Apostila Quimica Segunda Parte
Apostila Quimica Segunda Parte
Apostila Quimica Segunda Parte
1 - LEI DE LAVOISIER
(ou lei da conservação da massa ou lei da conservação da matéria)
Esquematicamente:
A + B C + D (Sistema fechado)
mA mB mC mD
mA + mB = mC + mD
1
Quando uma reação se processa em sistema aberto, pode haver aumento de massa ou
perda de massa no produto formado, mas isto não significa que a lei de Lavoisier está sendo
contrariada, pois pode ocorrer absorção ou liberação de gases durante a reação. E a lei de
Lavoisier vale para reações em sistema fechado.
Assim, quando um objeto de ferro enferruja ao ar, sua massa aumenta. Pois há consumo de
oxigênio e vapor de água ( do ar ) para formar a ferrugem.
Quando se queima enxofre, sua massa diminui. Neste caso também há consumo de
oxigênio (do ar), porém o produto formado é um gás (SO 2) e se desprende para a atmosfera.
2 – LEI DE PROUST
(ou lei das proporções constantes ou lei das proporções definidas)
eletrólise
––––––––––––––––
água hidrogênio + oxigênio
Conclusão: A água, qualquer que seja sua origem, é sempre formada por hidrogênio e
oxigênio combinados na proporção 1:8, em massa.
Esquematicamente:
2
A + B C + D
1ª experiência mA mB mC mD
mA mB mC mD
––––– = ––––– = ––––– = –––––= constante
m’A m’B m’C m’D
mA mB mC 2 16 18 1
–––– = –––– = –––– = ––– = –––– = –––– = –––– = constante
m’A m’B m’C 10 80 90 5
Conseqüências da Lei de Proust
Em cada 100g da substância (água) temos 11,1g de hidrogênio e 88,9g de oxigênio, logo,
podemos dizer que a fórmula porcentual da água é 11,1% de hidrogênio e 88,9% de
oxigênio.
Regras Fundamentais
1 Escrever a equação química mencionada no problema.
2 Acertar os coeficientes dessa equação (os coeficientes indicam a proporção em mol
existente entre os participantes da reação).
3 Estabelecer uma regra de três entre o dado e a pergunta do problema, obedecendo aos
coeficientes da equação.
3
1 mol equivale em volume 22,4 L CNTP gás
em número 6,02 x 1023 moléculas
de moléculas
Exemplos.
1 Calcular o número de mol de moléculas de amônia produzido na reação de 5 mol de gás
nitrogênio com quantidade suficiente de gás hidrogênio.
x = 5 x 2 = 10 mol de NH3
1
4
(1x28)
reagem
4 mol 5 mol
reagem
x 15 mol
5
x = 4 x 15 = 12 mol reagem
5
Assim, temos:
2 Foram misturados 40g de hidrogênio com 40g de oxigênio, com a finalidade de produzir
água, segundo a equação:
2H2(g) + 1 O2(g) 2H2O(v)
Determine:
a) o reagente limitante;
b) a massa do produto formado;
c) a massa do reagente em excesso.
(Dados: massas molares (g/mol): H2 = 2, O2 = 32, H2O = 18)
Solução
6
excesso de H2(g) = 40 – 5 = 35g de H2(g) em excesso
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. O éter etílico é o éter comumente vendido em farmácia, cuja principal aplicação está
relacionada à sua ação anestésica. A combustão completa de 14,8g de éter etílico (C 4H10O)
irá produzir gás carbônico e água, de acordo com a equação:
14,8g x
7
02. Para a obtenção da amônia (NH 3) foram usados 100 mL de gás nitrogênio (N 2) e 240 mL
de gás hidrogênio (H2), nas mesmas condições de pressão e temperatura.
Determine:
a) o reagente limitante;
b) o volume final do reagente em excesso;
c) o volume de amônia produzido.
N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g)
Solução
[A relação entre os volumes dos gases participantes de uma reação, à mesma pressão e
temperatura, é igual à relação entre os respectivos coeficientes estequiométricos.]
1V 3V
1V 3V
3V 2V
x = 240x2 = 160 mL de NH3(g)
240 mL x 3
8
Neste caso, devemos inicialmente calcular a parte pura, da amostra considerada, e efetuar
os cálculos com o valor obtido.
