Classes Adjetivo Prof

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Classes de palavras- adjetivo, artigo, interjeição e numeral

Adjetivos são palavras variáveis que especificam o maioria absoluta dos casos, por expressões
substantivo, caracterizando-o. Essa especificação analíticas que incluem advér- bios e conjunções.
pode referir-se a uma qualidade (profissional
honesto), a um estado (carro amassado), a um a) Grau comparativo de igualdade: Este
aspecto ou aparência (mar azul), a um modo de ser candidato é tão honesto quanto os demais
particular (criança mimada). candidatos do seu partido. Aquele aluno é tão
desatento quanto nervoso.
Os adjetivos variam em gênero (masculino e
feminino) e em número (singular e plural) b) Grau comparativo de superioridade: Seu
conforme o substantivo que caracterizam:
candidato é mais desonesto (do) que o meu. Aquele
• casa velha; aluno é mais desatento do que nervoso.
• casas velhas;
• prédio antigo; c) Grau comparativo de inferioridade: Meu
• prédios antigos. candidato é menos desonesto do que o seu. Aquele
aluno é menos desatento do que nervoso.
Para a formação do plural dos adjetivos compostos,
a regra indica que apenas o último elemento varia Alguns adjetivos têm uma forma sintética para a
em número, indo para o plural. Contudo, o adjetivo
expressão do grau comparativo de superioridade.
composto se mantém invariável se for formado por
um substantivo no último elemento. São eles: bom, mau, grande e pequeno, que
apresentam as formas melhor, pior, maior e menor.
• Minha tia é afro-brasileira.
• Minhas tias são afro-brasileiras.
• Este aluno é mal-educado! Grau superlativo
• Estes alunos são mal-educados!
No grau superlativo, intensifica-se uma
Exemplos com adjetivos compostos invariáveis: determinada qualidade ou estado em termos
relativos ou absolutos. Por esse motivo, o
• A parede é amarelo-canário. superlativo pode ser classificado como relativo ou
• As paredes são amarelo-canário.
absoluto.
• O tecido é vermelho-sangue.
• Os tecidos são vermelho-sangue.
A variação de grau manifesta-se morfologicamente

Além de sofrerem flexão em gênero e número, os pela flexão (as chamadas formas sintéticas) ou,
adjetivos flexionam-se também em grau. Assim, sintaticamente, pelo uso de outras palavras, em
adjetivos podem estar no grau normal, no grau estruturas comparativas ou superlativas (as
comparativo ou no grau superlativo. chamadas formas analíticas).
Os graus dos adjetivos indicam as diferentes
intensidades com que um adjetivo pode caracterizar Superlativo relativo
um substantivo. Indica que determinado ser, com relação a todos os
demais seres de um conjunto que apresentam uma
Grau comparativo certa qualidade, destaca-se por apresentá-la em
grau maior ou menor. É sempre expresso de forma
No grau comparativo, como o nome indica, analítica, por meio do uso de advérbios, e pode ser
confronta-se a maneira como determinada quali- de superioridade ou de inferioridade. Observe.
dade ou estado manifesta-se em mais de um ser, ou
a maneira como duas ou mais qualidades ou Ele é o menos egoísta de todos (superlativo relativo
estados manifestam-se em um mesmo ser. de inferioridade).

O grau comparativo pode ser de igualdade, de Este é o mais interessante dos livros que li
superioridade e de inferioridade, e forma-se, na (superlativo relativo de superioridade).
Superlativo absoluto A prova de hoje estava dificílima.

Indica que determinado ser apresenta certa Muitas vezes, ao receber um desses três sufixos, o
qualidade em um alto grau; expressa a ideia de radical do adjetivo sofre uma mudança,
excesso. Pode assumir forma sintética ou reassumindo uma forma próxima à do radical
analítica. latino. Essas são formas eruditas, como é o caso de
paupérrimo (de pobre).
O superlativo absoluto é sintético se for formado
pelo acréscimo de determinados sufixos ao radical Também traduz uma ideia superlativa o acréscimo,
do adjetivo. O mais comum desses sufixos é a certos radicais, de prefixos como arqui-, extra-,
-íssimo(a), mas formam-se também superlativos hiper-, super-, ultra-: arqui-inimigo, extras-
por meio dos sufixos -ílimo(a) e -érrimo(a). sensível, hiper-rancoroso, superinteressante,
ultrarrápido.
Observe.
Formas aumentativas e diminutivas
-Ésimo, muito mais que -íssimo!
O acréscimo de sufixos aumentativos e diminutivos
Na linguagem coloquial, o uso expressivo de
ao radical de um adjetivo dará origem a um novo
superlativos em - érrimo e -ésimo veio para ficar.
adjetivo. Como se trata de um processo
Embora o sufixo -ésimo seja utilizado para formar
derivacional, portanto resultando na formação de
numerais ordinais (milésimo), passou a ser usado
uma nova palavra, não se diz que houve uma flexão
para indicar uma intensificação do sufixo -érrimo,
de grau do adjetivo. O que se constata é a
que já substituía o sufixo -íssimo em contextos
possibilidade de variar o grau de um mesmo
coloquiais. Assim, dizer que uma mulher está
adjetivo, atenuando-o ou intensificando-o, por meio
elegantésima indica uma elegância maior do que a
da criação de formas derivadas. Observe.
das mulheres elegantérrimas que, por sua vez,
também são mais elegantes do que as bonito - bonitão - bonitinho. rico - ricaço -
elegantíssimas. riquinho

