Escolas Que Aprendem - Pensamento Sistêmico - (Incompleto)

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Um guia da f para educadores, pais e todos que se interessam por educa¢ao € regulagées governamentais, politicas empresariais e ou- tros sistemas sociais jd foram projetados ~ freqiientemente Arevelia, sem se questionar os pressupostos que fundamen- tam seus modelos. Esses modelos sio testados de forma “experimental” em pessoas reais e comunidades reais, sen primeiramente modelarem-se os efeitos a longo prazo ou realizarem-se experimentos-piloto em pequena escala. No século XU, espero que uma educagio sistémica melhor con- duza a melhores projetos de sistemas em toda parte, PS PENSAMENTO SISTEMICO NA SALA DE AULA [Nina Kruschwtz, Debra Lyneis, Lees Stuntz Este guia para pratica de sala de aula foi reunide por Lees Stuntz, diretora do Creative Learning Exchange (Toca criativa em Aprendizagem) (p. 151), uma das primeiras fontes de pesquisa e desenvolvimento no campo, Debra Lyneis, que trabalha com as escolas pit blicas da cidade de Carlisle, em Massachusetts, com 0 Creative Learning Exchange, para aperfeigoar ecom- partlhar curriculos de pensamentosistémico, e Nina Kruschwite,editora geral de Eolas que Aprendem, que aprendeu as ferramentas e habilidades do pensamen: to sistémico em seu trabalho no Organizational Learning Center (Centro de Aprendizagem Organi zacional) da MIT. © pensamento sistémico em salas de aula da educagio infantil ao ensino médio ainda é um fendmeno relativamente novo, que exige muita experi mentago, tentativa e erro. Se voce é professor, talvez fique in- trigado com quest6es como: Por ‘onde comegar? Quanto preciso saber antes de introduzit meus {As seguintes pessoas foram ‘enerosas,doando seu tempo arn ajugars prepara es ‘igo: Diana Fisher, escola po: biieas de Portland, OR; Jahn Heinbokete Jet Poiash, Trinity Colege de Vermont Rob Guat dene Alan Ticotsky das esc. Ise pablicas de Calisto, MA; ‘ist Costeio, Champlain Vale, ‘Vijay Scheetz, Coordenado: ‘de pojetos ca Waters Foun Lay ste rm iStpubtessancance dente alunos a0 pensamento sisté ede Tim doy ‘ajuda? O que usc aon. ut Sale co? Onde procurar ajuda? Oq ‘in YaecetaneSootaker, esperar de meus alunos Catalina Fost, Tucson, AZ: DBorathy Johnson, Actom Box ‘borough Regional ign School, ‘Acton, Whe Barry Richmond, high Pertormance Systems, Nao existe um modo tinico de agir. As pessoas entram nesse territ6rio a partir de todas as dis- ea ciplinas e com uma ample varie ee dade de experiéncias. Voce (€ ‘seus alunos) podem ficar satisfeitos simplesmente em usar ‘0 pensamento sistémico para adquirit novas perspectivas sobre 0 curriculo existente ou pode desejar aprender o su- ficiente para desenvolver seus proprios modelos de com- putador. Porém, independentemente de onde vocé come- gar e de até onde quer chegar, existem certas coisas que ‘voce pode esperar encontrar, atividades que esperamos que ESCOLAS que ApRENDEM 143 vocé experimente, atalhos que esperamos que vocé evite € recursos que achamos que vocé iré valorizar. Por que pensamento sistémico na sala de aula? © pensamento sistémico é a capacidade de entender (e as vezes de prever) interagdes e relagoes em sistemas dinimicos e complexos: os tipos de sistemas que nos ro- deiam e nos quais estamos inseridos. Alguns dos sistemas que ja so estudados nas salas de aula - 0 crescimento populacional, o uso da terra, oclima ea producao agricola, as causas de revolugées e padrdes de transito ~ se aplicam 20 uso do pensamento sistémico e de seus instrumentos. Os sistemas sempre existiram, e a capacidade de pen- sar de forma sistémica ndo é nova e nem misteriosa. Uma professora, apés uma disciplina introdutéria, deu voz as eagdes de muitas pessoas quando exclamou: “Isto € ape- nas bom senso!". De muitas maneiras, isso é verdade. O pensamento sistémico capacita vocé a perceber 0 quadro geral, os detalhes minimos que o compdem e 0 modo como as partes interagem ao longo do tempo. ‘As ferramentas da dindmica de sistemas ~ gréficos de comportamento ao longo do tempo, diagramas de es- toques € fluxos, ciclos causais, modelos de computador, simulagées ¢ arquétipos ~ sao maneiras para nos ajudar a entender esses sistemas e a dindmica que os move de for- ‘ma mais eficaz do que entenderiamos sem elas. Com essas ferramentas disponiveis para aperfeigoar curriculos existentes, os estudantes podem aprender como especificar e quantificar os tipos precisos de influéncias que fazem com que os sistemas crescam e se estabilizem, para entdo simular essas influéncias observar 0 compor- tamento do sistema ao longo do tempo conforme pressu- postos varidveis. Com a pratica, podem aprender a identi ficar as partes de um sistema definido, analisar e entender as interdependéncias entre elas, as condigées que criam essas interdependéncias e seus efeitos no tempo e no es- pago, Diferentes ferramentas so adequadas para tarefas iferentes e, como ocorre com qualquer coisa, professores e estudantes estario mais predispostos a usar determina- das ferramentas que outras. Recentemente, um grupo de educadores de Cinga- pura visitou uma classe da sétima série da Tubman Middle School (para criangas de 10 a 14 anos) em Portland, Oregon. Uma aluna explicou os detalhes finos do modelo que havia criado, observando de modo casual: “Uso essas ferramentas em toda a parte — como uso graficos do com- portamento ao longo do tempo em qualquer uma de mi nhas aulas ~ mas, sabe como é, meu preferido é 0 ciclo causal”, Para 0 professor que assistia, as