Apostila Quimica Segunda Parte

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QUIMICA

 - LEIS DAS REAÇÕES QUÍMICAS

Em química, uma lei expressa uma regularidade de comportamento observada


experimentalmente (uma lei relata um fato ). Não devem ser vistas como uma condição para
que tal fato ocorra.
As leis das reações químicas foram estabelecidas em fins do século XV e começo do
século XX. Foi a partir dessas leis que a Química realmente adquiriu o caráter de Ciência.
Das leis surgiram os símbolos, fórmulas e equações químicas, como escrevemos
atualmente. As reações puderam ser interpretadas, entendidas e até mesmo previstas.
As leis das reações químicas são classificadas em: Leis Ponderais (referem-se às massas
das substâncias participantes da reação) e Leis Volumétricas (referem-se aos volumes
gasosos das substâncias participantes da reação).
 – Leis Ponderais

1 - LEI DE LAVOISIER
(ou lei da conservação da massa ou lei da conservação da matéria)

Lavoisier realizou inúmeras experiências, nas quais pesava as substâncias participantes,


antes e depois da reação, e constatou que a massa total do sistema permanecia inalterada
quando a reação ocorria num sistema fechado. Com base nessas experiências, enunciou a
seguinte lei (1774):

Numa reação química, a soma das massas dos reagentes


é igual à soma das massas dos produtos.
ou

Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

Esquematicamente:

A + B  C + D (Sistema fechado)
mA mB mC mD

mA + mB = mC + mD

1
Quando uma reação se processa em sistema aberto, pode haver aumento de massa ou
perda de massa no produto formado, mas isto não significa que a lei de Lavoisier está sendo
contrariada, pois pode ocorrer absorção ou liberação de gases durante a reação. E a lei de
Lavoisier vale para reações em sistema fechado.
Assim, quando um objeto de ferro enferruja ao ar, sua massa aumenta. Pois há consumo de
oxigênio e vapor de água ( do ar ) para formar a ferrugem.
Quando se queima enxofre, sua massa diminui. Neste caso também há consumo de
oxigênio (do ar), porém o produto formado é um gás (SO 2) e se desprende para a atmosfera.

2 – LEI DE PROUST
(ou lei das proporções constantes ou lei das proporções definidas)

Em 1799, Proust, através de análises quantitativas de inúmeras substâncias, obtidas por


diferentes processos e provenientes de diferentes fontes naturais, verificou que uma mesma
substância tinha sempre a mesma composição qualitativa e quantitativa. E enunciou a
seguinte lei:

Uma mesma substância, qualquer que seja sua origem, é


sempre formada pelos mesmos elementos combinados na
mesma proporção em massa.

eletrólise
––––––––––––––––
água hidrogênio + oxigênio

amostra m de água ( g ) m de hidrogênio ( g ) m de oxigênio ( g )


 90 10 80
 36 4 32
 450 50 400
proporção
entre as 9 1 8
massas

matematicamente: m hidrogênio = 10 = 4 = 50 = 1 = constante


m oxigênio 80 32 400 8

Conclusão: A água, qualquer que seja sua origem, é sempre formada por hidrogênio e
oxigênio combinados na proporção 1:8, em massa.

Posteriormente a lei de Proust foi estendida a qualquer reação química:

Numa mesma reação química, há uma relação constante


entre as massas das substâncias participantes.

Esquematicamente:

2
A + B  C + D
1ª experiência mA mB mC mD

2ª experiência m’A m’B m’C m’D

mA mB mC mD
––––– = ––––– = ––––– = –––––= constante
m’A m’B m’C m’D

hidrogênio + oxigênio  água


1ª experiência 2g 16g 18g
2ª experiência 10g 80g 90g

mA mB mC 2 16 18 1
–––– = –––– = –––– = ––– = –––– = –––– = –––– = constante
m’A m’B m’C 10 80 90 5
Conseqüências da Lei de Proust

a) Composição centesimal ou fórmula porcentual  indica a porcentagem, em massa,


dos elementos na substância.

água  hidrogênio + oxigênio


9g 1g 8g x = 11,1g
100g x y y = 88,9g

Em cada 100g da substância (água) temos 11,1g de hidrogênio e 88,9g de oxigênio, logo,
podemos dizer que a fórmula porcentual da água é 11,1% de hidrogênio e 88,9% de
oxigênio.

b) Cálculo estequiométrico cálculo que nos permite prever as quantidades das


substâncias (reagentes e produtos) que participarão de uma reação química.

Regras Fundamentais
1 Escrever a equação química mencionada no problema.
2 Acertar os coeficientes dessa equação (os coeficientes indicam a proporção em mol
existente entre os participantes da reação).
3 Estabelecer uma regra de três entre o dado e a pergunta do problema, obedecendo aos
coeficientes da equação.

A quantidade de matéria, em mol, pode ser expressa em outras grandezas: massa em


gramas, volume de gases e número de moléculas.

em massa  massa molar (g/mol)

3
1 mol  equivale  em volume  22,4 L CNTP gás
em número  6,02 x 1023 moléculas
de moléculas

Exemplos.
1 Calcular o número de mol de moléculas de amônia produzido na reação de 5 mol de gás
nitrogênio com quantidade suficiente de gás hidrogênio.

N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)


1 mol 3 mol 2 mol (proporção estequiométrica)

5 mol  x (dado e pergunta em mol)

x = 5 x 2 = 10 mol de NH3
1

2 Determine a massa de amônia produzida na reação de 5 mol de gás nitrogênio com


quantidade suficiente de gás hidrogênio. (Dado: M NH3 = 17 g/mol)

N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)


1 mol 3 mol  2 mol (proporção estequiométrica)

1mol  (2 x 17)g (conversão de mol para massa)

5mol  x (dado (mol) e pergunta (massa)

x = 5 x (2x17) = 170g de NH3


1

3 Calcular a massa de amônia produzida na reação de 140g de gás nitrogênio com


quantidade suficiente de gás hidrogênio. (Dado: M N2 = 28 g/mol).

N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)


1 mol 3 mol 2 mol (proporção estequiométrica)

(1x28)g (2x17)g (conversão de mol para massa)

140g  x (dado e pergunta em massa)

x = 140 x (2x17) = 170g NH3

4
(1x28)

4 Determine o volume de amônia, nas CNTP, produzido na reação de 140g de gás


nitrogênio com quantidade suficiente de gás hidrogênio. (Dado: M = 28g/mol e VM NH 3 nas
CNTP = 22,4 L/mol)

N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)


1mol3 mol 2 mol (proporção estequiométrica)

(1x28)g  (2x22,4)L (conversão de mol para massa e volume)

140g  x (dado em massa e pergunta em volume)

x = 140 x (2x22,4) = 224L de NH3


(1x28)

Casos Particulares de Cálculo Estequiométrico

1. Reagente em Excesso e Reagente Limitante


O reagente que não estiver em excesso denomina-se fator limitante ou reagente limitante.
O reagente limitante é que determina a quantidade de produto a ser formada, pois a reação
termina quando esse reagente se esgota.
Exemplo
1 Considere o seguinte processo:
4NH3 + 5O2  4NO + 6H2O
Misturando 14 mol de NH3 e 15 mol de O2, qual será a quantidade de mols do reagente em
excesso após o término da reação?
 Sempre que o enunciado do problema fornecer quantidades de dois reagentes, devemos
pesquisar qual reagente está em excesso.

4NH3 + 5O2  4NO + 6H2O


4 mol  5 mol (proporção estequiométrica)

14 mol 15 mol (dados do problema em mol)


Para verificarmos qual reagente está em excesso e qual é o limitante multiplicamos em cruz,
o maior produto indica o reagente em excesso e o menor produto o reagente limitante.

5 x 14 > 4 x 15 portanto o NH3 está em excesso e o O2 é o reagente limitante.

Para determinar o excesso de reagente colocamos a incógnita na posição da quantidade


que contém excesso:

reagem
4 mol  5 mol
reagem
x 15 mol

5
x = 4 x 15 = 12 mol reagem
5
Assim, temos:

excesso de NH3 = 14 mol – 12 mol = 2 mol


total reagem sobram

A quantidade de mols do reagente em excesso será igual a 2.


Esse método pode ser aplicado a partir de qualquer grandeza: mol, massa, volume ou
número de moléculas.

