Mitologia Dos Orixás No Mundo em Textos
Mitologia Dos Orixás No Mundo em Textos
Mitologia Dos Orixás No Mundo em Textos
"É pelo mito que se alcança o passado remoto, se explica a origem de tudo,
se interpreta o presente e se prediz o futuro"
OBS: rei usa Akorô e rainha usa Adê.
OBS: Filá: filho de Oduduwa. Representa a realeza completa. Só Ogum não usa. Prefere
usar de mariô (mato) ao invés de contas.
OBS: Orixás masculinos nunca são representados por pássaros ou peixes. Exceção:
Oxalá – hermafrodita. Possui o peixe.
OBS: Ebó = remédio mágico para atrair a força que está precisando ou para apenas
prestar reverência.
AMOR: Oxum: por alguém. Oxalá: universal. Yansã: paixão. Yemanjá: maternal.
PROSPERIDADE: Oxoce: caída dos céus. Omolu: vinda pela ajuda espiritual; búzios.
Oxumarê: através de casamentos ou associações (por interesse). Ogum: pelo trabalho
árduo. Através do reconhecimento profissional. Oxum: herdada.
ÁGUA (na criação do mundo): Oyá: chuva. Oxum: leito dos rios. Nanã: lodo, lama.
Yemanjá: sobremontes (onde fica o sal ao cair a chuva). Ewá: neve.
BANANA: Oxum: banana d’água. Exu: banana da terra. Oxumarê: banana d’água.
AÇÃO: Nanã: experiente e sábia. Sabe o momento certo de agir. Yansã: destemida. Se
lança.
ACARAJÉS
ORIXÁ NÚMERO CARACTERÍSTICA
Obá 6 Na gamela
OYÁ X OBÁ
Jovem Idosa
Alegre e comunicativa Introspectiva. Gosta da solidão
Sociável Fala pouco. Não é sociável
Generosa e brincalhona Generosa, mas não é dada a folguedos
Explosiva, mas perdoa com facilidade Explosiva, mas não aceita desculpas
Livre e sem limite Contida e calculista
Guerreira por uma causa (guerra é um instrumento) Guerreira pelo prazer (guerra é um fim)
Transgressora Conservadora
Charmosa e sedutora Aspecto masculinizado e sem vaidades
Santa Bárbara Joana d'Arc
FALANGES E CORRELAÇÕES
ENTIDADE ORIXÁ DOMÍNIO
Exu Caveira Omolu ou Nanã Cemitério
Exu Tranca-Ruas Ogum ou Yansã Encruzilhada
Exu Marabô Yemanjá Encruzilhada
Exu Tiriri Xangô Encruzilhada
Exu Veludo Oxum Cachoeira ou Encruzilhada
Exu do Lodo Oxoce ou Ossayn Mata ou Encruzilhada
Exu 7 Encruzilhadas, 7 Capas, Seu 7 Oxalá Encruzilhada
Boiadeiro, Baiano, Mineiro e Marinheiro Exu Cemitério
Oriente Xangô ou Oxalá Geleiras e Altos picos de montanhas
Ibeijada Oxum ou Oxalá
Exus e Pomba-giras Ogum ou Yansã
Sereias Yemanjá Equilíbrio e Proteção
Descarrego Xangô
EXU ou ESU
BARA
ELEGBARA ou ELEGBÁ
É o Orixá do caminho = canta-se sempre para ele para abrir os caminhos, para que
as coisas aconteçam. É o dono das encruzilhadas. É quem guarda a porta, quem
tranca, destranca e movimenta tudo na vida. Vigia as passagens, abre e fecha
caminhos; por isso, ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar
meios para progredir, além de proteger contra perigos.
Mito: Oxalá lhe deu a incumbência de vigiar a encruzilhada e só permitir a passagem
daqueles que trouxessem alguma oferenda. Pelo trabalho, receberia um pagamento e se
tornou, com o tempo, o dono das encruzas.
Cuida dos segredos do jogo de búzios e com ele, adquire conhecimento do futuro e
sabe como tudo irá ocorrer.
Mito: Orunmilá quer testar os Orixás, ao saber que queriam o segredo do jogo. Para saber
quem era, espalhou que tinha morrido e aguardou para ver quem pleitearia o jogo de
herança. Cada um vem com uma desculpa e diz que Orunmilá lhe deixou o segredo. O
único que foi apenas lamentar a morte foi Exu. Orunmilá sai do esconderijo e proclama:
“Exu, é meu verdadeiro amigo!” e recebe o segredo do jogo.
Fiscalizador do Axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. Essa
tarefa lhe foi atribuída por Olodumarê.
Senhor dos mantras. Sempre que se emite uma vibração sonora, ele está presente.
Aprendiz de Oxalá.
Mito: não tem paradeiro. Gosta de viajar, andar na rua, de passear, de jogar e beber. Não
tinha nada e caminhava sem rumo por todos os lugares, até que parou na porta da casa de
Oxalá e lá permaneceu para aprender.
Mito: houve uma demanda entre Bara e Oxalá para que pudesse saber quem era o mais
forte e respeitado e Oxalá provou a sua superioridade ao se apoderar da cabaça de Bara
que continha o seu poder mágico, transformando-o em seu servo.
Não gosta de trabalhar e quando faz, é por algum interesse. Muda por conveniência
e tem jogo de cintura. Ex: pode "dar a própria roupa", fazer algum sacrifício para
obter algo.
"Come e regurgita".
OBS: Exu Yangi realiza a devolução do que foi introspectado por ele através dos ebós
efetuados. A oferenda é que permite manter a integridade de cada individuo, controlada
por Exu Elebô, que permite ao Exu acompanhante (Bara) exercer sua função de principio
dinâmico: de desenvolver e expandir a existência de cada pessoa.
Ajuntós: Exu Legba: com Oiá Timboá. Exu Lodê: com Iansã ou com Obá. Exu
Lanã: com Obá ou com Oiá. Exu Adaqui: com Oiá ou com Obá. Exu Agelú: com
Oxum Pandá e, asàs vezes, com Oiá.
Animal:
Arcanjo: não tem.
Arquétipo: lado matreiro e esperto. Sabe o que quer e usa de qualquer artifício
para alcançar o objetivo. Tem caráter ambivalente: é bom e mau, mas com
inclinação para a maldade, o desatino, a obscenidade, a depravação e a corrupção.
Inspira confiança e abusa disso. Tem compreensão dos problemas dos outros e
consegue dar bons conselhos. É proporcionalmente zeloso ao que recebe em troca.
Faz elucubrações enganadoras e instiga intrigas para lhe garantir êxito na vida.
sério e próspero ou mendicante, viciado (drogas, álcool, sexo), com doenças
venéreas.
Assentamento/Ibá: um pouco de tabatinga, onde são aterradas aridã, bejerekum,
imã, pedra laterita, iodo, casulo de bicho da seda, casa de marimbondo, navalha
sem cabo, faca afiada, favas tentos e garras, azougue, terra de encruzilhada, banco
de igreja, pó de ferro, pó de ouro, olho de lobo, otá, onde será infincado o tridente e
sua ferramenta. Usar ferros.
Atuação: puxa sempre algo a mais da pessoa, fazendo-a falar algo que não quer ou
que quer esconder. Fala algo para a pessoa ficar pensando e refletindo. Usa a
bebida para esquentar o corpo e provocar uma combustão interna para poder fazer
a pessoa exteriorizar.
Bebida/Libação: cachaça com qualquer bebida alcoólica forte. Absinto. Pomba-
gira: cidra.
Chakra: chakra raiz.
Conselho: ria com ele e não dele, pois ele pode rir de você e não com você.
Cor: todas as cores pertencem a Exu se juntas estiverem, porém suas preferidas
são o preto e vermelho e o azul marinho.
Corpo/Doenças: aparelho fonador. Rouquidão, dor de garganta. Aparelho sexual
masculino, testículos e pênis. Para dar potência: banana da terra com dendê. Para
problemas digestivos: carne seca com orobô.
Dança:
Dia da semana: segunda-feira. Recebe oferenda em todos os dias, menos na
sexta-feira. Pedir agô (perdão) a Oxalá para fazer algo neste dia.
Ditado: os fins justificam os meios.
Elemento: fogo e os 4 elementos. Para alguns, terra.
Erva/Ewé: urtiga (ájòfá). Unha de gato. Comigo-ninguém-pode. Fedegoso.
Carrapicho. Aroeira (àjobi). Mal-me-quer bravo (pèpé). Bredo sem espinho (tètè).
Tiririca (labre). Cançanção brando de leite (kenán). Arrebenta cavalo (kanan-kanan).
Beldroega. Mamona (awé lara). Unha de Exu. Pau d'alho. Brinco de princesa.
Figueira. Amoreira. Mastruço. Arrebenta cavalo. Erva de Santa Maria. Cacto. Picão
da praia. Bulbo da açucena. Amendoeira. Pinhão roxo. Bananeira. Cana de açúcar.
Hortelã. Todas as qualidades de pimenta.
Essência: Exu da Kalunga: cedro; Pomba-gira da Kalunga: patchouli; Exu da
Encruzilhada: canela e Pomba-gira da Encruzilhada: rosa vermelha ou verbena.
Família: filho de Iemanjá.
Fase lunar: não tem.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: Akotó (espiral em direção ao infinito).
Tem início, mas não tem fim. É a busca pela evolução até Deus. Ferro com vértices
(representando os 7 caminhos do homem: são bons = saúde, felicidade,
prosperidade, etc.), gorro, gancho e fogo, 7 ferros (ogós) ou setas voltadas para
cima. Tridente com uma suástica na haste: mostra o processo de vida e morte, o
construir e o destruir sucessivos. O tridente é brasileiro. Na África usa-se um rosto
em forma de caveira (tudo o que possa lembrar de algo que foi comido, deteriorado)
com um brinco. Búzio (representa a fertilidade do planeta): se horizontal = lembra
uma boca, se vertical = lembra uma vagina. Ogó (porrete com cabaças com formato
fálico). Usado para afastar os indesejáveis, os desafetos e punir os que tentam
burlar sua vigilância na encruzilhada. No Batuque: corrente, chave, foice, moeda,
búzios.
Festa: antes do Carnaval. 03/07 – Santo Antônio.
Flor: cravo vermelho e rosa vermelha.
Fruta: banana da terra. Cana. Limão. Amora. Abacaxi. Frutas cítricas em geral.
Habitat/Domínio: ruas, caminhos, cemitérios, porteiras e encruzilhadas. Aí se
invoca sua presença, se faz sacrifícios, se arreia oferendas e se faz pedidos para o
bem e para o mal, sobretudo nas horas mais perigosas (meio dia e meia-noite). A
noite é governada por Odu Oyeku Meji. Nesta hora não se deve estar na rua, ainda
mais nas encruzilhadas, mas se ocorrer, entrar em algum lugar e esperar passar.
cemitério (kalunga pequena), praia (kalunga grande), porta de banco, rua (via
pública), porteira, etc.
Hora: às 12, 18 e meia noite. Horários que sejam múltiplos de 7 e o próprio 7.
Lado negativo: irreverência.
Mensagem: ensina as pessoas a saberem o que querem: aprenderem a ter a vida
direcionada. Quer exteriorizar e valorizar a beleza, a sensualidade. Não tem
vergonha de se mostrar, de ser vaidoso, de querer brilhar. Sarcástico e irônico. Fala
dos vícios. Dá oportunidade às pessoas de se conscientizarem.
Metal: ferro e bronze. Para alguns, não tem por ser o elemento terra e só usam os
ferros nos assentamentos.
Nomes: além dos nomes que são epítetos e nomes de cidades onde há seu culto,
ele será batizado com outros nomes no momento de seu assentamento, ritual
especifico e odu do dia.
o Agbô: o guardião do sistema divinatório de Orunmilá.
o Woro: vem da cidade do mesmo nome.
o Onã ou Lonan ou Olonan: senhor e guardião dos bons caminhos. Abre e
fecha caminho. Conhecido como Exu do Caminho. A maioria dos terreiros o
tem. Seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim
achado por acaso.
o Tiriri: relacionado a Ogum e Oxoce.
o Akesan: responsável pela comunicação durante o jogo de búzios. Quando
exerce domínios sobre os comércios.
o Ijèlú ou Jelu: expande e multiplica. Ligado aos mistérios da terra: criação,
gestação e evolução. Nessa fase, regula o crescimento dos seres
diferenciados. Culto em Ijelu.
o Marabô: cumpre o papel de protetor. Ma (verdadeiramente), Ra (envolver),
bo (guardião). Também chamado de Barabô= Exu da proteção, não confundí-
lo com seu Marabô da religião Umbandista.
o Xeroquê ou Sorokê: Associado a Santo Antônio de Pádua. Festejado em
13/07. É apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele
que fala mais alto, portanto qualquer Orixá pode ser soroke.
o Lalu ou Lanu: aquele que vem. Dono da boca. Fala e traz a resposta.
Jovem. Cruzado com Oxoce e Logum-Edé.
o Yangi ou Oba Yangui: senhor da laterita vermelha. Velho. É o 1º. Foi
dividido em vérias partes segundo seus mitos.
o Agbá: senhor ancestral, epíteto referente a sua antiguidade.
o Igba Keta ou Igbaketa: senhor da 3ª cabaça. Ié o 3º elemento. Faz alusão
ao domínios do orita e ao sistema divinatório.
o Okoto ou Ikotô: senhor do caracol. Faz referência ao elemento ikoto que é
usado nos assentos. Esse objeto lembra o movimento que Exu faz quando se
move como um furacão.
o Oba Baba Exu: rei e pai de todos os Exus.
o Odara: senhor da felicidade. Providencia o bem estar. Elebo no padê. É
invocado. Fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.
o Ajonan: tinha seu culto forte na antiga região Ijesa.
o Maleke: o mesmo que o de cima.
o Osije: é o mensageiro divino.
o Eledú: responsável pelo Olodubajé. Estabelece seu poder sobre as cinzas,
carvão e tudo que foi petrificado.
o Monturo: responsável pelos doces.
o Enu Gbarijo: senhor da boca coletiva.
o Elegbara: senhor do poder mágico.
o Bara: senhor do corpo.
o Olodê ou Olobê ou Ol’Obe ou Lodê (junto com Yansã): senhor da faca.
Cor azulão. Domina a faca e objetos de corte. É comum assentá-lo para
pessoas que possuem posto de Asogun.
o Baraketu: guardião das porteiras.
o Alaketu: causador de acidentes. Cultuado na cidade de ketu onde foi seu 1º
senhor.
o Loko: como ele é assexuado, nessa fase tende ao masculino simbolizando
virilidade e procriação.
o Oguiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.
o do Lodo: senhor dos rios, função delicada dado a conflitos de elementos.
o Eleru: senhor da obrigação ritual. Senhor das oferendas. Carrega as
oferendas. É o transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.
o Elebô ou El’Ebo: possui as mesmas atribuições do Exu Eleru, mas com
caracterizações diferentes.
o Enugbarijo: nessa forma, passa a falar em nome de todos os Orixás.
o Alafia: senhor da satisfação pessoal.
o Oduso: o vigia dos Odus e guardião do jogo de búzios.
o Geri: relacionado a Oxum Ipondá.
o Giberin: relacionado à Oxaguian e Ossayn.
o Sigidi: só trabalha com homens. Não fala com mulheres.
o Alakêfó: relacionado à Nanã.
o Abenêkwá: relacionado a Oxum Ajagurá. Ligado a Oxalá.
o Barakesan: relacionado à Oyá.
o Igbarabô ou Ibarabô: relacionado a Xangô, Yemanjá e Ogum.
o Iná ou Inan ou Ian: conhecido como Exu Preto. Protege o terreiro. Associado
ao fogo (=inon). Usa vermelho. Invocado no início da cerimônia do padê ou
ipade, regulamentando o ritual.
o Enúgdanejo:
o Baranguajê:
Número: 1, 7 e múltiplos de 7.
OBS: se comer pimenta da costa e acaçá, nenhum feitiço encosta. Não existe filho
na Umbanda. No Candomblé pode, mas é raro. Normalmente é consagrado a
Ogum.
Oferenda/Ebó: come tudo. Pode dar um pouco de tudo que se dá aos outros Orixás
(sua fome é eterna). Farinha de mesa com dendê (farofa ou padê de dendê) ou com
marafo (padê = encontro). Pasta de cebola. Pasta de alho. No Batuque: pipoca,
milho torrado, 07 batatas inglesas assadas e azeite de dendê. Pomba-gira: usa-se a
cidra. Pipoca, obi vermelho, acaçá, aberem, mel, ataré (serve para proteção e livrar
a pessoa da morte. Comer 3 vezes ao dia), orogbô, carne seca. Enfeita-se com
rodelas de cebola (alubosa), dentes de alho ou com pimentas (atá) ou pimenta da
costa (ataré) feijão, inhame, cará. Borrifar com cachaça (otinigbe) para intensificar o
pedido que se quer. Também se intensifica com a força do cuspe, da saliva. Faz
para engravidar, para a fecundação e para tirar obstáculos do caminho.
Origem:
Patrono: comércio.
Pedra/Otá: estarourita (pedra da cruz). Laterita. Pedra vulcânica.
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: carregar objetos na cabeça.
Relacionamentos: quer aproveitar as coisas boas da vida. Pode ser infiel.
Sacrifício/Igbossé: bode. Frango. Cachorro. Gato. Cabrito. galo vermelho. pombo
cinza. galinha d'angola. Pato. Cabrito branco osco mais ou menos marrom.
Saudação: Araruê Exu! (o bem falante, comunicador), koba laroie seu mojubá
(meus respeitos). No Batuque: Alúpo ou Lalúpo.
Sincretismo: Santo Antonio (Ogum Xeroquê). Bará Lodê: São Pedro. São Benedito
com faz adjuntó com Obá. Bará Lanã: Santo Antônio do Pão dos Pobres. Bará
Adaqui ou Adague: Santo Antônio. Bará Agelú: menino no colo do Santo Antônio.
Situações: Fala da arte de negociar, da velocidade e da rapidez.
Tipos:
o Da Encruzilhada: em qualquer habitat da Natureza, na interseção dos
caminhos das praias, nas matas, estradas ou rios.
o Da Kalunga: trabalhos ligados à saúde.
Chefe dos caçadores (Olode). Entrega essa função mais tarde para seu irmão
caçula Oxoce, para partir em buscas de suas inúmeras batalhas. Isso é a afirmação
para quando se diz que, para assentar Òsòósí, temos que assentar Ogún e vice
versa. Era costume africano, quando os caçadores tinham que partir em busca de
suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo.
Poder da forja.
Orixá Ebora.
É temido na África.
Tem uma briga eterna com Xangô, trocando ironias e sarcasmos e pela disputa por
mulheres. Na maioria dos mitos essa briga é por Oxum.
Tem Obá como esposa.
Mito: antes da luta, consulta Ifá que lhe manda oferecer 200 espigas de milhos e muitos
quiabos pisados para obter uma massa viscosa e compacta para ser posta num canto do
local da luta. Quando estava quase perdido, Ogum a leva ao local e ela escorrega. Ogum
aproveita e a possui ali mesmo, se tornando seu 1º marido.
Vibra facilmente no ódio, raiva e ira. Aniquila o que o contraria e arma arapucas.
Tem sentimento em ebulição. Impaciente. Poder do sangue que ferve e da raiva que
cega. Quando irado, é implacável, destruidor e vingativo. Destrói e se arrepende
depois. Arrebatado, temperamental e passional. Impulsivo: sofre com o que foi
capaz de fazer. Questiona sua conduta: quer ser mais controlado nas horas de
cólera, mas quando vê, agiu antes da razão. Dificuldade de perdoar os que lhe
fazem mal. Ao saber que errou, se esforça em consertar seus erros. Explosivo, pode
mudar da calma ao extremo nervosismo e vice-versa.
Quer dominar, conquistar. Não gosta de pedir. Quando quer algo, toma. Se não
acontece como quer, quebra tudo.
Não pode ter vícios, principalmente a bebida (a vida despenca). Se for de Odi: pior
ainda. Se for de Osá: atrai viciados de todos os tipos.
Tem que trabalhar, se mexer. Lado negativo: não faz nada e tem ira.
Não tem limite. Quer brigar por brigar. Não quer saber se vai ganhar ou morrer.
É fácil de ser enganado. Se o outro souber pedir, cede. Depois vem a ira, a vontade
de se vingar e a revanche.
Mito: Oxum o embriaga com o mel e usa a dança para que faça o que ela quer.
Ajuntós: Ogum Avagã: com Oiá Timboá ou Oiá Dirã. Ogum Onira: com Oiá. Ogum
Olobedé: com Yansã. Ogum Adiolá: com Oxum Pandá ou Iemanjá Bocí.
