Dismorfia Mandibular

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Medicina Veterinária ISSN 1809-4678

Osteossarcoma mandibular em gato: relato de Caso

[Mandibular Osteosarcoma in Cat: Case Report]

“Relato de Caso/Case Report”


JM Costa Neto1, AS Estrela-Lima1, LG Rocha Ribeiro2, RS Carneiro3,
EF Martins Filho4, VJ Moraes2, WM Silva2, AP Oriá1

1
Médico Veterinário – Professor do Departamento de Patologia e Clínicas-EMVZ/UFBA, Salvador – BA, Brasil.
2
Médica Veterinária – Programa Pós-graduação Ciência Animal nos Trópicos – EMVZ/UFBA, Salvador – BA, Brasil.
3
Médica Veterinária – Mestre - Centro de Saúde e Tecnologia Rural/ UFGC, Patos-PB, Brasil.
4
Médico Veterinário – Doutorando - Programa de Pós-Graduação Cirurgia Veterinária – FCAVJ/UNESP, Jaboticabal – SP, Brasil.

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Resumo

As neoplasias ósseas primárias malignas são incomuns em gatos, sendo o osteossarcoma o tipo mais frequentemente
observado, principalmente nos animais de meia idade a idosos. Em geral, esta neoplasia acomete o esqueleto
apendicular, entretanto o esqueleto axial também é afetado, sendo os ossos da cabeça e da pélvis os sítios frequentes de
lesões. O presente relato descreve um caso de um gato com histórico de aumento de volume progressivo no corpo
esquerdo da mandíbula, com período de evolução de quatro meses. O diagnóstico presuntivo de osteopatia, firmado
através de observações clínicas e radiográficas foi confirmado pelo exame histopatológico, verificando-se tratar de
osteossarcoma osteoblástico moderadamente produtivo.

Palavras chaves: Osteossarcoma, mandíbula, oncologia

Abstract

The primary malignant bone tumors are uncommon in cats. Osteosarcoma is the most frequently observed in old animals.
This tumors affects the appendicular skeleton, however the axial skeleton is also affected, but the bones of the head and
pelvis frequent sites of injury. This paper reports a case of a cat with a history of progressive swelling in the left
mandible, with follow-up period of four months. The presumptive diagnosis of osteopathy, signed by clinical and
radiographic observations were confirmed by histopathology and there it is moderately productive osteoblastic
osteosarcoma.

Keywords: Osteosarcoma, jaw, oncology.


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Introdução ainda não é bem elucidada (POOL, 1990),


As neoplasias ósseas primárias contudo acredita-se que sua incidência esteja
malignas são incomuns em gatos, sendo o relacionada ao aumento da atividade
osteossarcoma o tipo mais frequentemente metabólica dos ossos desencadeada pela ação
observado. A etiologia do osteossarcoma de hormônios, a exemplo do hormônio de
crescimento, os andrógenos e o estrógeno (SILVA et al., 2004) ou ainda a reparação de
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(*)
Autor para correspondência/Corresponding author: E-mail: [email protected]
Recebido em: 30 de outubro de 2011.
Aceito em: 11 de dezembro de 2011.
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fraturas com a utilização de pinos (FRY e A radiografia é um método