2 Foram misturados 40g de hidrogênio com 40g de oxigênio, com a finalidade de produzir
água, segundo a equação:
2H2(g) + 1 O2(g)  2H2O(v)
Determine:
a) o reagente limitante;
b) a massa do produto formado;
c) a massa do reagente em excesso.
(Dados: massas molares (g/mol): H2 = 2, O2 = 32, H2O = 18)

Solução

Inicialmente determinamos o reagente limitante


2H2(g) + 1O2(g)  2H2O(v)
2mol  1mol

(2x2)g  (1x32)g

40g  40g

32 x 40 > 4 x 40 portanto o H2 está em excesso e o O2 é o reagente limitante .


Em seguida calculamos a massa de água produzida, a partir do reagente limitante.

2H2(g) + 1O2  2H2O


1mol 2mol

(1x32)g  (2x18)g


x = 40 x (2x18) = 45g de H2O
40g  x 32

Agora calculamos a massa de H2(g) que reagem e a massa do excesso de H2(g)


reagem
4g  32g
reagem x = 40 x 4 = 5g de H2 reagem
x  40g 32

6
excesso de H2(g) = 40 – 5 = 35g de H2(g) em excesso

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. O éter etílico é o éter comumente vendido em farmácia, cuja principal aplicação está
relacionada à sua ação anestésica. A combustão completa de 14,8g de éter etílico (C 4H10O)
irá produzir gás carbônico e água, de acordo com a equação:

1 C4H10O + 6 O2  4CO2 + 5H2O


Determine:
a) a massa em g de oxigênio consumido;
b) o volume em L de CO2 produzido;
c) o número de moléculas de água produzido.
(Dados: massas molares (g/mol): C 4H10O = 74, O2 = 32, Volume molar do CO 2 nas
condições dadas = 25 L/mol, N = 6,0 x 1023 moléculas)
solução

a) 1 C4H10O + 6 O2  4CO2 + 5H2O


1mol  6 mol

74g  (6x32)g


x = 14,8x(6x32) = 38,4g de O2
14,8g  x 74

b) 1 C4H10O + 6 O2  4CO2 + 5H2O


1mol  4 mol

74g  (4x25)L


x = 14,8x(4x25) = 20L de CO2
14,8g  x 74

c) 1 C4H10O + 6 O2  4CO2 + 5H2O


1mol  5 mol

74g  (5x6,0x1023) moléculas

14,8g  x

x = 14,8x(5x6,0x1023) = 6,0 x 1012 moléculas de H2O


74

7
02. Para a obtenção da amônia (NH 3) foram usados 100 mL de gás nitrogênio (N 2) e 240 mL
de gás hidrogênio (H2), nas mesmas condições de pressão e temperatura.
Determine:
a) o reagente limitante;
b) o volume final do reagente em excesso;
c) o volume de amônia produzido.
N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)
Solução
[A relação entre os volumes dos gases participantes de uma reação, à mesma pressão e
temperatura, é igual à relação entre os respectivos coeficientes estequiométricos.]

N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)


a) 1 mol  3 mol

1V  3V

100mL  240 mL

3 x 100 > 1 x 240 , portanto o reagente em excesso é o N2 e o reagente limitante é o H2.

b) N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)


1 mol  3 mol

1V  3V

x  240 mL x = 240 x 1 = 80 mL de reagem


3

Vfinal N2 = Vinicial - Vreagiu  Vfinal N2 = 100 = 80 = 20 mL de N2 em excesso

c) N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)


1 mol  3 mol  2 mol

3V  2V
x = 240x2 = 160 mL de NH3(g)
240 mL  x 3

2 Reagentes com impurezas

8
Neste caso, devemos inicialmente calcular a parte pura, da amostra considerada, e efetuar
os cálculos com o valor obtido.
A parte pura da amostra é a parte útil que participa da reação química.
A impureza é a parte inútil na reação química.
Exemplos
1 Uma amostra de 120g de magnésio com 80% de pureza reage com oxigênio, produzindo
óxido de magnésio. Determine a massa de óxido de magnésio produzida.
(Massas molares (g/mol); Mg = 24, MgO = 40)
2 Mg(s) + O2(g)  2MgO
Inicialmente, calculamos a massa pura de magnésio (Mg) que reage.

m amostra = 120g (100%)


m pura = 120 x 0,80 = 96g (massa que reage)

2 Mg(s) + O2(g)  2MgO


2 mol  2mol

(2x24)g  (2x40)g

96g  x

x = 96 x (2x40) = 160g de MgO


(2x24)

2 Determine a massa de uma amostra de CaCO 3 com 80% de pureza que na


decomposição térmica produziu 84g de CaO, segundo a equação:
(Massas molares (g/mol): CaCO3 = 100, CaO = 56)

CaCO3(s)  CaO(s) + CO2(g)

Inicialmente, calculamos a massa real de CaCO 3 que reagiu.



CaCO3(s)  CaO(s) + CO2(g)
1mol  1mol

100g  56g

x  84g x = 84x100 = 150g de CaCO3 (parte pura)


56
Assim, temos: 150g de CaCO3  80% da amostra

massa total (m)  100%

m = 150x100 = 187,5g (m da amostra)

9
80

3 No processo de obtenção da amônia representado pela equação:


N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)
uma amostra de 200g de gás nitrogênio produziu, 170g de gás amônia. Determine a
porcentagem de pureza da amostra de gás nitrogênio. (massas molares (g/mol): N 2 = 28,
H2 = 2, NH3 = 17)
Inicialmente determinaremos a massa de N 2(g) puro, necessária para produzir 170g de NH 3(g).
N2(g) + 3H2(g)  2NH3(g)
1mol 2mol

28g  (2x17)g

x  170g x = 170x28 = 140g de N2 puro


(2x17)
Na amostra impura, de 200g, temos 140g de N 2(g) puro. Como a amostra total corresponde a
100%, podemos determinar sua porcentagem em pureza de N 2(g):

200g  100%

140g  x

x = 140 x 100 = 70% de pureza em N2(g)


200

3 Rendimento da reação

A maioria dos processos químicos apresenta rendimento inferior a 100% ou seja, é obtida
uma quantidade menor de produto do que a que seria esperada pelos cálculos
estequiométricos.
Isso ocorre devido a vários fatores, como:
 reagentes impuros;
aparelhagens deficientes;
controle deficiente de pressão e temperatura;
 a técnica das pessoas que realizam o processo.

Exemplos
1 Sabendo que a formação da água ocorre segundo a equação:

2H2(g) + O2(g)  2H2O(v)


Determine o rendimento de um experimento onde 2g de hidrogênio reagiram completamente
com oxigênio, produzindo 14,4g de água. (Massas molares (g/mol): H 2 = 2, H2O = 18)

2H2(g) + O2(g)  2H2O(v)


2 mol  2 mol r = 100% = 1

10
2 mol  r(2mol) r=?

(2x2)g  r(2x18)g

2g  14,4g 4 = r(2x18)  r = 0,8 ou 80%


2 14,4
O rendimento do processo é de 80%.
2- Considere o seguinte processo:
CaCO3  CaO + CO2
Qual massa de CaO será produzida a partir de 500g de CaCO 3, com rendimento de 80%?
(Massas molares (g/mol): CaCO3 = 100, CaO = 56)

CaCO3  CaO + CO2


1 mol  1mol r = 100%

1mol 0,8(1mol) r = 80% = 0,8

100g 0,8(56)g

500g  m

m = 500x0,8(56) = 224g
100
A massa de CaO a ser produzida é de 224g.

ELETROQUÍMICA

11
Eletroquímica estuda a relação entre as reações químicas e a corrente elétrica.
Vamos estudar as reações químicas que produzem corrente elétrica, um processo
espontâneo denominado pilha ou célula galvânica. E as reações químicas provocadas pela
corrente elétrica, um processo não-espontâneo, denominado eletrólise.
PILHA
Reações Corrente
químicas ELETRÓLISE elétrica

Como este capítulo é inteiramente fundamentado em reações de óxido-redução, vamos


recordar os conceitos aprendidos no ensino médio.
Reações de óxido-redução são as reações que envolvem transferência de elétrons e,
portanto, variação no Nox (número de oxidação).
Oxidação  é a perda de elétrons e, portanto aumento do Nox.
Redução  é o ganho de elétrons e, portanto diminuição do Nox.

