APOSTILA Introdução À Psicanálise
APOSTILA Introdução À Psicanálise
APOSTILA Introdução À Psicanálise
2014
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Psicanalista. Didata, Supervisora. Pedagoga. Psicologia da Educação. Psicologia e Saúde Mental,
Especialista em Transtornos do Desenvolvimento da Infância e da Adolescência – Uma abordagem
interdisciplinar; Especialista em Educação.
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Direito Intelectual - Lei n.º 9.610/98
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AS ETAPAS DA LIBIDO
que a "Libido é um termo vindo da doutrina das pulsões”, e observa que a dinâmica da
sexualidade corresponde ao aspecto quantitativo que se agrega ao ponto de vista dinâmico —
ainda que a libido seja uma energia impossível de ser mensurada —, associando às pulsões.
Freud foi o primeiro a clarificar a importância que tem para a nossa vida e
desenvolvimento psíquico, a relação com outras pessoas. As primeiras relações, que a
princípio e na maioria das vezes se restringem à mãe, se estendem aos demais: o pai, os
irmãos, os avós e os tios, para mais tarde surgir a relação com outras pessoas.
Nos estágios iniciais da vida, a criança tem uma atitude egocêntrica, no
desenvolvimento de suas relações de objeto (pessoas e coisas). As relações inadequadas e
insatisfatórias com estes podem impedir o desenvolvimento das funções do ego, e assim
provavelmente, estará preparando terreno para graves dificuldades psicológicas na vida
adulta. Freud (1923) atribui um papel fundamental à representação do corpo no psiquismo,
numa estrutura entre soma e psique, ao afirmar que o “ego, antes de tudo, é corporal”. Ao
propor a concepção de “zonas erógenas” ele afirma que as partes do corpo possuem uma
“carga afetiva” com uma significação relacional e particular diferente em função do
desenvolvimento do ser humano.
Em uma das fases do desenvolvimento da libido, a criança inicia relações objetais que
se convertem em relações as mais intensas e decisivas de sua vida. A partir de então, os
desejos e as pulsões mais ativas e impetuosas que a criança experimenta são impulsos
fálicos. A “relação de objeto” designa um modo de relação do bebê com seu mundo, resultado
originário de uma determinada organização da personalidade e apreensão fantasística dos
objetos (LAPLANCHE & PONTALLIS, 1998). Essas relações de objetos se agrupam sob o
Complexo de Édipo, e são da maior importância para o desenvolvimento mental normal,
quanto patológico.
Segundo Freud, a criança precisa ter suas “necessidades básicas de satisfação”
atendidas pela mãe ou pessoa que cuida da mesma. Para que esta tenha um
desenvolvimento adequado é preciso ter um “olhar” focado, a fim de promover, reforçar e
auxiliar a criança para que tenha uma percepção adequada de si mesma, inicialmente
através do olhar da mãe, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e ao
mesmo tempo, auxiliá-la a se expressar corporalmente com maior liberdade, conquistando
e aperfeiçoando novas competências motoras para que possa ir desenvolvendo seu
psiquismo. O autor situa o “desejo” de receber um bebê como o desejo da maternidade
como condição da feminilidade e do homem como o detentor do poder fálico. Assim,
inversamente a maternidade implica uma retomada da própria mulher em relação à sua
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afirma ele, um animal particular, complicado, mas animal. O homem fala, possui uma
linguagem articulada, mas não deixa de ser um animal.
O ser humano nasce, sofre e morre. Nada é vivido em sua psique que não tenha
enraizado no corpo. Como todo o animal, o ser humano é “empurrado” por forças
impessoais, as quais Freud chama de Instinto. No referido artigo, “Os Três Ensaios sobre
a Teoria da Sexualidade” o autor introduz o conceito de pulsão para diferenciar a
sexualidade humana – pulsional – da sexualidade dos animais – instintual. A pulsão
admite variações em relação ao objeto, como também ao objetivo sexual, ao contrário da
fixidez do instinto. Neste mesmo escrito ele expõe as variações das formas da
sexualidade infantil e apresenta a matriz da teoria da libido, bem como estuda a
puberdade, numa passagem da sexualidade infantil à sexualidade adulta.
A concepção inovadora de Freud sobre a sexualidade, tal como a experiência
analítica o conduziu a elaborar, emergiu progressivamente da noção comum e dominante
de sua época – segundo a qual a sexualidade seria um comportamento regido pelo
instinto destinado à união dos órgãos genitais de dois parceiros de sexo oposto com fins
de reprodução da espécie – para uma ideia mais extensa e abrangente, de sexualidade
regida pela pulsão, considerando que esta não é reduzida à genitalidade, pois as zonas
genitais não são as únicas zonas erógenas, bem como a reprodução da espécie não é a
única finalidade do exercício da sexualidade, segundo Millot (1986), considerando as
variáveis, os objetivos e objetos da pulsão.
A formação da personalidade decorre do desenvolvimento da sexualidade desde o
nascimento. A função sexual surge ao nascer, talvez antes já na vida fetal e a função
procriadora, quando da maturação dos órgãos sexuais. Portanto a necessidade sexual
não se afirma apenas pela união sexual entre dois sexos. O conceito de sexualidade é
muito mais amplo do que comumente é admitido, considerando seus componentes
psicológicos e fisiológicos ao que se poderia dizer o desenvolvimento da psico-
sexualidade.
Para Freud há uma diferença entre as teorias sexuais da infância e as fantasias
constitutivas do inconsciente propriamente dito, do complexo de Édipo e da Castração.
Não é possível entender tanto uma quanto a outra teoria, sem a integração das mesmas
com a paulatina e progressiva formação do aparelho psíquico relativamente às fases
prévias. Em Freud, o enlace das representações no aparelho psíquico surge de
complexidades progressivas, assim, uma maneira pela qual a memória e o pensamento
se estruturam não significa que a forma anterior seja abolida.
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3. A ENERGIA PSÍQUICA
à consciência uma ideia inconsciente, ou criar uma “angústia sinal” (preventiva ante o
perigo, promove o recalque) para advertir o sistema consciente de algo não está bem.
seu psiquismo. Freud (1900) considera essa retirada de catexia (catexis) como o protótipo
da “repressão”.
