INTRODUÇÃO Medo

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INTRODUÇÃO

Ansiedade, Angústia e Perigo. Sentimentos que pulsam em larga escala na


sociedade. Em parte, explicados por variáveis sociais, como mais de 12 milhões de
desempregados do País e percalços económicos e políticos, aliados à insegurança
pública que virou rotina e obriga o cidadão a um constante estado de alerta. Junto com
isso, a velocidade de informação da era digital e tsunamis tecnológicos forçam a uma
permanente modernização, sob uma óptica questionável de que se não fizermos isso
estamos fadados a perdas de oportunidades pessoais e profissionais. Pesquisa da
International Stress Management Association (ISMA-Brasil) de 2016 revela que 81%
da população economicamente activa sofre de ansiedade, que a angústia afecta 73% das
pessoas e que 61% vivem preocupadas. Estamos como povo sem esperança. Isso tem a
ver com a credibilidade de gestores, com economia do País. Qualquer pequena mudança
nos empolga, mas a realidade mostra que logo depois vem o balde de água fria. Quando
vemos luz no fim do túnel é a locomotiva contra nós.

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Estado de Ansiedade
Ansiedade é um termo geral para vários distúrbios que causam nervosismo, medo,
apreensão e preocupação.

A ansiedade é uma reacção que todo indivíduo experimenta diante de algumas situações
do dia-a-dia, como falar em público, expectativa para datas importantes, entrevistas de
emprego, vésperas de provas, exames de saúde entre outras.

Algumas pessoas, porém, vivenciam esta reacção de forma mais frequente e intensa,
que pode ser considerada patológica e comprometer a saúde emocional.

Como controlar a ansiedade?

Aprendemos a controlar a ansiedade quando descobrimos seus gatilhos. Uma das


melhores ferramentas atuais para lidar com os momentos ansiosos é a psicoterapia.
Falaremos mais sobre os benefícios da terapia nos parágrafos finais.

É possível identificar gatilhos por conta própria ou com o terapeuta. Às vezes, podem os
caminhos são óbvios, como o consumo excessivo de cafeína, álcool ou cigarro. Outras
vezes, eles podem ser menos óbvios.

Problemas de longo prazo, como dificuldades financeiras ou relacionadas ao trabalho,


podem levar algum tempo até descobrirmos. Podemos ser impactados por uma data de
vencimento, uma pessoa ou a situação e não percebermos. Isso pode exigir algum apoio
extra, através da terapia ou com amigos e mentores.

Quando você descobrir seu gatilho, tente limitar sua exposição, se puder. Se você não
consegue ou não pode reduzir o contacto, por exemplo, um ambiente de trabalho
estressante que não pode ser alterado no momento, o uso de outras técnicas de
enfrentamento pode ajudar.

Se você já descobriu os gatilhos e tem encontrado dificuldade para escolher um


psicólogo, você está no lugar certo. A Virtude é referência em saúde mental e bem-estar
no Brasil. Temos psicólogos especializados em transtorno de ansiedade.

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13 Sintomas de Ansiedade
Listamos os principais comportamentos que podem estar relacionados a transtornos de
ansiedade, e merecem atenção:

1 – Enxergar perigo em tudo

Indivíduos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o perigo nas situações


que temem ou evitam. O medo ou a ansiedade são excessivos ou fora de proporção.
Você já conheceu alguma pessoa que não viaja de avião por que tem medo de acidente
aéreo? Está sempre pensando que o avião vai cair? Já imagina inclusive a cena de luto?

Um outro exemplo é alguém que passa por um procedimento ou exame médico simples
e teme ter uma doença grave ou ficar incapacitado após o exame. Em casos mais
extremos chega até a cogitar a possibilidade de morrer no procedimento.

2 – Assaltar a geladeira ou descontar a preocupação no docinho

Não faltam casos de pessoas que encontram na comida uma solução para seus
problemas emocionais. Ao menor sinal de preocupação você recorre ao brigadeiro, a um
docinho ou qualquer outro alimento para aliviar a tensão. Em geral mastigam pouco o
alimento, e ingerem grande quantidade de comida em pouco tempo.

Comer indiscriminadamente, sem fome, por ansiedade, estresse ou outra emoção


negativa é um sinal de alerta. E cuidado, esta atitude também pode desencadear uma
compulsão alimentar.

3 – Alterações de sono

Sentem dificuldade para dormir ou apresentam episódios de insónia em vésperas de


reuniões importantes e eventos. Não conseguem se desligar do que fizeram ao longo do
dia no trabalho e passam a noite processando o que farão no dia seguinte. Algumas
vezes chegam a sonhar e despertar pensando em soluções possíveis para determinada
questão.

