínica) é mais perto da cidade?

Orientação Temporal
Noção de velocidade
▪ Peça para a criança andar devagar
▪ Peça para a criança andar bem depressa
▪ Peça para a criança andar de pressa e você faz o mesmo percurso a passos
lentos e pergunta quem chegou primeiro e por quê?
▪ O que anda mais depressa: o coelho ou a tartaruga?
▪ Como você chega primeiro em um lugar, correndo ou pulando?

Noção de tempo
▪ O que você estava fazendo antes de vir aqui?
▪ Qual o exercício que você fez antes deste?
▪ Para você entrar numa sala em que a porta está fechada, o que você precisa
fazer?
▪ O que você fez depois que entramos aqui?
▪ O que você faz depois que põe o pijama?
▪ O que você faz antes do almoço?
▪ O que você faz depois do almoço?

88
Ritmo
▪ Peça à criança que bata com o lápis sobre a mesa no ritmo dela
▪ Peça à criança que bata com o lápis na mesa em um ritmo lento e depois mais
rápido.
▪ Peça à criança que escute bem e faça como o examinador. Suspenda após
quatro estruturas erradas. (colocar um anteparo para que a criança não veja o
lápis enquanto bate).

Ensaio O O
1ª sequência OOO
2ª sequência OO OO
3ª sequência O OO
4ª sequência O O O
5ª sequência OOOO
6ª sequência O OOO
7ª sequência OO O O
8ª sequência O O O O

89
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/ ______
Examinador: _________________________________________

Psicomotricidade Condutas observadas Observação


Diacocinesia
Coordenação fina Pianotagem
Cópia
Andar livremente
Coordenação
Pegar com as duas mãos
global
Arremessar com uma das mãos
Trocar e jogar a bola
Andar em linha reta
Equilíbrio dinâmico
Andar em linha curva
Andar com um pé na frente do outro
Ficar parado em pé
Equilíbrio estático Manter-se em um pé
Manter-se no outro pé
Abrir e fechar as mãos juntas
Abrir e fechar as mãos alternadas
Dissociação
Dissociação entre mão DIREITA e ESQUERDA
Dissociação entre mãos e pés
Simples em si
Lateralidade Simples em outro
Imitar gestos
Olhos
Predominância
Pés
lateral
Mãos
Esquema Denominação em si
corporal Denominação o outro
A
B
Posição no espaço C
D
E
Orientação
A
espacial
B
C
Relação perto longe
D
E
F
A
B
Noção de velocidade C
E
F
Orientação A
temporal B
C
Noção de tempo D
E
F
G
Próprio ritmo da criança A
Ritmo Ritmo lento e rápido B
Imitar batidas do examinador C12345678

90
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA FINA

Materiais:
▪ Canudo ou miçangas
▪ Barbante ou fio de nylon
▪ Tesoura

Psicopedagogo/a: Peça à criança que corte os canudos em pedaço e passe o fio


através dos canudos. Observar:
Com qual mão a criança usa para passar o fio? ________________________________________________
Consegue executar a tarefa com segurança? ( ) Sim ( ) Não
É desajeitada? ( ) Sim ( ) Não

Psicopedagogo/a: Ofereça para a criança um desenho para ligar pontos e com


tracejado. Observar:
A criança consegue seguir a linha? ( ) Sim ( ) Não
Sabe ligar os pontos? ( ) Sim ( ) Não
Segura bem o lápis? ( ) Sim ( ) Não
Escreve com muita pressão? ( ) Sim ( ) Não
Senta-se corretamente? ( ) Sim ( ) Não
A criança respeita o limite do desenho? ( ) Sim ( ) Não

Psicopedagogo/a: Ofereça lego para a criança brincar e observe:


A mão utilizada foi: ( ) Direita ( ) Esquerda
Brinca com agilidade? ( ) Sim ( ) Não

Total de pontos:

Conclusão:

91
MODELO DE PROVA PARA PERCEPÇÃO VISUAL

O que está faltando?

Faça igual

Importante! Ainda deve-se incluir a percepção de cor, tamanho, profundidade,


percepção auditiva (utilize rimas, sons de animais, objetos), tátil.
92
MODELO DE PROVA PARA LATERALIDADE
Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________

TESTE DE LATERALIDADE

Psicopedagogo/a:

Peça que mostre a mão direita: _________________________________________________________________


Peça que mostre a mão esquerda: ______________________________________________________________
Ofereça um papel com furo no meio, do tamanho de um olho, peça para olhar através da
folha e observe qual o olho que será utilizado: ________________________________________________
Conseguiu realizar a tarefa com sucesso? ( ) Sim ( ) Não
Há percepção da lateralidade direita (pé, mão, braço)? ( ) Sim ( ) Não
Coloque três objetos na mesa, um ao lado do outro, ( ) Sim ( ) Não
pergunte quem está à direita e quem está à esquerda
Há lateralidade cruzada (mistura entre os lados)? ( ) Sim ( ) Não
É ambidestra? ( ) Sim ( ) Não

Atenção! Criança com dislexia possui dificuldade com lateralidade:

Apresenta dificuldade em identificar a posição das letras ( ) Sim ( ) Não


p/q, b/d
Faz leitura da direita para esquerda? ( ) Sim ( ) Não
Lê seta ao invés de esta, por exemplo? ( ) Sim ( ) Não
Escreve letras e números invertidos (ex. E/3, 6/9)? ( ) Sim ( ) Não

A partir dos sete anos a criança já é capaz de identificar lateralidade.

Conclusão:

93
MODELO DE PROVA ESPACIAL/TEMPORAL

Nome: _____________________________________________________________________________

Idade: _________________ Escolaridade: _______________________________________


Data de avaliação: ______/ ______/ (adequar questões conforme faixa etária)

Psicopedagogo/a: Faça as seguintes perguntas:

Hoje é ________________________________________?
Se hoje fosse _____________________________, quantos dias faltam para sábado?
Se agora fosse _____________________________, quantos horas faltam para chegar às dez horas?
Que horas você acorda?
Que horas você almoça?
Que horas você janta?
Que horas você dorme?
Quantos dias tem a semana?
Quantos meses tem o ano?
Sabe me falar as horas do relógio?

Psicopedagogo/a: Utilize quebra-cabeças. Observe:

Consegue encaixar as peças? ( ) Sim ( ) Não


Observa detalhes da posição? ( ) Sim ( ) Não
Quantos erros?
Peça à criança que identifique posições? Frente, atrás, perto etc.

Conclusão:

94
ORIENTAÇÃO TEMPORAL
Nome: _____________________________________________________________________________
Idade: _________________ Escolaridade: _______________________________________
Data de avaliação: ______/ ______/ (adequar questões conforme faixa etária)

Você sabe me dizer que dia é hoje?


E os outros dias da semana você sabe o nome?
Que dia vem antes de Terça? E depois?
Quantos dias há na semana?
Em que mês estamos?
E os outros meses, você sabe o nome?
Quantos meses têm no ano?
Em que mês é o dia das crianças?
E o Natal é em que mês?
Você sabe o nome das estações do ano?
Em que estação estamos?
Em que mês você faz aniversário?
Em que ano estamos? E o século?
Você sabe identificar as horas em um relógio?
Quantas horas possui um dia?
Quantos minutos tem uma hora?
A que horas você janta? E quando você almoça?
Quando a lua aparece? E o sol?
A que horas você levanta? E deita?
Quem é mais velho, você ou seu pai? Porque?
Agora é de manhã, tarde ou noite?
Você escova os dentes quando?
Quando você precisa colocar o casaco de lã?
Quando você coloca uma camisa de mangas curtas?
Você vai à escola no Domingo?
A que horas você entra na escola? E que você sai?
Observações:

95
TESTE PARA DETECTAR DEFICIT DE ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO
Nome: _____________________________________________________________________________
Idade: _________________ Série: _________________ Data: ______/ ______/
Escola: _____________________________________________________________________________
Responsável: _______________________________________________________________________

Psicopedagogo: Leia o texto para o entrevistado e anote a resposta.