Animal: cachorro.
Arcanjo: Samuel.
Arquétipo: É a energia da criação. É a força que inicia todos os processos,
presente no movimento, na ação e no impulso.
Assentamento/Ibá: 42 folhas de mariô e ossos de boi. Feito para adquirir força
para conquistar e os inimigos não possam ver ou prejudicar. 42 pregos pregados no
cará.
Atuação: para lutas, disputas e demandas. Dá a disposição, o ânimo, a coragem e
a vontade de lutar por um objetivo e para selecionar o que deve se levar e o que se
deve deixar para trás. Abre o caminho e faz com que se perceba o que levar e o que
deixar para trás. Poder do domínio dos caminhos. Abre e desbrava os caminhos:
para coisas entravadas. Dá a força para lutar e combater. Usar para realizar,
construir e não para brigar.
Bebida/Libação: vinho de palma. Cerveja. suco de cevada. Sumo de espada de
Ogum.
Chakra: terceiro
Conselho: seja honesto e leal a ele, pois pode-se tornar cruel ao se sentir traído e
enganado.
Cor: vermelho e branco. Azul escuro e verde. Vermelho e verde.
Corpo/Doenças: nervos, mãos, pulsos, sangue, estômago (gastrite, úlcera,
problemas de digestão), pernas, articulações (punho = vibra coragem), fígado,
cérebro (derrames), depressão. Cortes e ferimentos de faca ou bala. Dor aguda de
qualquer doença. Sistema nervoso e circulatório (principalmente na velhice). Ao se
sentir impotente ou derrotado, a circulação venosa falha e as veias entopem.
Dança: é feita de movimentos precisos e fortes, sempre avançando e nunca em
recuo. Traz uma espada ou 2 facas que abrem o caminho para dar passagem para
os outros.
Dia da semana: terça feira. Segunda-feira para Ogum Avagã. Quinta-feira para os
demais.
Ditado:
Elemento: fogo.
Erva/Ewé: folha de romã. Jabuticabeira. Espada de Ogum (ewe ida Orisa). Macaé.
Taioba. Alfavaca (orirín). Cipó chumbo. Papo de peru (jocomijé). Mariwo. Peregum.
Rama de leite. Obó. São Gonçalinho (alekesi). Erva prata. Capeba (jah). Folha da
costa (odundun).
Essência: açafrão.
Família: Filho de Yemanjá e irmão de Oxoce e Exu.
Fase lunar: nova.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: espada de ferro (IDÀ), faca (OBÉ),
bigorna, feixe de instrumentos de lavoura: ancinho, pá, enxada, machado, tesourão,
foice, picareta e martelo. Objetos cortantes (faca, facão, navalha, bisturi, gilete), de
ferro, martelo, lança, espada, prego, corrente e serrote. Instrumentos agrícolas
(ancinho, arado, foice).No Batuque: alicate, espada, faca, bigorna, búzios, moedas,
martelo, tenaz, lança, ferradura, entre outros.
Festa: 1ª segunda-feira de dezembro: Lorogum. Feita com folhas com as quais os
Orixás brigam entre si. No final, chega Oxaguiã e estende o Alá sobre todos,
chamando a atenção dos que brigaram e põe a paz de volta. Serve-se feijoada.
23/04 (São Jorge).
Flor: cravo vermelho, crista de galo, açucena rajada e palma vermelha. Espada de
Ogum. palma vermelha.
Fruta: morango. Manga espada. Cajá. Obi. Orogbô. Côco.
morango. Manga espada. Cajá. Obi. Orogbô. Côco.
Habitat/Domínio: estradas, encruzilhadas (Ogum Xeroquê), mata, cemitério (Ogum
Megê), praia (Ogum Beira mar), rio (Ogum Iara), cachoeira (cruzado com Oxum),
campinas, campos abertos. Estrada longa. Lavoura e colheita. Trilhos de trem.
Hora: nascer do sol. Das 3 às 6 horas.
Lado negativo: matar para roubar.
Mensagem: a vida exige que conquistemos nossos sonhos. As coisas fáceis não
têm valor. O aprendizado está em conquistar sem armas, sem brigas, sem
discussões. Deve ser feita através dos sentimentos de amor, de tolerância e
compreensão, tornando cada batalha uma batalha nobre.
Metal: ferro. Cobre. Aço.
Nomes: há vários nomes fazendo alusão à cidade onde houve seu culto como
Ogún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti etc. O Orixá possui vários nomes na África,
como no Brasil e com isso, ganha suas particularidades e costumes.
o Olodê: epíteto do Orixá. Destaca sua condição de chefe dos caçadores.
o Ogunjá ou Djá ou Je Ajá: é acompanhado por um cachorro. Tem
preferência em receber cães como oferendas. Mito: um deles o liga a
Oxaguiã e Yemanjá quanto a sua origem e como ele ajudou Oxalá em seu
reino fazendo ambos um trato.
o Masa: um dos nomes bastante comum do Orixá, segundo os antigos. É um
aspecto benéfico do Orixá quando assim ele se apresenta.
o Xeroquê ou Xorokê ou de Ronda ou Soroke: apenas um apelido que
ganhou devido a sua condição extrovertida, soro = falar, ke= mais alto. Tem
fundamento com Exu (ruas e encruzas). Não é o mais violento, mas é
bastante ardiloso, falso, temperamental e "barraqueiro". O lado Exu é
bastante forte. Passa 6 meses como Exu.
o Wari ou Warin ou Waris: Ogum + Oxum. Nessa condição, o Orixá se
apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os
antigos, a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se
aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.
o Onirê ou Onire: quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.
o Omenê:
o Alagbedé: nesse aspecto, assume o papel de pai do caçador e esposo de
Yemanjá Ogunte, segundo um de seus inúmeros mitos. É o ferreiro, mais
tradicional entre nós e mais cultuado no Brasil. Tem o domínio da metalurgia
e do ferro.
o Megê ou Meje: aspecto lembrando sua realização em conquistar a 7ª aldeia
que se chamava Ire (Meje Ire), deixando em seu lugar seu filho Adahunsi. Na
linha do cemitério. Dividido em 7 partes.
o Naruê: cemitério.
o Avanagã: junto com Exu.
o Iara: cruzado com Oxum = cachoeiras e rios.
o Beira Mar: cruzado com Yemanjá = mares.
o Sete Ondas: cruzado com Yemanjá = mares.
o Rompe Mato: cruzado com Oxoce = matas.
o Okô: guerreiro e conquistador.
Número: 3 e 7.
OBS: Na África usam o azeite de dendê e a água de coco para acalmá-lo. O mel
esquenta. usar a folha de mariô como proteção: o fio central corresponde à
ancestralidade e a carne da folha a descendência. Usar a carne central e colocar na
porta da onde quer proteção e pedir que os ancestrais te protejam.
Oferenda/Ebó: feijoada. Inhame e caracóis. Cará assado com dendê ou mel,
espetado com mariô. Asosô: feijão frito com coco. Feijão preto ou fradinho, regado
com dendê. Rodelas de tomate e folhas de mariô para enfeitar. Pimentão vermelho,
grão de bico, morango, guandu e manga espada. Petere: azeite de dendê, 7 grãos
de atarê, 1 pimentão ralado, bofe, coração, acém, cebola ralada, camarão seco,
bejerekun. Paliteiro: 21 palitos de dendezeiro, inhame cozido ou assado na brasa
com azeite de dendê e uma pitada de mel. Língua de boi: retirar a pele. É feita no
dendê, molho de igbin. Adalu: milho de galinha, camarão seco, cebola ralada, feijão
fradinho e urucum. Pasta de grão de bico. Pasta de tomate seco. Muitas são com
cachorros (Ogunjá). Batuque: pipoca, farinha de mandioca mistura com dendê e
costela de gado assada.
Origem: é o rei da cidade de Irê: ONIRÊ. Por algum tempo, também de Ilê Ifé.
Patrono: guerra (militar, indústria bélica), administrador, construtor, maneja
ferramentas (maquinista, barbeiro, funileiro, agricultor, etc.), metalurgia, da
tecnologia e das oportunidades de realizacao pessoal.
Pedra/Otá: granada, rubi.
Planeta: Marte.
Ponto cardeal: nordeste.
Proibição/Ewó: embebedar-se.
Relacionamento: quando apaixonado, não lida bem com a espera e a rejeição. Usa
de armadilhas para cativar seu amor e é muito fiel. Quer dominar o parceiro e é
autoritário. Nunca abandona seu lar e luta até o fim para que a relação dê certo.
Para ser feliz no casamento, precisa aprender a controlar suas emoções.
Sacrifício/Igbossé: bode, galo, galinha d’angola (conquem), caramujo (igbin),
pombo e cabrito. No Batuque: galo vermelho dourado e cabrito branco e 3 laranjas
de umbigo cortadas em cruz.
Saudação: Ogum yiê! (Salve Ogum), Ogum yiê pátakorí! (Salve Ogum o cortador
ou decepador de cabeças!), Ogum ja si ja si! (Ogum vai para a batalha ou guerra!).
Sincretismo: São Jorge (Rio) e São Sebastião (Bahia). Santo Antônio. Ogum
Avagã: São Paulo. Ogum Onira, Olobedé e Adiolá: São Jorge.
Situações: colisão de veículos, explosões, queda de objetos, calor das coisas,
despertar do relógio, martelada, corte com serrote.
Tipos:
o Na 1ª parte da vida trabalha a terra, caça e pesca. Mantenedor e protetor da
família. Fala da constância e do trabalho. Energia associada a Oxoce (ou
Odi), Erinlé (ou Ibualama), Logum Edé e a Otim, caçadores, donos da
vegetação e da fauna e a Oco, patrono da agricultura.
o Na 2ª parte da vida é guerreiro e conquistador. Fala da expansão, da busca
de novas fronteiras. Não tem compromisso com nada. Se sente sempre só.
Existe uma grande confusão em torno desse Orixá. É muitas vezes confundido com
Odé e Otim, pois em muitos mitos, aparecem juntos ou são misturados, já que todos
são caçadores.
Chamado de Oxotocaxoxô: o caçador de uma flecha só.
Mito: num ano de boa colheita, fez-se uma festa com inhame e vinho de palma. O pássaro
(èlèye) pousa sobre o palácio, lançando gritos malignos e fardas de fogo para destruir
tudo, pois não ofereceram nada às feiticeiras. Todos se apavoram, prevendo desgraças e
catástrofes. O rei chama Osotadotá (caçador das 50 flechas), arrogante e cheio de si, que
errou as investidas. Chama Osotogi (caçador das 40 flechas), que embriagado, as
desperdiça. Vem Osotogum (guardião das 20 flechas), um fanfarrão, que, apesar da fama
e destreza, atira em vão. Vem Òsotokànsosó, caçador de uma flecha. Sua mãe sabia que
as èlèye viviam em cólera e fez uma oferenda para apaziguá-las. Oxossi aproveita o
momento e dispara a flecha em direção ao pássaro, que ao abrir a guarda para receber a
oferenda, recebe a flecha certeira e mortal.
É irmão caçula de Ogum e aprende com ele a arte de caçar. Ogum lhe ensina a se
defender sozinho, se transformando em um grande caçador.
Bastante difundido no Brasil e em Cuba, mas pouco na África: a tribo que o cultuava
foi exterminada.
Caçador de almas.
Quer atingir um objetivo, mas precisa de segurança para fazer ou ir. O que
conquista tem que manter e dar continuidade. Se não der uso, perde tudo.
Cuidadoso com quem gosta e zeloso com suas coisas. Sabe tudo sobre elas: como
guardou ou como deixou. Sabe se alguém mexeu.
Não gosta de ser enganado ou que lhe digam uma coisa e depois, outra.
Ajuntós:
Animal: os sagazes (leopardo), os fortes (leão), os que se escondem (tatu).
Arcanjo: Ysmael.
Arquétipo: fala do lado sagaz da pessoa, de ser esperta, rápida, sempre alerta e
em movimento. É cheio de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de
novas atividades. Tem o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a
família. É generoso e hospitaleiro. Amigo da ordem, mas gosta muito de mudar de
residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de
uma vida doméstica harmoniosa e calma.
Assentamento/Ibá:
Atuação: mostra o jeito ardiloso de caçar: hipnotiza e examina para não falhar no
golpe.
Bebida/Libação: absinto é usado em feitiçarias. Água de coco. Água de coco com
açúcar mascavo. Aluwa (raspadura e água de feijão fradinho). Água do milho. Água
da canjica. Água da cachoeira ou poço com melaço. Suco de abacaxi.
Chakra: segundo.
Conselho: não o prenda para o ter sempre ao lado.
Cor: verde, vermelho e branco. Azul turquesa. Azul claro e branco (Ketu).
Corpo/Doenças: pernas, panturrilha, coxas, tornozelos, braços, pés. Peito (se
homem) e o inconsciente.
Dança: feita com o corpo ereto e esguio. Seus movimentos são elegantes, rápidos e
enérgicos. Imita os movimentos de uma caçada, ficando à espreita, com o arco e
flecha nas mãos.
Dia da semana: quinta feira.
Ditado:
Elemento: terra.
Erva/Ewé: aroeira branca, peregum, quebra pedra, guiné, akokô, eucalipto macho,
guiné cabocla, erva de Oxoce, folha de jurema, verbena, dracena, erva passarinho,
samambaia de caboclo, araçá, capim limão, açoita cavalo, amendoim, dandá da
costa, cabeça de negro, cana do brejo, cambucazeiro, sidra, guandu, jabuticabeira,
jatobá, jucá, mal me quer, onze horas e cróton.
Essência: sândalo.
Família: filho de Yemanjá e Oxalá. Irmão de Ogum e Exu.
Fase lunar: cheia.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: Irukerê ou Erukerê ou Eruexim ou
Iruxim: cetro feito com o rabo do touro. Representa os ancestrais. Afasta os Eguns.
Ofá: arco e flecha, ode mata, oge (chifres), apo (capanga).
Festa: 20/01 – São Sebastião. Quartinhas de Oxoce (Candomblé de Gantois).
Flor: margarida, lírio, girassol, antúrio vermelho, verbena, hibisco vermelho. A
palma vermelha também pode ser utilizada.
Fruta: uva. Pêra. Maçã. Ameixa. Côco verde. Abacaxi.
Habitat/Domínio: matas altas e florestas. Revoar dos pássaros.
Hora: das 6 às 9 horas.
Lado negativo: pai da mingua, da falta de provisão.
Mensagem: a verdadeira e incessante busca deve ser a nossa busca interior, a
nossa busca espiritual. Deve-se aventurar sim, sempre conservar a jovialidade da
alma, mas a sabedoria está em redescobrir, aperfeiçoar e solidificar a cada dia
nossas conquistas.
Metal: prata. Alguns: cobre.
Nomes: nem todos caçadores (Ode) recebem o título de Oxossi.
o Akeran: título.
o Nikati: um nome.
o Golomi: um nome.
o Fomin: um nome.
o Onipapô ou Onipabô: velho e violento. Tem culto a mais de um século no
país. Companheiro de Ogum. Usa capanga e lança. Vive no mato a caçar.
Come toda espécie de caça, mas gosta muito de búfalo.
o Orisambo: possui seu assentamento diferente dos demais.
o Echeui ou Echeue: seu mito o liga a Ossayn e, às vezes, a Oxalá, segundo
os antigos.
o Arole: uns de seus epítetos. Deus da caça. Veste-se com pele de animais.
o Obaunlu: segundo registros, há um assentamento deste Orixá aqui no Brasil
desde 1616 no axé de D. Olga de Alaketu. É considerado o patrono de ketu.
o Beno: um dos mais antigos. Tem assento em São Paulo, cidade considerada
emergente para tradições do candomblé Keto, com poucas casas antigas.
o Dana-Dana: aquele que ateou fogo ou roubou. Um dos mais perigosos
epítetos dado ao caçador.
o Odelodê ou Odê Fibô ou Ibô oi Igbô ou Odê Oxê Ewê: tem fundamento
com Ossayn. Se apresenta com calça (Ilá ou Xokotô). É um velho.
Número: 4 e 8.
OBS: na África, em certas regiões, é feminino. Toma o aspecto masculino no antigo
reino de Ketu. Segundo o verso desse mito, o caçador passa a ser a esposa de
Ogum: Oxossi L`Obirin Ogun = Oxossi é a esposa de Ogum. De Orixá secundário
na África, Oxossi passou a uma condição importantíssima no Brasil, sendo patrono
da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do Axexê. Alguns cânticos
fazem alusão a essa condição: Ode lo bi wa = o caçador nos trouxe ao mundo. Ijibu
Ode, Ikija, Agbeokuta, são alguns lugares onde houve seu culto.
Oferenda/Ebó: Axoxo: milho debulhado cozido com fatias de côco. Abado: igual ao
Axoxo, mas pode levar amendoim, frutas, espigas de milho inteiras ou milho
debulhado. Bochechinha de boi: fresca, cozida com obi ralado e azeite de dendê.
Orogbo. Fatias de coco com azeite de dendê. Lelê: canjica com côco ralado e erva
doce. Milho com cebola ralada. Feijão fradinho torrado. Feijão preto cozido, arroz e
inhame. Batete: cará fatiado cru com dendê. Ojojó: milho cozido com coco ralado,
mel ou azeite doce. Carne de porco, de bode ou de galo. Não gosta de feijão
branco. Tudo o que leve côco. Água de côco. Usar barro ou madeira: gamela ou
alguidar. Amendoim com casca. Cural. Pamonha. espiga de milho. Amendoim. Mel.
Cocada. Broa de milho. Bolo de milho com leite de coco. Pé de moleque. Curao.
Origem:
Patrono: caçadores, agricultores, do psiquismo, da mais alta espiritualidade e das
artes.
Pedra/Otá: quartzo verde, esmeralda e jaspe verde.
Planeta: Mercúrio.
Ponto cardeal: noroeste.
Proibição/Ewó: bebidas alcoólicas, cheiro de cebola, tangerina, feijão branco,
abóbora, peixe de pele, pano xadrez, ori (cabeça de animal), fruta do conde,
caranguejo. Apesar de gostar de mel (oin), milho e côco, não deve comê-los. Se
insistir, pode dar câncer no estômago ou no intestino.
Relacionamento: difícil de assumir compromissos sérios e por seu
desprendimento, parece ausente. Como marido, se esforça para encontrar a paz e a
alegria no lar, porém sua enorme vontade de mudanças e procura por novidades
podem trazer bases não sólidas e incomodar ao parceiro. Suas melhores parceiras
são as filhas de Oxum (espertas: lhes dá sensação de falsa liberdade) ou Nanã
(possuem paciência para aceitar suas aventuras).
Sacrifício/Igbossé: galo carijó, galo branco, etu (galinha d’angola), pombo branco,
bode, tatu, gambá, coelho, porco, ajapá (cágado).
Saudação: Okê (aquele que grita) ou Arô! Bossi Arô. Arolê. Bi. Au’ngulodê. Ode
koké maó.
Sincretismo: São Sebastião no Rio e São Jorge na Bahia.
Situações: a busca pela caça, por seu objetivo. Pede-se seu auxílio para solucionar
problemas no trabalho e desemprego. Por suas ligações com a floresta, pede-se a
cura para determinadas doenças e por seu perfil guerreiro, a proteção espiritual e
material.
Tipos:
Ajuntós: Odé Linde. Odé Jubim. Odé Emí. Odé Avagan. Odé Lobomí. Odé Ridê.
Odé Tola. Odé Olobomí. Odé Fabiorô.
Animal: galo pintado, pombo escuro ou branco, porco e peixe pintado.
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação:
Bebida/Libação:
Chakra:
Conselho: jamais pode ser esquecido, pois se sente excluído e abandonado e não
perdoa facilmente uma falta como esta.
Cor: azulão ou azul forte e branco.
Corpo/Doenças: pulmão e garganta.
Dança:
Dia da semana: sexta-feira, pois é o dia da Iemanjá, que é mãe de Odé, para
outros, segunda-feira.
Ditado:
Elemento:
Erva/Ewé: folha de araçá. Butiá.
Essência:
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: flecha com arco. Lança. Estilingue.
Bolinhas de gude. Funda. Bodoque. Moedas. Búzios. Representado por um menino
portando arco e flecha.
Festa: 21 de Janeiro.
Flor: lírio roxo.
Fruta: uva preta, maçã, butiá e araçá.
Habitat/Domínio: mata e praia.
Hora:
Lado negativo: temperamental. Quando está com raiva pode até ficar perigoso.
Aborrece-se fácil e por qualquer motivo. Narcisista, egoísta, vaidoso a ponto de
achar que é o melhor em tudo.