A parte pura da amostra é a parte útil que participa da reação química.
A impureza é a parte inútil na reação química.
Exemplos
1 Uma amostra de 120g de magnésio com 80% de pureza reage com oxigênio, produzindo
óxido de magnésio. Determine a massa de óxido de magnésio produzida.
(Massas molares (g/mol); Mg = 24, MgO = 40)
2 Mg(s) + O2(g) 2MgO
Inicialmente, calculamos a massa pura de magnésio (Mg) que reage.
96g x
9
80
140g x
3 Rendimento da reação
A maioria dos processos químicos apresenta rendimento inferior a 100% ou seja, é obtida
uma quantidade menor de produto do que a que seria esperada pelos cálculos
estequiométricos.
Isso ocorre devido a vários fatores, como:
reagentes impuros;
aparelhagens deficientes;
controle deficiente de pressão e temperatura;
a técnica das pessoas que realizam o processo.
Exemplos
1 Sabendo que a formação da água ocorre segundo a equação:
10
2 mol r(2mol) r=?
100g 0,8(56)g
500g m
m = 500x0,8(56) = 224g
100
A massa de CaO a ser produzida é de 224g.
ELETROQUÍMICA
11
Eletroquímica estuda a relação entre as reações químicas e a corrente elétrica.
Vamos estudar as reações químicas que produzem corrente elétrica, um processo
espontâneo denominado pilha ou célula galvânica. E as reações químicas provocadas pela
corrente elétrica, um processo não-espontâneo, denominado eletrólise.
PILHA
Reações Corrente
químicas ELETRÓLISE elétrica
oxidação
redução
agente redutor: Cu(s) elemento redutor: Cu
agente oxidante: AgNO3 elemento oxidante: Ag
Oxidante Redutor
É o elemento que provoca a oxidação do É o elemento que provoca a redução do
outro elemento. outro elemento.
Sofre redução Sofre oxidação
Nox diminui Nox aumenta
Recebe elétrons Cede elétrons
1- O Hidrogênio tem Nox = +1 em seus compostos, exceto nos hidretos metálicos, quando
seu Nox = 1.
Exemplos: HCl NH3 H2SO4
+1 +1 +1
12
+2 +2
3 Os elementos das famílias VIA ( O, S, Se, Te) e VIIA (F, Cl, Br, I) quando formam
compostos binários têm respectivamente Nox = 2 e Nox = 1.
Exemplos: H2S HCl NaF K2O
2 1 1 2
4- Os metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs) e a prata (Ag) em todas as substâncias compostas
tem Nox = +1.
Exemplos: Na2SO4 KNO3 AgBr
+1 +1 +1
5 Os metais alcalino-terrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba) e o zinco (Zn) em todas as substâncias
compostas tem Nox = +2.
Exemplos: CaCl2 Mg(OH)2 ZnS
+2 +2 +2
10. Nos íons compostos, a soma dos Nox de todos os elementos é igual à carga do íon.
Exemplos: Determinar o Nox dos elementos destacados em vermelho.
NH4+ (1 . x) + (4 . +1) = +1 x + 4 = +1 x = 3
x +1
13
P2O74 (2 . x) + (7 . 2) = 4 2x 14 = 4 x = +5
x 2
SO42 (1 . x) + (4 . 2) = 2 x 8 = 2 x = +6
x 2
14
e do redutor = [0 – (-1)] x 2 = 2 e do oxidante = (7 – 2) x 1= 5
O e do redutor (2) será coeficiente do oxidante e o e do oxidante (5) será coeficiente
do redutor. Neste
caso o balanceamento começou pelo 2° membro da equação, pois o Cl, um dos
elementos que sofreu
variação no Nox, aparece em maior quantidade no 2° membro da equação.
ELETROQUÍMICA PILHAS
15
próprios íons). Ele utilizou um eletrodo de zinco e outro de cobre. Os metais foram
conectados por um fio condutor e as soluções por uma ponte salina.
Ponte salina tubo de vidro em forma de U invertido contendo solução de um eletrólito, com
as extremidades obstruídas com material poroso (algodão/ágar-ágar), para impedir
arrastamento mecânico. A solução eletrolítica é selecionada de modo a não reagir com
quaisquer das soluções a ela conectada.
