Química Atomística

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Atomística

A atomística estuda tudo relacionado ao átomo, desde a sua estrutura e como as partículas
subatômicas estão nele distribuídas até as semelhanças existentes entre os átomos.
A atomística é a parte da Química que trata do estudo do átomo e suas características. Cabe a
esse segmento definir a estrutura atômica, bem como o histórico de elaboração dos
nossos modelos atômicos, os tipos de semelhanças entre os átomos, a representação dos
elementos químicos e as notações envolvidas.
O átomo é a unidade básica da matéria que compõe todas as substâncias existentes. A
palavra átomo é de origem grega e significa “sem parte” ou “indivisível”. Atualmente, já são
conhecidas as chamadas partículas subatômicas, que comprovam que o átomo é divisível,
porém foi mantido seu nome, devido ao tempo que vinha sendo utilizado.
Estrutura do átomo

O átomo é dividido em núcleo, onde encontram-se os prótons e os nêutrons, e a eletrosfera, onde


estão os elétrons.
O modelo atual do átomo propõe que ele esteja dividido em duas regiões principais: o núcleo,
em que estão concentradas as partículas positivas ou prótons, e os nêutrons, que são
partículas sem carga necessárias para dar estabilidade ao núcleo. Ainda há a eletrosfera, região
onde os elétrons orbitam ao redor do núcleo.
Eletrosfera
O conceito de eletrosfera apareceu em 1911, com o modelo atômico proposto por Rutherford,
que disse que os elétrons estavam girando em órbitas ao redor do núcleo em espaços vazios,
semelhante ao Sistema Solar.
Com o avanço dos modelos atômicos, a eletrosfera foi sofrendo algumas alterações nas suas
características. Bohr, por exemplo, reformulou o modelo atômico proposto por Rutherford
organizando os elétrons da eletrosfera em órbitas de energias.
A eletrosfera é dividida em 7 órbitas, que possuem energia fixa que aumenta proporcionalmente
com sua distância do núcleo. Essas órbitas (ou camadas) são denominadas K, L, M, N, O, P e Q,
sendo a camada K a mais próxima e de menor energia e a camada Q a mais distante e com
maior energia.
A relação de tamanho entre o núcleo e a eletrosfera gira em torno de 10.000 a 100.000 vezes,
ou seja, a eletrosfera é bem maior que o núcleo do seu átomo. Isso nos mostra que o átomo é
formado em sua maior parte por espaços vazios.
Configuração eletrônica
Nível Camada Nº máximo de Subníveis conhecidos
elétrons
1º K 2
2º L 8
3º M 18
4º N 32
5º O 32
6º P 18
7º Q 8

Mapa mental: Atomística

Notações importantes
Com base na estrutura do átomo, podemos extrair informações que explicam algumas
características químicas e físicas dos elementos químicos. O número atômico, representado
pela letra Z, indica a quantidade de prótons existentes no núcleo de cada átomo. Também serve
como forma de identificação dos átomos, uma vez que não existem átomos diferentes com a
mesma quantidade de prótons.
Isso nos leva à definição de elemento químico: o conjunto de átomos que possuem o mesmo
número atômico. É dessa forma que representamos os átomos na Tabela Periódica, por um
conjunto de átomos dispostos em ordem crescente de número atômico.
Outra informação importante que podemos retirar da estrutura atômica é o número de massa,
representado pela letra A. Uma vez que a massa do átomo está concentrada no núcleo, já que o
elétron possui massa desprezível em relação aos prótons e nêutrons, podemos calcular a massa
do átomo somando a quantidade de prótons e nêutrons do núcleo. Segue a fórmula:
A = Z + n      ou      A = p + n 
A representação dos átomos na forma de elementos químicos inclui algumas dessas
informações, bem como o símbolo utilizado para representá-los. Obrigatoriamente, a
representação de um elemento químico deve conter seu número de massa, seu número atômico
e seu símbolo.
Algumas tabelas periódicas complementam essas informações com estado físico, distribuição
eletrônica, propriedades periódicas etc.

A ideia de Thomson de um átomo neutro (mesma quantidade de partículas positivas e negativas)


manteve-se no decorrer da evolução dos modelos atômicos. Quando essa neutralidade ocorre,
dizemos que os átomos encontram-se em seu estado fundamental, isto é, o número de prótons
no núcleo é igual ao número de elétrons na eletrosfera.
Quando essa igualdade não é mantida, dizemos que os átomos tornaram-se íons — o número de
prótons é diferente do número de elétrons. Isso ocorre quando o átomo ganha ou perde elétrons,
a fim de alcançar um estado de menor energia, um estado mais estável.
Quando o átomo perde elétrons, ele passa a ter mais prótons, tornando-se positivamente
carregado. Ao íon positivo, ou seja, com excesso de prótons, damos o nome de cátion. Quando o
átomo ganha elétrons, ele se torna negativamente carregado, ou seja, tem mais elétrons do que
prótons. Ao íon negativo, com excesso de elétrons, damos o nome de ânion.
A seguir, demonstraremos dois exemplos:
 o íon Mg2+, que perdeu dois elétrons e tornou-se um cátion bivalente;

 e o íon F-, que recebeu um elétron e tornou-se um ânion monovalente.

