Introdução À Teologia PDF
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Introdução à Teologia
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O que é teologia?
Teologia é o conhecimento de Deus conforme revelado na Escritura. A palavra teologia vem de
dois termos gregos: theos, “deus”, e logos, “palavra” ou “lógica”, no sentido de “ideia”,
“estudo” – de onde vem o nosso sufixo -logia. Então teologia significa basicamente “lógica
sobre Deus”, ou como normalmente tem sido definida, “estudo de Deus”.
Isso quer dizer que todas as vezes que meditamos sobre quem é Deus, o que Ele faz e qual é a
Sua vontade, estamos considerando a lógica sobre Deus. Em outras palavras, estamos fazendo
teologia.
Teologia ou religião?
É importante fazer uma distinção entre a teologia cristã e outros tipos de teologia. Isso porque
a teologia da qual estamos falando não é o estudo de divindades que nasceram da imaginação
dos homens e que são apresentadas ao mundo através de escritos supostamente sagrados (cf.
Romanos 1:20-23).
Então estudar teologia cristã não é o mesmo que estudar religião – apesar de infelizmente ser
cada vez mais frequente a substituição do estudo teológico pelo estudo da religião como se
fossem equivalentes. Mas qual é diferença entre estudar teologia e estudar religião?
Sobre isso, R. C. Sproul explica que a religião tem a ver com as práticas de adoração de seres
humanos em ambientes específicos. Mas a teologia, por contraste, é o estudo de Deus. Há
uma grande diferença entre estudar apreensões humanas da religião e estudar a natureza e o
caráter de Deus. O primeiro estudo é puramente natural em sua orientação. Já o segundo
estudo é sobrenatural, lidando com o que está cima e além das coisas deste mundo. 1
Portanto, estudar teologia cristã é estudar a revelação de Deus para a humanidade. A fonte
desse estudo não está na consciência religiosa do homem, mas na própria Palavra de Deus.
Embora o significado de teologia seja “estudo de Deus”, isso não quer dizer que Deus é um
objeto de estudo do homem que pode ser analisado no “laboratório da religião”, mas que o
homem pode ter conhecimento de Deus através de Sua revelação na Escritura.
Como observa Franklin Ferreira, a teologia cristã lida com a revelação de Deus em Cristo, como
aprendemos nas Escrituras.2
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Mas há uma diferença muito importante entre a ciência da teologia e as outras ciências. Todas
as matérias científicas usam formas que servem como modelo de uma determinada teoria
científica. A questão é que é comum que essas formas mudem ao longo do tempo, o que
significa que parte importante da teoria cientifica – ou toda ela – se tornou obsoleta. Por isso
que muitos materiais científicos de décadas passadas já estão desatualizados.
Mas esse tipo de mudança não ocorre na teologia. Isso porque a fonte básica de informação da
ciência teológica está completa há quase dois mil anos. Portanto, é absolutamente improvável
que surjam novas interpretações e teorias realmente válidas e coerentes com as Escrituras.
Então qualquer inovação teológica tem que ser vista pelo estudante da Bíblia de forma crítica e
suspeita. A Bíblia diz que Deus concedeu mestres à Igreja (Efésios 4:11,12). Isso quer dizer que
Ele levantou e capacitou muitas pessoas ao longo da História para servirem à Igreja com
conhecimentos brilhantes. Foram grandes mentes iluminadas pelo Espírito Santo que não
deixariam passar despercebido o sentido principal de um texto bíblico ou um ponto
doutrinário importante.
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A abordagem de Erickson é correta ao afirmar que entre as ciências a teologia possui seu
próprio lugar sem igual. Alguns de seus tópicos lhe são exclusivos, por exemplo, Deus. Ela
também lida com objetos comuns, mas de forma única; por exemplo, ela considera as pessoas
de acordo com o relacionamento que têm com Deus. Assim, embora a teologia cristã ou o
estudo da doutrina cristã seja uma ciência, é uma ciência com uma função peculiar. Ela não
pode ser reduzida a nenhuma outra ciência, seja natural, seja comportamental.6
Também é importante saber que o estudo teológico não é um fim em si mesmo, mas sempre
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deve ter uma aplicação prática na vida da Igreja. Algumas pessoas têm chamado esse aspecto
do saber teológico de “teologia prática” ou “teologia aplicada”. Nesse ponto todas as
contribuições das outras áreas da teologia são empregadas para glorificar a Deus à medida que
a comunidade cristã é edificada, corrigida e instruída.