Função da ponte salina: permitir o fluxo de íons de uma solução para outra, a fim de
manter a neutralidade das soluções.
Esquema da pilha de Daniell
SO42(aq) SO42(aq)
eletrodo de Zn eletrodo de Cu
16
Esquema da pilha de Daniell após certo tempo de funcionamento
SO42 SO42
eletrodo de Zn eletrodo de Cu
RESUMO
Eletrodo de Zn Eletrodo de Cu
Saem os elétrons Chegam os elétrons
Pólo negativo Pólo positivo
ânodo cátodo
Ocorre oxidação Ocorre redução
Zn0 2e + Zn2+(aq) Cu2+(aq) + 2e Cu0
[Zn2+(aq)] aumenta e massa Zn diminui [Cu2+(aq)] diminui e massa Cu aumenta
Os cátions Zn2+ migram para o eletrodo Os ânions SO42 migram para o
de Cu eletrodo de Zn
ânodo cátodo
(oxidação) (redução)
ponte salina
Zn0 zn2+(aq) Cu2+(aq) Cu0 (Representação da pilha de Daniell)
Medida de potenciais de eletrodo
17
T = 25°C
condições P = 1 atm
padrão [H+(aq) = 1 mol/L
Para medir o potencial de um determinado eletrodo, monta-se uma pilha com esse eletrodo
e o eletrodo padrão de hidrogênio e mede-se a ddp, utilizando um voltímetro.
Como o E0H2 = 0, a ddp medida será o E0 do respectivo eletrodo.
E0Zn = 0,76V, este valor corresponde ao potencial padrão de oxidação do zinco, uma vez
que ele está sofrendo oxidação. Portanto, E0redução Zn = 0,76V.
Zn2+ + 2e Zn E0 = 0,76V
18
mol/L, a 25°C e 1 atm. Esses potenciais são relacionados em uma tabela, juntamente com
as semi-reações de redução correspondentes.
(volts)
O F2 é a espécie (entre as indicadas na coluna da esquerda) O F é a espécie (entre as indicadas na coluna da direita)
com maior tendência de se reduzir (E0 redução = + 2,87 V) e, com menor tendência de se oxidar (E0oxidação = 2,87 V)
portanto, com maior caráter oxidante. e, portanto, com menor caráter redutor.
Quanto maior o valor do E0 redução, mais fácil a redução e, portanto, mais forte o
oxidante.
19
Quanto menor o valor do E0 redução, mais fácil a oxidação e, portanto, mais forte o
redutor.
oxidantes redutores
sofrem redução sofrem oxidação
Ni2+ + Mg Mg2+ + Ni
oxidante redutor
20
2º método escrever as equações das semi-reações com os respectivos E 0 de eletrodo e
soma-las.
reação é espontânea.
Com exceção do ouro e da platina, todos os metais que encontramos em nosso cotidiano
sofrem corrosão com maior ou menor intensidade.
Em vários metais, a corrosão não é muito intensa devido à formação de uma película
protetora. É o caso, por exemplo, do alumínio, do zinco, do chumbo e do cobre.
Proteção contra a corrosão
Anualmente, a ferrugem provoca perda de bilhões de dólares no mundo inteiro. Isso faz com
que os cientistas pesquisem constantemente novas técnicas para evitar a corrosão do ferro.
As principais são:
21
Pinturas protetoras
A função da pintura protetora é impedir o contato entre o ferro e o ar.
O zarcão (Pb3O4), por exemplo, é uma substância muito utilizada em tintas protetoras.
Tintas modernas à base de películas de polímeros,são mais eficientes que o zarcão.
Algumas dessas tintas chegam a proteger uma estrutura de ferro por vários anos, sem
necessidade de manutenção.
Revestimento de ferro com zinco
Aplica-se uma fina camada de zinco sobre o ferro, impedindo assim o contato direto do ferro
com o ar. Esse processo é conhecido como galvanização.
Se o objeto galvanizado sofrer algum “risco”, o ferro fica exposto ao ar e se oxida:
Fe Fe2+ + 2e
No entanto, imediatamente, o Zn do revestimento também se oxida, fazendo com que o íon
Fe2+ se reduza a Fe.
