TCC Impressao SERVIDÃO RURAL

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 119

Universidade Federal de Santa Catarina

CTC – Centro Tecnológico


Departamento de Engenharia Civil

ESTUDO DE MÉTODOS E CÁLCULO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DE


INSTITUIÇÃO DE SERVIDÃO ADMINISTRATIVA EM ÁREA RURAL

Leandro Saraiva de Medeiros


Professor Orientador: Norberto Hochheim

FLORIANÓPOLIS

2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CTC – CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DE MÉTODOS E CÁLCULO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DE


INSTITUIÇÃO DE SERVIDÃO ADMINISTRATIVA EM ÁREA RURAL

Trabalho apresentado à disciplina


de Trabalho de Conclusão de
Curso II, como requisito de
avaliação da mesma.

Leandro Saraiva de Medeiros


Orientador: Norberto Hochheim

FLORIANÓPOLIS
2014
Leandro Saraiva de Medeiros

ESTUDO DE MÉTODOS E CÁLCULO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DE


INSTITUIÇÃO DE SERVIDÃO ADMINISTRATIVA EM ÁREA RURAL

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Titulo de
“Engenheiro Civil”, e aprovado em sua forma final pelo Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 07 de julho de 2014.

Prof. Luis Alberto Gómez, Dr.

Coordenador do Curso

________________________

Prof.ª Norberto Hochheim, Dr.°

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina


AGRADECIMENTOS

A esta Universidade, sеυ corpo docente, direção е administração, qυе oportunizaram


а janela qυе hoje vislumbro υm horizonte superior, eivado pеlа acendrada confiança
nо mérito е ética aqui presentes.

Ao professor Norberto Hochheim, pela orientação, apoio е confiança.

À minha mãе, heroína qυе mе dеυ apoio, incentivo nаs horas difíceis, de desânimo е
cansaço.

Ao mеυ pai qυе apesar dе todas аs dificuldades sempre me forneceu condições е


qυе sempre pаrа mіm foi um exemplo a seguir, assim como correções e formatações
de última hora.

A Aline Sardá, minha companheira, pela compreensão, pelas correções, pelos


puxões de orelha, pelas dicas e, principalmente, pelo carinho e amizade de tantos
anos, que sem os quais não seria possível a realização dos meus objetivos,
incluindo este TCC e formação no ensino superior.
“It’s time”
Bruce Buffer
RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo sobre modelos e critérios de cálculo para


definição de valores de indenizações referentes a instituição de servidões devido a
linhas de transmissão de energia, com o intuito de comparação entre eles. O estudo
é baseado em dados de uma linha preexistente, com detalhes e dados de terrenos
referentes a época de construção da linha de transmissão. A parte inicial consta de
uma breve revisão bibliográfica de alguns métodos para determinação de
indenizações. Posteriormente são destacados e detalhados os terrenos a serem
analisados, seguindo a ideia de selecionar os dados mais variáveis possíveis para
se tentar abranger todas as divergências dos métodos propostos. Com os dados
levantados, são realizados os cálculos baseados nos métodos descritos na parte
inicial. Na análise geral do trabalho, comparam-se os resultados encontrados. Nas
considerações finais comenta-se os possíveis motivos da diferença entre os
métodos comparados e analisados quais dos métodos são mais coerentes e
indicados para a realidade do mercado.

Palavras-chave: Indenização, Servidão administrativa, Linha de transmissão,


Avaliação de imóveis rurais.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Linha de transmissão .........................................................................................................15


Figura 2: Tensões e suas respectivas distâncias destinadas à faixa de servidão ...................20
Figura 3: Casos de posição da LT ....................................................................................................37
Figura 4:Mapa de localização do Brasil ..........................................................................................52
Figura 5: Mapa de Santa Catarina, localização LT Vidal Ramos ................................................52
Figura 6: Linha de Transmissão Vidal Ramos – Rio do Sul ........................................................53
Figura 7: Terreno 4..............................................................................................................................60
Figura 8: Caracterização do terreno 1 ...........................................................................................100
Figura 9: Caracterização terreno 2 .................................................................................................101
Figura 10: Caracterização terreno 3 ...............................................................................................102
Figura 11: Caracterização terreno 4 ...............................................................................................103
Figura 12: Caracterização terreno 5 ...............................................................................................104
Figura 13: Caracterização terreno 6 ...............................................................................................105
Figura 14: Caracterização terreno 7 ...............................................................................................106
Figura 15: Caracterização terreno 8 ...............................................................................................107
Figura 16: Caracterização terreno 9 ...............................................................................................108
Figura 17: Caracterização terreno 10.............................................................................................109
Figura 18: Caracterização terreno 11.............................................................................................110
Figura 19: Caracterização terreno 12.............................................................................................111
Figura 20: Caracterização terreno 13.............................................................................................112
Figura 21: Caracterização terreno 14.............................................................................................113
Figura 22: Caracterização terreno 15.............................................................................................114
Figura 23: Caracterização terreno 16.............................................................................................115
Figura 24: Caracterização terreno 17.............................................................................................116
Figura 25: Caracterização terreno 18.............................................................................................117
Figura 26: Caracterização terreno 19.............................................................................................118
Figura 27: Caracterização terreno 20.............................................................................................119
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Restrições de utilização na faixa de servidão ...............................................................22


Tabela 2: Pesos para os riscos .........................................................................................................34
Tabela 3: Pesos ...................................................................................................................................36
Tabela 4: Percentual de comprometimento ....................................................................................38
Tabela 5: Resumo dos Fatores .........................................................................................................40
Tabela 6:Índices de taxa ....................................................................................................................45
Tabela 7: Principais fatores depreciativos .......................................................................................45
Tabela 8: Riscos de queda de linhas de transmissão (confiabilidade mecânica) .....................47
Tabela 9: Interferência causada pela indução ...............................................................................47
Tabela 10: Interferência causada pela indução.............................................................................47
Tabela 11: Posição da linha...............................................................................................................48
Tabela 12: Características da região ..............................................................................................49
Tabela 13: Coeficientes CL para o cálculo da desvalorização dos remanescentes.................51
Tabela 14: Dados terreno 20 .............................................................................................................56
Tabela 15: Principais cultivos na região de Vidal Ramos .............................................................56
Tabela 16: Fatores dos terrenos 1, 2 e 3 ........................................................................................63
Tabela 17: Fatores dos terrenos 4, 5 e 6 ........................................................................................63
Tabela 18: Fatores dos terrenos 7, 8 e 9 ........................................................................................64
Tabela 19: Fatores dos terrenos 10, 11 e 12 .................................................................................64
Tabela 20: Fatores dos terrenos 13, 14 e 15 .................................................................................65
Tabela 21: Fatores dos terrenos 16, 17 e 18 .................................................................................65
Tabela 22: Fatores dos terrenos 19 e 20 ........................................................................................65
Tabela 17:Resultados pelo método da Renda ...............................................................................67
Tabela 18: Resultados pelo método Pellegrino ..............................................................................69
Tabela 25:Resultados pelo método da Renda ...............................................................................71
Tabela 26: Resumo fatores................................................................................................................74
Tabela 27: Características do Terreno ...........................................................................................75
Tabela 28: Métodos coeficientes ......................................................................................................90
Tabela 29: Métodos da Renda e Pellegrino ....................................................................................93
Tabela 30: Comparativo global .........................................................................................................94
Tabela 25: Dados terreno 01 ...........................................................................................................100
Tabela 26: Dados terreno 02 ...........................................................................................................101
Tabela 27: Dados terreno 03 ...........................................................................................................102
Tabela 28: Dados terreno 04 ...........................................................................................................103
Tabela 29: Dados terreno 05 ...........................................................................................................104
Tabela 30: Dados terreno 06 ...........................................................................................................105
Tabela 31: Dados terreno 07 ...........................................................................................................106
Tabela 32: Dados terreno 08 ...........................................................................................................107
Tabela 33: Dados terreno 09 ...........................................................................................................108
Tabela 34: Dados terreno 10 ...........................................................................................................109
Tabela 35: Dados terreno 11 ...........................................................................................................110
Tabela 36: Dados terreno 12 ...........................................................................................................111
Tabela 37: Dados terreno 13 ...........................................................................................................112
Tabela 38: Dados terreno 14 ...........................................................................................................113
Tabela 39: Dados terreno 15 ...........................................................................................................114
Tabela 40: Dados terreno 16 ...........................................................................................................115
Tabela 41: Dados terreno 17 ...........................................................................................................116
Tabela 42: Dados terreno 18 ...........................................................................................................117
Tabela 43: Dados terreno 19 ...........................................................................................................118
Tabela 44: Dados terreno 20 ...........................................................................................................119
SUMÁRIO
1. ......... INTRODUÇÃO 13

1.1. ..... OBJETIVO GERAL 14

1.2. ..... OBJETIVOS ESPECÍFICOS 14


2. ......... REFERENCIAL TEÓRICO 15

2.1....... DEFINIÇÕES 15
2.1.1 ... Linhas de Transmissão 15
2.1.2 ... Servidão administrativa 16
2.1.2.1Classificação 18

2.1.3 ... Servidão de Passagem Aérea de Cabos Condutores 19

2.1.4 ... Restrições Atribuídas às Servidões 20

2.1.5 ... Indenização 22

2.1.6 ... Métodos: Caracterização e Procedimentos 23


2.1.6.1Método Comparativo Direto de Dados de Mercado 23
2.1.6.2Pesquisa 24
2.1.6.3Identificação das variáveis 24
2.1.6.4Levantamento de mercado 25
2.1.6.5Tratamento de dados 26
2.1.6.6Tratamento por fatores 27
2.1.6.7Tratamento cientifico 27
2.1.7 ... Método Involutivo 28
2.1.7.1Pesquisa de valores 28
2.1.7.2Previsão de receitas 29
2.1.7.3Modelo 29
2.1.8 ... Método da renda 29
2.1.8.1Estimação das receitas e despesas 29
2.1.8.2Montagem do fluxo de caixa 30
2.1.8.3Estabelecimento da taxa mínima de atratividade 30
2.1.8.4Estimação do valor do imóvel 30
2.1.9 ... Método evolutivo 30
2.6. ..... MÉTODOS DE CÁLCULO DE INDENIZAÇÃO ESTUDADOS 31
2.6.1 Método Usado pelas Centrais Elétricas do Sul do Brasil 32
2.6.2. .. Avaliação da indenização em função da rentabilidade líquida da faixa
.......... 41
2.6.3. .. Avaliação da indenização em função da rentabilidade liquida da faixa
(Pellgrino) 44
2.6.4. .. Método de Phillipe Westin 45
2.6.5. .. Método da CEEE 46
2.6.5.1. Determinação do coeficiente de servidão 46
2.6.5.2. Determinação da indenização primária 49
2.6.5.3. Valor primário de indenização 50
2.6.5.4. Determinação da indenização devida pela desvalorização da área
remanescente 50
2.6.5.5. Valor final da indenização 51
3. ......... ÁREA DE ESTUDO 52

3.1. ..... LOCALIZAÇÃO 52

3.2. ..... CARACTERIZAÇÃO 53

3.2.1. .. Caracterização da LT e sua servidão 53

3.2.2. .. Caracterização dos terrenos 54


4. ......... DESCRIÇÃO DOS CÁLCULOS DE INDENIZAÇÃO 55
4.1. ..... DIAGNÓSTICO DE MERCADO 55
4.2. ..... PRODUÇÃO VEGETAL REGIONAL 56
4.3. ..... CÁLCULO PELOS MÉTODOS DESCRITOS 57
4.3.1. .. CÁLCULO PELO MÉTODO ELETROSUL 57
4.3.2. .. CÁLCULO PELO MÉTODO AVALIAÇÃO DA INDENIZAÇÃO EM FUNÇÃO
DA RENTABILIDADE LÍQUIDA DA FAIXA 66
4.3.3. .. CÁLCULO PELO MÉTODO AVALIAÇÃO DA INDENIZAÇÃO EM FUNÇÃO
DA RENTABILIDADE LÍQUIDA DA FAIXA (PELLEGRINO) 67
4.3.4. .. CÁLCULO PELO MÉTODO PHILLIPE WESTIN 69
4.3.5. .. CÁLCULO PELO MÉTODO DA CEEE 71
4.3.6. .. Método utilizado pela CEEE 72
4.3.6.1. Determinação do coeficiente de servidão 72
4.3.6.2. Determinação da indenização primaria 76
4.3.6.3. Valor primário de indenização 77
4.3.6.4. Determinação da indenização devida pela desvalorização da área
remanescente 77
4.3.6.5. Valor final da indenização 79
5. ......... COMPARATIVO E ANALISE DOS RESULTADOS 90
5.1. ..... MÉTODOS COEFICIENTES 90
5.2. ..... MÉTODOS DE RENDA 92
5.3. ..... COMPARATIVO GLOBAL 94
6. ......... CONCLUSÕES 96
REFERÊNCIAS 97
13

1. INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento do país a demanda energética da sociedade cresce


proporcionalmente e, para acompanhar tais demandas, as concessionárias de
energia têm que expandir suas redes de transmissão e distribuição de energia.
Para que as expansões de suas redes sejam economicamente viáveis, o poder
público concede às concessionárias o direito chamado de servidão administrativa, já
que o conceito de desapropriação se aplicado sobre as faixas de servidão
acarretaria um custo muito alto tanto de indenizações quanto de manutenção de tais
faixas.
O custo da linha de transmissão em relação à rentabilidade da venda de
energia depende da quantidade de energia produzida, assim, nas PCHs, que tem
menor produção, normalmente o custo da linha é muito alto, e é onde há uma
tendência de surgirem mais problemas nas avaliações de indenização, por serem
oferecidos valores muito baixos aos proprietários. Por outro lado como a energia é
vendida antecipadamente na bolsa, em algumas médias a grandes usinas o custo
de compra de energia para cumprir contrato de fornecimento, em razão da linha não
ter ficado concluída por problema de indenização em algum imóvel é muito superior
ao valor que seria pago pela DESAPROPRIAÇÃO da faixa de servidão de todos os
imóveis atingidos. Ou seja, ao uso de um coeficiente de servidão de 100%. Se as
empresas indenizassem 100% poderia caracterizar uma desapropriação, e elas
teriam de providenciar as matrículas das áreas em seu nome, o que causaria as
seguintes dificuldades:
- Controle burocrático de centenas de títulos de propriedade
- Necessidade de cercar as áreas
- Pagar impostos
- Manutenção das áreas
- Evitar invasões das áreas
Este é o motivo da CEEE pagar 95% e não 100% da área da instalação das
torres, não caracterizar desapropriação.
Muitas empresas, em algumas situações, teriam condições de pagar 100%
(95% no caso) de Coeficiente de Servidão para todos os imóveis de uma linha, mas
não o fazem porque deve-se pagar uma indenização justa, não caracterizando
enriquecimento sem causa dos proprietários. Além disto, abriria um precedente
14

perigoso para outras linhas, e os proprietários passariam a exigir 100% mesmo


quando fosse inviável economicamente para a empresas. Apesar de sua grande
frequência, a indenização relativa à depreciação por áreas de servidão é um assunto
muito polêmico, cujas técnicas avaliadoras são as mais diversas e, muitas vezes, os
resultados finais divergem consideravelmente, em grande parte devido à falta de um
método padronizado para o seu cálculo.
Cabe aqui ressaltar que o presente trabalho não tem a intenção de definir
novos conceitos básicos e nem indicar tentativas de padronização de critérios
avaliatórios, mas apenas analisar o tema onde cabe ainda muita discussão para se
chegar a uma tendência centralizadora de métodos.

1.1. OBJETIVO GERAL

Comparar diversos métodos e cálculos de indenização em virtude de instituição


de servidão administrativa de linhas de transmissão.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste trabalho são:


a) Analisar alguns dos métodos utilizados atualmente no mercado;
b) Detectar possíveis simplificações nos métodos analisados;
c) Verificar os pontos de divergencia entre os métodos.
15

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DEFINIÇÕES

2.1.1 Linhas de Transmissão

Linhas de Transmissão são utilizadas para transportar a energia de centros


geradores, geralmente distantes, para os polos consumidores. A região em torno do
eixo da Linha de Transmissão é chamada de faixa de servidão. As faixas das LT’s
são regiões de restrições e limitações de uso e ocupação que são consideradas
violações dos padrões de segurança impostas nas normas técnicas e procedimentos
das concessionárias de energia, conforme Error! Reference source not found..