Cu(s) + AgNO3(aq)  Ag(s) + Cu(NO3)2(aq)


0 +1 +5 -2 0 +2 +5 -2

oxidação

redução
agente redutor: Cu(s) elemento redutor: Cu
agente oxidante: AgNO3 elemento oxidante: Ag

Oxidante Redutor
É o elemento que provoca a oxidação do É o elemento que provoca a redução do
outro elemento. outro elemento.
Sofre redução Sofre oxidação
Nox diminui Nox aumenta
Recebe elétrons Cede elétrons

Regras práticas para determinação do Nox

1- O Hidrogênio tem Nox = +1 em seus compostos, exceto nos hidretos metálicos, quando
seu Nox = 1.
Exemplos: HCl NH3 H2SO4
+1 +1 +1

NaH CaH2 (hidretos metálicos)


1 -1

2 O Oxigênio tem Nox = 2 em seus compostos, exceto os casos a seguir.


Exemplos:
H2SO4 CaCO3 CO2
2 2 2

Em peróxidos o Nox = 1 Exemplo: H2O2


1

Em superóxidos o Nox = 1/2 Exemplos: K2O4 BaO4


1/2 -1/2

Em fluoretos o Nox = +2 ( OF2 ) ou Nox = +1 ( O2F2 )

12
+2 +2

3 Os elementos das famílias VIA ( O, S, Se, Te) e VIIA (F, Cl, Br, I) quando formam
compostos binários têm respectivamente Nox = 2 e Nox = 1.
Exemplos: H2S HCl NaF K2O
2 1 1 2

4- Os metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs) e a prata (Ag) em todas as substâncias compostas
tem Nox = +1.
Exemplos: Na2SO4 KNO3 AgBr
+1 +1 +1

5 Os metais alcalino-terrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba) e o zinco (Zn) em todas as substâncias
compostas tem Nox = +2.
Exemplos: CaCl2 Mg(OH)2 ZnS
+2 +2 +2

6 O alumínio em todas as substâncias compostas tem Nox = +3


Exemplos: Al PO4 Al2O3
+3 +3

7 Nas substâncias simples, o Nox do elemento é igual à zero (Nox = 0).


Exemplos: Cgrafite  Nox = 0 N2  Nox = 0
O2  Nox = 0 H2  Nox = 0

8 Nos íons simples, o Nox do elemento é a própria carga do íon.


Exemplos: Na+ O2 Fe3+ N3 Pb4+
+1 2 +3 3 +4

9 Nas substâncias compostas, a soma dos Nox de todos os elementos é zero.


∑ Nox = 0
Exemplos: Determinar o Nox dos elementos destacados em vermelho.

H2SO4 (2 . +1) + (1 . x ) + (4 . 2) = 0 +2 + x  8 = 0 x = +6


+1 x 2

K2Cr2O7 (2 . +1) + ( 2 . x) + (7 . -2) = 0 +2 + 2x 14 = 0 x = +6


+1 x 2

Ca3(PO4)2 (3 . +2) + (2 . x) + (8 . 2) = 0 +6 + 2x 16 = 0 x = +5


+2 x 2

10. Nos íons compostos, a soma dos Nox de todos os elementos é igual à carga do íon.
Exemplos: Determinar o Nox dos elementos destacados em vermelho.

NH4+ (1 . x) + (4 . +1) = +1 x + 4 = +1 x = 3
x +1

13
P2O74 (2 . x) + (7 . 2) = 4 2x  14 = 4 x = +5
x 2

SO42 (1 . x) + (4 . 2) = 2 x 8 = 2 x = +6
x 2

Balanceamento por óxido-redução:

Baseia–se no seguinte princípio: “o número de elétrons cedidos pelo redutor é igual ao


número de elétrons recebido pelo oxidante”
Procedimento:
1 Colocar o Nox de cada elemento.
2 Identificar os agentes oxidante e redutor.
3 Determinar a variação de elétrons (e) dos elementos oxidante e redutor, sempre
escolhendo o lado da equação que tiver mais átomos do elemento que está sofrendo
variação no Nox, quer estejam juntos ou espalhados.
4 Inverter os e no lado escolhido, isto é, o e do oxidante será coeficiente do redutor e
vice-versa.
5 Acertar os demais coeficientes fazendo a contagem dos átomos lado a lado na equação.
Exemplos:

e do redutor = (2 – 0) x 1 = 2 e do oxidante = (1 – 0) x 2 = 2, simplificando


(dividindo ambos por 2), os e serão iguais a 1.
O e do redutor (1) será coeficiente do oxidante e o e do oxidante (1) será coeficiente
do redutor. Neste caso começamos o balanceamento pelo 2° membro da equação,
pois o H, um dos elementos que sofreu variação no Nox, aparece em maior quantidade
no 2° membro da equação.

14
e do redutor = [0 – (-1)] x 2 = 2 e do oxidante = (7 – 2) x 1= 5
O e do redutor (2) será coeficiente do oxidante e o e do oxidante (5) será coeficiente
do redutor. Neste
caso o balanceamento começou pelo 2° membro da equação, pois o Cl, um dos
elementos que sofreu
variação no Nox, aparece em maior quantidade no 2° membro da equação.

ELETROQUÍMICA  PILHAS

Pilha ou célula galvânica é um dispositivo capaz de produzir corrente elétrica a partir de


uma reação de oxirredução.
Pilha de Daniell O químico inglês John Frederick Daniell construiu, em 1836, um dos tipos
de pilha mais divulgado, devido ao interesse teórico. Ele criou um dispositivo onde os
elétrons são transferidos de forma indireta do redutor para o oxidante.
A pilha de Daniell é constituída por duas regiões denominadas semi-pilha, cada semi-pilha
constitui um eletrodo (nome dado ao metal mergulhado numa solução contendo seus

15
próprios íons). Ele utilizou um eletrodo de zinco e outro de cobre. Os metais foram
conectados por um fio condutor e as soluções por uma ponte salina.
Ponte salina tubo de vidro em forma de U invertido contendo solução de um eletrólito, com
as extremidades obstruídas com material poroso (algodão/ágar-ágar), para impedir
arrastamento mecânico. A solução eletrolítica é selecionada de modo a não reagir com
quaisquer das soluções a ela conectada.
Função da ponte salina: permitir o fluxo de íons de uma solução para outra, a fim de
manter a neutralidade das soluções.
Esquema da pilha de Daniell

SO42(aq) SO42(aq)

eletrodo de Zn eletrodo de Cu

Funcionamento da pilha de Daniell


O Zn apresenta maior tendência a oxidar-se que o Cu, ele passa para a solução na forma
de íons, Zn2+, deixando os elétrons na lâmina. Esses elétrons dirigem-se à lâmina de Cu
através do fio condutor (esse fluxo de elétrons constitui a corrente elétrica fora da pilha). Os
íons Cu2+ recebem esses elétrons e se reduz a cobre metálico depositando-se na lâmina de
Cu.
O eletrodo de onde saem os elétrons constitui o pólo negativo (ânodo) e o eletrodo onde
chegam os elétrons o pólo positivo (cátodo).
À medida que a pilha funciona, verifica-se que a lâmina de Zn vai sendo corroída tendo sua
massa diminuída e a lâmina de Cu vai tendo sua massa aumentada.
Na solução de ZnSO4 a concentração de íons Zn 2+ ([Zn2+]) aumenta e na solução de CuSO 4
a concentração de íons Cu2+ ([Cu2+]) diminui, havendo excesso de íons Zn 2+ no eletrodo de
Zn e íons SO42 no eletrodo de Cu. Começa então haver trânsito de íons Zn 2+ e SO42 através
da ponte salina. Os íons Zn 2+ migram para o eletrodo de Cu e os íons SO 42 migram para o
eletrodo de Zn. Essa migração de íons constitui a corrente elétrica dentro da pilha. Se não
houver esse fluxo de íons através da ponte salina, o processo de oxi-redução se interrompe,
pois o excesso de cargas acumuladas nos eletrodos bloqueia rapidamente o fluxo de
elétrons através do fio condutor.
O fluxo de elétrons do eletrodo de Zn para o eletrodo de Cu evidencia uma diferença de
potencial (ddp) entre eles. A ddp é a voltagem da pilha. Esse valor é a voltagem inicial da
pilha, pois à medida que a ilha vai funcionando (vai se descarregando), sua voltagem vai
diminuindo até tornar zero.
A ddp de uma pilha depende da natureza dos metais, das concentrações molares das
soluções e da temperatura da pilha.