4 – Sofrer com tensão muscular

Estão sempre com dores nas costas, ombros e nuca. Seus músculos do pescoço estão
travados e a dor é tanta que mal dá para virar de lado? Essa tensão muscular, quase
constante, geralmente acompanha os transtornos de ansiedade. Quanto maior a
preocupação e o desânimo, maior a possibilidade de transferir as tensões para a região
cervical.

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5 – Ter medo de falar em público

Somente ao pensar na necessidade de realizar uma apresentação para uma plateia sinais
como sudorese excessiva, mãos geladas, taquicardia, falta de ar e respiração ofegante
aparecem. Esse medo pode estar relacionado às preocupações com o ego, receio de
julgamento e a apreensão, aumentando a ansiedade.

6 – Preocupar-se em excesso

Estão sempre preocupados com o futuro. Ainda mais em épocas de crise económica, é
comum ver pessoas preocupadas com a manutenção do emprego. Será que estarei
empregado mês que vem? Terei dinheiro para pagar minhas contas? Como vou cuidar
da minha família?

A preocupação excessiva é uma fonte directa de dores de cabeça, úlceras, ansiedade


estress, podendo inclusive afectar o sistema imunológico.

7 – Ficar à beira de um ataque de nervos

Irritabilidade, mudanças de humor repentinas e sem explicação aparente. Pessoas que


estão a ponto de entrar em um ataque de nervos, podem passar da euforia ao pranto
rapidamente. Esses sintomas surgem em momentos de maior pressão e estresse, por
exemplo, quando da perda de um emprego ou de um ente querido.

8 – Conviver com medos irracionais

Medos de estar perdendo alguma coisa, de não ser bom o suficiente, medo do fracasso,
pânico de ficar sozinho ou de não ser aceito também perseguem pessoas ansiosas.
Campeões de autocrítica, são os primeiros a não se sentir capazes o suficiente para
concluir uma determinada actividade. O excesso de medo pode comprometer a
segurança nas relações pessoais, seja no trabalho ou na família.

9 – Apresentar inquietação constante

Dificuldade de concentração, inquietação e fadiga. O indivíduo apresenta uma angústia


intensa, não consegue ficar quieto, caminha de um lado para o outro, desespera-se.
Fautores que geram grande desconforto ao atrapalhar a conclusão de uma tarefa, ao
afectar a qualidade de vida da pessoa e de quem está ao seu lado.

10 – Sofrer com sintomas físicos

Nos momentos de ansiedade, podem surgir sintomas físicos como tremores, cansaço
fácil, sensação de falta de ar ou asfixia, coração acelerado, suor excessivo, mãos frias e
suadas, boca seca, tontura, náuseas, diarreia, desconforto abdominal, ondas de calor,
calafrios, micção frequente, dificuldade para engolir, sensação de engasgo, entre outros.

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11 – Pensamento obsessivo

O pensamento obsessivo é uma incapacidade de ganhar controle sobre pensamentos e


imagens, angustiantes e recorrentes. Estudos de imagem cerebral indicam que está
associado a uma disfunção neurológica de causa desconhecida que força os
pensamentos em ciclos repetitivos. O pensamento obsessivo também pode estar
associado a transtornos do humor, incluindo destemia, depressão, transtorno bipolar e é
o sintoma definidor de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno
Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno de Pânico e muitas outras condições
psicológicas.

12 – Perfeccionismo

O perfeccionismo caracteriza-se pela insistência em estabelecer padrões altos e pela


busca incessante em alcançar esses padrões. E de fato, os perfeccionistas muitas vezes
têm alto desempenho – mas o preço desse sucesso pode ser a infelicidade e insatisfação
crônicas. Pode estar fortemente ligado ao medo de errar e a comportamentos de auto-
sabotagem, como a procrastinação. Como a perfeição é algo praticamente impossível de
se atingir, pessoas perfeccionistas acabam sofrendo com a ansiedade por não conseguir
atingir o objectivo estabelecido.

13 – Problemas digestivos

Um sistema muito afectado pelo estresse e ansiedade é o gastrointestinal. Dores, má


digestão, mal-estar no abdómen, diarreia e azia são alguns desses sinais que podem
causar incómodo. Ansiedade excessiva e estresse agudo podem alterar as funções
gastrointestinais por meio do sistema nervoso. Como consequência dessas alterações
podem surgir úlceras, gastrites, doenças inflamatórias, refluxo gasto esofágico e
síndrome do intestino irritável.