As batatas são cozidas em água fria ( ) Sim ( ) Não

Depois que chove muito, o chão fica todo molhado ( ) Sim ( ) Não

O trem de carga carrega muitos passageiros e só anda nos trilhos ( ) Sim ( ) Não

O avião é mais rápido que o navio porque voa e o navio não ( ) Sim ( ) Não
Os pintinhos nascem sempre de ovos, mas os gatinhos nascem da ( ) Sim ( ) Não
barriga da mãe
Eu gosto de ir ao cinema, lá estudamos muito ( ) Sim ( ) Não

Minha mãe assa o bolo na geladeira ( ) Sim ( ) Não


Meu pai é mais velho do que eu, mas meu avô é mais velho que
( ) Sim ( ) Não
meu pai
Os cavalos que moram no chiqueiro e os porcos que moram na ( ) Sim ( ) Não
cocheira são do fazendeiro
Quando vou viajar, eu arrumo minhas roupas e as guardo na ( ) Sim ( ) Não
máquina

96
97
INFORMAÇÃO SOCIAL

Seu Nome
Você sabe seu endereço?
Como é o nome de seu pai?
Quantos anos ele tem?
E o dia do aniversário dele?
Qual o nome da sua mãe?
Quantos anos ela tem?
E o dia do aniversário dela?
Ela Trabalha?
O que ela faz?
Você mora com que?
Você tem irmãos? Quantos?
O nome e a idade deles
Com qual você gosta de brincar? Por quê?
Com qual você não gosta de brincar? Por quê?
O que você mais gosta de comer e beber?
Com o que você mais gosta de brincar?
Que esporte você mais gosta?
Você torce por algum time? Qual?
Que programa de TV você mais gosta? Você assiste sempre?
Você tem amigos?
O nome deles?
Onde vocês brincam?
Pessoas de quem você gosta?
Porque?
Pessoas de quem você não gosta? Por quê?

98
MODELO DE PROVA DE DISGRAFIA
Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________

A letra pode ser “feia” por causa de um comprometimento na coordenação


motora ou por ou percepção, sendo assim, é necessário fazer observações:

Escrita lenta ( ) Sim ( ) Não


Letra ilegível ( ) Sim ( ) Não
Desorganização da escrita ( ) Sim ( ) Não
Traços fortes ( ) Sim ( ) Não
Falta de orientação espacial ( ) Sim ( ) Não
Texto desorganizado ( ) Sim ( ) Não
Omissão de letras ( ) Sim ( ) Não
Troca de letras, por exemplo: S por 5 ( ) Sim ( ) Não
Espaçamento Irregular ( ) Sim ( ) Não
Desorganização da forma, por exemplo letra grande demais ou
( ) Sim ( ) Não
pequena demais

Total de pontos:

Conclusão:

99
MODELO DE DISORTOGRAFIA
Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________

(Não é letra feia! É o erro da escrita)

A disortografia é caracterizada pela troca de letras, artigos, omissões, adições


ou substituição das letras. Exemplo: “N” pelo “M” ou “P” pelo “B” etc.

O Psicopedagogo deve pedir ao paciente para elaborar uma redação, pois por
meio dela é possível observar a escrita e os erros ortográficos.

Se houver troca de letras, o psicopedagogo deverá perguntar ao paciente se é


possível substituir a letra. Pergunte o porquê da substituição.

(UTILIZAR A TABELA DE PROVAS OPERATÓRIAS)

Total de pontos:

Conclusão:

100
MODELO 1 DE PROVA DE DISCALCULIA

Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________

Identifica os números com dificuldade ( ) Sim ( ) Não


Dificuldade em estabelecer associação (objetos/ números) ( ) Sim ( ) Não
Falta de habilidade para contar ( ) Sim ( ) Não
Dificuldades para compreender conjuntos ( ) Sim ( ) Não
Dificuldades para compreender quantidade ( ) Sim ( ) Não
Dificuldades para compreender cálculos ( ) Sim ( ) Não
Dificuldades para compreender medidas ( ) Sim ( ) Não
Dificuldades para compreender câmbio ( ) Sim ( ) Não
Dificuldades para compreender símbolos e linguagem ( ) Sim ( ) Não
matemática
Dificuldades para resolver problemas ( ) Sim ( ) Não
Dificuldades para aprender e dizer as horas

Total de pontos:

Conclusão:

(carimbo e assinatura do/a profissional)

101
MODELO 2 DE PROVA DISCALCULIA

Nome: _____________________________________________________________________________
Idade: _________________ Série: _________________

Capacidade de diferenciar números e letras ( ) Sim ( ) Não


Capacidade de associar termos ( ) Sim ( ) Não
Conhecimento sobre sequência numérica simples e capacidade de
contagem alternando os números: de dois em dois; de cinco em ( ) Sim ( ) Não
cinco; de dez em dez e de cem em cem
Capacidade de solucionar problemas simples (adição e
subtração) na forma oral e identificar o número maior entre dois ( ) Sim ( ) Não
apresentados
Capacidade de traduzir números apresentados na forma escrita
para a forma arábica, por exemplo: dois = 2, e por apresentação
( ) Sim ( ) Não
em ordem de complexidade: unidade, dezena, centena, milhar e
centena de milhar
Conhecimento sobre valor posicional dos números ( ) Sim ( ) Não
Capacidade de compor numerais ( ) Sim ( ) Não
Vocabulário e conhecimento dos numerais ( ) Sim ( ) Não
Capacidade de organizar numerais em ordem crescente e
( ) Sim ( ) Não
decrescente
Capacidade de solucionar problemas (adição e subtração,
( ) Sim ( ) Não
multiplicação e divisão)
Capacidade de solucionar problemas com interpretação de
enunciado envolvendo números naturais e racionais e ( ) Sim ( ) Não
interpretação de tabelas e gráficos

Capacidade de se localizar no tempo e espaço ( ) Sim ( ) Não


Conhecimento sobre formas geométricas ( ) Sim ( ) Não

Conclusão:

(carimbo e assinatura do/a profissional)

102
PROVAS OPERATÓRIAS DAS HABILIDADES MATEMÁTICAS

Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/


Série: ________________________________ Idade: ________________________________

Reconhece os sinais e códigos? ( ) Sim ( ) Não


Reconhece os números? ( ) Sim ( ) Não
Estabelece igualdade dos conjuntos? ( ) Sim ( ) Não
Sabe argumentar sobre conservação superfície? ( ) Sim ( ) Não
Estabelece igualdade e argumenta sobre o líquido? ( ) Sim ( ) Não
Sabe diferenciar igualdade e argumenta sobre matéria? ( ) Sim ( ) Não
Sabe diferenciar igualdade e argumenta sobre peso? ( ) Sim ( ) Não
Sabe diferenciar igualdade e argumenta sobre volume? ( ) Sim ( ) Não
Sabe diferenciar igualdade e argumenta sobre comprimento? ( ) Sim ( ) Não

MUDANÇA DE CRITÉRIO – DICOTOMIA


Sabe classificar por critério? ( ) Sim ( ) Não
Sabe fazer ligações entre elas? ( ) Sim ( ) Não
Realiza a dicotomia usando o critério de cores, tamanhos e
( ) Sim ( ) Não
formas?

INCLUSÃO DE CLASSES
Faz quantificação? ( ) Sim ( ) Não
Responde acertadamente as perguntas de subtração? ( ) Sim ( ) Não
Responde assertivamente a quantificação inclusiva? ( ) Sim ( ) Não

INTERCESSÃO DE CLASSES
Compreende as perguntas de intersecção e inclusão? ( ) Sim ( ) Não
Hesita responder? ( ) Sim ( ) Não
Responde bem todas as perguntas? ( ) Sim ( ) Não

ESPAÇO UNIDIMENSIONAL
Consegue reproduzir a torre exclusivamente pela apreciação ( ) Sim ( ) Não
visual e global?
A percepção visual diminui e começa a usar o próprio corpo
( ) Sim ( ) Não
como elemento de medida?