palavras dessa garota representavam uma forma de vitéria. Esse senso de familiaridade, confianga e propriedade raro de ocor- rer com usudrios de ferramentas intelectuais. De modo ideal, os estudantes deveriam se sentir assim com relagio 144 PETER SENGE & COLS. a todas as habilidades que adquirem na escola ~ da alge- bra e A andlise gramatical. Com muita freqiéncia, esse senso de propriedade é tirado dos estudantes pela forma costumeita de ensinar. Com 0 pensamento sistémico, os professores tém a oportunidade de dar aos estudantes um conjunto de ferramentas que proporciona a eles uma van- tagem pelo resto de suas vidas ~ na escola e fora dela. Quando Diana Fisher, uma professora de matemati- ca do ensino médio, descobriu o pensamento sistémico ea modelagem de computador, sentiu que havia encontrado a ferramenta que buscara por toda sua vida. Vislumbrou uma forma de os estudantes entenderem como as “coisas, no mundo real” funcionam de verdade. ‘As equacbes nao dizem nada para a maioria das pessoas’, diz ela. “Mesmmo com minha formagao e experiéncia lecionando mateméti- ca, quando vejo uma equacao desconhecida, digo a mim ‘mesma: ‘Oh, meu Deus, vou precisar sentar e analisar cada parte disso’. Mas um diagrama é uma forma natural de contar uma histéria, devido a sua natureza visual. Exis- tem estudantes que tém capacidades analiticas notaveis, nas quais nem chegamos a tocar. Se vocé apresenta uma ferramenta como o STELLA [veja a p. 147], podemos fa- zer com que eles voem. Podemos alcangar populagées de estudantes que nunca atingimos antes”. Graficos de comportamento ao longo do tempo na sala de aula {As ferramentas mais basicas e, para muitos, as mais faceis do kit do pensamento sistémico so os grificos de ‘comportamento ao longo do tempo. Podem ser usados em qualquer curriculo, em qualquer série ¢ ndo necessitam, de nenhum equipamento especial. A maioria dos estudan- tes ja viu algum tipo de grafico, e essa familiaridade pro- porciona uma boa base para uma introdugao as habilida- des de pensamento sistémico. Os grificos de comporta- mento ao longo do tempo podem ser © primeiro passo para usar ferramentas mais avangadas—ou. podem ser usados sozinhos pata ajudar os estudantes a refletir sobre padroes de mudanga 20 longo do tempo. Estudantes da terceira série do ensino fundamental em Car- lisle, Massachusetts, so apresen- tados ao “Jogo da extingéo dos ‘mamutes”, uma atividade curri- cular, como parte de sua aprendizagem sobre as eras glaciais fem estudos sociais. Criam gréficos como este jogando da- dos para representar nascimentos e mortes de mamutes. A cada ro dada do jogo, a populagao total do grupo diminui Quando os nime- ros da manada total séo delineados ano apés ano, surge uma imagem. Embora todos os grificos apresen- Os grticos de comporamen {bee longa 69 tempo tem am Sho Xeun suoYronde oe X (pontont sempre repre fenta otempo, co mosias ‘Stvelgcemidso longo do Popuasio Tempe tem uma tendéncia a diminuir, 7 © grafico de cada grupo ¢ dife- rente. A chave é ajudar os estu- dantes a enxergar 0 padrdio em seu grafico, e perguntas como “O que est mudando? Como esté mudando? Por que esté mudan- do?” podem ajudar a conduzir a conversa, Também é importan- te certificar-se de que criangas de qualquer idade compreendem que a linha de um grafico corres- ponde a mudanga: neste caso, uma curva ingreme significa uma diminuiggo populacional répida, enquanto uma linha mais horizontal significa uma taxa de redugio menor, © uso de grificos de comportamento ao longo do tempo nio se limita a matemética ¢ & ciéncia. Em uma classe de inglés do ensino médio, os estudantes que esta- vam lendo O Senhor das Moscas” trabalharam em grupos para fazer o grafico de como o nivel de poder dos perso- nagens mudava 4 medida que os eventos de cada capitulo se desenrolavam. Comparando resultados, os estudantes famo-nos bastante em Getting Started with BOTGs: Four Curriculum Examples (Comegando com Graticos de Compertamento 20 Longe do JFempo: Guatro Exemplos do Curriculo, de Gayle Ricnars- one Debra Lynes, paraesere- Wer esta se¢ao. Dispanivel no website da CLE (nuplflex. change.org), 0 artigo 6 um re- furse valoso para qualquer lim que esteja comecando, Contém planos, orientacao passo-s-passoe encorajamen- {oparaprofessoresjuntamen fe com quato exerplos de I- foes de Ieratura e clencias Socials ‘Aluta do Jack @ Ralph pelo poder no decorrer de O Senhor das Moscas Ralph Va ( 123 45 67 8 9 10 Capitulo Capitulo 1: No prmotr dia dos garotes na iha, Ralph & indicado ‘como chele. Ele ganha sou poder devide a sua aparénciatisiea traente © a0 fato de que esta em posse da concha, Jack toma-se lider de seu grupoleagadores e tem grande conianga em si mesmo. i 2 Capitulo 2: Jack ainda & relativamente respeitado na iha, mas reconhece Ralph como chefe e o obedece, Grande pare de Sua confianga & suprimia, e ele tam pouce poder. Capitulo 3: Ralph ainda 6 reconhocido come chete por Jack, mas © capador comera a se rabelar contra a idéia de Ralph do fazer um sinal de fogo~ argumenta que cagar é mais importante. Capitulo 4: Jack agora 6 respetado come um grande capa Exiboaceu uma dren do habidado poder aoe Rah tao consequ supra sso dovehaadack gran pa ie sus atopic, fazondo com qv sta que Soa um lr super 'N. de RT Novela de William Golding (1954) descrevendo as experiéncias de um grupo de jovens que naufragam em uma ilha «¢fazem uma impactante transigdo da civilizagio para a barbie. Os estudantes na classe deine flés da escola de Tim Joy pro. uziram grticos ce