JUKES, 1995). diagnóstico bastante útil para avaliar o
Em gatos, esta neoplasia ocorre comprometimento ósseo e estabelecer
principalmente em machos com idade entre distinção entre as neoplasias ósseas e outras
nove e 12 anos (LIU et al., 1974; afecções como fraturas, infecções ósseas e
NORTHRUP et al., 2006), sendo observada doenças metabólicas dos ossos (KESSLER,
maior predileção pelos membros pélvicos, 1997). As principais características
particularmente o fêmur distal e a tíbia radiográficas de um animal com
proximal (KESSLER et al., 1997; osteossarcoma são variáveis padrões de lise
HELDMANN et al., 2000). Contudo, pode cortical, proliferação óssea periosteal e
também ocorrer no esqueleto axial, já tendo reação de tecido mole (LING, et al., 1974;
sido relatado na pélvis, costelas, vértebras, KLEINER e SILVA, 2003). A formação de
órbita, cavidade nasal, ossos do palato, osso periosteal adjacente promove o
maxila e mandíbula (BITTETTO et al., 1987; desenvolvimento do chamado triângulo de
QUIGLEY e LEEDALE, 1983; HEYMAN et Codman, composto por córtex destruído na
al., 1992). área afetada e proliferação de periósteo
Em geral, o osteossarcoma apresenta (LING, et al., 1974). Bittetto et al., (1987) em
comportamento biológico invasivo e alto um estudo com vinte e dois gatos com
potencial metastático (POOL, 1990; osteossarcoma observaram que 80% dos
THOMPSON e FUGENT, 1992; animais com a forma apendicular da
KIRPENSTEIJN et al., 2002), no entanto, neoplasia tinham aparência radiográfica
aparentemente esta característica pode variar primariamente de lesões líticas, com
de acordo com a espécie, raça e localização marcante ausência de reação periosteal, e que
(HEYMAN et al. 1992). Nos gatos com nos casos de osteossarcoma axial havia
osteossarcoma apendicular, a probabilidade formação osteoblástica periosteal.
de desenvolver metástase é baixa, variando Mesmo com os avanços no
entre 5% e 10% dos casos e o tempo de reconhecimento de sarcomas ósseos
sobrevida é relativamente longo, em média primários por meio de radiografias, o
64 meses. Desta forma, acredita-se que o diagnóstico definitivo é obtido a partir da
osteossarcoma felino seja menos agressivo análise histológica, pois tumores como
quando comparado com o canino (LIU et al., osteossarcoma, fibrossarcoma e
1974; BITTETTO et al., 1987; HELDMANN condrossarcoma não produzem padrões
et al., 2000). radiológicos patognomônicos (POOL, 1990).
A combinação de achados como, Análises imunohistoquímica, cintilografia
sinais clínicos, localização tumoral, aspectos óssea, tomografia computadorizada (CT) e
citológicos, radiográficos e histopatológicos, ressonância magnética (MRI), são exames
é importante no diagnóstico de complementares ao diagnóstico, podendo
osteossarcoma (BARGER et al., 2005). Os auxiliar na avaliação da extensão da lesão
sinais clínicos mais freqüentes em gatos com dentro do osso e na invasão de partes moles
tumores orais são ptialismo, disfagia, (LIU et al., 1974; QUIGLEY e LEEDALE,
inapetência e anorexia, perda de peso, 1983).
halitose, dificuldade para abrir a boca, dor, A ressecção com margens livres é o
insistente colocação das patas na região da principal fator para obtenção de melhor
boca e diminuição ou mesmo interrupção no sobrevida, tanto em humanos quanto em
ato de limpeza dos pêlos (NORTHRUP et animais. Margens comprometidas estão
al., 2006). Entretanto, a extensão destes associadas à recidiva local e metástase,
sinais em gatos com osteossarcoma oral varia tornando-se um impacto negativo no
com o tamanho, a velocidade de prognóstico (BORBA et al., 2004,
desenvolvimento da lesão e grau de osteólise DIMOPOULOU et al, 2008). Entretanto, os
(QUIGLEY e LEEDALE, 1983). efeitos adversos desta cirurgia incluem perda
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da habilidade para apreensão de alimentos, dificuldade para beber água, disfagia