O fenômeno repressivo se origina na infância, ainda na imaturidade do aparelho
psíquico, responsável pela “amnésia infantil” normal na criança. Freud afirmou que antes
do aparelho mental se constituir como um estado de organização capaz de efetuar a
“repressão primeva”, os impulsos instintivos são desviados de forma a voltar para o
próprio self, pela inversão. Certas impressões iniciais e a força dos desejos são
reprimidas, caracterizando um “atraso passivo” sujeito à “fixação”. Essas forças continuam
a exercer efeito indireto e profundo na vida mental, mas seus representantes ideacionais
são inacessíveis à consciência por falta de representação. A posterior realização destes
impulsos e desejos é desprazerosa devido à ação dos processos primário e secundário
em razão dos padrões e das proibições associadas ao princípio de realidade. A repressão
primeva, ou original, é condição necessária para a formação da defesa da “repressão”,
também chamada de “repressão secundária”, a qual ocorre ao final da infância (aos 5/6
anos) e segue pela vida adulta. Essas repressões primevas atraem ideias posteriores
ficando sujeitas às forças repressivas da infância, as quais são resultantes da desarmonia
na atividade mental adulta e produzidas pelo conflito existente entre pulsões e padrões ou
proibições, ocorrendo então a repressão. Essas reações defensivas contra impulsos
instintivos evocam a ansiedade gerada por uma serie de ameaças ao ego.
Em seu desenvolvimento, a criança aos poucos irá se dando conta de sua
pequenez, do seu desamparo, de sua solidão, e o humor exultante presente inicialmente o
dará lugar às reações de angústia ou a uma disposição depressiva. Nessa fase, porém,
surgem diferenças baseadas na identidade do gênero. A criança experimenta sentimentos
de amor e ódio, de raiva e prazer para com o mesmo objeto, e essa ambivalência precoce
que acontece é mais marcante dos dois aos cinco anos, persistindo normalmente em
proporção bem menor por toda a vida.
As primeiras relações de objeto da criança se caracterizam pela identificação com
o objeto (mãe, pai) e, quanto mais primitiva a fase de desenvolvimento do ego, mais
pronunciada essa tendência. Pode-se compreender, portanto, que as relações de objeto
nos primeiros tempos de vida, desempenham um papel de suma importância no
desenvolvimento do ego, visto que este é um precipitado dessas relações. As relações
inadequadas ou insatisfatórias com os objetos (ambiente externo – pais e outros) dos
primeiros anos de vida podem impedir o desenvolvimento apropriado das funções do ego,
havendo possibilidade de estar, assim, preparando terreno para graves dificuldades
psicológicas, quer na última infância, quer na vida adulta.
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que o bebê encontra esta no próprio corpo, pois constitui uma atividade dos diversos
componentes parciais no nível de cada zona erógena tomada isoladamente, em que as
pulsões satisfazem cada uma por conta própria. A disposição perverso-polimorfa infantil
constitui uma fase evolutiva normal e consiste no fato de que partes do corpo do bebê
(lactante) vão adquirindo um lugar privilegiado como fonte de prazer sexual, primeiro a
boca com a sucção, depois o ânus com as funções excretoras, nua etapa que precede ao
controle esfincteriano e de todo o sistema muscular que acompanha a locomoção motora.
Ao desenvolver seus estudos e pesquisas sobre a sexualidade nas crianças, Freud
toma por modelo o menino, propondo uma perfeita simetria no desenvolvimento sexual
infantil do menino e da menina, assim concebe a sexualidade da criança como uma
atividade auto erótica idêntica em ambos os sexos com caráter inteiramente masculino, o
que significa que não haveria nenhuma diferença sexual na infância. Supõe a ideia de
monismo sexual para todos os indivíduos, ou seja, as crianças pequenas só
reconheceriam um único órgão genital, o masculino. No psiquismo infantil não haveria
uma diferenciação entre os sexos. No entanto, ao relatar sobre a sexualidade das
meninas na infância, apresenta disposições femininas cujas preferências se dão pela
forma passiva e pelo desenvolvimento de inibições da sexualidade como vergonha, nojo e
compaixão que ocorreriam mais cedo e com menor resistência nas meninas do que nos
meninos (FREUD, 1905, p.206).
4. 1. Fase oral
4. 2. Fase anal
Esta fase compreende um período evolutivo que se situa entre os dois e três anos,
cujo termo se refere especificamente “àquilo que é relativo ou pertencente ao ânus”. As
manifestações da fase anal abrangem aquelas que ocorrem em zonas corporais, tais
como, as provenientes da musculatura e da ação motora. No desenvolvimento da criança,
de acordo com Zimerman (2001), esse período acontece coincidentemente com: a
aquisição da linguagem, da capacidade de engatinhar e andar; o despertar da curiosidade
que conduz a exploração do mundo exterior; o aprender progressivo do controle do
esfíncter e da motricidade; os ensaios de separação e individuação do fusionamento com
a mãe; a comunicação verbal; as brincadeiras e os jogos, bem como o uso de brinquedos;
a aquisição da condição de dizer não, entre outros.
A ação muscular é que auxilia na satisfação das primeiras necessidades
instintivas desde o nascimento. Com o crescimento do bebê, os músculos das
extremidades e do torso gradualmente vão se desenvolvendo e a sucção não será o único
método de obtenção do alimento. O sistema muscular vai se ampliando e passa a servir a
outros instintos que não apenas os da oralidade. A criança não apenas tenta tocar os
objetos, ou levá-los à boca, mas passa a agarrar, segurar e destruir, desenvolvendo uma
atitude agressiva em relação ao mundo exterior.
O prazer anal se encontra presente desde o inicio da vida, cujo interesse maior é
alcançado à época do desmame. No entanto é por volta dos dois anos de idade que a
zona erógena anal parece tornar o executivo principal de toda a excitação a qual, onde
quer que se origine, tende a se descarregar pela defecação. A criança desenvolve a
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eliminado tem que ser introjetado. Dessa maneira, as fezes se tornam o objeto
ambivalentemente amado: são amadas e retidas, ou reintrojetadas e tomadas para seu
brinquedo; e são odiadas e expulsas.
Nessa fase, não só a gratificação libidinal surge através do erotismo, mas também,
a pulsão agressiva que caracteriza o sadismo anal, estágio que se refere às manifestações
de ambas as pulsões em conexão com as funções anais de expulsão e retenção, e
também as dirigidas no sentido do bolo fecal. Portanto as polaridades e oposições entre
erotismo e sadismo, expulsão e retenção e função anal e produto anal formam padrões
refletidos em conflitos em torno da ambivalência, da atividade e da passividade, da
masculinidade e da feminilidade, do domínio, da separação e da individuação. O
amadurecimento intrapsíquico, o desenvolvimento de relacionamento objetal futuros ao
longo da vida, poderão refletir as instabilidades destes conflitos.