16
Esquema da pilha de Daniell após certo tempo de funcionamento

pólo () pólo (+)


Ânodo cátodo

SO42 SO42

eletrodo de Zn eletrodo de Cu

RESUMO

Eletrodo de Zn Eletrodo de Cu
Saem os elétrons Chegam os elétrons
Pólo negativo Pólo positivo
ânodo cátodo
Ocorre oxidação Ocorre redução
Zn0  2e + Zn2+(aq) Cu2+(aq) + 2e  Cu0
[Zn2+(aq)] aumenta e massa Zn diminui [Cu2+(aq)] diminui e massa Cu aumenta
Os cátions Zn2+ migram para o eletrodo Os ânions SO42 migram para o
de Cu eletrodo de Zn

Reações: ânodo (oxidação): Zn0  2e + Zn2+(aq) (semi-reação anódica)


cátodo (redução): Cu2+(aq) + 2e  Cu0 (semi-reação catódica) +
Zn + Cu2+(aq)  Zn2+(aq) + Cu ( equação global)

Representação da pilha (convenção da IUPAC)

ânodo cátodo
(oxidação) (redução)

ponte salina
Zn0 zn2+(aq) Cu2+(aq) Cu0 (Representação da pilha de Daniell)
Medida de potenciais de eletrodo

Potencial de eletrodo (E) representa a capacidade de um eletrodo sofrer redução ou


oxidação. Logo, todo eletrodo possui um potencial de redução e um potencial de oxidação.
Entretanto, por recomendação da IUPAC, trabalharemos apenas com o potencial de
redução.
Para determinar os potenciais de eletrodo das diversas espécies químicas, foi escolhido
como padrão o eletrodo de hidrogênio (H 2).
Eletrodo padrão de hidrogênio: consiste numa placa de platina (Pt) no interior de um tubo
de vidro preenchido com gás H2 imerso em uma solução ácida.

17
T = 25°C
condições P = 1 atm
padrão [H+(aq) = 1 mol/L

2H+(aq) + 2e  H2(g)

E0 H2 = zero (por convenção) E0 = potencial padrão

Para medir o potencial de um determinado eletrodo, monta-se uma pilha com esse eletrodo
e o eletrodo padrão de hidrogênio e mede-se a ddp, utilizando um voltímetro.
Como o E0H2 = 0, a ddp medida será o E0 do respectivo eletrodo.

A medida do potencial padrão do eletrodo de Zn

A olho nu observa-seque a placa de Zn sofre corrosão (oxidação) e no eletrodo de


hidrogênio há liberação de gás H2, portanto, os íons H+ sofrem redução. Isso pode ser
constatado medindo o pH da solução. Após certo tempo de funcionamento da pilha verifica-
se que o pH aumentou e, portanto, a [H +] diminuiu indicando que os íons H+ estão sendo
consumidos.
ânodo (oxidação): Zn0  2e + Zn2+(aq) E0Zn = ?
cátodo (redução): 2H+(aq) + 2e  H20 E0H2 = 0 +
Zn(s) + 2H+(aq)  Zn2+(aq) + H2(g) E0 = 0,76V (ddp)

E0 = E0Zn + E0H2  E0Zn = E0  E0H2  E0Zn = 0,76  0

E0Zn = 0,76V, este valor corresponde ao potencial padrão de oxidação do zinco, uma vez
que ele está sofrendo oxidação. Portanto, E0redução Zn = 0,76V.
Zn2+ + 2e  Zn E0 = 0,76V

A tabela dos potenciais padrão


Através de processos semelhantes ao que acabamos de examinar, construíram uma tabela
com os valores dos potenciais padrão de eletrodos. Eles referem-se sempre a soluções 1

18
mol/L, a 25°C e 1 atm. Esses potenciais são relacionados em uma tabela, juntamente com
as semi-reações de redução correspondentes.

(volts)

O F2 é a espécie (entre as indicadas na coluna da esquerda) O F é a espécie (entre as indicadas na coluna da direita)
com maior tendência de se reduzir (E0 redução = + 2,87 V) e, com menor tendência de se oxidar (E0oxidação = 2,87 V)
portanto, com maior caráter oxidante. e, portanto, com menor caráter redutor.

Relação entre o potencial de redução e o poder do oxidante e do redutor

Quanto maior o valor do E0 redução, mais fácil a redução e, portanto, mais forte o
oxidante.

19
Quanto menor o valor do E0 redução, mais fácil a oxidação e, portanto, mais forte o
redutor.

Exemplos: Li+ + e  Li 3,04V


Fe2+ + 2e  Fe 0,44V
Ag+ + e  Ag +0,80

oxidantes redutores
 
sofrem redução sofrem oxidação

Ordem decrescente de poder oxidante: Ag +  Fe2+  Li+


Ordem decrescente de poder redutor: Li  Fe  Ag

Cálculo da ddp (E0) de uma pilha

Pilhas  reações espontâneas (AE0  0)


O fluxo de elétrons é do menor potencial padrão de redução (ânodo) para o maior potencial
padrão de redução (cátodo).

E0 = E0 red  E0red


(maior) (menor)

Para a pilha de Daniell, temos:


Zn2+ + 2e  Zn 0,76V

Cu 2+
+ 2e  Cu +0,34V

E0 = 0,34  (0,76) = 1,10V

Previsão da espontaneidade das reações de óxido-redução

Exemplo: Verificar se a reação química equacionada abaixo é espontânea (E0  0)

Ni2+ + Mg  Mg2+ + Ni
oxidante redutor

Dado: Mg2+ + 2e  Mg 2,37V


Ni2+ + 2e  Ni 0,26V

1º método: E0 = E0 oxidante  E0redutor


Para utilizar este método, você deve verificar na equação dada quem é o oxidante e o
redutor, e substituir na expressão acima os valores dos potenciais padrão de redução do
oxidante e do redutor.

E0 = 0,26  (2,37) = 2,11V  0, portanto, a reação é espontânea.

20
2º método escrever as equações das semi-reações com os respectivos E 0 de eletrodo e
soma-las.

oxidação Mg  2e + Mg2+ +2,37V (sinal invertido)

redução Ni2+ + 2e  Ni 0,26V +


Mg + Ni  Mg + Ni E0 = 2,37 + (0,26) = 2,11V  0, portanto, a
2+ 2+

reação é espontânea.

Observação: Ao multiplicar uma equação química por um determinado número nunca


multiplique o valor do E0, pois ele representa uma voltagem, que depende das
concentrações das soluções, mas não das quantidades dessas soluções.

3º método: Colocar o E0red de cada entidade passível de redução em ambos os lados da


equação. Se o E0red do reagente for maior que o E 0red do produto, então, E0  0 e a reação é
espontânea.
Ni2+ + Mg  Ni + Mg2+
0,26V 2,37V
Como: E0red Ni2+  E0red Mg2+, então E0  0 e, portanto a reação é espontânea.

Corrosão e proteção de metais


Corrosão é a deterioração de metais através do processo eletroquímico que ocorre nas
reações de óxido-redução.
As corrosões modificam radicalmente a estrutura dos metais e causam um considerável
impacto econômico e social.
Estima-se que aproximadamente 20% de todo ferro produzido anualmente é utilizado
apenas para reconstruir estruturas enferrujadas.
A grande maioria dos metais se oxida na presença do ar, e tal fenômeno pode ser explicado
pelo fato de esses metais possuírem menor potencial de redução que o oxigênio.
As reações envolvidas na formação da ferrugem são:

Com exceção do ouro e da platina, todos os metais que encontramos em nosso cotidiano
sofrem corrosão com maior ou menor intensidade.
Em vários metais, a corrosão não é muito intensa devido à formação de uma película
protetora. É o caso, por exemplo, do alumínio, do zinco, do chumbo e do cobre.
Proteção contra a corrosão
Anualmente, a ferrugem provoca perda de bilhões de dólares no mundo inteiro. Isso faz com
que os cientistas pesquisem constantemente novas técnicas para evitar a corrosão do ferro.
As principais são:

21
Pinturas protetoras
A função da pintura protetora é impedir o contato entre o ferro e o ar.
O zarcão (Pb3O4), por exemplo, é uma substância muito utilizada em tintas protetoras.
Tintas modernas à base de películas de polímeros,são mais eficientes que o zarcão.
Algumas dessas tintas chegam a proteger uma estrutura de ferro por vários anos, sem
necessidade de manutenção.
Revestimento de ferro com zinco
Aplica-se uma fina camada de zinco sobre o ferro, impedindo assim o contato direto do ferro
com o ar. Esse processo é conhecido como galvanização.
Se o objeto galvanizado sofrer algum “risco”, o ferro fica exposto ao ar e se oxida:
Fe  Fe2+ + 2e
No entanto, imediatamente, o Zn do revestimento também se oxida, fazendo com que o íon
Fe2+ se reduza a Fe.
Zn  Zn2+ + 2e
Fe2+ + 2e  Fe +
Zn + Fe  Zn + Fe
2+ 2+