ESPAÇO BIDIMENSIONAL
Utiliza o material para medir o ponto? ( ) Sim ( ) Não
Utiliza apenas como medida? ( ) Sim ( ) Não
Utiliza as duas dimensões para medir? ( ) Sim ( ) Não
103
ESPAÇO TRIDIMENSIONAL
Somente realiza cálculos visuais? ( ) Sim ( ) Não
Utiliza várias medidas? ( ) Sim ( ) Não
Utiliza argumentos válidos com facilidade? ( ) Sim ( ) Não

COMBINAÇÃO DE FICHAS
Consegue descobrir possibilidades das diversas combinações? ( ) Sim ( ) Não
As combinações são incompletas? ( ) Sim ( ) Não
Consegue descobrir várias combinações? ( ) Sim ( ) Não

PERMUTAÇÃO DE FICHAS
Consegue perceber as possibilidades de permutação? ( ) Sim ( ) Não
Realiza permutas incompletas? ( ) Sim ( ) Não
Consegue fazer as permutações? ( ) Sim ( ) Não

PREDIÇÃO – PENSAMENTO FORMAL


Consegue prever a probabilidade da cor verde sair já que possui ( ) Sim ( ) Não
maior quantidade?
Ora consegue prever as possibilidades, ora não consegue? ( ) Sim ( ) Não
Justifica por não conseguir? ( ) Sim ( ) Não

CONCLUSÃO:

.........................................................., ........... de ............................ de ............

(carimbo e assinatura do/a profissional)

104
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DO DESEMPENHO LÓGICO MATEMÁTICO
Nome: _______________________________________________ Data: ______/ ______/
Série: ________________________________ Idade: ________________________________
Psicopedagogo/a: _________________________________________________________________

Motivo da Observação:

Quanto à disponibilidade para as atividades propostas, atuação, atenção, interesse:

Atuação nas atividades lúdicas: escolha, respeito a regras, resistência à frustração,


excitação diante da vitória, compreensão de instrumentos e estratégias, pensamento
antecipatório:

Atividades lógico-matemáticas (classificação, seriação):

Técnicas operatórias:
Adição simples de unidades
Adição simples de dezenas
Adição simples de centenas
Subtração simples
Subtração com recurso
Multiplicação com unidades
Multiplicação com dezenas ou centenas
Divisão simples
Divisão até o passo

105
Atividades de resolução de situações problema:
Raciocínio Operação Resposta Outros recursos
Envolvendo uma operação
Envolvendo mais
operações
Sem dados numéricos

Atividades relativas a série escolar (de acordo com o programa da escola):

Geometria:

Provas operatórias:

Análise do material escolar, conteúdo, desempenho, qualidade de manutenção e


conservação do material, forma de correção:

Material utilizado pela escola:

Alguns aspectos da proposta de trabalho:

106
Nome: _____________________________________________________________________________
Sexo: ( ) F ( ) M Data de nascimento: ______/ ______/
Escolaridade: ______________________________________________________________________
Ocupação: ________________________________________________________________________
Data de aplicação: ______/ ______/

Parte 1: Instruções
Você fará um teste de atenção com três fases. Veja o exemplo abaixo para
executar a primeira fase do teste. Há uma figura na parte superior (uma cruz) e uma
sequência com várias figuras na parte inferior (quadrados, círculos, triângulos,
retângulos, estrelas e cruzes).

Observe que, na sequência de figuras, foram riscadas aquelas que são iguais à
figura da parte superior. Exemplo:

Na folha seguinte haverá uma outra figura na parte superior e uma outra
sequência na parte inferior. Como no exemplo, procure e risque as figuras que forem
iguais à figura da parte superior.

Você terá um minuto para realizar a atividade. Faça o mais rápido que você
puder.

107
Parte 2. Instruções
Nesta segunda fase, haverá duas figuras na parte superior da folha, como no
exemplo abaixo. Observe que, na sequência de figuras, foram riscados os pares que
são iguais ao da parte superior. Exemplo:

Na folha seguinte haverá outras duas figuras na parte superior e uma outra
sequência na parte inferior. Como no exemplo, procure e risque os pares de figuras
que forem iguais ao da parte superior.

108
Lembre-se de que você deverá riscar somente os pares exatamente iguais ao
modelo, ou seja, que estiverem na mesma ordem. Você também terá um minuto
para realizar a atividade. Faça o mais rápido que você puder.

109
Parte 3. Instruções
Esta é a terceira e última fase do teste. Veja o exemplo abaixo para executá-la.

Há uma figura no início de cada linha e uma sequência com várias figuras
(quadrados, círculos, triângulos, retângulos, estrelas e cruzes). Foram riscadas, em
cada linha, as figuras que são iguais à primeira figura da linha.
Exemplo:

Abaixo haverá outras linhas, sempre com uma figura inicial e uma sequência
de figuras. Como no exemplo, procure e risque as figuras que forem iguais à primeira
figura de cada linha.

Você terá um minuto para realizar a atividade. Faça o mais rápido que você
puder.

110
LEVANTAMENTO DE INDICATIVOS DE TRANSTORNO DO
DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH
O questionário denominado SNAP-IV foi construído a partir dos sintomas do

Manual de Diagnóstico e Estatística - IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de


Psiquiátrica.

ATENÇÃO! Este questionário é apenas um ponto de partida para levantamento de


alguns possíveis sintomas primários do TDAH. O diagnóstico correto e preciso só
pode ser feito por meio de uma longa anamnese com um profissional médico
especializado (psiquiatra, neurologista, neuropediatra).

Muitos dos sintomas relacionados podem estar associados a outras


comorbidades correlatas ao TDAH e outras condições clínicas e psicológicas. Por esse
motivo, qualquer diagnóstico só pode ser fornecido por um profissional médico.

É válido reforçar que o TDAH está dividido em: desatento,


hiperativo/impulsivo e misto

Critérios:
A: Sintomas (vistos na escala).
B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.

111
C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos
diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa).
D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas.
E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose etc.),
os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.

Como avaliar:
1) Se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9
= existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente.

2) Se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a


18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa
criança ou adolescente.

O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios


(critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são
necessários.

IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A!


Escala para diagnóstico de TDAH em crianças aplicada aos pais e professores
(MTA-SNAP-IV)
Parâmetros Nada Um pouco Bastante Demais
Não consegue prestar muita atenção a detalhes
1 ou comete erros por descuido nos trabalhos da
escola ou tarefas
Tem dificuldade para manter atenção em tarefas
2
ou atividades de lazer
Parece não estar ouvindo quando se fala
3
diretamente com ele
Não segue instruções até o fim e não termina os
4
deveres da escola, tarefas ou obrigações
Tem dificuldade para organizar tarefas e
5
atividades
Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade
6 em tarefas que exigem esforço mental
prolongado
Perde coisas necessárias para atividades
7
(brinquedos, livros, deveres de escola, lápis etc.)
8 Distrai-se facilmente com estímulos externos
9 É esquecido em atividades do dia-a-dia
10 Mexe bastante com as mãos, pés ou na cadeira
11 Sai dos lugares onde se espera que fique sentado
Corre de um lado para outro ou sobe demais nas
12
coisas em situações inapropriadas
Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em
13
atividades de lazer de forma calma
Não tem parada e, frequentemente, está “a mil
14
por hora”
15 Fala em excesso

112
Responde às perguntas de forma precipitada,
16
antes de terem sido terminadas
17 Tem dificuldade de esperar sua vez
Interrompe os outros ou se intromete (nas
18
conversas, jogos, brincadeiras)
19 Descontrola-se
20 Discute com adultos
Desafia ativamente ou se recusa a atender
21
pedidos ou regras dos adultos
Faz coisas que incomodam os outros de
22
propósito
Culpa os outros pelos seus erros e mau
23
comportamento
É irritável ou facilmente incomodado pelos
24
outros
25 É raivoso e ressentido
26 É rancoroso ou vingativo