A descoberta da diferença entre as crianças quanto à micção, faz com que
desenvolva o erotismo uretral, ou seja, o prazer da micção. Esse autoerotismo tal como o
erotismo anal, pode voltar-se para outros objetos, embora apresente um prazer secundário.
O aparelho uretral se transforma em num executivo de fantasias sexualmente excitantes
relacionadas com o ato de urinar em objetos, ou de ser urinado por objetos. É frequente as
crianças molharem ativamente as calças, ou a cama por prazer auto erótico (para
satisfação, voluntario), o que posteriormente pode levar a desenvolver a enurese como
sintoma neurótico involuntário, cuja natureza é o equivalente inconsciente da masturbação.
O prazer de urinar, tanto do menino como da menina, tem caráter duplo: pode ter
significação fálica e até mesmo sádica, pois a micção equivale à penetração ativa, com
fantasia de lesar ou destruir; ou se sente “deixar escorrer”, como entrega passiva e
desistência de controle. O objetivo do fluxo passivo pode condensar outros objetivos
passivos nos menino, como o de ser acariciado no pênis, ou na raiz deste, ou no períneo
(próstata), para mais tarde ser substituída pela genitalidade normal. O erotismo uretral
masculino se associa a fantasias sádicas e pode ocorrer na fase adulta, ejaculação
precoce severa.
No desenvolvimento da criança, o período da fase anal coincide com: a
capacidade de engatinhar e de andar e com a aquisição da linguagem; a capacidade de
explorar o mundo exterior pelo despertar da curiosidade; a capacidade e o progressivo
aprendizado para controlar o esfíncter e a motricidade; o desenvolvimento da capacidade
de realizar os primeiros ensaios de separação e individuação; o desenvolvimento da
capacidade de comunicação verbal; a capacidade de uso dos brinquedos, participar de
brincadeiras e jogos; a aquisição da capacidade de dizer não.
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4. 3. Fase fálica
anos e seis anos mais ou menos, fase edipiana, as relações de objeto são de maior
importância para o desenvolvimento mental do indivíduo.
Atividades auto eróticas das crianças pequenas não se limitam à masturbação genital,
pois, todas as zonas erógenas podem ser estimuladas, e os genitais dos bebês apenas se
constituem a “parte prima inter pares” e, a “masturbação” é a expressão principal da
genitalidade infantil. A erogenidade é primária e os genitais são efetivos desde o nascimento.
A importância da masturbação, na infância, pode-se remontar a dados obtidos dos
sonhos e do pensamento inconsciente, servindo de meio pelo qual a criança aprende, aos
poucos, o controle ativo da experiência da excitação sexual. A masturbação é algo a que
dificilmente qualquer indivíduo escapa.
Freud, na verdade, ao tratar de “fantasias”, utilizou o termo alemão, “Phantasie” que
designa “fantasma”, ou “fantasia”, ou “imaginação”, determinada “formação imaginária” e não
um mundo de fantasias, evocando a oposição entre imaginação e realidade. Portanto, a
“fantasia” pode ser entendida como puramente ilusória e que não resistiria a uma apreensão
correta do real. Essa orientação é justificada em alguns escritos de Freud, onde opõe, ao
mundo interior que tende para a satisfação do desejo, pela ilusão, um mundo exterior que
impõe ao sujeito, progressivamente, por intermédio do sistema receptivo, o princípio da
realidade.
Em seus estudos e escritos (1895-1900), Freud descreve, ainda, a fantasia a partir do
modelo dos sonhos diurnos, analisando-as como formações de compromisso, e mostra que a
sua estrutura é comparável à do sonho. No artigo “Fantasias Histéricas e sua Relação com a
Bissexualidade” (1908), Freud considera as fantasias “inconscientes” como precursoras dos
sintomas histéricos e as descreve como estando em estreita conexão com os sonhos diurnos.
Às vezes parece designar assim como um “devaneio subliminar”, pré-consciente, a que o
sujeito se entrega e do qual irá ou não tomar consciência.
ensinarem o contrário, que todas as pessoas sejam construídas iguais a ele, o que lhe causa
medo, é uma criação decorrente da presunção incorreta dos fatos.
Nas meninas, a masturbação tem como ponto central o clitóris. É a parte do aparelho
genital que se apresenta mais rica em sensações e que atrai a descarga de toda a excitação
sexual, porém, não é a única sexualidade genital feminina, havendo também, uma sexualidade
vaginal. A menina, como o menino, até que lhe ensinem ao contrário, pensa e sente que todas
as pessoas são constituídas como ela. Quando percebe que não é assim, sente a situação
como desvantagem severa, ao se convencer de que “não possui um pênis” se sente
fracassada, acarretando “sentimentos” de vergonha, inferioridade, inveja do pênis
(mortificação e ciúmes), e raiva da mãe por não tê-lo.
O sentimento de que “a posse do pênis”, aos olhos da menina, traz vantagens
erógenas diretas, no que diz respeito à masturbação e à micção, faz com que perceba o
menino, possuidor de um pênis, mais independente e menos sujeito a frustrações. Os
sentimentos sexuais da menina nessa fase estão concentrados no clitóris, e isto faz com que o
“sinta inferior”, comparado ao pênis do menino. A falsa interpretação animística do mundo é
tão efetiva quanto o é a expectativa da realidade. A menina pensa: “fui punida”, enquanto que
o menino pensa: “posso ser punido”. Esse fato é responsável pela diferença considerável que
se vê no respectivo desenvolvimento ulterior. A angústia e o temor de ser castrado conduz o
menino para a entrada no Édipo, enquanto que a menina por se sentir castrada e viver essa
angústia sobre a falta e entra no complexo de Édipo.
O período fálico para o sexo feminino tem sua significação no fato de que possuem
duas zonas erógenas principais: o clitóris e a vagina. Na infância, o clitóris ocupa o primeiro
plano, e na fase adulta é a vagina que fica nesta posição, ocorrendo essa transferência de
modo definido na puberdade ou posteriormente na adultez. Esta ação ou transferência é
preparada ou induzida por uma impulsão no sentido da passividade. É experimentada pela
menina, quando esta ao variar de sua função materna preponderante, se volta para o pai.
Tanto o menino quanto a menina, abandonam a masturbação genital, ou diminuem bastante
após o período edipiano, para reaparecer na puberdade.