Mensagem:
Metal:
Nomes:
o Wawa: epíteto do caçador. Não se tem notícia do seu culto no Brasil.
o Wale: epíteto do caçador. Não se tem notícia de seu culto no Brasil.
o Oregbeule: é um Irunmalê, portanto acima do Orixá. Foi um dos
companheiros de Oduduwa em sua chegada na Terra, segundo sua
mitologia.
o Otin: sua lenda o identifica ora como uma caçadora ora como um caçador,
contudo sua ligação com Ossosi é um fato, pois Otin se apresenta sempre
junto com ele, a ponto de serem confundidos. Às vezes, aparece como um
menino. Veste-se de azul. Usa capanga de coelho. Falaremos mais coisas
abaixo.
o Karo: é um caçador que também mora às margens do rio. É irmão de
Iguidinile.
o Ologunede: (Olo = senhor, gun = guerra, Ede = lugar na África). É o chefe de
guerra de Ede (título ganho quando seu pai o entregou aos cuidados de
Ogún). É filho de um caçador, Erinle. Tem como mãe Oxum Iponda. O posto
de axogun, a priori, surge do mito que o liga a Ogún, companheiro de seu pai.
o Alade: o príncipe coroado.
o Ibain: nome de um caçador homenageado nos cânticos de Ologun. Ele é o
verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto.
o Oba L`Oge: um outro nome. É da região de Ijesa.
o Erinle ou Enrilê ou Inlê: outro caçador confundido com Osossi no Brasil.
Seu assento é completamente diferente dos demais, pois é um Orixá do rio
do mesmo nome, que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontramos seus
mitos no Odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara. Sua esposa é Abatan. É
considerado médico e ela, enfermeira. São representados pelo pássaro. Seu
culto antecede o de Ossayn. Ibojuto é a sua própria reencarnação. É
representado pelo bastão que vai no seu assentamento (tem a mesma
importância do Ofá de Ossosi). Tem uma filha chamada, Aguta (às vezes se
apresenta como irmã). Sua mãe é Ainan. Ode Otin se apresenta como sua
filha às vezes e aí, ele é representado por uma enguia. Temos Boiko como
seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil, o ligam a
Iemanjá, pois segundo sua lenda, é pela boca dela que ele fala. Mito: ela
teve um romance com ele e assim, ele conheceu os mistérios do fundo do
mar. Ela cortou sua língua e, desde então, é sua mensageira. É um Orixá
andrógino e considerado o mais belo dos caçadores. É também dito um
guerreiro. Para alguns, é o rei de Ketu e usa ofá, mas se veste de couro, com
chapéu e chicote. Em momentos de desespero, era comum ele se bater com
sua chibata de cavaleiro (BILALA).
o Ibualama (a agua profunda): outra versão para Erinle, quando ele se
apresenta mais ao fundo do rio. Há um templo com esse nome na África
fazendo alusão ao seu fundador. Aliás, há vários templos, mas todos são de
um Orixá só: Erinle. Nessa situação, o caçador traça outro caminho e pactua
seus mitos com Omolu, Oxumare, Nanã, etc. A montagem de seu Igba (cuia)
também difere de um simples alguidar com um ofá para cima. Tem
fundamento com Omolu. Aparece com uma caveira no lugar do rosto. Foi
preso no fundo da cachoeira por Oxum Ipondá. Pai de Logum Edé. Come
frutos do mar e peixe. Não tolera carne.
Número: 04, 08, 16, 32, 180 ou 7 e seus múltiplos.
OBS: no Batuque, é o Orixá que corresponde a Oxossi no Candomblé.
Oferenda/Ebó: farofa doce com costela de porco assada com mel. Cocadinha.
Merengue. Costela de porco e feijão miúdo.
Origem:
Patrono: protetor das matas e dos animais silvestres e selvagens.
Pedra/Otá:
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: mel.
Relacionamentos: amante irresponsável. Ama a liberdade. É ciumento, possessivo
e inseguro.
Sacrifício/Igbossé: não se sacrifica para Odé sem dar para Otim. Os animais são
os mesmos, mudando apenas o sexo.
Saudação: oque bambo Odé.
Sincretismo: para alguns, Odé e Otim são representados como um casal de índios
esculpidos na madeira. São Sebastião.
Situações:
Tipos:
OTIM .
Tinha 4 seios e sentia muita vergonha disso.
Casou-se com Odé, que prometera que nunca zombaria desse seu problema. Em
troca, pediu que ela nunca colocasse mel de abelha em sua comida (seu Euó).
No Batuque, são cultuados juntos, formando um casal inseparável, onde está Odé
está Otim.
Odé tem fama de generoso e bom, segundo Érico do Ogum: "ele caça, mas fica com
pena e remorso e dá a caça a Otim que come tudo rapidamente, sendo apelidada de
gorda".
Ajuntós: Anidon, Dígala, Obérémi, Emí, Aridã, Tola, Olobomí, Renique, Talabí, Iborô.
Animal: galinha pintada, casal de galinha d'angola, porca.
Arcanjo:
Arquétipo: espertos e com iniciativa. Gostam de descobertas e novidades.
Assentamento/Ibá:
Atuação: amarração e demanda. São Orixás da fartura e dos excessos.
Bebida/Libação:
Chakra:
Conselho: não falar dos seus seios.
Cor: azul claro, azul forte e rosa
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Ditado:
Elemento:
Erva/Ewé: folha de araçá. Butiá.
Essência:
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: Flecha com arco. Lança. Estilingue.
Bolinhas de gude. Funda. Bodoque. Moedas. Búzios. porta um cântaro que carrega
na cabeça.
Festa: 21 de Janeiro.
Flor: lírio roxo.
Fruta: uva preta, maçã, butiá e araçá.
Habitat/Domínio: mata e praia.
Hora:
Lado negativo:
Mensagem:
Metal:
Nomes:
Número: 04, 08, 16, 32, 180 ou 7 e seus múltiplos.
OBS: seus filhos são quase inexistentes, pois na mitologia, ela não teve filhos, dando
assim as cabeças dos filhos para Odé. Com o passar dos tempos já se nota a
existência de filhos de Otim, caso raro e absurdo para muitos Pais-de-Santo.
Oferenda/Ebó: farofa doce com costela de porco assada com mel. Cocadinha.
Merengue. Chuleta de porco e feijão miúdo.
Origem:
Patrono: protetora das matas e dos animais silvestres e selvagens.
Pedra/Otá:
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó:
Relacionamentos:
Sacrifício/Igbossé: não se sacrifica para Otim sem dar para Odé. Os animais são os
mesmos, mudando apenas o sexo.
Saudação: oque bambo Otim ou oké aro.
Sincretismo: para alguns, são representados como um casal de índios esculpidos na
madeira. Santa Rita de Cássia ou Santa Bernadete ou Santa Efigênia.
Situações:
Tipos:
Também é dito que é um órfão que brotou do chão, como uma semente.
Para alguns, é masculino, como no Ilê Opô Afonjá e para outros, é mulher, como no
Gantois. Neste caso, come cabra.
Detém o poder das plantas e folhas litúrgicas, que são imprescindíveis nos rituais,
nas obrigações de cabeça, na feitura, na iniciação, no encantamento das ervas
(Ofó) e nos assentamento de todos os Orixás através do omieró ou abô (banho feito
de ervas), assim como sobre todas as cabeças. Recupera esse poder, através de
Oxumarê, que lhe dá o dom do movimento de germinação. Poder da feitiçaria e dos
mistérios da vida, pois realiza o ciclo de vida e de morte das folhas.
Mito: Orunmilá foi ao céu apanhando todas as folhas. Ao chegar, Olódùmaré pergunta o
que faria com elas. Disse que as usaria para ajudar os homens. Na volta, ao chegar à
pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (que fica no meio do caminho), encontra Ossayn e lhe
pergunta aonde ia. Diz que ia ao céu buscar folhas e remédios. Decide dar-lhe suas ervas,
ensinar-lhe os nomes, para que usar e deu-lhe todo o poder sobre elas (guarda numa
cabaça pendurada num galho de árvore). Um dia, Xangô se queixa a Oyá que só Ossayn
conhecia o segredo das folhas. Oyá agita a saia e um vento violento começa a soprar,
derrubando e quebrando a cabaça de Ossayn. Ao perceber, gritou: Ewéo! (as folhas), mas
não pôde impedir que os Orixás pegassem as folhas e as dividissem entre si, mas como
não sabem como usá-las, até hoje precisam dela em seus rituais.
Orixá Ebora.
Exerce suas funções interligadas a Exu composto ao mesmo tempo em que ele.
Está sempre acompanhado pelo Exu Sasaneji.
Não gosta de falar com as pessoas. Possui uma voz estranha, imitando o grito do
pássaro (kiá, kiá).
Mito: tem um pássaro mensageiro (ATIORÔ), que vai a toda parte, pois Ossayn não gosta
de sair da floresta. Este se empoleira em sua cabeça e lhe relata os fatos.
Mito: na floresta, Ossayn conheceu o gnomo de uma perna só que fuma cachimbo,
chamado Aroni.
Mito: Ossayn não conta seus segredos pra ninguém. Quem fala por ele é Aroni, seu
criado. Ele é quem intui o Babalossaim a combinação certa das ervas. Para invocar Aroni,
colocar fumo de rolo em cima de uma brasa e quebrar um ovo. Ele deu uma folha a cada
Orixá, mas como cada uma tem seu axé e Ofó (cantigas de encantamento sem as quais as
folhas não funcionam), precisam dele.
Orixá das plantas medicinais. Zela pela saúde das pessoas. Sem sua ciência,
nenhum remédio mágico funciona. Vinculado à Medicina, Florais de Bach e a
Homeopatia.
Gosta se relacionar, mas em casa. Convida sempre. Quer ficar num lugar conhecido
e seguro.
As pessoas com defeitos físicos nas pernas ou que não possuem uma delas quase
sempre estão ligadas a ele. Ele se apresenta sem uma das pernas (fica encolhida,
como se não a possuísse).
Equilibrado. Controla tanto as emoções como os sentimentos. Age de modo
racional, não deixando que a amizade, a inimizade ou opiniões próprias interfiram
em suas decisões para com os outros.
Não gosta de ficar preso ao mesmo lugar, procura sempre estar viajando, livre como
a folha que o vento leva, mas gosta de poder voltar para casa.
“Canto de Ossayn” é usado para conseguir o que quer, é num jeito doce e ingênuo,
mas que esconde suas reais intenções: descobrir o segredo ou punir.
Era pobre, sem ter o que oferecer, mas fica rico e próspero.
Mito: ofereceu a Olodumare o que tinha: uma abóbora e ele a rejeita. Ao abrí-la, encontra
muita moeda dentro.
Ajuntós:
Animal:
Arcanjo: Ysmael.
Arquétipo:
Assentamento/Ibá: ervas, frutas, raízes maceradas, vinho moscatel, azeite doce e
mel. Para Aroni: algodão.
Atuação: problemas de saúde, liberdade, expansão e fortalecimento das energias
básicas.
Bebida/Libação: infusão de guaco. Suco de hortelã.
Chakra: segundo.
Conselho:
Cor: verde e rosa. Verde e branco. Verde e amarelo. Branco rajado de verde.
Corpo/Doenças: ossos, nervos e músculos. Problemas nas pernas, panturrilhas,
coxas, tornozelos e pés. Falta da perna. Braços.
Dança:
Dia da semana: terça feira e quinta feira.
Ditado:
Elemento: ar.
Erva/Ewé: guaco, eucalipto fêmea, folha da pitanga, folha da goiabeira, cana do
brejo e folha do cajazeiro e folhas em geral.
Essência: guaco.
Família: filho de Oxalá e Yemanjá ou de Nanã. Irmão de Oxumaré, Ewa e
Obaluayê.
Fase lunar: cheia.
Ferramenta/Adereço/Instrumento: OPÁ: haste de ferro com 7 pontas apontadas
para o céu tendo na ponta central um pássaro. Ornado com folhas de latão. Cajado
com formato de árvore. Sineta de ferro com haste comprida enfiada numa semente
(Ossum). A haste é fincada no chão, ao lado do ossum do babalawo. é comum
carregar os Atós, que são pequenas cabaças onde leva suas infusões e fórmulas
mágicas. Coroa de metal prateada, ornamentada por um pássaro.
Festa: 12/06, 05/10.
Flor: rosa cor rosa, flores do campo e jacinto.
Fruta: jambo. Caju. Goiaba. Manga rosa.
Habitat/Domínio: clareira nas matas e florestas virgens.
Hora: das 6 às 9 horas.
Lado negativo: mantém o domínio, o controle e a dependência. Lição: aprender a
usar o poder sem querer dominar, pois tem tendência a manipular.
Mensagem:
Metal: cobre, estanho.
Nomes:
o Baba Ewe: também é assim chamado.
o Asiba: epíteto do Orixá.
o Ibeneji: é o mais velho. Usa mel e favo.
o Ikinesé: usa cachimbo e facão niquelado ou de prata.
o Ewé Dudu: novo. Usa folha da costa. Fundamento com Oxum.
o Ewé Rinrin: novo. Usa alfavaca. Fundamento com Oxum.
Número: 1 e 7.
OBS: Filhos Iniciados: Olóòsayin ou Onîisègun = Baba Ossayn ou Baba Euê
(curandeiro): só homem pode exercer essa função. Sabe como colher, encantar,
macerar e lavar as folhas.
Oferenda/Ebó: batata baroa. Folha de hortelã. Abóbora recheada com sumo de
ervas, fumo e mel. Espiga de milho com mel. As frutas não cítricas. Canjiquinha.
Pamonha. Farofa de fubá. Feijão. Inhame. Farofa de dendê com sal. Amendoim
torrado sem casca. Feijão preto e fradinho torrados. Milho vermelho cozido com sal.
Amiyan: mingau de farinha de acaçá com canela ralada e 3 pitadas de sal. Obi.
Orobô. Colocar moedas dentro da abóbora. Curao.
Origem: Iraô (Nigéria).
Patrono: da natureza e da ecologia. Tem cuidado com os animais e com a
natureza. Religião e cultura. Da paz e da medicina.
Pedra/Otá: turmalina melancia, esmeralda e quartzo verde.
Planeta: Mercúrio.
Ponto cardeal: noroeste.
Proibição/Ewó: assobiar, comer raízes.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé: galinha arrepiada, galo carijó, itu, pato, codorna, bode, veado,
porco do mato, ouriço cachoeiro, capivara.
Saudação: Ewe Assa (as folhas funcionam); Euê Ô, Euê Uassa; Ewé o Asa (que as
folhas me ajudem, me protejam).
Sincretismo: São Francisco de Assis e Santo Onofre (12/06).
Situações:
Tipos:
Orixá fun-fun.
Por ser desprovida de beleza exterior, é uma yabá discreta chegando ao ponto de
se esconder.
1ª esposa de Oxalá.
Mito: foi a 1ª Iabá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogênito,
nascido com várias doenças de pele. Não admitia cuidar de uma criança assim e
abandonou-o no pântano. Ao saber, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, que nasceriam
anormais e a baniu do reino, ordenando que fosse viver aonde abandonou seu filho.
É uma das Iabás mais temidas, tanto que em algumas tribos, quando seu nome era
pronunciado todos se jogavam ao chão. Em muitos terreiros não iniciam Omo
Nanan (filho), preferem fazer como Omolu e assentar Nanã. Existe também
dificuldade em alguns lugares com os homens, por causa do pênis, ewó de Nanã.
Senhora das doenças cancerígenas. Está sempre ao lado do seu filho Omolu.
É anterior a Mahu e Lissa, aos quais teria dado origem em associação com a
"serpente do Universo" Dan Aido Hwedo.
Para os ewes e minas, é vista como um Vodun masculino (Nanã Densu), esposo da
grande mãe das águas Mami Wata.
Não se aventura na vida. Sabe o momento certo e a hora para agir, pela
experiência e sabedoria.
Único Orixá a não reconhecer a soberania de Ogum (dono dos metais) e se recusa
a pedir licença a ele (considerado o Oluboé = senhor da faca).
Mito: inconformada em pedir licença para Ogum nos sacrifícios, Nanã diz não precisar
dele, pois se julga mais importante que ele. Ogum diz: quero ver como vai comer sem usar
a faca para matar os animais e Nanã aceita o desafio e nunca mais usou faca. Nada pode
ser feito com lâmina de metal. Usa faca de madeira ou usa a mão
Ajuntós:
Animal:
Arcanjo:
Arquétipo: pessoas que agem com calma, benevolência, dignidade e gentileza.
Pessoas lentas em cumprimento de seus trabalhos e que crêem ter a eternidade
para terminar suas tarefas. Gostam das crianças e os educam com excesso de
doçura e tranqüilidade, pois possuem a tendência a comportar-se com a indulgência
dos avós. Agem com segurança e majestosidade. Suas reações são bem
equilibradas e a pertinência de suas decisões as mantêm sempre no caminho da
sabedoria e da justiça.
Assentamento/Ibá:
Atuação:
Bebida/Libação: suco de uva espremida.
Chakra:
Conselho:
Cor: lilás. Roxo. Branco. Azul. Preto.
Corpo/Doenças: aparelho circulatório: flebites, varizes, câimbras, formigamentos,
estrias. Ossos: artrite e reumatismo. Cravos e espinhas,
Dança:
Dia da semana: na Umbanda: sábado. Terça-feira. Segunda feira.
Elemento: água + terra = faz a lama.
Erva/Ewé: folha de berinjela. Vassourinha.
Essência: narciso. Limão (serve para o exorcismo).
Família: mãe de Omolu, Iroko, Ewá e Ossayn.
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento: IBIRI ou IBIÚ ou EBIRÍ: seu cetro e arma. É um
feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e é enfeitado com búzios.
Vassoura: serve para varrer o mal para longe. Chifre de marfim (OBÉ): usado
durante o ritual de Adoxu para raspar o filho. Vassoura (varre o mal para longe).
Festa: 26/07 – Nossa Senhora de Sant’Ana.
Flor: palma roxa. Monsenhor. Rosa vermelho escuro.
Fruta: abacaxi.
Habitat/Domínio: pântano e lama. Lodaçal, lamaçal, lodo. Tudo o que estiver em
estado de putrefação. Águas das lagoas paradas, escuras e lamacentas. Mangue.
Barro. Cemitério. Chuva.
Hora: 21 às 24 horas. Após as 3 horas e antes do sol nascer (ebó do desespero).
Lado negativo:
Mensagem:
Metal: nenhum.
Nomes:
o Igbayin ou Iyabahin: dona da Terra. Senhora dos 7 braços.
o Salare:
o Asainan: sem culto no Brasil.
o Ajunsun: é o rei de Savalu, assim como Dangbe é o Rei do Gege, portanto
são nomes que dão origem as suas formas.
o Buruku: a mais velha. A verdadeira Deusa da morte. Veste-se de branco,
roxo ou lilás.
o Tinelokun: mais nova. Tem seu culto quase extinto.
o Igbá: assento feito numa cabaça.
o Anandilê: associado a Oxumarê.
o Inshedalê ou Inselê: culto extinto. É a Senhora que deu a Oxalá o barro
para a confecção dos homens. É a Nanã primordial.
o Dijiketú: rígida ao máximo.
Número: 3, 8, 11 e 13.
OBS: na parte leste da África: semelhante a Omolu. Na parte oeste da África:
totalmente diferente de Omolu. Todos os Orixás possuem uma representação jovem
e uma velha. Com Nanã não existe. É raro.
Oferenda/Ebó: farinha de milho. Acaçá. Farofa de amendoim torrado. Aberém
(milho torrado com açúcar e mel) na folha de mostarda. Mingau de farinha de acaçá.
Efó (latipa). Língua de vaca. Mostarda. Caruru. Bredo sem espinho. Espinafre.
Acrescenta-se camarão seco, cebola ralada e dendê. Farofa de ori. Pirão de peixe
na folha de mostarda. Peixe cozido com pouco sal. Pipoca com água de coco.
Feijão preto com couve. Feijoada. Camarão seco e cebola ralada. Inhame cozido
cortado em rodelas e frito na cera de ori. Egbô com ovos. Obi. Orobô. Cacho de uva
rosada amarrada com fita roxa e vela roxa. Paçoca esfarelada. Berinjela em
pedaços cozida no dendê com temperos (cebola, alho, pimenta, camarão). Mingau
das almas (creme de arroz ou farinha de mandioca). Arroz com folha de mostarda
(língua de vaca). Inhame descascado e cozido no dendê com temperos. Em louça
de barro com flor em cima. Pasta de berinjela.
Origem:
Patrono:
Pedra/Otá: ametista.