Em contato com o ar e a água, o Zn 2+ origina o Zn(OH)2, o qual se deposita sobre o ferro


anteriormente exposto, impedindo, assim, que a corrosão do ferro prossiga.
 Revestimento de ferro com estanho
Esse tipo de revestimento é usado na fabricação da folha de flandres ou lata (placa de aço
recoberta com estanho).
Se a lata for riscada ou amassada rompe-se o revestimento de estanho, e o ferro exposto ao
ar se oxida, sofrendo corrosão rapidamente. Por isso, nunca compre alimentos em latas
amassadas.
Latas usadas para guardar alimentos costumam apresentar uma camada protetora de
polímeros especiais, para evitar que o ácido cítrico dos alimentos ataque o estanho.
Proteção catódica
Neste caso, utiliza-se outro metal que apresenta uma tendência maior de perder elétrons
(menor potencial de redução) do que o ferro. Esse metal se oxida e evita a corrosão do
ferro, sendo, por isso, chamado metal de sacrifício.
Um metal normalmente utilizado com essa finalidade é o magnésio que possui E 0red =
2,36V, enquanto o E0 red do Fe é igual a 0,44V.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 As manchas escuras que se formam sobre objetos de prata são, geralmente, películas de
sulfeto de prata (Ag2S) formadas na reação da prata com compostos que contêm enxofre e
que são encontrados em certos alimentos e no ar. Para limpar a prata, coloca-se o objeto
escurecido para ferver em uma panela de alumínio com água e detergente. O detergente
retira a gordura da mancha e do alumínio, facilitando a reação do alumínio da panela com o
sulfeto de prata, regenerando a prata, com o seu brilho característico.
a) Escreva a equação da reação de “limpeza da prata” referida no texto.

22
b) Com base no processo de “limpeza da prata” descrito, podemos construir uma pilha de
alumínio e prata, de acordo com o esquema a seguir:

Escreva a semi-reação que ocorre no cátodo.

Solução

a) A reação entre o alumínio da panela e o sulfeto de prata, que regenera a prata, é uma
reação de óxido-redução. Os íons Ag + se transformam em prata metálica (Ag), enquanto o
alumínio metálico (Al) se transforma em íons Al 3+.
Os íons sulfetos S2 não se alteram:

b) Como já vimos o alumínio sofre oxidação, e a prata, redução. Assim, temos:


eletrodo de alumínio eletrodo de prata
oxidação redução
ânodo cátodo
pólo negativo pólo positivo
Al0  Al3+ + 3e Ag+ + e  Ag0
Nessa pilha, o fluxo de elétrons ocorre do eletrodo de alumínio para o de prata.

2 É possível armazenar uma solução de ácido clorídrico (HCl) em recipientes de níquel


(Ni)?

O armazenamento de um líquido em um recipiente só pode ser feito se o líquido não reagir com o
recipiente.

Solução
Consultar a lista de potenciais, que nos fornece:

23
Ni2+ + 2e  Ni 0,27V
H+ + 2e  H2 0,00V

A semi-reação do níquel apresenta menor potencial de redução e ocorrerá para esquerda,


pois o Ni apresenta maior tendência a oxidar-se. Logo, o metal níquel (Ni) reagirá com
ácidos, sofrendo oxidação.

Resposta: O metal níquel reage espontaneamente com soluções ácidas. Portanto, não
podemos armazenar ácidos em recipientes de níquel.

ELETRÓLISE

Eletrólise são as reações de óxido-redução provocadas pela corrente elétrica.


A eletrólise só ocorre com substâncias que liberam íons como:
a) óxidos de metais ou sais após sofrerem fusão. Neste caso, a eletrólise é denominada
Eletrólise Ígnea (do latim igneus, ardente, inflamado).
b) Sais, ácidos ou bases dissolvidos em água. Neste caso, a eletrólise é denominada
Eletrólise em solução aquosa.

Mecanismo da Eletrólise
Para realizar a eletrólise utiliza-se um circuito elétrico composto de um Gerador (fornece
corrente elétrica contínua) e um recipiente denominado célula ou cuba eletrolítica.

Representação de um gerador
elétrico

C+ A
eletrólito CA(aq) C +
A 

O gerador “injeta” elétrons no circuito por seu pólo negativo e “aspira” igual número de
elétrons por seu pólo positivo.

cátions (C+) migram para o cátodo ânions ( A ) migram para o ânodo


(pólo negativo) e sofrem redução. (pólo positivo) e sofrem oxidação.

C+ + e   C A  e + A
cátodo atrai cátion ânodo atrai ânion

24
ATENÇÃO COM OS SINAIS DOS ELETRODOS

ânodo cátodo

Pólo negativo Pólo positivo


Pilha oxidação redução

Pólo positivo Pólo negativo


Eletrólise oxidação redução

Como a eletrólise é o processo inverso ao da pilha os sinais dos pólos mudam.

ELETRÓLISE ÍGNEA

A eletrólise ígnea é feita com a substância iônica fundida (liquefeita), portanto não existe
água no sistema.
A eletrólise ígnea é o método utilizado na indústria para a obtenção de metais alcalinos
(família IA), de metais alcalino-terrosos (família IIA), de alumínio (família IIIA) e de
halogênios (família VIIA) na forma de substâncias simples.

Exemplo: Eletrólise ígnea do cloreto de sódio, NaCl (s)


800,4°C
2NaCl(s)  2Na(s) + Cl2(g)

(gás amarelo-esverdeado)

Na+ Cl

Equações das etapas envolvidas na eletrólise ígnea do NaCl (s).

800,4°C
Fusão: 2NaCl(s)  2NaCl(l) (x2)

Dissociação iônica: 2NaCl(l)  2Na+(l) + 2Cl(l) (x2)

cátodo (redução): 2Na+(l) + 2e  2Na(s) (x2)

ânodo (oxidação): 2Cl(l)  2e + Cl2(g) +

25

800,4°C
Equação Global: 2NaCl(s)  2Na(s) + Cl2(g)

Observações:
a)As equações foram multiplicadas por 2 para estabelecer a igualdade entre o número de
elétrons perdidos e recebidos.
b) os eletrodos utilizados devem ser inertes, isto é, não devem tomar parte na reação que
ocorre ; os eletrodos inertes mais comuns são a grafite e a platina.

ELETRÓLISE ÍGNEA DA ALUMINA, Al2O3(s)

O alumínio é obtido industrialmente por eletrólise ígnea da alumina (Al 2O3), que, por sua vez,
é obtida a partir do minério bauxita (Al 2O3. nH2O + impurezas).
A alumina funde a uma temperatura muito alta,  2060°C, temperatura difícil de obter e
manter numa indústria. Por isso, é utilizado um fundente, substância que tem a propriedade
de baixar o ponto de fusão de uma outra substância. O fundente utilizado é a criolita ou
fluoreto duplo de sódio e alumínio, de fórmula 3NaF. AlF3(s).
O nome criolita vem do grego krios, gelo, e lithos, pedra, por sua semelhança com o gelo.
A mistura de alumina e criolita funde a uma temperatura de 1000°C e os íons Al 3+(l) e O2-(l)
ficam livres da organização mantida no cristal.
Esse processo foi desenvolvido por um jovem de 22 anos, Charles Martin Hall (1863-1914)
em 1886.
A Companhia Americana de Alumínio (Alcoa) nasceu e desenvolveu-se a partir do
experimento de Hall, usando essencialmente o mesmo processo eletrolítico.
Em 1889, o químico alemão Johann Friedrich Wilhelm Adolf von Bayer (1835-1917)
aperfeiçoou o processo desenvolvido por Hall. É o processo de Bayer que as indústrias
utilizam hoje.
Esquema do processo de Bayer para obtenção de alumínio metálico.

26
A mistura de alumina e criolita fundida fica contida em recipientes de aço, cujas paredes
atuam como pólo negativo da eletrólise  cátodo , onde ocorre a redução dos cátions
alumínio: 4Al3+(l) + 12e  4 Al(l)
Como o alumínio funde a 660,37°C e é mais denso que a mistura alumina e criolita, ele vai
se acumulando na forma líquida, no fundo do recipiente, de onde é vazado periodicamente.
O ânodo ou pólo positivo é uma série de cilindros de carvão fabricados com coque de
petróleo (resíduo da refinação do petróleo).
Nesses cilindros, ocorre a reação de oxidação: 6 O 2(l)  12e + 3 O2(g)
O oxigênio formado reage com o carbono do eletrodo, produzindo gás carbônico:
3 O2(g) + 3 C(s)  3 CO2(g)
A equação global desse processo é obtida somando as equações de todas as etapas
envolvidas:

Dissociação iônica: 2Al2O3(l)  4 Al3+(l) + 6 O2(l)


redução catódica: 4Al3+(l) + 12e  4 Al(l)
oxidação anódica: 6 O2(l)  12e + 3 O2(g)
combustão da grafite: 3 O2(g) + 3C(s)  3CO2(g) +
____________________________________________________
Equação global: 2 Al2O3(l) + 3C(s)  4 Al(l) + 3 CO2(g)

ELETRÓLISE EM SOLUÇÃO AQUOSA COM ELETRODOS INERTES

Nesse tipo de eletrólise devemos considerar não só os íons provenientes do eletrólito mas
também os da água. Ocorre uma competição entre os íons provenientes do eletrólito e da
água.
CA(aq) C+(aq) + A(aq)
eletrólito

H2O(l) H+(aq) + OH(aq)

27
Ocorrerá uma das reações equacionadas abaixo:

cátodo (pólo -): C+(aq) + e  C0


ou
2H2O(l) + 2e  2OH(aq) + H2(g)
+1 0

ânodo (pólo +): A(aq) e + A0


ou
H2O(l)  2e + 2H+(aq) + ½ O2(g)
-2 0

Experimentalmente verificou-se que somente um dos cátions e somente um dos ânions


sofrem descarga nos eletrodos e essa descarga segue uma ordem de prioridade elaborada
pelos químicos.

cátions

H2O
(H+)

FACILIDADE DE DESCARGA

H2O
(OH)

cátions e ânions que vem antes da H2O


nunca serão descarregados em solução
aquosa  somente em eletrólise ígnea.