compara. ‘mento ao longo do tempo co- mmo este, querepresentava seu chegaram a um conjunto de questies e discusses profunda- mente envolventes. Como 0 gré- fico de cada grupo era diferen- gramme pemerie te, cada um dees deve ter par seecerrteae.g Setters do de um conjunto de premissas primeirs quatro capiuios te diferentes sobre a natureza da tetudaniestanrm dagramas “realidade”, ara toda a hist “Eu havia lido sobre grifi- cos de comportamento ao longo do tempo”, disse Tim Joy, o professor, “mas nao tinha idéia se conseguitia fazer isso. A tarefa era tracar a linha dos personagens ao longo do livro. Eles terminaram em casa e quando voltaram no dia seguinte, mal consegui fazer a chamada, Estavam mostrando os gréficos uns para os ou- {tos e seus argumentos jé estavam sendo expostos. Mes- ‘mo nas melhores citcunistancias em turmas boas, nunca tivemos discussées to animadas. Eu os reuni para que fizessem graficos representando 0 ponto de vista con- sensual. Foi um golpe de sorte, pois levou a um dever de casa em que deveriam escolher um gréfico com 0 qual discordassem e defender sua opiniao em um breve attigo. Quando vi as respostas dos estudiantes ~o grau de partici- ago, 0 nivel de raciocinio e discussdo ~ vi que esta era, ‘uma ferramenta que continuaria usando”. Veja "As cinco disciplinas para iniciantes” na p. 47, para uma explicagéo dessas técnicas. Diagramas de ciclos causais s diagramas de ciclos causais propiciam 0s professores € alunos uma maneira esquemética de ‘mostrar 0 modo como diferentes elementos em um siste- ma influenciam uns aos outros. Mais importante, identifi cam 0 feedback circular. A medida que diferentes partes de ‘um sistema afetam umas as ou- tras, causas se tornam efeitos que, por sua vez, se tornam cau sas. Enquanto os gréficos de comportamento ao longo do tempo deserevem “o que” acon- tece em um sistema, 0s ciclos causais mostram 0 “porqué”. Por exemplo, um diagrama de ciclo causal simples poderia ser usado para mostrar porque o uso de drogas por um viciado aumenta. Muitos professores so atraidos por ciclos causais e de- senvolvem um gosto intuitivo owen vous por mapear causas e efeitos. Os diagramas podem ser titeis er para proporcionar uma visuali- zago répida de uma relacao causal. Embora os diagra- mas de ciclos causais possam apresentar sistemas razoa- Neste simples diagrama de siclo causal com retorgo, & ia dela, © que, por sua ver, uments 9 uso, © assim por ante ESCOLAS QUE APRENDEM 145 velmente sofisticados e com- plexos, inicialmente é melhor manté-los simples. Ao falar de diagramas de ciclos causais para os estudan- tes, talvez vocé precise ler “ao redor” do ciclo varias vezes an- tes que entendam a idéia de que ‘causa original influencia o efei- to € 0 efeito original influencia a causa, a cada volta. Em ciclos ‘que possuem mais de duas varid- veis, ler ao redor do ciclo par- tindo de cada varidvel ajudard a reforgar a idéia de que ‘cada seta representa uma relagéo causal. Como todas as variavels em um diagrama de ciclos causais devem ser capa- zes de aumentar ou diminuir, é decisivo que se escolha a Jinguagem adequada. Oriente os estudantes para escolhe- rem varidveis que sejam substantivos ¢ fale sobre cada ele- mento. O que significa dizer que esta aumentando? O que significa dizer que est diminuindo? Os diagramas de ciclos causais, a principio, parecem ‘muito abstratos. Os estudantes da escola fundamental con- seguem entendé-los quando sao desenhados e explicados, ‘mas provavelmente nio so capazes de criar um por conta prépria, Mesmo em salas de aula da sexta série, alguns rofessores verificaram que apenas a metade dos alunos, com suficientes informagées sobre um sistema, consegui- ram criar um cielo de feedback correto para ele. Contudo, 5 estudantes conseguiam ampliar ou refinar um diagra- ma de ciclos causais existente. A compreensio da leitura se torna muito importante para usar essa ferramenta, e se vocé est usando fontes, ndo-curriculares — jornais, revistas ou pesquisas conduzidas pelos alunos ~ as informacées necessérias para completar um Ciclo de feedback so muitas ve- zes dificeis de encontrar. Ao tra- balhar uma unidade sobre a re- volugio americana," estudantes em Brunswick, Geérgia, passa- ram varias semanas lendo, dis- cutindo, assistindo videos e fa- zendo atividades praticas antes de desenharem um diagrama de ciclo causal em classe, Tenha em mente que, apesar de sua aparente comple- xidade, os diagramas de ciclos causais representam uma ‘Uma excelente atvidade pat fa chamada "0 jogo da amiza- {e" incorpora o.uso de grt 258 de compartamento a0 lon {go dotempo ede dagramas de €iclos eausals enquanto os jo ‘ens usam sua propria expe ‘iéneiapara aprender comota- ‘Bore manter amigos, Pode ser ‘endo com alunos de primeira segunda sete esta cep hivelno website Creative Lear- ting Exchange no enderego hipulelexchange-org, como home The Friendship Game (0 ‘Jogo da Amizade). Um grupo de estudantes do ‘ensino fundamental (parte do 14 GIST em Brunswick, stusando a revolugao americana conseguiv entender ‘papel da agao ereagao cree: tentes quando desenvolveram lum dlagrama de ccioscaveals ‘queilustrava como arava dos Colonas contra leis aprovedas pelo Parlamento Britnico ape fas servia para fazer com que Os britnicoscriassem iets aime fda mais restrtivas, ‘'N. de RT, Em 1765, o Parlamento Inglés aprova o “Stamp Act’, para pagar as tropas britanicas na fronteira americana, Os colo. ‘hos protestam violentamente, No ano seguinte, o "Stamp Act” & rejeitado, mas, em compensagdo, é