ou inapetência, ptialismo, mandíbula BITTETTO et al. 1987). A administração de
flutuante, protrusão da língua, dor, quimioterápicos no pré-operatório
dificuldade de limpeza dos pêlos e má objetivando reduzir a dimensão do tumor
oclusão com lesão ao palato primário pode ser necessária, pois irá
(VERSTRAETE, 2005). acarretar em uma intervenção cirúrgica
A depender da localização do menos invasiva, com melhores possibilidades
osteossarcoma no esqueleto axial felino o estéticas (STRAW e WITHROW, 1998).
prognóstico varia, de reservado a Nesse contexto, oobjetivou-se relatar a
desfavorável, devido à dificuldade de ocorrência de um osteossarcoma mandibular
extirpação do tumor com margens adequadas, em um gato, uma vez que esta alteração em
sem que ocorra lesão em estruturas vitais do felinos é escassamente relatada na literatura
animal (HELDMANN et al., 2000; nacional.
esquerda. Ipsolateralmente observou-se,
Relato de Caso artralgia temporo-mandibular, com
Um felino, macho, da raça Siamês, diminuição da amplitude de movimento
de sete anos, pesando 2,7 kg, foi atendido em articular, porém sem oclusão bucal.
um Hospital de Medicina Veterinária de Foram realizados hemograma e
uma Instituição de Ensino Superior, com bioquímica sérica (alanina aminotransferase,
histórico de aumento de volume progressivo gama glutamil transpeptidade, fosfatase
no corpo esquerdo da mandíbula, com alcalina, uréia e Creatinina), radiografias
período de evolução de quatro meses. látero-lateral esquerda e látero-lateral oblíqua
O animal era semidomiciliado e se esquerda da cabeça, além de radiografias do
alimentava de ração e comida caseira. O tórax nas incidências látero-lateral e ventro-
histórico clínico traduzia-se inicialmente em dorsal. Foi observado no hemograma, anemia
sialorréia, dificuldade de mastigação e normocítica normocrômica moderada e
deglutição, diminuição nos cuidados com o hemoconcentração. O perfil bioquímico
pêlo, evoluindo para apatia, anorexia e perda revelou valores situados dentro dos padrões
de peso progressiva. Além disso, foi de referência para a espécie.
observado um trajeto fistuloso com conteúdo As alterações observadas no exame
serosanguinolento localizado na articulação radiológico da cabeça sugeriram sinais de
temporo-mandibular esquerda, evidenciado osteopatia, compatíveis com neoplasia óssea,
pelo proprietário há cerca de 30 dias. sendo identificada perda de visualização da
Durante o exame físico, o animal linha óssea, no ramo esquerdo mandibular
apresentava-se apático, com elevado grau de associado a um processo proliferativo,
desidratação, estado nutricional ruim e radiodenso e disforme, com superfície
sialorréia com odor fétido. Foi evidenciado espiculada e invasão de áreas circunvizinhas
um aumento de volume na região mandibular (Figura 1). Não foi observado no exame
esquerda, medindo 4,2 x 3,2 cm, de radiográfico do tórax sinais de metástases.
consistência firme, seguindo o eixo Diante do diagnóstico presuntivo, do
longitudinal do corpo da mandíbula, prognóstico desfavorável e das limitações
delimitado rostralmente pelo primeiro pré- terapêuticas optou-se pela eutanásia do
molar e caudalmente pelo ramo da animal, seguindo-se preceitos técnicos. O
mandíbula. À abertura da cavidade oral, o animal foi encaminhado ao Laboratório de
aumento de volume apresentava-se contínuo à Anatomia Patológica para a realização do
margem gengival do corpo da mandíbula exame post mortem
À necropsia, foi evidenciado um envolvendo os dentes pré-molares e molares,
aumento de volume de coloração branco- se estendendo em direção à articulação
acinzentada medindo 4,2 x 3,2 centímetros temporo-mandibular (Figura 2A). À sua
localizada no corpo da mandíbula esquerda, abertura, foram observadas áreas de
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hemorragia, edema e uma massa de com aspecto ora compacto ora esponjoso
coloração esbranquiçada, de consistência (Figura 2B, C e D). Não foram visualizadas
extremamente firme e resistência ao corte, alterações neoplásicas em outros sistemas.
Fragmentos da neoplasia foram fixados em ovais a fusiformes. Entremeando a
formalina a 10%, neutra e tamponada e proliferação neoplásica, observou-se
processados pela técnica rotineira de inclusão presença de moderada quantidade de matriz
em parafina e coloração por hematoxilina- osteóide, focos cartilaginosos e trabéculas
eosina. Os fragmentos ósseos foram ósseas imaturas e delgadas, revestidas por
previamente descalcificados em solução de osteoblastos neoplásicos, mas por vezes
ácido fórmico. necróticas. O índice mitótico era em média
À microscopia, observou-se quatro mitoses/campo de maior aumento,
proliferação neoplásica mesenquimal sendo algumas atípicas. Havia ainda áreas de
maligna de caráter infiltrativo. As células necrose e hemorragia (Figura 3). Com base
neoplásicas eram moderadamente nos achados histopatológicos foi firmado o
pleomórficas com citoplasma abundante e diagnóstico de osteossarcoma osteoblástico
eosinofílico com núcleos grandes variando de moderadamente produtivo.

Figura 1. Felino, macho, imagem radiográfica revelando osteopatia


compatível com neoplasia óssea. A e B) incidência
latero-lateral e latero-lateral oblíqua, respectivamente.
Observa-se perda da linha óssea (tracejado) e processo
proliferativo, radiodenso, disforme, com superfície
espiculada (setas) em segmento mandibular esquerdo.

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Figura 2. Felino, macho, osteossarcoma mandibular ao exame


necroscópico. A) Visão látero-lateral esquerda, mostrando
fístula na região da articulação temporo-mandibular (seta)
e aumento de volume (área delineada). B) Áreas de
hemorragia e edema no tecido subcutâneo. C) Aumento de
volume de coloração branco-acinzentada localizada entre
o primeiro pré-molar e o ramo da mandíbula esquerda; D)
Secção transversal do tumor na região de maior diâmetro.