Zn Zn2+ + 2e
Fe2+ + 2e Fe +
Zn + Fe Zn + Fe
2+ 2+
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 As manchas escuras que se formam sobre objetos de prata são, geralmente, películas de
sulfeto de prata (Ag2S) formadas na reação da prata com compostos que contêm enxofre e
que são encontrados em certos alimentos e no ar. Para limpar a prata, coloca-se o objeto
escurecido para ferver em uma panela de alumínio com água e detergente. O detergente
retira a gordura da mancha e do alumínio, facilitando a reação do alumínio da panela com o
sulfeto de prata, regenerando a prata, com o seu brilho característico.
a) Escreva a equação da reação de “limpeza da prata” referida no texto.
22
b) Com base no processo de “limpeza da prata” descrito, podemos construir uma pilha de
alumínio e prata, de acordo com o esquema a seguir:
Solução
a) A reação entre o alumínio da panela e o sulfeto de prata, que regenera a prata, é uma
reação de óxido-redução. Os íons Ag + se transformam em prata metálica (Ag), enquanto o
alumínio metálico (Al) se transforma em íons Al 3+.
Os íons sulfetos S2 não se alteram:
O armazenamento de um líquido em um recipiente só pode ser feito se o líquido não reagir com o
recipiente.
Solução
Consultar a lista de potenciais, que nos fornece:
23
Ni2+ + 2e Ni 0,27V
H+ + 2e H2 0,00V
Resposta: O metal níquel reage espontaneamente com soluções ácidas. Portanto, não
podemos armazenar ácidos em recipientes de níquel.
ELETRÓLISE
Mecanismo da Eletrólise
Para realizar a eletrólise utiliza-se um circuito elétrico composto de um Gerador (fornece
corrente elétrica contínua) e um recipiente denominado célula ou cuba eletrolítica.
Representação de um gerador
elétrico
C+ A
eletrólito CA(aq) C +
A
O gerador “injeta” elétrons no circuito por seu pólo negativo e “aspira” igual número de
elétrons por seu pólo positivo.
C+ + e C A e + A
cátodo atrai cátion ânodo atrai ânion
24
ATENÇÃO COM OS SINAIS DOS ELETRODOS
ânodo cátodo
ELETRÓLISE ÍGNEA
A eletrólise ígnea é feita com a substância iônica fundida (liquefeita), portanto não existe
água no sistema.
A eletrólise ígnea é o método utilizado na indústria para a obtenção de metais alcalinos
(família IA), de metais alcalino-terrosos (família IIA), de alumínio (família IIIA) e de
halogênios (família VIIA) na forma de substâncias simples.
(gás amarelo-esverdeado)
Na+ Cl
800,4°C
Fusão: 2NaCl(s) 2NaCl(l) (x2)
25
800,4°C
Equação Global: 2NaCl(s) 2Na(s) + Cl2(g)
Observações:
a)As equações foram multiplicadas por 2 para estabelecer a igualdade entre o número de
elétrons perdidos e recebidos.
b) os eletrodos utilizados devem ser inertes, isto é, não devem tomar parte na reação que
ocorre ; os eletrodos inertes mais comuns são a grafite e a platina.
O alumínio é obtido industrialmente por eletrólise ígnea da alumina (Al 2O3), que, por sua vez,
é obtida a partir do minério bauxita (Al 2O3. nH2O + impurezas).
A alumina funde a uma temperatura muito alta, 2060°C, temperatura difícil de obter e
manter numa indústria. Por isso, é utilizado um fundente, substância que tem a propriedade
de baixar o ponto de fusão de uma outra substância. O fundente utilizado é a criolita ou
fluoreto duplo de sódio e alumínio, de fórmula 3NaF. AlF3(s).
O nome criolita vem do grego krios, gelo, e lithos, pedra, por sua semelhança com o gelo.
A mistura de alumina e criolita funde a uma temperatura de 1000°C e os íons Al 3+(l) e O2-(l)
ficam livres da organização mantida no cristal.
Esse processo foi desenvolvido por um jovem de 22 anos, Charles Martin Hall (1863-1914)
em 1886.