28
Exemplo 1: Eletrólise do NaCl em solução aquosa

corrente elétrica
2 NaCl(aq) + 2H2O(l)  2NaOH(aq) + H2(g) + Cl2(g)
contínua
Produto Principal Subprodutos

H2O
dissociação iônica: NaCl(S)  Na+(aq) + Cl(aq)

auto-ionização H2O(l) H+(aq) + OH(aq)

H+  Na+
Prioridade de descarga:
Cl  OH

No cátodo haverá a descarga do H+ proveniente da água e no ânodo haverá a descarga do


Cl proveniente do eletrólito.

Equações das etapas envolvidas na eletrólise:

dissociação iônica: 2 NaCl(aq)  2 Na+(aq) + 2 Cl(aq) (x2)

ânodo (oxidação): 2 Cl(aq)  2e + Cl2(g)

cátodo (redução): 2 H2O(l) + 2e  2OH(aq) + H2(g) +


_____________________________________________________________
corrente elétrica
Equação global: 2NaCl(aq) + 2 H2O(l)  2NaOH(aq) + H2(g) + Cl2(g)
contínua

Essa eletrólise tem grande importância industrial, pois, a partir de uma substância abundante
e barata, NaCl extraído da água do mar, obtem-se três substâncias de grande valor
comercial: NaOH (soda cáustica), H2 e Cl2.

29
Exemplo 2: Eletrólise do H2SO4 em solução aquosa diluída (eletrólise da água)

ionização: H2SO4(aq)  2H+(aq) + SO42(aq)

auto-ionização: H2O(l) H+(aq) + OH(aq)

H+ é comum
Prioridade de descarga: haverá eletrólise da H2O

OH  SO4 2

Equações das etapas envolvidas na eletrólise:

cátodo (redução): 2H2O(l) + 2e  2OH(aq) + H2(g)

ânodo (oxidação): H2O(l)  2e + 2H+(aq) + ½ O2(g) +


__________________________________________________________
H2SO4
Equação global: H2O(l)  H2(g) + ½ O2(g)

cátodo ânodo
pólo  pólo +
(combustível) (comburente)
A H2O pura não pode ser eletrolisada, pois sua condutividade elétrica é muito baixa. O H 2SO4
é adicionado para torná-la suficientemente condutora.
A eletrólise da água produziu uma mistura de um combustível e um comburente; essa
mistura pode ser usada como mistura carburante de veículos ao invés de gasolina, álcool
ou gás natural.

ELETRÓLISE EM SOLUÇÃO AQUOSA COM ELETRODOS ATIVOS

Nesse processo o eletrodo toma parte na reação

ânodo (oxidação): Me(s)  xe + Mex+(aq)


(eletrodo)

A oxidação do metal (Me) é energeticamente mais fácil que a descarga dos ânions
presentes na solução.
Exemplo: Eletrólise do CuSO4 em solução aquosa com eletrodos de cobre (Cu).

30
eletrodo de cobre eletrodo de cobre

solução de
CuSO4 migração de Cu2+

Equações das reações que ocorrem na eletrólise:

ânodo (oxidação): Cu(s)  2e + Cu2+(aq)


(eletrodo)
cátodo (redução): Cu2+(aq) + 2e  Cu(s) +
_____________________________________
Equação global: ZERO

Há apenas o transporte de Cu do ânodo para o cátodo. Para cada átomo de Cu oxidado no


ânodo há redução simultânea de um íon Cu 2+(aq) no cátodo. A concentração de íons Cu 2+(aq)
na solução não se altera, logo, a intensidade da cor azul permanece a mesma. Ocorre
corrosão do ânodo e deposição no cátodo.
Esse processo é usado na purificação do cobre metalúrgico (98% pureza).

APLICAÇÕES DA ELETRÓLISE

REFINO ELETROLÍTICO DO COBRE

É o processo industrial de obtenção de cobre eletrolítico (99,9% de pureza), utilizado como


condutor de eletricidade em fios elétricos e em circuitos eletrônicos. Isso exige alta pureza,
pois as impurezas diminuem exageradamente a condutividade elétrica dos metais.

solúveis: Zn, Fe, Ni, ... (oxidam no ânodo, mas


Impurezas do Cu metalúrgico (98%pureza): não conseguem se reduzir no cátodo, permane-
cendo em solução)
insolúveis: Ag, Au, Pt

31
(aq) (Au, Ag, Pt)

Equações das reações que ocorrem na eletrólise:

ânodo (oxidação): Cu(s)  2e + Cu2+(aq)


(eletrodo)

cátodo (redução): Cu2+(aq) + 2e  Cu(s) +


______________________________________________________
Equação global: ZERO Há apenas o transporte do Cu do ânodo para o cátodo.
O custo do refino eletrolítico do Cu é compensado pela extração e venda dos metais
presentes na lama anódica.

GALVANOPLASTIA OU ELETRODEPOSIÇÃO
Processo que permite dar um revestimento metálico a uma peça.
A peça a ser revestida deve ser colocada como cátodo (pólo negativo), isto é, ligada ao pólo
negativo do gerador. Para isso, é necessário que a peça seja de um material condutor ou
que tenha recebido um tratamento que a torne condutora.
Por exemplo, peças de plástico tornam-se condutoras se forem recobertas com uma camada
de metal pulverizado.
O ânodo, pólo positivo, deve ser feito de uma placa do metal que irá revestir a peça e a
solução aquosa (banho eletrolítico) deve conter um sal desse metal.
Esse processo é utilizado na prateação, na cromação, na douração, na niquelação, etc

Exemplo: Douração de um anel de alumínio


 O anel será o cátodo, que estará ligado ao pólo negativo do gerador.
 O ânodo será uma placa de ouro.
 A solução eletrolítica será uma solução aquosa de um sal de ouro , por exemplo, nitrato de
ouro III, Au(NO3)3.

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anel de

ânodo (oxidação): Au  Au3+(aq) + 3e

cátodo (redução): Au3+(aq) + 3e  Au +


___________________________________________
Equação global: ZERO

Átomos de ouro metálico transformam-se em íons que passam para a solução. Os íons de
ouro transformam-se em ouro metálico que se depositam sobre o anel.

Observação: Também pode-se usar um eletrodo inerte (por exemplo, platina) no ânodo, e
neste caso a concentração da solução eletrolítica precisa ser maior.
Industrialmente, o processo de cromação de pára-choques de automóveis é feito em três
etapas: cobreação, niquelação e cromação. Isso tem a finalidade de dar maior aderência ao
cromo, evitando que o pára-choque descasque e perca a cromação.

ANODIZAÇÂO
Processo que consiste em uma oxidação forçada da superfície de um metal, de modo a
aumentar sua resistência à corrosão.
Esse processo é muito utilizado para proteção do alumínio. A peça de alumínio a ser
protegida é usada como ânodo (pólo positivo) durante uma eletrólise de uma solução
aquosa de H2SO4.
ânodo (Oxidação): H2O  2e + 2H+(aq) + ½ O2(g)
Nesse eletrodo ocorre liberação de gás oxigênio (graças à descarga do OH  proveniente da
água). O gás oxigênio ataca o metal do ânodo (a peça de alumínio), formando óxido de
alumínio.