113
Escala para diagnóstico de TDAH em adultos (entrevista com paciente) *
(ASRS-18) Adult self report scale
Às Muito
Parâmetros Nunca Raro Frequente
vezes frequente
1 Com que frequência comete erros por falta de
atenção em projeto chato ou difícil?
2 Com que frequência tem dificuldade para
manter atenção nos trabalhos chatos ou
repetitivos?
3 Com que frequência tem dificuldade para se
concentrar no que as pessoas dizem, mesmo
quando estão falando diretamente para você?
4 Com que frequência deixa um projeto pela
metade depois de já ter feito as partes mais
difíceis?
5 Com que frequência tem dificuldade para os
trabalhos que exigem organização?
6 Quando precisa fazer algo que exige muita
concentração, com que frequência você evita ou
adia o início?
7 Com que frequência coloca as coisas fora do
lugar ou tem dificuldade de encontrar as coisas?
8 Com que frequência se distrai com atividades ou
barulho?
9 Com que frequência tem dificuldade para
lembrar de compromissos?
10 Com que frequência fica se mexendo na cadeira,
balançando mãos ou pés quando tem que ficar
sentado algum tempo?
11 Com que frequência se levanta em reuniões ou
outras situações que deveria ficar sentado?
12 Com que frequência se sente inquieto ou
agitado?
13 Com que frequência tem dificuldade para
relaxar ou sossegar quando tem tempo livre?
14 Com que frequência se sente ativo demais e
tendo que fazer as coisas como se estivesse
“com o motor ligado”?
15 Com que frequência se percebe falando demais
em situações sociais?
16 Com que frequência se percebe terminando as
frases das pessoas antes delas?
17 Com que frequência tem dificuldade para
esperar em situações nas quais cada um tem sua
vez?
18 Com que frequência interrompe os outros
quando eles estão ocupados?

114
ESCALA DE TRAÇOS AUTÍSTICOS

A escala a seguir, embora não tenha o escopo de avaliar especificamente uma


função psíquica, é utilizada para avaliação de uma das patologias mais importantes
da Psiquiatria Infantil, o Autismo. Seu ponto de corte é de 15. Pontua-se zero se não
houver a presença de nenhum sintoma, 1 se houver apenas um sintoma e 2 se houver
mais de um sintoma em cada um dos 36 itens, realizando-se uma soma simples dos
pontos obtidos.

1) Dificuldade na interação social


O desvio da sociabilidade pode oscilar entre formas leves como, por exemplo, um
certo negativismo e a evitação do contato ocular, até formas mais graves, como um
intenso isolamento.
[ ] Não sorri.
[ ] Ausência de aproximações espontâneas.
[ ] Não busca companhia.
[ ] Busca constantemente seu cantinho (esconderijo).
[ ] Evita pessoas.
[ ] É incapaz de manter um intercâmbio social.
[ ] Isolamento intenso.

2) Manipulação do ambiente
O problema da manipulação do ambiente pode apresentar-se em nível mais ou
menos grave, como, por exemplo, não responder às solicitações e manter-se
indiferente ao ambiente. O fato mais comum é a manifestação brusca de crises de birra
passageira, risos incontroláveis e sem motivo, tudo isto com o fim de conseguir ser o
centro da atenção.
[ ] Não responde às solicitações.
[ ] Mudança repentina de humor.
[ ] Mantém-se indiferente, sem expressão.
[ ] Risos compulsivos.
[ ] Birra e raiva passageira.
[ ] Excitação motora ou verbal (ir de um lugar a outro, falar sem parar).

115
3) Utilização das pessoas a seu redor
A relação que mantém com o adulto quase nunca é interativa, dado que
normalmente se utiliza do adulto como o meio para conseguir o que deseja.
[ ] Utiliza-se do adulto como um objeto, levando-o até aquilo que deseja.
O adulto lhe serve como apoio para conseguir o que deseja (por exemplo,
[ ]
utiliza o adulto como apoio para pegar biscoito).
O adulto é o meio para suprir uma necessidade que não é capaz de realizar
[ ]
só (por exemplo, amarrar sapatos).
Se o adulto não responde às suas demandas, atua interferindo na conduta
[ ]
desse adulto.

4) Resistência a mudanças
[ ] A resistência a mudanças pode variar da irritabilidade até franca recusa.
[ ] Insistente em manter a rotina.
Grande dificuldade em aceitar fatos que alteram sua rotina, tais como
[ ]
mudanças de lugar, de vestuário e na alimentação.
Apresenta resistência a mudanças, persistindo na mesma resposta ou
[ ]
atividade.

5) Busca de uma ordem rígida


Manifesta tendência a ordenar tudo, podendo chegar a uma conduta de ordem
obsessiva, sem a qual não consegue desenvolver nenhuma atividade.
Ordenação dos objetos de acordo com critérios próprios e pré-
[ ]
estabelecidos.
[ ] Prende-se a uma ordenação espacial (cada coisa sempre em seu lugar).
[ ] Prende-se a uma sequência temporal (Cada coisa em seu tempo).
Prende-se a uma correspondência pessoa-lugar (cada pessoa sempre no
[ ]
lugar determinado)

6) Falta de contato visual (Olhar indefinido)


A falta de contato pode variar desde um olhar estranho até constante evitação dos
estímulos visuais.
[ ] Desvia os olhares diretos, não olhando nos olhos.
[ ] Volta a cabeça ou o olhar quando é chamado (olhar para fora).
[ ] Expressão do olhar vazio e sem vida.
[ ] Quando segue os estímulos com os olhos, somente o faz de maneira
intermitente.
[ ] Fixa os objetos com um olhar periférico, não central.
[ ] Dá a sensação de que não olha.

116
7) Mímica inexpressiva
A inexpressividade mímica revela a carência da comunicação não verbal. Pode
apresentar, desde uma certa expressividade, até uma ausência total de resposta.
[ ] Se fala, não utiliza a expressão facial, gestual ou vocal com a frequência
esperada.
[ ] Não mostra uma reação antecipatória.
[ ] Não expressa através da mímica ou olhar aquilo que quer ou o que sente.
[ ] Imobilidade facial.

8) Distúrbios de sono
Quando pequeno dorme muitas horas e, quando maior, dorme poucas horas, se
comparado ao padrão esperado para a idade. Esta conduta pode ser constante, ou
não.
[ ] Não quer ir dormir.
[ ] Levanta-se muito cedo.
[ ] Sono irregular (em intervalos).
[ ] Troca ou dia pela noite.
[ ] Dorme poucas horas.

9) Alteração na alimentação
[ ] Pode ser quantitativa e/ou qualitativa. Pode incluir situações, desde
aquela em que a criança deixa de se alimentar, até aquela em que se opõe
ativamente.
[ ] Seletividade alimentar rígida (por exemplo, come o mesmo tipo de
alimento sempre).
[ ] Come outras coisas além de alimentos (papel, insetos).
[ ] Quando pequeno não mastigava.
[ ] Apresenta uma atividade ruminante.
[ ] Vômitos.
[ ] Come grosseiramente, esparrama a comida ou a atira.
[ ] Rituais (esfarela alimentos antes da ingestão).
[ ] Ausência de paladar (falta de sensibilidade gustativa).

10) Dificuldade no controle dos esfíncteres


O controle dos esfíncteres pode existir, porém a sua utilização pode ser uma
forma de manipular ou chamar a atenção do adulto.
[ ] Medo de sentar-se no vaso sanitário.
[ ] Utiliza os esfíncteres para manipular o adulto.
[ ] Utiliza os esfíncteres como estimulação corporal, para obtenção de
prazer.

117
[ ] Tem controle diurno, porém o noturno é tardio ou ausente.

11) Exploração dos objetos (apalpar, chupar)


Analisa os objetos sensorialmente, requisitando mais os outros órgãos dos
sentidos em detrimento da visão, porém sem uma finalidade específica.
[ ] Morde e engole objetos não alimentares.
[ ] Chupa e coloca as coisas na boca.
[ ] Cheira tudo.
[ ] Apalpa tudo.
[ ] Examina as superfícies com os dedos de uma maneira minuciosa.