Planeta:
Proibição/Ewó: os sacrifícios não utilizam facas e não pedem licença para Ogum.
Preá. Cabra. Galinha.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé: rã (não é sacrificada, e sim solta), cabra cinza, galinha branca
caipira, galinha d’Angola, pato, pombo branco e águia.
Saudação: Saluba! (dona do pote da terra).
Símbolo:
Sincretismo: N. Sra. De Sant'Ana. 26/07. Nossa Senhora da Boa Morte.
Situações: morte, vida, reencarnação, medicina, doenças, chuvas, enchentes,
deficiência visual, pessoas desabrigadas e idosas.
Tipos:
Essa divisão se faz de acordo com a fase em que estava, pelo grau de vaidade que
tinha e se foi antes ou depois de ter abandonado Omolu à própria sorte.
o Ananbukú: a mais velha de todas. Vive em estado de putrefação.
o Buruku: velha.
o Buruquê: mais nova. Fica de pé.
Divindade da vida: as que traem ao mundo.
Divindade da morte: as que levam.
Chamado de “O Velho”.
Obaluaê (dono da terra), Omolu (filho do senhor. Obá = senhor ou dono. Ilú = da
vida. Omo = rei), Sànponá ou Sakpatá (deus da varíola). Xapanã = doença,
epidemia. Era proibido falar este último nome.
Um dos mais temidos Orixás. Deve-se tocar o chão ao pronunciar seu nome, em
sinal de reverência.
Mito: era um guerreiro terrível seguido de suas tropas. Percorria o céu e os quatro cantos
do mundo. Massacrava sem piedade os que se opunham à sua passagem. Seus inimigos
saíam dos combates mutilados ou morriam de peste.
Seus filhos têm rosto anguloso, tronco pequeno e, na maioria das vezes são magros
e altos. Normalmente os filhos são marcados pelo corpo, com pequenas feridas,
espinhas, manchas e secreções que assim como aparecem, desaparecem, ficando
neste processo pelo resto da vida.
Está sempre coberto por uma roupa feita com palha da costa (AZÊ). Não se deve
olhar para ele, pois possui um aspecto repulsivo. Ao olhá-lo, pode-se ter
conseqüências desagradáveis.
Mito: tem rosto e corpo cobertos para esconder as marcas da varíola. Em outros mitos, já
curado, não poderia ser olhado de frente por ser o próprio brilho do sol.
Cuida dos pós sagrados: Efun (pemba branca = divino), Ossum (vermelho =
sangue) e Uagí (anil = terra).
Reservado. Não fala da própria vida. Chega a ser esquisito por seu comportamento
controlado e disciplinado, detestando peti e escândalo.
É voltado para o outro para ser aceito. Aprender a atender o desejo do outro sem se
prejudicar.
Somatiza doenças.
Se atrai por pessoas que sejam extrovertidas, expansivas, que brilham, mas sente
ciúme, por esses serem alvos do interesse dos outros. Quer que o outro brilhe para
que possa ficar nos bastidores.
Sofre e aprende com seus erros. Está sempre mudando, aceitando novos conceitos.
Adjuntós: Xapanã Jubeteí: com Oiá ou com Obá. Xapanã Belujá: com Iansã ou
com Oxum Olobá. Xapanã Sapatá: com Iansã ou com Obá.
Animal: besouro.
Arcanjo: Uriel.
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação: problemas de saúde, cirurgias e trabalhos de magia. Equilíbrio.
Bebida/Libação: água de arroz.
Chakra: primeiro.
Conselho:
Cor: preto e amarelo ou dourado. Preto, vermelho e branco. Vermelho, preto,
branco e amarelo. Vermelho e preto (Sakpatá ou Xapanã): fundamento com Exu.
Preto e branco (os outros). Preto, vermelho e branco (Obaluayê).
Corpo/Doenças: fígado. Problemas nas vísceras. Vômito. Enjôo. Problemas de
pele (dificuldade da troca e de contato). Descamação. Rachaduras cutâneas.
Dentes. Problemas nos ossos e nas articulações.
Dança: curvado para frente, em simbolismo às dores que o atormentam e para
fazer o contato com a terra. Em outros momentos se eleva ao céu, simbolizando a
cura e o contato com o céu. É um Orixá ligado à força da terra, mas transforma o
que da terra colhe e leva ao céu. Sua dança é forte, se utilizando de saltos e
fazendo mexer os ombros. Quando em transe, o médium assume um rosto
“murchado”. Rum (momento de aparição do Orixá paramentado): dança e com
gestos, vai cavando seu túmulo. Tem um canto específico para quando ele está
macerando as ervas para seu próprio funeral e depois, cai morto. É coberto com o
Alá e depois, se canta para acordar seu corpo (ressurreição de Obaluaye): age maá
inôn ô pa ada (Ágüe não quer o fogo e nem o facão que o mata).
Dia da semana: segunda-feira.
Ditado:
Elemento: terra.
Erva/Ewé: losna. Cedro. Cipreste verde. Saco-saco. Erva de bicho. Assa peixe.
Babosa. Cordão de frade. Canela de velho. Canela de macaco. Folha de São
Roque. Taioba. Alfavaquinha. Cana do brejo. Velame.
Essência: cravo (para manter o equilíbrio) e menta (para restabelecer o equilíbrio).
Família:
Fase lunar: nova.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: XAXARÁ: feixe de ramos de palmeira.
Pode ser de mariô. Espécie de vassoura que varre as doenças. Dentro: os segredos
ocultos da cura e das transformações. É um cetro de mão: capta as energias
negativas e as doenças e as transforma. Traz a força de Deus. É enfeitado com
búzios: é a parte do Todo: cada filho que se junta e forma o ancestral. SAWORÔ
(guizo). OKÔ (lança com seta). AZÊ (cobertura de palha da costa). Barajá vermelho
ou Lagdibá preto (rabo de elefante ou chifre de burro) ou Brajá (com búzios
marrons). ATÓ (cabaça) que carrega água e folhas.
Festa: Olubajé = banquete do Rei. Na 1ª terça feira de dezembro. É oferecido aos
visitantes, numa folha de mamona, um punhado com as oferendas de todos os
Orixás. Após comê-la, a pessoa deve passar a comida por cima do Ori e mentalizar
que todas as doenças presentes e futuras desapareçam e que a saúde se instale e
permaneça. Sabagé (oração à Omolu). Dizer todas as segundas feiras de agosto.
Distribuir pipoca, água e Obi. Fazer às 18 horas. Ingenha.
Flor: palma lilás. Agapanto roxo ou qualquer flor branca.
Fruta: frutas de plantas trepadeiras: uva, maracujá, etc. Abacaxi. Fruta de conde.
Graviola. Abacate.
Habitat/Domínio: cemitérios, grutas e hospitais. Tudo o que existe debaixo da terra.
Hora: 12 horas ou com sol forte. Das 21 às 24 horas.
Lado negativo:
Mensagem: trabalhar o autovalor. Viemos ao mundo para transformar, a nós
mesmos e aos que estão a nossa volta. A verdadeira transformação se dá com a
busca do conhecimento. Assim, entendemos que viemos ao mundo para sermos
felizes e prósperos, e que o mesmo conspira sempre ao nosso favor.
Metal: chumbo.
Nomes:
o Agoro:
o Telu:
o Azaoni:
o Jagun:
o Possun:
o Arawe:
o Ajunsun:
o Afoman:
Número: 7 e 11.
OBS:
Oferenda/Ebó: abacaxi (deixar a coroa) e espetar pipoca (feita com areia da praia)
banhada com dendê. Colocar num alguidar de barro ou em louça branca. DOBURÚ
(pipoca). Bolo de feijão preto e farinha de rosca. Inhame pilado. Purê de inhame
(com casca). Arroz papa. Farinha de milho com dendê. Amendoim torrado com
dendê. Feijoada. Tutu. Tiras de coco. Alimentos brancos em geral. Cabrito. EKÓ
(acaçá: mingau de milho branco). Mingau das almas (com creme de arroz). O
mingau é colocado numa folha de bananeira aferventada e amarrado com palha da
costa. Obi fun-fun. Aberen. Acarajé. Farofa de ori. Latipá (folha de mostarda, língua
d vaca, espinafre, caruru, breo de Santo Antônio) com dendê, camarão seco e
cebola ralada. Miolo de boi com camarão seco e cebola ralada. Mocotó. Egbô
(canjica de Oxalá). Gengibre. Arroz. Bolo de abacaxi.
Origem:
Patrono: por reger as profundezas da terra: agricultura, as raízes, garimpeiros,
mineiros. Rege os sentidos.
Pedra/Otá: ônix. Pérolas.
Planeta: Saturno.
Ponto cardeal: leste.
Proibição/Ewó: frutas das plantas trepadeiras (uva, maracujá).
Relacionamentos: gostam de ver seu amado brilhar, se dedicam inteiramente aos
que amam, mas se sentem inseguros se seu amor desperta interesse ou é fonte de
paixão de outros. São fiéis e dedicados.
Sacrifício/Igbossé: bode. Cabrito. Porco. Camaleão. Tatu. Ajapá (cágado). Galo.
Pato. Paturi (tipo de pato). Pombo branco. Etu (galinha d’Angola).
Saudação: Atotô (silêncio ou calma). Oyé Franco, Franco axelébelébe mi Orixá.
Ajuberû.
Sincretismo: Xapanã Jubeteí: São Roque quando faz adjuntó com Oiá. São Lázaro
quando faz adjuntó com Obá. Xapanã Belujá: Jesus Cristo crucificado quando faz
adjuntó com Oxum Olobá. Senhor dos Passos quando faz adjuntó com Yansã.
Xapanã Sapatá: Jesus Cristo crucificado quando faz adjuntó com Yansã. São
Lázaro quando faz adjuntó com Obá. São Lázaro, São Roque e São Bento de
Núrsia, patrono da boa morte. Em Cachoeira (BA), é cultuado pela Irmandade da
Boa Morte, que faz a lavagem da Igreja de São Lázaro.
Situações:
Tipos:
Omolu: mais velho. Velho e trôpego.
Obaluayê: quando moço. Moço aguerrido.
Do livro: Mural dos Orixás – de Caribe. Raízes Artes Gráficas.
XANGÔ
ZAZE
Rei de Oyó, o Afonjá. Aquele que se destaca pela força e revela o segredo.
Mito: Oduduwa era rei de Oyó. Unificou várias cidades dessa região. Ao morrer, seu único
filho, Acambi passa a reger o império sem ter o título de Alafin. Teve 7 filhos e a cada um
deu um reino. A 1ª filha deu-lhe um neto que governou Egbá. A 2ª foi mãe do Alaketo. O 3º
foi rei de Benin. O 4º foi Orungã, rei de Ilê Ifé. O 5º foi soberano de Xabes. O 6º, rei de
Popôs. O 7º foi Oraniã, rei de Oyó. Este, com a morte do pai, reinou sobre Oraniã. Foi um
grande conquistador e solidificou o poderio de Oyó. Após sua morte, seu filho Ajacá foi
coroado 3º Alafin. Apelidado de Dadá por causa de seu cabelo encaracolado. Era pacato e
sensível, com pouca habilidade e nenhum tino para governar. Xangô, seu irmão, criado na
terra dos nupes, era um grande guerreiro e rei de Cossô. Ele o destrona e o exila, fazendo-
o usar uma pequena coroa de búzios, chamada de Baiani. Foi coroado o 4º Alafin,
governando por 7 anos. Foi obrigado a se enforcar numa crise de seu império.
Marido de Obá, Oxum e Yansã. Iansã e Oxum disputam o seu amor. Iansã sempre
está ao seu lado e por muitas vezes o ajuda em algumas batalhas.
Mito: tinha muitos servos e riqueza. Destruiu o castelo onde vivia com seus raios, sem
querer e desesperado, bateu no chão e entrou na terra com Yansã. As outras esposas
viraram rios.
Divindade do fogo e do trovão. As pedras de raio que lança se chamam Edum Ará
(a de Xangô se chama Corisco, um meteorito que solta chamas). Também chamado
de Jacutá, o atirador de pedras. Atinge as pessoas com pedradas: elas vêm do céu
(meteoro) ou pelo chão (erupção de vulcão).
Filho de Yemanjá e Orixalá. Para alguns, era filho de Bayani (com quem teve
relações) e para alguns, Baynni seria seu lado feminino. Ela usa filá.
Mito: Xangô era assim por ser mimado. Era o filho preferido de Yemanjá e Orixalá.
Muito vaidoso.
Grande líder. Gosta e quer vencer. Estrategista e analítico. É difícil desistir de algo
quando realmente quer, usando de todas as artimanhas para obter, não
descansando até obter a vitória final.
Mito: seu exército era perseguido e quase destruído quando Xangô subiu até uma pedreira
e bateu com seu Oxé, arrancando da pedra faíscas e acendia no ar línguas de fogo que
devoravam os inimigos. A guerra quase perdida foi transformada em vitória.
Responsável por assegurar a vida na Terra. Não gosta de morto e tem pavor da
morte (Iku). Nunca é chamado em rituais ligados aos Eguns. Não teme a morte, mas
não gosta do seu contato frio. Zela pela vida. Geralmente não gosta muito de
cemitérios e enterros.
Mito: justifica por ter sido enterrado e sabe como é ruim.
Poder de determinar o que é certo e errado. Costuma determinar bem o que é certo,
e o que é errado, devido ao seu poder de discernimento e sua ligação com o justo e
o imparcial, mas quer julgar. Lição: não pode julgar, criticar ou ser desonesto.
Perde tudo!
Deve ter cuidado, pois sempre acha que está certo, se tornando o dono da verdade.
Costuma se achar superior aos demais.
Magoa-se com facilidade e com a ingratidão dos outros, pois espera que todos
sejam honestos e precisos em suas atitudes. Não costuma guardar raiva, mas a
mágoa é para sempre (sobretudo com Oxalá). Quando é cheio de corpo: engole as
coisas que o machucam.
Não mede esforços para ter abundância e fartura (sobretudo com Yemanjá).
Gosta de comer bem. Ama os prazeres que a vida oferece. Quer ser bem tratado. É
comilão. Diz-se que o amor começa pelos pratos que ele come. Gosta da fartura, da
abundância e do que é belo. Vencido pelo estômago.
Mito: Xangô estava trazendo Oxalá nas costas quando viu Iansã passeando com uma
travessa cheia de Amalá, sua comida preferida. Na mesma hora, deixou Oxalá no chão e
saiu atrás da mulher e da comida. Por isso, foi condenado por Oxalá a comer igual aos
escravos, em uma gamela de madeira. As oferendas são feitas assim ou em uma gamela
de barro. Nunca em uma de louça ou porcelana.
Tem que ter prazer em tudo o que faz. Caso contrário reclama de tudo e fica chato.
Reclama para esvaziar, mas pode virar fofoca. Tendência à fofoca e intriga.
Ajuntós:
Animal:
Arcanjo: Michael.
Assentamento/Ibá:
Atuação: processos judiciais e intelectualidade.
Bebida/Libação: leite de coco. Cerveja preta. Vinho branco.
Chakra: quarto.
Conselho:
Cor: na Umbanda: amarelo e marrom. Todo branco: Xangô Airá. Na nação:
vermelho e branco. O vermelho traz a representação do fogo e o branco é a
representação de Obatalá, seu pai. Mito: Obatalá, após Xangô mostrar submissão a
ele, entregou contas brancas para que todos soubessem que era seu filho.
Corpo/Doenças: estômago, gula, úlcera, gastrite, batimento cardíaco, músculos em
geral.
Dança: tem um ritmo vivo. Se movimenta como um guerreiro. simula os trovões, a
imponência. Seus movimentos são seguros, firmes e espaçados. Domina o salão
por onde dança, como verdadeiro rei. Traz o machado. Atira de um saco imaginário
as supostas pedras de raios.
Dia da semana: quarta feira.
Ditado:
Elemento: fogo.
Erva/Ewé: levante. Trapoeraba branca. Saião. Para-raio. Folha de abacate.
Fedegoso. Quebra pedra. Espirradeira.
Essência: morango.
Família:
Fase lunar: cheia.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: OXÊ: machado de dois gumes ou
duplo e XÉRE ou XEREN ou XERÊ: chocalho de cobre com pedras no interior que
imitam o barulho da chuva, seu instrumento sagrado, a coroa. Brinquedos para
Xangô Agandjú Ibedji. Edun Ará: a pedra de raio. Representado pelo trovão. Mito:
certa vez Xangô foi rejeitado por seus súditos e se enforcou na floresta, mas
ninguém conseguia achar seu corpo. Foi dito que Xangô não havia morrido e sim se
transformado em um Orixá. Desde então, quando troa o trovão e o relâmpago risca
o céu os sacerdotes de Xangô entoam: “o Rei não se enforcou! (Oba Kossô!)”.
Festa: 29/06 – Fogueira de Xangô Airá. AJERÊ: ritual da tigela com um furo, cheia
de dendê fervendo.
Flor: palma amarela, monsenhor amarelo e espirradeira.
Fruta:
Habitat/Domínio: montanhas, serras, pedreiras e rochas (sobretudo as destruídas
pelo raio).
Hora: das 15 às 18 horas.
Lado negativo: dificuldade qualidade de vida x expressar sentimento.
Mensagem: Xangô nos ensina sobre a verdadeira forma de reinar e ser respeitado.
Para se respeitar, se deve antes de tudo se respeitar as diferenças e as
divergências. Seus filhos devem saber ouvir para serem ouvidos, não devem se
colocar como o centro do Universo e sim como parte do mesmo. O centro deve ser
o coração e não o ego.
Metal: cobre e ouro. Estanho e bronze.
Nomes:
o Aganju: pegou a coroa de Bayanni que estava no chão e a colocou na
cabeça. Era considerado um louco (se a pessoa não fizesse o que ele queria,
mandava matar). Tem 6 anos. Criado por Bayanni. É muito poderoso.
o Dadá: novo. Só come comida seca. Não há sacrifício animal. Patrono do
recém nascido.
o Ajakatá ou Ajaká: ritual em pedreiras, rochas.
o Badé: novo. Veste vermelho e branco. Vem com Nanã.
o Agodô ou Ogodô: sincretizado com São Jerônimo. É aquele que, por cólera,
lança raios e fogo sobre seu próprio reino e o destrói como contado no mito.
É guerreiro, violento, brutal, imperioso, aventureiro, amante da ordem e da
justiça, mesmo que isso implique numa justiça pautada em seu próprio
benefício. É voluntarioso.
o Obacossô: em sua passagem pela cidade de Cossô, Xangô recebe o título
de rei. Conta o mito que, depois de ter destruído seu reino, o arrependimento
o levou a se suicidar. No momento da morte de Xangô, Yansã, sua esposa,
chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um egum, pediu a
Olodumare que o transformasse num Orixá. É sereno, tirano, cruel,
agressivo, severo, amoroso, moralista. Para alguns, é apaixonado por Oxum.
Se enforca por ela não o querer.
o Jacutá: é o senhor do edun-ará, a pedra de raio. Conta o mito que o reino de
Jacutá foi atacado por guerreiros de povos distantes num dia em que todos
descansavam. Houve muita morte, muitos saques. Jacutá escapou para a
montanha e acompanhou a tragédia. Irado, Xangô chamou Iansã, que
chegando com o vento, trouxe a tempestade e seus raios. Os raios de Iansã
caíram como pedras do céu, causando medo nos invasores, que fugiram em
debandada. Jacutá fora acudido por Iansã e ela deu-lhe o poder sobre as
pedras de raio. Tem espírito de um velho pensador, justiceiro, incansável,
brutal, colérico, impiedoso, preocupado com a causa dos outros.
o Lugbé:
o Afonjá: patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o
Axé Opô Afonjá. É da casa real de Oió. Está sempre em disputa com Ogum,
ora disputando o amor da mãe, Iemanjá, ora disputando o amor de suas
mulheres, Oiá, Oxum e Obá. No entanto, ninguém vencia Ogum. Ogum era
ardiloso, desconfiado, jamais dava as costas a um inimigo. Um dia, Afonjá
cansado de tanto perder as batalhas para Ogum, o convidou para ir até a
montanha. Afonjá sempre apelava para a magia quando se sentia ameaçado
e não seria diferente dessa vez. Ao chegar lá, Afonjá lançou seu oxé e um
grande estrondo se ouviu. Ogum não teve tempo de fugir e foi soterrado
pelas pedras de Afonjá. Xangô Afonjá venceu Ogum naquele dia e somente
naquele dia. Tem espírito jovem e sábio. É feiticeiro, libertino, tirânico,
obstinado, galante, autoritário, orgulhoso, estrategista e adora uma peleja.
o Baru: conta o mito que Xangô recebe de presente de Oxalá um cavalo
branco. Tempos depois, Oxalá volta ao reino do filho e encontra o cavalo
branco perdido. É preso por 7 anos num calabouço. Calado no seu
sofrimento, Oxalá provoca a infertilidade da terra e das mulheres do reino de
Baru. Xangô Baru, com a ajuda dos babalaôs, descobre que seu pai está
preso no calabouço de seu palácio. Ele mesmo e seu povo vestiram-se de
branco e pediram perdão ao grande Orixá da criação. Age sempre como um
jovem desconfiado, ambicioso, elegante, teimoso, hospitaleiro, galante. Neste
avatar e somente neste, Xangô surge como um rei humilde e solidário com a
causa de seu povo.
o Airá: em alguns terreiros de candomblé, cultua-se um grupo de qualidades
de Xangô que recebe o nome de Airá. Para outros, Airá é um Orixá diferente
de Xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é
considerar-se Airá como um Xangô branco. Também considerado um Oxalá
feito nos ritos de Xangô. Come Ajapá.