Figura 1: Linha de transmissão

Fonte: http://www.canalenergia.com.br/

Ao contrário das linhas de distribuição, que são utilizadas para distribuir


energia dentro de um município e atravessar pequenas distâncias de domínio
público, as Linhas de Transmissão geralmente percorrem grandes distâncias
linearmente por terrenos privados. Para viabilizar a passagem dessas linhas em
terrenos privados, o poder público concede às concessionárias o direito de utilização
de servidões administrativas.
16

2.1.2 Servidão administrativa

“Servidão administrativa consiste em direito real sobre coisa alheia. Tendo


em vista que este direito é exercido pelo poder público, pode ser mais
especificamente definido como o direito real de gozo do Poder Público
(União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios, Pessoas
Jurídicas Públicas ou Privadas autorizadas por lei ou contrato) sobre
propriedade alheia de acordo com o interesse da coletividade.”
(LFG,http://lfg.jusbrasil.com.br/, 2010)

DECRETO Nº 35.851, DE 16 DE JULHO DE 1954.

Regulamenta o art. 151, alínea c, do Código de Águas (Decreto nº 24.643, de 10


de julho de 1934).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art.


87, inciso I, da Constituição e atendendo ao disposto no art. 151, alínea c, do
Decreto n. 24.643, de 10 de julho de 1934,

DECRETA:

Art 1º As concessões para o aproveitamento industrial das quedas d’água, ou,


de modo geral, para produção, transmissão e distribuição de energia elétrica,
conferem aos seus titulares o direito de constituir as servidões administrativas
permanentes ou temporárias, exigidas para o estabelecimento das respectivas
linhas de transmissão e de distribuição.

Art 2º A constituição da servidão a que se refere o artigo anterior, depende da


expedição, pelo Poder Executivo, de decreto em que, para êsse efeito, se
reconheça a conveniência de estabelecê-la e se declarem de utilidade pública as
áreas destinadas à passagem na linha.

§ 1º Para a fixação das áreas sujeitas ao ônus da servidão, a administração terá


em vista, entre outros característicos, a tensão da linha, o número de circuitos e
o tipo da construção.
17

§ 2º A servidão compreende o direito, atribuído ao concessionário, de praticar,


na área por ela abrangida, todos os atos de construção, manutenção,
conservação e inspeção das linhas de transmissão de energia elétricas e das
linhas, sendo-lhe assegurado ainda o acesso à área da servidão, através do
prédio serviente, desde que não haja outra via praticável.

Art 3º Os proprietários das áreas atingidas pelo ônus limitarão o uso do gôzo
das mesmas ao que fôr compatível com a existência a servidão, abstendo-se, em
conseqüência, de praticar, dentro delas, quaisquer atos que a embaracem ou lhe
causem dano, incluídos entre os de erguerem construções ou fazerem
plantações de elevado porte.

§ 1º A administração, ao expedir o decreto de servidão, poderá vedar que tais


construções ou plantações se façam em uma faixa paralela à área da servidão,
estabelecendo-lhe os respectivos limites.

§ 2º Aos concessionários é assegurado o direito de mandar podar ou cortar


quaisquer árvores, que, dentro da área da servidão ou na faixa paralela à
mesma, ameacem as linhas de transmissão ou distribuição.

Art 4º Uma vez expedido o decreto de que trata o art. 1º, a constituição da
servidão se realizará mediante escritura pública, em que o concessionário e os
proprietários interessados estipulem, nos têrmos do mesmo decreto, a extensão
e limites do ônus, e os direitos e obrigações de ambas as partes.

Art 5º Os proprietários das áreas sujeitas à servidão têm direito à indenização


correspondente à justa reparação dos prejuízos a êles causados pelo uso
público das mesmas e pelas restrições estabelecidas ao seu gôzo.

Art 6º Os concessionários poderão promover, no caso de embaraço oposto


pelos proprietários à constituição da servidão, ou ao respectivo exercício, as
medidas judiciais necessárias ao seu reconhecimento, cabendo-lhes também a
18

faculdade de utilizar-se do processo da desapropriação, nos têrmos do art. 40


do Decreto-lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941.

Art 7º Revogam-se as disposições em contrário.

Di Pietro (2008) conceitua servidão administrativa como “o direito real de


gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de propriedade alheia, com base
em lei, por entidade pública ou por seus delegados, em face de um serviço público
ou de um bem afetado a fim de utilidade pública”.
O Poder Público tem o direito de estabelecer servidões para passagem de
estradas, túneis, linhas de transmissão de energia, encanamentos, canalizações,
oleodutos, para estabelecimento de cones de aproximação em pistas de pouso,
proteção de paisagem entre outros.
Conforme citada na diretriz metodológica para avaliação de servidão da
ELETROSUL (1998), “servidão administrativa é a limitação do direito de uso da
propriedade. Impõe compulsoriamente restrições ao proprietário, em benefício de
terceiros ou mesmo do coletivo mediante previa indenização. ”.
Diferente da desapropriação, na qual o Poder Público compulsoriamente
despoja alguém de certo bem, móvel ou imóvel, adquirindo-o para si em caráter
originário, faixa de servidão somente limita o direito de uso de parte da propriedade,
e na área do terreno que a faixa não atinge se mantém os direitos originais do
proprietário.

2.1.2.1 Classificação

Conforme o engenheiro Manoel Philippi indica em sua publicação, “ Servidões -


Depreciação/Avaliação “, as servidões podem ser classificadas quanto à forma legal,
quanto a profundidade e quanto a duração:

 Quanto à forma legal, pode ser classificada como:

 pessoal, quando incidentes sobre algo, em favor de uma pessoa,


denominada titular da servidão;
19

 prediais, quando incidente sobre um imóvel, em favor de outro imóvel;


 administrativa que são as prediais porem com o título da servidão cedido
ao Poder Público.

 no parâmetro de profundidade de uma servidão pode se classificar em três


servidões distintas:

 subterrânea, para quando a tuneis, metros, galerias de águas pluviais,


drenos, redes de esgoto, oleodutos e similares;
 superficiais, são aquelas utilizadas para, acessos, canais, adutoras,
emissários, dentre outros;
 aéreas quando destinadas a linha de transmissão de energia elétrica e
telefônica, cones de aproximação de voos, etc.

 segundo a duração da servidão pode-se ainda classificar, como:

 temporária, quando instituídas para atividades temporárias, como


pesquisa de minérios, pesquisa arqueológicas;
 perpétuas, são aquelas instituídas permanentemente ou por prazo
indeterminado como é o caso das linhas de transmissão.

2.1.3 Servidão de Passagem Aérea de Cabos Condutores

A faixa de servidão devido à passagem de cabos de transmissão é formada por


uma faixa contendo o cabo como eixo e equidistante das bordas, com uma distância
preestabelecida que varia com a voltagem da linha, conforme Error! Reference source
not found..
20

Figura 2: Tensões e suas respectivas distâncias destinadas à faixa de servidão

Fonte: Wosny, 2010

2.1.4 Restrições Atribuídas às Servidões

O uso sob a linha de transmissão, segundo Garcia (1999), deve ser receber a
aprovação por parte da concessionaria elétrica para toda e qualquer utilização da
faixa de segurança.
As restrições se devem pela questão de segurança, de forma que o intuito
principal é evitar atividades que promovam a permanência e aglomeração de
pessoas, tais como: benfeitorias, quadras ou campos destinados as práticas
esportivas ou recreação; praças e parques (estacionamentos, lavouras que
demandam mão de obra intensiva)
Segundo Garcia (1999), no tocante às benfeitorias, as construções de
madeira, de alvenaria, ou de outro material, que mantem pessoas, de forma
permanente ou temporária não são permitidas nas áreas de servidão. As pessoas
não devem estar sujeitas a nenhum tipo de risco de efeitos elétricos, (choques por
indução, por tensão de passo, tensão de toque), e de efeitos mecânicos (queda de
condutores e estruturas) agravados pelas sucessivas tentativas de religamento (no
caso de falha operacional), que provocará descargas elétricas em cabos rompidos
sobre o solo.
Em relação à utilização das áreas de servidão para plantações ou cultivos de
espécies vegetais, as restrições se dão por motivos de técnicas de plantio, que não
podem pôr em risco o funcionamento normal das linhas de transmissão. Além das
técnicas de plantio, é importante observar as técnicas de colheita, estas não devem
21

violar as restrições de segurança na área de servidão e por isso devem ser


autorizadas pela empresa. As imposições quanto à utilização dessas áreas para
atividades agrícolas se dão pelo porte dos vegetais, que não deve ultrapassar a
altura máxima de 4 metros do fio mais baixo sob a linha de transmissão, diante dos
riscos que podem ser causados pelo contato com os cabos. Dadas as restrições
para os cultivos, a cultura da cana-de-açúcar, por exemplo, está sujeita a queimadas
intencionais ou não principalmente quando voltada à exploração industrial que
provocam o desligamento das linhas, além de seu porte médio/ alto que pode
prejudicar o funcionamento normal das linhas por contato. De uma maneira geral,
não é permitida a permanência desse tipo de cultura nas faixas das linhas de
transmissão. A cultura da cana-de-açúcar em uso doméstico pode ser reavaliada, e
então a definição de permanência se dá após avaliação técnica e autorização
expressa da área técnica da empresa.
As plantações de baixo porte, altura de no máximo 1 metro, tais como de
feijão, batata, podem ser aceitas, porém estão sujeitas a danificações devido a
passagem de veículos de manutenção (pivô central, cercas elétricas, pulverização
aérea).
É Proibido na faixa de servidão (Eletrosul):
 subir nas torres de transmissão;
 atirar objetos nos sinalizadores;
 danificar cabos enterrados;
 abastecer veículos;
 construir edificações ou benfeitorias;
 instalar bombas e equipamentos eletromecânicos;
 depositar ou estocar material;
 plantar árvores de grande porte e fazer queimadas;
 instalar motores, bombas d’água, pivô central para irrigação e cercas
elétricas;
 passar com aeronave por baixo dos cabos da linha de transmissão;
estacionar implementos e maquinário agrícola e automotivo.

OBS: tratores, máquinas e implementos (plantadeiras, colheitadeiras e arados)


SOMENTE poderão ser usados a uma distância mínima de três metros em relação a
cada um dos cabos de sustentação das torres de transmissão.
22

2.1.5 Indenização

A indenização consiste no ressarcimento dos proprietários dos imóveis pelas


restrições de uso impostas pelas concessionárias de energia, devido aos riscos
gerados pela alta tensão nos cabos de transmissão, e pela desvalorização do
remanescente sem restrições de uso. Tais restrições são aplicadas independente da
tensão na rede passante ou da região do país em que se encontra tal rede.

A Tabela 1 define, de forma simples, as restrições impostas no país:

Tabela 1: Restrições de utilização na faixa de servidão


Utilizações proibidas na faixa de servidão
Benfeitorias associadas às atividades
Âmbito Rural Pecuárias e agrícola; Instalações
Elétricas e mecânicas; Açudes.
Edificações; Loteamentos; Praças e
Parques; Paradas para ônibus; Áreas
Âmbito Urbano
Industriais e comerciais;
Estacionamentos.
Ruas; Redes de água e esgoto; Rede
Sistema de infraestrutura de comunicação.

Exploração de jazidas; serviços de


Atividades Extrativas
Terraplenagem.
Fonte: Brasil (1997)

Segundo o Glossário de Terminologia do IBAPE - SP (2011), a avaliação de


imóveis trata da determinação técnica do valor ou de seus rendimentos, gravames,
frutos, direitos, seguros, ou de um empreendimento, para uma data e um lugar
determinado.
O cálculo da indenização é realizado de inúmeras maneiras, já que existem
diversos métodos e nenhum deles é considerado unânime. Os variados métodos
utilizam critérios e informações de entrada, diferentes para o cálculo da indenização,
sendo alguns mais trabalhosos do que outros e alguns mais bem fundamentados.
Segundo Pellegrino em sua publicação “Avaliação de faixas de servidão de
passagem – Engenharia de Avaliações” (1974), nas servidões de passagem, assim
como na maioria das desapropriações, é sistematicamente negada a definição e o
conceito de justo valor, pois inexistem as condições básicas para uma transação
23

livre, já que o pagamento da indenização devido a uma servidão de passagem é


caracterizado pelas presenças:

 Comprador de necessidade: Poder público, empresa estatal, concessionaria


autorizada etc., que está obrigada a adquirir e pretende pagar o mínimo
possível.

 Vendedor: o proprietário particular ou privado, que não deseja mas está


obrigado a venda, e que por isso procura obter o maior valor possível.

A escolha de qual método adotar depende de cada avaliador, segundo a ABNT


(2001), por meio de sua NBR 14653 – 1, o método escolhido deve ser compatível
com a natureza do bem avaliado, a finalidade da avaliação e os dados de mercado
disponíveis.

2.1.6 Métodos: Caracterização e Procedimentos

Entre os métodos propostos para atribuir o valor de um bem, seus frutos e


direitos pela ABNT (2001), tem-se:

 Método Comparativo Direto de Dados de Mercado;

 Método Involutivo;

 Método Evolutivo;

 Método de Capitalização da Renda.

2.1.6.1 Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

É aquele em que o valor do bem é estimado através da comparação com


dados de mercado assemelhados quanto às características intrínsecas e extrínsecas
(DANTAS, 2005), ou seja, imóveis similares que foram comercializados ou
encontram-se em oferta.
24

Segundo o referido autor, é condição fundamental para aplicação desse


método a existência de um conjunto de dados que possa ser tomado
estatisticamente como amostra do mercado.
O valor do imóvel é obtido pela comparação com um conjunto de dados de
mercado (amostra) que possuem atributos mais semelhantes possíveis aos do
imóvel avaliando (THOFEHRN, 2010).

2.1.6.2 Pesquisa

Segundo a norma NBR 14653-2 da ABNT, no planejamento de uma pesquisa,


o que se objetiva é a formação de uma amostra representativa de dados do mercado
de imóveis, com suas características o mais semelhante possível com as do imóvel
avaliado. Esta etapa, que envolve estrutura e estratégia da pesquisa, deve começar
pela caracterização e delimitação do mercado em análise.
Na estrutura da pesquisa são escolhidas as variáveis que, em teoria, são
relevantes para justificar a formação do valor.
A estratégia de pesquisa indica a abrangência da amostra e as técnicas que
serão utilizadas no levantamento e processamento de dados, como a escolha e
abordagem de fontes de informações, seleção do tipo de análise (quantitativa ou
qualitativa) e o desenvolvimento do instrumento de coleta de dados.

2.1.6.3 Identificação das variáveis

Para a definição certa da variável dependente, é necessária uma investigação


no mercado em relação a sua conduta e as formas de expressão dos preços, bem
como observar a homogeneidade nas unidades de medida.
Já as variáveis independentes referem-se às características físicas, de
localização e econômicas. Devem ser adotadas com base em teorias existentes,
conhecimentos adquiridos, senso comum e outros atributos que se mostrem
importantes no andar dos trabalhos, visto algumas variáveis consideradas no
planejamento da pesquisa podem se mostrar pouco relevantes e o oposto também.
Sempre que possível, aconselha-se o uso de variáveis quantitativas. As
diferenças qualitativas das características dos imóveis podem ser especificadas na
seguinte ordem de prioridade:
25

 Por meio de codificação, com emprego de variáveis dicotômicas;

 Pelo emprego de variáveis proxy;

 Por meio de códigos alocados.

2.1.6.4 Levantamento de mercado

O levantamento de dados busca a coleta de uma amostra representativa para


tentar explicar o comportamento do mercado em que o imóvel em avaliação está
inserido e constitui a base do processo avaliatório. Nesta etapa o engenheiro
avaliador pesquisa o mercado, coleta dados e informações mais confiáveis e
preferencialmente a respeito de negociações realizadas e ofertas, com datas mais
próximas possível da data de referência da avaliação, com suas principais
características econômicas, físicas e de locação.
As fontes devem ser diversificas tanto quanto possível. A necessidade de
identificação das fontes deve ser acordada entre os interessados. No caso de
avaliações judiciais, é obrigatória a identificação das fontes utilizadas nas pesquisas.
Os dados de ofertas são indicações importantes do valor de mercado.
Entretanto, deve-se considerar assuperestimavas que em geral acompanham esses
preços e, sempre que possível, quantificá-las pelo confronto com dados de
transações.
Na amostragem deve-se sopesar o uso de informações que impliquem opiniões
subjetivas do informante e recomenda-se:

 Visitar cada imóvel tomado como referência, com o intuito de identificar a


veracidade, tanto quanto possível, de todas as informações de interesse;

 Atenção para os aspectos qualitativos e quantitativos;

 Confrontar as informações das partes envolvidas, de forma a conferir maior


confiabilidade aos dados.
26

2.1.6.5 Tratamento de dados

Deve-se considerar a possibilidade de se sumarizar as informações obtidas na


forma de gráficos que mostrem as distribuições de frequência de cada uma das
variáveis selecionadas, assim como as relações entre elas.
Pois desta forma nesta etapa dos trabalhos é possível verificar:

 Equilíbrio da amostra;
 Influência das possíveis variáveis-chaves sobre os preços e a forma de
variação, possíveis dependências entre elas;
 Identificação de pontos atípicos.