A Companhia Americana de Alumínio (Alcoa) nasceu e desenvolveu-se a partir do
experimento de Hall, usando essencialmente o mesmo processo eletrolítico.
Em 1889, o químico alemão Johann Friedrich Wilhelm Adolf von Bayer (1835-1917)
aperfeiçoou o processo desenvolvido por Hall. É o processo de Bayer que as indústrias
utilizam hoje.
Esquema do processo de Bayer para obtenção de alumínio metálico.
26
A mistura de alumina e criolita fundida fica contida em recipientes de aço, cujas paredes
atuam como pólo negativo da eletrólise cátodo , onde ocorre a redução dos cátions
alumínio: 4Al3+(l) + 12e 4 Al(l)
Como o alumínio funde a 660,37°C e é mais denso que a mistura alumina e criolita, ele vai
se acumulando na forma líquida, no fundo do recipiente, de onde é vazado periodicamente.
O ânodo ou pólo positivo é uma série de cilindros de carvão fabricados com coque de
petróleo (resíduo da refinação do petróleo).
Nesses cilindros, ocorre a reação de oxidação: 6 O 2(l) 12e + 3 O2(g)
O oxigênio formado reage com o carbono do eletrodo, produzindo gás carbônico:
3 O2(g) + 3 C(s) 3 CO2(g)
A equação global desse processo é obtida somando as equações de todas as etapas
envolvidas:
Nesse tipo de eletrólise devemos considerar não só os íons provenientes do eletrólito mas
também os da água. Ocorre uma competição entre os íons provenientes do eletrólito e da
água.
CA(aq) C+(aq) + A(aq)
eletrólito
27
Ocorrerá uma das reações equacionadas abaixo:
cátions
H2O
(H+)
FACILIDADE DE DESCARGA
H2O
(OH)
28
Exemplo 1: Eletrólise do NaCl em solução aquosa
corrente elétrica
2 NaCl(aq) + 2H2O(l) 2NaOH(aq) + H2(g) + Cl2(g)
contínua
Produto Principal Subprodutos
H2O
dissociação iônica: NaCl(S) Na+(aq) + Cl(aq)
H+ Na+
Prioridade de descarga:
Cl OH
Essa eletrólise tem grande importância industrial, pois, a partir de uma substância abundante
e barata, NaCl extraído da água do mar, obtem-se três substâncias de grande valor
comercial: NaOH (soda cáustica), H2 e Cl2.
29
Exemplo 2: Eletrólise do H2SO4 em solução aquosa diluída (eletrólise da água)
H+ é comum
Prioridade de descarga: haverá eletrólise da H2O
OH SO4 2
cátodo ânodo
pólo pólo +
(combustível) (comburente)
A H2O pura não pode ser eletrolisada, pois sua condutividade elétrica é muito baixa. O H 2SO4
é adicionado para torná-la suficientemente condutora.
A eletrólise da água produziu uma mistura de um combustível e um comburente; essa
mistura pode ser usada como mistura carburante de veículos ao invés de gasolina, álcool
ou gás natural.
A oxidação do metal (Me) é energeticamente mais fácil que a descarga dos ânions
presentes na solução.
Exemplo: Eletrólise do CuSO4 em solução aquosa com eletrodos de cobre (Cu).
30
eletrodo de cobre eletrodo de cobre
solução de
CuSO4 migração de Cu2+
APLICAÇÕES DA ELETRÓLISE
31
(aq) (Au, Ag, Pt)
GALVANOPLASTIA OU ELETRODEPOSIÇÃO
Processo que permite dar um revestimento metálico a uma peça.
A peça a ser revestida deve ser colocada como cátodo (pólo negativo), isto é, ligada ao pólo
negativo do gerador. Para isso, é necessário que a peça seja de um material condutor ou
que tenha recebido um tratamento que a torne condutora.
Por exemplo, peças de plástico tornam-se condutoras se forem recobertas com uma camada
de metal pulverizado.
O ânodo, pólo positivo, deve ser feito de uma placa do metal que irá revestir a peça e a
solução aquosa (banho eletrolítico) deve conter um sal desse metal.