3 O2(g) + 4 Al(s)  2 Al2O3(s)

A camada protetora de Al2O3 que se forma é bastante porosa, o que permite a retenção de
corantes nos seus poros. Em seguida, a peça é mergulhada em água quente para que os
poros sejam selados. Dessa forma a peça estará protegida contra a corrosão e vistosa para
ser comercializada. Exemplos de peças anodizadas: janelas, tampas de panela de alumínio
em cores, grades, cinzeiros,...

ESTUDO DAS SOLUÇÕES

33
Dispersão: É todo sistema constituído por duas ou mais substâncias disseminadas entre si. A
substância que se dissemina é chamada de disperso e a que recebe o disperso em seu seio é chamada
de dispergente ou dispersante.

De acordo com o tamanho médio das partículas dispersas, as dispersões são classificadas em:
Solução verdadeira ou SOLUÇÃO: as partículas dispersas têm diâmetro menor que 1 nm e são
constituídas por moléculas ou íons comuns , não são visíveis por nenhum processo, não se sedimentam
por nenhum processo e não são retidas por nenhum tipo de filtro. Ex. solução aquosa de sacarose,
solução aquosa de cloreto de sódio, . . .

Dispersão coloidal ou colóide: as partículas dispersas são macro-moléculas , ou macro-íons, com


diâmetro entre 1 nm e 100 nm, são visíveis ao ultramicroscópio, retidas por ultrafiltro e sedimentam-se
em ultra-centrífugas. Ex. gelatina em água, albumina em água, ...

Dispersão grosseira ou suspensão: as partículas dispersas são agregados de moléculas ou íons, com
diâmetro maior que 100 nm, são visíveis a olho nu, retidas por filtros comuns e sedimentam-se pela
ação da gravidade. Ex. terra suspensa em água, enxofre suspenso em água, ...
Obs.: Depois de algum tempo, as partículas sedimentam-se, isto é, o disperso se separa do dispergente
e, conseqüentemente, o sistema deixa de ser uma dispersão.

Soluções Verdadeiras ou SOLUÇÕES

São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias.


disperso  soluto dispergente  solvente
Assim, na solução aquosa de sacarose, a sacarose é o soluto e a água é o solvente.

Classificação das Soluções

Quanto ao estado de agregação

Solução Solvente Soluto Exemplo_________


sólido ouro + prata______
sólida sólido líquido ouro + mercúrio__
gasoso platina + hidrogênio
sólido água + açúcar__________
líquida líquido líquido água + álcool___________
gasoso água + ar (dissolvido)_____
gasosa gasoso gasoso ar ( nitrogênio + oxigênio)_

Obs.: n gases misturados entre si constitui sempre um sistema homogêneo, ou seja, uma solução
gasosa.

I- Quanto à natureza das partículas dispersas

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Soluções Moleculares ou Não - Eletrolíticas - são aquelas cujas partículas dispersas são somente
moléculas. Por isso, não conduzem corrente elétrica.
Ex. solução aquosa de sacarose, ...

Soluções Iônicas ou Eletrolíticas - são aquelas cujas partículas dispersas são íons e moléculas ou
somente íons. Por isso, conduzem corrente elétrica. Ex. soluções aquosas de ácidos, bases e sais.

II- Quanto à proporção soluto - solvente

Solução Diluída - a proporção do soluto é pequena em relação à do solvente. Ex. O soro fisiológico,
contém 0,9 g de NaCl dissolvido em cada 100g da solução
( 0,9 % ).

Solução Concentrada - a proporção do soluto é grande em relação à do solvente. Ex. Ácido sulfúrico
concentrado, é uma solução de H2SO4 em água, com elevado teor em H2SO4.

Solução Saturada - apresenta a máxima quantidade de soluto que se pode dissolver num determinado
solvente, a uma certa temperatura.
Ex. À 20ºC , a quantidade máxima de KNO3 que pode ser dissolvido em 100g de H2O é 31, 6 g.

Solução Não - Saturada - apresenta menor quantidade de soluto que a solução saturada à mesma
temperatura.
Ex. 30 g de KNO3 em 100g de H2O, a 20ºC.

Solução Supersaturada - apresenta maior quantidade de soluto que a respectiva solução saturada à
mesma temperatura. Uma solução supersaturada é instável, qualquer abalo ou adição de um gérmen de
cristalização (pequeno cristal do soluto ) , e a solução, voltará ao ponto de saturação, sendo que p
excesso de soluto dissolvido irá se depositar, constituindo o chamado “corpo de chão” ou “corpo de
fundo”. Ex. Solução contendo 45,8g de KNO3 dissolvidos em 100g de H2O, à 20ºC.

Concentração das Soluções

É qualquer maneira de se indicar a proporção entre as “quantidades “de soluto e de solução ( ou de


solvente ).

índice 1  soluto
índice 2  solvente
sem índice  solução

CONCENTRAÇÃO COMUM ( C )

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C = m1/ V (g/L)

m1 −−−−−−−−−−−−−− 1L de solução

EX.:

DENSIDADE ( d )

d=m/V (g/cm3 ou g/ ml)

m −−−−−−−−−−−−−−−− 1cm3 ( 1 ml )

Ex. A densidade de uma determinada solução é 1,84 g/cm 3. Isto significa que 1cm3 dessa solução
apresenta uma massa de 1,84g.
OBS.: Não confunda Concentração Comum com Densidade
Uma solução X apresenta C = 220g/L e d = 1,10g/cm3.
C = 220g/L, ou seja, em cada 1L dessa solução estão dissolvidos 220g do soluto.
d = 1,10g/cm3, ou seja, 1L dessa solução possui uma massa total ( m1 + m2 ) igual a 1.100g.

TÍTULO PORCENTUAL ou PORCENTAGEM EM MASSA

T% = ( m1/m ). 100

m1−−−−−−−−−−−−−−100g solução

Ex.

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Para soluções muito diluídas a concentração em massa costuma ser expressa em partes por milhão ou
ppm.

1 ppm 1 parte de soluto (em massa)


106 partes de solução (em massa)

x ppm x mg de soluto
106 mg de solução

x ppm x mg de soluto
1 Kg de solução

m1 ( mg )−−−−−−−−−−−−−−−1 Kg solução

Ex.

CONCENTRAÇÃO MOLAR OU MOLARIDADE ( M )

M = n1/ V (mol/L)

n1−−−−−−−−−−−−−− 1L de solução

Ex.

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Fração molar ( x )

Fração molar do soluto  x1 = n1  n1_______________ 1 mol solução


nt

Fração molar do solvente x2 = n2  n2_______________ 1 mol solução


nt

nt = n1 + n2

A fração molar é um número puro ( não tem unidade ) e varia de 0 a 1.


 x = 1 ; x 1 + x2 = 1 ; n 1 + n2 = n t = 1
nt nt

Ex:.

Fração molar percentual = fração molar x 100.

Obs.: Nas soluções onde todos os componentes são gasosos ( o ar, por exemplo), a fração molar é
também a fração volumétrica. Assim, a fração molar em porcentagem de um componente da mistura
gasosa é também a porcentagem em volume desse componente.
Ex.: A porcentagem volumétrica do O2 no ar = 21%  a fração molar percentual é igual a 21% e a
fração molar é 0,21.

100 L ar __________ 21 L O2
100 mols __________ 21 mols O2
1 mol __________ 0,21 mol O2

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Molalidade (  )

 = n1 ( mol/Kg ou molal ) n1 ___________1000g solvente


m2 Kg

Ex.:

Obs.: Numa solução aquosa diluída, 1 L de solução contém aproximadamente 1L de H 2O, ou seja, 1
Kg de água    M.

Diluição de soluções

Diluir uma solução é acrescentar solvente a ela.

Obs.: a - a quantidade de soluto permanece a mesma.


b - Vf = Vi + V2 , quando o mesmo não for mencionado.
c - a concentração da solução final será menor que a concentração da solução inicial.

Ex.: 300 ml de água são adicionados a 200 ml de solução aquosa de NaCl de concentração igual a 50
g/L. Qual é a concentração em g/L da solução após a diluição ?

A retirada de uma parte do solvente de sua solução produz um aumento da concentração da solução,
Assim, por evaporação de uma solução aquosa de NaCl, à medida que a água sai da solução sob forma
de vapor, a concentração da solução vai gradativamente aumentando.

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Ex.: 400 ml de uma solução de Na de concentração igual a 0,25 mol/L são submetidos à evaporação,
até o volume final se reduzir a 320 ml de solução. Qual é a concentração em mol/L da solução obtida ?

Misturas de soluções sem reação química

Quando se misturam soluções de mesmo soluto, a quantidade de soluto na solução final é igual à soma
das quantidades de soluto nas soluções iniciais.
Vamos considerar para efeito de cálculos que o volume final é a soma dos volumes iniciais. Nem
sempre isso ocorre na prática.