Este é um piloto velocíssimo. Aquele homem é


paupérrimo.

Artigo definido

o a os as

a ao à aos às

de do da dos das

em no na nos nas

por (per) pelo pela pelos pelas

Artigo é a palavra variável em gênero e número que se antepõe aos substantivos, determinando-os. A
determinação operada pelo artigo pode ser definida ou indefinida.

Artigo indefinido

um uma uns umas


em num numa nuns numas

de dum duma duns dumas

Palomar no zoo

A corrida das girafas

No zoo de Vincennes o senhor Palomar para diante do recinto das girafas. De quando em quando as girafas
adultas se põem a correr seguidas das girafas-mirins, lançando-se em carreira até quase junto à [= a + a] rede
de retenção, voltando-se sobre si mesmas e repetindo o percurso a passos largos duas ou três vezes, para
enfim se deterem. O senhor Palomar não se cansa de observar a corrida das girafas, fascinado pela
desarmonia de seus movimentos. Não chega a concluir se galopam ou se trotam, porque o passo das patas
posteriores não tem nada a ver com o das anteriores.

CALVINO, Italo. Palomar. Tradução de Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 73.
(Fragmento

Numeral é uma classe especial de palavras que indicam número ou quantidade exata de seres ou o lugar por
eles ocupado em uma série.

Tipos de numeral

Numerais ordinais são

os que indicam a

ordem de seres, de

acontecimentos, etc.,

em uma sequência.

Observe.

LAERTE. Piratas do Tietê. Folha de S.Paulo. São Paulo, 21 fev. 1997.

Numerais multiplicativos são aqueles que indicam aumento proporcional, por meio de múltiplos da
quantidade tomada por base. Exemplos: dobro, triplo, quádruplo, etc.

Numerais fracionários são aqueles que indicam diminuição proporcional, por meio de frações da
quantidade tomada como base. Exemplos:

Acabei trazendo somente a metade dos pregos que você me encomendou, porque não vamos precisar de
tantos.
Gostaria de ter pelo menos um
quinto dos DVDs que você tem
em casa.

BROWNE, Chris. O melhor de Hagar, o horrível, N. 6. Porto Alegre: L&PM, 2010. p. 92.

Numerais coletivos, assim como os substantivos coletivos, designam conjuntos de seres. Diferem, porém,
dos substantivos coletivos, porque fazem referência ao exato número de seres de um conjunto: cento, par,
novena, quinzena, grosa (doze dúzias), lustro (quinquênio), milhar, milheiro.

Interjeição

Interjeições são palavras invariáveis que exprimem sensações e estados emocionais.

As interjeições costumam ser classificadas de acordo com o sentimento que traduzem. Conheça algumas das
mais frequentemente usadas:

• de alegria: oba!, viva!, oh!, ah!

• de alívio: ufa!, uf!, arre!

• de animação ou estímulo: coragem!, vamos!, avante!, eia!, firme!

• de aplauso: bravo!, bis!, viva!

• de desejo: tomara!, oxalá!

• de dor: ai!, ui!

• de espanto ou surpresa:ah!,chi!,ih!,oh!,ué!,puxa!,uau!,opa!,caramba!,gente!,céus!, uai!, hem! (forma


variante: hein!), hã!

Interjeições são palavras invariáveis que exprimem


sensações e estados emocionais.

• de impaciência: hum!
• de invocação ou chamamento: olá!,

alô!, ô!, psiu!, psit!, ó!, atenção!, olha!

• de silêncio: silêncio!, psiu!

• de suspensão: alto!, basta!, chega!