As crianças que se convertem em “voyeurs”, fazem-no frequentemente depois que a
atenção delas foi dirigida para seus genitais através da masturbação, desenvolvendo um
acentuado interesse pelos órgãos genitais de seus companheiros de jogos ou folguedos. Pode
ocorrer de que algumas crianças sigam ininterruptamente a masturbação infantil até a
maturidade, ou mesmo por um tempo indefinido. A masturbação exige um exame de
numerosos ângulos, e, é um dos temas que não podem ser resolvidos facilmente, sendo que
algumas pessoas não deixam nunca de se masturbarem. Os sintomas neuróticos dificilmente
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aparecem enquanto as crianças a praticam. Estes são propensos a aparecer somente depois
de um período de abstinência, quando passam a substituir a satisfação masturbatória. Estas
pessoas dificilmente se sentirão felizes, em suas escolhas objetais, quando adultas.
Todo o indivíduo conheceu e passou por uma fase em que sentimentos de amor pela mãe e
de ciúme do pai são muito fortes, porém, comuns a todas as crianças. Esse conjunto de
investimentos amorosos e hostis que a criança faz sobre os pais, é um processo que deve
conduzir ao desaparecimento dos mesmos e sua substituição por identificações com seus
genitores.
O Complexo de Édipo se constitui no clímax da sexualidade infantil. O
desenvolvimento erógeno que parte do erotismo oral, através do erotismo anal, para a
genitalidade e, bem assim, o desenvolvimento de relações objetais que partem da
incorporação, através da incorporação parcial e da ambivalência para o amor e o ódio,
culminam nos desejos edípicos, habitualmente expressos na masturbação com sentimento de
culpa. A gênese do complexo de Édipo é deduzida segundo o modelo masculino. Freud
descobriu que nas mentes inconscientes de seus pacientes se manifestavam metodicamente,
fantasias de incesto contra o genitor do sexo oposto aliadas a ciúmes e à raiva homicida
contra o genitor do mesmo sexo. A existência de tais desejos na infância e os conflitos aos
quais dão origem a estes se constitui numa experiência comum à humanidade.
Em culturas diferentes daquela em que estamos inseridos (civilização) obviamente os
conflitos circundantes mudam, havendo também diferença em relação à vida mental e aos
impulsos parricidas. Portanto o complexo de Édipo é universal. Consiste numa atitude dupla
em relação aos dois genitores: de um lado, o desejo de eliminar o pai odiado de forma
ciumenta, de lhe tomar o lugar em uma relação sexual com a mãe; de outro, o desejo de
eliminar a mãe, também odiada, com ciúmes, e de lhe tomar o lugar junto ao pai.
“O menino percebe que o pai perturba seu acesso à mãe. A identificação com o pai
assume então um matiz de hostilidade, e se torna idêntica ao desejo de substituí-lo também
no que se refere à mãe. Na verdade a identificação é ambivalente desde o princípio: pode
transformar-se tanto numa expressão de carinho quanto no desejo de que alguém
desapareça.”
incluir gratificação dos desejos genitais que despertam na criança. Ao mesmo tempo,
desenvolve-se o desejo de possuir com exclusividade seu amor e admiração, o que,
provavelmente, se relaciona ao desejo de ser grande e “ser papai”, e “fazer o que papai faz”
com mamãe. Aquilo que “papai faz” a criança nessa idade não poderá compreender.
Entretanto por suas reações físicas independentes das oportunidades que tenha tido de
observar seus pais, deve relacionar seus desejos com as sensações excitantes em seus
genitais e, no menino com a sensação e fenômeno da ereção.
toma para si” exprime a maneira pela qual os impulsos do menino se condensam tipicamente,
nas condições da criação da família.
A mãe é o objeto de desejo e apaixonamento do menino, o que mãe faz com que tenha
sensações voluptuosas provenientes de seu órgão sexual. Busca excitação manual, e deseja
possuí-la fisicamente, da maneira como suas observações de ordem sexual e sua intuição lhe
permite adivinhar. Sua virilidade cedo despertada o enche de orgulho e o incita a querer
substituir seu pai junto à mãe, o qual até aquele momento tinha sido um modelo devido à sua
autoridade e força física. É o complexo de Édipo positivo, cujo ponto culminante coincide com
o estádio fálico de desenvolvimento libidinal. Quando no menino, o amor pelo pai é que
prevalece, e a mãe é odiada como elemento que transtorna o amor pelo pai, fala-se em
complexo de Édipo negativo. Certos traços dessa forma de complexo edipiano se acham
normalmente presentes junto ao positivo, o que às vezes aumenta consideravelmente pela
influência de fatores constitucionais e da experiência.
Nas meninas o desenvolvimento objetal acontece de forma diferenciada, pois elas
passam por mais uma etapa de desenvolvimento do que os meninos, ou seja, a transferência
do primeiro objeto de amor que é a mãe para o sexo oposto, o pai. Essa transição se realiza
relativamente tarde, entre três a seis anos. As decepções que vêm da mãe, experiências
importantes e precipitantes que facilitam ou constituem a mudança de objeto fazem com que a
menina se afaste dela. Os meninos não se afastam da mãe, apesar de passarem por essas
mesmas decepções. O desmame, o treino higiênico, o nascimento de irmãos são os que
trazem as repercussões mais sérias. Nessa evolução do processo de desenvolvimento a
menina deseja o pai mais intensamente do que a mãe, e alimenta fantasias conscientes e
inconscientes de tomar o lugar da mãe, conquistando o pai para se tornar sua mulher. Mostra-
se também extremamente ciumenta dos filhos que a mãe possui, deseja que o pai lhe dê filhos
somente seus. Tais sentimentos, desejos e fantasias provocam rivalidade, agressividade e
ódio contra a mãe, e são somados aos ressentimentos que nutria contra ela devido às
primitivas frustrações com o seio.
Para o sexo feminino, a significação do período fálico se associa ao fato dos genitais
femininos possuírem duas zonas erógenas genitais: o clitóris e a vagina. Durante o período
genital infantil, o clitóris ocupa o primeiro plano, no período adulto é a vagina que fica em
primeiro plano na sexualidade genital. A transferência do clitóris como zona principal para a
vagina é uma etapa que ocorre de modo definido, na puberdade ou após esta, embora seja
preparada e introduzida por uma impulsão no sentido da passividade, impulsão que a menina
experimenta quando sua fixação materna varia e se volta para o pai.
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sexo. Combinação esta altamente integrada de atitudes emocionais que constitui o clímax do
longo desenvolvimento da sexualidade infantil. A intensidade do medo de castração torna-se
tão intolerável, que a criança é obrigada a render-se ante um rival tão poderoso e a desistir
dos seus desejos em relação ao genitor do sexo oposto, pelo que reprime os seus sentimentos
sexuais. O desenvolvimento das relações de objeto na menina e no menino acontece de forma
diferenciada, ao que Freud expressa da seguinte forma: o Complexo de Édipo no “menino” é
resolvido pelo “complexo de castração”, renunciando a ele por causa da “angústia de
castração”, ou seja, o menino pelo temor de poder ser castrado vive a angústia de castração.