12) Uso inapropriado dos objetos


Não utiliza os objetos de modo funcional, mas sim de uma forma bizarra.
[ ] Ignora os objetos ou mostra um interesse momentâneo.
[ ] Pega, golpeia ou simplesmente os atira no chão.
[ ] Conduta atípica com os objetos (segura indiferentemente nas mãos ou
gira).
[ ] Carrega insistentemente consigo determinado objeto.
[ ] Se interessa somente por uma parte do objeto ou do brinquedo.
[ ] Coleciona objetos estranhos.
[ ] Utiliza os objetos de forma particular e inadequada.

13) Falta de atenção


Dificuldades na atenção e concentração. Às vezes, fixa a atenção em suas próprias
produções sonoras ou motoras, dando a sensação de que se encontra ausente.
[ ] Quando realiza uma atividade, fixa a atenção por curto espaço de tempo
ou é incapaz de fixá-la.
[ ] Age como se fosse surdo.
[ ] Tempo de latência de resposta aumentado. Entende as instruções com
dificuldade (quando não lhe interessa, não as entende).
[ ] Resposta retardada.
[ ] Muitas vezes dá a sensação de ausência.

14) Ausência de interesse pela aprendizagem


Não tem nenhum interesse por aprender, buscando solução nos demais. Aprender
representa um esforço de atenção e de intercâmbio pessoal, é uma ruptura em sua
rotina.
[ ] Não quer aprender.
[ ] Cansa-se muito depressa, ainda que de atividade que goste.
118
[ ] Esquece rapidamente.
[ ] Insiste em ser ajudado, ainda que saiba fazer.
[ ] Insiste constantemente em mudar de atividade.

15) Falta de iniciativa


Busca constantemente a comodidade e espera que lhe deem tudo pronto. Não
realiza nenhuma atividade funcional por iniciativa própria.
[ ] É incapaz de ter iniciativa própria.
[ ] Busca a comodidade.
[ ] Passividade, falta de interesse.
[ ] Lentidão.
[ ] Prefere que outro faça o trabalho para ele.

16) Alteração de linguagem e comunicação


É uma característica fundamental do autismo, que pode variar desde um atraso de
linguagem até formas mais graves, com uso exclusivo de fala particular e estranha.
[ ] Mutismo.
[ ] Estereotipias vocais.
[ ] Entonação incorreta.
[ ] Ecolalia imediata e/ou retardada.
[ ] Repetição de palavras ou frases que podem (ou não) ter valor
comunicativo.
[ ] Emite sons estereotipados quando está agitado e em outras ocasiões,
sem nenhuma razão aparente.
[ ] Não se comunica por gestos.
[ ] As interações com adulto não são nunca um diálogo.

17) Não manifesta habilidades e conhecimentos


Nunca manifesta tudo aquilo que é capaz de fazer ou agir, no que diz respeito a
seus conhecimentos e habilidades, dificultando a avaliação dos profissionais.
[ ] Ainda que saiba fazer uma coisa, não a realiza, se não quiser.
[ ] Não demonstra o que sabe, até ter uma necessidade primária ou um
interesse eminentemente específico.
[ ] Aprende coisas, porém somente a demonstra em determinados lugares e
com determinadas pessoas.
[ ] Às vezes, surpreende por suas habilidades inesperadas.

119
18) Reações inapropriadas ante a frustração
Manifesta desde o aborrecimento à reação de cólera, ante a frustração.
[ ] Reações de desagrado caso seja esquecida alguma coisa.
[ ] Reações de desagrado caso seja interrompida alguma atividade que goste.
[ ] Desgostoso quando os desejos e as expectativas não se cumprem.
[ ] Reações de birra.

19) Não assume responsabilidades


Por princípio, é incapaz de fazer-se responsável, necessitando de ordens
sucessivas para realizar algo.
[ ] Não assume nenhuma responsabilidade, por menor que seja.
[ ] Para chegar a fazer alguma coisa, há que se repetir muitas vezes ou
elevar o tom de voz.

20) Hiperatividade/ Hipoatividade


A criança pode apresentar desde agitação, excitação desordenada e incontrolada,
até grande passividade, com ausência total de resposta. Estes comportamentos não
têm nenhuma finalidade.
[ ] A criança está constantemente em movimento.
[ ] Mesmo estimulada, não se move.
[ ] Barulhento.
[ ] Dá a sensação de que é obrigado a fazer ruído/barulho.
[ ] Vai de um lugar a outro, sem parar.
[ ] Fica pulando (saltando) no mesmo lugar.
[ ] Não se move nunca do lugar onde está sentado.

21) Movimentos estereotipados e repetitivos


Ocorrem em situações de repouso ou atividade, com início repentino.
[ ] Balanceia-se.
[ ] Olha e brinca com as mãos e os dedos.
[ ] Tapa os olhos e as orelhas.
[ ] Dá pontapés.
[ ] Faz caretas e movimentos estranhos com a face.
[ ] Roda objetos ou sobre si mesmo.
[ ] Caminha na ponta dos pés ou saltando, arrasta os pés, anda fazendo
movimentos estranhos.
[ ] Torce o corpo, mantém uma postura desequilibrada, pernas dobradas,
cabeça recolhida aos pés, extensões violentas do corpo.

120
22) Ignora o perigo
Expõe-se a riscos sem ter consciência do perigo.
[ ] Não se dá conta do perigo.
[ ] Sobe em todos os lugares.
[ ] Parece insensível à dor.

23) Aparecimento antes dos 36 meses (DSM-IV)

121
ENTREVISTA PARA DETECTAR AUTISMO E SINDROME DE ASPEGER
BASEADO NO (M-CHAT/ES)
Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________

Prefiro fazer as coisas acompanhado a fazer sozinho:


____________________________________________________
Prefiro fazer as coisas sempre da mesma forma:
__________________________________________________________
Se tento imaginar algo, torna-se fácil criar uma imagem na minha mente:
_____________________________
Muitas vezes, estou tão concentrado numa coisa que não consigo perceber mais nada ao meu redor:
__________________________________________________________________________________________________________
Frequentemente ouço sons tão baixos que ninguém escuta:
____________________________________________
Costumo observar as placas dos carros ou coisas parecidas:
_____________________________________________
Algumas pessoas comentam que fui mal-educado, mesmo eu achando que fui educado naquele
momento:
_____________________________________________________________________________________________________
Quando estou lendo uma história, posso imaginar facilmente como as personagens se parecem
Sou fascinado por datas:
_____________________________________________________________________________________
Num grupo de amigos ou familiares, me saio bem em qualquer assunto:
_______________________________
Adoro vida social:
____________________________________________________________________________________________
Percebo detalhes que outras pessoas não percebem:
_____________________________________________________
Prefiro frequentar bibliotecas a ir às festas:
_______________________________________________________________
Invento histórias com facilidade:
___________________________________________________________________________
Sou atraído mais por pessoas do que por objetos:
________________________________________________________
Sou atraído por certas coisas, mas se não consigo conquistá-las fico muito chateado:
_________________
Gosto muito de conversar com amigos:
____________________________________________________________________
Sou fascinado por números:
_________________________________________________________________________________
Quando estou lendo, acho difícil compreender o comportamento das personagens:
__________________
Não gosto de livros:
__________________________________________________________________________________________
Não gosto de fazer novas amizades:
________________________________________________________________________
Não gosto de mudar minha rotina:
_________________________________________________________________________
122
Compreendo o que é falado nas “entrelinhas”:
____________________________________________________________
Concentro-me mais no todo do que nas partes:
___________________________________________________________
Acho fácil fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo:
____________________________________________________
Gosto de fazer as coisas espontaneamente:
________________________________________________________________
Demoro a entender piadas:
__________________________________________________________________________________
Acho fácil entender o que a outra pessoa está pensando ou sentindo:
__________________________________
Quando alguém interrompe o que faço, volto facilmente onde parei e recomeço:
______________________
Gosto de conversas descontraídas:
_________________________________________________________________________
Sou cuidadoso e planejo minhas atividades:
_______________________________________________________________
Gosto de encontros sociais:
_________________________________________________________________________________
Sou habilidoso com as pessoas:
_____________________________________________________________________________
Gosto de jogar, brincar com outras pessoas:
_______________________________________________________________

Pontos: ________________________________

Conclusão:

123
TESTE PARA ALTAS HABILIDADES
JEAN-CHARLES TERRASSIER
ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA CRIANÇAS SUPERDOTADAS (ANPEIP)

Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________

A CRIANÇA:
Aprendeu a ler antes de entrar na escola?
Sozinha: 7 pontos | Com ajuda: 5 pontos

Lê muitos livros rapidamente?