aprovado o "Declaratory Act”, reafimando seu direito de legislar sobre as col6nias, Em out. bro de 1768, tropas britfnicas chegam a Boston para garantir a lei da alfandega, o que provoca mais protestos... Mesmo depois dda Declaragéo de Independéncia, a 4 de julho de 1776, o ciclo continua, 146 PETER SENGE & cos. visio super-simplificada. Foram desenvolvidos original- mente como uma ferramenta de comunicagio, uma forma visual simples de mostrar a dindmica bisica de um siste- ma para pessoas que no fossem modeladores de siste- mas. Também podem ser uma forma maravilhosa de co- megar uma discussio, mas nao necessariamente levam os estudantes a fazerem suas proprias perguntas sobre um sistema. Até que os estudantes tenham sua propria base de experiéncia para apois-los, alguns professores conside- ram melhor passar ditetamente para os diagramas de es- toques e fluxos, ‘Agdo dos f.» Necessidade do Nocessidade vinganga de vinganca dos brtanicos ‘dos colonos, NS ri ‘gio dos XL Arquétipos de sistemas 0s arquétipos de sistemas usam diagra- mas de ciclos causais para mostrar historias genéricas no pensamento sistémico — padres ou estruturas comuns que surgem repetidas vezes em cendrios diferentes. So valio- 0s para comunicar 0 poder de estruturas simples, mas trazem consigo também um perigo. Jeff Potash, 0 diretor- associado do Waters Center for System Dynamics no Trinity College, em Vermont, adverte que pessoas inclinadas a que- rer logo uma resposta podem usar 0 arquétipo como res- posta antes mesmo de fazer a pergunta. Estudantes que assaram anos em um sistema escolar que valoriza res- postas mais do que perguntas podem ser tentados a colo- car sua investigacdo em curto-circuito em favor de esta- rem “corretos”. ‘Ao mesmo tempo, os arquétipos tém um tipo de poder singular: facilitam o reconhecimento de padrdes sistémicos Tecorrentes que surgem em situ: agoes diferentes - incluindo as préprias vidas dos estudantes. Um aluno, conversando com ema lideranca da escola sobre seus problemas com um professor, foi lembrado do arqué- tipo da escalada que havia estudado no ano anterior. Este Esta historia nos fol contada por Joan Yates, da Orange Grove ilizdle Schoo}, no Ar arquétipo € comum em corridas armamentistas e guerras publicitérias, no qual ambos os lados ficam presos em uma rivalidade que tem um alto custo. Ele e 0 professor troca- vam comentarios que deixavam os dois infelizes, e isso estava piorando, ‘Uma forma de introduzir os arquétipos é pendurar diagramas de ciclos causais na parede: um ciclo causal de Romeu e Julieta, da revolugao americana e de uma regiso sujeita a tempestades de areia podem ilustrar “Consertos {que fracassam”. A medida que os estudantes observam as similaridades nesses diagramas, uma discusséo sobre es- truturas genéricas pode surgir naturalmente. Para mais arquétipos, veja “Consertos malsucedidos", p. 65; “Transferindo a responsabilidade”, p. 209; “Tragédia dos re- ‘cursos em comum’”, p. 288; e “Sucesso para os bem-sucedi- dos", p. 230, Diagramas de estoques ¢ fluxos Os diagramas de estoques e fluxos so muito mais verséteis do que os ciclos causais e, ainda assim, so to concretos que sao particularmente valiosos para os jovens, Pensar em termos de entradas € saidas pode ser uma mudanga fundamental de pensamento para estudantes e adultos. Um grupo de professores que aprendia sobre estoques fluxos estava trabalhando para entender porque a populagio de um hospital psiquiatrico cont nuava aumentando. Finalmen- te, o dinamicista de sistemas que estava ministrando o curso disse: “Bem, onde vio os pacientes? Como saem do hospi tal?” Por um momento, houve siléncio, De fato, nao havia lugar na comunidade para os pacientes irem: nao havia clinicas de pacientes externos ou lares para grupos de pacien- tes, Ou seja, nio havia saida, Para ajudar os estudantes a enxergar as entradas e saidas, 0s professores podem fazer per- guntas sobre como esses esto- ques se acumulam e mudam. O que esté acumulando? O que estd causando esse aumento? O que causa uma redugio? Na re- volugio americana, a raiva dos colonos nao apenas aumentou continuamente. Certas ages dos britinicos na verdade serviram para diminuir 0 estoque de “rai- va". Quais foram? Os jovens que trabalham com a histéria vyéem que a raiva no permanece apenas acumulando, Deve haver valvulas de liberacao em alguma parte. Este dlagrama de estoques © fluxos da evolugdo americana ‘mostra como a5 hostiidades ‘liberadaporteis em retaliarao ‘contraos brisnicos. De mane ‘a semelhante, a raiva dos br Uinieos contra as apéee dos colonos se acumula€¢ libre ta coma aprovagio oe lee vi Sando reprimir as insurrelgdes oe colonizadores, ‘Quando os estudantes tabs: Tham juntos para criar seus proprios diagramas de esto: ues efuxos,kitsde sistemas Eomo os eriados por Rona Patereon ¢ Dana Peterson na Catalina Foothills High Seto! fem Tucson, AZ, podem facile far, Seus kits, originalmente projetados para um currculo Sobre a pera Remeu e Julieta, incluem estoques laminado fluxos e coaversores, com i inhas e conectores. Mexer pe- {28 isicas sobre amesa "Tha Ya" 08 estudantes no proces: soe faciltava a mudanga dos lagramas a mecida que seu fenlencimento eres, Riva dos britinicos aumenta, Rava dos colonos contra os brtanicos Estoques e fluxos podem ser diagramados ou dese- nhados usando-se apenas papel e lépis ou um quadro-ne- gro. A medida que questdes e conversagées se desenvol- ‘vem, os professores podem acompanhar possiveis entra das/saidas e influéncias sobre as taxas de fluxos em listas aptesentadas ao lado. Podem ser titeis para fundamenté- Jos & medida que o diagrama se desenvolve e se torna mais complexo. 