Na “menina” o complexo de Édipo é produzido pelo “complexo de castração”, ou seja, por se
sentir mutilada, defeituosa, detentora de um clitóris (não pênis) vive a angústia de ser
castrada, onde a decepção que resulta da “falta do pênis” leva a que o amor da mesma se
volte para o pai.
Desde as suas primeiras articulações Freud se referiu à sua descoberta, o Complexo
de Édipo, como estando para além da história e vivências individuais, afirmando a sua
universalidade. O autor atribui a eficácia do mito à sua instância interditora – proibição do
incesto – como aquela que limita o acesso à satisfação naturalmente procurada. Em “Totem e
Tabu” ele não apenas vincula de forma radical o desejo à Lei, como também o caráter
estruturante do desejo – movimento do humano de ansiar e repetir a primeira experiência da
satisfação.
7. A FORMAÇÃO DO SUPEREGO
Durante o período edipiano a vida mental é para cada criança, única e especial,
profundamente influenciada tanto pelas experiências dos dois primeiros anos de vida, que
precederam esse período quanto pelos acontecimentos da própria fase edipiana. Diminuindo
a dependência biológica em relação ao pai e à mãe, começa a aumentar a dependência
mental e intelectual, como também espiritual na vinculação com os mesmos. Um dos pré-
requisitos indispensáveis para adaptação social é a formação de um código de normas éticas,
um estatuto denominado ‘consciência’, ou ‘voz da consciência’, foi publicado por Freud em “O
id e o Ego” (1923). Esse é o superego, resultante da incorporação no ego das injunções
proibitivas dos pais, a internalização das compulsões externas. O superego é uma instância
especial, chega a se desenvolver pela captação de estímulos visuais e auditivos, o que pode
ser dito metaforicamente que “vê” e “ouve” interiormente, adquirindo uma invencível autoridade
sobre o ego.
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abandonada e substituída por identificações, e assim a autoridade dos pais será introjetada,
promovendo o desenvolvimento do Ego. As identificações subsistem aos impulsos sexuais e
hostis para com os pais, e uma relação objetal terna com objetivos inibidos subsiste
juntamente com estas identificações. Os objetos introduzidos no Ego são magníficos, tornando
grande a distância entre eles e o sentimento infantil. Freud descreve esta fase sexual
governada pelo complexo de Édipo, como sendo a formação de um precipitado do Ego,
modificação esta que mantém sua posição especial, contrastando com os outros constitutivos
do Ego sob a forma de “Superego”.
O Ego “toma emprestado” dos seus vigorosos pais a força que lhes permite eliminar o
complexo de Édipo. “Os pais introjetados” alteram a parte do ego, não podendo fusionar-se de
imediato com o resto do mesmo, porém formam o núcleo do superego que assume a
severidade do pai e perpetua a proibição deste contra o incesto, defendendo assim o ego do
retorno da catexia libidinal. Dessa forma é que a resolução desse complexo acarreta o
decisivo e notório passo “dentro do ego”, o que é de capital importante para o ulterior
desenvolvimento do ego, e por sua organização diferencia-se do seu precursor, o “superego”.
O ego passa a distinguir valores pela autoridade do mundo exterior e não mais aqueles
produzidos por uma faculdade discriminadora, fazendo a distinção em termos de balanço
prazer-desprazer.
se desenvolve da mesma maneira que suas outras funções, mas após um breve período de
florescimento, entre dois e cinco anos. A produção de excitação sexual não é suspensa,
perdurando e apresentando acréscimos de energia, na maior parte empregada para outros
fins, distintos dos sexuais.
A expressão “período de latência” foi utilizada por Freud (1905), para caracterizar
um tempo decorrido em que a rigor não há uma nova organização da personalidade como
ocorre nas fases oral, anal, fálica. A expressão tomada emprestada de Fliess aplica-se ao
período que vai dos seis aos doze anos de idade, espaço de tempo que permeia entre o
declínio da sexualidade infantil até a entrada na puberdade. As crianças nessa idade de
entrada na latência, em geral, são bem comportadas, dóceis e educadas. Os derivados
pulsionais continuam, apesar da diminuição das atividades e de investimentos de natureza
sexual, que são substituídos pela preponderância da ternura sobre os desejos sexuais, o
surgimento de um conjunto de sentimentos tais como o pudor, a vergonha, a repugnância,
e aspirações morais.
O período de latência surge a partir do declínio do complexo de Édipo e é
governada pelo principio de “prazer-e-dor” que perde a supremacia na medida em que
cresce a confiança da criança na mãe como aquela que conforta as aflições físicas e
emocionais de seu filho. Essa explicação fica mais elucidativa e faz perceber o que ocorre
quando Freud afirma que o “Complexo de Édipo deve desaparecer porque chegou para ele
o momento de se dissolver, tal como caem os dentes de leite quando aparece a segunda
dentição”. Assim a caída da manifestação dos impulsos sexuais (mais intensos) na
latência, como os “dentes de leite” que são substituídos pelos permanentes nessa fase,
dando lugar à pré-puberdade e anos posteriores.
É nesse período que se configuram as atitudes do Ego destinadas a colocar um
freio à tormenta da puberdade. A energia oriunda da excitação sexual segundo Freud é
armazenada e empregada para intuitos não sexuais, os impulsos parciais eróticos se
colocam diretamente a serviço do desenvolvimento cultural o que contribui para o
desenvolvimento de defesas contra os impulsos sexuais, de sentimentos sociais e das
atividades sublimatórias. Aos cinco ou seis anos de idade os sentimentos de pudor, de
desgosto, de piedade, de vergonha, de moralidade e de nojo aparecem ao mesmo tempo
em que a consciência moral. Isso tudo se desenvolve sob a pressão dos impulsos do Ego.
Com a instalação do Superego ocorre um fenômeno psíquico muito singular ao qual
Freud denominou de “amnésia infantil”. Este fenômeno ocorre entre seis e oito anos e
encobre os primeiros anos da infância, ficando preservadas na memória, algumas
lembranças incompreensíveis e fragmentadas. Tudo isso ocorre por força do recalcamento,
46
e quando adulto nada é sabido, e este “não sabido” segundo Freud guardam no
inconsciente o que ficou esquecido em relação a outras atividades anímicas e impressões
que deixaram profundas marcas que determinam o desenvolvimento posterior. Não um
declínio real das impressões infantis, mas uma amnésia semelhante à observada nos
neuróticos em relação a vivencias posteriores, cuja essência consiste no impedimento da
consciência devido ao recalque original. Pode ser dito que a amnésia infantil esta a serviço
do recalcamento, pois o sujeito já possui um acervo de traços mnêmicos que não estão
disponíveis à consciência, porém através de representações e ligações associativas que se
apoderam daquilo sobre o que atuam as forças repulsoras do recalque, segundo Freud
(1905, carta 84). A amnésia infantil ao que parece converte a “infância” de cada ser
humano numa espécie de “época pré-histórica”, ocultando do individuo os primórdios de
sua própria vida sexual, e a culpa que pode carregar sobre os desejos e fantasias do
período pé-edipiano e edipiano.