Intilé: é o filho rebelde de Obatalá. Era altivo e um filho muito difícil,
causando dissabores ao pai. Um dia, Obatalá juntou-se a Oduduwa e
ambos decidiram pregar uma reprimenda no filho. Estava Intilé na
casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à
porta e levaram seu cavalo branco. Intilé percebeu o roubo e saiu no
encalço dos ladrões. Ao encontrar Obatalá, tenta enfrentá-lo. O velho
não se faz de rogado e exige que o filho se prostre diante dele e
pedisse sua benção. Pela primeira vez, Intilé se submete a alguém.
Intilé tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas e Obatalá
desfez esses colares e alternou as contas encarnadas com as contas
brancas de seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé seu novo
colar, vermelho e branco. Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de
volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Tem um ar
altivo, de sabedoria. É prepotente, equilibrado, intelectual, severo,
moralista, decidido.
Ibonã: considerado o pai do fogo, da fogueira e do vulcão. Na maioria
dos terreiros, no mês de junho, acontece a fogueira de Airá, rito em
que Ibonã dança, acompanhado de Yansã, pisando em brasas
incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o
mimava em tudo o que podia. Um dia, Dadá surpreendeu Ibonã
brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum
dano. Tem espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas é
brincalhão, alegre e gosta de dançar e cantar.
Osi: eterno companheiro de Oxaguiã. Oxaguiã, ao passar pelas terras
de Osi, despertou um grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e
vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã percebesse, Osi troca suas
vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros e mistura-se aos
soldados do rei de Ejibô. Ao encontrar os inimigos, Osi, medroso,
escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã percebe que um de
seus soldados estava escondido e vai interpelá-lo e se depara com
Osi, que chorava de medo, implorava seu perdão por o haver
enganado. Oxaguiã compadeceu-se dele, mas deu como punição pela
mentira, a proibição de voltar a vestir-se de vermelho, podendo só usar
branco e devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com
ele em suas batalhas. É considerado jovem guerreiro, luta pelo que
quer, mas às vezes deixa-se enganar pela impetuosidade. É calmo,
não gosta de trabalhos intelectuais. É amoroso, alegre, calmo e
sentimental. Dança com 2 oxés.
o Olorupã: não se cultua.
o Afonjá: vem de branco.
Número: 6 e 12.
OBS: recebe o título de Alafin e são 12. Passam a ser qualidades.
Oferenda/Ebó: deve ser em grande quantidade e com freqüência. É servido no
AJERÊ (gamela de fogo). Feijão fradinho com quiabo e dendê. AMALÁ: para forrar a
gamela - creme de arroz com leite de côco e dendê. Por cima – quiabo em rodela
com dendê e camarão seco. Existem 16 tipos de Amalá. AJEBÓ ou ALUÁ: quiabo
cru em pedaços com água e mel. Mocotó. Rabada. Cágado. Músculo de boi.
Carneiro. Gengibre. GBEGIRÍ: sopa de feijão fradinho com cogumelos e salsa.
Farofa de Ori. Orogbô. Farofa de manteiga de cacau. Akaçá. Banana de São Tomé
pilada com azeite de dendê.
Origem:
Patrono: estudos, demandas judiciais, direito, contratos, documentos trancados.
Pedra/Otá: topázio.
Planeta: Júpiter.
Ponto cardeal: sul.
Proibição/Ewó: carne de porco. Não come em honra aos Malês, para ser
respeitado nessa aldeia. Cemitério. Kelê (vento gelado da morte).
Relacionamentos: como parceiro, sabe cativar sua escolhida e conviver bem com
ela. Seus problemas com relação ao parceiro acontecem quando se sente superior,
se colocando como um rei intocável. Deve procurar parceira decidida e autoritária,
como as filhas de Iansã ou amorosas e astutas, como as filhas de Oxum.
Sacrifício/Igbossé: Agutan. Ajapá. Cabrito. Galinha d’Angola. Paturí (pato
pequeno). Galo vermelho. Pombo.
Saudação: Caô Cabecilê!
Sincretismo: São José, São João Batista. Xangô Agandjú Ibedji: São Cosme e São
Damião. Xangô Agandjú: São Miguel Arcanjo. Xangô Agodô: São Jerônimo quando
faz adjuntó com Iansã e São João Batista quando faz adjuntó com Oxum Olobá.
Situações:
Tipos:
OIÁ ou OYÁ
YANSÃ
BAMBURUCEMA
Divindade dos ventos, das tempestades e do rio Níger que, em yorubá, chama-se
Odò Oyá.
Foi a única das mulheres de Xangô que, ao final do seu reinado, seguiu-o na fuga
para Tapá.
Mito: quando Xangô recolheu-se para baixo da terra, em Kossô, ela fez o mesmo em Irá.
Foi esposa de Ogum, mas se relacionou com quase todos os Orixás, aprendendo
algo com cada um. Terminou seus dias com Xangô, seu grande amor.
Mito: vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ajudava Ogum no seu trabalho,
carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum lhe
deu uma vara de ferro igual a que possuía e que tinha o poder de dividir os homens em 7
partes e as mulheres em 9, caso a tocaiassem em uma briga.
Mito: houve um combate entre Ogum e sua ex-esposa Oyá, no qual entre dois golpes
deferidos por ambos ao mesmo tempo, Ogun se transformou em sete (mejê) e oyá em
nove (mesan).
Mito: Ogum descobre o segredo de Yansã para se transformar em búfalo e a obriga a se
casar com ele e, em troca, promete não o revelar a ninguém. Mas, numa bebedeira, conta
o segredo e Yansã, com raiva, o deixa e vai morar com Xangô.
Iyamessan ou Iya Messan Orun = mãe de nove. Comanda 9 mundos. Dizem que
tem por origem a expressão Aborimesan, “com-nove-cabeças”, alusão, ao que
parece, aos 9 braços (foz) do delta do Niger. Outra indicação sobre este nome é
dada pela lenda da criação da roupa de Egungun por Oyá. Roupas sob as quais, em
certa circunstância, os mortos de uma família voltam à terra a fim de saudar seus
descendentes, 9 eguns. É a única que come dendê. É a 1ª mulher do planeta. É
responsável pelo passado, pelo presente e pelo futuro. Ela fica entre o egun e a
pessoa para revelar algo sobre o futuro.
Senhora dos espíritos e dos mortos. Deusa dos cemitérios. Tem o domínio sobre o
reino dos mortos, que lhe foi dado por Omolu.
Mito: Omolu estava em uma festa coberto com palhas e ninguém queria dançar com ele.
Só Iansã se aproximou. Girou tanto que fez uma ventania descobrir seu corpo, que revelou
um belo homem, para surpresa geral. Ele ficou grato e dividiu com ela o reino dos mortos
(Igbalé) e fez dela a rainha dos espíritos dos mortos, se tornando a rainha Oiá Igbalé: a
condutora dos Eguns. Foi sempre a paixão de Omolu.
Mito: vivia em terras de um grande caçador, que a adotou como filha, conquistando um
lugar de destaque. Quando o caçador morreu, decidiu fazer uma homenagem. Reuniu
todos os instrumentos de caça e enrolou-os num pano. Preparou todas as iguarias que ele
gostava de saborear. Dançou e cantou por 7 dias, espalhando por toda a parte, com seu
vento, o seu canto, fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores. No 7º dia
depositou seus pertences no pé de uma árvore sagrada. Olorun ficou emocionado e lhe
concedeu o poder de ser a guia dos mortos no caminho do Orun.
Mito: Iansã cria o ritual funerário chamado Axexê: rito fúnebre em que os assentamentos
dos orixás do morto são quebrados e despachados juntamente com o despacho do Egum.
Omolu aquece o corpo para apodrecê-lo e leva o espírito para que Yansã o leve ao
Orun. Ela guia o morto para lhe indicar o caminho para o outro mundo.
Protetora e defensora. Vive para combater tudo o que for injustiça. Luta pelos
direitos da e para a mulher, contra o machismo ou por uma causa que ache nobre.
Age, não fica esperando milagres ou que as coisas aconteçam. Faz acontecer.
Destemida, se lançando nas empreitadas.
Emancipada, mas sabe trabalhar em grupo. Sabe o que quer. Poder de imaginação.
Quer resultado imediato. Impaciente, mas usa bem a velocidade. Tem pressa. Se
Oworin na cabeça: faz conta, pensa e decide rápido.
Agitada e confusa
É crítico e dominador. Fala tudo o que quer e perde as amizades. É rejeitada e mal
falada por isso.
Comanda os boiadeiros.
O vento (afefe) pode ser bom ou mau. Através dele se enviam as coisas boas e
ruins. O vento ruim, que provoca a doença que o povo chama de "ar do vento".
Adjuntós: Oiá Timboá: com Bará Legba ou com Ogum Avagã. Iansã Oiá Dirã: com
Ogum Avagã. Iansã Oiá: com Bará Adaqui, as vezes com Bará Lanã ou com Bará
Agelú ou Ogum Onira ou Xangô Aganjú ou Xapanã Jubeteí. Iansã com Bará Lodê,
com Ogum Olobedé, com Xangô Agodô, com Xapanã Belujá ou com Xapanã
Sapatá.
Animal: búfalo. Borboleta. Lagartixa. Gato.
Arcanjo: Michael.
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação: ensina a não ter medo. Afasta os medos perante a vida. Em processos de
disputa. Elimina a prostração e inércia, as dificuldades materiais, de vitalidade.
Problemas sexuais. Fortalece a disposição, a vontade e a energia de kundalini
(relacionada com a auto-estima). Orixá das decisões corretas no momento certo.
Força cósmica que nos afasta de todos os medos perante a vida.
Bebida/Libação: suco de tamarindo. Suco de cereja.
Chakra: sexto.
Conselho:
Cor: amarelo. Ocre. Coral. vermelho terra cota. Branco. Rosa e suas tonalidades:
bege ou salmão. Estampado. Devolução da energia telúrica ao cosmos. Abóbora.
No Batuque: vermelho e branco.
Corpo/Doenças: aparelho respiratório, bronquite, angina, asma, alergia,
taquicardia, pulmões. Alergias. Glândulas sudoríparas e em geral. Depressão.
Dança: é ágil, nervosa e bela. Mistura do papel de guerreira, ao esgrimir sua adaga
de cobre e o de afastar os Eguns, quando mexe suas mãos e estende seus braços.
E tem a de seduzir os Orixás em alguns momentos e livre em outros. Imita o
movimento de uma borboleta. Dança com movimentos destemidos, sem padrões e
rápidos como o vento.
Dia da semana: quarta feira. No Batuque: segunda feira.
Ditado:
Elemento: fogo e vento.
Erva/Ewé: folha de bambu. Espada de Yansã. Erva de Santa Bárbara. Umbaúba.
Folha de tamarindo.
Essência: benjoim.
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: adaga de cobre. IRUQUERÊ ou
Eruxin (espanta os Eguns para o outro mundo). Espécie de espanador de rabo de
búfalo. No cabo tem o registro dos ancestrais. Usa-o para ter o poder. Mito: em
situações de necessidade, seus filhos devem esfregar os chifres de búfalo. Assim,
Iansã viria rápida como um raio em seu socorro. Espada (alfanje). No Batuque:
espada, par de aliança, cálice, moedas, búzios, raio.
Festa: 04/12 – Santa Bárbara.
Flor: rosa coral, gérbera coral, flamboyant (menos o amarelo) e gerânio (menos o
branco). Espada de Yansã. Palma coral.
Fruta: tamarindo. Cereja. Pitanga. Fruta de conde. Caju. Sapoti (egun). Jenipapo
(egun). Manga rosa.
Habitat/Domínio: bambuzal, águas revoltas, raios, tufões, ventanias, furacões e
tempestades. campos santos lava vulcânica, queda d'água que vira eletricidade,
ventos, tempestades.
Hora: das 15 às 18 horas. Fim da tarde.
Lado negativo:
Mensagem: Iansã nos ensina a não temer. Seus filhos direcionam sua intensa
energia ao exterior e esquecem de se ver, de se conhecer, de se explorar, e de
aceitar suas raízes. Um grande castelo precisa de bases sólidas, ou irá à ruína com
o primeiro vento. A base é fruto de nossa família, de nossos valores, de nossa
crença, enfim, de nossa essência. Para ganhar o mundo, precisamos 1º ganhar a
nós mesmos e aos que nos cercam.
Metal: cobre e bronze. Estanho.
Nomes:
o Odobagan:
o Lesseyen: uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.
o Egunita: orisa Igbale.
o Foman: orisa Igbale.
o Ate Oju: Orixá Igbale. Aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nanã.
o Tope: uma de suas formas.
o Mesan: um de seus epítetos.
o Onira: rainha da cidade de Ira. Esposa de ogum.
o Logunere: uma de suas formas.
o Agangbele: esse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.
o Petu: nesse aspecto ela convive com Sàngó.
o Arira: uma de suas formas.
o Ogaraju: uma das mais antigas no Brasil.
o Doluo: eró Ossayn. Culto Nagô.
o Kodun: eró com Osaguian.
o Bamila: eró Olufon.
o Kedimolu: eró Osumare = Omolu.
o Igbalé: perigosa. Toda de branco ou com palha da costa. Funan (Lessé
egun): parte das costas. Terrena. Furé (Lessé Orixá): parte da frente. Vive no
astral. Puro egun. Representa a morte de Yansã.
Número: 4.
OBS:
Oferenda/Ebó: acarajé com bastante tempero: cebola, gengibre, pimenta ralada e
camarão. Feijão fradinho. Farinha de arroz feita no dendê. Amalá com 14 quiabos,
permeado com 9 acarajés pequenos. Inhame. Obi. Orobô. Acaçá. Arroz com fava de
cumaru ralada e patchouli. Rapadura ralada com água de coco. Gengibre ralado
com água de coco. Abará: acarajé embrulhado em folha de bananeira. Miúdos e
extremidades da galinha (asas, pés e penas). No Batuque: pipoca. Ipeté de batata
doce: batata doce cozida e amassada com as mãos, fervida no dendê com cebola e
pimenta. Acaçá com dendê.
Origem:
Patrono:
Pedra/Otá: zircônio e coral. Mito: ela estava se escondendo de Xangô e não sabia
mais o que fazer. Pediu então a Exu um encanto que pudesse fazer com que Xangô
não a visse nem a encontrasse. Exu transformou-a em coral. Mesmo assim, é uma
grande companheira de Xangô, sempre ajudando nas suas batalhas e guerras.
Planeta: Júpiter.
Ponto cardeal: noroeste.
Proibição/Ewó: rolar o pilão no chão. Usar a casca de dendê para fazer o fogão.
Homem servir acarajé. Comer carne de carneiro. Mito: Oiá queria ter filhos e não
conseguia. Mandaram que fizesse uma oferenda de carneiro com búzios e muitas
roupas coloridas. Depois de fazer o sacrifício, ela teve 9 filhos e quando as pessoas
viam ela passar falavam: “Lá vai Iansã”, passando a se chamar Iansã. Como foi
oferecida essa carne para que ela pudesse parir, seus filhos não comem essa
carne. Mito: ao casar com Xangô, surgiu um problema. Ele adorava carne de
carneiro, que ela não comia de jeito nenhum. Combinaram que sempre que ele
fosse comer essa carne, ele voltaria para sua terra e por lá ficaria por 3 meses, só
então regressaria.
Relacionamentos: o casamento não pode ser monótono. Tem que ter paixão
ardente. É atraente. Desperta ciúmes em seu companheiro. Gosta não apenas de
conquistar, mas de dominar. Recorre a olhares e conversas insinuantes para
conquistar e seduzir a pessoa amada. Vulgaridade não existe em seu dicionário.
Excelente companheira e luta ao lado do parceiro que ama, mas não se submete a
ele. É audaciosa, poderosa e autoritária. Pode ser fiel e de lealdade absoluta em
certas circunstâncias, mas em outros momentos, quando contrariada em seus
projetos e empreendimentos, deixa-se levar a manifestações da mais extrema
cólera. Mulher, cujo temperamento sensual e voluptuoso pode levá-la a aventuras
amorosas extraconjugais múltiplas e freqüentes, sem reserva nem decência, o que
não a impede de continuar muito ciumenta do seu marido, por ela mesma
enganado. Multiplicidade de parceiros, mas um de cada vez.
Sacrifício/Igbossé: galinha vermelha arrepiada para Oiá Timboá. Galinha
vermelha para as demais. Cabrita Branca. Bezerro para Ajimunda. Ajapá. Coruja
para Bagã. Pombo. Gavião.
Saudação: Eparrei Oiá ou Yansã.
Sincretismo: Santa Bárbara. Oyá Funã: Santa Madalena. Oyá Iybalé: Joana D’Arc.
Iansã Oiá Timboá: Santa Terezinha quando faz adjuntó com Ogum Avagã. Iansã
Oiá Dirã: Joana D’arc. Iansã Oiá: Santa Bárbara sem o castelo. Iansã: Santa
Bárbara com o castelo.
Situações: caminho cheio de riscos e de aventuras. Choque elétrico.
Tipos:
Ligada às Yami Oxorongá. Usa o punhal para dominar a magia. Aprendeu com as
Yamis para se vingar dos homens.
Cidade: Oxogbô.
Mito: Larô, o 1º rei deste lugar, grato por ter a filha devolvida das águas do rio, deu-lhe
muitas oferendas. Vários peixes vieram comer, em sinal de aceitação. Um grande peixe
chegou perto de Larô e lhe cuspiu água, que foi recolhida numa cabaça e a bebeu. Fez um
pacto com o rio: estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela.
Todos os anos são realizadas festas em comemoração a essa história.
Sabe o segredo do Oráculo. A vontade de conhecer os segredos do destino faz com
que Oxum, esperta que é, coloque seu poder de atração sexual em acordos para
esse fim. Ela é especialista no toma-lá-dá-cá. Assim, Oxum se torna senhora do
jogo de búzios.
Mito: Exu roubou os segredos do jogo guardados na roupa de Obatalá, quando esse se
banhava no rio. Oxum disse que traria de volta, mas queria também saber. Achou Exu,
que logo quis dormir com ela. Ela se deitou com ele em troca da devolução da roupa.
Mito: Oxum queria aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação e foi procurar
Exu. Ele, muito matreiro, falou que lhe ensinaria todos os segredos, mas ela ficaria sobre
seu domínio por 7 anos, passando, lavando e arrumando a casa. E por 7 anos isso foi
feito. No final, tinham se apegado muito e Oxum resolveu com ele.
Mito: os Orixás revoltados com Olodumarê, que prendera a chuva no céu, assolando tudo
com a seca. Os Orixás decidiram pedir perdão, mas não sabiam como fazer para serem
ouvidos. Oxum falou que iria e todos começaram a rir. Ela se transformou num pavão e foi
em direção ao sol, se queimando toda, ficando toda preta, mas não desistiu. Quando
chegou, careca e preta, ele se compadeceu e devolveu a chuva. Quando ela voltou, foi
chamada de Abutre e nomeada de “o pássaro mensageiro de Olodumare”.
Oxum é chamada de Iyalodê (Iyáláòde): título conferido à pessoa que ocupa o lugar
mais importante entre as mulheres da cidade.
Mito: os Orixás organizavam reuniões (festa da quartinha), que as mulheres não podiam
participar. Oxum, revoltada, resolve mostrar seu poder e importância, tornando estéreis as
mulheres, secando as fontes, tornando a terra improdutiva. Olodumaré foi procurado pelos
Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal na terra, apesar de tudo que faziam. Olodumaré
lhes perguntou se Oxum participava das reuniões e lhe disseram que não. Explicou-lhes
que sem a presença dela e do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar certo. A
convidaram para participar das reuniões, mas só depois de muita insistência, aceitou.