2 pontos

Manifesta interesse por enciclopédias e dicionários?


2 pontos

Prefere a companhia de crianças mais velhas?


2 pontos

Gosta de conversar com adultos?


2 pontos

Faz perguntas variadas e originais?


2 pontos

Quer sempre saber o “porque” de tudo?


1 ponto

Faz observações de extrema perspicácia sobre assuntos que lhe interessam?


2 pontos

Tem grande capacidade de fazer críticas e de julgar seus pares?


1 ponto

Manifesta tedio diante de atividades rotineiras ou repetitivas?


1 ponto

É muito sensível a injustiças, mesmo se a vítima não é ela?


1 ponto

Tem enorme senso de humor?


2 pontos
124
Usa um vocabulário rico para fazer reflexões profundas?
2 pontos

Adora jogos de estratégia e de desafio, e se sai muito bem neles?


2 pontos

É querida pelos colegas de escola?


1 ponto

Prefere trabalhar sozinha?


2 pontos

Tem interesse pelo universo e pela pré-história?


2 pontos

Tira boas notas sem estudar?


2 pontos

Tem uma grande sensibilidade para a música e para as artes?


2 pontos

Está sempre mudando de hobby?


1 ponto

Total de pontos:

125
AVALIAÇÕES PARA CRIANÇAS DE 6-7 ANOS DE IDADE
(Elaborado e cedido pelo CTM)

Organização sequencial
▪ Histórias em tirinhas
▪ Completar sentenças
▪ Avaliar as funções executivas, a atenção, a concentração, memória

Processamento auditivo
▪ Ritmos/sons
▪ Palavras simétricas
▪ Memória

Processamento visual
▪ Figuras incompletas
▪ Figura/fundo
▪ Reconhecimento de figuras e imagens

Processamento visuoespacial
▪ Copiar letras e palavras
▪ Compreensão de comando do enunciado
▪ Organização espacial

O que o profissional precisa observar e avaliar?


▪ Memórias (de todos os sentidos)
▪ Atenção
▪ Planejamento
▪ Funções executivas
▪ Organização execução
▪ Sequência lógica
▪ Linguagem

126
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PROFISSIONAL
PARA REALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO
São partes no presente instrumento particular de Contrato de Prestação de Serviço Profissional,
de um lado, como CONTRATADO/A: ........................................................................
........................................................................................................................................................,
proprietário/a do Espaço Psicopedagógico ....................................................................................
........................................................................................................................................................,
portador/a do RG .........................................................., CPF .......................................................,
CF ..................................................., inscrito/a na Associação de Psicopedagogia – Seção
.........................., sob nº ......................., com certificado de pós-graduação Lato Sensu em
Psicopedagogia, registrado no .................................................................................................,
sob nº ..........................................., fls. ........................................, livro ........….....................……,
situado em ………....................................................………......................................................…
e, de outro, como CONTRATANTE: O/A Sr./a ...............................................................................
........................................................................................................................................................,
portador/a do RG .........................................................., CPF .......................................................,
residente e domiciliado/a na cidade de ..........................................................................................
............................................................., no ....................................................................................,
pelos serviços de atendimento Psicopedagógico pela profissional, o/a CONTRATANTE se
compromete pagar ao/à CONTRATADO/A a importância de R$ ..................................................,
............................................................................................... (reais) por cada encontro realizado.
O valor total referente aos atendimentos fica no valor mensal de R$ R$
.................................................., ........................................................................................ (reais).
NORMAS DE FUNCIONAMENTO:
Temos por finalidade o esclarecimento de alguns critérios básicos que englobam o êxito do
tratamento, a fim de estabelecer com esses procedimentos a igualdade de direito e deveres que
norteiam nossos interesses comuns.
DO PAGAMENTO
1. Deverá ser efetuado no primeiro dia de atendimento, o valor mensal pela quantidade total no
mês.
2. O não comparecimento deverá ser informado com antecedência de no mínimo 24 horas, neste
caso o valor é cobrado, tendo a possibilidade de reposição, mediante aos horários disponíveis.
3. O tempo de duração são de 50 minutos, ficando o atraso na responsabilidade do cliente
4. O não comparecimento sem justificativa por duas sessões consecutivas, implicará, na
disponibilidade do horário.
5. Caso o não comparecimento seja do profissional, a sessão não será cobrada ou veremos a
possibilidade de reposição.
OBSERVAÇÕES
1. As sessões que incidirem nos dias feriados serão descontadas da mensalidade.
2. É necessário priorizar o dia e horário do seu atendimento, para que outras atividades não
venham interferir na terapia.
A SUA DEDICAÇÃO É IMPRESCINDÍVEL
Cordialmente, ..................................................................................
[Psicopedago/a]
Estou ciente das normas de funcionamento.

.........................................................., ........... de ............................ de ............

__________________________________________
NOME DO CLIENTE

127
MODELO DE RELATÓRIO
Profissional: __________________________________________________________________________________
Área de atendimento: _______________________________________________________________________
Data: ______________________________________ Hora: ______________________________________
Nome do paciente: _________________________________________________________________________
Endereço: __________________________________________________________________________________
Telefone: ____________________________________________________________________________________
Queixa: _____________________________________________________________________________________
Responsável: ________________________________________________________________________________
CPF: ________________________________________________________________________________________

RELATÓRIO: Deve conter a queixa, as hipóteses, os testes realizados, os


resultados e as conclusões do psicopedagogo/a.

ENCAMINHAMENTO:
▪ Psiquiatra
▪ Psicólogo
▪ Neurologista
▪ Neuropsicopedagogo
▪ Psicopedagogia
▪ Nutricionista
▪ Psicoterapia
▪ Clínica Médica
▪ Outros: ______________________________________________________________________

INDICAÇÃO:

128
EXEMPLO HIPOTÉTICO 1
RELATÓRIO PSICOPEDAGÓGICO
O _______________________________________________________ (NOME DO ALUNO/PACIENTE),
_______________ (IDADE), está em acompanhamento psicopedagógico na/o ____________________
(NOME DA CLÍNICA) por apresentar ________________________________________________ (QUEIXA);
Foi encaminhado pela escola por apresentar dificuldade em respeitar regras, não aceitar ser
contrariado, não se relacionar bem com os pares, não gostar de dividir brinquedos.
O paciente foi submetido a testes de Provas Cognitivas e de Projeção familiar. No teste
de provas Cognitivas não apresentou dificuldade de aprendizagem, pelo contrário,
apresentou muita facilidade para aprender, entretanto, no teste de projeção familiar, revelou
alguns traços que devem ser observados e acompanhados, pois o paciente tem idade inferior
a sete anos:
– Fuga ao meio e desajuste emocional;
– Introversão e fraco índice de socialização; tensão;
– Agressividade, insegurança e medo e sentimento de vazio.
Com base nos resultados, a família foi orientada a não brigar na frente da criança, não
usar a violência na educação e disciplina, a mudar a alimentação e o horário de dormir da
criança, precisa de no mínimo oito horas, também foi solicitado para não permitir uso de
jogos ou desenhos que apresentassem cenas de violência, para que tenha o seu
desenvolvimento emocional e psicológico num meio ambiente que não estimule a violência,
pois desde pequena idade teve contato com vários jogos que eram impróprios para sua idade
e para o bom desenvolvimento das funções executivas, bem como para êxito da intervenção
psicopedagógica. Os pais foram orientados a realizarem uma reeducação da rotina e da
conduta familiar.
Os profissionais do concluíram que o paciente tem traços das patologias CID F.84
associado ao F.90, mas devido a pouca idade ainda é cedo para fechar o diagnóstico,
necessitando refazer após os oito anos de idade. Porém, independentemente do laudo
médico e de outros profissionais da área de saúde, o papel da família é fundamental para o
bom resultado da intervenção, por isso, os familiares foram orientados da importância do
meio ambiente para o desenvolvimento saudável e dos estímulos sensórias, emocionais,
motores, cognitivos.
Para que a criança tenha bom desenvolvimento, é necessário estímulos de
socialização, utilização de regras, hábitos saudáveis, hierarquia familiar e de atividades
diárias para habilitar as funções cerebrais ao desenvolvimento e maturação. A socialização
deve ser estimulada com brincadeiras, jogos, arte, atividade física. Deve-se trabalhar as
frustrações, a insegurança, o medo e com atividades e jogos que favoreçam o equilíbrio
emocional, além de acompanhamento psicológico.
O (NOME DA CLÍNICA) acredita que a família é a base para que em qualquer
intervenção o resultado seja positivo. O caso do Dr. Fallon, neurocientista da Universidade
da Califórnia nos EUA, é uma prova concreta de que o gene não é determinante na conduta
da pessoa, mas sim o meio ambiente onde está inserida.

(carimbo e assinatura do/a profissional)


CBO 239425

129
EXEMPLO HIPOTÉTICO 2
RELATÓRIO PARA A ESCOLA

O _______________________________________________________ (NOME DO ALUNO/PACIENTE),


_______________ (IDADE), foi submetido à avaliação psicopedagógica pela ____________________
(NOME DA CLÍNICA) por apresentar ________________________________________________ (QUEIXA);
não consegue interpretar enunciados; foi encaminhado pela escola por apresentar
dificuldade de aprendizagem.
O paciente foi submetido às seguintes Provas Cognitivas e Projetivas:
• Atenção/concentração;
• Funções Executivas (autonomia, flexibilidade, controle inibitório);
• Leitura e comunicação;
• Raciocínio lógico e matemático;
• Desenvolvimento cognitivo, psicológico e motor;
• Provas Projetivas da família, escola, professor e festa de aniversário.
Com base nos resultados, os pais foram orientados a estimular o desenvolvimento
cognitivo e emocional da paciente (NOME), que se encontra no nível Pré-silabico, sendo
incompatível a idade cronológica com a idade mental e cognitiva.
Nas provas Cognitivas apresentou dificuldade na leitura, escrita, não conseguiu fazer
associações nome/objeto, número/nome e valores, não consegue distinguir
direita/esquerda, no teste de projeção escolar, não apresentou vínculo com a escola nem
com a aprendizagem. O aprendente é compatível com o nível pré-silábico, devendo ter suas
atividades escolares compatível com o nível mental e cognitivo. O reforço Escolar ajudará a
ajustar o nível cognitivo e mental.
Os profissionais do (NOME DA CLÍNICA) concluíram que o paciente tem traços das
patologias CID F.70 leve, portanto, é fundamental para o bom resultado da intervenção, que
a criança seja acompanhada por um psicopedagogo e que estimule o desenvolvimento das
funções executivas, funções cognitivas e do sistema emocional. Os familiares foram
orientados da importância do meio ambiente para o desenvolvimento saudável e dos
estímulos sensórias, emocionais, motores, cognitivos.
Para que a criança tenha bom desenvolvimento, é necessário estímulo de socialização,
utilização de regras, hábitos saudáveis, hierarquia familiar e de atividades diárias para
habilitar as funções cerebrais ao desenvolvimento e maturação. A socialização deve ser
estimulada com brincadeiras, jogos, arte, atividade física. Deve - se trabalhar as frustrações,
a insegurança, o medo e com atividades e jogos que favoreçam o equilíbrio emocional, além
de acompanhamento psicológico.
O (NOME DA CLÍNICA) acredita que a família é a base para que em qualquer intervenção
o resultado seja positivo.

130
EXEMPLO HIPOTÉTICO PARA DEVOLUTIVA

I. Identificação:
Nome:
Idade: anos
Data de nascimento: _______ / _______ / _______
Escolaridade:
Repetência:
Instituição:
Filiação - Pai:
Mãe:
Encaminhamento: Escola/Coordenação pedagógica
Localidade:

II. QUEIXA PPRINCIPAL


Dificuldades de leitura e concentração durante as aulas.
Baixo rendimento escolar.
Notas baixas.
(CITE AS DIFICULDADES)

III. PERÍODO DE AVALIAÇÃO NÚMERO DE SESSÕES


15- 02-2017 a 16-04-2017
05 Sessões

IV. INSTRUMENTOS DE DIAGNÓSTICO UTILIZADOS


CAIXA LÚDICA
EOCA
Entrevista com o sujeito
Entrevista com a escola

- Testes Projetivos
Teste da Pareja Educativa
Teste Vínculo escolar

- Testes Pedagógicos
Avaliação de leitura e escrita
Análise do material escolar
Anamnese com a mãe e o pai

- Testes Operativos
Intercessão de classes
Conservação de superfície
Conservação de matéria
Separação de palitos
Combinação de fichas
Teste de memória de curto prazo

131
Esquema corporal
Lateralidade
Tamanho
Quantidade
Discriminação Visual
Discriminação Auditiva
verbalização da Palavra
Analise - Síntese
Coordenação Motora Fina
Provas de Orientação temporal
Teste de memória auditiva

IV. SÍNTESE DIAGNÓSTICA:


A partir das informações coletadas com a utilização de instrumentos de avaliação
psicopedagógica e das observações obtidas durante as sessões chegamos a seguinte
síntese diagnóstica.
a) COGNITIVOS
Não possui a conservação de números e quantidades, das massas volume de líquido,
dificuldades para classificar maior e menor, antecessor e sucessor... (DESCREVA SUAS
OBSERVAÇÕES DURANTE AS APLICAÇÕES)

b) ASPECTOS PEDAGÓGICOS
Leitura: Nível pré-silábico, dificuldades para seguir a leitura na sequência.
Escrita: Apresenta traçado forte, troca de fonemas e vogais.
Raciocínio matemático: Dificuldades para lembrar o passo a passo, ausência de
quantificação de inclusão de classes, seriação com anteparo.
(DESCREVA SUAS OBSERVAÇÕES DURANTE AS APLICAÇÕES)

c) ASPECTOS AFETIVOS-SOCIAIS
Em ambiente escolar, apresenta desatenção, agitação e impulsividade.
Remexe-se na cadeira com frequência, agita as mãos.
Apresenta inconstância de humor, irritação nos períodos de provas.
Dificuldades para se organizar e planejar.
Tem dificuldade em seguir regras, esperar a sua vez.
Dificuldades para organizar as atividades escolares.
Envolve-se em situações perigosas sem avaliar riscos e consequências.
(DESCREVA SUAS OBSERVAÇÕES DURANTE AS APLICAÇÕES)

V. SÍNTESE DOS RESULTADOS


Buscamos então obter uma compreensão global da forma de aprender e dos desvios
que estão ocorrendo no caso em estudo.
Diante das análises dos testes, entrevista e atividades proposta nas sessões
psicopedagógicas, concluímos que .......................................................................................................
(RELATE SUAS CONCLUSSÕES E POSSÍVEIS ENCAMINHAMENTOS)

132
Orientações Psicopedagógicas
Refazer o processo de alfabetização, com material adaptado de acordo com a
necessidade da criança.
Atividades Educacional Propostas
Reabilitação de leitura
Reabilitação da escrita.
Intervenção para técnica de concentração e memória.