0s diagramas de estoques e fluxos nem sempre sio feitos isoladamente. Muitas vezes, sto desenhados como parte de uma progressao rumo a simulagdes ou na construgdo de um mode- Jo. De fato, se vocé desenhar um igrama de estoques e fluxos bem-definido, jest a meio ca ‘minho de construir um modelo de computador. mmulagbes aceadss no compu {ador como instrumentos de iydando o= ‘doe alunos ‘sobre sistemas dindmicos do ‘mundo rea) de Wil Costello, {um artigo do Water Center for ‘System Dynamics, disponivel rorendorega hpi Simulagées © fwaterel “Te ta and Bi Game (© Jogo de Certo modelos do Foray de Alan Teoh, Rod eTeua ‘Guaden e Debra Lypeis ums excelente lgso preliminar de modelagem em dindmica de Slstemas para alunos da ed tagaa infantil» da_primel tte, que pode ser adaptada para alunos de todo onsino Fundamental. Veja ips, ‘lexchange.org. AAs simulagées de compu- tador partem de diagramas de estoques e fluxos com equagées para definir cada uma das inter- relagies. As varidveis do mode- lo podem ser manipuladas pe- ON. de RCT STELLA é um programa de computador, um software, que permite criar modelos de sistemas. Rava dos Riva dos calonos é ‘colonos. Niberada Taecor f aumenta > ‘colonos LD GF cartraos biitinicos ESCOLAS QUE APRENDEM 147 Raiva dos brtnicos éliberada Riva dos britnicos contra ‘08 colonos. los estudantes, para aprenderem como os elementos de ‘um sistema interagem de forma répida. Construir um mo- delo pode ser tao simples quanto experimentar com uma variével para ver como mudancas nela afetam o gréfico produzido. Porém, os modelos podem ser programas com- plexos, com janelas que se abrem com questées ou for- necem informacées & medida que o estudante avanca no programa, Para mais sobre software de modelagem, veja a p. 154. Vale a pena - € muito! ~ trabalhar com simulagdes cexistentes para aprender sobre a dindmica de um deter- minado sistema. A simulagdo permite que os estudantes brinquem de “E se...2": experimentar diferentes cendrios possiveis, comparar os resultados e desenvolver uma com- preensio muito mais robusta do sistema como um todo. Muitas simulages sto acessiveis mesmo para alunos da escola fundamental. O jogo da extingao dos mamutes ‘mostra o que acontece quando as taxas de natalidade e de mortalidade mudam ou quando cacadores so introduzi- dos na cena. A versio de “tabuleito”, usando dados, pode levar dias para gerar algumas “corridas”, que um compu- tador pode demonstrar em minutos. ‘O uso de simulagées na sala de aula requer bastante discuss. Antes de cada “corrida’ da simulagao, é impor- tante pedir que os estudantes prevejam como o grafico da populacdo de mamutes iré mudar quando mudarem os riimeros das probabilidades. De outra forma, estariam sim- plesmente jogando um jogo de computador. Comparar os resultados reais, na forma de grafico, com suas expectati- 148 PETER SENGE 4 coLs. vas leva a questdes sobre porqué o sistema pode ter ope- rado de forma diferente do que haviam previsto e a ques- tes mais amplas. Cada grafico tem uma histéria para co! tar. Por que os mamutes ndo permaneceram vivos? Sera que nao havia comida suficiente? Seré que 0 niimero de cacadores cresceu demais? Na cidade de Carlisle, Massachusetts, onde a aula dos mamutes foi desenvolvida e escrita, os professores fi- caram chocados com a compreensao que alunos de 8 € 9 anos tinham do declinio expo- nencial. A classe estava falando da extingdo — a populagao de mamutes sempre se extinguia quando as mortes excediam os Para mais sobre 0 Jogo da Extingio dos Mamates, de Gene Stamell, Alan Tietsky © Rob Quad, vejao website da Creative Learning Exchange no enderega nascimentos — e um estudante ‘tipi clexchang =e perguntou se teria sido diferen- te se, ao invés de se partir de cem ‘mamutes, eles tivessem comecado com mil. Ninguém ti- nha certeza, incluindo o professor. Alguns pensaram que se comecassem com 10 vezes mais mamutes, eles durariam 10 vezes mais. Entio, outro aluno disse que se um em cada trés mamutes morresse a cada ano, o rebanho ainda seria cottado pela metade na mesma quantidade de tem- Po e seria extinto no mesmo periodo. A classe correu a0 modelo, ¢ ele estava certo. Ao final da sesso, com mais, discusses, a maioria da turma havia entendido os concei- tos de declinio exponencial e de meia-vida ~ ainda que sem usar esses termos. Quando o professor apresentou os, terms, os estudantes imediatamente os compreenderam. Os adultos podem se surpreender com a rapidez. com que os jovens aprendem a trabalhar no computador. Como 05 proprios professores podem nao estar acostumados com © trabalho com computadores na sala de aula, podem er- rar por dar explicagdes demais. Uma breve explicacio, seguida por 15 ou 20 minutos para deixar que os estudan- tes experimentem por conta prépria, normalmente € sufi ciente. Acostumadas com video games e jogos de compu- tador, as criangas provavelmente tentardo imediatamente testar os limites do modelo, tentardo “vencer” ou bater 0 computador. Poucos sentem-se intimidados por trabalhar ‘ou com manipular simulagdes, e muitos podem querer pas- sar diretamente das simulagées para construir seus préprios modelos. ‘Uma vez que compreenderam como o modelo foi estruturado, os estudantes do ensino médio que trabalha- vam com a simulagao de Tim Joy para O Senhor das Mos- cas comegaram a questioné-la. Ela nfo permitia que eles inclufssem algumas das relagdes que viram