Colocou em seu lugar, OSETURÁ ou OSE ATUÁ, seu filho (17º Odu: jogo em que Oxum
responde). Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os
empreendimentos e projetos obtiveram resultados positivos. A partir daí, foi considerada a
mais importante de todas as mulheres.
Com ela é: bateu, levou, toma lá, dá cá. Não tolera o que considera injusto e adora
uma pirraça. Não perdoa com facilidade. A raiva a leva à mágoa e ao ressentimento.
Se magoa com facilidade.
Mito: ao se sentir rejeita por Oxossi, o afoga.
Tudo o que pede ao pai consegue. Pedir para que ela te consiga através de Oxalá.
Não suporta ouvir “não”.
Mito: foi criada pelo pai Orunmilá, que sempre fez questão de satisfazer todos os seus
caprichos. Por conta disso, ela cresceu cheia de vontades e vaidades.
Mito: Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum vem para
ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é adorada por Oxalá.
Se envolve em intrigas.
Gosta das artes, das coisas belas, discretas, harmônicas, estéticas, serenas e
reservadas. Se for Oxoce + Oxum: habilidade para a arte e coisas sociais.
Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um
grande desejo de ascensão social.
Quer ser agradável com todos. Atenciosa. Concorda com tudo. Abre mão de muita
coisa para agradar. Gosta de servir aos que a cercam, mas esquece de si. É
comum ouví-la reclamando da vida, que dá muito mais do que recebe, porém, dar-
se é uma característica de sua natureza.
Excelente mãe. Dedicação total ao filho. Concede tudo a eles e os cria para si,
cheios de mimos e se frustra quando eles crescem.
Mito: lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas era uma boa mãe e
atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos.
Intuitiva e perceptiva.
Trabalha por debaixo dos panos. Esconde o jogo. Tem sempre uma carta na
manga.
Roga praga ou mina os que estão em volta da pessoa com fofocas. Mina e destrói o
que lhe incomoda. Tem veneno nas palavras.
Cercada de comentários e intrigas. Quando quer revidar um golpe ou fazer algo que
sabe ser errado, o faz com sigilo e não conta nada.
Adjuntós: Oxum Pandá Ibedji: com Xangô Agandjú Ibedji. Oxum Pandá: com Bará
Agelú, com Ogum Adiolá, com Xangô Agandjú, com Oxalá Bocum, com Oxalá
Olocum. Oxum Demun: com Ossanha, com Oxalá Olocum. Oxum Olobá: com
Xangô Agodô, com Xapanã Belujá. Oxum Docô: com Oxalá Jobocum ou Oxalá de
Orumiláia.
Animal: urubu. Abelhas (são suas escravas) = elas fazem o mel para ela.
Arcanjo: Raphael.
Assentamento/Ibá: se mulher e for jogar: assentar 1 quartinha para Oxum com
água doce e 1 para Exu.
Atuação: processos de amarração, problemas sentimentais, abertura do plano
mental e sensualidade.
Bebida/Libação: suco de cenoura.
Chakra: sexto.
Cor: azul marinho e dourado ou amarelo ouro. Azul claro. Branco. Bege (Oxum
Ijimú). Rosa. Amarelo claro: Oxum Pandá. Amarelo escuro: Oxum Demum. Amarelo
ouro: Oxum Docô.
Corpo/Doenças: útero. Menstruação. Aparelho sexual feminino. Ebó: para grávidas
com risco de perder o bebê
Dança: feminina, lenta, sincronizada e sensual. Utiliza-se dos quadris, dos ombros,
das mãos. Finge despir-se no rio. Traz a água para si, se banhando e se
embelezando. Após, se veste e se enfeita. O tipo de dança e os gestos demonstram
a qualidade: se veste para ir à guerra (Oxum Apará) ou por vaidade. Encanta e
hipnotiza a todos com sua beleza e harmonia. Dança como se batesse asa =
associação com Iyami.
Dia da semana: sábado.
Ditado:
Elemento: água doce.
Erva/Ewé: louro. Funcho (erva doce). Erva de Santa Luzia. Acácia. Vitória régia.
Camomila.
Essência: angélica.
Família:
Fase lunar: minguante.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: Abebê dourado: leque de metal.
Pulseiras (INDÉ ou IDÉ). Punhal (IDÁ). Espada (ALFANJE). Arco e flecha.
Festa: 08/12 – Nossa Senhora da Conceição.
Flor: rosa amarela, flamboyant amarelo e acácia.
Fruta: laranja lima. Pêssego,
Habitat/Domínio: cachoeiras, águas de rios. Raramente nas fontes de águas
minerais.
Hora: das 18 às 21 horas.
Lado negativo:
Mensagem: na mitologia, Oxum se apresenta de forma bela, sensual e provocante.
Ganha seu reinado e seus súditos pelo poder da sedução e do encantamento. Seus
filhos, no entanto, interpretam esse poder como ato de vaidade, de exibição e
deixam de se mostrar ao mundo, se levando por timidez e vergonha. Esquecem que
a vida é um grande palco onde devemos brilhar. Os filhos deste Orixá devem
gargalhar ao invés de somente rir, bailar ao invés de caminhar, seduzir e se amar.
Devem confiar em si e conduzirem a vida conforme a sua música interna.
Metal: ouro e platina. Latão dourado. Na África: cobre.
Nomes:
o Navezuarina:
o Ijimu: está feia e com idade. Velha. Sua memória da beleza ficou guardada
nas pedras de rio, que poliu de tanto andar e se embelezar esperando por um
amado.
o Kare: um de seus títulos. Aspecto guerreira.
o Iberin: aspecto maduro da Orixá. Nessa forma não desce nas cabeças.
o Ikole: seu mito a liga a Iemanjá e Odé Erinle. Transformou-se numa ave.
o Popolokun: conta os antigos que não vem mais. Culto realizado próximo das
lagoas.
o Osogbo: deu oringem ao nome da cidade de Osogbo. Ajuda as mulheres a
ter crianças.
o Ioke: se apresenta como caçadora.
o Iyeyeo Minimbu ou Ominibu: é a senhora da morte. É raro ter no terreiro.
Doce e gentil. É a senhora do fundo do rio ou das profundezas. Te arrasta
para o fundo. Traiçoeira e fofoqueira. Mito: se apaixona por Oxoce
(Ibualama) e o arrasta para o fundo da cachoeira para que ele não lhe
abandone mais.
o Ipondá: jovem e guerreira, da cidade de Iponda. Casada com Oxoce e mãe
de Logunedé. Vive no mato, nos poços e nos cemitérios. Usa espada.
Fundamento com Oxumare, Odé Inlé e Obaluaye. Namoradeira.
Desconfiada. Astuta. Violenta. Veste dourado. Símbolo: cobra. Não pode ir
para cachoeira (tem medo de ser envenenada). Mito: sobe o alto da
cachoeira e envenena as águas para matar os inimigos. Mito: Oxum luta com
Xangô, mas ao perceber a derrota, envenena a água do rio para matá-lo.
o Agbalu ou Abalû: idosa. É a mais velha de todas. Rabugenta. Veste azul
claro. Leva 2 Abebês nas mãos: um branco e outro dourado. Só pode ter uma
no terreiro. Assentamento é feito ao lado de Yemanjá Sogbá.
o Ajimu ou Ijimu ou Ijimum: aspecto idosa. É dada às feitiçarias, tendo
ligação com Iami Eleye. É meiga. Veste azul e rosa. Guia em cristal amarelo
escuro. É de meia idade. Só pode ter uma no terreiro. Rainha de todas as
Oxuns e tem estreita ligação com as bruxas, Ajés.
o Ayalá ou Aynlá: a Grande Mãe (a Avó). Foi a mulher de Ogum. Tem estreita
ligação com as bruxas.
o Iyaomi: ela é quem pergunta a Exu no jogo de búzios. No assentamento de
Exu, tem uma quartinha para ela ao lado.
o Abotô: jovem e vaidosa. Fundamento no poço. Mãe de Ibeji. Guia em conta
amarelo leitoso bem claro. Aspecto maduro.
o Apará ou Aparacá ou Opará: veste amarelo (dourado), rosa ou vermelho.
Usa Alfanje e Abebê dourado. Jovem. Guerreira e assassina. Vaidosa.
Fundamento com Oya, Ogum ou Xangô. É a Oxum das estradas. É perigoso
ter mais de uma no terreiro. É o encontro das águas doces com as salgadas.
Grita, faz escândalos.
o Yeyeodô: ligada às fontes. Come ao lado de Yemanjá. É raro ter no terreiro.
o Yeyeogá: velha e rabugenta. Ligação com Xangô Ogodô. Tem varias no
terreiro. É muito chata.
o Yeyekarê: violenta e impetuosa. Caprichosa e voluntariosa. Ligação com
Oxoce e Ogum. Usa arco e flecha dentro do Abebê (Ofábebê). É feia. O
marido é Odé Okê, também feio. Mistura de jacaré com peixe lobo. Ao se
manifestar, o rosto fica lindo. É raro.
o Miwá ou Amiwá: Oxum da veneração, principalmente no Opô Afonjá.
Princípio da beleza de Oxum. Veste dourado.
o Yeyepetu ou Ypetu: culto extinto no Brasil. É o aspecto maduro da Orixá.
o Yeyeibá: ligada a Xangô.
o Aloke: ligada a Yemanjá.
o Ajagurá: violenta, agressiva e impetuosa. Feiticeira. Nasce dos rios. Rival de
Oya. Come com Xangô e Egum Exu. É jovem e guerreira, nação nagô – Oyo.
Culto em Pernambuco.
o Yeyeokê: chamada de Oxum menina. Relacionada aos montes.
Número: 5.
OBS: a guia é toda amarela de um mesmo tom, o tom varia com o Orixá (amarelo
claro: Oxum Pandá, amarelo escuro: Oxum Demum, amarelo ouro: Oxum Docô).
Oferenda/Ebó: feijão fradinho, cenoura, ovos cozidos e abiu. Omolokum. Acaçá.
Ipeté: inhame, camarão seco, cebola, dendê. Inhame da costa. Inhame da coda
(caramuela) com camarão seco, obi, orobô. Uado: milho vermelho torrado e moído
com açúcar mascavo. Acará no dendê. Todas as frutas. Manga rosa e carlotinha
com açúcar. Omolocum: feijão fradinho frito com cebola picada, dendê, camarão
seco e ovos cozidos. Em cima: azeite doce. Doces caseiros (compota) de banana,
abóbora com coco, goiabada. Quindim. Cocada. Bolo de milho com leite de coco.
Curao. Colocar num balaio e enfeitar com fita dourada, purpurina, espelhos, pente,
perfume, lacinhos, florzinha. Regar com mel. Doce de banana d´agua com folha de
louro e mel. Não se usa sal. Pipoca e iapeté (batata inglesa esmagada com azeite-
de-dendê, a qual se dá forma de porongo. Oxum Pandá - canjica amarela cozida,
quindim, pêssego em calda, mel e bala de mel; e para as outras, canjica amarela
cozida, quindim e mel.
Origem:
Patrono: escultores.
Pedra/Otá: olho de tigre.
Planeta: Vênus.
Ponto cardeal: sudeste.
Proibição/Ewó: aborto.
Relacionamento: fica insatisfeita, se não for do jeito que quer. Não aceita amar
sem ter retorno. Esposa dedicadíssima. Está sempre em busca do amor perfeito, de
sua cara metade. Quando o encontra, esquece de si para cuidar do outro. Deve ter
em mente que para ter amor é preciso primeiro se amar, confiar em si.
Sacrifício/Igbossé: galinha d’angola. Cabra. Bode castrado. Ajapá (jabuti). Abo
ajapá (tartaruga). Galinha. Pombo (adabá). Adabá olho vermelho. Pombo correio ou
leque. Rolinha. Codorna. Galo arrepiado ou de pescoço pelado. Cabrito Branco.
Galinha amarela clara para Oxum Pandá e Demum e galinha amarela ou vermelha
para Oxum Docô.
Saudação: Ai Iê Ieu Oxum!, Ora YeYê.
Sincretismo: Nossa Senhora da Conceição (08/12). Na Bahia: N. Sra. das
Candeias ou N. Sra. dos Prazeres. Oxum Pandá Ibedji: Nossa Senhora de Fátima.
Oxum Pandá: Nossa Senhora de Fátima quando faz adjuntó com Bará Agelú. Nossa
Senhora do Rosário quando faz adjuntó com Ogum Adiolá. Nossa Senhora de
Lourdes quando faz adjuntó com Xangô Agandjú. Nossa Senhora das Graças
quando faz adjuntó com Oxalá Bocum. Imaculada Conceição quando faz adjuntó
com Oxalá Olocum. Sagrado Coração de Jesus quando faz adjuntó com Oxalá
Olocum. Oxum Demun: Nossa Senhora Aparecida ou Nossa Senhora da
Conceição. Oxum Docô: Nossa Senhora da Conceição ou Nossa Senhora
Aparecida.
Situações:
Tipos:
o Na correnteza:
o Na margem do rio:
Em Cuba, possui as cores azul e branca. É uma rainha negra. Assume o nome
cristão de A Virgem da Regra, padroeira dos portos de Havana. Lídia Cabrera
considera 7 nomes, especificando que apenas uma Yemanjá existe, à qual se chega
por 7 caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.
Senhora das cabeças para que a pessoa fique sempre calma, tranqüila, equilibrada,
segura e feliz.
Mito: Olodumare/Olorum criou o mundo e deu domínios e dons para cada Orixá. Yemanjá
reclamou por não quer sua função (cuidar de Oxalá) e reclamou. De tanto reclamar, Oxalá
ficou louco. Ela se culpou e tratou da cabeça dele e o curou. A partir daí, ficou encarregada
de cuidar das cabeças dos mortais.
Outros nomes: Iara, Inaê, Janaína, Caiola, Micaia, Oloxum, Maiê Dandá.
É um dos orixás que mais ajuda na criação do mundo, gerando tudo a sua volta
(sua característica de fertilidade, que possibilitava que o homem plantasse e
comesse).
Era filha de Olokun deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar.
Em muitos casos aparece de uma forma guerreira, bem diferente daquela imagem
que se tem de serenidade e tranqüilidade.
Mito: ela acabou com a 1ª humanidade, espalhando suas águas salgadas por todos os
cantos. Sua ira foi causada pela morte de seu filho querido, injustamente acusado pelo
povo da região que tinha inveja dele.
Foi casada com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de Ifé.
Mito: cansada de ficar em Ifé, foge. Olokun lhe dera, por medida de precaução, uma
garrafa contendo um preparado, pois "não se sabe o que pode acontecer amanhã", com a
recomendação de quebrá-la no chão em caso de extremo perigo. Olofin-Oduduwa lançou
seu exército à procura dela. Cercada, em vez de se deixar ser levada de volta, quebra a
garrafa. Um rio surge, levando-a para Okun, o oceano, casa de seu pai.
Poe à prova as amizades que lhe são devotadas. Amiga, companheira e leal.
Preocupa-se com os outros, é maternal e séria, zelando pelas amizades duradouras
e cuida dos que ama com afinco, mas não gosta de se sentir sufocada ou
dependente emocionalmente.
Custa muito a perdoar uma ofensa. Pode perdoar, mas não esquece jamais.
Alimenta culpa e mágoa por muito tempo. Lição: questionar esse peso que carrega
por ter feito e não ser reconhecido. Doença: cistite = ressentimento. Gastrite =
raiva.
Sem possuir a vaidade de Oxum, gosta do luxo, dos tecidos azuis e vistosos, das
jóias caras e ambiente sofisticado. Tem tendência à vida suntuosa mesmo se as
possibilidades do cotidiano não lhe permitem tal fausto. Se for pobre: usa flor de
plástico, enfeite na mesa barato. Bebe em taça, nunca em copo.
Tem um jeito muito carinhoso de conseguir as coisas, com doçura.
É capaz de fazer tanto coisas boas como as ruins. Engana-se quem acha que não
está disposta a ter o que quer ou se revoltar.
Mito: ela era casada com Ogum, mas queria se livrar dele para ficar com o amante.
Deitou-se ao pé do Iroko, fingindo-se de morta, enganando a todos. Ao perceber que tinha
dado certo, foi correndo festejar com o amante. Ogum descobriu e reclamou com
Olodumare que, a partir daquele dia, determinou que todos deveriam ser enterrados em
covas fundas, com seus corpos cobertos de terra, para que ninguém mais pudesse fingir.
Mito: ela acabou com a 1ª humanidade, espalhando suas águas salgadas por todos os
cantos. Sua ira foi causada pela morte de seu filho querido, injustamente acusado pelo
povo da região que tinha inveja dele.
Simples, passiva.
Acolhe, protege e preocupa-se com o sofrimento do filho. Quer evitar. Tem gosto
pela maternidade e cria o filho para o mundo, o preparando para os desafios.
Ótima administradora.
Gera muitos inimigos. Aponta o erro dos outros, quer que faça certo. Quer que o
outro cresça, mas termina por incomodar e ser afastada. Tende a consertar a vida
dos outros Se for de Osa: piora. Quer dominar, determinar a vida do outro.
Mito: usa de seu espelho para mostrar aos inimigos como eles são na realidade e estes
saem correndo porque são horrorosos.
Obstinada, mas ao contrário da filha de Yansã, não luta por qualquer injustiçado.
Luta somente em causa própria ou quando emocionalmente envolvida.
Possui a tendência a aconselhar e tentar dar rumo na vida dos que a cerca, pois
julga que o destino dos outros é de sua responsabilidade, por isso ser considerada a
mãe das cabeças. Assim, se culpa quando não consegue ajudar.
Não gosta de viver só. Negativo: vive para agradar o outro e esquece de si mesmo.
Lição: aprender a fazer por si.
Pensa muito. Doença: dor de cabeça. Se for Odu 4 = pior. Pensamentos que voam.
Adjuntós: Iemanjá Bocí com Ogum Adiolá, com Xangô Agandjú, com Odé, com
Ossanha e com Oxalá Dacum, Iemanjá Bomí com Oxalá Bocum ou Oxalá de
Orumiláia, Nanã Burukun com Oxalá Bocum.
Animal:
Arcanjo: Raphael.
Arquétipo:
Assentamento/Ibá: sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana
azul.
Atuação: poder feminino, da criação. Geração de boas idéias, de fertilização.
Resolução de problemas com maternidade e de ordem familiar. Uniões de todos os
sentidos.
Bebida/Libação: água mineral ou champagne.
Chakra: sexto.
Conselho:
Cor: azul claro e prata ou branco cristal. Verde. Transparente. Rosa.
Corpo/Doenças: prisão de ventre. Dores (enxaqueca) e problemas na cabeça.
Seios. Tórax (homens).
Dança: reflete o movimento das ondas, dos peixes, dos maremotos. Os movimentos
são de afastamento das águas, simbolizando a limpeza e abertura dos caminhos,
além da renovação. Dança em círculo e roda muito, a fim de tontear os que estão a
volta para lhes causar o transe.
Dia da semana: sexta-feira. No Batuque: sábado.
Elemento: água salgada.
Erva/Ewé: colônia. Manjericão branco. Folha e flor da laranjeira. Malva branca.
Essência: jasmim.
Família:
Fase lunar: crescente.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: Abebê prata na mão direita e o Ofá
de guerreira nas costas. Espada (alfanje). Pedras marinhas. Conchas. Peixinhos.
Festa: 02/02 – Nossa Senhora dos Navegantes. Arriar o Akariburí: ritual para
Yemanjá.
Flor: angélica. palma branca. Rosa branca.
Fruta: uva verde. Melão. Uva branca. Maçã verde.
Habitat: mar. Águas salgadas.
Hora: à noite, das 18 às 21 horas.
Lado negativo:
Mensagem: Iemanjá nos ensina sobre as emoções. Sem emoção, em nosso
planeta, não se realiza nada. Seus filhos devem aprender a direcionar esta emoção
em proveito da humanidade, e não somente em proveito ou detrimento pessoal. É
através da entrega à humanidade que seus filhos alcançam o equilíbrio, a harmonia
e o controle de suas águas. A mesma água que gera e fertiliza, destrói
implacavelmente. Tudo depende de como se direciona.
Metal: prata.
Nomes:
o Ogunte: se apresenta jovem e guerreira. É casada com Ogum Alagbedé.