Em outras palavras, é no campo da teologia prática que enxergamos com mais nitidez como o
estudo teológico serve ao povo de Deus enquanto sua militância neste mundo. Ética cristã,
aconselhamento bíblico, apologética, evangelização, discipulado e até a homilética, são
algumas das matérias que têm sido sugeridas como parte da teologia prática.
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Podemos exemplificar melhor a definição de cada uma dessas principais áreas da teologia.
Para tanto, consideremos o tema da oração.
Todo cristão necessariamente é um teólogo, queira ele ou não. O simples ato de alguém ler
uma passagem bíblica, já é, em algum nível, fazer teologia. Isso significa que o cristão não pode
escapar do estudo teológico. Então se é verdade que em última análise todos os cristãos são
teólogos, também é verdade que nem todos os cristãos são teólogos da mesma qualidade. A
pergunta aqui é: Somos bons ou maus teólogos? Ou melhor: Nossa teologia é correta ou
equivocada?
A boa teologia aperfeiçoa a vida cristã e conduz o crente à adoração a Deus ao passo que
aprofunda o seu conhecimento da revelação divina. Uma teologia fiel e coerente com as
Escrituras aquece o coração do santo e alimenta sua devoção ao Senhor. Jamais podemos nos
esquecer que o principal alvo da teologia é a glória de Deus.
Além disso, bem preparado teologicamente o cristão passa a estar habilitado a responder
adequadamente aos ataques à sua fé e a identificar e combater as falsas doutrinas que
procuram invadir a Igreja, bem como se posicionar corretamente contra as ideologias
pecaminosas que se propagam pelo mundo.
Por outro lado, uma teologia ruim leva o crente à fraqueza espiritual enquanto o distancia da
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correta compreensão das verdades bíblicas. É esse tipo de teologia equivocada que ameaça e
contamina a vida cristã e deixa o crente vulnerável ao engano.
Sobre isso Sproul aconselha que devemos manter em mente que o propósito da teologia não é
satisfazer nosso intelecto e sim nos instruir nos caminhos de Deus, para que cresçamos até à
maturidade e à plenitude de obediência a Ele. Essa é a razão por que nos engajamos em fazer
teologia.7
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Há realmente muitas razões que poderíamos citar sobre o porquê de nos empenharmos no
estudo teológico. Mas aqui quero recorrer apenas a alguns versículos bíblicos que respondem
definitivamente essa questão.
Em primeiro lugar, devemos estar comprometidos em fazer teologia porque essa é a vontade
de Deus para nós. A Palavra de Deus nos diz: “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me
conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque
destas coisas me agrado, diz o SENHOR” (Jeremias 9:24). Como poderemos conhecer a Deus e
Suas obras de forma correta se não através do estudo de Sua auto-revelação na Escritura?
Em segundo lugar, a Bíblia diz que a fé é indispensável para a nossa salvação e o nosso
relacionamento com Deus. Mas o que a fé tem a ver com a teologia? A verdadeira fé possui
conteúdo! Não basta apenas crer em qualquer informação para ser salvo, é preciso crer no
conteúdo correto. O objeto da fé verdadeira é Cristo, e quando os crentes crêem em Cristo
isso envolve compreensão, aceitação e confiança absoluta.
Então se a teologia é a lógica sobre Deus; se é o raciocínio acerca de Sua revelação em Cristo
conforme apresentada nas Escrituras, obviamente ela é indispensável para nós, visto que a
Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus (Romanos 10:17). Além disso,
o escritor de Hebreus ensina que “sem fé é impossível agradar a Deus; porquanto é necessário
que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o
buscam” (Hebreus 11:6).
Em terceiro lugar, a teologia é essencial para podermos obedecer à ordem de Jesus: “Portanto,
ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mateus 28:19,20).
Perceba que essa ordem exige de nós a compreensão adequada dos mandamentos do Senhor
a fim de que possamos ensiná-los a outras pessoas. Isso é fazer teologia.