Em situação onde se deve transformar o pagamento parcelado ou a prazo de


um dos dados de mercado para preço à vista, esta deve ser realizada com adoções
de uma taxa de desconto, efetiva, liquida e representativa da média praticada pelo
mercado.
No tratamento dos dados podem ser utilizados, alternativamente e em função
da qualidade e da quantidade de dados e informações disponíveis:

 Tratamento por fatores: homogeneização por fatores e critérios adotados pelo


engenheiro avaliador, e posterior análise estatística dos resultados
homogeneizados;
 Tratamento cientifico: tratamento de evidências empíricas pelo uso de
métodos científicos que leve a indução de modelo validado para o
comportamento do mercado.

O engenheiro avaliador deve ter em mente que qualquer modelo é uma


representação simplificada do mercado, uma vez que os modelos não levam em
conta todas as suas informações, por isso precisam ser tomados alguns cuidados
científicos na sua elaboração, desde a preparação da pesquisa e do trabalho de
campo, até o exame final dos resultados.
O poder de predição de um modelo deve ser verificado a partir do gráfico de
preços observados na abscissa versus valores estimados pelo modelo na ordenada,
que deve apresentar pontos próximos da bissetriz do primeiro quadrante.
Alternativamente, podem ser utilizados procedimentos de validação.
27

2.1.6.6 Tratamento por fatores

Os fatores possuem limites temporais e físicos para serem utilizados, uma vez
que os mercados onde se formam os fatores variam muito com o passar do tempo,
ainda mais com mudanças de localização.
Podem ser adotados fatores de homogeneização medidos no mercado, desde
que o estudo de mercado específico que lhe deu origem seja anexado ao laudo.
A qualidade da amostra deve estar assegurada quanto a:

 Correta identificação dos dados de mercado, com endereço completo,


especificação e quantificação das principais variáveis levantadas;

 Isenção e identificação das fontes de informação;

 Número de dados de mercado efetivamente utilizados;

 Suas semelhanças com o imóvel objeto da avaliação, no que diz respeito


a situação, a destinação, ao grau de aproveitamento e as características
físicas.

2.1.6.7 Tratamento cientifico

O tratamento científico serve para estimar o valor de mercado do imóvel e


fundamenta-se na metodologia inferencial, que consiste na dedução de expressão
algébrica que confirme a formação de valor de mercado para o imóvel avaliando
(ABUNAHMAN, 2008).
Independentemente do modelo utilizado para inferir o comportamento do
mercado e formação de valores, este deve ter seus pressupostos devidamente
explicitados e testados. Se mostrar-se necessário, devem ser intentadas medidas
corretivas, com repercussão na classificação dos graus de fundamentação e
precisão.
28

2.1.7 Método Involutivo

Segundo a norma NBR 14653-2 da ABNT o método evolutivo identifica o valor


de mercado do bem, alicerçado no seu aproveitamento eficiente, baseado em
modelo de estudo de viabilidade técnico-econômica, mediante hipotético
empreendimento compatível com as características do bem e com as condições do
mercado no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para execução e
comercialização do produto.

A avaliação de imóvel pelo Método Involutivo considera a receita provável da


comercialização das unidades hipotéticas com base em preços obtidos em
pesquisas; considera todas as despesas inerentes à transformação do terreno no
empreendimento projetado; prevê margem de lucro líquido ao empreendedor,
despesas de comercialização, remuneração do capital-terreno, computados em
prazos viáveis ao projeto, à execução e à comercialização das unidades, mediante
taxas financeiras operacionais reais, expressamente justificadas.

Eventuais projetos do proprietário, como instalar pesque pague, hotel, etc, só


poderão ser considerados para cálculo do lucro cessante se houver algum
documento que comprove que era mais do que uma simples idéia, ou um casuísmo,
como projeto aprovado no CREA, licença do IBAMA, etc., todos com data pretérita,
ao anúncio da implantação da linha no local.

2.1.7.1 Pesquisa de valores

A pesquisa de valores visa fazer a caracterização da região, de seus aspectos


gerais e físicos, uso e ocupação do solo, infraestrutura urbana, atividades existentes
e equipamentos comunitários.

Conforme indica a norma NBR 14653-2 da ABNT, a pesquisa de valores deve


ser realizada segundo os preceitos do método comparativo direto de dados de
mercado, e tem como objetivo estimar o valor de mercado do produto imobiliário
projetado para a situação hipotética adotada e sua variação ao longo do tempo.
29

2.1.7.2 Previsão de receitas

Ainda segunda a norma NBR 14653-2 da ABNT, as receitas de venda das


unidades do projeto hipotético são calculadas a partir dos resultados obtidos no item
anterior, considerados a eventual valorização imobiliária, a forma de comercialização
e o tempo de absorção no mercado.

2.1.7.3 Modelo

A avaliação poderá ser realizada com a utilização dos seguintes modelos, em


ordem de preferência:

a) por fluxos de caixa específicos;

b) com a aplicação de modelos simplificados dinâmicos;

c) com a aplicação de modelos estáticos.

2.1.8 Método da renda

Conforme citado em norma NBR 5676/89, o método da renda é definido como


aquele em qual se apropria do valor do imóvel e de suas partes constitutivas, com
base na capitalização presente da sua renda, seja real ou prevista. Para a sua
utilização, precisam ser determinados o período de capitalização e a taxa de
desconto a ser utilizada.

2.1.8.1 Estimação das receitas e despesas

Ainda segunda a norma, as receitas são estimadas em função do tipo de


imóvel que se pretende avaliar Para tanto deve ser todas as despesas necessárias à
30

sua manutenção e operação, impostos etc., e receitas provenientes da sua


exploração.

2.1.8.2 Montagem do fluxo de caixa

A montagem do fluxo de caixa é feita com base nas despesas e receitas


previstas para o imóvel e suas respectivas épocas.

2.1.8.3 Estabelecimento da taxa mínima de atratividade

Esta taxa é estimada em função das oportunidades de investimentos


alternativos existentes no mercado de capitais e, também, dos riscos do negócio.

2.1.8.4 Estimação do valor do imóvel

O valor máximo estimado para o imóvel é representado pelo valor atual do


fluxo de caixa, descontado pela taxa mínima de atratividade.

2.1.9 Método evolutivo

É um método analítico que consiste na obtenção do valor do imóvel por meio do


cálculo direto ou indireto dos valores do terreno e da construção devendo ser
consideradas, também, as condições do mercado com o emprego do fator de
comercialização

Segundo a norma NBR 5676/89, a composição do valor total do imóvel


avaliando pode ser obtida através da conjugação de métodos, a partir do valor do
terreno, considerados o custo de reprodução das benfeitorias devidamente
depreciado e o fator de comercialização, ou seja:

VI = ( VT + VB ) . FC (1)

Onde:

 VI é o valor do imóvel;
 VT é o valor do terreno;
 VB é o valor da benfeitoria;
 FC é o fator de comercialização.
31

A aplicação do método evolutivo exige que:

 O valor do terreno seja determinado pelo método comparativo de dados de


mercado ou, na impossibilidade deste, pelo método involutivo;
 As benfeitorias sejam apropriadas pelo método comparativo direto de custo
ou pelo método da quantificação de custo;
 O fator de comercialização seja levado em conta, admitindo-se que pode ser
maior ou menor do que a unidade, em função da conjuntura do mercado na
época da avaliação.

Quando o imóvel estiver situado em zona de alta densidade urbana, onde o


aproveitamento eficiente é preponderante, o engenheiro de avaliações deve analisar
a adequação das benfeitorias, ressaltar o sub-aproveitamento ou o
superaproveitamento do terreno e explicitar os cálculos correspondentes.

Quando puder ser empregado, o método evolutivo pode ser considerado


como método eletivo para a avaliação de imóveis cujas características sui generis
impliquem a inexistência de dados de mercado em número suficiente para a
aplicação do método comparativo direto de dados de.

2.6. MÉTODOS DE CÁLCULO DE INDENIZAÇÃO ESTUDADOS

Procedimentos para cálculo da Indenização devida:

1 – Avaliação do hectare de terra nua.

2 – Durante a instalação da linha e erguimento torres pode haver dano tanto


na faixa da linha (culturas, solo, árvores, etc.) como fora dela para acessar o local da
linha.

Calcular o valor destes danos para indenização. Ex: perda de parte de uma
lavoura de milho – calcular o prejuízo naquela safra. Se houve revolvimento do solo
com perda de camada arável – calcular despesas para recuperação do solo
(hora/máquina, hora/homem, adubação orgânica) e prejuízo nas colheitas futuras
até a recuperação do solo ao seu estágio inicial. Nesta fase deve-se cobrar ainda
32

danos em cercas, estradas, árvores cortadas, casas ou galpões que tiveram de ser
demolidos ou realocados, etc.

Se tiver uma cultura perene, como pomar ou reflorestamento que tenha de ser
eliminado, tem de fazer um fluxo de caixa e calcular o VPL, para pagar o lucro
cessante.

3 – Determinar o Coeficiente de Servidão (CS), isto é, um percentual que será


aplicado sobre o valor do hectare, para calcular a desvalorização do mesmo em
razão dos riscos, incômodos e restrições que a área onde passa a linha sofrerá.

Se utilizar o método antes e depois (avaliar todo imóvel antes e todo imóvel
depois), não tem sentido de incluir no cálculo do CS a restrição de uso da área que
já terá sido avaliada.

4 – Determinar eventual desvalorização da área remanescente.

5 – A soma de tudo isto dá o valor da indenização.

Eventuais projetos do proprietário, como instalar pesque pague, hotel, etc, só


poderão ser considerados para cálculo do lucro cessante, se houver algum
documento que comprove que era mais do que uma simples idéia, ou um casuísmo,
como projeto aprovado no CREA, licença do IBAMA, etc., todos com data pretérita,
ao também ao anúncio da implantação da linha no local.

Alguns peritos consideram que o CS não deveria ser pago, mas somente os
prejuízos reais que podem ser mensurados.

No entanto as próprias empresas de energia e outras entendem que deva ser


pago. A maior parte dos juízes também entende assim. Isto é, deve-se pagar algo
além do prejuízo real mensurado, referente aos riscos, incômodos e desvalorização
da área remanesente.

2.6.1 Método Usado pelas Centrais Elétricas do Sul do Brasil – ELETROSUL

A seguir será descrito um dos métodos escolhido para ser utilizado no cálculo
da indenização e comparação de métodos.
Considerando que o coeficiente de servidão é o peso em percentual que
exprime a perda real do valor de um imóvel depois da passagem de uma linha de
33

transmissão, ou seja, a verificação do preço do imóvel antes e depois da construção.


O objetivo deste método é aferir a desvalorização ocorrida.
A determinação do coeficiente de servidão em linha de transmissão aérea
acusa uma variação em função das características de cada propriedade, pois
verifica-se um conjunto de fatores que atuam direta ou indiretamente em sua
determinação. Tais fatores, podem ser aglutinados e relacionados em tópicos, os
quais serão abordados como sendo:

 Incomodo devido a construção e manutenção da linha de transmissão;


 Existência de riscos, efeitos psicológicos e de indução;
 Percentual da propriedade atingida pela faixa de servidão;
 Posição da linha de transmissão na propriedade (frente, fundos, diagonal,
transversal, longitudinal);
 Comprometimento com a continuidade das atividades da propriedade;
 Alteração do manejo até então empregado.

Mediante análise paralela das áreas serviente e remanescente, ou seja, uma


vez evidenciada a desvalorização destas, pode-se ter que a passagem da LT limita a
utilização do imóvel, caracterizando uma servidão onerosa, sendo necessário
calcular, neste caso, os efeitos da servidão na área remanescente.

2.6.1.1. Índices para cálculo

a) Riscos (são pagos previamente pela desvalorização do imóvel em razão da


existência de riscos, mas serão pagos novamente se ocorrer qualquer dano, ao
imóvel ou pessoas, causado pela linha de transmissão.

Os riscos devem ser considerados a partir da possibilidade de rompimento dos


cabos elétricos, quer por defeito de fabricação ou fadiga do material, ou por ação
dos ventos; por eventuais defeitos de isolamento e de aterramentos juntos as
estruturas, tornando desaconselhável a aproximação de pessoas e animais, e ainda,
pela maior possibilidade de descargas elétricas (raios), com consequências
imprevisíveis nas adjacências.
34

Tendo em consideração que a execução do projeto e da construção de uma


linha de transmissão segue, rigorosamente, as exigências da NBR-5422 da ABNT,
objetivando alcançar o máximo de segurança, é adotado seguintes pesos para os
RISCOS da Tabela 2 a que se reportam os imóveis atingidos.

Tabela 2: Pesos para os riscos

Pesos
Local da Faixa de Segurança

Sem a presença de torres e distante da sede do imóvel 04

Com a presença de torres mas distante da sede do imóvel 06

Sem a presença de torres mas próxima da sede do imóvel 08

Com a presença de torres e próxima da sede do imóvel 10

Fonte: ELETROSUL, 1998

b) Incômodos

Devem ser considerados os inconvenientes causados ao atingido, desde os


serviços preliminares de topografia até a entrada da linha em operação e futuras
manutenções, considerando ainda o efeito de indução e psicológico.
Segundo Furnas – Centrais Elétricas S.A. ‘’O gradiente de potencial, ou
campo eletrostático sobre uma pessoa, pode, a partir de certos níveis, causar
sensações desagradáveis, como por exemplo atração dos cabelos, faiscamento na
pele, etc.”
A longo prazo, poderão ocorrer alterações fisiológicas no organismo,
dependendo do tempo de exposição do corpo humano a um campo elétrico de alta
intensidade (acima de 5kV/m).
Além dos itens citados acima, a exposição de objetos (cercas, antenas,
telefonia, veículos) ao campo eletrostático, resulta em energia eletrostática
35

acumulada, que se descarrega com o contato do ser humano em forma de corrente


elétrica.
Mediante essas considerações, admite-se, uma desvalorização no imóvel,
para tanto, sugere-se, atribuir como fator de Incômodo, um peso de até 5,0,
analisando cada caso nos imóveis servientes.

c) Restrições de uso

A instituição da faixa de servidão implica as seguintes restrições de uso do


imóvel:

 Promover a edificação e benfeitorias, quer seja para moradia, produção ou


recreação, ou seja, a faixa de servidão torna-se ‘’ nonaedificandi’’, não se
permitindo construções na mesma, sendo necessário, inclusive, demolir as
existentes;

 Promover queimada na faixa de servidão, bem como, nas áreas adjacentes,


evitando-se o plantio de cana de açúcar;

 Realizar plantio de essência de porte médio e alto, reflorestamentos, que


distem pelo menos 4,00m do fio mais baixo.

d) Destinação econômica da propriedade

A destinação econômica da propriedade é analisada em função do uso atual


do solo na área da faixa de servidão.
A propriedade de manutenção de determinadas culturas, que reflete no grau
de erradicação das mesmas, referenda o arbitramento de índices para o máximo de
15,0 para glebas urbanizáveis e áreas com reflorestamento e mínimo de 4,0 para
áreas improdutivas.
Segundo FURNAS, este fator é mais analisado em função do ‘’uso atual do
solo’’, em que são considerados todos os fatores de produção, refletindo o manejo
da propriedade. Une-se aqui o tipo de cultivo da área da servidão, a mão-de-obra
36

disponível, as máquinas agrícolas utilizadas na propriedade, o planejamento, a


administração rural, tudo isto compondo a infraestrutura da propriedade.

Tabela 3: Pesos
CARACTERÍSTICAS PESOS

Reflorestamento artificial 15

Fruticultura com erradicação total e culturas anuais com manejo 12


de irrigação por aspersão – tipo pivô central e/ou pulverização
aérea

Fruticultura com erradicação parcial, cana-de-açúcar e culturas 10


anuais com pulverização aérea

Glebas Urbanizáveis com possibilidade para loteamento urbano, Até15


com destinação residencial, comercial e industrial
Culturas anuais, pastagem artificial e açude com exploração 07
econômica.