Estratégia para controlar a ansiedade

Sessões de Psicoterapia
A Psicoterapia é um processo que pode ajudar, e muito, os indivíduos que sofrem com
ansiedade. A psicoterapia é um tratamento colaborativo baseado na relação entre um
indivíduo e um psicólogo.

Baseado em diálogo, ele fornece um ambiente de apoio que permite falar abertamente
com alguém que é objectivo, neutro e sem julgamento.

Você e seu psicólogo trabalharão juntos para identificar e mudar os padrões de


pensamento e comportamento que o impedem de sentir o seu melhor, aumentando o
autoconhecimento e a resiliência.

Uma das abordagens bastante eficientes no tratamento de quadros ansiosos é a Terapia


Cognitivo Comportamental, que tem uma actuação bastante focal e directa.

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Praticar Actividade Física
Reserve um tempo para uma caminhada, corrida ou qualquer actividade física que te
proporcione prazer.

Actividade física realizada de forma regular ajuda a fortalecer o sistema imunológico,


prevenir doenças cardiovasculares e obesidade. Aumenta o bem-estar, a disposição para
actividades do dia-a-dia e a produtividade no trabalho.

Também diminui a insónia e melhora a saúde mental, prevenindo a depressão. Se você é


do tipo competitivo, estabeleça uma meta, como por exemplo correr uma prova de 5 ou
10 km.

A prática frequente de actividade física regula o sono, pois a prática de exercícios libera
endorfina, uma enzima que proporciona bem-estar e diminui a ansiedade e o estresse.

Praticar meditação

Neurocientistas já comprovaram que a prática de meditação contribui para aumentar a


região do córtex pré-frontal esquerdo, região responsável pelo sentimento de felicidade.

Cinco minutos diários para observar a respiração já são eficientes para o começo. Se
possível estimule sua equipe a meditar também, os ganhos serão enormes.

Mindfulness é uma das intervenções mais eficientes para reduzir o estresse e o sistema
imunológico.

Ouvir música
A música ajuda relaxar, extravasar, expressar, dançar, celebrar, interiorizar, descansar…
Ainda mais no Brasil, onde a narrativa social e o quotidiano são musicais.

Ela é um elemento terapêutico por excelência. É algo medicinal e sem contra-


indicações. Quando foi a última vez que você curtiu sua música preferida?

Manter uma alimentação saudável

Um cérebro saudável é a primeira linha de defesa contra a ansiedade, depressão e outros


transtornos do humor.

Algumas vitaminas são necessárias para a formação de neurotransmissores que


estimulam o humor, enquanto outras fornecem energia para células cerebrais ou as
protegem de danos. Assim como os nossos órgãos, o nosso cérebro precisa de certas
vitaminas para funcionar normalmente.

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Todos passamos por momentos de ansiedade estress. Se forem muito frequentes ou
muito intensos, podem indicar a necessidade de auxílio de profissionais especializados.
Converse connosco e marque uma consulta com um psicólogo.

Apesar de a ansiedade ser uma emoção comum diante de diferentes e importantes


momentos no dia-a-dia, também pode ser caracterizada como um problema, caso se
apresente em excesso com alguns sintomas específicos. Prova disso é que, actualmente,
o transtorno de ansiedade é reconhecido como doença psíquica pela ciência.

Existem diversas causas que, sozinhas ou combinadas, podem vir a desencadear o


transtorno de ansiedade, tais como: traumas, estresse, genética, doenças físicas e até
mesmo a depressão. É comum o paciente alternar entre quadros de ansiedade e quadros
de depressão, pois uma condição pode gerar a outra.

Conhecer e reconhecer em si mesmo os sintomas de ansiedade é muito importante para


buscar ajuda, com o objectivo de que a situação seja controlada o mais breve possível.

Por isso, em muitos casos, o autodiagnostico é o primeiro passo. Mas os cuidados não
devem parar por aí! Também é necessária a busca por um profissional especializado.
Portanto, caso encontre alguma situação abaixo que aconteça com você ou alguém
próximo, é importante procurar ou indicar ajuda especializada.

Sintomas e Tratamentos para o Transtorno de Ansiedade.


Principais sintomas de ansiedade

Identificar os sintomas de ansiedade é a principal base para realizar um diagnóstico e


tratar a situação. Os sinais apresentados podem variar de acordo caso a caso, embora
existam alguns bastante frequentes que você precisa conhecer para se auto-avaliar.