Em quarto lugar, o estudo teológico é indispensável à vida da Igreja. O apóstolo Paulo escreve:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).
Portanto, não há outro modo de regular a vida da Igreja conforme a vontade de Deus, se não
pelo estudo cuidadoso e aplicação correta da Escritura.
Por fim, que o conselho do profeta Oseias desperte em nós o desejo por uma boa teologia:
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“Conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR: como a alva, será a sua saída; e ele a nós
virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Oseias 6:3).
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Então basicamente a teologia sistemática é a disciplina teológica que responde de forma clara
e direta o que a Palavra de Deus nos diz sobre um dado tópico. Muitas pessoas se assustam
com a designação “teologia sistemática”. Mas todo cristão está envolvido diariamente com
ela. Em outras palavras, cada vez que alguém pergunta: “O que a Bíblia diz sobre isso ou
aquilo?”, essa pessoa está recorrendo à teologia sistemática.
Wayne Grudem está correto ao dizer que a maioria dos cristãos realmente faz teologia
sistemática muitas vezes por semana. Por exemplo: quando afirmamos que a Bíblia ensina que
quem crê em Jesus será salvo, ou que Jesus é o único caminho para Deus, ou mesmo que Jesus
virá outra vez, estamos fazendo afirmações teológico-sistemáticas.8
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Outra fonte da teologia sistemática é a teologia histórica. Essa área da teologia se dedica a
estudar como a doutrina bíblica se desenvolveu no decorrer da história da Igreja e como a
Igreja reagiu às ameaças ao verdadeiro ensino bíblico.
O segundo pressuposto da teologia sistemática é que a Bíblia é mesmo a Palavra de Deus. Isso
significa que Deus se revelou a si mesmo em Sua Palavra. Essa auto-revelação de Deus está de
acordo com seu próprio caráter e natureza e, portanto, ela é ordeira, coerente, consistente e
inteligível. Deus se comunica nas Escrituras com o propósito de ser entendido. Sua mensagem
possui unidade e é imutável.
Também é verdade que há teólogos que não acreditam que a Bíblia – toda ela ou parte dela –
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é a genuína Palavra de Deus. Mas o resultado do trabalho dessas pessoas inevitavelmente será
uma visão distorcida e liberal de Deus, de Sua obra e de Sua vontade.
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Millard Erickson propõe um passo a passo com as principais etapas do método da teologia
sistemática.10 Em resumo temos:
Em primeiro lugar, o estudo da teologia sistemática prepara o crente para aprender e também
para ensinar o que a Bíblia diz acerca das questões mais relevantes da Fé Cristã.
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Seja por causa da corrupção do pecado, ou mesmo por simples ignorância, muitas vezes nos
posicionamos de um modo equivocado e contrário às Escrituras. Mas de uma forma ou de
outra, não temos permissão para distorcer as verdades bíblicas.
Em terceiro lugar, a teologia sistemática habilita o crente a identificar quando uma doutrina
realmente é bíblica ou não. Millard Erickson diz que crenças doutrinárias corretas são
essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus.11 Se uma pessoa não possui a crença
correta acerca da revelação de Deus, como ela poderá se relacionar com Ele?
Diariamente os crentes são atacados por diversos modelos que pregam uma verdade
alternativa, ou sistemas de pensamentos religiosos ou ideologias seculares que tentam se
equiparar à verdade bíblica. Mas devemos saber que a fonte da verdadeira doutrina é a Bíblia,
e não sistemas filosóficos, psicologias populares ou experiências pessoais.
Mas como saber identificar uma doutrina verdadeira de uma doutrina falsa? Erickson usa uma
analogia interessante para responder a esta pergunta. Quando agentes do governo são
treinados para reconhecer dinheiro falso, não se usa inúmeras notas falsificadas, mas se expõe
os agentes continuamente às notas genuínas, até que eles conheçam minuciosamente cada
um de seus detalhes. No final, os agentes se tornam capazes de detectar uma imitação, não
meramente pela presença de elementos estranhos, mas também pela falta de elementos
corretos ou alguma variação deles.12
Em quarto lugar, estudar teologia sistemática capacita o crente a defender doutrinas que são
inegociáveis à Fé Cristã. Além disso, controvérsias doutrinárias sempre surgiram ao longo da
história da Igreja, e essas controvérsias foram respondidas eficazmente quando pessoas
levantadas por Deus apontaram a totalidade da mensagem bíblica acerca do tema que estava
sendo discutido – por exemplo: Trindade, humanidade e divindade de Cristo etc. Nós não
sabemos quais controvérsias poderão surgir no futuro, mas todo crente genuíno deve estar
capacitado a respondê-las, se for preciso.