Esse processo é utilizado na prateação, na cromação, na douração, na niquelação, etc
32
anel de
Átomos de ouro metálico transformam-se em íons que passam para a solução. Os íons de
ouro transformam-se em ouro metálico que se depositam sobre o anel.
Observação: Também pode-se usar um eletrodo inerte (por exemplo, platina) no ânodo, e
neste caso a concentração da solução eletrolítica precisa ser maior.
Industrialmente, o processo de cromação de pára-choques de automóveis é feito em três
etapas: cobreação, niquelação e cromação. Isso tem a finalidade de dar maior aderência ao
cromo, evitando que o pára-choque descasque e perca a cromação.
ANODIZAÇÂO
Processo que consiste em uma oxidação forçada da superfície de um metal, de modo a
aumentar sua resistência à corrosão.
Esse processo é muito utilizado para proteção do alumínio. A peça de alumínio a ser
protegida é usada como ânodo (pólo positivo) durante uma eletrólise de uma solução
aquosa de H2SO4.
ânodo (Oxidação): H2O 2e + 2H+(aq) + ½ O2(g)
Nesse eletrodo ocorre liberação de gás oxigênio (graças à descarga do OH proveniente da
água). O gás oxigênio ataca o metal do ânodo (a peça de alumínio), formando óxido de
alumínio.
A camada protetora de Al2O3 que se forma é bastante porosa, o que permite a retenção de
corantes nos seus poros. Em seguida, a peça é mergulhada em água quente para que os
poros sejam selados. Dessa forma a peça estará protegida contra a corrosão e vistosa para
ser comercializada. Exemplos de peças anodizadas: janelas, tampas de panela de alumínio
em cores, grades, cinzeiros,...
33
Dispersão: É todo sistema constituído por duas ou mais substâncias disseminadas entre si. A
substância que se dissemina é chamada de disperso e a que recebe o disperso em seu seio é chamada
de dispergente ou dispersante.
De acordo com o tamanho médio das partículas dispersas, as dispersões são classificadas em:
Solução verdadeira ou SOLUÇÃO: as partículas dispersas têm diâmetro menor que 1 nm e são
constituídas por moléculas ou íons comuns , não são visíveis por nenhum processo, não se sedimentam
por nenhum processo e não são retidas por nenhum tipo de filtro. Ex. solução aquosa de sacarose,
solução aquosa de cloreto de sódio, . . .
Dispersão grosseira ou suspensão: as partículas dispersas são agregados de moléculas ou íons, com
diâmetro maior que 100 nm, são visíveis a olho nu, retidas por filtros comuns e sedimentam-se pela
ação da gravidade. Ex. terra suspensa em água, enxofre suspenso em água, ...
Obs.: Depois de algum tempo, as partículas sedimentam-se, isto é, o disperso se separa do dispergente
e, conseqüentemente, o sistema deixa de ser uma dispersão.
Obs.: n gases misturados entre si constitui sempre um sistema homogêneo, ou seja, uma solução
gasosa.
34
Soluções Moleculares ou Não - Eletrolíticas - são aquelas cujas partículas dispersas são somente
moléculas. Por isso, não conduzem corrente elétrica.
Ex. solução aquosa de sacarose, ...
Soluções Iônicas ou Eletrolíticas - são aquelas cujas partículas dispersas são íons e moléculas ou
somente íons. Por isso, conduzem corrente elétrica. Ex. soluções aquosas de ácidos, bases e sais.
Solução Diluída - a proporção do soluto é pequena em relação à do solvente. Ex. O soro fisiológico,
contém 0,9 g de NaCl dissolvido em cada 100g da solução
( 0,9 % ).
Solução Concentrada - a proporção do soluto é grande em relação à do solvente. Ex. Ácido sulfúrico
concentrado, é uma solução de H2SO4 em água, com elevado teor em H2SO4.
Solução Saturada - apresenta a máxima quantidade de soluto que se pode dissolver num determinado
solvente, a uma certa temperatura.
Ex. À 20ºC , a quantidade máxima de KNO3 que pode ser dissolvido em 100g de H2O é 31, 6 g.
Solução Não - Saturada - apresenta menor quantidade de soluto que a solução saturada à mesma
temperatura.
Ex. 30 g de KNO3 em 100g de H2O, a 20ºC.