• de medo ou terror: credo!, cruzes!, uh!, ai!, Jesus!,


ui!
Locuções interjetivas

As locuções interjetivas são grupos de duas ou mais palavras que funcionam como interjeições. Veja
algumas delas.

Valha-me Deus!
Meu Deus do céu!
Ai, meu Deus!
Minha Nossa Senhora!

Jesus Cristo! Macacos me mordam! Ai de mim!


Ora, bolas!

Oh, céus!
Puxa vida! Raios o partam! Quem me dera!

Que coisa incrível! Quem diria!


Alto lá!
Bico fechado!

ATIVIDADES

Leia com
atenção a tira
abaixo para
responder às
questões 1 e 2.

1. O que o recruta Quindim pretende sugerir com a pergunta que faz à jovem, considerando o
contexto da tira?

a) Nessa pergunta, o substantivo salva-vidas é precedido por um termo que o determina. No caderno,
transcreva esse termo e classifique-o.

b) Que sentido esse termo atribui ao substantivo por ele determinado no enunciado em questão?

2. A resposta da jovem frustra a intenção de Quindim. Por quê?


a)  Na fala da jovem, o substantivo salva-vidas mais uma vez é precedido por um termo que também o
determina. O que, nesse contexto, explica a escolha desse termo? Justifique.

b)  O uso desse termo para determinar salva-vidas, em oposição àquele utilizado por Quindim, contribui para
a construção do efeito de humor da tira. Explique
1

• Respostas

• No contexto da tira, fica evidente que a jovem a quem Quindim se dirige não está precisando de
um salva-vidas, portanto, a pergunta que ele faz a ela deve ser entendida como uma cantada.

a) Trata-se do artigo um, que se classifica como indefinido, masculino, singular.

b) O artigo indefinido atribui ao substantivo salva-vidas o sentido genérico de “profissional responsável


pelo salvamento de pessoas que se afogam no mar, rios, lagos, etc.”.

2 Porque a jovem afirma que o seu namorado é o salva- -vidas da praia, o qual, como se vê na tira,
encontra-se ali bem próximo. Com essa resposta, a jovem deixa claro que não está interessada em
Quindim, pois já conta com o próprio namorado para “salvá-la”.

a) O fato de a jovem desejar fazer referência a uma pessoa específica, seu namorado, que também é salva-
vidas, explica a escolha do artigo definido o para determinar o substantivo salva-vidas. Essa escolha se
justifica porque a função dos artigos definidos é especificar os substantivos aos quais se associam.

b) O efeito de humor é construído pela oposição entre uma referência genérica feita por Quindim em sua
cantada e o fato de o salva-vidas da praia ser o namorado da jovem. Esse jogo linguístico só se concretiza

pela exploração das diferentes funções dos artigos indefinidos (um salva-vidas) e definidos (o salva-
vidas).

3- Leia com atenção a tira abaixo para responder às questões 3 e 4.

GOMES, Clara. Bichinhos de jardim. Disponível em: <http://bichinhosdejardim.com/numeros-da-


atualidade/>. Acesso em: 16 jan. 2013.

3- A tira tematiza os “números da atualidade”. A que se referem os números presentes na tira? Justifique.

> Em termos gramaticais, como podem ser classificados os algarismos que representam os “números da
atualidade”?
4- Explique a relação entre os números apresentados e o sentido geral da tira.
1

A tira faz referência a alguns serviços e produtos vendidos atualmente às pessoas (contratação de
operadora de celular, assinatura de TV a cabo e aparelhos de ginástica). Esses serviços e produtos
prometem uma grande quantidade de benefícios associados a cada aquisição feita: 500 minutos em bônus
para ligações de celular, 120 canais de TV a cabo e 15 exercícios físicos em um único aparelho.

> Os algarismos (500, 120, 15) que representam os “números da atualidade” são numerais cardinais.

2 Os numerais que correspondem aos “números da atualidade” mostram como as pessoas costumam ser
facilmente convencidas a adquirir serviços e produtos dos quais não necessitam, apenas pelo desejo de se
beneficiarem das vantagens divulgadas. Na tira, essa crítica ao consumismo é explicitada pela
contradição entre os benefícios prometidos e as situações “reais” vividas pelas personagens: os 500
minutos de bônus para ligações no celular são inúteis se a joaninha não tem amigos para os quais
telefonar, por exemplo.

Leia com atenção a tira abaixo para responder à questão 5.

DAVIS, Jim. Garfield: um gato de peso. Porto Alegre: L&PM, 2010. p. 76.