Reserva Florestal (capoeira, mata) 06

Pastagem natural, campo e açude 05

Banhados, estradas, afloramento de rocha 04


Fonte: ELETROSUL, 1998

e) Posição da LT em relação ao imóvel

Uma linha de transmissão ao longo de seu traçado pode causar outros ônus
aos proprietários de imóveis, e um, que na maioria das vezes dificulta mais as
negociações, é com relação a posição com que o imóvel é atingido pela LT.
A sede da propriedade é construída em um lugar de topografia mais plana,
onde são plantadas arvore ornamentais, com açudes e lagos, que muitas vezes são
planejados (mesmo em locais impróprios ao cultivo) objetivando uma reserva d’água
para desenvolvimento da piscicultura e/ou embelezamento do local, e ainda, e talvez
o mais importante, é que o ambiente é formado em função do maior fluxo de pessoa
que ali transitam diariamente. Em virtude destas considerações é que existe a
variação de pesos considerada na tabela.
37

A identificação da posição exata da LT na propriedade é fundamental para se


analisar não só a faixa serviente, como a área remanescente. Assim pode-se
identificar alguns casos e seus respectivos pesos.

Figura 3: Casos de posição da LT

Fonte: ELETROSUL, 1998

No caso de passagem de cabos próximos a 200 metros de benfeitorias


principais ou da sede da propriedade sugere-se que se estabeleça o percentual
máximo (10,0), independentemente da posição da faixa em relação ao imóvel.

f) Percentual de comprometimento

O fator relação de área da faixa de segurança para com a área total do imóvel
permite estabelecer o percentual de comprometimento da obra para com o bem
serviente. Os pesos estabelecidos em tabela anexa sugerem um limite mínimo de
5,0 e um máximo de 50,0.
38

A limitação desse fator em 50,0 fundamenta-se na ocorrência de casos onde


lotes pouco atingidos tornam-se muito limitados quanto à destinação devido ao fato
da Linha de Transmissão passar pela sua frente, seccionando-o longitudinalmente
ou transversalmente; ou ainda por serem lotes industriais que requerem uma
ocupação mais compacta e homogenia do terreno onde a presença da LT impede tal
ocupação.
Aqui é considerado a taxa de comprometimento, sendo observado a relação
entre a área de servidão e a área total do imóvel.

Percentual = AS /AP

AS – área de servidão

AP – área da propriedade

O critério adotado para fixação do percentual de servidão (peso) é de


indenizar o máximo de 50,0, tendo em vista que os demais parâmetros podem atingir
os restantes 50,0.

Tabela 4: Percentual de comprometimento


Percentual Peso Percentual Peso Percentual Peso Percentual Peso
Até 1,0 05 9,5 – 11,0 17 27,5 – 29,0 29 53,5 – 56,5 41
1,0 – 1,5 06 11,0 – 12,0 18 29,0 – 31,0 30 56,5 – 59,0 42
1,5 – 2,0 07 12,0 – 13,0 19 31,0 – 33,0 31 59,0 – 61,5 43
2,0 – 2,5 08 13,0 – 14,5 20 33,0 – 35,0 32 61,5 – 64,5 44
2,5 – 3,0 09 14,5 – 16,0 21 35,0 – 37,0 33 64,5 – 67,0 45
3,0 – 4,0 10 16,0 – 17,5 22 37,0 – 39,5 34 67,0 – 70,0 46
4,0 – 4,5 11 17,5 – 19,0 23 39,5 – 42,0 35 70,0 – 73,0 47
4,5 – 5,5 12 19,0 – 20,5 24 42,0 – 44,0 36 73,0 – 75,5 48
5,5 – 6,5 13 20,5 – 22,0 25 44,0 – 46,5 37 75,5 – 79,0 49
6,5 – 7,5 14 22,0 – 24,0 26 46,5 – 49,0 38 79,0 acima 50
7,5 – 8,5 15 24,0 – 26,0 27 49,0 – 51,0 39
8,5 – 9,5 16 26,0 – 27,5 28 51,0 – 53,5 40
Fonte: ELETROSUL, 1998
39

Obs.: no caso da propriedade ser atingida por mais de uma Linha de


Transmissão da empresa, será considerado, para efeitos de cálculo e entrada nesta
tabela, a somatória das áreas servientes, mesmo que as primeiras já tenham sido
indenizadas.

g) Locação das torres

A área de terra onde estão localizadas as torres metálicas dentro de uma


propriedade rural torna-se inapta à produção de todo e qualquer cultivo.
Sugere-se para a composição do percentual de servidão, a título de
indenização da área, adotar o seguinte fator, baseado na equação:

Fator de Locação de Torres = (3 / AFS) x n° de torres (2)

Onde:
 AFS = Área da Faixa de Servidão.

Diante do exposto, elaborou-se uma tabela resumo, na qual se pode observar


os fatores que implicam os Riscos, Incômodos e Restrições de Uso na
desvalorização de um imóvel, após a implantação de uma Linha de Transmissão.

Considerando que o coeficiente de servidão é o peso expresso em percentual


que exprime a perda real do valor de um imóvel após a passagem de uma Linha de
Transmissão sobre o mesmo, ou seja, seria a verificação do preço do imóvel antes e
depois da construção da Linha de Transmissão, indenizando esta diferença,
levaremos em conta que:
Para esta gleba, a determinação de coeficiente de servidão não deve ser
inferior ao percentual atingido pela faixa de servidão em relação a área do lote.
Neste caso, tem-se:
40

Tabela 5: Resumo dos Fatores


Fatores Índices (%)
Riscos 02 a10
Incômodos Até 05
Comprometimento 05 a 50
Destinação da Propriedade 06 a 15
Posição da LT 02 a 10
Locação de Torres Até 10
Fonte: ELETROSUL, 1998

O cálculo do Valor da Indenização da Faixa de Servidão é feito através da


equação abaixo:

I = (ASF * VTN * CS * FH) + TPI (3)

Onde:

 ASF = Área da Faixa de Servidão

 VTN = Valor da Terra nua

 CS = Coeficiente de Servidão

 FH = Fator de Homogeneização (quando for utilizada avaliação por


homogeneização para determinar o valor do hectare)

 TPI = Taxa Primaria de Indenização

Desde a primeira visita até as visitas de inspeção após a conclusão da obra, a


Empresa serve-se da presteza e disponibilidade dos proprietários dos imóveis onde
a linha de transmissão segue seu traçado. Estes “incômodos” mais evidentes no
momento da construção das torres e lançamento dos cabos condutores são
indiferentes em relação a uma maior ou menor valoração dos imóveis e às
dimensões do imóvel.
Os incômodos que ocorrem ao proprietário merecem uma atenção
individualizada para cada propriedade, instituindo-se como sendo de direito ao
41

proprietário receber o que se define por “TAXA PRIMÁRIA DE INDENIZAÇÃO” - TPI,


estipulada como um valor único e irrestrito, equivalente ao salário mínimo vigente no
país.

2.6.1.2. Indenização por Servidão em Lotes Urbanos

Apesar de pouca ocorrência de faixa em áreas urbanas loteadas, tem-se


também um processo de cálculo para indenização das servidões, visando interessar
proprietários expropriados a aceitarem servidões com desvalorizações de
remanescentes, eliminando a aquisição total do lote que onera financeiramente e
administrativamente o expropriante.

A aquisição dos lotes implicaria a seguinte indenização:

I = A * VTN * PS * FH (4)

Onde:

 I = Valor da Indenização;
 A = Área do lote;
 PS = Percentual de Servidão;
 VTN = Valor da Terra nua;
 FH = Fator de Homogeneização.

2.6.2. Avaliação da indenização em função da rentabilidade líquida da faixa

Analisando a rentabilidade líquida obtida a partir do estudo técnico da


exploração econômica da faixa de terras objeto da valoração e de uma taxa de
rentabilidade líquida anual obtida no mercado financeiro tradicional, como por
exemplo, a Caderneta de Poupança (Isenta de IR), calcula-se a indenização
representada por um montante que, se aplicado no mercado financeiro, proporcione
renda equivalente à rentabilidade da área gravada pela Servidão.
42

Icsv = (RL x Af x 100 /Tx)+ Bf (5)

Onde:

 Icsv: Indenização pela Constituição de Servidão;


 RL: Receita líquida anual na área onde será Constituída a Servidão, em valor
unitário;
 Tx: Taxa de rentabilidade líquida anual;
 Bf: Valor da benfeitoria a ser indenizada;
 Af: Área da faixa objeto da Const. de Servidão.

Quando há arrendatários na área objeto da valoração, a indenização destes


pelas restrições impostas à exploração plena da atividade econômica pode ser
calculada da seguinte forma:

IARcsv = (RL x Af x Px)+ Bf (6)

Onde:

 IARcsv: Indenização do Arrendatário pela Constituição de Servidão;


 RL: Receita líquida anual do Arrendatário na área onde será Constituída a
Servidão, em valor unitário;
 Px: Período do Contrato (Abrange desde a implantação da Servidão até o
término da Contrato);
 Bf: Benfeitoria;
 Af: Área da faixa objeto da Const. de Servidão.

Quando a indenização abrange Proprietário e Arrendatários utiliza-se para


cálculo da indenização a seguinte fórmula:
43

Icsv = (RL x Af x 100 / Tx) + Bf + IARcsv1: [(RL1 x Af1 x Px1) + Bf1] + IARcsvn: [(RLn
x Afn x Pxn)+ Bfn] (7)

Onde:

 Icsv: Indenização pela Constituição de Servidão;


 RL: Receita líquida anual na área onde será Constituída a Servidão, em valor
unitário;
 Tx: Taxa de rentabilidade líquida anual;
 Bf: Benfeitoria;
 Af: Área da faixa objeto da Const. de Servidão;
 IARcsv1: Indenização do Arrendatário 1, pela Constituição de Servidão;
 RL: Receita líquida anual do Arrendatário na área onde será Constituída a
Servidão, em valor unitário;
 Px: Período do Contrato (Abrange desde a implantação da Servidão até o
término do Contrato);
 Bf: Benfeitoria;
 Af: Área da faixa objeto da Const. de Servidão;
 n: Número de Arrendatários.

Coeficiente de Servidão

Índice aplicado sobre o terreno, para determinação do valor da indenização,


que deverá ser calculado a partir da seguinte expressão matemática:

Cs = Icsv x100 /Vt (8)

Onde:
 Cs : Coeficiente de Servidão;
 Icsc : Indenização pela Constituição de Servidão;
 Vt : Valor da área gravada pela Servidão.
44

2.6.3. Avaliação da indenização em função da rentabilidade liquida da faixa


(Pellgrino)

Critério proposto pelo engenheiro Pellegrino (1974), baseado na rentabilidade,


tanto do valor da indenização, como do valor da terra nua da faixa de servidão
conduzindo a uma solução menos empírica.
Por este critério, parte-se do pressuposto que a rentabilidade produzida pela
quantia resultante da indenização deve ser igual a rentabilidade que a faixa
expropriada produziria caso não fosse instituída a servidão.

I x Vi= t x Vs (9)

Onde:

 I = taxa de renda liquida anual no mercado financeiro


 Vi = valor da indenização
 t = taxa de renda liquida anual que possa ser obtida pelo proprietário, com
arrendamento
 Vs = valor pleno da área de servidão

Dessa expressão pode-se concluir que:

Vi =(t/i) x Vs (10)

Adotando:

 n=t/i

Utilizando-se das taxas de rendas líquidas anuais da época, 1969, Pellegrino


optou pelos valores expostos na Tabela 6 para o fator de depreciação.
45

Tabela 6:Índices de taxa

Zona t i n

Urbana 8% 12% 0,6667

Rural 4% 12% 0,3333


Fonte: Pellegrino (1974)

Onde:

 n=t/i

2.6.4. Método de Phillipe Westin

Método empírico que propõe a utilização de uma tabela contendo fatores de


depreciação associado aos riscos, restrições e incômodos decorrentes da servidão
para o cálculo da indenização, Vasconcelos Filho (década de 70). Esta tabela não é
aplicável a lotes urbanos. Phillipe Westin C. Vasconcelos Filho (Engº Agrônomo)

Tabela 7: Principais fatores depreciativos

Principais Fatores Depreciativos Índices

Proibição de construção 30%


Limitação de Culturas 10%
Perigos decorrentes 10%
Indução 2%
Fiscalização e reparos 3%
Desvalorização 8%
Id= índice de depreciação 63%
Fonte: Vasconcelos Filho (década de 70)

Esses índices são aplicados sobre o valor de pleno domínio da faixa de


servidão como terra nua, obtendo-se o valor da indenização através da expressão:
46

Vi=Id xVtn (11)

Onde:

 Vi= Valor da indenização


 Id= Índice ou fator de depreciação
 Vtn= Valor da terra nua da Faixa

2.6.5. Método da CEEE

O método a seguir é de autoria da empresa CEEE e foi encontrado em um


processo judicial entre o proprietário afetado por uma servidão e a concessionaria de
energia do Estado de Santa Catarina, onde o proprietário discorda do valor proposto
inicialmente pela concessionária.

Para o cálculo da indenização da área atingida pela servidão o engenheiro


agrônomo José Octavio de Azevedo Aragon, escolhido pelo juiz fez uso dos critérios
descritos a seguir.

2.6.5.1. Determinação do coeficiente de servidão

O coeficiente de servidão é determinado pela fórmula, Anjos (1999):

CS = (A + B)1 – x (12)

Onde:

 X = relação entre a área atingida e a área total do imóvel;


 A, B = índices discriminados nos itens seguintes.
47

O índice A é definido por cinco fatores:

a) risco de queda de linhas de transmissão, mensurados a partir da tabela a


seguir:

Tabela 8: Riscos de queda de linhas de transmissão (confiabilidade mecânica)

Tipo Limite de falha Risco (i/2T) Peso 1


LT de 69 kV em madeira 50 anos 0,01 10
LT de (69 kV - 138 kV] metálica 100anos 0,00 8
LT de (138 kV - 230 kV] metálica 150 anos 5 6
Rede de distribuição 250 anos 0,00 5

b) interferência em equipamentos eletroeletrônicos causados pela indução


eletromagnética gerada pela Linha de Transmissão, mensurada a partir da seguinte
tabela:

Tabela 9: Interferência causada pela indução

Potencia transmitida (MVA) Peso


500 10
400 8
300 7
200 6
100 4
50 2

c) incomodo causado pelo efeito corona: neste fator é levado em conta os ruídos
produzidos pelo efeito corona gerado nas linhas de transmissão, mensurado de
acordo com a tabela:

Tabela 10: Interferência causada pela indução

Potencia transmitida (MVA) Peso


500 10
400 8
300 7
200 6
100 4
50 2

d) Transtornos causado pelas equipes de manutenção: este fator apresenta um


número elevado de variáveis particulares impedindo uma tabulação como nos casos
48

anteriores, porém, adota-se uma pontuação entre 1,0 e 10,0, considerando os


seguintes fatores:

 Formas de acessos das equipes de manutenção a faixa de passagem;

 Destinação econômica;

 Localização;

 Topografia.

e) posição da linha de transmissão: a tabela a seguir define os pesos para cada


caso:

Tabela 11: Posição da linha

Posição da linha Índice


Canto/fundo 1
Canto/frente 2
Lateral 3
Transversal 4
Longitudinal 5
Diagonal 6
Transversal/meio 7
Longitudinal/meio 8
Frontal/parcial 9
Frontal 10

O índice B é determinado em função das restrições de uso e efeitos


psicológicos.

O fator restrição de liberdade é determinado pela utilização que a propriedade


tinha antes da instituição da servidão, este fator se dá pela soma de diferentes
índices.
49

Conforme descrito no processo, foram listadas as formas mais comuns da


região de estudo e atribuídos pesos de desvalorização, na escala de 1 a 10,
resultado da análise e ponderação das restrições de liberdade impostas.

A tabela a seguir lista tais características da região:

Tabela 12: Características da região

Característica Peso
Áreas de culturas com restrições 10
Áreas de culturas permitidas 4
Áreas de estradas e acessos 2
Áreas de preservação permanente 0
Áreas de mato, pasto nativo e 2
capoeira

2.6.5.2. Determinação da indenização primária

A indenização primaria determina-se por meio da seguinte fórmula:

IP = [(Aa - Abt) x Vu x CS] + It (13)

Onde:

 IP é o valor da indenização primária


 Aa é a área da faixa de passagem da Linha de Transmissão
 Abt é a área da base das torres
 Vu valor unitário do terreno
 CS corresponde ao Coeficiente de Servidão;
 It é a indenização pela implantação de torres.