As manifestações sexuais nunca desaparecem completamente, nesse período,
embora haja crianças que não renunciam à masturbação durante os anos da latência, porém o
sexo ocupa lugar menos destacado do que a fase anterior e o período posterior. A cessação
ou decréscimo das atividades masturbatórias e dos interesses instintivos em geral, se deve à
influência do Superego que inicia suas manifestações e censura com a resolução do complexo
de Édipo. A situação de equilíbrio desse período muda na puberdade devido a novo aumento
das emergias instintivas que traz consigo o correr dos anos e que exige, por parte do ego, uma
mudança de atitude no manejo de seus mecanismos de defesas contra os instintos.
Esse período de latência se caracteriza pela repressão da sexualidade infantil,
surgindo uma “amnésia” relativa às experiências anteriores, formando um reforço das
aquisições afetivas e mentais do ego. A combinação entre ambas favorece o surgimento da
sublimação das pulsões, ordinariamente manifestada na escolarização e em atividades
esportivas, como também, na constituição de aspirações morais, estéticas e sociais,
período em que consolida a formação do caráter.
O período de latência inicia por volta de cinco e seis anos e acaba entre dez e onze
anos em ambos os sexos, com o aparecimento da puberdade. Em condições culturais
favoráveis, costuma ser o período do primeiro amor, caracterizado por uma inibição quase
total dos componentes sexuais, pois a capacidade de unir a ternura ao erotismo só
amadurece mais tarde. O trabalho de latência se da em dois planos: intrassubjetivo e
intersubjetivo, ampliando o aparelho psíquico em seus aspectos tópico, dinâmico e
econômico (metapsicológicos).
47
9. O PERÍODO DA PUBERDADE
mudando também a cultura, imprimindo assim diferentes expectativas de papéis para todas
as fases da vida, e naturalmente inclui a adolescência.
Adolescência, período da vida humana entre a puberdade e a adultíce. É
comumente associada à puberdade e se refere ao conjunto de transformações fisiológicas
ligadas à maturação sexual, que traduzem a passagem progressiva da infância à
adolescência. A questão do adolescer constitui um período de mudanças físicas, cognitivas
e sociais que, juntas, ajudam a traçar o perfil desta população – o adolescente. Atualmente,
fala-se da adolescência como uma fase do desenvolvimento humano que faz uma ponte
entre a infância e a idade adulta. Nessa perspectiva de ligação, a adolescência é
compreendida como um período atravessado por crises, que encaminham o jovem na
construção de sua subjetividade. Porém, a adolescência não pode ser compreendida
somente como uma fase de transição. Na verdade, ela é bem mais do que isso.
Na atualidade a falta de rituais que demarquem claramente a passagem de uma
para outra etapa da vida torna os desafios ainda maiores tanto para os jovens como para
suas famílias. Observa-se um prolongado e infinito período de preparação, como que um
inchaço do período de adolescência, tendo como consequência a ampliação de suas
necessidades, particularidades e dificuldades. Assim, os rituais de passagem nessa fase
que antes poderiam estar representados apenas pelo vestibular, hoje se prolongam até o
doutorado ou o pós-doutorado, sendo na época atual, relativamente fácil dizer quando
inicia a adolescência, mas difícil será dizer quando dará lugar à vida adulta. Em diferentes
povos e culturas essa fase da adolescência pode coincidir com a saída do lar parental de
origem para constituir nova família, enquanto que para outros pode significar um período
diferente, mas de total dependência e convivência.
Trata-se de um período de transformações, um período de crise, em especial no
que se refere à construção de um sentimento de identidade. A adolescência de modo geral
abrange três níveis de maturação e desenvolvimento: a puberdade, também tratada de pré-
adolescência, abrangendo o período de doze a quatorze anos; adolescência propriamente
dita, que vai dos quinze aos dezoito anos; e adolescência tardia que vai dos dezoito aos
vinte e um anos, quando não aos trinta ou quarenta. A adolescência, em cada uma de suas
etapas apresenta características próprias e específicas que exigem abordagem
psicanalítica com aspectos específicos para cada uma.
Do ponto de vista psicológico, a adolescência é um período de vida durante o qual
se exige uma reorganização psíquica a fim de que possam ser acomodadas as mudanças
de amadurecimento que acompanham e seguem a puberdade. Denota um processo de
adaptação à puberdade e ao amadurecimento sexual. O termo puberdade,
50
Porém o que causa o retorno dos impulsos infantis é o medo sentido em relação às novas
formas desses impulsos, daí o retorno às formas antigas. O ascetismo dessa fase assinala
o medo da sexualidade, muitas vezes surge o desprezo pelo corpo e as sensações
corporais numa tentativa de assegurar através de sofrimentos físicos o triunfo do espírito
sobre os instintos e as paixões, o que constitui uma defesa contra a expressão dos próprios
instintos e atividades sexuais. A par destas manifestações da sexualidade, surge uma série
de contradições no comportamento característico da puberdade: egoísmo e altruísmo,
sociabilidade e retraimento, vivacidade e tristeza, generosidade e mesquinhez, seriedade
excessiva e gaiatice tola, amores intensos e abandonos repentinos dos mesmos,
materialismo e idealismo, submissão e rebeldia, ternura e rudeza, numa ambivalência e
polaridade no sentir e se comportar, típico da fase. A análise mostra que essas
contradições provêm de conflitos entre os impulsos recentemente reforçados e as
ansiedades ou tendências defensivas. Há limitações para que o Ego se familiarize com
toda essa experiência emocional inesperada, cujo efeito desse tempo é assustador até que
aprenda a controlar esse fenômeno muito novo. O mesmo acontece com a manifestação
das primeiras poluções noturnas nos meninos, da “menarca” e da “pelarca” nas meninas.