5. Descreva a situação apresentada na tira.

a) Um determinado termo contribui para a construção do efeito de humor da tira. Transcreva-o em seu
caderno e classifique-o.

b) Por que o uso desse termo contribui para a graça da tira?

Leia o texto abaixo para responder às questões 7 e 8.

Alfabeto

AH — Interjeição. Usada para indicar espanto, admiração, medo. Curiosamente também são as iniciais de
Alfred Hitchcock. [...]

AI — Interjeição. Denota dor, apreensão ou êxtase, como em “Ai que bom, ai que bom”. [...]

AI, AI — Expressão sarcástica, de troça. O mesmo que “Como nós estamos sensíveis hoje, hein, Juvenal?”

AI, AI, AI — Expressão de mau pressentimento, de que em boa coisa isto não pode dar, de olhem lá o que
vocês vão fazer, gente.

AI, AI, AI, AI, AI — O mesmo que “Ai, ai, ai”, mas com mais dados sobre a gravidade da situação.
Geralmente precede uma reprimenda ou uma fuga. [...]
VERISSIMO, Luis Fernando. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 22 dez. 2002. (Fragmento).

7. No texto transcrito, Verissimo apresenta definições de algumas interjeições. Considerando o


formato que o autor deu ao seu texto, explique que relação é possível perceber entre o título e as
definições nele apresentadas.

> Qual o recurso utilizado pelo autor para nos fazer rir ao definir as palavras apre- sentadas em seu texto?

8. O texto a seguir, extraído de uma gramática, apresenta o conceito de interjeição.Leia.

Interjeição é uma espécie de grito com que traduzimos de modo vivo nossas emoções.

A mesma reação emotiva pode ser expressa por mais de uma interjeição. Inversamente, uma só interjeição
pode corresponder a sentimentos variados e, até, opostos. O valor de cada forma interjectiva depende
fundamentalmente do contexto e da entoação.

[...]

CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro:
Lexikon, 2008. p. 605.

> Podemos afirmar que as três últimas definições apresentadas no texto de Verissimo estão de acordo com as
afirmações feitas no segundo parágrafo do texto transcrito. Explique por quê.

2 Jon quer experimentar um novo sucrilho que, segundo ele, faz barulho quando o leite é adicionado.
Quando Jon des- peja o leite sobre o sucrilho, ele e Garfield se assustam com o som emitido pelo cereal. O
gato revela em pensamento o seu desejo de que o gosto do sucrilho seja melhor do que o som produzido
por ele.

a) O termo é AAAARG!!!, que é uma interjeição.

b) Natira, a interjeição indica o som produzido pelo sucrilho quando o leite é despejado sobre ele. Como
a interjeição Argh! é usada geralmente para expressar asco ou repugnância, sua utilização, na tira,
sugere que o sucrilho talvez tenha um gosto tão desagradável quanto o som que produz. O efeito de
humor se explicita no último quadrinho, no qual o pensamento de Garfield revela o temor que toma conta
dele e de seu dono: pelo som produzido ao receber o leite, o cereal deve ter um sabor horrível.

3 O autor, com clara intenção humorística, relaciona uma nova apresentação do alfabeto a um formato
semelhante ao dos dicionários. No trecho transcrito, o autor apresenta definições de interjeições iniciadas
com a letra A, a primeira do alfabeto.

> O autor, depois de definir cada uma das interjeições, vale-se de enunciados ou expressões engraçadas
que exemplificam a interjeição apresentada. Por exemplo, na definição da inter- jeição “Ai”, Verissimo
usa a repetição da frase “Ai que bom” para indicar a manifestação de êxtase associada, na definição
dada por ele, a essa interjeição. O autor nos faz rir, também, ao recuperar uma característica interessante
da língua oral: a depender da quantidade de vezes que a interjeição “Ai” é repetida, seu sentido se
modifica.

4 Nas três últimas definições, Verissimo acaba por exemplificar as informações apresentadas no texto de
Celso Cunha. Ao repetir o termo “Ai”, associando a essa repetição enunciados que “traduziriam”
diferentes sentimentos ou sensações (sarcasmo, mau pressentimento), o humorista comprova a afirmação
de que “uma só interjeição pode corresponder a sentimentos variados e, até, opostos. O valor de cada
forma interjectiva depende fundamentalmente do contexto e da entoação”.
O grande e o pequeno

Todo caso de amor tem sempre um grande e um pequeno.

[...] O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno
concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande se atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou
nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.