Sendo a indenização pela área atingida pela base das torres é calculada pela
seguinte equação:
50

It = Abt x Vu x CST x nT (14)


Onde:

 It é a indenização pela implantação de torres;


 Abt é a área da base das torres;
 Vu é o valor unitário do hectare da terra nua atingida;
 CST é o coeficiente de servidão na área da base da torre, constante e igual a
95%
 nT é o número de torres na propriedade

2.6.5.3. Valor primário de indenização

O perito cita em sua avaliação que o proprietário sofre diversos incômodos


decorrentes do estudo de traçado, construção e manutenção da linha, entre outros,
e devem-se levar em conta todos esses incômodos para o cálculo do valor primário
de indenização. Comenta ainda que nenhum cálculo deve resultar em valor menor
que 1salário mínimo, entretanto, o autor não explicita nem demonstra como deve ser
realizado estes cálculos.

2.6.5.4. Determinação da indenização devida pela desvalorização da área


remanescente

A desvalorização é calculada utilizando a formula a seguinte:

IDR = Vu {PS x [( FP x ARI ) + ( ARA x CD )]} (15)

Onde:

 IDR é o valor da indenização pela desvalorização da área remanescente;


 Vu é o valor unitário do hectare da terra nua atingida;
51

 PS representa o percentual de servidão e é dado pela razão entre a área


serviente e a área total do imóvel: PS = AS/ AT;
 AS é a área da faixa da servidão;
 AT é a área do terreno;
 FP é o fator de posição da faixa;
 ARI é a área remanescente inaproveitável;
 ARA é a área remanescente aproveitável;
 AF é a área da faixa de servidão;
 CL representa o comprometimento do lote: CL = (AF + ARI) / A)
 CD é o coeficiente de desvalorização do remanescente em função do
comprometimento do lote: CD = CL + 0,005
 A é a área total da propriedade.

Tabela 13: Coeficientes CL para o cálculo da desvalorização dos remanescentes

Situação encontrada Fator de posição da faixa


Faixa à frente do lote, paralela à testada 2
Faixa interior ao lote, perpendicular à testada 1,5
Faixa nos fundos do lote 1
Faixa em outras posições Interpolar

2.6.5.5. Valor final da indenização

O valor final da indenização é formado pela equação:

I = IP + VPI + IDR (+/-) a (16)

Onde:

 I é o valor final da indenização


 IP é o valor da indenização primaria;
 VPI é o valor primário de indenização;
 IDR é o valor da indenização pela desvalorização da área remanescente;
 A é o arredondamento arbitrado pelo engenheiro avaliador.
52

3. ÁREA DE ESTUDO

No presente capítulo será feita a descrição e caracterização da área de


estudo escolhida para cálculo de indenização em virtude da instituição de servidão
administrativa. Adotou-se para tal fim uma linha de transmissão, já existente de
propriedade da concessionaria de energia do Estado de Santa Catariana.

3.1. LOCALIZAÇÃO

A Linha de transmissão localiza-se no Estado de Santa Catarina, Brasil, iniciando


seu traçado na Cidade de Vidal Ramos, tendo seu término na Cidade de Rio do Sul.

Figura 4:Mapa de localização do Brasil

Figura 5: Mapa de Santa Catarina, localização LT Vidal Ramos


53

Figura 6: Linha de Transmissão Vidal Ramos – Rio do Sul

3.2. CARACTERIZAÇÃO

3.2.1. Caracterização da LT e sua servidão

A linha de transmissão de 138Kv, que interliga a Subestação Vidal Ramos


(CELESC Distribuições S/A) à Subestação Votorantim Cimentos S/A, foi construída
para fornecer energia a empresa Votorantim Cimentos S/A e todo o Alto Vale do
Itajaí, atendendo novas cargas residenciais, comerciais e industriais.
A servidão decorrente desta linha de transmissão é classificada como
administrativa quanto à forma legal, aérea no parâmetro de profundidade e como
perpétua segundo a duração.
54

3.2.2. Caracterização dos terrenos

Os terrenos se encontram em uma região predominantemente rural com


classificação de terras, segundo o Centro de Socioeconômica e Planejamento
Agrícola – EPAGRI/CEPA:

 Terra de primeira: terra mecanizável e de boa fertilidade.

 Terra de segunda: terra mecanizável de baixa fertilidade.

 Terra de terceira: áreas de topografia acidentada, impróprias a


exploração de lavouras temporárias, permanentes e de pastagem.
Uma das poucas alternativas de exploração econômica é a
implantação de reflorestamento.

No apêndice deste trabalho estão expostos em tabelas os dados relativos aos


terrenos selecionados ao longo da linha de transmissão. Tais terrenos foram
selecionados de forma a se obter o maior número de informações variadas entre as
características usadas nos cálculos de indenização, como a forma, tamanho, local
de passagem do cabo, presença ou não de torre, entre outras.
55

4. DESCRIÇÃO DOS CÁLCULOS DE INDENIZAÇÃO

A descrição dos cálculos de indenização será apresentada na ordem disposta


no item 2.6, contendo o cálculo de todos os terrenos para cada método, sendo os
cálculos relativos ao primeiro terreno apresentado de forma mais detalhada, já os
demais serão apresentados na forma de tabelas apenas com os resultados.

4.1. DIAGNÓSTICO DE MERCADO

Conforme descrito no processo número 4136-43.2010.824.0035 do Foro de


Ituporanga segunda Vara, através dos contatos realizados com o operador do
mercado de compra e venda de terrenos rurais na região em questão, Sr. Pablo
Gustavo de Sá – Creci – 14542 / 11ª região, ficou constatada a existência de poucas
ofertas de venda. Essas ofertas encontravam-se em carteira há muito tempo, não
havendo registro de nenhum negócio efetivo no último ano.

Em face dessas constatações, verificou-se que se tratava de imóveis de baixa


liquidez, com possibilidades de comercialização a médio/longo prazo.

Sem uma base de dados considerada suficiente para uma análise de


mercado para obtenção do valor unitário de terra nua para a região, optou-se pelo
uso do boletim de preços publicado pelo Instituto Centro de Socioeconomia e
Planejamento Agrícola (CEPA)

Utilizou-se dos valores de terra nua publicados em boletim da época de


construção da LT (2011). Utilizou-se dos seguintes valores, em R$/ha, para as
categorias existentes no entorno do eixo da LT:
56

Tabela 14: Dados terreno 20


Classe da Preço mínimo Preço Comum Preço máximo
Terra
Terra de 15.000,00 20.000,00 25.000,00
primeira
Terra de 10.000,00 15.000,00 15.000,00
segunda
Terra de 5.000,00 6.000,00 8.000,00
terceira
Fonte: Centro de Socioeconômica e Planejamento Agrícola (2011)

Onde:
 Preço mínimo é o menor valor observado;
 Preço comum é a cotação mais frequente entre os valores;
 Preço máximo é o maior valor observado.

4.2. PRODUÇÃO VEGETAL REGIONAL

Não havia um tipo de cultivo totalmente dominante na região, porém, segundo


informa o site do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola, pode-se
considerar como os mais comuns na região os itens descritos na tabela a seguir:
Fumo e milho são as principais na faixa em Vidal Ramos. Não há cebola na
área desta faixa.

Tabela 15: Principais cultivos na região de Vidal Ramos


Produtividade Média por Faturamento Médio
Produto
hectare (2011)

Fumo 2.000kg R$ 6,18/kg

Cebola 20,4t R$10,00/60 kg

Milho 80 sc R$25,90/sc
Fonte: Tabela “Preços diários de produtos agrícolas, segundo as principais praças de Santa Catarina
do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola”.
57

Outra produção comum na região rural de Vidal Ramos é o reflorestamento


que, segundo a EMBRAPA, rende uma produção média de 35 m³/ha.ano e
apresenta um preço médio de R$ 90,00 o metro cúbico.
Por certa dificuldade em determinar a cultura plantada em cada terreno pela
análise de imagens por satélite, adotou-se um valor médio das culturas mais comuns
na região, resultando em um rendimento anual médio por hectare de
aproximadamente R$ 3.300,00.

4.3. CÁLCULO PELOS MÉTODOS DESCRITOS

A seguir serão apresentados os cálculos referentes a indenização de cada


terreno descritos no apêndice, seguindo todos os métodos expostos no item 2.6
deste trabalho.

4.3.1. Cálculo pelo método ELETROSUL

Para o cálculo da indenização do primeiro terreno com base no método


descrito no item 2.6 deste trabalho, primeiro analisou-se as características do terreno
pertinentes aos critérios de cálculo do coeficiente da servidão.
Por se tratar de uma servidão sem a presença de torres de linha de
transmissão, porém com certa proximidade da sede do imóvel, o fator Risco ficou
determinado em 8%.
Conforme descrito o fator por Incômodos deve ser arbitrado em um valor
máximo de 5%, porém sem mínimo estipulado, já que ele mensura incômodos
anteriormente à construção da linha, durante sua implantação e nas visitas de
manutenção posteriores. Optou-se por um valor de 2%, já que o imóvel não possuía
uma torre, logo não recebeu muitas visitas para a construção nem posteriores
manutenções.
Com referência ao critério de destinação econômica da propriedade, concluiu-
se que a linha impede que o proprietário explore economicamente a faixa de
servidão já que se trata de uma fruticultura com erradicação total e culturas anuais
com manejo de irrigação por aspersão - tipo pivô central e/ou pulverização aérea.
Como base na tabela 1, e se considerando ter se optado pela utilização de uma
58

media de rentabilidade dos tipos de produção local, chegou-se em um peso de 12%


para todas as propriedades.
Comparando a posição da linha de transmissão que passa pelo terreno com as
imagens da Error! Reference source not found., concluiu-se pela adoção de peso 4%
para o fator de Posição da LT.
Já para o fator de locação de torres, o terreno foi atribuído peso igual à zero,
uma vez que inexiste torre em seu domínio.
Calculando a relação entre a área do terreno e a área da servidão obtém-se o
seguinte resultado:

Percentual = AS /AP

Onde:

Área terreno = AP = 67.532 m2


Área servidão = AS = 5.118 m2

Logo:

Percentual = 5.118/67.532 = 8%

Chegando a uma relação entre áreas de 8%, que segundo a Tabela 4 equivale
um fator de 15%.
Com todos os fatores do terreno determinados seguindo o método proposto,
pode-se calcular o coeficiente total da servidão, determinado pela soma de todos os
fatores obtidos a cima, conforme o seguinte cálculo:

C.S.= Fator risco + Fator incômodos + Fator de relação entre as áreas + Fator
destinação econômica + Fator posição da linha de transmissão + Fator de locação
das torres

Onde:

 Fator risco = 8%
59

 Fator incômodos = 2%
 Fator de relação entre as áreas = 15%
 Fator destinação econômica = 10%
 Fator posição da linha de transmissão = 10%
 Fator de locação das torres = 0%

Logo:

C.S. = 8% + 2% + 15% + 10% + 10% + 0%

C.S. = 45%

Para se chegar ao valor da indenização da servidão deve se executar a


seguinte operação:

I = (ASF * VTN * CS * FH) + TPI (17)

Onde:

ASF = Área da Faixa de Servidão = 5.118 m2


VTN = Valor da Terra nua = R$ 15.000,00
CS = Coeficiente de Servidão = 45%
FH = Fator de Homogeneização (desconsiderado devido as considerações
feias)
TPI = Taxa Primaria de Indenização = R$ 724,00

Logo:

I = (5.118,00 x 15.000,00 x 0,45) + 724,00


I = R$ 4.178,73
60

Sendo assim, ficou determinado pelo método utilizado pela ELETROSUL que
o valor da indenização para o terreno 1 deveria ser R$ 4.178,73.
Por não contemplar o calculo do terreno 1 todos os aspectos abordados por
este método, será desenvolvido passo a passo do cálculo de um terreno com
presença de torres de transmissão.
O terreno selecionado para se desenvolver os cálculos e explicitá-los foi o
terreno 4, representado na figura a seguir.

Figura 7: Terreno 4

Assim como no primeiro cálculo iniciou-se analisando o fator Riscos. Por se


uma servidão com a presença de uma torre de linha de transmissão e afastada da
sede do imóvel, ficou determinado em 10% este fator.
Conforme descrito anteriormente o fator por incômodos trata-se de um fator
que prevê incômodos anteriormente a construção da linha, durante a construção e
visitas de manutenção posteriores. Optou-se por um valor de 4% tendo em vista que
este imóvel possui uma torre e, diferentemente dos terrenos que não possuem torres
locadas em seus domínios, este terreno recebeu mais visitas para a construção e
para as posteriores manutenções.
Seguindo a mesma análise feita da Tabela 1 para o cálculo anterior, para o
critério de destinação econômica da propriedade, adotou-se o mesmo peso de 12%.
Comparando a posição da linha de transmissão que passa pelo terreno com as
imagens da Error! Reference source not found., concluiu-se pela adoção de peso 6%
para o fator de posição da LT.
61

Diferentemente do cálculo anterior, foi considerado o fator de locação de torres,


já que o terreno apresenta uma torre em seu domínio. Para a determinação de tal
fator, foi desenvolvida da seguinte forma:

Fator de Locação de Torres = (3 / AFS) x n° de torres

Onde:
 AFS = Área da Faixa de Servidão = 9.098m2
 n° = 1

Logo:

FLT = ( 3 / 9.098 ) x 1

FLT = 3,29 x 10-4

Por se tratar de um terreno com uma área muito extensa e um número


pequeno de torres chegou-se em fator praticamente igual a zero.
Calculando a relação entre a área do terreno com e a área da servidão obteve-
se o seguinte resultado:

Percentual = AS /AP

Onde:

Área terreno = AP = 291.766 m2


Área servidão = AS = 9.098 m2

Logo:

Percentual = 9.098 /291.766 = 3%

Chegando em uma relação entre áreas de 3%, que resulta em um fator de


10%.
62

Com todos os fatores do terreno determinados seguindo o método proposto


pode-se agora calcular o coeficiente total da servidão conforme segue:

C.S.= Fator risco + Fator incômodos + Fator de relação entre as áreas + Fator
destinação econômica + Fator posição da linha de transmissão + Fator de locação
das torres

Onde:

 Fator risco = 10%


 Fator incômodos = 4%
 Fator de relação entre as áreas = 10%
 Fator destinação econômica = 10%
 Fator posição da linha de transmissão = 6%
 Fator de locação das torres aproximadamente 0%

Logo:

C.S. = 10% + 4% + 10% + 10% + 6% + 0%

C.S. = 40%

Para se chegar no valor da indenização da servidão executou-se a seguinte


operação:

I = (ASF * VTN * CS * FH) + TPI (18)

Onde:

 ASF = Área da Faixa de Servidão = 9.098 m2


 VTN = Valor da Terra nua = R$ 15.000,00
 CS = Coeficiente de Servidão = 40%
63

 FH = Fator de Homogeneização (desconsiderado devido as


considerações feitas)
 TPI = Taxa Primaria de Indenização = R$ 724,00

Logo:

I = (9.098,00 x 15.000,00 x 0,40) + 724,00


I = R$ 6187,56
Sendo assim, ficou determinado pelo método utilizado pela ELETROSUL que
o valor da indenização para o terreno 4 seria de R$ 6.187,56.
Os resultados e fatores dos demais terrenos estão expostos na tabela a
seguir:
Tabela 16: Fatores dos terrenos 1, 2 e 3
Índices
Fatores
(%) terreno 1 terreno 2 terreno 3
Riscos 04 a 10 8,00% 6,00% 6,00%
Incômodos Até 05 2,00% 3,00% 3,00%
Relação Entra as
05 a 50
Áreas 15,00% 9,00% 7,00%
Destinação da
06 a 15
propriedade 10,00% 10,00% 10,00%
Posição da LT 02 a 10 10,00% 4,00% 6,00%
Locação de Torres Até 10 0,00% 5,44% 5,75%
Area servidao m2 5.118 5.517 5.216
relaçao de areas 7,58% 2,78% 1,92%
c.s. -------- 45,00% 37,44% 37,75%
Valor da indenizaçao R$ 4.178,73 R$ 3.822,08 R$ 3.677,45

Tabela 17: Fatores dos terrenos 4, 5 e 6


Fatores terreno 4 terreno 5 terreno 6
Riscos 6,00% 4,00% 8,00%
Incômodos 4,00% 2,00% 3,00%
Relação Entra as Áreas 10,00% 9,00% 6,00%
Destinação da
propriedade 10,00% 10,00% 10,00%
Posição da LT 6,00% 6,00% 6,00%
Locação de Torres 3,30% 0,00% 1,80%
Area servidao 9.098 5.562 16.670
relaçao de areas 3,12% 2,56% 1,30%
c.s. 39,30% 31,00% 34,80%
Valor da indenizaçao R$ 6.087,15 R$ 3.310,27 R$ 9.425,83
64