Medo constante

O medo constante é um dos principais sintomas da ansiedade. O perigo enxergado,


muitas vezes, não tem um motivo aparente e é irracional, podendo aparecer de modo
inesperado. Os medos podem variar de acordo com cada pessoa. Porém, alguns são
bastante frequentes em casos de ansiedade, como sair de casa ou perder o emprego. O
temor também pode estar relacionado a um trauma que tenha vivenciado e isso pode,
inclusive, ser a causa do transtorno.

Dificuldade para dormir

Quem tem transtorno de ansiedade apresenta dificuldade de desconectar o pensamento


dos problemas e pode ficar remoendo situações por horas e até mesmo dias! Nesses
casos, é comum que sinta dificuldade para dormir ou relaxar. Qualquer situação
aparentemente simples ou quotidiana, assim como as tarefas a serem feitas no dia
seguinte, podem ser o motivo para que perca seus momentos de lazer e descanso.

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Às vezes, é até possível adormecer, mas a sensação que fica é de cansaço, mesmo após
uma boa noite de sono. Isso sem contar os sintomas como pesadelos, sono
extremamente leve e corpo dolorido ao acordar por conta da tensão.

Enjoo e vómitos

Os enjoos e vómitos são alguns dos principais sintomas físicos gerados pela ansiedade.
No entanto, também podem ocorrer tremores, palpitações, diarreia, sudorese excessiva,
tontura, entre outros. Alguns desses sinais são desencadeados quando o corpo sente que
algo não vai bem ou quando há uma situação de aparente perigo. O cérebro, então,
prepara o corpo para lutar ou fugir da situação, por isso, libera harmónios como a
adrenalina.

Dificuldade de socialização

O isolamento pode significar um quadro da depressão, mas também é comum nos casos
do transtorno de ansiedade. Para os ansiosos, o simples fato de se imaginar cercado de
pessoas, mesmo que conhecidas, pode gerar mal-estar psicológico e até físico, como os
enjoos e até diarreias. O suor em excesso ao tentar socializar com as pessoas também é
comum.

Quem tem transtorno de ansiedade pode dar desculpas para não buscar tratamento. Uma
delas, dentro da dificuldade de socializar, é acreditar que é uma pessoa mais caseira —
o que não é nenhum problema e pode acontecer —, mas se os sintomas aparecem todas
as vezes que precisa interagir em algum evento social, é preciso ficar atento.

Cansaço excessivo

O cansaço é comum em qualquer rotina. Mas quando ele se prolonga e chega a impedir
de fazer as actividades com o prazo que deveriam ser feitas, é mais um sintoma de
ansiedade. A procrastinação está atrelada com o pensamento negativista e desesperador
quando há uma sobrecarga de actividades e, no meio da ansiedade, a mente não sabe por
onde começar, optando por não começar nenhuma delas.

O esgotamento mental oriundo do cansaço e da procrastinação é o que pode gerar os


quadros depressivos. Isso desencadeia um estado que mais parece com uma bola de
neve de problemas para serem resolvidos, internamente e externamente, que vão se
acumulando a cada momento.

Roer unhas constantemente

Uma das maiores características dos ansiosos é o hábito de roer unhas. Esse é um
conhecimento popular que, apesar de verdadeiro, não é tratado com a seriedade
merecida. O ato de roer as unhas pode significar ansiedade, mas também altos níveis de
adrenalina ou estresse.

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Além disso, esse é um hábito nocivo para a saúde do corpo, visto que a unha tem a
função de protecção da carne por baixo dela, e sua ausência pode ocasionar em
infecções, além dos possíveis danos à arcada dentária.

Estresse

No meio de uma crise de ansiedade, o estresse pode atrapalhar a serenidade na


comunicação com o outro, ocasionando em uma fala grosseira e até mal-educada. O
estresse também é uma via de mão dupla. Isso significa que a ansiedade pode causar ele,
quanto o inverso. Ele também vem acompanhado de desculpas que impedem a pessoa
de reconhecer o problema.

Quando o estresse vem de alguma situação no trabalho ou na vida pessoal, o caso é


visto como uma barreira defensiva para o ansioso, que tende a negar o ocorrido ou
justificar essa atitude, mesmo que não esteja com a razão.

Tratamentos Para a Ansiedade


A melhor e mais eficaz maneira de tratar a ansiedade é com o auxílio de um psicólogo
ou psiquiatra. Esses profissionais são indicados para diagnosticar o problema e ajudar a
lidar com ele no dia-a-dia. Em alguns casos, pode ser necessário tomar medicamentos
para controlar os sintomas. Além disso, esses profissionais podem indicar coisas a
serem feita para avançar mais rapidamente no tratamento, como praticar exercícios
físicos, meditar e cuidar da saúde.