Figura 3. Osteossarcoma mandibular em gato – Aspectos


microscópicos (HE). A) Proliferação neoplásica
mesenquimal maligna de caráter infiltrativo por entre
trabéculas ósseas neoformadas e necróticas (10 x); B)
Células neoplásicas moderadamente pleomórficas com
citoplasma abundante e eosinofílico, núcleos grandes
variando de ovais a fusiformes (40 x); C) Matriz óssea
circundada por osteoblástos e osteócitos neoplásicos (40
x); D) Foco de matriz cartilagenosa (40 x).
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Discussão uma lesão proliferativa com perda de


Os tumores ósseos em felinos são visualização da linha óssea corrobora com os
incomuns, apresentando incidência de 3,1 a achados de Ling et al. (1974). Estes autores
4,9 a cada 100.000 casos e em sua maioria, caracterizam os achados radiográficos pelas
com comportamento maligno (QUIGLEY e variações nos padrões das lesões, osteolíticas
LEEDALE, 1983). Em geral, o e/ou osteoblásticas. Bittetto e colaboradores
osteossarcoma acomete com menor (1987) observaram que em todos os casos os
freqüência o esqueleto axial, entretanto felinos com osteossarcoma axial,
relatos indicam que os ossos da cabeça e da particularmente os situados na mandíbula e
pélvis são sítios freqüentes desta neoplasia seios paranasais, exibiam aspecto
em gatos. De acordo com Heyman et al., proliferativo ao exame radiográfico. Diante
(1992) dentre os ossos da cabeça, a dos achados clínicos e radiográficos que
mandíbula é o sítio mais comum e assim indicaram a ocorrência de osteopatia, a
como em humanos, em gatos o ramo da suspeita de osteossarcoma foi mantida.
mandíbula é a região primariamente Segundo Northrup e colaboradores
acometida (BORBA et al., 2004), como (2006), quando o osteossarcoma encontra-se
ocorrido no presente relato. na mandíbula de gatos, a exérese cirúrgica do
A idade do paciente corrobora com a tumor através da mandibulectomia total ou
literatura, variando entre três e 18 anos de parcial é fundamental para o controle da dor
idade, sendo a média de nove a 12 anos, com local, além de aumentar o tempo de
maior acometimento dos machos (LIU et al. sobrevida, sendo superior a um ano após o
1974; QUIGLEY & LEEDALE, 1983; procedimento. Entretanto, no caso relatado,
BITTETTO et al., 1987; HELDMANN et al., em conseqüência das graves alterações
2000; NORTHRUP et al., 2006). sistêmicas evidenciadas e a urgência
Tumores localizados na cavidade oral terapêutica para reversão das mesmas; das
podem cursar com anormalidades funcionais. limitações do tratamento oncológico; do
Os sinais clínicos demonstrados pelo animal, prognóstico desfavorável e principalmente
como sialorréia, dificuldade em abrir a boca e das precárias condições financeiras do
para se alimentar, além de diminuição dos proprietário, foi indicada a eutanásia do
cuidados com o pelame, são condizentes com paciente.
os descritos por Northrup e colaboradores As características histológicas deste
(1983) e Verhaert (2010). Os resultados do relato são compatíveis com as descritas na
hemograma foram compatíveis com o estado literatura, como moderado pleomorfismo,
geral do paciente, uma vez que o mesmo baixo índice mitótico, moderada quantidade
apresentava dificuldade em se alimentar, de matriz, áreas necróticas. Entretanto não
resultando em um quadro de anemia foram observadas invasão em vasos
moderada e desidratação. Além disso, a sanguíneos. Os osteossarcomas caracterizam-
enzima fosfatase alcalina sérica dentro da se histologicamente pela proliferação de
normalidade direcionam o clínico a pensar osteóides ou osteoblástos neoplásicos, sendo
em um tumor produtivo e não lítico. Os classificados quanto à natureza da matriz
achados negativos de metástase, observados produzida pelas células malignas em
na radiografia e confirmado na necropsia, osteoblástico, condroblástico, fibroblástico,
foram condizentes com a literatura, teteangectásico, pobremente diferenciado e
verificando-se ser de baixa incidência na do tipo células gigantes. Assim como nos
maioria dos relatos (LIU et al., 1974; cães, em gatos o tipo mais comum é o
QUIGLEY e LEEDALE, 1983; osteoblástico (POOL, 1990).
HELDMANN et al., 2000; NORTHRUP et Dimoupoulou e colaboradores (2008)
al., 2006; BITTETTO et al., 1987). correlacionaram o prognóstico de gatos com
O aspecto radiográfico referente a osteossarcoma às características histológicas
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dos tumores, concluindo que tanto índice FRY, P.D.; JUKES, H.F. Fracture associated
mitótico elevado, quanto invasão de células sarcoma in the cat. Journal Small Animal
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osteossarcoma deste caso era de baixo grau 145 cases (1990-1995). J Am Anim Hosp
histológico, podendo representar um melhor Assoc, v.36, p.518-521, 2000.
prognóstico, entretanto diante da localização, HEYMAN, S.J.; DIEFENDERFER, D.L.;
o quadro tornou-se mais grave em GOLDSCHMIDT, M.H.; NEWTON, C.D.
conseqüência das alterações secundárias, Canine axial skeletal osteosarcoma a
como a dificuldade para ingestão de retrospective study of 116 cases (1986 to
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