Solução Supersaturada - apresenta maior quantidade de soluto que a respectiva solução saturada à
mesma temperatura. Uma solução supersaturada é instável, qualquer abalo ou adição de um gérmen de
cristalização (pequeno cristal do soluto ) , e a solução, voltará ao ponto de saturação, sendo que p
excesso de soluto dissolvido irá se depositar, constituindo o chamado “corpo de chão” ou “corpo de
fundo”. Ex. Solução contendo 45,8g de KNO3 dissolvidos em 100g de H2O, à 20ºC.
índice 1 soluto
índice 2 solvente
sem índice solução
CONCENTRAÇÃO COMUM ( C )
35
C = m1/ V (g/L)
m1 −−−−−−−−−−−−−− 1L de solução
EX.:
DENSIDADE ( d )
m −−−−−−−−−−−−−−−− 1cm3 ( 1 ml )
Ex. A densidade de uma determinada solução é 1,84 g/cm 3. Isto significa que 1cm3 dessa solução
apresenta uma massa de 1,84g.
OBS.: Não confunda Concentração Comum com Densidade
Uma solução X apresenta C = 220g/L e d = 1,10g/cm3.
C = 220g/L, ou seja, em cada 1L dessa solução estão dissolvidos 220g do soluto.
d = 1,10g/cm3, ou seja, 1L dessa solução possui uma massa total ( m1 + m2 ) igual a 1.100g.
T% = ( m1/m ). 100
m1−−−−−−−−−−−−−−100g solução
Ex.
36
Para soluções muito diluídas a concentração em massa costuma ser expressa em partes por milhão ou
ppm.
x ppm x mg de soluto
106 mg de solução
x ppm x mg de soluto
1 Kg de solução
m1 ( mg )−−−−−−−−−−−−−−−1 Kg solução
Ex.
M = n1/ V (mol/L)
n1−−−−−−−−−−−−−− 1L de solução
Ex.
37
Fração molar ( x )
nt = n1 + n2
Ex:.
Obs.: Nas soluções onde todos os componentes são gasosos ( o ar, por exemplo), a fração molar é
também a fração volumétrica. Assim, a fração molar em porcentagem de um componente da mistura
gasosa é também a porcentagem em volume desse componente.
Ex.: A porcentagem volumétrica do O2 no ar = 21% a fração molar percentual é igual a 21% e a
fração molar é 0,21.
100 L ar __________ 21 L O2
100 mols __________ 21 mols O2
1 mol __________ 0,21 mol O2
38
Molalidade ( )
Ex.:
Obs.: Numa solução aquosa diluída, 1 L de solução contém aproximadamente 1L de H 2O, ou seja, 1
Kg de água M.
Diluição de soluções
Ex.: 300 ml de água são adicionados a 200 ml de solução aquosa de NaCl de concentração igual a 50
g/L. Qual é a concentração em g/L da solução após a diluição ?
A retirada de uma parte do solvente de sua solução produz um aumento da concentração da solução,
Assim, por evaporação de uma solução aquosa de NaCl, à medida que a água sai da solução sob forma
de vapor, a concentração da solução vai gradativamente aumentando.
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Ex.: 400 ml de uma solução de Na de concentração igual a 0,25 mol/L são submetidos à evaporação,
até o volume final se reduzir a 320 ml de solução. Qual é a concentração em mol/L da solução obtida ?
Quando se misturam soluções de mesmo soluto, a quantidade de soluto na solução final é igual à soma
das quantidades de soluto nas soluções iniciais.
Vamos considerar para efeito de cálculos que o volume final é a soma dos volumes iniciais. Nem
sempre isso ocorre na prática.
Ex.
H2SO4( aq ) + H2SO4( aq ) H2SO4( aq )
2,0 M 1,0M =?
V = 1L V = 2L V = 3L
Quando se misturam soluções contendo solutos diferentes, a quantidade de cada soluto antes e após a
mistura, permanece inalterada.
Tudo se passa como se cada solução individualmente sofresse uma diluição.
Primeiro Caso: Mistura - se 1,0L de solução aquosa 1,0M de HCl com 1,0L de solução aquosa 1,0M
de NaOH.
a) A solução obtida é ácida, básica ou neutra?
b) Qual a concentração em mol/L do sal formado na solução?