sistemática não somente irá fornecer os dados bíblicos necessários para respondermos os
questionamentos éticos e práticos de nossa vida diária, como também irá nos ajudar a crescer
como cristãos.
1. Devemos estudar teologia sistemática com oração – “Abre os meus olhos para que eu
veja as maravilhas da tua Lei” (Salmos 119:18; cf. 1 Coríntios 2:14).
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2. Devemos estudar teologia sistemática com humildade – “Sejam todos humildes uns
para com os outros, porque Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos
humildes” (1 Pedro 5:5; cf. Tiago 3:13-18).
3. Devemos estudar a teologia sistemática com a razão – “A verdade é a essência da tua
palavra, e todas as tuas justas ordenanças são eternas” (Salmos 119:160).
4. Devemos estudar teologia sistemática com a ajuda de outros – “Assim, na Igreja, Deus
estabeleceu primeiramente apóstolos, em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar,
mestres...” (1 Coríntios 12:28).
5. Devemos estudar teologia sistemática coletando e entendendo todas as passagens da
Escritura sobre um tópico – “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa
para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem
de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Timóteo
3:16,17).
6. Devemos estudar teologia sistemática com alegria e louvor – “Como são doces para o
meu paladar as tuas palavras! Mais doces que o mel a minha boca” (Salmos 119:103).
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Na Bíblia, a palavra doutrina traduz dois termos gregos que aparecem quarenta e oito vezes no
Novo Testamento: didaskalia e didaquê. Esses termos basicamente significam “ensinamento”,
enfatizando tanto o ato quanto o conteúdo do ensino.
No Antigo Testamento não há uma palavra específica que possui o significado exato de
“doutrina”, mas algumas traduções usam as palavras doutrina e ensino para traduzir o
hebraico leqah, que significa “o que é recebido”. Mas na verdade a ideia de um corpo de
ensino revelado está muito presente no Antigo Testamento, especialmente através do
vocábulo torah, “lei, instrução”.
Porém, a doutrina cristã possui um caráter singular e incomparável a qualquer outra. Isso
porque ela não se baseia em meras tradições, experiências pessoais ou na observação de
eventos e fenômenos naturais, mas sua fonte é a Escritura como a auto-revelação de Deus aos
homens. Essa revelação é infalível, inerrante e autoritativa.
Por esse motivo o apóstolo Paulo escreve que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para
o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem
de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16,17).
Esse texto bíblico também revela que a doutrina cristã possui uma aplicação prática e essencial
à vida da Igreja. Não se trata de algo abstrato e estritamente técnico com valor puramente
intelectual.
Como bem define Millard Erickson em sua Teologia Sistemática, a doutrina cristã é a
declaração das crenças mais fundamentais do cristão, ou seja, as crenças sobre a natureza de
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Deus; sobre sua ação; sobre nós – que somos suas criaturas; e sobre o que Deus fez para nos
trazer à comunhão com Ele. Essas crenças são a espécie mais importante de verdades; são as
declarações mais importantes sobre as questões fundamentais da vida.14
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As doutrinas básicas constituem os pilares da Fé Cristã. Wayne Grudem explica que uma
doutrina básica é aquela que causa um impacto significativo sobre o nosso pensamento e
sobre as demais doutrinas, ou que exerce um impacto significativo sobre o modo como se vive
a vida cristã.
De acordo com essa definição, doutrinas como a autoridade da Bíblia, o ser de Deus –
incluindo seus atributos e a Trindade –, a realidade do pecado, a pessoa de Cristo – incluindo
suas naturezas humana e divina –, a justificação pela fé, a consumação de todas as coisas –
com a volta de Cristo e o juízo final – são algumas daquelas consideradas doutrinas bíblicas
básicas. Por exemplo: alguém que nega a doutrina da humanidade ou da divindade de Cristo,
não pode ser identificado como cristão, pois não aceita um dos pilares da Fé Cristã.