Não é uma questão de gênero. Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres
pequenas. O temperamento e as circunstâncias influem, mas não de- terminam. O grande pode ser o mais
bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes
o grande é mais esperto, mas existem pequenos espertíssimos. Depende do caso. [...]

Mas como tudo pode acontecer, senão nada disso ia ter graça, por alguma razão, geral- mente à noite,
imprevisivelmente, o grande pode ficar pequeno, e o pequeno ficar grande de repente. Basta um vacilo, um
cair de tarde, um olhar mais assim, um furacão, uma inspiração, uma imprudência.

Quando isso acontece, é comum o pequeno ficar maior ainda, o que torna o grande ainda menor. O ex-
pequeno, logo promovido a grande, pode se vingar do ex-grande, se o seu sofrimento tiver boa memória. Aí,
coitado do novo pequeno, vai se arrepender de cada não beijo, cada não telefonema, cada não noite de
insônia, cada não desespero, cada não entusiasmo, cada não carinho inesperado, indispensável, inevitável,
imprescindível, cada não todas as palavras apaixonadas em qualquer língua do mundo. Ele vai se surpreender
com a reviravolta, no começo, mas vai se conformar com sua nova condição de pequeno em seguida. E então
vai seguir, cuidadoso e desastrado, na quase inútil intenção de conquistar o grande urgentemente.

FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta, 2003. p. 11-13. (Fragmento).

9- Qual é o assunto tratado no texto?

a)  Os adjetivos grande e pequeno, substantivados, são utilizados pela autora para
refletir sobre esse assunto. O que cada um deles representa no texto? Justifique.

b)  No terceiro parágrafo do texto, estes termos são empregados como adjetivos para caracterizar os
substantivos homem e mulher. Considerando o contexto, por que esses termos não foram substantivados?

10-Segundo o texto, que acontecimento imprevisível pode ocorrer nesse tipo de relação amorosa? a)  O grau
comparativo de superioridade é empregado para explicar a nova situação do grande e do pequeno. O que o
emprego desse recurso sugere a respeito das características que cada um dos integrantes do casal passa a ter
após a mudança?
b)  Por que o adjetivo coitado passa a caracterizar o pequeno após ocorrer o fato imprevisível mencionado no
texto?

4 O assunto tratado no texto é o fato de, em todo caso amoroso, existir sempre um grande e um pequeno, ou
seja, um que “domina” a relação e outro que se submete à vontade do primeiro.

a) Os adjetivos grande e pequeno, substantivados, são utiliza- dos pela autora para representar o tipo de
comportamento adotado por cada uma das pessoas do casal. Aquele definido como grande é caracterizado
como a pessoa que tem uma posição de superioridade em relação a seu par amoroso: é aquele que detém o
poder na relação entre os dois (é quem é amado, quem fala, quem discorda, quem ameaça, quem pede e
quem recebe). O pequeno, portanto, está em uma posição de inferioridade e de submissão (é quem ama,
quem ouve, quem concorda, quem teme, quem antecipa os desejos do parceiro) em relação ao grande.

b) Porque a autora pretende demonstrar que a caracterização de alguém como grande ou pequeno não
depende do gênero (masculino ou feminino) associado a esses termos. Na ver- dade, a autora se refere ao
sexo das pessoas que podem ser qualificadas dessa forma. Por isso, usa os substantivos homens e mulheres
determinados pelos adjetivos grande e pequeno, afirmando que o comportamento associado a cada um
desses vocábulos independe do sexo a que pertence cada um dos integrantes do casal.

5 “O grande pode ser o mais bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem
sempre é assim. Muitas vezes o grande é mais esperto, mas existem pequenos espertíssimos.”

a) Há uma expressão que indica circunstância: o mais bem- -sucedido. Já as expressões o mais sensível, o
mais esperto e espertíssimos revelam aspectos do temperamento que podem caracterizar cada um dos
parceiros.

b) As expressões foram empregadas no superlativo, porque a autora pretende destacar o fato de que uma
qualidade ou uma circunstância aparece intensificada, de forma relativa ou absoluta, em um dos parceiros.
As expressões o mais bem-sucedido, o mais sensível, o mais esperto exemplificam o superlativo relativo de
superioridade, denotando que, no relacionamento, um dos parceiros se destaca em relação ao outro por
apresentar a mesma qualidade em maior grau. Já espertíssimo (formado a partir do acréscimo do sufixo
-íssimo ao radical do adjetivo esperto) é um superlativo absoluto sintético, que indica que um dos parceiros
apresenta essa qualidade em alto grau (é muito esperto).

Referências: https://www.normaculta.com.br/adjetivos/

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