Tabela 18: Fatores dos terrenos 7, 8 e 9

Fatores terreno 7 terreno 8 terreno 9


Riscos 4,00% 4,00% 6,00%
Incômodos 2,00% 2,00% 3,00%
Relação Entra as
Áreas 10,00% 12,00% 11,00%
Destinação da
propriedade 10,00% 10,00% 10,00%
Posição da LT 4,00% 4,00% 4,00%
Locação de Torres 0,00% 0,00% 4,65%
Area servidao 2.369 2.466 6.449

relaçao de areas 3,39% 5,23% 4,36%


c.s. 30,00% 32,00% 38,65%
Valor da
indenizaçao R$ 1.789,92 R$ 1.907,66 R$ 4.463,09

Tabela 19: Fatores dos terrenos 10, 11 e 12


Fatores terreno 10 terreno 11 terreno 12
Riscos 6,00% 4,00% 4,00%
Incômodos 4,00% 3,00% 2,00%
Relação Entra as
Áreas 12,00% 15,00% 8,00%
Destinação da
propriedade 10,00% 10,00% 10,00%
Posição da LT 6,00% 2,00% 8,00%
Locação de Torres 3,10% 5,96% 0,00%
Area servidao 9.672 5.034 5.687
relaçao de areas 5,44% 7,76% 2,03%
c.s. 41,10% 39,96% 32,00%
Valor da
indenizaçao R$ 6.687,24 R$ 3.741,15 R$ 3.453,88
65

Tabela 20: Fatores dos terrenos 13, 14 e 15

Fatores terreno 13 terreno 14 terreno 15


Riscos 4,00% 6,00% 4,00%
Incômodos 2,00% 3,00% 2,00%
Relação Entra as Áreas 8,00% 10,00% 10,00%
Destinação da
propriedade 10,00% 10,00% 10,00%
Posição da LT 6,00% 4,00% 4,00%
Locação de Torres 3,46% 9,53% 0,00%
Area servidao 8.670 3.149 6.530

relaçao de areas 2,32% 3,33% 3,20%


c.s. 33,46% 42,53% 30,00%
Valor da indenizaçao R$ 5.075,28 R$ 2.732,69 R$ 3.662,48

Tabela 21: Fatores dos terrenos 16, 17 e 18

Fatores terreno 16 terreno 17 terreno 18


Riscos 4,00% 6,00% 6,00%
Incômodos 2,00% 3,00% 3,00%
Relação Entra as Áreas 12,00% 21,00% 12,00%
Destinação da
propriedade 10,00% 10,00% 10,00%
Posição da LT 6,00% 6,00% 6,00%
Locação de Torres 0,00% 3,42% 8,69%
Area servidao 3.025 8.770 3.451
relaçao de areas 4,56% 15,11% 4,81%
c.s. 34,00% 49,42% 45,69%
Valor da indenizaçao R$ 2.266,94 R$ 7.225,59 R$ 3.089,04

Tabela 22: Fatores dos terrenos 19 e 20

Fatores terreno 19 terreno 20


Riscos 4,00% 6,00%
Incômodos 2,00% 3,00%
Relação Entra as Áreas 18,00% 12,00%
Destinação da propriedade 10,00% 10,00%
66

Posição da LT 8,00% 6,00%


Locação de Torres 0,00% 6,20%
Area servidao 4.822 4.837

relaçao de areas 11,81% 4,59%


c.s. 42,00% 43,20% Total
Valor da indenizaçao R$ 3.761,67 R$ 3.858,65 R$ 84.216,79

4.3.2. Cálculo pelo método Avaliação da indenização em função da


rentabilidade líquida da faixa

No cálculo a seguir optou-se por utilizar a indenização direta aos proprietários,


para permitir uma maior homogeneidade na futura comparação entre os métodos.

Conforme se pode observar nas imagens dos terrenos, a servidão não atinge
nenhuma benfeitoria, logo não será calculado o valor de indenização para
benfeitorias de nenhum dos terrenos.

De acordo com a metodologia apresenta no item 2.6.3, o valor da indenização


é calculado pela expressão a seguir:

Icsv = (RL x Af / Tx) + Bf (19)

Considerando os seguintes dados para o primeiro terreno:

 Tx= taxa de rendimento líquido = 7% (taxa aproximada da caderneta de


poupança 2011);
 RL = média de faturamento das culturas mais comuns na região descontando
investimentos = R$ 495,00 / há x ano;
 Af = área da faixa de servidão = 5118 m2;
 Bf = 0, uma vez que não há benfeitorias para se indenizar na região da faixa
de servidão.

Tem-se:
Icvst1 = 495,00 x (5118 / 10000) / 0,07
67

Resultando em uma indenização total de R$ 3.625,27.

Para o cálculo das demais indenizações referentes aos terrenos 2 ao 20,


utilizou-se o software Excel.

Partindo dos mesmos critérios utilizados para o cálculo da indenização


referente ao primeiro terreno chegou-se aos seguintes resultados:

Tabela 23:Resultados pelo método da Renda


Área
Terreno servidão Vi
01 5.118,12 R$ 3.625,27
02 5.516,83 R$ 3.907,69
03 5.215,53 R$ 3.694,27
04 9.098,42 R$ 6.444,61
05 5.561,87 R$ 3.939,59
06 16.670,37 R$ 11.807,98
07 2.368,71 R$ 1.677,81
08 2.465,95 R$ 1.746,69
09 6.449,19 R$ 4.568,10
10 9.672,34 R$ 6.851,13
11 5.033,63 R$ 3.565,43
12 5.687,25 R$ 4.028,40
13 8.669,50 R$ 6.140,79
14 3.148,86 R$ 2.230,41
15 6.529,94 R$ 4.625,30
16 3.025,37 R$ 2.142,93
17 8.770,41 R$ 6.212,27
18 3.450,51 R$ 2.444,07
19 4.821,69 R$ 3.415,31
20 4.837,21 R$ 3.426,30
R$
Total 122.111,70 86.494,33

4.3.3. Cálculo pelo método Avaliação da indenização em função da


rentabilidade líquida da faixa (Pellegrino)

No presente cálculo de indenização será utilizado o critério desenvolvido pelo


Eng. José Carlos Pellegrino, que toma por base a rentabilidade do imóvel, segundo
o qual:
68

“A indenização pela instituição da servidão deve ser um montante tal que


propicie ao proprietário uma remuneração liquida, pela aplicação da mesma no
mercado financeiro, igual àquela que vinha auferindo com a exploração da área
servienda.”
Conforme metodologia descrita no item 2, o valor da indenização pela
passagem de servidão é dado pela expressão:

Vi = t x Vs/ i (20)

Considerando que a faixa de terra atingida pela servidão é classificada como


“terras de segunda” e que seu preço médio identificado na região é de R$
15.000,00/há, temos;

 t = taxa de renda liquida anual sobre o valor da terra nua = 4%;

 i = taxa de renda liquida anual, que pode ser auferida com o montante da
indenização = 12%;

Transformando as unidades da área de metro quadrado para hectare:

Vi = 0,04 x (15.000,00/há x 0,1559747 ha)/ 0,12

Vi =R$ 2.559,06

Conforme cálculos acima chegamos em uma indenização no valor de R$


2.559,06, referente ao terreno 1.

Partindo dos mesmos critérios utilizados para o cálculo da indenização


referente ao primeiro terreno chegou-se nos resultados da Tabela 24.
69

Tabela 24: Resultados pelo método Pellegrino


area
terreno servidao Vi
01 5.118,12 R$ 4.386,96
02 5.516,83 R$ 4.728,71
03 5.215,53 R$ 4.470,45
04 9.098,42 R$ 7.798,65
05 5.561,87 R$ 4.767,32
06 16.670,37 R$ 14.288,89
07 2.368,71 R$ 2.030,32
08 2.465,95 R$ 2.113,67
09 6.449,19 R$ 5.527,88
10 9.672,34 R$ 8.290,58
11 5.033,63 R$ 4.314,54
12 5.687,25 R$ 4.874,79
13 8.669,50 R$ 7.431,00
14 3.148,86 R$ 2.699,02
15 6.529,94 R$ 5.597,09
16 3.025,37 R$ 2.593,17
17 8.770,41 R$ 7.517,49
18 3.450,51 R$ 2.957,58
19 4.821,69 R$ 4.132,88
20 4.837,21 R$ 4.146,18
R$
Total 122.111,70 104.667,17

4.3.4. Cálculo pelo método Phillipe Westin

Conforme descrito no item 2.6.4, o cálculo da indenização se dá pela formula


a seguir:

Vi=Id x Vtn (21)


Onde:

 Vi= Valor da indenização


 Id= Índice ou fator de depreciação
 Vtn= Valor da terra nua da Faixa
70

Para se obter o valor da terra nua da faixa de servidão deve-se multiplicar a


área da servidão pelo valor unitário apurado:

Vtn = A x Vu (22)

Onde:

 A = área atingida pela faixa de servidão do imóvel

 Vu = valor unitário do terreno

Assim como nos demais métodos, utilizou-se o valor unitário da região igual a
R$15.000,00/hectare.

Executando-se a operação para os dados do terreno 1 obtém-se:

Vtn = (5118,12m2 x 15.000,00 R$/He) / 10.000

Vtn = R$ 7.677,18

Realizando-se a soma dos índices indicados na Tabela 24 se obtém um Id


equivalente a 63%. Multiplicação do valor unitário pelo índice de depreciação se
encontrou:

Vi = R$ 7.677,18 x 63%

Vi = R$ 4.836,62

Resultando em uma indenização de R$ 4.836,62 para o terreno 1.

Para o cálculo das indenizações referentes aos terrenos 2 ao 20, utilizou-se um


software de planilhas (EXCEL), resultando nos dados representados na tabela a
seguir.
71

Tabela 25:Resultados pelo método da Renda

Terreno Área da
servidão Indenização
01 5.118,12 R$ 3.625,27
02 5.516,83 R$ 3.907,69
03 5.215,53 R$ 3.694,27
04 9.098,42 R$ 6.444,61
05 5.561,87 R$ 3.939,59
06 16.670,37 R$ 11.807,98
07 2.368,71 R$ 1.677,81
08 2.465,95 R$ 1.746,69
09 6.449,19 R$ 4.568,10
10 9.672,34 R$ 6.851,13
11 5.033,63 R$ 3.565,43
12 5.687,25 R$ 4.028,40
13 8.669,50 R$ 6.140,79
14 3.148,86 R$ 2.230,41
15 6.529,94 R$ 4.625,30
16 3.025,37 R$ 2.142,93
17 8.770,41 R$ 6.212,27
18 3.450,51 R$ 2.444,07
19 4.821,69 R$ 3.415,31
20 4.837,21 R$ 3.426,30
Total - R$86.494,33

4.3.5. Cálculo pelo método da CEEE

Assim como nos demais cálculos, será um maior detalhamento para o cálculo
do primeiro terreno, enquanto que os demais serão apresentados na forma de
tabelas, confeccionada com o auxílio de um software de planilhas(EXCEL) para o
cálculo das indenizações.
72

4.3.6. Método utilizado pela CEEE

O cálculo da indenização seguira o método descrito no item Error! Reference


source not found., detalhando aquele realizado para o primeiro terreno, como feito
anteriormente, e os resultados dos demais terrenos expostos em tabela.

4.3.6.1. Determinação do coeficiente de servidão

O coeficiente de servidão será determinado pela fórmula do engenheiro


Walter dos Anjos:

CS = (A + B) 1 – x (23)
Onde:

 X = relação entre a área atingida e a área total do imóvel;


 A, B = índices.
 O índice A é definido pelos cinco fatores descritos anteriormente.

a) risco de queda em linhas de transmissão:

Por se tratar de uma linha de transmissão de 138kV com limite de falha de


150, anos se adotou um peso de 6 para este fator, conforme a Tabela 8. Adotou-
se o mesmo peso para os demais terrenos, já que se trata de uma mesma linha
de transmissão para todas as propriedades.

b) interferência, em equipamentos eletroeletrônicos, causada pela indução


eletromagnética gerada pela Linha de Transmissão:

Assim como no fator anterior, o peso deste critério vale para toda a
linha de transmissão e, por consequência para todos os terrenos. Atribuiu-se
73

conforme a Tabela 9 peso seis, já que se trata de uma linha com potência
transmitida de 200 MVA.

c) incômodo causado pelo efeito corona:

O fator de incomodo pelo ruído gerado pelo efeito corona é mensurado


conforme mostra Tabela 10, como citado anteriormente, a linha possui uma
potência de 200MVA, resultando portanto em um peso de seis para o fator.

d) transtornos causados pelas equipes de manutenção:

Já que este fator não possuiu uma tabulação simples para adotar um
peso, deve se usar uma análise crítica e o bom senso para sua aplicação. A
seguir será descrito fator a fator que se considerou para chegar a um peso de
cinco:

 Formas de acessos das equipes de manutenção à faixa de passagem: por se


tratar de uma faixa de servidão sem a presença de uma torre de transmissão,
o número de visitas de ser menor do que em um terreno com uma torre;

 Destinação econômica: mesmo restringindo a plantação em uma área do


terreno, esta servidão não impede a exploração econômica do restante do
terreno;

 Localização: a linha se encontra relativamente distante da sede do terreno, o


que acaba reduzindo um pouco os incômodos das visitas de manutenção;

 Topografia: apresenta uma topografia predominantemente plana, facilitando o


acesso e o trabalho das equipes de manutenção.

e) Posição da linha de transmissão:


74

Seguindo as informações na Tabela 11obteve-se um peso de 7 para este fator.

Tabela 26: Resumo fatores


Fatores Máx. Terreno 01
Risco de queda 10 8
Interferência 10 6
Efeito corona 10 6
Transtornos 10 5
Posição 10 7
Soma total 50 32

O índice A foi calculado mediante a aplicação da seguinte fórmula:

A = ( ftotal / fmax ) * 0,20 (24)

Onde:

 ftotal = fator total calculado para o terreno;


 fmax = fator máximo possível;
 0,20 é o limitador definido pelo critério adotado.

Logo:

A = (32 / 50) * 0,20

A = 0,128

Resultando assim em um índice de 0,128.

Já o índice B foi determinado em função das restrições de uso e efeitos


psicológicos, relacionando peso para cada tipo de área na região da servidão,
conforme mostra a tabela a seguir:
75

Tabela 27: Características do Terreno

Característica Peso Área Área equivalente


Áreas de culturas com 10 4.570,12 45.701,21
restrições
Áreas de culturas 4 0,00 0,00
permitidas
Áreas de estradas e 2 240,00 480,00
acessos
Áreas de preservação 0 0,00 0,00
permanente
Áreas de mato, pasto 2 308,00 616,00
nativo e capoeira
Total 18 46.797,21

O índice B foi calculado seguindo a seguinte formula:

B = (Areae / PesoTotal) * ( 1 / As ) (25)

Onde:

 Areae= área equivalente calculada


 PesoTotal = somatório dos pesos
 As = área da servidão

Logo:

B = ( 46.797,21 / 18 ) * ( 1 / 5.052,83 )

B= 0,508

Resultando assim em um índice de 0,508.


76

Com os dois índices calculados obteve-se o CS utilizando-se a formula


explicitada anteriormente, com:

 X = relação entre a área atingida e a área total do imóvel = 0,08


 A = 0,126
 B = 0,508

Obtém-se:

CS = ( 0,128 + 0,508 ) 1 - 0,08

CS = 0,66

Resultando assim em um coeficiente de servidão de 0,66.

4.3.6.2. Determinação da indenização primaria

A indenização primária determina-se por meio da seguinte formula:

IP = [(Aa - Abt) x Vu x CS] + It (26)

Onde:

 IP é o valor da indenização primária


 Aa equivalente a área da faixa de passagem da Linha de Transmissão
= 5.118,12
 Abt é a área da base das torres = 0, já que não apresenta torres em
seu domínio.
 CS corresponde ao Coeficiente de Servidão = 0,66
 It é a indenização pela implantação de torres = 0, por não possuir
torres em seu domínio.

Logo:
77

IP = {[( 5.118,12 - 0,0 ) x 15.000 x 0,66 ] + 0,0} / 10.000

Dividindo por 10.000 para transformar a unidade de hectare para metro


quadrado.

IP = 5.052,83

A indenização pela área atingida pela base das torres será igual a zero, já que
não possui torres neste terreno.