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Terceiro caso: 100 mL de H2SO4( aq ) de concentração 4 mol/L são adicionados a 300 mL de NaOH ( aq )
de concentração 2 mol/L.
a) A solução obtida é ácida, básica ou neutra ?
b) Qual a concentração molar do Na2SO4 formado na reação ?
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EXERCÍCIOS -
01. Que volume de solução de NaCl de concentração igual a 50g/L deve ser adicionado a 200 mL de
solução de concentração igual a 100g/L para obtermos uma solução de concentração igual a 60g/L ?
R:. 800 mL
02. 200 mL de solução de NaCl de concentração 0,3 mol/L são adicionados a 300 mL de solução de
CaCl2 de concentração 0,4 mol/L. Calcule as concentrações em mol/L dos íons Na+, Ca2+ e Cl- na
mistura. R:. Na+ = 0,12M ; Cl- = 0,6M e Ca2+ = 0,24M.
03. Que volumes de soluções de concentração 1,0 mol/L e 2,0 mol/L de NaCl devem ser misturadas
para obtermos 100 mL de solução de NaCl de concentração 1,2 mol/L ? R:. 80 mL da 1,0 mol/L 20
mL da 2,0 mol/L
07. 2,24 L de HCl( g ) medidos nas CNTP são totalmente absorvidos em 2,0 L de solução de
concentração 1,0 mol/L de NaOH. Indique:
a) se a solução obtida será ácida, básica ou neutra;
b) a concentração em mol/L do sal formado na solução obtida; R.: 0,05 mol/L
c) a concentração em mol/L do reagente em excesso se houver, na solução obtida. R.: 0,95 mol/L
08. Num laboratório, há uma solução de Ba(OH)2 de concentração desconhecida e outra de HCl de
concentração 0,10 mol/L. Um químico resolveu determinar a concentração desconhecida fazendo sua
titulação com a solução de HCl. Para isso, pipetou 20 mL da solução de Ba(OH) 2, transferiu - os para
um erlenmeyer e adicionou gotas de solução alcoólica de fenolftaleína. A seguir, abasteceu uma bureta
com a solução de HCl, fez o nível dessa solução coincidir com o zero da bureta e iniciou a titulação. A
coloração inicial no erlenmeyer era vermelha, porque a fenolftaleína em solução básica adquire essa
coloração. À medida que a solução de HCl é gotejada no erlenmeyer, a quantidade de Ba(OH) 2 vai
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diminuindo gradativamente, porque ele vai sendo neutralizado pelo HCl. No instante em que a solução
no erlenmeyer ficou incolor, o químico fechou a torneira da bureta e leu o volume de HCl gasto na
titulação. Esse volume era 12,5 mL. Qual a concentração da solução de Ba(OH)2? R.: 0,03125 mol/L
09. 10,0 g de H2SO4 foram dissolvidos em água até completar o volume de 250 mL de solução. 50 mL
dessa exigiram na titulação 38,48 mL de solução de NaOH de concentração 0,05 mol/L. Calcule a
pureza do H2SO4 analisado, supondo que as impurezas não reagem com NaOH. ( Dado: massa molar
do H2SO4 = 98 g/mol )
R.: 4,7%
10. 25,0 mL de solução HNO3 de concentração desconhecida exigiram na titulação 22,4 mL de solução
de KOH de concentração igual a 0,10 mol/L. Calcule a concentração de HNO3 em mol/L. R.: 0,09 M
11. 0,800 g de uma amostra de barilha ( Na 2CO3 + impurezas ) foram dissolvidos em certa quantidade
de água e a solução foi transferida para um balão volumétrico de 250 mL. O volume da solução foi
completado até 250 mL com água destilada. Foram pipetados 25,00 mL dessa solução e transferidos
para um erlenmeyer, onde foram colocadas algumas de alaranjado de metila ( indicador ). A seguir, foi
feita a titulação com solução de H2SO4 de concentração 0,025 M, tendo sido gastos 26,25 mL. Calcule
o teor em Na2CO3 na barilha analisada, sabendo - se que as impurezas não reagem com H 2SO4. ( Dado:
massa molar do Na2CO3 = 106 g ) R.: 87%
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