Já as doutrinas secundárias, conforme Grudem explica, são aquelas que causam pouco
impacto sobre as outras doutrinas, e bem pouca influência sobre o modo como vivemos a vida
cristã. Normalmente no campo das doutrinas secundárias é comum que existam divergências
interpretativas entre os cristãos. Essas divergências são toleradas porque não ameaçam os
princípios básicos da Fé Cristã.
As doutrinas bíblicas também podem ser tratadas de forma ampla ou específica. Por exemplo:
a doutrina das últimas coisas possui muito conteúdo e uma grande variedade de assuntos. Se
essa doutrina for tratada de forma ampla, ela deve abordar tudo o que a Bíblia diz sobre o fim
dos tempos e a consumação final da História. Porém, podemos falar de forma específica sobre
a doutrina do milênio, que por sua vez está dentro de um todo maior que é a doutrina do fim
dos tempos.
As falsas doutrinas
Infelizmente em muitos círculos cristãos doutrinas estranhas às Escrituras acabaram ganhando
espaço. Isso resultou não apenas num afastamento dos princípios bíblicos, mas numa visão
distorcida do que realmente é uma doutrina bíblica.
O costume das pessoas fazerem suas próprias adições às doutrinas das Escrituras é muito
antigo. Citando o profeta Isaías, o próprio Senhor Jesus denunciou a hipocrisia daqueles que
viviam da aparência gerada por doutrinas humanas: “Este povo honra-me com os seus lábios,
mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são
preceitos dos homens” (Mateus 15:8,9).
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O apóstolo Paulo também escreveu sobre a inutilidade das doutrinas dos homens (Colossenses
2:21-23). Basicamente todo o conjunto de ensinamentos contrários ou além do que a Bíblia
diz, é uma falsa doutrina – ainda que existam falsas doutrinas mais perigosas que outras.
O mesmo apóstolo ainda alertou que nos últimos tempos as pessoas não suportariam a sã
doutrina e tomariam para si mestres que ensinariam aquilo que lhes dá prazer; elas dariam
ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1 Timóteo 4:1; 2 Timóteo 4:3).
Sem dúvida estamos vivendo dias assim!
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Bibliografia consultada:
1
Sproul, R.C.. Somos Todos Teólogos: Uma introdução à Teologia Sistemática (p. 15-16).
Editora Fiel. Edição do Kindle.
2
Ferreira, Franklin. Teologia Cristã. Vida Nova. Edição do Kindle (posição 340).
3
Sproul, R.C.. Somos Todos Teólogos: Uma introdução à Teologia Sistemática (p. 16-17).
Editora Fiel. Edição do Kindle.
4
Erickson, Millard. Teologia Sistemática (p. 18). Editora Vida Nova.
5
Sproul, R.C.. Somos Todos Teólogos: Uma introdução à Teologia Sistemática (p. 25). Editora
Fiel. Edição do Kindle.
6
Erickson, Millard. Teologia Sistemática (p. 19). Editora Vida Nova.
7
Sproul, R.C.. Somos Todos Teólogos: Uma introdução à Teologia Sistemática (p. 30). Editora
Fiel. Edição do Kindle.
8
Grudem, Wayne. Manual da Teologia Sistemática (p. 19). Editora Vida.
9
Sproul, R.C.. Somos Todos Teólogos: Uma introdução à Teologia Sistemática (p. 16). Editora
Fiel. Edição do Kindle.
10
Erickson, Millard. Teologia Sistemática (p. 20-25). Editora Vida Nova.
11
Erickson, Millard. Teologia Sistemática (p. 17). Editora Vida Nova.
12
Erickson, Millard. Teologia Sistemática (p. 17-18). Editora Vida Nova.
13
Grudem, Wayne. Manual da Teologia Sistemática (p. 24-29). Editora Vida.
14
Erickson, Millard. Teologia Sistemática (p. 15-16). Editora Vida Nova.
15
Grudem, Wayne. Manual da Teologia Sistemática (p. 21). Editora Vida.
16
Grudem, Wayne. Manual da Teologia Sistemática (p. 21). Editora Vida.
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