4.3.6.3. Valor primário de indenização

Por não se ter muito detalhamento para o cálculo deste valor optou-se por
utilizar o valor do salário mínimo como valor primário de indenização, logo:

Vpi = R$ 545,00

4.3.6.4. Determinação da indenização devida pela desvalorização da área


remanescente

A desvalorização da área remanescente foi calculada adotando a formula a


seguir:

IDr = Vu {PS x [( FP x ARI ) + ( ARA x CD )]} (27)


78

Onde:

 PS representa o percentual de servidão;


 IDR é o valor da indenização pela desvalorização da área remanescente;
 Vu é o valor unitário do hectare da terra nua atingida = 15.000,00;
 PS representa o percentual de servidão e é dado pela razão entre a área
serviente e a área total do imóvel: PS = AS/AT
PS = 5.118 / 67,532 = 0,08

 FP é o fator de posição da faixa, obtido através da Tabela 11, conclui-se logo


que deve se adotar um valor de 1,5;
 ARI é a área remanescente inaproveitável, no presente imóvel não apresenta
área remanescente inaproveitável;
 ARA é a área remanescente aproveitável= área total do terreno menos a área
da faixa de servidão = 67.532 - 5.118 = 62.414;
 AF é a área da faixa de servidão = 5.118;
 CL representa o comprometimento do lote calculada pela seguinte formula:

CL = (AF + ARI) / A) (28)

A é a área total da propriedade.

CL = ( 5.118 + 0 ) / 67.532

CL = 0,07

CD = CL + 0,005

CD é o coeficiente de desvalorização do remanescente - função do


comprometimento do lote;

CD = 0,07 + 0,005 = 0,075

IDR = 15.000 {0,08 x [( 1,5 x 0 ) + (62.414 x 0,075 )]}


79

IDR = 535,33

4.3.6.5. Valor final da indenização

O valor final da indenização foi formado pela equação

I = IP + VPI + IDR (+ ou - a) (29)

Onde:

 I é o valor final da indenização

 IP é o valor da indenização primaria = 5.052,83

 VPI é o valor primário de indenização = 545

 IDR é o valor da indenização pela desvalorização da área remanescente =


535,33

 A é o arredondamento preconizado pelas normas aplicáveis, adotado igual a


zero.

Logo:

I = 6.312,16

Resultando assim em uma indenização de R$ 6.312,16 para o terreno


de número 1.
80

terreno 01 terreno 02
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 4
posiçao 10 7 1
total 50 32 25
A 0,128 0,100
areas de culturas com restriçoes 10 4.570,12 45.701,21 5.516,83 55.168,30
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 240,00 480,00 0,00 0,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 308,00 616,00 0,00 0,00
total 18 0,508 46.797,21 0,56 55.168,30
At A terreno m2 67.532,96 198.479,79
As A servidao m2 5.118,12 5.516,83
x relaçao entre areas % 0,08 0,03
CST CS - 0,66 0,66
Nt numero de torres n° 0,00 1,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 0,00 64,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 0,00 91,20
IP indenizaçao primaria R$ 5.052,83 R$ 5.334,05
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 535,33 R$ 257,80
FP fator posiçao 1,50 1,00
ARI area remanescente inaproveitavel m2 0,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 62.414,84 192.962,96
CL comprometimento do lote 0,07 0,03
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,08 0,03
I Valor total indenização R$ 6.312,16 R$ 6.315,85
81

terreno 03 terreno 04
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 8
posiçao 10 7 7
total 50 32 35
A 0,128 0,140
areas de culturas com restriçoes 10 3.616,53 36.165,31 7.537,43 75.374,25
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 246,00 492,00 80,00 160,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 1.353,00 2.706,00 1.481,00 2.962,00
total 18 0,42 39.363,31 0,48 78.496,25
At A terreno m2 271.209,21 291.766,12
As A servidao m2 5.215,53 9.098,43
x relaçao entre areas % 0,02 0,03
CST CS - 0,55 0,63
Nt numero de torres n° 1,00 1,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 64,00 64,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 91,20 R$ 91,20
IP indenizaçao primaria R$ 4.187,22 R$ 8.427,71
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 183,13 R$ 476,90
FP fator posiçao 1,75 1,40
ARI area remanescente inaproveitavel m2 0,00 100,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 265.993,68 282.667,69
CL comprometimento do lote 0,02 0,03
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,02 0,04
I Valor total indenização R$ 5.094,36 R$ 9.628,62
82

terreno 05 terreno 06
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 5
posiçao 10 7 7
total 50 32 32
A 0,128 0,128
areas de culturas com restriçoes 10 5.311,88 53.118,78 13.080,37 130.803,73
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 250,00 500,00 990,00 1.980,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 0,00 0,00 2.600,00 5.200,00
total 18 0,54 53.618,78 0,46 137.983,73
At A terreno m2 217.475,68 1.277.505,47
As A servidao m2 5.561,88 16.670,37
x relaçao entre areas % 0,03 0,01
CST CS - 0,67 0,59
Nt numero de torres n° 0,00 1,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 0,00 64,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 0,00 91,20
IP indenizaçao primaria R$ 5.594,48 R$ 14.653,59
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 243,37 R$ 441,29
FP fator posiçao 1,40 1,40
ARI area remanescente inaproveitavel m2 0,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 211.913,81 1.260.835,09
CL comprometimento do lote 0,02 0,01
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,03 0,02
I Valor total indenização R$ 6.561,85 R$ 15.818,89
83

terreno 07 terreno 08
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 5
posiçao 10 4 4
total 50 29 29
A 0,116 0,116
areas de culturas com restriçoes 10 2.231,71 22.317,13 2.185,95 21.859,51
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 0,00 0,00 280,00 560,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 137,00 274,00 0,00 0,00
total 18 0,53 22.591,13 0,51 22.419,51
At A terreno m2 69.972,51 47.166,72
As A servidao m2 2.368,71 2.465,95
x relaçao entre areas % 0,03 0,05
CST CS - 0,66 0,64
Nt numero de torres n° 0,00 0,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 0,00 0,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 0,00 0,00
IP indenizaçao primaria R$ 2.328,96 R$ 2.355,29
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 129,57 R$ 191,70
FP fator posiçao 1,40 0,00
ARI area remanescente inaproveitavel m2 0,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 67.603,80 44.700,77
CL comprometimento do lote 0,03 0,05
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,04 0,05
I Valor total indenização R$ 3.182,53 R$ 3.270,99
84

terreno 09 terreno 10
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 8
posiçao 10 4 7
total 50 29 35
A 0,116 0,140
areas de culturas com restriçoes 10 0,00 0,00 8.442,35 84.423,49
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 185,00 370,00 220,00 440,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 6.264,19 12.528,38 1.010,00 2.020,00
total 18 0,11 12.898,38 0,50 86.883,49
At A terreno m 2 147.974,51 177.857,88
As A servidao m 2 6.449,19 9.672,35
x relaçao entre areas % 0,04 0,05
CST CS - 0,24 0,65
Nt numero de torres n° 1,00 1,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 64,00 64,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 91,20 91,20
IP indenizaçao primaria R$ 2.229,19 R$ 9.345,98
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 432,66 R$ 776,22
FP fator posiçao 1,40 1,50
ARI area remanescente inaproveitavel m 2 0,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 141.525,32 168.185,53
CL comprometimento do lote 0,04 0,05
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,05 0,06
I Valor total indenização R$ 3.385,85 R$ 10.846,19
85

terreno 11 terreno 12
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 5
posiçao 10 9 7
total 50 34 32
A 0,136 0,128
areas de culturas com restriçoes 10 2.038,63 20.386,33 4.912,25 49.122,53
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 455,00 910,00 145,00 290,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 2.540,00 5.080,00 630,00 1.260,00
total 18 0,29 26.376,33 0,49 50.672,53
At A terreno m2 64.827,71 280.370,45
As A servidao m2 5.033,63 5.687,25
x relaçao entre areas % 0,08 0,02
CST CS - 0,46 0,63
Nt numero de torres n° 1,00 0,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 64,00 0,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 91,20 0,00
IP indenizaçao primaria R$ 3.310,10 R$ 5.365,93
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 612,48 R$ 207,96
FP fator posiçao 1,75 1,50
ARI area remanescente inaproveitavel m2 250,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 59.794,08 274.683,19
CL comprometimento do lote 0,08 0,02
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,08 0,02
I Valor total indenização R$ 4.646,58 R$ 6.297,88
86

terreno 13 terreno 14
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
transtornos 10 6 7
posiçao 10 7 4
total 50 33 31
A 0,132 0,124
areas de culturas com restriçoes 10 8.313,50 83.135,00 0,00 0,00
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 356,00 712,00 0,00 0,00
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 0,00 0,00 3.148,86 6.297,72
total 18 0,54 83.847,00 0,11 6.297,72
A terreno m2 373.522,22 94.538,76
A servidao m2 8.669,50 3.148,86
relaçao entre areas % 0,02 0,03
CS - 0,68 0,25
numero de torres n° 0,00 1,00
CST % 0,95 0,95
area da base torre m2 0,00 64,00
Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
indenizaçao pela impl. Torre 0,00 91,20
R$
indenizaçao primaria R$ 8.785,30 1.050,47
valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
R$
ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 351,65 170,01
fator posiçao 0,00 1,40
area remanescente inaproveitavel m2 0,00 0,00
area remanescente aproveitavel m2 364.852,72 91.389,90
comprometimento do lote 0,02 0,03
coeficiente de desvalorizaçao 0,03 0,04
R$
Valor total indenização R$ 9.860,95 1.944,48
87

terreno 15 terreno 16
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 5
posiçao 10 4 4
total 50 29 29
A 0,116 0,116
areas de culturas com restriçoes 10 6.379,95 63.799,47 2.905,38 29.053,80
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 150,00 300,00 120,00 240,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 0,00 0,00 0,00 0,00
total 18 0,55 64.099,47 0,54 29.293,80
At A terreno m2 204.149,96 66.372,26
As A servidao m2 6.529,95 3.025,38
x relaçao entre areas % 0,03 0,05
CST CS - 0,67 0,67
Nt numero de torres n° 0,00 0,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 0,00 0,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 0,00 0,00
IP indenizaçao primaria R$ 6.564,07 R$ 3.025,58
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 341,29 R$ 210,47
FP fator posiçao 1,50 1,50
ARI area remanescente inaproveitavel m2
0,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 197.620,02 63.346,89
CL comprometimento do lote 0,03 0,04
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,04 0,05
I Valor total indenização R$ 7.629,36 R$ 3.960,06
88

terreno 17 terreno 18
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 7 7
posiçao 10 3 7
total 50 30 34
A 0,120 0,136
areas de culturas com restriçoes 10 8.015,41 80.154,14 2.940,52 29.405,19
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 450,00 900,00 110,00 220,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 305,00 610,00 400,00 800,00
total 18 0,52 81.664,14 0,49 30.425,19
At A terreno m2 58.057,32 71.725,32
As A servidao m2 8.770,41 3.450,52
x relaçao entre areas % 0,15 0,05
CST CS - 0,68 0,64
Nt numero de torres n° 1,00 1,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 64,00 64,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 91,20 91,20
IP indenizaçao primaria R$ 8.817,79 R$ 3.160,54
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 1.728,26 R$ 250,77
FP fator posiçao 1,00 1,50
ARI area remanescente inaproveitavel m2 525,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 49.286,90 68.274,80
CL comprometimento do lote 0,14 0,05
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,14 0,05
I Valor total indenização R$ 11.270,05 R$ 4.135,31
89

terreno 19 terreno 20
Risco de queda 10 8 8
interferencia 10 6 6
efeito corona 10 6 6
A transtornos 10 5 7
posiçao 10 8 7
total 50 33 34
A 0,132 0,136
areas de culturas com restriçoes 10 4.821,70 48.217,00 3.377,21 33.772,11
areas de culturas permitidas 4 0,00 0,00 0,00 0,00
areas de estradas e acessos 2 0,00 0,00 550,00 1.100,00
B
app 0 0,00 0,00 0,00 0,00
area de mato 2 0,00 0,00 910,00 1.820,00
total 18 0,56 48.217,00 0,42 36.692,11
At A terreno m2 40.836,12 105.439,72
As A servidao m2 4.821,70 4.837,21
x relaçao entre areas % 0,12 0,05
CST CS - 0,72 0,57
Nt numero de torres n° 0,00 1,00
CST CST % 0,95 0,95
Abt area da base torre m2 0,00 64,00
VU Valor unitario terra nua $ R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
It indenizaçao pela impl. Torre 0,00 91,20
IP indenizaçao primaria R$ 5.197,67 R$ 4.008,21
VPI valor primario de indenizaçao R$ 545,00 R$ 545,00
IDR ind3enizaçao pela desvalorizaçao R$ 705,50 R$ 338,28
FP fator posiçao 1,50 1,50
ARI area remanescente inaproveitavel m2 0,00 0,00
ARA area remanescente aproveitavel m2 36.014,42 100.602,50
CL comprometimento do lote 0,11 0,04
CD coeficiente de desvalorizaçao 0,11 0,05
I Valor total indenização R$ 6.627,18 R$ 5.070,50

Apresentando um total de R$ 131.859,63.


90

5. COMPARATIVO E ANALISE DOS RESULTADOS

A comparação dos resultados será feita em partes, iniciando pela comparação


entre os métodos de mesma natureza e posteriormente entre todos os métodos
utilizados no item anterior.

5.1. MÉTODOS COEFICIENTES


Os resultados dos métodos apresentados a seguir assemelham-se
basicamente quanto ao seu cálculo. Ambos utilizam coeficientes tabulados para
obtenção do valor de indenização, porém com algumas diferenças. A Tabela
28contémos resultados obtidos a partir da aplicação dos métodos, comparando sua
diferença numérica e percentual.

Tabela 28: Métodos coeficientes

Terreno CEEE Eletrosul Diferença %


1 R$ 6.312,16 R$ 4.178,73 R$ 2.133,43 34%
2 R$ 6.315,85 R$ 3.822,08 R$ 2.493,78 39%
3 R$ 5.094,36 R$ 3.677,45 R$ 1.416,90 28%
4 R$ 9.628,62 R$ 6.087,15 R$ 3.541,47 37%
5 R$ 6.561,85 R$ 3.310,27 R$ 3.251,58 50%
6 R$ 15.818,89 R$ 9.425,83 R$ 6.393,05 40%
7 R$ 3.182,53 R$ 1.789,92 R$ 1.392,61 44%
8 R$ 3.270,99 R$ 1.907,66 R$ 1.363,33 42%
9 R$ 3.385,85 R$ 4.463,09 -R$ 1.077,24 -32%
10 R$ 10.846,19 R$ 6.687,24 R$ 4.158,95 38%
11 R$ 4.646,58 R$ 3.741,15 R$ 905,42 19%
12 R$ 6.297,88 R$ 3.453,88 R$ 2.844,00 45%
13 R$ 9.860,95 R$ 5.075,28 R$ 4.785,68 49%
14 R$ 1.944,48 R$ 2.732,69 -R$ 788,20 -41%
15 R$ 7.629,36 R$ 3.662,48 R$ 3.966,89 52%
16 R$ 3.960,06 R$ 2.266,94 R$ 1.693,11 43%
17 R$ 11.270,05 R$ 7.225,59 R$ 4.044,47 36%
18 R$ 4.135,31 R$ 3.089,04 R$ 1.046,27 25%
19 R$ 6.627,18 R$ 3.761,67 R$ 2.865,51 43%
20 R$ 5.070,50 R$ 3.858,65 R$ 1.211,84 24%
R$ 131.859,63 R$ 84.216,79 R$ 47.642,84 36%
91

Pode-se observar na tabela acima que a diferença entre os dois métodos é


relativamente grande, com uma diferença percentual mínima de 19%, variando até
uma máxima de 52%. Sendo que na maioria dos casos, o valor obtido pelo método
da CEEE é maior do que os resultados do método da ELETROSUL.

Apesar de que alguns resultados em que o método ELETROSUL apresentou


uma indenização de maior valor, e outros com uma diferença pequena, pode se
inferir que o método utilizado pela CEEE atribui maior valor de indenização do que o
método da ELETROSUL.

Os resultados com menor diferença e aqueles que apresentam maior valor


para o método ELETROSUL podem ser explicados por considerações feitas no
método da CEEE. Ao contrário do método da ELETROSUL o método da CEEE leva
em conta o uso do solo na faixa de servidão, atribuindo assim um menor valor para
propriedades com menor exploração econômica de seu solo.

Como exemplo pode se observar no caso com a menor diferença, terreno de


número 11, que consiste em um terreno com a presença de uma torre de
transmissão, com uma área de 64.828,00m², sendo o terreno de menor área, e uma
das maiores relações entre áreas de terreno e servidão. Com uma área de faixa de
servidão igual a 5.033,00m², sendo que desse total 455,00m² foram considerados
áreas de estradas e acesso e 2.540,00m² de área de mato, ou seja, mais da metade
da área da faixa é inexplorada economicamente. Pelo método da CEEE, se utiliza no
índice B pesos diferentes para diferentes tipos de uso do solo de uma mesma
propriedade, fazendo com que o valor neste caso fique com uma diferença pequena
entre os métodos, já que o outro método considera como se a área inteira da faixa
de servidão fosse explorada economicamente.