Se você ou alguma pessoa de sua família apresenta sintomas de ansiedade, é essencial


procurar por ajuda o quanto antes, evitando assim que o problema fique maior e
atrapalhe a vida pessoal e profissional. Dessa forma, é possível recuperar a qualidade de
vida e viver muito melhor!

Diferentemente do medo ou da ansiedade, que são experimentados pela maioria das


pessoas, a angústia acomete menos de 50% da população. “Em geral, os pacientes
relatam uma agonia mental sem gatilho aparente, atrelada a um sufoco semelhante ao da
asma, e uma dor ou compressão no peito”, descreve o psiquiatra Valentim Gentil.

Incentivar o diagnóstico e um tratamento personalizado é a proposta de Gentil, que


assina o artigo intitulado “Why Anguish?” – em português, Por que angústia? -,
Divulgado na publicação científica inglesa Journal of Psychopharmacology. Isso
porque, nas discussões entre especialistas do mundo todo, o sentido dessa emoção se
esvaziou ao longo do tempo. E frequentemente ela é confundida com o distúrbio de
ansiedade ou de pânico. “Mas são comportamentos mentais diferentes, com padrões de
activação cerebral distintos”, defende Gentil. “A ansiedade é uma apreensão exagerada
em relação ao futuro, enquanto a angústia é um sofrimento relacionado ao presente.”

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Os costumam levar as mãos ao peito e reportar um sentimento de vazio. Sentem
conflitos diante das inúmeras possibilidades de escolhas no dia-a-dia e questionam o
sentido de sua existência. Em casos extremos, essas pessoas são dominadas pela
introversão. Elas perdem a capacidade de análise, de lidar com o quotidiano, de interagir
socialmente. Ficam paralisadas.

À luz do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855), a psicóloga Marília


Dantas, da Universidade Estácio de Sá, em Petrópolis, na região serrana do Rio de
Janeiro, traduz o mal-estar: “O ser humano sente desamparo, incerteza, falta de controlo
diante da liberdade de decidir. Optar por um caminho significa correr riscos, abrir mão
das alternativas. Isso é angustiante”.

Reconhecer um quadro de angústia é uma função que cabe a especialistas. Mas os


angustiados de plantão podem contribuir, fornecendo detalhes de como se sentem,
perguntando, por exemplo, o que é angústia para você? As respostas variaram. “É
pensar como seria minha vida se eu tivesse estudado psicologia.” Ou “É um beco sem
saída dentro do peito”. Ou ainda “É uma incerteza sobre as consequências das decisões
que tomei”.

Infelizmente, a maioria dos angustiados só procura ajuda especializada quando a


sensação ruim beira o insuportável. “Eles chegam ao pronto-socorro com dor e opressão
no tórax, peso e desconforto no peito”, confirma o cardiologista César Jardim,
supervisor do pronto-socorro do Hospital do Coração, em São Paulo. Os sintomas se
assemelham aos de problemas cardiológicos, como enfarto. “Mas os problemas
cardiovasculares só se confirmam em 30% dos casos”, estima. Ele conta que, depois de
realizar exames e apontar que o sujeito está em condições perfeitas de saúde, os
pacientes confessam que vêm se sentindo nervosos e… angustiados.

Quando é assim, excluída a presença de doenças físicas, o passo seguinte deveria ser a
visita a um psiquiatra. “Há hipóteses de que a angústia seja desencadeada por uma
maior activação de uma região chamada ínsula, no córtex cerebral, relacionada à
percepção de funções viscerais, como as do coração, do diafragma e dos pulmões”,
explica Valentim Gentil. “Por isso, acreditamos que suas vítimas possam responder bem
a calmantes chamados benzodiazepínicos, a alguns antipsicóticos e a uma classe de
antidepressivos conhecida como tricíclicos”, continua. “A imipramina é um dos
principais medicamentos desse grupo e se mostra eficaz, apesar de promover eventuais
efeitos colaterais, como tonturas e alterações cardíacas”, completa seu colega Jair Mari,
da Universidade Federal de São Paulo. Essa droga modula neurotransmissores como a
noradrenalina, substâncias que agem no cérebro e controlam as emoções.

O ideal é complementar o tratamento com o de um psicólogo ou psicanalista.


Trabalhamos o desenvolvimento emocional, fazendo com que o paciente reflicta e
traduza seus pensamentos, criando condições para contornar sentimentos que julga
insuportáveis. A angústia é um problema de saúde e necessita de acompanhamento.