no romance, e alguns deles levaram o modelo para casa para fazer emen- das ale. Tim nos disse: “Eles acrescentaram alguns pilares e tiveram problemas com as entradas, mas foi af que desco- bri que mesmo um modelo fraco é melhor do que certos instrumentos de ensino tradicionais. Ele realmente os for- oua ser explicitos com relacdo aos seuss processos de pen- Samento e as questdes que estavam fazendo’ Nem todos os professores irdo construir modelos como parte do curriculo, Leva um certo tempo para se ficar confortdvel com 0 software, € 0s recursos para infor. matica ainda so limitados em muitas regides escolares, Porém, para aqueles que o fazem, o entusiasmo gerado ea satisfagdo de ver 0 que as crianeas podem fazer colaboram muito com sua propria curva de aprendizagem, Usar softwares apresenta uma nova e, &s vezes, ines- perada dificuldade: a necessidade de depuré-lo. Diana Fisher uma vez passou uma semana e meia com um estu- dante, tentando descobrir porque seu modelo de compu- tador nao funcionava. Finalmente, entenderam que o es- tudante estava usando unidades de medida inconsisten- tes ~ quilémetros em uma parte do modelo e metros em ‘outra. Essa foi uma ligdo valiosa e que, como ela mostrow 4 turma, haviam visto ilustrada nos jornais varias vezes com o telescdpio espacial Hubble e com outros projetos enormes e caros. 3s sobre diferentes tipos de aprendizes ea 5 veja a p79. Para mais explicag lade de terem explicagdes visa Os estudantes do ensino médio em Portland, Oregon, par- ticipam de uma competigao anu- al chamada “SymBow!”. Nela, os estudantes apresentam os mode- los que desenvolveram em um om pensamento sistimco sofisticado formato visual que Suerseiances.cecompans: inclui uma explicagao do proble- _gramas de ciclos causa, dis ‘ma, 0 préprio modelo, os recur- Sfames oe estoques «axes Sos que usaram e os desafios que _ Sentem “compreensio gera™ encontraram, de modo que to- 0, website da CLE tem mais dos possam replicar seus resul- tpshuaraclerchange-ot tados. Os estudantes ficam livres) —=—=$=$=>=>——— para escolher seu proprio tema. ‘Uma equipe de alunos do tiltimo ano de ensino mé- dio que estudava elementos de ciéncias forenses’ interes- sou-se pelo proceso pelo qual um legista descobre hai quanto tempo um corpo esta morto, Encontraram um legista para en- uevistar, que também emprestou alguns de seus artigos de jornal originais. Os estudantes escolhe- ram trés varidveis que forneci- am pistas para a hora da morte: a temperatura ambiente, peso corporal ¢ as roupas - 5 estavam molhadas, secas ou ausentes. Descobriram como modelar as duas primeiras sem muita dificuldade, mas a Questio das roupas representava um problema. Como po- Geriam representar todas as varidveis em uma tinica fér- mula? Os estudantes encheram trés recipientes com 4gua 37°C e colocaram uma toalha molhada ao redor do pri- Uma mostra semetnante a0 SymBowl usada no norceste dos Estados Unidos &chama: {4a de “Dynamiauest™ Os, tudantes podem apresentar qualquer trabalho relaionado 0 griico de comportamento ao longo do tempo e odiagra- ma de estoat ‘como roupas secas ou malha Sas afetam a taxa de perda de temperatura corporal apés 8 IN, de RT. Disciplina optativa, que no faz parte do curriculo eee ptativa, que no faz parte de Toad Coneroinsa # Pee docalr @ Temperature Roupas ambiente Pose comora meiro, nada no segundo e uma toalha seca no terceiro. Por duas horas, mediram a temperatura da agua a cada 15 minutos para entender a curva. Um grupo de estudantes da Bromfield High School, em Harvard, Massachusetts - com pouquissima experién. cia no programa STELLA - queria modelar alguma coisa de sua comunidade. O diretor su- geriu que olhassem o processo forcamentério anual da escola. Larry Weathers, um professor de ciéncias que trabalhou com os estudantes, encontrou um mode- lo genérico para “confianca e controle” que os estudantes poderiam modificar e usar como base. Quando usaram e entenderam o modelo, decidiram que precisavam ouvir as perspectivas das varias partes envolvidas no processo o- ‘amentério, Entrevistaram administradores e membros do comité escolar com relacdo as dificuldades do proceso orcamentario. Os estudantes verificaram que ter confian- ‘ga demais era tdo destrutivo para um processo bem-stce- ido quanto desconfianga demais. Confianga demais im: plicava a possibilidade de fraudes, que levaria a desconfian- ‘a, confianga de menos indicava a incapacidade de traba- Thar em conjunto e de fazer acordos. Uma quantidade equi- librada de confianga e escrutinio permitia que ambas as partes chegassem a um consenso. . ‘Apés desenvolver 0 modelo, mostraram-no as pes- soas que haviam entrevistado e explicaram como funcio- ava, Os adultos concordaram que era um modelo valido € agradeceram as criangas. Naquele ano, o orgamento fot desenvolvido e aprovado quase sem nenhum problema — e embora ninguém credite isso ao modelo, os estudantes gostam de acreditar que a oportunidade que deram aos adultos de pensar sobre 0 processo teve algo a ver. (© modelo “Bang” dos estu- antes de Bromfield ests cis ponivel no website ea CLE no fenderero. hntpstwinclexchange.org. Modelando sistemas com variaveis intangiveis As vezes, os professores consideram dificil demais atribuir valores mateméticos a variéveis “maledveis” como a inocéncia, felicidade ou a autoconfianga. Como néo po- ESCOLAS QUE APRENDEM 40,00 30,00 183 ‘Temperatura corporal em Centigrados 0,00 625 1250 Horas 18,75 dem ser mensuradas, como podem ser modeladas? Ainda assim, como os exemplos apresentados