VII. RECOMENDAÇÕES E ENCAMINHAMENTO

a) ORIENTAÇÃO À ESCOLA:
Escola e pais devem trabalhar juntos para orientar o aluno. É preciso rever assuntos
que não aprendeu.
Estimular sua autoestima, elogiá-lo quando houver progresso, por mínimo que seja.
Fazer o contato visual ao passar-lhe uma informação, certificar se compreendeu o
ponto de partida dos temas que estão sendo aplicado.
Trabalhar com agenda.

b) ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA:
Descreva e pontuem aos pais quais são as responsabilidades e intervenções
familiares.

(carimbo e assinatura do/a profissional)


CBO 239425

133
MODELO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL RELATÓRIO
A Psicopedagogia Institucional é uma espécie de consultoria especializada na
área de educação e saúde que visa prevenir e intervir nos processos de aprendizagem
e seus impedimentos, ela é a responsável pela organização e planejamento
pedagógico para promover aprendizagem e sucesso escolar.
O ensino e a aprendizagem dependem muito da capacitação dos professores e
dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. O professor precisa conhecer
a teoria de Freud em relação à educação, a teoria de Piaget, Vygotsky e tantos outros
teóricos bons que tanto contribuíram para educação. Sem tais conhecimentos o
professor pode cometer erros gravíssimos em sala de aula e até promover a evasão
escolar.
É importante saber lidar com a transferência que a criança faz e que o professor
não seja narcisista e saiba promover a construção do conhecimento, sabendo
diferenciar as diversas dificuldades de aprendizagem e saber ajudar os alunos a
superá-la. Se o professor não tiver conhecimento adequado não saberá trabalhar a
inclusão, ele fará o contrário, promoverá a exclusão social e a evasão escolar.
A metodologia de ensino adotada e os recursos em sala de aula podem
contribuir muito para aquisição de conhecimento, entretanto, se a metodologia de
ensino adotada não for boa pode ocorrer uma dificuldade de aprendizagem. Ao
implantar um projeto educacional a instituição precisa ter cuidado em escolher a
metodologia, os recursos e promover a interação aluno e professor, e estimular a
troca de culturas entre os alunos, é nessa troca de conhecimentos que a criança se
socializa e aprende a lidar com as diferenças e a respeitá-las.
A instituição precisa inserir no contrato de ensino sua metodologia, seus
valores culturais e suas crenças, para que os pais conheçam o que será trabalhado na
educação dos alunos. O psicopedagogo pode atuar em qualquer área institucional, não
só em escolas, como consultor científico em todos os lugares onde haja um aprendiz.
O psicopedagogo atuará organizando projetos na área de saúde e educação de forma
preventiva e interventiva de dificuldade da aprendizagem e seus processos
impeditivos e promovendo o bem-estar das pessoas relacionadas à aprendizagem.

134
MODELO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR

DADOS ESCOLARES
Nome:
Endereço:
Data em que foi fundada:
Modalidade de ensino:
Número de funcionários especializados e atribuição:
Número de funcionários técnicos e atribuição:
Número de alunos:
Número de alunos por turma:
Proposta pedagógica: objetivos de ensino
Orientação Educacional: modelo teórico e prática

Orientação Religiosa:

DIVISÃO POR TURMAS


Procedimentos
Número Número de Número de Sistema de
Nível de ensino para lidar com
de alunos professores turmas avaliação
DA’s
Ensino
Infantil
Ensino
fundamental

RELATÓRIO
Descrever tudo que observou, todos os dados levantados, as hipóteses, enfim,
relatar tudo que foi feito e fechar com uma conclusão.

135
Nome
Psicopedagoga
CBO: 239425

ATESTADO

Atesto, para os devidos fins, que ___________________________________________________________,


R.G. ______________________________, estará sob acompanhamento psicopedagógico neste
consultório, no período das ________________ às _______________ horas todas às
_______________________________________________________, necessitando que o/a mesmo/a
fique ausente por um período pré determinado pelos pais e escola das atividades
educacionais na data referida.

.........................................................., ........... de ............................ de ............

Assinatura do Responsável Psicopedagoga


Assinatura do Responsável Psicopedagoga

136
FICHA DE FREQUÊNCIA

Nome: ______________________________________________________________________________________
Data de nascimento: _______________________________ Idade: _____________________________

Data Número da Sessão Observações











10ª

137
FICHA CONTROLE PAGAMENTO MENSAL
Nome: ______________________________________________________________________________________
Responsável: ________________________________________________________________________________

Presença Assinatura Assinatura


Data Procedimento Pagamento
Ausência (Psicopedagoga) (Responsável)

Presença Assinatura Assinatura


Data Procedimento Pagamento
Ausência (Psicopedagoga) (Responsável)

_______________________________________
ASSINATURA DO CLIENTE OU RESPONSÁVEL

138
NOSSAS REDES SOCIAIS

DANIELA JANSSEN
www.danielajanssen.com.br

Daniela Janssen

psicopedagoga_campinas

www.facebook.com/PedagogiaePsicopedagogia

JULIANA ARANHA
www.julianaaranha.com

ju_psicopedagoga_campinas

www.facebook.com/jupsicopedagogacampinas

139
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anderle, Salete Santos, Psicopedagoga- Clínica, Institucional Pedagoga (UCS/RS), Alfabetizadora
(UCS/RS) Mestrado em Psicopedagogia UNISUL/SC.
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP). Documentos e Referências. Disponível em:
<http://www.abpp.com.br/documentos_referencias.html.> Acesso: ago/2017.

AUSUBEL, David Paul. A Aprendizagem Significativa: A teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes,
1992.

BARBOSA, Laura Monte Serrat. A Psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba: Expoente,
2001.

BARBOSA, Priscila Maria Romero. Emilia Ferreiro, Ana Teberosky e a gênese da língua escrita.
Disponível em: < http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/emilia-ferreiro-ana-
teberosky-e-a-genese-da-lingua-escrita>. Acesso em ago/2017.

BARBOSA, L. M. S. A Psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba: Expoente, 2001.


BRUNER, Jerome. Uma nova teoria da aprendizagem. 2º edição. Rio de Janeiro: Bloch, 1973.

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Glossário Ceale de


termos de Alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte, CEALE/Faculdade de
Educação da UFMG. Disponível em: <http://www.ceale.fae.
ufmg.br/app/webroot/glossárioceale/verbetes/multimodalidade>. Acesso em: jun/2018.

FIORI, Nicole. Neurociências Cognitivas. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2008. Disponível em:
www.revistaneurociencias.com.br/edições/2009/RN%20/17%2002/14pdf. Acesso em: fev/2016.

GLOZMAN, Janna. A Prática Neuropsicopedagógica Fundamentada em Luria e Vygotsky. São Paulo:


Memnon, 2014.

LURIA, Alexander Romanovich. Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: Editora da Universidade


de São Paulo:1981.

PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas,
1985.

PIAGET, Jean. O Diálogo com a criança e o desenvolvimento do raciocínio. São Paulo: Scipione, 1997.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.

PICOLLI, Luciana; CAMINI, Patrícia. Práticas pedagógicas em alfabetização: Espaço, tempo e


corporeidade. Porto Alegre: Edelbra, 2013.

ROYO, Maria Angeles Lou. Bases Psicopedagógicas da educação especial. Petrópolis: Editora Vozes,
2012.

SOLÉ, Isabel. Orientação Educacional e Intervenção Psicopedagógica. Porto Alegre: ARTMED, 2001.
TREVIÑO, Carlos Manuel Jiménez. Neurofacilitação: Técnicas de Reabilitação Neurológica Aplicadas
a Crianças com Paralisia Cerebral e Síndrome de Down e a Adultos com Hemiplegia ou Danos
Neurológicos. México: Editora Trillas, 2007.

TROMBLY, Catarine Anne. Técnica ocupacional para enfermos incapacitados fisicamente. México:
Prensa Médica, 2008.

VISCA, Jorge. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
140

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