Lilith, A Primeira Mulher de Adão
Lilith, A Primeira Mulher de Adão
Lilith, A Primeira Mulher de Adão
Dessa forma, é possível imaginar que uma edição (corte) possa ter sido feita
entre o capítulo 1:28 e o capítulo 2:21. É provável que este corte tenha ocorrido
em época bastante remota, como no quarto século antes de Cristo, quando se
supõe que o texto escrito tomou uma forma próxima da atual. O capítulo 1:28
sustenta ainda mais esta hipótese:
"E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra ..."
Gênesis 1:28
Como seria possível abençoar a ambos e recomendar a multiplicação se Eva ainda não tinha
sido criada (só foi criada no capítulo 2)? E o caso fica ainda mais estranho no versículo
seguinte, na criação da (segunda) mulher criada da costela, quando Adão parece gostar da
(nova) mulher criada e faz um comentário bem peculiar:
"Disse então o homem: Esta sim (ou ‘agora sim’, em algumas versões), é osso dos meus
ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada."
Gênesis 2:23
Assim, acredita-se que essa afirmação de Adão é uma das provas da existência de outra
fêmea criada antes de Eva, que provavelmente não era carne da sua carne. Tendo, a mulher
anterior, sido criada do mesmo barro que ele, seria assim igual, e não inferior a Adão.
Lilith é muito conhecida na cultura (folclore?) judaica (o). Segundo eles
acreditam, a mulher criada do barro juntamente com Adão se mostrou
indomável, maléfica e teria deixado a presença de Adão, e então expulsa do
Paraíso. Algumas vezes ela é tida como a serpente que teria tentado
(seduzido?) Eva, a mulher que teria casado com Caim (Gênesis 4:17), uma
vampira, uma sedutora que castrava os homens que seduzia, e por fim, um
bicho maléfico ou animal noturno, termo encontrado nas traduções recentes da
Bíblia (Isaías 34:14). Por sinal é neste versículo em Isaías onde o nome Lilith é
citado unicamente na Bíblia atual. Mesmo assim, mais recentemente, teria sido
trocado por coruja (em inglês) ou (como aqui no Brasil) animal noturno.
Acredita que durante o Concílio de Trento(ou muito antes disso), a Igreja
Católica retirou as menções a Lilith do Gênesis, e teria deixado seu nome
passar apenas nesse versículo em Isaías (como na versão de J. N.
Darbyabaixo).
“As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha, e o sátiro clamará ao seu
companheiro; e os animais noturnos ali pousarão, e acharão lugar de repouso para si.”
Isaías 34:14 – Versão Almeida Corrigida.
“The wild beasts of the desert shall also meet with the wild beasts of the island, and the satyr
shall cry to his fellow; the screech owl (coruja que grita) also shall rest there, and find for
herself a place of rest.” Isaías 34:14 –Versão King James.
“And there shall the beasts of the desert meet with the jackals, and the wild goat shall cry to his
fellow; the lilith also shall settle there, and find for herself a place of rest.”
Isaías 34:14 – Versão John Nelson Darby.
.
Acredita-se que o motivo da Igreja Católica ter suprimido a criação (e posterior
rebelião) de Lilith seria uma das tantas tentativas da igreja de dar o tom
patriarcal (machista?) às escrituras. Deixando claro o lugar da mulher de
submissa, abaixo hierarquicamente ao homem. Sem contar que deixar passar
uma criação, tal qual a de Adão, e que não deu certo, que acabou se rebelando
pelo próprio criador e se tornando um demônio, uma maldita, não seria muito
“católico”, por assim dizer.
“Deus teria criado um casal: Adão e uma mulher que antecedeu a Eva. Esta
mulher primordial teria sido Lilith, figura bastante conhecida da antiga tradição
judaica. Lilith não se submeteu à dominação masculina. A sua forma de
reivindicar igualdade foi a de recusar a forma de relação sexual com o homem
por cima. Por isso, fugiu para o Mar Vermelho. Adão queixou-se ao Criador,
que enviou três anjos em busca da noiva rebelde. Os três anjos eram Sanvi,
Sansanvi e Samangelaf. Os emissários do Senhor tentaram em vão convencer
à fujona. Ameaçaram afogá-la no mar. (...) Lilith foi transformada em um
demônio feminino, a rainha da noite, que se tornou a noiva de Samael, o
Senhor das forças do mal. (...) Lilith seria uma figura sedutora, de longos
cabelos, que voa à noite, como uma coruja, para atacar os homens que
dormem sozinhos. As poluções noturnas masculinas podem significar um ato
de conúbio com a demônia, capaz de gerar filhos demônios para a mesma. As
crianças recém-nascidas são as suas principais vítimas. A crença em Lilith,
durante muito tempo, serviu para justificar as mortes inexplicáveis dos recém-
nascidos. (...) Finalmente, uma outra tradição judaica afirma que a lendária
rainha de Sabá que teria visitado Salomão nada mais era do que Lilith. O sábio
rei, contudo, descobriu o ardil, ao levantar a saia da rainha e constatar que as
suas pernas eram peludas.” Jardim do Éden revisitado, Roque de Barros
Laraia.
“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados,
contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Efésios 6:12
Sendo assim, entra aqui um gancho sobre estes seres das trevas que
desobedecem ao Senhor Deus e aterrorizam, ensinam o que não devem,
copulam e corrompem o homem. Seres como Lilith, que um dia foram criados
por Deus e que por conta do livre arbítrio, preferiram cair e vagar (não só) pela
Terra na busca de quem tragar. E nesta busca vem também o conhecimento
que Deus julgou não ser pertinente a nós e que esses seres decidiram nos
ensinar como forma de atentar contra o Senhor. Leiam mais a respeito dos
“Segredos dos Ceús” no próximo post!
Aldrêycka Albuquerque