Ex.
H2SO4( aq ) + H2SO4( aq )  H2SO4( aq )
2,0 M 1,0M =?
V = 1L V = 2L V = 3L

solução A solução B solução final

Quando se misturam soluções contendo solutos diferentes, a quantidade de cada soluto antes e após a
mistura, permanece inalterada.
Tudo se passa como se cada solução individualmente sofresse uma diluição.

Ex. 0,4M 0,8 M  KCl( aq )


V=150 mL V= 50mL K2SO4( aq)
V=200 mL
KCl( aq ) K2SO4( aq ) Solução Final

Misturas de soluções com reação química

Primeiro Caso: Mistura - se 1,0L de solução aquosa 1,0M de HCl com 1,0L de solução aquosa 1,0M
de NaOH.
a) A solução obtida é ácida, básica ou neutra?
b) Qual a concentração em mol/L do sal formado na solução?

Segundo Caso: 60 mL de solução Ba(OH)2 de concentração 0,3 mol/L são adicionados a 40 mL de


solução de HCl de concentração 0,5 mol/L.
a) A solução obtida será ácida, básica ou neutra ?
b) Quais as concentrações em mol/L de cada íon na solução obtida?

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Terceiro caso: 100 mL de H2SO4( aq ) de concentração 4 mol/L são adicionados a 300 mL de NaOH ( aq )
de concentração 2 mol/L.
a) A solução obtida é ácida, básica ou neutra ?
b) Qual a concentração molar do Na2SO4 formado na reação ?

Análise Volumétrica ou Volumetria ou Titulometria

A análise volumétrica baseia - se na medida de volume das soluções reagentes.


Serve para determinar a concentração de uma solução ( solução problema ) através da sua reação com
uma solução de concentração conhecida ( solução padrão ou titulada ) .
Titulação é a operação básica da análise volumétrica; consiste em adicionar lentamente ( gota a gota )
uma solução à outra até o término da reação (“ ponto de viragem” ) . O ponto de viragem é detectado
com o auxílio de um indicador adequado, através da mudança de coloração.

Marcha estequiométrica da volumetria

pesagem da amostra  solubilização da amostra em volume conhecido  retirada de alíquota 


adição de indicador à alíquota  adição gota a gota
de solução padrão , através de uma bureta  leitura do volume de solução padrão gasto 
cálculos.
Classificação da Volumetria

De acordo com o tipo de reação envolvido na titulação a Volumetria é classificada em:


a) Acidimetria - é a determinação da concentração de um ácido com o emprego de uma solução
titulada de uma base. Ex.: dosagem de H2SO4 existente na “água da bateria”de um automóvel,
empregando - se uma solução titulada de NaOH.

b) Alcalimetria - é o inverso da anterior; aqui determina - se a concentração de uma base ( álcali )


com o emprego de uma solução titulada de ácido. Ex. verificação do teor de pureza de uma amostra de
NaOH empregando - se solução titulada de HCl. A acidimetria e a alcalimetria são os dois casos da
chamada Volumetria de Neutralização.
c) Volumetria de precipitação - quando as duas soluções reagem produzindo um precipitado; em
geral, ocorre entre dois sais; ex. pode - se titular uma solução de cloretos com AgNO 3, formando - se,
então, o AgCl.
d) Volumetria de oxi - redução - quando determinamos a concentração de um oxidante com o
emprego de uma solução titulada de um redutor e vice - versa .
 Permanganometria  quando utilizamos solução titulada de KMnO4;
 Iodometria quando medimos o iodo liberado do K por um oxidante...

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EXERCÍCIOS - 

01. Que volume de solução de NaCl de concentração igual a 50g/L deve ser adicionado a 200 mL de
solução de concentração igual a 100g/L para obtermos uma solução de concentração igual a 60g/L ?
R:. 800 mL

02. 200 mL de solução de NaCl de concentração 0,3 mol/L são adicionados a 300 mL de solução de
CaCl2 de concentração 0,4 mol/L. Calcule as concentrações em mol/L dos íons Na+, Ca2+ e Cl- na
mistura. R:. Na+ = 0,12M ; Cl- = 0,6M e Ca2+ = 0,24M.

03. Que volumes de soluções de concentração 1,0 mol/L e 2,0 mol/L de NaCl devem ser misturadas
para obtermos 100 mL de solução de NaCl de concentração 1,2 mol/L ? R:. 80 mL da 1,0 mol/L 20
mL da 2,0 mol/L

04. 100 mL de Al2(SO4)3( aq ) de concentração 1 mol/L são adicionados a 900 mL de BaCl 2( a q) de


concentração 1/3 mol/L. Sabendo que a massa molar do BaSO4 = 233 g/mol, calcule:
a) o peso do precipitado ( BaSO4 ) formado; R.: 69,9 g
b) a concentração em mol/L do sal formado na solução; R.: 0,2 M
c) a concentração em mol/L do reagente em excesso, se houver.

05. 40 mL de Ca(OH)2( aq ) de concentração 0,16 mol/L são adicionados a 60 mL de HCl( aq) de


concentração 0,20 mol/L.
a) A solução será ácida, básica ou neutra ?
b) Qual a concentração em mol/L do sal formado na reação ? R.: 0,06 mol/L
c) Qual a concentração em mol/L do reagente em excesso, se houver ? R.; 0,004 mol/L
06. 28g de KOH sólido são dissolvidos em 1L de H 2SO4( aq ) de concentração 1 mol/L. Calcule a
concentração de H2SO4 em mol/L na solução depois da diluição do KOH. Considere desprezível o
aumento de volume da solução provocado pela dissolução do sólido. ( Dado: massa molar do KOH =
56 g/mol )
R.: 0,75 mol/L

07. 2,24 L de HCl( g ) medidos nas CNTP são totalmente absorvidos em 2,0 L de solução de
concentração 1,0 mol/L de NaOH. Indique:
a) se a solução obtida será ácida, básica ou neutra;
b) a concentração em mol/L do sal formado na solução obtida; R.: 0,05 mol/L
c) a concentração em mol/L do reagente em excesso se houver, na solução obtida. R.: 0,95 mol/L

08. Num laboratório, há uma solução de Ba(OH)2 de concentração desconhecida e outra de HCl de
concentração 0,10 mol/L. Um químico resolveu determinar a concentração desconhecida fazendo sua
titulação com a solução de HCl. Para isso, pipetou 20 mL da solução de Ba(OH) 2, transferiu - os para
um erlenmeyer e adicionou gotas de solução alcoólica de fenolftaleína. A seguir, abasteceu uma bureta
com a solução de HCl, fez o nível dessa solução coincidir com o zero da bureta e iniciou a titulação. A
coloração inicial no erlenmeyer era vermelha, porque a fenolftaleína em solução básica adquire essa
coloração. À medida que a solução de HCl é gotejada no erlenmeyer, a quantidade de Ba(OH) 2 vai

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diminuindo gradativamente, porque ele vai sendo neutralizado pelo HCl. No instante em que a solução
no erlenmeyer ficou incolor, o químico fechou a torneira da bureta e leu o volume de HCl gasto na
titulação. Esse volume era 12,5 mL. Qual a concentração da solução de Ba(OH)2? R.: 0,03125 mol/L

09. 10,0 g de H2SO4 foram dissolvidos em água até completar o volume de 250 mL de solução. 50 mL
dessa exigiram na titulação 38,48 mL de solução de NaOH de concentração 0,05 mol/L. Calcule a
pureza do H2SO4 analisado, supondo que as impurezas não reagem com NaOH. ( Dado: massa molar
do H2SO4 = 98 g/mol )
R.: 4,7%

10. 25,0 mL de solução HNO3 de concentração desconhecida exigiram na titulação 22,4 mL de solução
de KOH de concentração igual a 0,10 mol/L. Calcule a concentração de HNO3 em mol/L. R.: 0,09 M

11. 0,800 g de uma amostra de barilha ( Na 2CO3 + impurezas ) foram dissolvidos em certa quantidade
de água e a solução foi transferida para um balão volumétrico de 250 mL. O volume da solução foi
completado até 250 mL com água destilada. Foram pipetados 25,00 mL dessa solução e transferidos
para um erlenmeyer, onde foram colocadas algumas de alaranjado de metila ( indicador ). A seguir, foi
feita a titulação com solução de H2SO4 de concentração 0,025 M, tendo sido gastos 26,25 mL. Calcule
o teor em Na2CO3 na barilha analisada, sabendo - se que as impurezas não reagem com H 2SO4. ( Dado:
massa molar do Na2CO3 = 106 g ) R.: 87%

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