Confusa, não sabe o que quer. Parece enlouquecida.
o Yasessu ou Assessu: assume a maternidade de Xangô. É ranzinza e
voluntariosa. É respeitável. Habita nas profundezas. Castiga os poluidores. É
quem recebe as oferendas. Ela tem que aceitar...
o Maleleo ou Awoyó: não se obteve notícias desse aspecto no Brasil. Provoca
ondas e maremotos. Provoca desastres, pertubações, ruínas e recomeços.
o Konla: protege os pescadores. Seu mito conta que ela afoga os pescadores
quando quer se vingar deles. Enfeitiça-os.
o Ataramabá: ela está no colo de Olokun (pai ou mãe). Vibra na espuma do
mar. Isolada e individualista. Se relaciona com o pai e não com o marido.
o Iyemonja Ogunde: aspecto da orisa cultuado no nagô em Pernambuco.
Iyemonja Iyá Ori: nessa forma ela assume todas as cabeças mortais.
Iyamasse: forma de quando ela é definitivamente mãe de Sàngó.
o Araseyn: juntó com Ossayn. Trabalha com cura.
o Iemowô ou Iyawodô: esposa de Oxalá. Rio. Cuida do marido e do lar.
o Iamassê ou Iyamasemalê: mãe de Xangô. Velha. Não tem culto. Guerreira.
Come carneiro. Juntó com Nanã.
o Yemanjá Iyaselê: uma das mais antigas. Não tem culto.
o Yemanjá Yewa ou Eua: rio que na África corre paralelo ao rio Ogum e que
freqüentemente é confundido com Iemanjá em certas lendas.
o Olossá ou Olassá: lagoa africana na qual deságuam os rios. Jovem lagos.
Não usa adaga. Ligação com as Iyami Oxorongás. Tímida. Reservada. Não
gosta de ser contrariada, rejeitada ou esquecida.
o Assabá ou Sabá ou Sobá: é manca e está sempre fiando algodão. É velha e
maternal. Esposa de Orunmilá. É cheia de vontade. Voluntariosa. Vingativa.
Austera. Se torna perigosa quando provocada.
o Yemanjá Olokum: jovem.
o Yemanjá Laparogum: guerreira.
o Yemanjá Ibiú: profundezas do rio. Matrona, de seios volumosos, símbolo de
maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais
que majestosos - ou somente um deles.
o Yemanjá Arobô:
Número: 9.
Oferenda/Ebó: tapioca. Carneiro. Pato. Pratos preparados à base de milho branco,
azeite, sal e cebola. Manjar branco. Condessa. Não pode faltar na cesta: pérolas,
areia, conchas, perfume de jasmim, espelho e peixinho. Ebó: para que o
nascimento sai bem. Peixe [dourado, tainha, corvina (problemas de memória)].
Cuscuz.
Origem:
Patrono:
Pedra/Otá: lápis-lazúli. Sodalita. Agua marinha. Turqueza. Pedra da lua.
Planeta: Lua.
Proibição/Ewó: Poeira.
Ponto cardeal:
Relacionamentos: criteriosa, procura com afinco o parceiro ideal e quando acha,
impõe suas condições. Deve ter cuidado para não anular seu parceiro. No lar, é
dedicada, madura e matriarcal. Assume a postura de mãe, mulher e administradora
da casa em período integral. Se não consegue, insiste em um até o fim, mesmo
sofrendo.
Sacrifício/Igbossé: galinha. Conquem. Pato. Pombo. Cabra. Carneiro. Tartaruga.
Bode castrado. Porca.
Saudação: Odô Fiaba! Odayá! (mãe do rio) Eeru Iya (mãe das espumas das águas)
Odo Fe Iyagbá (amada senhora do rio).
Sincretismo: Nossa Sra. Das Candeias. Iemanjá Bocí e Iemanjá Bomí: Nossa Sra.
dos Navegantes.
Situações:
Tipos:
o Guerreira.
o Grande mãe: serena e tranqüila.
As Ajé foram trazidas ao mundo pelo Odu Osá Meji. Juntamente com o Odu Oyeku
Meji, formam o grande perigo da noite.
São em número de 16: Iya mi Oxorongá, Iya Nlá (a grande mãe), Iya mi Agbá
(minha mãe anciã).
“Quando é pronunciado o nome de Iyami Oxorongá: quem está sentado se levanta,
quem está de pé faz uma reverência. É um temível Orixá, a quem se deve respeito
e todo cuidado é pouco” (Jorge Amado). Dizer seu nome em voz alta é perigoso,
pois elas ouvem e trazem sua influência.
Quando os iorubás dizem "nossas mães queridas" para se referirem às Iyá Mi,
tentam, na verdade, apaziguar os poderes terríveis delas.
Donas de um axé tão poderoso quanto o de qualquer Orixá, as Iyá Mi tiveram seu
culto difundido por sociedades secretas de mulheres. São as grandes
homenageadas do famoso festival Gèlèdè, na Nigéria, realizado entre os meses de
março e maio, que antecedem o início das chuvas do país, relacionando o culto à
fertilidade. As cantigas entoadas neste festival fazem alusão a esse poder “mãe
destruidora, hoje te glorifico: o velho pássaro não se aqueceu no fogo. O velho
pássaro doente não se aqueceu ao sol. Algo secreto foi escondido na casa da Mãe.
Honras à minha Mãe! Mãe cuja vagina atemoriza a todos. Mãe cujos pêlos púbicos
se enroscam em nós. Mãe que arma uma cilada. Mãe que tem potes de comida em
casa”.
As feiticeiras mais temidas entre os iorubás e nos Candomblés do Brasil são as Àjé
e, para referir-se à elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleyé (Dona do
Pássaro).
Mito: ao se referir a ela ou ao falar seu nome durante o dia, até antes do sol se pôr, fazer
um X no chão, com o dedo indicador, atitude tomada diante de tudo que representa perigo.
Se for à noite, correr a mão espalmada, de um lado para o outro à altura da cabeça, afim
de evitar que ela pouse, o que significaria a morte.
O aspecto mais aterrador das Iyá Mi, seu principal nome, pelo qual tornou-se
conhecida nos terreiros, é Oxorongá, uma bruxa terrível que se transforma no
pássaro de mesmo nome (é um pássaro africano que emite um som onomatopaico
de onde provém o nome) e rompe a escuridão da noite com seu grito assustador. É
o pássaro do agouro. Ela é a mais vingativa e temida. Por isso que a fama de
grandes feiticeiras as associou à escuridão da noite.
Representam também o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o poder pelo
poder, a ambição, a fome, o caos e o descontrole. Pode-se usar o ciúme e a
ambição das Iyami, embora não seja recomendável lidar com elas.
Seus nomes nunca devem ser pronunciados; mas ao dizer, fazer reverências
especiais para aplacar a ira das Grandes Mães e, principalmente, para afugentar a
morte: “Mãe todo-poderosa, mãe do pássaro da noite. Grande mãe com quem não
ousamos coabitar. Grande mãe cujo corpo não ousamos olhar. Mãe de belezas
secretas. Mãe que esvazia a taça, que fala grosso como homem grande, muito
grande. No topo da árvore iroko, Mãe que sobe alto e olha para a terra. Mãe que
mata o marido mas dele tem pena”. São temidas, por serem impiedosas,
principalmente com os homens. Nada escapa de seu ódio.
Mito: envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os
olhos e os pulmões das pessoas, dá dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres
engravidem e não deixa as grávidas darem à luz.
Possui uma cabaça de poder (para guardar os segredos da criação), que quando
aberta, libera o pássaro, que cumprirá sua missão, seja ela qual for. As corujas são
seus maiores símbolos. Ela fica aos seus pés. Leva os augúrios e presságios.
Mito: a coruja leva os feitiços até seus destinos. É bonita e elegante. Pousa suavemente
nos tetos das casas e é silenciosa. "Se ela diz que é pra matar, elas matam, se ela diz pra
levar os intestinos de alguém, levarão".
As Iyá Mi, junto com Exú e os ancestrais, são evocadas nos ritos de Ipadé, um
complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do poder
feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as Grandes Mães é que
detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem a vida, integrarão o
corpo das Iyá Mi, que são, na verdade, as mulheres ancestrais.
Costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas. Toda Iyami deve
levar uma vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas
têm seus protegidos e uma Iyami não pode atacar os protegidos da outra.
Tenaz, vingativa, impiedosa e ataca em segredo. É sempre colérica e pronta a
desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre irritada, seja ou não
maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, quer se fale bem ou mal
dela ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento
desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida. Pune
principalmente aqueles que não dão alguma coisa do que conseguem. Muito
astuciosa. Para justificar sua cólera, instituiu proibições. Não deixa ninguém as
conhecer, para poder alegar que os homens as transgridem e poderá punir com
rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas.
Mito: Iyami fica ofendida se alguém leva uma vida muito virtuosa, se é muito feliz nos
negócios e junta uma fortuna honesta, se é por demais bela ou agradável, se goza de
muito boa saúde, se tem muitos filhos. Se a pessoa não pensa em acalmar os ciúmes dela
com oferendas, é preciso muito cuidado com elas. E só Orunmilá consegue acalmá-la.
O poder de Iyami:
É atribuído às mulheres velhas.
Pode pertencer a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou
uma de suas avós.
Uma mulher de qualquer idade também pode adquirí-lo, voluntariamente ou sem
que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em fazer
proselitismo.
Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam infinitamente
menos virulentos e cruéis que as ajé (feiticeiras).
Já viveram tudo o que tem para viver.
Conhecem as fórmulas de manipulação da vida.
Todas são capazes de matar, mas as mais velhas jamais atacam membros de sua
família, enquanto as outras não hesitam em matar seus próprios filhos.
Seu poder emana da cajazeira, sua principal casa.
Ajuntós:
Animal: pássaros. Principalmente as corujas. Pode-se colocar uma de madeira para
proteção da casa.
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Conselho:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Ditado:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat/Domínio: em 7 árvores. A pessoa pode fazer ebó nela para pedir algo ou,
se a Yami lá estiver e pensar em alguém, essa pessoa receberá a energia
específica daquela árvore.
o Na árvore do Orobô: felicidade, justiça e vida longa. Viverá muito na terra.
o Na copa da Araticuna-de-areia: algo que a pessoa gosta será destruído.
o Nos galhos do Baobá: tudo o que é do agrado da pessoa será concedido,
principalmente prosperidade.
o No pé do Iroko ou gameleira branca: sofrerá acidentes e não terá como
escapar. Fazer ebó para fugir dos acidentes e das fatalidades. Para adquirir
saúde física.
o Nos galhos do pé de Apacoá: a pessoa morrerá em breve. Fazer ebó para a
ancestralidade e antepassados. Para cortar trabalhos de morte.
o Na Cajazeira: traz tudo o que a pessoa quiser. Poderá trazer a felicidade ou
a infelicidade.
o Na Figueira: se suplicar por perdão, essa pessoa será perdoada,
principalmente se é para alguém que está no Orun. Ela leva os pedidos ao
Orun.
Hora:
Lado negativo:
Mensagem:
Metal:
Nomes:
Número:
OBS:
Oferenda/Ebó: vísceras de galinha. Miúdos.
Origem:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: tripa. Buchada.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
Situações:
Tipos:
Conhecido por Eliri Ipim: testemunha da criação. Faz parte direta da criação.
Elemento cósmico da criação e de tudo o que está ligado à natureza. Foi
testemunha do destino escolhido por cada um de nós no momento da encarnação.
Somente ele sabe de que modo foi feito cada homem, que venturas e que
infortúnios foram usados na construção de seu destino.
Mito: Obatalá reuniu as matérias necessárias para a criação do homem e convocou todos
os Orixás. Somente Orunmilá apareceu e por isso, lhe foi permitido conhecer os segredos
da criação do homem, como recompensa. Ifá conhece todas as histórias: as que já foram
vividas e as que ainda vão acontecer. Elas são as mesmas, pois tudo se repete, nada é
novidade. Basta saber qual, entre as histórias, estamos revivendo.
Mito: Poié ajudou Orunmilá a sair de uma armadilha e ele lhe ofereceu o que ela quisesse
em troca. Ela quis ter um filho e ele então se deitou com ela.
Não existe filho de Orunmilá, pois é ele quem determina o Orixá que regerá o ori do
filho que procura o Babalaô.
No início era jogado com nozes de dendê e só mais tarde passou a ser realizado
com os búzios que hoje conhecemos.
Mito: ele se retirou para o Orun e deixou o Oráculo para que os humanos pudessem se
comunicar com os Deuses.
Ajuntós:
Animal:
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá: Aperê Igbodu. Usado para o culto de Ifá. Ter uma cabaça com
tudo que há nas cabaças dos outros Orixás e ter uma outra maior, com ossum
vermelho de Obaluaê, carvão de Ogum, lama de Oduduwa e efum branco de
Obatalá. São os quatro elementos primordiais do mundo.
Atuação:
Bebida/Libação:
Chakra:
Conselho:
Cor: branco marfim.
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana: domingo. No Batuque: sexta-feira.
Ditado:
Elemento:
Erva/Ewé: todas as dadas aos Orixás.
Essência: não tem.
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: IROFÁ: uma espécie de bastão com
uma sineta no final.
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat/Domínio: cumes das montanhas.
Hora:
Lado negativo:
Mensagem:
Metal: marfim. Chumbo.
Nomes:
Número: 10.
OBS:
Oferenda/Ebó: arroz cozido com mel. Algodão com pó de efum.
Origem: África ocidental em Ile Ifé. Chega a Daomé a partir do séc. XVII pela mão
dos sacerdotes imigrantes yorubás.
Patrono:
Pedra/Otá: não tem.
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: não há. Convive com tudo o que existe.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação: Orunmilá Babá Ifá.
Sincretismo:
Situações:
Tipos:
Mural dos Orixás – de Caribe. Raízes Artes Gráficas.
OXALÁ
OBATALÁ
Orixá fun-fun.
Sempre se cobre com o pano branco: Alá. Seus filhos se cobrem para que sejam
protegidos da vida e da morte. Assim coberto, está protegido por Oxalá.
Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala por 3 semanas. Tudo
é em silêncio, pois a palavra é dele.
Controlador. Pretensioso. Soberbo. Tem que ser do jeito dele. Se revolta se o outro
não faz como ele diz. Se não for do seu jeito, larga e vai embora. Quer impor. Não
reconhece a forma diferente dos outros.
Não gosta de ser aluno. Quer ensinar. O sentimento de valor para ele se associa ao
cumprimento do que ele ensinou. Se sente que o outro não fez bem ou que falhou,
se decepciona.
Faz muito por obrigação e pouco por prazer. Se de Ejionilê ou Ofun: mais rígido.
Ajuntós: Oxalá Obocum com Oxum Pandá, Oxalá Olocum com Oxum Pandá,
Oxalá Dacum com Iemanjá Bocí, Oxalá Jobocum com Oxum Docô ou Iemanjá Bocí,
Oxalá de Orumiláia com Oxum Docô ou Iemanjá Bomí.
Animal:
Arcanjo: Gabriel.
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação:
Bebida/Libação: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: Aluá (1 abacaxi, 2 litros de água, mel
ou açúcar mascavo, cravinho, 1 colher de chá de gengibre ralado). Deixar o abacaxi
com a casca e fermentar por 1 dia.
Chakra: sétimo.
Conselho:
Cor: Oxalufã e Oxalá: somente branco. Oxaguiã: branco leitoso e azul claro. Branco
levemente mesclado com azul. Branco e dourado.
Corpo/Doenças: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: rins. Coração. Problemas nas
coronárias. Dor nas escápulas. Problemas nos espermatozóides.
Dança: Oxalufã: dança como um velho de andar vacilante. Apóia-se no Opaxorô.
Oxaguiã: sua postura é ereta, altiva. Brande suas armas. Pode ter um ar belicoso.
Usa o atori.
Dia da semana: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: sexta-feira ou domingo.
Ditado:
Elemento: ar.
Erva/Ewé: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: boldo. Alecrim. Alfazema. Folha da fortuna.
Maracujá. Folha da parreira. Folha do algodoeiro. Poejo.
Essência: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: aloés.
Família:
Fase lunar: Lua cheia.
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: Oxaguiã: ATORÍ: vara de goiaba ou
de marmelo (como aguidaví), usada para bater e serve para relembrar uma injustiça
que ocorreu, para que ela nunca mais se repita. Espada ou sabre (IDÁ). Pilão (mão
de pilão). Ofá (arco e flecha). Escudo. Oxalá e Oxalufã: Alá. OPAXORÔ ou
PAXORÔ: longo bastão de madeira, encimado pela imagem de um pássaro e
ornado por discos de metal e pequenos sinos. É o cetro do mistério. O usou para
separar o céu e a terra. Cada degrau representa um estágio de domínio entre o céu
e a terra. Traz a força de todos os Orixás. No Brasil, é confeccionado na cor prata.
Abebê de prata, representando seu caráter hermafrodita. É representado pelos
olhos que vêem tudo.
Festa: Oxalá e Oxalufã: Águas de Oxalá. Dura 17 dias. Oxaguiã: Festa do Pilão ou
Pilão do Oxalá (festa dos inhames novos). Ocorre no último dia de festa para Oxalá.
Ritual: os habitantes são divididos entre dois bairros e trocam golpes de atori,
relembrando o Itan que diz sobre um Babalaô amigo de Oxaguiã, que foi preso
pelos guardas por ter chamado o Rei de Osògiyan (Orixá comedor de inhame).
Quando foi visitado no calabouço, pediu-lhe perdão, mas só seria aceito se os
moradores da cidade trocassem golpes de varas durante suas festas (sob pena de
não haver boa colheita se não fizessem).
Flor: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: girassol. Qualquer flor branca. Monsenhor branco.
Agapanto branco. Camélia.
Fruta: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: melão.
Habitat/Domínio: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: campos abertos e altos picos de
montanhas. Céus e nuvens.
Hora: Oxalufã, Oxaguiã e Oxalá: 12 horas. Das 9 às 12 horas.
Lado negativo:
Mensagem: amor e harmonia.
Metal: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: ouro. Estanho. Prata. Chumbo.
Nomes:
Número: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: 10.
OBS:
Oferenda/Ebó: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: caracol. Milho branco. Canjica branca
com mel. Arroz sem tempero. Feijão branco com mel e leite de coco. Mingau de
acaçá. Purê de inhame com mel. Cuscuz. Usar louça branca.
Origem:
Patrono:
Pedra/Otá: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: diamante.
Planeta: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: Sol.
Ponto cardeal: norte.
Proibição/Ewó: Oxaguiã, Oxalufã e Oxalá: sangue. Dendê. Sal. Não come
temperos e nem comida com cor. Coentro. Vinho de palma. Mito: Exu, com inveja
de Oxalá, botou dendê no rabo do Ecodidé que o acompanhava. Enquanto Oxalá ia
andando, o papagaio vermelho ia sujando tudo de dendê. Oxalá expulsou o Ecodidé
por causa disso, mas guardou de lembrança uma pena pela amizade que tinham
vivido até então. Mito: o vinho de palma o fez ficar bêbado e entregar a criação do
mundo para Oduduwa, que criou a terra. Mito: o sal, foi por causa de um Ebó com
sal que lhe mandaram fazer e ele não deu a mínima, sendo por isso castigado com
essa proibição.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação: Oxaguiã: Xeuê Babá. Oxalufã: Epá Babá. Oxalá Babá.
Sincretismo: Sr. do Bonfim, menino Jesus. Oxalá Obocum e Oxalá Olocum:
Menino Jesus de Praga. Oxalá Dacum e Oxalá Jobocum: Sagrado Coração de
Jesus. Oxalá de Orumiláia: Espírito Santo ou Santa Luzia.
Situações:
Tipos:
o Oxalufan: energia mais velha. Tem aspecto de um velho trôpego, encurvado,
mas com uma postura serena e benévola. Por seu caráter hermafrodita, pode
carregar um Abebê de prata (em forma de sol).
o Oxaguiã: energia mais jovem. Somada a Ogum. Moço guerreiro, impávido e
majestoso. Muito valente, viril, mais alegre e cheio de nobreza.
Templo em Ifon. Seu culto permanece ainda bem preservado nessa cidade.
Sacerdotes: Ìwèfà méfà e Olóyè (Aájè, Aáwa, Olpuwin, Gbògbò, Aláta e Ajíbódù).
Rei de Eleegibò.
Sempre que ia para a guerra Yemanjá ia junto. Por isso ela se chama Ogunté.
Oxaguiam lutava na guerra, mas ela não acabava nunca, tão poucas eram as armas para
guerrear. Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente. Oxaguiam pediu urgência à Ogum,
mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era duro para se forjar e cada ferramenta nova
demorava. Oyá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar a fabricação. Oyá se
pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente o fogo e derretia o
ferro mais rapidamente. Logo Ogum pode fazer muitas armas e com elas, Oxaguiam
venceu a guerra. Oxaguiam enamorou-se de Oyá e fugiram. Quando Oxaguiam voltou à
guerra, precisou de armas e Oyá teve que voltar a avivar a forja. Seu sopro atravessava
toda a terra que separava a cidade de Oxaguiam da de Ogum e seu sopro cruzava os ares
e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho e o povo se acostumou com o
sopro de Oyá cruzando os ares e o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e
mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oyá a forja de Ogum. Tão forte que,
às vezes, destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando
cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e o chamava de
tempestade.