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Sintomas de angústia
A angústia é um sentimento que está relacionado com situações que acontecem na vida
da pessoa e que trazem muitas preocupações, como saber o diagnóstico de uma doença,
perder um familiar ou ter um desgosto amoroso, por exemplo e é uma manifestação
emocional que perturba e incomoda e, normalmente, deriva de sentimentos de
frustração, culpa, insegurança ou ingratidão, por exemplo.

Alguns dos sintomas de angústia incluem:

 Dor no peito e na garganta, com sensação de aperto;


 Batimentos do coração rápidos e descontrolados;
 Sensação de sufocamento, com dificuldade em respirar;
 Inquietação e desassossego constante;
 Dor de cabeça permanente;
 Pensamentos negativos;

Além destes sintomas comuns de angústia, a pessoa pode sentir outros, que podem ser
confundidos com depressão e que perturbam o dia-a-dia, como apatia, falta de apetite,
insónia, dificuldades de concentração, ter contracturas musculares, dores no corpo e
cansaço constante.

Como tratar a angústia


Para tratar a angústia, é necessário resolver a causa que está na sua origem, de forma a
eliminar todos os sintomas. Além de resolver a causa da angústia, existem formas de a
atenuar, nos momentos em que os sintomas se manifestam.

Algumas das formas de atenuar a angústia é aprender a controlar a respiração, tentando


respirar de forma profunda e lenta pelo nariz, levando o ar até ao abdómen e deitando o
ar fora e suavemente através da boca e substituir pensamentos negativos por
pensamentos positivos, registando ambos num papel.

Além disso, podem ainda ser praticados diariamente alguns hábitos que ajudam a pessoa
a relaxar e a reduzir os períodos de angústia, como fazer exercícios de relaxamento,
como meditar ou alongar, tomar um banho quente ou pedir para um familiar fazer uma
massagem nas costas, descansar em um quarto escuro e sem ruído e beber um chá
calmante, como de camomila, valeriana ou um suco de maracujá, por exemplo. Conheça
outros chás relaxantes que ajudam a controlar a ansiedade e a dormir melhor.

Em alguns casos, principalmente quando a angustia é profunda e constante, pode ser


necessário ir no médico ou psicólogo para avaliar a situação e adequar o tratamento, que
geralmente inclui sessões de psicoterapia e, em alguns casos, pode ser também
necessário o uso de remédios para diminuir a ansiedade.

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Medo (Perigo)
O medo é uma reacção natural do corpo diante de situações de perigo. Surge
rapidamente após o reconhecimento de uma ameaça e vai embora assim que essa
ameaça é eliminada. Trata-se de um estado psíquico automático que ocorre diante de
situações que necessitam a avaliação de uma ameaça ou perigo a fim de encontrar o
melhor plano de acção para garantir a segurança e integridade do indivíduo.

Ele costuma ocorrer em situações tais como quando nos deparamos com um carro vindo
em nossa direcção, quando o chefe nos chama para conversar na sala dele, quando
vamos fazer uma prova e percebemos que não sabemos o conteúdo, entre outros. O
medo está presente em diversas situações, desde que haja uma ameaça real ao nosso
bem-estar físico ou psíquico. Ele também é caracterizado por uma grande excitação e
tendência para a ação, pois surge em situações que provocam uma resposta de luta
(encarar a situação) ou fuga.

Os sintomas físicos do medo são o tremor, o suor frio, palpitações e pernas bambas.
Quando esses sintomas ocorrem de maneira instantânea, eles recebem o nome de susto.
Existem casos em que esses sintomas vêm acompanhados de uma sensação de morte
iminente: é o chamado pânico.

No entanto, nem sempre o medo é uma sensação ruim. O ser humano possui um desejo
intrínseco de superar seus medos. De fato, quando estamos com medo, o organismo
libera substâncias que podem gerar prazer, como a adrenalina, dopamina, endorfinas,
ocitocina, entre outras. Esse é o motivo pelo qual gostamos tanto de filmes de terror e
montanhas russas.

O medo pode se transformar em uma doença (a fobia) quando passa a comprometer as


relações sociais e a causar sofrimento psicológico. A técnica mais utilizada pelos
psicólogos para tratar o medo se chama Dessensibilização Sistemática. Com ela se
constrói uma escala de medo, da leve ansiedade até o pavor, e, progressivamente, o
paciente vai sendo encorajado a enfrentar o medo. Ao fazer isso o paciente passa,
gradativamente, por um processo de reestruturação cognitiva em que ocorre uma
reaprendizagem, ou ressignificação, da reacção que anteriormente gerava a resposta de
alerta no organismo para uma reacção mais equilibrada.