Como podemos aplicar essas informações a respeito dos íons? Vejamos um exemplo do íon
cádmio  e como calcular a quantidade de suas partículas subatômicas e de sua massa.
Com base na representação do íon, podemos retirar as seguintes informações: A = 112 e Z= 48
ou p = 48
Pela fórmula A = p + n, podemos calcular o número de nêutrons:
A=p+n
112 = 48 + n
n = 112 – 48
n = 64
Por ser um cátion bivalente, seu número de elétrons é duas unidades menor que o número de
prótons, portanto: 48 – 2 = 46 elétrons.
Semelhança atômica
Quando comparamos dois átomos, podemos encontrar algumas semelhanças nas quantidades
de partículas subatômicas presentes em suas estruturas ou ainda na sua massa. E para cada tipo
de semelhança, temos uma classificação diferente:
Isótopos
Ocorrem quando dois átomos apresentam o mesmo número de prótons (p), ou seja, possuem o
mesmo número atômico (Z).  Veja o exemplo dos isótopos do carbono:
ISÓTOPOS PARTÍCULAS SUBATÔMICAS

  PRÓTONS NÊUTRONS ELÉTRONS

CARBONO 12=  6C12 6 6 6

CARBONO 13=  6C13 6 7 6

CARBONO 14=  6C14 6 8 6


Como a quantidade de prótons e a quantidade de elétrons são iguais para átomos neutros,
átomos isótopos terão também o mesmo número de elétrons quando não estivermos comparando
átomos neutros e íons. Note também que átomos isótopos possuem diferentes números de
nêutrons e de massa.
Isótonos
Ocorrem quando dois átomos possuem a mesma quantidade de nêutrons no núcleo. Veja o
exemplo em que são comparados um átomo de cálcio e um átomo de cloro:
ISÓTONOS PARTÍCULAS SUBATÔMICAS

  PRÓTONS NÊUTRONS ELÉTRONS

20Ca40 20 20 20

17Cl 37 17 20 17
Nesse caso, a única semelhança entre os átomos está no número de nêutrons, diferindo-se em
todos os outros aspectos.

Isóbaros
São átomos que possuem semelhança no número de massa, como o potássio e o argônio:
ISÓBÁROS PARTÍCULAS SUBATÔMICAS

  PRÓTONS NEUTRONS ELÉTRONS

19 K40 19 21 19
20 Ar40 20 20 20
Apesar das diferenças nas partículas que compõem o núcleo desses átomos, eles possuem a
mesma massa atômica.
Isoeletrônicos
Quando duas espécies químicas (átomos ou íons) apresentam o mesmo número de elétrons. No
caso dos íons, deve-se levar em conta sua carga para identificar a quantidade de elétrons. Veja
no exemplo:

ISOELETRÔNICOS PARTÍCULAS SUBATÔMICAS

  PRÓTONS NEUTRONS ELÉTRONS

12  Mg+2 24 12 12 10

10  Ne 20 10 10 10
Obs.: Átomos neutros isótopos também são classificados como isoeletrônicos.
Exemplos
Veja, a seguir, como são trabalhados os conceitos de semelhanças atômicas:
1. Dois átomos (A e B) são isóbaros. O átomo A tem número de massa igual a 7x + 5 e
número atômico igual a 5x – 4. O átomo B tem número de massa igual a 9x – 3. Quais são o
número atômico, o número de massa, o número de nêutrons e o número de elétrons do
átomo A?
Para resolver essa questão, precisamos, primeiramente, encontrar o valor de x. Para isso, vamos
igualar a massa do átomo A com a massa do átomo B, já que eles são isóbaros:
7x + 5 = 9x – 3
9x – 7x = 5 +3
2x = 8
x=4
Com o valor de X, basta substituí-lo nas expressões fornecidas e encontrar as informações
pedidas:
- Número atômico:
Z = 5x – 4
Z=5.4–4
Z = 20 – 4
Z = 16
- Número de massa:
A = 7x + 5
A=7.4+5
A = 28 + 5
A = 33
- Número de nêutrons:
A=p+n
33 = 16 + n
n = 33 – 16
n = 17
Portanto, o número atômico, o número de massa, o número de nêutrons e o número de elétrons
do átomo A são, respectivamente: 16, 33, 17 e 16 (por ser um átomo neutro, p = e).
.
2- Um átomo de magnésio possui 12 prótons e número de massa igual a 26. Indique qual é o seu
número atômico, o seu número de nêutrons e de elétrons.
Resolução:
Dados:
P = 12
A = 26
 Visto que o número atômico é o mesmo que a quantidade de prótons, então temos que Z =
12;
 Esse átomo está no estado fundamental, portanto, a quantidade de elétrons é igual ao
número de prótons também: E = 12;
 O número de massa é a soma dos nêutrons com os prótons, assim temos:
A=P+N
N=A–P
N = 26 – 12
N = 14
31 3-
3- Considere o íon 15 P . Forneça o número de prótons, nêutrons e elétrons desse ânion.
Resolução:
 O número de prótons é o número atômico representado no lado inferior esquerdo do elemento.
Visto que esse íon ganhou três elétrons, a sua quantidade de prótons permanece a mesma que
no estado fundamental, assim temos que os prótons são 15.
 O número de massa é mostrado no lado superior esquerdo do elemento. Para descobrir o
número de nêutrons, usamos a fórmula do número de massa:
A=P+N
N=A–P
N = 31 – 15
N = 16
 Para descobrir o número de elétrons, temos que raciocinar um pouco: Quando estava no
estado fundamental, o número de prótons era igual ao número de elétrons. Portanto, esse
átomo possuía inicialmente 15 elétrons. Mas a carga -3 indica que ele ganhou 3 elétrons,
assim, agora esse íon possui 18 elétrons.

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