5 Concepções Pedagógicas
5 Concepções Pedagógicas
5 Concepções Pedagógicas
Por fim, a tendência liberal tecnicista surge para valorizar a questão da mão de
obra para as indústrias, em que a escola passa a exercer um papel de preparar
o indivíduo para o mercado de trabalho, visando uma sociedade industrial e
tecnológica, e o papel do aluno é de reproduzir e cumprir o conteúdo
estabelecido baseado em técnicas. O papel do professor nessa tendência é ser
um técnico e treinar a aluno para ser eficiente nas metas econômicas, sociais e
políticas, utilizando uma prática de ensino baseada em objetivos instrucionais,
como aprender o conteúdo embasado em manuais de autoinstrução. Nesse
sentido, tendência tecnicista visa somente o aspecto sistêmico da tecnologia
educacional e na investigação empírica do comportamento humano.
Nessa tendência, o papel do aluno está ancorado no ato de refletir sobre sua
realidade de vida, suas vivências e experiências de mundo, de maneira que
suas indagações o encorajam a ir à luta por sua própria libertação. Sendo
assim, o aprendiz tem total liberdade no espaço escolar, são livres frente ao
professor, em virtude da concepção de tendência libertária ser contrária a
qualquer manifestação de autoridade e poder. Com isso, a função do professor
é de apenas um mediador do saber, um conselheiro que está à disposição para
ajudar a aluno, ou seja, “o professor é um orientador e um catalisador, ele se
mistura ao grupo para uma reflexão em comum” (LIBÂNEO, 1994, p. 37).
Portanto, a tendência progressista libertária revela que o conhecimento deve
ocorrer por meio de uma reflexão cultural e social, visando à inserção de uma
motivação de vivência grupal, que pressupõe que por meio do grupo é possível
desenvolver em cada um de seus participantes o contentamento de seus
desejos e necessidades.
6 PESQUISA E EDUCAÇÃO
Paulo Freire (1921 – 1997), que foi um precursor das concepções pedagógicas,
revela que o processo de transformação do indivíduo, está alicerçado na
formação dos professores, sendo necessário que o educador tenha
consciência de que o ato de ensinar exige uma reflexão crítica da sua prática
pedagógica, bem como exige a pesquisa, e como afirma Freire (2000, p. 29):
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. Nesse sentido,
percebe-se que a formação dos professores voltada para a prática de
pesquisa, proporciona ao educador quanto ao educando associarem-se em um
processo de construção e busca do conhecimento, por meio de investigações,
de questionamentos reconstrutivos e de concepções argumentativas, que se
resulta em um conhecimento crítico e criativo.
Ainda Fazenda (2001, p. 21) assevera que: “Temos observado que por meio da
pesquisa o educador consegue recuperar aspectos de sua dignidade perdida, e
que aquele que consegue desenvolver-se na pesquisa, não consegue mais
retroceder ao puro exercício do ensino em sala de aula”. Isso não quer dizer
que o exercício do ensino em sala de aula seja uma prática desmerecedora,
mas que esse ensino em sala de aula perpasse pela prática da pesquisa, com
o propósito de desenvolver habilidades no pesquisar, e com isso transforma e
redimensiona o espaço da sala de aula, de maneira que promova o ensino de
forma ativa, reflexiva e crítica.
Vale destacar que na práxis de ensinar pela pesquisa o ensino ocorre por meio
da autonomia de construção crítica do conhecimento do aluno, em que o
trabalho docente deva estar além das didáticas tradicionais, e que o professor
deva exercer a sua função de orientador e incentivador do aprendiz,
proporcionando o ensino na ação-pesquisa como um fator primordial para a
concretização da aprendizagem.
O aluno precisa ser motivado a, partindo dos primeiros passos imitativos, avançar na
autonomia da expressão própria. Isto não se reduz a texto, por mais importante que
seja. Inclui também a capacidade de se expressar, de tomar iniciativa, de construir
espaços próprios, de fazer-se sempre presente e participativo, e assim por diante. A
atividade reconstrutiva não se esvai no reescrever, mas abrange, num todo só, o
desafio de inovar, intervir, praticar (DEMO, 2002, p. 29).
BONS ESTUDOS!!!