aqui mostram, é possivel modelar qualquer coisa, desde a falta de confian- ade um administrador escolar até as emogdes intensas de Romeu. Isso € feito atribuindo-se mimeros que representam ‘quantidades comparativas (de entusiasmo, por exemplo). ‘Como observa Barry Richmond, o criador do software de modelagem STELLA, muitas qualidades que nao podem. ser mensuradas ainda podem ser quantificadas. Se ar uma varidvel “maledvel”, como uma emogao ou uma atitude de grupo, parece dificil, isso pode aconte- cer por ser facil desconfiar de muitas dessas quantificagées, ‘a menos que sejam transparentes e a menos que os pres- supostos subjacentes & quantida- de sejam explicitados. Pode-se estabelecer uma férmula, por exemplo, na qual a capacidade de matar de Macbeth duplica cada vez. que ele (ou sua espo- sa) percebe um insulto, mas vocé consegue defender essa relacio? Por que ela duplica? O que au- menta mais a capacidade de as- sassinar ~ insulto ou ambigio? Decidir como quantificar variaveis “maledveis” pode to- ‘mar uma quantidade razodvel de discussio e pensamento rigoroso sobre as relagies entre as varidveis “maleaveis” e outras varidveis do sistema. Certas pessoas preferem cha- mar isso de valores “retéricos”. Quando vocé escolhe um. niimero, vocé est, de fato, assumindo uma posigo que deve ser capaz de defender, contando uma histéria que cexija respeito por esse niimero. te ‘quantifier 9 inquantficavel © para um gula aprotundade so bre a modelagem de sistemas ‘omgeral veja"An Introduction {0 System Thinking” (Uma Ine twedugto ao Pensamento Sis mica) de Bary Richmond em ‘A STELLAManual (Hancver, ‘Nii: Migh Performance Sys tems, 1997), é Aprendizagem centrada no aprendiz a Um beneficio das ferramentas de pensamento sis- témico ¢ que os professores tendem a fazer os estudantes trabalharem em pares e grupos. Os estudantes que traba- Tham em pares para construir um modelo no STELLA, por 150 PETER SENGE & COLS. Soldariedade dos Montecchio ‘Aumento em solidariedade Diminuigao em solidariedade ‘Amar romantica por Julieta Hostiidade Estreiteza ‘mental comunicagao exemplo, tém um colega com quem podem fazer perguntas € testar seu pensamento, Uma clas- sede matematica da oitava série, usando o STELLA para fazer gr ficos de equagdes simples quase um ano apés seu tiltimo encon- tro com o software, apresentou questées como: “O que acontece- 14 se trocarmos essa varidvel para 52” “Vocé lembra como trocar a escala pata unidades consisten- tes?” “Isso nao parece 0 mesmo problema que fizemos em estudos sociais?” “O que fez vocé escrever ‘a equagao dessa forma — nao po- demos fazer assim também’ Estudantes que trabalham juntos nesse tipo de ambiente tém muito maior probabilidade de fazer perguntas novas sobre um problema do que de ficar obcecados com a ob- tengio da resposta certa. Embora possam precisar de uma certa orientagao para permanecerem no rumo, 0 questio- namento pode levé-los além do que eles ~ e seu professor ~ esperam. Os estudantes de Dorothy Johnson termina- ram seu projeto sobre Romeu e Julieta escrevendo peque- nos ensaios. Uma questao opcional pedia que os alunos Esta lustrapdo mostra uma sh mmulagio de Romeu e Juleta Borathy Johnson, professors {e inglés do ensina medio em Ma, {es avangassem algm de uma atluce de-ide com fee fo" ‘que avid, Romeu Neste ane, Sctescentel um componente do STELLA. Os estucentes te eram mato mais empatia © "hte quostSes apresentaram tim gr de reflex quo flor a ates: © modelo propiieu Ua decussto mals das relapse pre ‘08 personagens e também os ppontos de vista que estavam modelando™ Possiblidade de viverem felizes para sempre Diminui ‘aumenta Impulsividade Diminuigdo em ‘comunicagao trabalhassem em grupos para desenvolver um diagrama de estoques e fluxos ¢ um modelo no STELLA, com uma historia de sua escolha. Ela sugeriu que eles os mantives- sem simples. Mesmo estando confiante de que ninguém escolheria essa op¢ao, ficou surpresa quando todos os pa- res decidiram modelar historias que iam desde contos de fadas até Ratos e Homens ~ muitos permaneciam apés a aula para trabalhar, Will Costello, um professor de fisica e mentor de pen- samento sistémico em Vermont, lecionou uma classe de modelagem para formandos do ensino médio. Dois alu- nos de suas classes de ciéncias interessaram-se pela ques- tao de se a Guerra Civil Americana’ havia sido inevitavel. Decidiram fazer algumas pesquisas sobre a produgio de algodao para entender o crescimento das plantations ¢ a demanda por terra ao longo do tempo. Incapazes de en- contrar as informagées de que precisavam na biblioteca, fizeram um passeio até a escola agricola de uma universi dade proxima. L4, por acaso, encontraram um professor que havia feito 12 anos de pesquisa sobre o algodéo no sul, que os ajudou a entender as varidveis de que precisa- vam para construir seu modelo, 'N. de RT. 0 tragico conflito interno entre o Norte e o Sul do pais custou 618 mil vidas (2% da populago americana da épo- ca) e prolongou-se de 1859 a 1865. “VYocé pode imaginar 0 quanto foi enriquecedor”, diz Costello “para jovens estudantes - que nao eram espe- cialistas em histéria - produzir © tipo de idéias que estavam tendo, que quase nfo poderiam ter sido capazes de conceber. Perceberam a conexo entre a exaustiio do solo - 0 algodio es- gota o solo em dois anos ~e a quantidade limitada de terra ard- vel que os donos de plantations do sul tinham disponivel. Os es- tudantes descobriram através de sua prépria pesquisa que tinha havido razdes econdmicas para sul entrar