Enquanto, por exemplo, há alguns tipos de medo que surgem através da aprendizagem,
como quando uma criança cai num poço e se esforça violentamente para de lá sair,
sofrendo devido ao frio da água e à aflição; esta criança originará um adulto que guarda
um medo instintivo aos poços, há no entanto outros géneros de medos que são comuns
nas espécies, e que surgiram através da evolução, marcando um aspecto da
reminiscência comportamental. Do ponto de vista da psicologia evolutiva, medos
diferentes podem na realidade ser diferentes adaptações que têm sido úteis no nosso
passado evolutivo. Diferentes medos podem ter sido desenvolvidos durante períodos de
tempo diferentes.

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Alguns medos, como o medo de alturas, parece ser comum a todos os mamíferos e
desenvolveu-se durante o período Mesozóico, quando a maioria dos mamíferos não era
maior que um rato, e se escondia durante o dia, saindo apenas à noite, para evitar os
dinossauros predadores. Outros medos, como o medo de serpentes, pode ser comum a
todos os símios e desenvolveu-se durante o período Cenozóico, época em que o medo
natural de animais predadores como leões, tigres, lobos, ursos e hienas como também de
herbívoros agressivos como elefantes, búfalos, hipopótamos e rinocerontes havia
surgido.

Ainda outros medos, como o medo de ratos e insectos, pode ser único para os seres
humanos e desenvolvidos durante o Paleolítico e Neolítico, períodos de tempo em que
os ratos e insectos tornam-se portadores de doenças infecciosas importantes e
prejudiciais para as culturas e alimentos armazenados. O medo é um mecanismo de
aprendizagem, mas também evolutivo de sobrevivência da espécie, e do indivíduo
particularmente.

16 Técnicas para vencer o medo


Enfrentamento e força de vontade são os métodos mais comuns

Sentir medo é natural e saudável, afinal, ele costuma nos proteger de algum tipo de
perigo e nos afasta de situações em que nos sentimos ameaçados. Em excesso, porém,
pode atrapalhar a dinâmica da vida de qualquer pessoa. Quem sente medo evita a todo
custo o contacto com o objecto fóbico e, com isso, certas situações ficam fora da rotina
da vida da pessoa. Além disso, o contacto com os outros também pode ser prejudicado.

Curar-se do medo é muito mais simples do que se costuma pensar. O método mais
comum é o enfrentamento e uso da força de vontade (cara e coragem). Em alguns casos,
entretanto, a técnica nem sempre é o melhor caminho a ser percorrido.

Em meu livro "O Segredo Para Vencer o Medo", da Editora Universo dos Livros,
ensino diversas formas de autocura e também truques para usar essas técnicas com outra
pessoa.

Neste artigo fiz uma breve explicação dos métodos mais famosos e renomados de
superação do medo em geral.

1. Visualização

A respiração influencia directamente o corpo que, por sua vez, tem ligação com o estado
emocional.

Imagine-se de forma muito nítida enfrentando a situação que lhe causa medo e sentindo-
se curado.
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2. Linha do tempo

Volte o pensamento para o passado onde tudo (possivelmente) começou e busque


tranquilizar a mente, deixando para trás o que passou. Gradualmente, vá avançando no
tempo e espaço com o pensamento até o presente, imaginando a superação do medo e a
visualização do futuro com a cura plena de qualquer sofrimento referente a esse tema.

3. Foco de atenção

Tenha domínio sobre o foco da sua própria atenção. Escolha para onde você estará
olhando, no que estará pensando e em que estará se concentrando. Você passa a ser
senhor de si próprio.

4. EMDR

É uma técnica muito usada com excelentes resultados na cura de traumas. Ela também é
bem-vinda no tratamento de fobias. São estímulos bilaterais específicos que produzem a
cura e tranquilidade mental.

5. Dissociação

Consiga ter autocontrolo sobre a situação e tente observar e sentir com maior
capacidade de escolha. Dissociar também significa poder estar distante emocionalmente
de forma saudável, sem se perder no medo.

6. Escrita

Anote os pensamentos e tente reorganizá-los no papel. Isso costuma ajudar a


reorganizar a mente também.

7. Cadeia de excelência

Faz parte da técnica do novo código da programação neurolinguística, que mostra a


ligação entre mente e corpo. A respiração influencia directamente o corpo que, por sua
vez, tem ligação com o estado emocional. Juntos eles influenciam no desempenho
(acção) da pessoa.