Continuando nesta linha de pensamento, os únicos terrenos cujos valores do


método da ELETROSUL resultaram em um valor superior ao outro método são
aqueles que apresentaram valor das áreas de culturas com restrições igual a zero.

Uma das diferenças entre estes dois métodos está no cálculo do índice,
enquanto o método da CEEE utiliza uma formula, mais elaborada para o cálculo do
coeficiente, o outro método realiza a soma simples de todos os fatores indicados.
92

Nos fatores utilizados para o cálculo do coeficiente de cada servidão, é


encontrada outra divergência, apesar de nenhum dos dois métodos mostrarem como
foi obtido os índices, tabelas, tão pouco os locais ou dados para obtenção dos
mesmos. O método da CEEE se mostra mais elaborado, por considerar fatores que
o outro método não pondera, como por exemplo, a interferência em equipamentos e
ruídos gerados pela linha de transmissão. Para os demais fatores as informações se
assemelham, porém com valores e tabelas diferentes.

Uma das maiores diferenças vistas nos cálculos dos dois métodos, é a
consideração feita pelo método da CEEE à destinação da área da faixa de servidão,
que considera pesos diferentes para usos diferentes, como plantações que serão
restringidas, plantações que não serão restringidas, área de APP, entre outras.
Outra diferença notável é a consideração da desvalorização do resto do terreno
devido a implantação da faixa de servidão.

5.2. MÉTODOS DE RENDA

A seguir será analisado os métodos da Renda e do Pellegrino, ambos se


baseiam na rentabilidade anual do valor da indenização que o valor irá render para o
proprietário.
93

Tabela 29: Métodos da Renda e Pellegrino

terreno Renda Pellegrino Diferença


1 R$ 3.625,27 R$ 4.386,96 R$ 761,69
2 R$ 3.907,69 R$ 4.728,71 R$ 821,02
3 R$ 3.694,27 R$ 4.470,45 R$ 776,18
4 R$ 6.444,61 R$ 7.798,65 R$ 1.354,04
5 R$ 3.939,59 R$ 4.767,32 R$ 827,73
6 R$ 11.807,98 R$ 14.288,89 R$ 2.480,91
7 R$ 1.677,81 R$ 2.030,32 R$ 352,51
8 R$ 1.746,69 R$ 2.113,67 R$ 366,99
9 R$ 4.568,10 R$ 5.527,88 R$ 959,78
10 R$ 6.851,13 R$ 8.290,58 R$ 1.439,45
11 R$ 3.565,43 R$ 4.314,54 R$ 749,11
12 R$ 4.028,40 R$ 4.874,79 R$ 846,38
13 R$ 6.140,79 R$ 7.431,00 R$ 1.290,21
14 R$ 2.230,41 R$ 2.699,02 R$ 468,62
15 R$ 4.625,30 R$ 5.597,09 R$ 971,79
16 R$ 2.142,93 R$ 2.593,17 R$ 450,24
17 R$ 6.212,27 R$ 7.517,49 R$ 1.305,22
18 R$ 2.444,07 R$ 2.957,58 R$ 513,51
19 R$ 3.415,31 R$ 4.132,88 R$ 717,57
20 R$ 3.426,30 R$ 4.146,18 R$ 719,88
R$ 86.494,33 R$ 104.667,17 R$ 18.172,84

Os dois métodos são muito parecidos em seus cálculos de indenização,


diferenciando-se apenas na escolha da taxa de rendimento. Logo pode-se observar
que a diferença de valor dos métodos é pequena, constante e igual a 17%.

Enquanto o método da Renda utiliza de uma taxa de 7% a.a. para o


desenvolvimento de seu cálculo, o método proposto pelo Pellegrino utiliza uma taxa
de 4%. Outra diferença notável é o valor base que os métodos utilizam para
determinação da indenização. O método do Pellegrino utilizado o valor unitário da
terra nua, já o método da renda baseia-se nos rendimentos da exploração
econômica do solo no terreno.

Essa diferença pode ser notada nos resultados, sendo o valor de indenização
do método da renda sempre superior ao valor do outro método. O motivo de essa
diferença ser sempre constante é decorrente a igualdade das formulas utilizadas
pelos dois métodos.
94

5.3. COMPARATIVO GLOBAL

A seguir será compara os resultados de todos os métodos entre si.

Tabela 30: Comparativo global

Terreno CEEE Eletrosul Renda Pellegrino Philipe Média

1 R$ 6.312,16 R$ 4.178,73 R$ 3.625,27 R$ 4.386,96 R$ 4.836,62 R$ 4.667,95

2 R$ 6.315,85 R$3.822,08 R$ 3.907,69 R$ 4.728,71 R$ 5.213,40 R$ 4.797,55

3 R$5.094,36 R$3.677,45 R$ 3.694,27 R$ 4.470,45 R$ 4.928,68 R$ 4.373,04

4 R$9.628,62 R$ 6.087,15 R$ 6.444,61 R$ 7.798,65 R$ 8.598,01 R$ 7.711,40

5 R$ 6.561,85 R$3.310,27 R$ 3.939,59 R$ 4.767,32 R$ 5.255,97 R$ 4.767,00

6 R$ 5.818,89 R$ 9.425,83 R$11.807,98 R$ 14.288,89 R$15.753,50 R$ 13.419,02

7 R$ 3.182,53 R$1.789,92 R$ 1.677,81 R$ 2.030,32 R$ 2.238,43 R$ 2.183,80

8 R$ 3.270,99 R$1.907,66 R$ 1.746,69 R$ 2.113,67 R$ 2.330,32 R$ 2.273,87

9 R$ 3.385,85 R$ 4.463,09 R$ 4.568,10 R$ 5.527,88 R$ 6.094,48 R$ 4.807,88

10 R$10.846,19 R$ 6.687,24 R$ 6.851,13 R$ 8.290,58 R$9.140,36 R$ 8.363,10

11 R$ 4.646,58 R$3.741,15 R$3.565,43 R$ 4.314,54 R$ 4.756,78 R$ 4.204,90

12 R$ 6.297,88 R$3.453,88 R$ 4.028,40 R$ 4.874,79 R$5.374,45 R$ 4.805,88

13 R$9.860,95 R$ 5.075,28 R$6.140,79 R$ 7.431,00 R$8.192,68 R$ 7.340,14

14 R$1.944,48 R$2.732,69 R$2.230,41 R$ 2.699,02 R$ 2.975,67 R$ 2.516,45

15 R$7.629,36 R$3.662,48 R$ 4.625,30 R$ 5.597,09 R$6.170,79 R$ 5.537,00

16 R$3.960,06 R$2.266,94 R$2.142,93 R$ 2.593,17 R$ 2.858,97 R$ 2.764,42

17 R$11.270,05 R$ 7.225,59 R$ 6.212,27 R$ 7.517,49 R$ 8.288,04 R$ 8.102,69

18 R$ 4.135,31 R$ 3.089,04 R$ 2.444,07 R$ 2.957,58 R$ 3.260,73 R$ 3.177,35

19 R$6.627,18 R$ 3.761,67 R$ 3.415,31 R$ 4.132,88 R$ 4.556,50 R$ 4.498,71

20 R$5.070,50 R$ 3.858,65 R$3.426,30 R$ 4.146,18 R$ 4.571,16 R$ 4.214,56

-- R$ 31.859,63 R$ 84.216,79 R$ 86.494,33 R$ 104.667,17 R$ 115.395,56 R$ 104.526,70

Podemos observar na tabela acima que o método que atribui maior valor total
para os terrenos é o método da CEEE, e o menor o método do ELETROSUL.
95

Analisando ainda os totais pode afirmar que os demais métodos chegam a valores
razoavelmente próximos, mantendo uma mesma ordem de grandeza.

Outra informação que pode ser retirada da tabela acima, e que chama
atenção, é a proximidade dos totais dos métodos da ELETROSUL e o da Renda.
Apesar de algumas indenizações se diferenciarem um pouco mais, a diferença dos
totais não passa de 3%, mesmo usando métodos de cálculos completamente
diferentes.

Se analisarmos a amplitude total dos resultados, iremos verificar uma


amplidão relativamente grande, em que a escolha do método influencia muito, uma
vez que se utilizaram os mesmos parâmetros base para todos os métodos, como o
valor unitário da terra de R$15.000/hectare.

É observado nos resultados que os métodos que não utilizam coeficientes,


tabelas e não se analisa cada caso separadamente com suas peculiaridades,
apresentam um resultado linear, dependente diretamente da área da faixa de
servidão.
96

6. CONCLUSÕES

Como pode ser notado na comparação entre todos os métodos, a escolha do


método influi no resultado final, sendo imprescindível assim a utilização pelo
engenheiro avaliador de uma das suas maiores ferramentas, o bom senso aliado à
sua experiência. Provavelmente a maioria dos autores utilizaram-se desses valores
para gerar seus índices, tabelas e fórmulas.

Percebe-se também, conforme dito no enceto deste trabalho, que não há um


método padronizado para o cálculo da indenização. Há métodos empíricos, que
buscam considerar mais informações de cada caso na busca de um valor mais
próximo da realidade e outros mais teóricos, com base cientifica, porém que ignoram
algumas peculiaridades de cada caso.

O método proposto por uma concessionária de energia elétrica


(ELETROSUL), ou seja a parte que busca pagar o menor valor possível devido a sua
necessidade de manter o custo da obra dentro de um patamar limite, chega a um
resultado de menor valor. Por outro lado, o método utilizado no processo judicial,
decorrente justamente da discordância de valor entre o método proposto pela
concessionária e aquele proposto pelo assistente do proprietário, resultou em um
valor superior aos demais.

Não é difícil notar que esta grande multiplicidade de métodos para o cálculo
de indenizações tende a causar, em processos judiciais, discussões, atrasos e
desperdício da máquina pública. Ao longo do tempo inúmeros autores apresentam
uma enorme variedade de métodos para tentar sanar este problema, porém, o que
se vê na pratica, é uma grande dificuldade de se desenvolver um método unanime,
devido ao grande número de variáveis envolvidas e a grande multiplicidade das
características encontrada no país. Fazendo com que a utilização de alguns
métodos seja, mais indicada que de outros em razão das características de cada
região.
97

REFERÊNCIAS

ABUNAHMAN, Sérgio Antonio. Curso básico de engenharia legal e de avaliações. 2ª


ed. São Paulo: Pini, 2000.

ADILSON REIS GARCIA. Manual de Manutenção. Florianópolis, 1999. 59 p.

Anjos, Walter Zer dos, Critérios e método para a determinação do coeficiente de


Servidão em faixas de domínio – anais do X COBREAP, IBAPE, Porto Alegre, 1999

BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Sistema de Gestão Sócio-Patrimonial:


Setor Elétrico. São Paulo, 1997. 77 p.

DANTAS, Rubens Alves. Engenharia de Avaliações: uma introdução à metodologia


científica. São Paulo: Pini, 2005.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. "Direito Administrativo". São Paulo: Atlas. 18. ed.,
2008.

Elétrica. 2010. Dissertação (Mestre) - Universidade Federal de Santa Catarina,


Florianópolis.

ELETROSUL, “Metodologia para avaliação de servidão de passagem aérea de


cabos condutores em linhas de transmissão”. Florianópolis, 1998.

Glossário de Terminologia do IBAPE - SP (2011)

PELLEGRINO, Eng. José Carlos. Avaliação de faixas de servidão de passagem –


Engenharia de Avaliações – Editora Pini – 1ª edição – abril/1974.

PHILIPPI, Manoel. “SERVIDÕES – DEPRECIAÇÃO/AVALIAÇÃO”


98

Sá, Ademir Roque da Silva e.Avaliação Imobiliária: método comparativo de dados do


mercado – tratamento científico – julho/2013

THOFEHRN, Ragnar. Avaliação em massa de imóveis urbanos: para cálculo de


IPTU e ITBI. São Paulo: Pini, 2010.
Vasconcelos Filho, Philippe Westin C., apostila sobre Indenização nas Servidões
(Década 70)

WOSNY, G. C. Proposta de Base Cartográfica para Linhas de Transmissão


deEnergia

http://www.canalenergia.com.br/ data de acesso 03/02/2014

http://cepa.epagri.sc.gov.br/data de acesso 28/04/2014

http://www.cnpf.embrapa.br/data de acesso 23/05/2014

http://lfg.jusbrasil.com.br/ data de acesso 12/11/2013


99

APÊNDICE
100

Figura 8: Caracterização do terreno 1

Tabela 31: Dados terreno 01


terreno 1
Area terreno m² 67.533
Area servidao m² 5.118
relaçao de
%
areas 8%
101

Figura 9: Caracterização terreno 2

Tabela 32: Dados terreno 02


terreno 2
Area terreno m² 198.480
Area servidao m² 5.517
relaçao de
%
areas 3%
102

Figura 10: Caracterização terreno 3

Tabela 33: Dados terreno 03


terreno 3
Area terreno m² 271.209
Area servidao m² 5.216
relaçao de
%
areas 2%
103

Figura 11: Caracterização terreno 4

Tabela 34: Dados terreno 04


terreno 4
Area terreno m² 291.766
Area servidao m² 9.098
relaçao de
%
areas 3%
104

Figura 12: Caracterização terreno 5

Tabela 35: Dados terreno 05


terreno 5
Area terreno m² 217.476
Area servidao m² 5.562
relaçao de
%
areas 3%
105

Figura 13: Caracterização terreno 6

Tabela 36: Dados terreno 06


terreno 6
Area terreno m² 1.277.505
Area servidao m² 16.670
relaçao de
%
areas 1%
106

Figura 14: Caracterização terreno 7

Tabela 37: Dados terreno 07


terreno 7
Area terreno m² 69.973
Area servidao m² 2.369
relaçao de
%
areas 3%
107

Figura 15: Caracterização terreno 8

Tabela 38: Dados terreno 08


terreno 8
Area terreno m² 47.167
Area servidao m² 2.466
relaçao de
%
areas 5%
108

Figura 16: Caracterização terreno 9

Tabela 39: Dados terreno 09


terreno 9
Area terreno m² 147.975
Area servidao m² 6.449
relaçao de
%
areas 4%
109

Figura 17: Caracterização terreno 10

Tabela 40: Dados terreno 10


terreno 10
Area terreno m² 177.858
Area servidao m² 9.672
relaçao de
%
areas 5%
110

Figura 18: Caracterização terreno 11

Tabela 41: Dados terreno 11


terreno 11
Area terreno m² 64.828
Area servidao m² 5.034
relaçao de
%
areas 8%
111

Figura 19: Caracterização terreno 12

Tabela 42: Dados terreno 12


terreno 12
Area terreno m² 280.370
Area servidao m² 5.687
relaçao de
%
areas 2%
112

Figura 20: Caracterização terreno 13

Tabela 43: Dados terreno 13


terreno
13
Area terreno m² 373.522
Area servidao m² 8.670
relaçao de
%
areas 2%
113

Figura 21: Caracterização terreno 14

Tabela 44: Dados terreno 14


terreno
14
Area terreno m² 94.539
Area servidao m² 3.149
relaçao de
%
areas 3%
114

Figura 22: Caracterização terreno 15

Tabela 45: Dados terreno 15

terreno 15
Area terreno m² 204.150
Area servidao m² 6.530
relaçao de
%
areas 3%
115

Figura 23: Caracterização terreno 16

Tabela 46: Dados terreno 16


terreno 16
Area terreno m² 66.372
Area servidao m² 3.025
relaçao de
%
areas 5%
116

Figura 24: Caracterização terreno 17

Tabela 47: Dados terreno 17


terreno 17
Area terreno m² 58.057
Area servidao m² 8.770
relaçao de
%
areas 15%
117

Figura 25: Caracterização terreno 18

Tabela 48: Dados terreno 18


terreno 18
Area terreno m² 71.725
Area servidao m² 3.451
relaçao de
%
areas 5%
118

Figura 26: Caracterização terreno 19

Tabela 49: Dados terreno 19


terreno
19
Area terreno m² 40.836
Area servidao m² 4.822
relaçao de
%
areas 12%
119

Figura 27: Caracterização terreno 20

Tabela 50: Dados terreno 20


terreno 20
Area terreno m² 105.440
Area servidao m² 4.837
relaçao de
%
areas 5%

Você também pode gostar