na guerra. Acho que os estudantes podem aprender € ter um desempenho em niveis que nao conseguimos sequer imaginar se tiverem as ferra- mentas e o encorajamento necessérios para isso”. (0 Waters Center for System ‘ynaniesdo Tiny Collegeem Vermont dedica'sea auniar 0 Sesenvolvimentoeapiearusoe feducacionais da dinamica de Sstemas em todo espectro da ‘edueagio infanlatéapos-gta- fduagao.Elestém uma varieda- de de produtos e servigos es pecificos para auxliara edu- ‘ago sistémica, incluindo es- {dos de cas0, curieulos, s- mulagdes de’ computador, Confereneias ecursas links paraouttos sites. Seus produ {or e80 gras, podem ser ob- tidos por download em seu website. Vejacendereso hit nwtrinityriedulvaters. Unindo as disciplinas Quando os estudantes entendem um conceito em ter- ‘mos sistémicos ¢ experimentam a excitagio de ficarem en- volvidos e curiosos, naturalmente buscam aplicar 0 pensa- mento sistémico a outros cendrios. Estudantes que estavam lendo 0 Senhor das Moscas na aula de inglés em uma escola catélica trouxeram suas discussbes sobre a inocéncia perdi- da para sua disciplina de estudos religiosos. Impressionado com a intensa discussio sobre o bem e o mal e desconhe- cendo os diagramas e a linguagem que os estudantes esta- vam usando, o professor de religido procurou o professor de inglés para descobrir “o que estava havendo”. Apés ver 6s graficos que os jovens haviam criado, orientou os estu- dantes em uma discussdo sobre William Golding. ‘A crenga do autor de que o homem tem um nticleo mau inato esté em desacordo com os ensinamentos da igreja catélica”, dis- se o professor de religiio. Essa afirmagao em si proporciona um trampolim para uma discussio aprofundada sobre os possiveis, significados do pecado original e da redengio. Embora 0 professor de re- ligidio houvesse ouvido falar so- bre o pensamento sistémico e as ferramentas da dinamica de sistemas anteriormente em reunides, ele os havia evi- tado por considerd-los técnicos demais, voltados para a ‘matemitica e a ciéncia. Um semestre depois, os professo- res do departamento de estudos religiosos estavam usan- do as ferramentas. Agora, varios anos depois, os iniciantes em estudos religiosos esto usando muitas ferramentas de sistemas e construindo modelos de computador sobre 05 efeitos de construir represas sobre as populagoes de salmio em resposta ao fato de um bispo haver chamado um rio préximo de “4guas sagradas”. A rolexso dos bispos 08 do noroeste sobre abacia {0 rio Columbia atirmou que o Flo Columbia deve ser consise- Fado como "Aguas sagradas", luma posted que multos vram ‘como uma sada radical para a ‘grea ESCOLAS QUE APRENDEM 151 Vocé pode mudar o mundo? Existem boas razdes para pensar que o esforco para aprender modelagem e ensiné-la as criangas sera recom- pensado de formas inesperadas. Martha Lynes, uma pro- fessora de fisica de Northampton, Massachusetts, desen- volveu um curriculo ha cinco anos, no qual seus alunos construfam foguetes com garrafas de refrigerante. Os es- tudantes primeiramente familiarizaram-se com graficos de comportamento ao longo do tempo e diagramas de esto- ques e fluxos e depois com modelagem preliminar. A mai- or emosiio, € claro, veio 20 construirem os foguetes e os dispararem em um campo perto da escola. Eles filmaram (8 vos dos foguetes e depois cobriram a tela da televiséo com plastico para mapear seus rumos. Trabalhando em grupos, desenvolveram modelos para explicar os rumos de véo, que apresentaram & classe. ‘Apés formar-se, um dos estudantes da primeira turma escreveu para Martha, da Universidade de Stan- ford, onde estava cursando uma disciplina de fisica, com muitos estudantes de escolas privilegiadas que haviam feito anos de aulas de fisica baseadas em edlculo. Toda- via, verificou que, ao contririo dele, nao tinham uma compreensio real dos conceitos para ir tio bem nas pro- vas quanto ele. ‘Alguns anos depois, escreveu novamente a ela, desta vex de um programa de estagio em um instituto de pes- quisas automotivas. Ele estava trabalhando para desen- volver um modelo computadorizado realista de um airbag. Lembrou-se, como disse, dos modelos dos foguetes de égua. Agradecia novamente a ela pelas aulas, que estavam “anos a frente das outras aulas da escola”. Ficava claro pela sua carta que se um ntimero suficiente de estudantes tivesse praticas semelhantes, poderiamos esperar que 0 desenvol- vimento tecnolégico nao apenas se tornasse cada vez mais avangado ~ mas também cada vez mais rico em perspecti- vas diversas e humanas. is The creative learning exchange (A troca crialiva em aprendizagem) (CLE) Lees Stuntz,Diretor-executivo, 1 Keefe Rd, ‘Acton MA 01720; ou visite http:/clexchange.org Curriculos disponiveis diretamente na Internet ou em CD-ROMs. Esta pequena organizagao sem fins lucratvos ajuda protes- ‘sores (ecidadaos) a comecarem a usar a éinimica de sistemas, ‘0 pensamento sistémico e a aprencizagem centrada no apren: {diz em escolas da educagio infantil ao ensino médio. Tém art- {0s sobre qualquer coisa, desde como explcar o pensamento Sislémico até categorias e curriculas: um boletin & publicado {uatro ou cinco vezes por ano com histrias @ encorajamento; @ uma conferéncia nacional ocorre a cada dois anes, com orado- ros que variam de professores com experiéncias prticas até algumas das principals autoridades do campo da dindmica de sistemas. O mais importante de tudo 6 que a rede CLE olerece ‘20s educadores 0 tipo de contato comunitrio de que necessi-

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