Ao mudar proposital mente o ritmo da respiração, haverá uma interferência no


funcionamento corporal que fará com que a pessoa experimente um novo estado
emocional e, com isso, uma nova performance mediante aquela situação. Isso também
acontece quando mudamos a postura corporal, pois, naturalmente há alteração da
respiração e do estado emocional.

Dentro dessa cadeia de excelência, é possível entrar e modificar qualquer uma das
estruturas, mas a respiração e a postura corporal (fisiologia) costumam ser os mais
fáceis e rápidos de se alcançar.

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8. Perguntas de coaching

A pessoa que sente medo deve ser exposta gradualmente ao objecto fóbico, sempre
respeitando o limite desse contacto.

Você pode se organizar e montar uma excelente estratégia para alçar a cura usando
perguntas de coaching que lhe ajudarão a entender melhor o que esta acontecendo com
você, mostrando que, de fato, é possível a superação e cura. Ao invés de se perguntar o
que há de errado com você, por exemplo, questione-se sobre se você poderia avançar no
processo de cura ainda hoje. Você pode manter esse avanço? Como prosseguir?

9. Dessensibilização

Uma das mais antigas técnicas de tratamento psicológico de cura de fobia, ela é muito
usada dentro da abordagem da cognitiva comportamental. A pessoa que sente medo
deve ser exposta gradualmente ao objecto fóbico, sempre respeitando o limite desse
contacto. Em alguns casos, a pessoa pode começar apenas com o contacto com uma foto
daquilo que se parece extremamente ameaçador.

10. Modelagem

É uma técnica da programação neurolinguística que consiste em observar uma pessoa


que é bem-sucedida naquilo que você deseja alcançar. Então, se você tem medo de algo,
observe como alguém que não tem medo lido com a situação. Como é sua postura
corporal? Como é sua respiração? O que a pessoa pensa sobre o tema? Como ela se
sente?

11. Respiração

Normalmente, a pessoa que tem medo tende a ter um grau maior de ansiedade para lidar
com o que lhe causa esse mal-estar. Respirar profundamente, de forma serena e
tranquila pode ajudar nesse processo de cura.

12. Relaxamento corporal

O medo gera tensão mental e corporal. Saber relaxar o corpo pode ser extremamente útil
nesse momento.

13. Diminuindo o diálogo interno

Quem sente medo costuma ter o diálogo interno muito "alto", ou seja, aquela conversa
que temos com a gente mesmo que é norma, fica um pouco exacerbada e atrapalha para
pensar com coerência. Às vezes esse diálogo pode não ser produtivo, por isso, devemos
cuidar do que pensamos.

Saiba mais: Aprenda a lidar com seus medos

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14. Submodalidades

Quem sente medo costuma descrever a situação muito vivida com cores e acção. Ao
mudar esse tipo de procedimento mental, deixando a imagem congelada em preto e
branco, pode ajudar a enfrentar aquilo que é negativo.

15. Ancoragem

É poder "ancorar", guardar um estado emocional desejado para usá-lo quando desejar.

16. Jogos do novo código

São jogos que produzem alta performance e, com isso, excelência nas acções
produzidas.

Essas técnicas de terapia breve para cura de fobia são as mais divulgadas, mas você
também pode criar o seu próprio método de superação, traçando um óptimo
panejamento e produzindo excelente capacidade de acção. Mas lembre-se: escolha a
forma que mais lhe parece adequada ao seu modo de pensar e agir. Sucesso naquilo que
você busca!

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CONCLUSÃO
Concluímos que, a maioria dos pacientes procura atendimento em função da ansiedade e
estresse, com sintomas da ansiedade tendo muitas vezes causas mais fáceis de
identificar do que angústia. Claro que tem factores psicossociais que ajudam nesse
quadro, mas a verdade é que as pessoas não foram ensinadas a falar sobre sentimentos.
Mas se resguardam, pois ainda entendem que pedir ajuda está ligado ao fracasso e que
podem superar sozinhas. Como estratégia, o trabalho é direccionado para a identificação
dos problemas. Buscarmos descobrir juntos o que está incomodando, qual a causa do
problema. Algumas vezes o tratamento é combinado com medicação e funciona e em
alguns níveis.

Nesta análise, notamos que a sociedade vive conectada em excesso. Hoje com os
smartphones é difícil para as pessoas estabelecerem limites às conexões e acabam
sempre plugados, senão parece que ficam desinformados. Fato que sobrecarrega o ser
humano de preocupações. As pessoas percebem o mundo através da câmara do celular,
precisam fazer fotos de tudo, senão parece que não estiveram lá ou viveram aquela
emoção.

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