Na adolescência o indivíduo regride a formas anteriores de se relacionar com
objetos, ressurgindo necessidades de dependência, temores e conflitos prevalecentes das
fases anteriores ou inicias do desenvolvimento. A identidade de gênero é retrabalhada e
consolidada. A individuação passa por um segundo processo, comparável à fase pré-
edípica de separação-individuação, necessário para que possa o adolescente encontrar
objetos substitutos aos objetos primários. Com esse processo ele revisa as
representações dos pais, afim de que possa se tornar capazes de efetuar representações
seletivas. O enfraquecimento dos laços infantis dá origem a sentimentos de solidão e
isolamento que podem dificultar esse processo.
As novas identificações desacomodam o adolescente e exigem uma modificação
havendo então a necessidade de alterar alguns de seus ideais e conjunto de valores
morais. O superego é desorganizado e reorganizado, resultando num poder do ego sobre o
superego, e assim conseguir certa gratificação pulsional que dê sustentação a um equilíbrio
psíquico.
Muitos são os mecanismos de defesas do ego nesse período da adolescência e
que se deslocam para fontes extrafamiliares não incestuosas de gratificação,
representações para o ideal do ego e padrões de superego. Os afetos que podem ser
invertidos devido a desejos que se transformam em revolta, tais como o respeito e a
admiração que são transformados em desprezo, desdém e zombaria. A hostilidade se volta
52
contra o self retirando deste o investimento objetal, o que pode resultar em fantasias de
grandiosidade e preocupações hipocondríacas. Segundo Anna Freud (1936), as defesas
adolescentes específicas incluem o ascetismo e a intelectualização, ao que Blos (1954),
refere-se a uma adolescência prolongada e processos contínuos presentes, e um
uniformismo.
O mundo dos adultos é desejado e temido pelo adolescente. Entrar nesse mundo
significa a perda definitiva da condição de criança, constituindo-se num momento crucial na
vida, etapa decisiva de um processo de desprendimento que iniciou com o nascimento. As
modificações corporais incontroláveis e os imperativos do mundo externo exigem do
adolescente novas pautas de convivência, e são vividos no começo como uma invasão.
Muitas das conquistas infantis são retidas como defesa e coexiste o prazer e a ânsia de
alcançar um novo status, conduzindo a um refúgio em seu mundo interno para poder se
relacionar com seu passado e a partir daí enfrentar o futuro. As mudanças que levam à
perda da identidade de criança tendo como consequência a busca de uma nova identidade,
que vai construindo num plano consciente e inconsciente.
A restauração do equilíbrio psíquico se dá num período mais longo, necessitando de
mais tempo para que na puberdade seja aceita a sexualidade como parte da vida. Certamente
existe um condicionamento cultural e social diverso e que ainda é esfera não desvendada.
Promovem reuniões para atividades instintivas em comum, numa base narcísica, ou alternar
histórias sobre a sexualidade. Outros tentam ocultar sua própria masturbação e seus desejos,
se isolam, não participam de grupos, ou reuniões, sentindo-se banidos e solitários. Os
adolescentes mais expansivos, fixados no primeiro tipo de reação vêm desenvolver
“personalidades impulsivas” e aqueles fixados no próprio isolamento são representados pelos
eritófobos.
A personalidade adolescente reage a seus temores e sentimentos de culpa, ficando
mais do lado de seus impulsos, ou mais do lado da ansiedade e dos pais, tentando lutar contra
suas tentações e rebeldia. No sentido transicional, encontra-se alguma forma de alteração
nas funções egóicas do adolescente. Na adolescência é comum a manifestação de
preferências pelas reuniões homossexuais, uma forma de evitar a presença excitante do outro
sexo, desviando assim a solidão na tentativa de encontrar a tranquilização que buscam.
Essas experiências homossexuais ocasionais da adolescência desde que não resultem em
fixação clara, não devem ser consideradas patológicas. Nessa idade a preferência por objetos
homossexuais talvez se deva à timidez ao outro sexo, como também é atribuída às
necessidades objetais, que nessa fase são devidas à orientação narcísica.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, [s. d.]
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ZIMERMAN, David E. Fundamentos Psicanalíticos. Teoria, Técnica e Clínica; Uma abordagem didática.
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56
3. O menino ou a menina no período edipiano mantém com a mãe sua relação de objeto
mais forte, pois esta é o primeiro objeto de afeição e desejo da criança. Mais tarde, após
as sensações desenvolvidas pela sucção, entram em cena sensações genitais, diminuindo
esse desejo pelo seio materno, ao mesmo tempo em que se desenvolve o desejo de
possuir com exclusividade seu amor e admiração do genitor do sexo oposto. Suas
reações físicas estão relacionadas aos seus desejos, cujas sensações excitantes em seus
genitais estão acompanhadas de fantasias da fase edipiana.
57
5. Durante o período edipiano a vida mental é para cada criança, única e especial,
influenciada tanto pelas experiências dos dois primeiros anos de vida como pelos
acontecimentos da própria fase edipiana. A dependência mental e intelectual começa a
aumentar, bem como, a espiritual , diminuindo a dependência biológica em relação aos
pais. Os objetos introduzidos no Ego são magníficos, tornando grande a distância entre
eles e o sentimento infantil, fase esta descrita por Freud como governada pelo complexo
de Édipo. Admite a formação de um precipitado do Ego, modificação esta que mantém sua
posição especial, contrastando com os outros constitutivos do Ego sob a forma de
“Superego”.
@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@&@
58
___________________________________
ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA DO VALE ___________________________________
DO PARAIBA - APVP
___________________________________
CURSO DE FORMAÇÃO DE PSICANALISTA CLÍNICO ___________________________________
E TEORIA PSICANALÍTICA
___________________________________
___________________________________
FREUD E O DESENVOLVIMENTO DA SEXUALIDADE:
AS ETAPAS DA LIBIDO ___________________________________
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
LIBIDO => energia psíquica própria da pulsão ___________________________________
Carga elétrica => energia – catexis ___________________________________
Traços mnêmicos => representações mentais
Grau de investimento => ideações ___________________________________
processos: primário = energia móvel, prazer
secundário = neutraliza descarga ___________________________________
Atividade psíquica => prazer/desprazer ___________________________________
sinaliza a angústia ante o perigo
Princípios: constância => prazer
inércia => nirvana
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Instinto => comportamento típico da espécie
forças motivacionais endógenas ___________________________________
representante físico dos estímulos
___________________________________
Pulsão => conceito limite somato-psíquico
excitação em busca de descarga
___________________________________
* fonte, força, finalidade e objeto
deslocamento de zonas corporais
___________________________________
* ligada a representação ou grupo de ... ___________________________________
“quantum” econômico e dinâmico
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Narcisismo => amor de si mesmo = lenda narciso
=> destino da energia libidinal: autoerotismo ___________________________________
amor objetal
primário => libido investida no próprio ego ___________________________________
secundário => libido de objetos retorna ao ego
___________________________________
Libido narcísica => provisões para a vida do bebê
investimento no ideal do ego
decorre a autoestima
___________________________________
Narcisismo normal =>
integridade estrutural do self ___________________________________
constância do objeto e do self; harmonia superego
equilíbrio entre pulsões libidinais e agressivas
capacidade egossintônica de expressão dos instintos
gratificação recebida dos objetos externos
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
FASE ORAL >> (6 a 18 meses +) => canibalística (agressiva)
atividades masturbatórias
___________________________________
estimulação erógena => boca
deslocamento =>> zona erógena
___________________________________
agentes externos / provocam tensão
substituição da vivência de satisfação
___________________________________
prevalência do alimentar- se e alimentar
___________________________________
Libido => Narcísica - retirada para o ego
Objetal - busca de objetos ___________________________________
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Identificação com a mãe >> gera intensas ansiedades
depressivas, paranoides e confusionais ___________________________________
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
FASE ANAL => (18 meses a 3 anos + ) ___________________________________
zona erótica => mucosa anal
prazer anal => reto, ânus, uretra
surgimento => ação muscular – prazer ___________________________________
maturidade >> controle do esfíncter
___________________________________
finalidade passiva na expulsão
ativa na retenção ___________________________________
objeto da analidade – os pais reais
___________________________________
passividade => fezes / papel ativo
autoerótica / atuação ics
expulsão /castração
fezes => presente para a mãe
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
masturbação anal => estimulação na higiene ___________________________________
indução ao sono (embalos)
castigos => agressividade ___________________________________
controle do esfíncter => 1ª proibição
___________________________________
Atividade => anal retentiva >>controle das fezes ___________________________________
produção de prazer
moldagem e consistência ___________________________________
instinto de dominação => controle onipotente
obstinação e desafio
sentimentos => raiva – vingança – crueldade
62
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Fantasia => expelir ou perder o objeto, via anal
fezes como armas perigosas ___________________________________
base da situação melancólica
andar => marca o tocar ___________________________________
o conhecer
o entender ___________________________________
permite a exploração do meio ambiente
___________________________________
Formação Reativa => decorrência = traços de caráter
ordem e gentilezas ___________________________________
avareza (apego/acumulo), raiva
parcimônia (parco, economia) e derivados
vingança, asco, nojo, compaixão
moralismo, autoritarismo, etc.
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Mecanismos de defesas ___________________________________
Repressão => interesse deslocado (R$) ___________________________________
onipotência para o raciocínio
polaridade desejo-dor ___________________________________
instalação da ambivalência
___________________________________
Sublimação => dos impulsos
inicia a vida intelectual ___________________________________
agressividade X criatividade
desejo de aprender
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Atividade muscular => impulso locomotor ___________________________________
desenvolvimento da musculatura
excitação sexual / satisfação ___________________________________
raízes do instinto sádico
início do pensamento abstrato
erotismo anal ___________________________________
mecanismo de repressão
___________________________________
Processos afetivos
emoções intensas ___________________________________
pulsões sexuais fortes
excitações lúdicas > balanço sacolejo
dormem menos > dificuldades
necessidade de olhar >> ser olhado
63
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Libido => narcisismo ___________________________________
Primário => instinto de vida
provem do id ___________________________________
ego como objeto
segundo modelo de si
___________________________________
Secundário => ego se liga
imagem e lembrança ___________________________________
objetos libidinosos
colocação de limites => parte dos pais ___________________________________
criança diferencia o objeto narcisista do real
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
FASE FÁLICA => ___________________________________
organização subordinada ao genital ___________________________________
coordenação dos instintos >> prazer genital
masturbação - o sexual precoce
___________________________________
Sentimentos:
___________________________________
Amorosos com o genitor do sexo oposto
Hostis com o genitor do mesmo sexo ___________________________________
O menino => ameaça de castração
ausência de pênis na mulher
repressão – masturbação
compulsão à exibição.
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Curiosidade infantil => hostilidade e rivalidade ___________________________________
desejo sobre os bebês => interesse sexual
desconfianças ante mentiras ___________________________________
diferença sexual anatômica
escoptofilia e voyeurismo ___________________________________
fantasia da cena primaria > desejo d se casar
___________________________________
Ansiedade de castração => trauma do nascimento
perda do seio => perda das fezes ___________________________________
ansiedade deriva da ameaça castração
excitações – masturbação
equivalente - cegueira
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Complexo de Édipo ___________________________________
>> catexis objetal do tipo anaclítico
deslocamento/genitor sexo oposto
identificação/genitor mesmo sexo ___________________________________
Menino ___________________________________
Positivo => ativo >> desejos sexuais pela mãe
ambivalência com o pai ___________________________________
deseja ocupar o lugar do pai
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Duplo => positivo e negativo ___________________________________
interesse narcisista p pênis
abandona tendências edípicas ___________________________________
identificações com os pais
tendências libidinais sublimadas ___________________________________
inibição e formação em impulsos
___________________________________
Menina >>> libido => desejo (pênis-bebê)
obter criança - pênis ___________________________________
objeto de amor = pai
objeto de ciúmes = mãe
frustração: abandona relação com o pai
substituição pela identificação
temor – identificação com a mãe
65
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
proibições – recomendações
___________________________________
=> catexização da percepção das genitálias
=> deslocando feio genital => belo corporal:
___________________________________
mulher => cuidados narcisista => corpo/face
compensações da castração ___________________________________
inveja do pênis => libidinização da castração
feminino => condição física mais importante
___________________________________
homem => condição fálica mais importante
poder >>> deslocamento ___________________________________
ambos quanto ao mundo exterior >>>>
preponderância do perigo
diminuição das complexidades
ampliação dos processos de investigação
___________________________________
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
LATÊNCIA (6 a 12 anos) => período que surge com ___________________________________
o declínio do complexo de Édipo
governado pelo principio de “prazer-e-dor” ___________________________________
cresce a confiança da criança na mãe
conforto nas aflições físicas e emocionais ___________________________________
manifestações sexuais não desaparecem ___________________________________
diminuem e mergulham no recalcamento
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
Instalação do Superego => amnésia infantil
encobre 1ºs. anos da infância ___________________________________
recalcamento => preserva na memória
lembranças incompreensíveis e fragmentadas ___________________________________
permanece o “não sabido” = Ics
amnésia infantil esta a serviço do recalcamento ___________________________________
___________________________________
A libido - E as etapas do desenvolvimento
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________