Ele reside na gameleira branca. É assentado no seu pé, após preparo ritualístico da
raiz e ter o tronco enfeitado com um ÒJÁ FUNFUN.
A relação com esta árvore é comum a várias divindades e exprime sua relação com
seus antepassados. É a árvore sagrada (encantada) pai e mãe de tudo o que existe.
A 1ª grande árvore a ser plantada. A ancestral com as mais fortes raízes e cuja
copa habitam as aves misteriosas, as temidas portadoras de feitiço: as Iyá Mi
Oxorongá.
Deve ser amarrada com pano branco ou ojá. É um símbolo ancestral. Este pano
deve ser trocado todo ano no seu dia. Fincar uma bandeira branca com haste
bastante alta (Tempo).
Para os yorubás, é uma das 4 árvores sagradas cultuadas em todas as regiões que
ainda praticam a religião dos Orixás. Originalmente, Iroko não é considerado um
Orixá que possa ser "feito" na cabeça de ninguém.
Chamado de IGGI OLORUN (árvore do senhor dos céus). É o próprio Orixá: abriga-
o e nele se transforma. Pode ser usada como assentamento para o Orixá.
Fala da renovação. Quando um Iroko tomba, suas raízes buscam um novo lugar
para surgir.
Colérico e justiceiro.
Seiva venenosa.
Pai da Maionga (banho do recolhimento). Não pode ser no chuveiro, mas ao ar livre:
no rio, na cachoeira, na água de chuva. Sem roupa e envolvido no lençol.
Gostava de dar susto nos caçadores e brincar com as pedras que existiam dentro
do seu tronco.
Adjuntos:
Animal: 1 cabrito de chifre virado, 4 frangos de esporão grande, 1 galo d'angola, 1
pombo branco. Após matar os bichos, tira-se a língua de todos e as esporas do
galo.
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá: é feito numa gamela oval. Pega-se um pedaço do tronco da
gameleira branca e faz-se uma pequena estátua de um negro africano com um idé
branco no nariz. Na cabeça, um colar de búzios e moedas. Na gamela pôe-se uma
corrente em volta, 6 moedas e no meio da gamela uma seta e a estátua.
Atuação: ajuda a escutar a voz do tempo, as estações do ano, os dias, o passado e
o futuro, ao eterno. Se precisar revisar, meditar ou analisar algo, ficar aos pés da
árvore.
Bebida/Libação: dono do Otim (cachaça).
Chakra:
Conselho:
Cor: branco (Iroko e Loko), verde escuro, azul escuro e marrom. Colorido (Tempo).
Veste cores fortes, vermelho, azul e verde, às vezes cinza ou marrom e branco.
Corpo/Doenças: sangue. controla a hemorragia.
Dança: sua incorporação é pouco vista, seus filhos giram tontos, cambaleando pelo
barracão antes de caírem fulminados, logo levantam-se e pôem-se a dançar.
quando se manifesta, os fiéis jogam sobre ele os fluídos que querem se livrar e ele
corre para fora do barracão para atirar no mato todo o mau. As vezes bebe tanto
que cai no chão. Cobre-se então com um Alá branco e quando recuperado, ergue-
se e volta a dançar. De joelhos no chão e o BRAVUN, ritmo GEGE, como Oxumarê.
Dia da semana: quinta-feira.
Ditado:
Elemento: os 4 elementos, as 4 estações do ano.
Erva/Ewé: folhas das árvores. Milame. Colônia. Saião. Iriri. mãe boa. barba de
velho. erva prata. crista de galo. nóz moscada. Abilzeiro. Jaqueira. Cajueiro.
Quando se faz o Orixá, pôe-se uma folha de saco-saco embaixo do pé do IYAÓ
uma folha de saco-saco e na boca uma folha de assa-peixe.
Essência:
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: escada (fala do crescimento com o
passar do tempo) e a grelha (Tempo). Cuba (bastão revestido com contas
vermelhas e brancas). Galho da gameleira em forma de Y (Loko). Cabaça com
ervas (Ató). Lança de madeira com 2 cabaças adornadas com búzios (Iroko). Leva
uma lança na mão. As vezes veste-se de palha como Omolu.
Festa:
Flor: qualquer branca.
Fruta:
Habitat/Domínio: no Brasil: principalmente a gameleira branca (Bahia), cujo nome
científico é "fícus religiosa"; mangueira (Rio); Cajazeira (Maranhão). Na África, sua
morada é a árvore Iroko, nome científico "chlorophora excelsa", que, por alguma
razão, não existe no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada.
Em Cuba: Ceiba ou o Baobá. Pode usar qualquer árvore com longevidade e que
tenha bastantes espécimes.
Hora: culto restrito após as 18 horas. Não se visita porque se pode encontrar coisas
assombradas ou ter alucinações.
Lado negativo:
Mensagem: tudo tem o momento certo.
Metal: ferro para as ferramentas.
Nomes:
o Girokossi:
o Lokossi:
Número: 4 e 7 (Tempo). 12 (Iroko).
OBS: no recolhimento, o banho não pode ser no chuveiro: no rio, na cachoeira, ao
ar livre, sem roupa e envolvido no lençol. Usa água da natureza: chuva, rio.
Oferenda/Ebó: para ajudar na fertilidade, na dificuldade de ter filhos. É preciso ter o
corpo muito limpo, devendo ser respeitado os preceitos, inclusive de sexo. come
muito. Tudo em abundância. Só pode ser preparada por homens. Farofa de dendê.
Canjica. Acaçá. Amalá (com dendê, pimenta e cebola). Usar quartinha macho (sem
alça) com cachaça ou com água pura. Amarrar um pano branco em volta. Tudo na
gamela de madeira.
Origem:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Ponto cardeal: 4 pontos cardeais.
Proibição/Ewó: beber (sobretudo cachaça). Álcool em excesso.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação: Zara Tempo! (Tempo). Eró (calma) (Iroko).
Sincretismo: São Francisco de Assis.
Situações:
Tipos:
É a serpente-arco-íris em nagô.
Mito: Nanã o ergueu e o pregou no céu com todas as suas cores, se transformando no
arco-íris.
Elegante.
Místico.
Traiçoeiro. Joga veneno, ferino. Age como cobra, escorregadio, por interesse. Se
adapta às necessidades.
Inconstante e desconfiado.
Representado por uma serpente que morde a própria cauda. Enrola-se em volta da
terra para impedí-la de se desagregar.
É o dono das riquezas escondidas nas florestas, nas entranhas da terra e no fundo
das mares. Dono das pedras preciosas, do ouro, do coral, do seguí.
Quer ser rico. É paciente e perseverante nos seus empreendimentos e que não
mede sacrifícios para atingir seus objetivos.
Mito: Oxumaré era um adivinho do rei Oni. Tinha que ir ao palácio real no dia do segredo:
o dia que dá início à semana. O rei não era generoso, dava apenas uma quantia irrisória a
Oxumaré que vivia na miséria com sua família. Magoado, consultou Ifá para se tornar rico,
respeitado, conhecido e admirado por todos. Ifá o aconselhou a oferecer 1 faca de bronze,
4 pombos e 4 sacos de búzios da costa. Na hora de fazer a oferenda, foi chamado pelo rei
e respondeu: pois não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia. O rei, irritado pela
espera, negligenciou a remessa de seus pagamentos habituais. Oxumarê recebe um
convite de Olokun, a rainha de um país vizinho para que visse o filho doente, que não
podia manter-se de pé. Caía, rolava no chão e queimava-se nas cinzas do fogareiro.
Consultou Ifá e todas as doenças da criança foram curadas. Ela lhe ofereceu 1 roupa azul,
feita de rico tecido, deu-lhe muitas riquezas, servidores e 1 cavalo. Ao saber do ocorrido, o
rei lhe ofereceu 1 roupa do mais belo vermelho, acompanhada de muitos outros presentes.
Oxumaré tornou-se assim, rico e respeitado.
Não tem simpatia pela chuva. É o arco-íris que espanta a chuva e surge sempre
quando ela termina.
Mito: Oxumaré não era amigo de Chuva. Quando Chuva reunia as nuvens, Oxumaré
agitava sua faca de bronze e a apontava em direção ao céu, como se riscasse de um lado
a outro. O arco-íris aparecia e Chuva fugia. Todos gritavam: "Oxumaré apareceu!"
Oxumaré tornou-se, assim, muito célebre. Olodumaré, o deus supremo, aquele que
estende a esteira real em casa e caminha na chuva, começou a sofrer da vista e nada
mais enxergava. Ele mandou chamar Oxumaré e o mal dos seus olhos foram curados.
Depois disso, Olodumaré não deixou mais que Oxumaré retornasse a Terra. Desde esse
dia, é no céu que ele mora e só tem permissão para visitar a Terra a cada 3 anos. São
durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas.
Lado feminino: para alguns, é Bessen. Para outros, não deve ser confundido com
o vodun Becem que se apresenta como Dangbe, Bafun, Danwedo todos da família
Danbira e cultuados em outra nação.
Ajuntós:
Animal:
Arcanjo:
Assentamento/Ibá:
Atuação: o princípio da multiplicidade da vida, o transcurso de múltiplos e variados
destinos. Tudo o que se movimenta.
Bebida/Libação:
Chakra:
Conselho:
Cor: cores do arco íris. verde e amarelo. Preto. Amarelo listrado com verde.
Amarelo listrado com preto.
Corpo/Doenças: espinha dorsal. Cordão umbilical. Mito: enterrar o cordão,
geralmente com a placenta, sob uma palmeira, que se torna propriedade do recém-
nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Dança: leva nas mãos pequenas serpentes de metal, apontam o dedo indicador
para o céu e para a terra num ininterrupto movimento. Pode trazer um tridente.
Dia da semana: quinta-feira. Terça feira.
Ditado:
Elemento: água e ar.
Erva/Ewé:
Essência:
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: arco-íris (quando masculino) e a
cobra enrolada na árvore (quando feminino): Oroborus, Dan. quando feminino:
Abebê. Quando masculino: Alfanje (bolsa de ouro). Faca de bronze. Cobra de ferro.
Tacará (bracelete de cobra). Turbante com trança na cor amarelo, branco, verde ou
rosa e azul. Usa o brajá: simula a pele de cobra.
Festa: São Bartolomeu.
Flor:
Fruta:
Habitat/Domínio:
Hora:
Lado negativo:
Mensagem: deixar para trás tudo o que não serve mais.
Metal: ouro.
Nomes:
o Araka: epíteto.
o Dan: vodum velho.
o Besen: rei de jeje. Fêmea.
o Danbaglã: cultuado também no Haiti. Está ligado à bruxaria.
o Eferin: vem com Adê em palha da costa com as 7 cores do arco-íris. Usa
uma couraça de metal. Várias cores e 2 serpentes de estanho.
o Ejó: feito fora de casa. Terrível. Confusão, roubo e pancadaria.
o Dangbé: veste branco e come cabritos brancos. Cobras imersas no azeite de
dendê e azeite doce. É macho.
o Dambará: é macho.
Número: 14.
OBS:
Oferenda/Ebó:
Origem:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Ponto cardeal:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé: bode. Tatu. Galo. Itu. Pombo branco.
Saudação: Arroboboi!
Sincretismo: São Bartolomeu.
Situações:
Tipos:
Mural dos Orixás – de Caribe. Raízes Artes Gráficas.
LOGUM EDÉ
TOQUENO ou BOSOJARA (Jeje)
TERÊ-KOMPENSO (Angola)
Não há qualidades de Logun como acreditam alguns, tais como locibain, aro aro,
etc. São apenas nomes tirados de cânticos, aliás aro quer dizer tanta coisa menos
nome de Orixá.
No Brasil, o seu 1º nome, Logum se mesclou ao 2º, Edé, nome da cidade yorubá na
qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé.
Logum pode ser a abreviatura de Ologun que, em yorubá, quer dizer feiticeiro.
Não é fusão, é metá. São 2 Orixás juntos, mas podem ser separados. Cada metade
é de um dos pais.
Seu culto na África está extinto, mas no Brasil é cultuado como o Príncipe dos
Orixás. Culto muito difundido no Rio de Janeiro e cresce a cada dia.
Para Mãe Menininha do Gantois, Logum é o santo menino que o velho respeita.
Filho de Oxum Ipondá ou Pandá ou Ipandá. (Para alguns, Botô: água doce com
salgada) e Oxoce Ibualama ou Odé, Inle ou Inlé ou Erinlé (não gosta de água doce,
só da salgada). Foi criado por Iemanjá (a pedido de Iansã), que o presenteou com
muitas riquezas.
Mito: Oxum queria ficar com Erinlé, mas ele não lhe dava atenção. Lambuzou seu corpo
de mel e se rolou nas matas, colando folhas em seu corpo, despertando o amor dele. Mas
Oxum um dia se esqueceu e tomou um banho e as folhas se soltaram do seu corpo. Erinlé
então a deixou, mas ela estava grávida. Nasceu Logum Edé.
Cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan.
Vive 6 meses nas matas caçando com Oxoce e 6 meses nos rios pescando com
Oxum. Para alguns, é filho de Ogun e Yansã e, ainda também é filho desses 4
Orixás, como uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji.
Herdeiro dos axés de Oxum e Oxoce, que se fundem e se mesclam como mistério
da criação. Ele une a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão
de Oxoce. Se Oxum lhe dá o axé sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a
prosperidade, Oxoce lhe passa os da fartura, da caça, da habilidade, do
conhecimento. Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de
Oxoce o faz ser representado como uma criança, um menino pequeno ou
adolescente, formando mais uma tríade sagrada na História das religiões.
É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É o único príncipe existente.
Inconstante, indeciso.
É um adolescente.
Caprichoso e habilidoso.
É inteligente e ciumento.
É diferente de Oxumarê: alterna, hora sendo homem e hora mulher. Logun Edé é o
homem com sentimento feminino.
Ajuntós:
Animal: cavalo marinho.
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação: promove a harmonia entre as diferentes espécimes.
Bebida/Libação: Aluá: 2 rapaduras grandes, 1 raiz de gengibre ralada, água,
canjica. Água de milho. Feijão fradinho. Água de poço.
Chakra:
Conselho:
Cor: azul turqueza e dourado. azul claro e amarelo.
Corpo/Doenças: bócio. Loucura.
Dança: começa como homem e depois bate o quadril, como mulher. dança
lindamente e sabe disso. faz o desenho de um arco, segurando o polegar de uma
das mãos com o dedo indicador da outra.
Dia da semana: quinta-feira.
Ditado:
Elemento:
Erva/Ewé: todas de Oxoce, de Oxum e de Oripepê.
Essência: não tem.
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: Ofá. 2 polvaris. 1 chifre coberto com
couro e dentro tem areia de rio (ode mata). 2 capangas cruzadas no corpo: uma
com flechas de metal amarelo e a outra com espadinhas e odé mata de metal
amarelo. 1 peitaça de metal amarelo com fitas amarelas e azuis. Arco com
ferramentas de mato, caça e pesca. Abebê dourado com um cavalo marinho
pendurado (de bronze ou de metal). Balança.
Festa: 19/04.
Flor: lírio. Palma amarela. Mito: é encontrado por Iansã Onira sobre um lírio. Ela o
adota e passa a ser sua companheira inseparável, tanto que na feitura dos filhos de
Logunedé no Candomblé, Iansã Onira costuma se apresentar como seu adjuntó.
Fruta: frutas de Oxoce. Melão.
Habitat/Domínio: floresta com cachoeira. Vapor fino sobre as lagoas.
Hora:
Lado negativo:
Mensagem:
Metal: ouro. Bronze.
Nomes:
Número: 6, 7 e 9.
OBS:
Oferenda/Ebó: arroz com mel: tira as sementes e bota o arroz. Omolokum.
Fradinho. Inhame. Acaçá. come as comidas de Oxoce e de Oxum. Adora mel.
Banana ouro amassada com mel ou favo. Farofa de favo de mel: farofa de azeite
doce, mel e azeite de dendê. Batata doce cortada em rodelas, fritas na cera de ori,
azeite doce ou mel. Farofa de ovos cozidos com dendê e mel. No alguidar: farofa de
mel e inhame socado com farinha. Omolocum com 5 ovos crus (quando o Orixá já
tem tempo na casa). Frutas de Oxoce e Oxum. Laranja lima. Sapoti. Tamarindo. Mel
com água. Água de coco. Água com gengibre ralado. Rapadura ralada com água.
Melão. Arroz com mel: tira-se as sementes e bota o arroz. Feijão fradinho. Inhame.
Acaçá. Faisão. Lalu. Odá (bode castrado).
Origem: Nigeria.
Patrono: pesca marinha, peixe doce, pescadores, navegantes (dado por Yemanjá),
marinheiros. gays.
Pedra/Otá: turqueza.
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: usar roupa marrom ou vermelha.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé: veado. Tatu. Odá (bode castrado). Cabra. Marreco. Pombo.
Pato. Ganso. Faisão. Galinha amarela bem gorda. Galinha d’Angola. Paturi.
Tartaruga. Pinto amarelo. Peixe dourado. Não tem matança.
Saudação: Loci, Loci Logun (grita Logun). Bí. Arolê.
Sincretismo: São Expedito. São Miguel Arcanjo.
Situações:
Tipos:
Quando se tem que fazer uma obrigação para ela, termina por fazer como para
Oxum, Yemanjá ou Oyá, por falta de conhecimento, desde da roupa que veste, às
armas e ferramentas que traz, seus cânticos e danças.
Poucos filhos, chamados de Ileuá e Eaci. Muitos filhos são consagrados a Oxum,
Yemanjá ou Oyá. Normalmente, não vem como Orixá de frente. Normalmente é
juntó. Nos homens, só existe juntó. Exceção: Agenor Miranda (é filho).
Cultuada como uma qualidade de Oxum, para alguns e como o lado feminino de
Oxumarê, para outros. Considerada também como irmã gêmea de Oxumarê.
Preside o solo sagrado onde repousam os mortos. Entrega a Oiá os cadáveres dos
humanos. Obaluaê conduz ao Orixá Ocô, que os devora para que voltem
novamente a terra (reino de Nanã), da onde um dia foram feitos. Dessa forma, o
ciclo da vida se fecha.
Protetora das virgens e das estéreis. Orixá da castidade. Muitas filhas permanecem
virgens ao longo da vida. Tem que ser raspada virgem, por isso, muitas são feitas
ainda crianças. Dificuldade de se envolver com homens.
Mito: perdeu a virgindade apenas falando com um rapaz. Qualquer tipo de contato é
suficiente para que perca a virgindade.
Mito: era uma jovem linda, inteligente e casta. Um dia se apaixonou por um forasteiro e
engravidou. Fugiu para dar à luz, desmaiou e acabou perdendo o bebê. Yemanjá o
encontrou e o levou. Ewá pede o perdão do pai, mas ele a expulsa. Passa então a cobrir
seu rosto com uma saia de búzios e foi morar no cemitério, longe de todos os vivos. Nunca
mais viu seu filho Xangô.
Zela pelos amantes indecisos. Ela é a bruma que olha seus problemas e guia suas
relações.
Não gosta de ser vista, observada ou paquerada. Por isso, cobre o rosto com uma
saia bordada com búzios. Veste uma palha da costa vermelha, feita por Omolu. A
Algumas não cobrem o rosto. Usam um enorme rabo de cavalo feito de palha da
costa. Quem ousar vê-las poderá perder a visão.
Deusa dos mistérios e da magia, pois ela mesma mantém em torno de si esta aura.
É o segredo. Rege os segredos e coisas misteriosas, que guarda dentro de uma
cabaça (aracolê, kalabá ou adô).
Senhora dos disfarces, das fantasias e dos sonhos. Pode impedir que alguém sonhe
(castigando-o). Pode dar bons sonhos ou pesadelos terríveis.
Divindade do canto e encanto. Orixá de rara beleza. É uma das mais belas. É
relacionada a tudo o que for belo e sensível. O lado mal trabalhado faz com que a
filha não consiga lidar com a própria beleza.
Grande feiticeira. Pedidos lhe são feitos para que a pessoa seja invisível aos
inimigos.
Rege o subconsciente.
Filha mimada.
É pouco compreendido.
Sensível, espirituoso, briguento, mas é teimoso, destemido, com bom tom de voz.
Ajuntós:
Animal: camaleão. Representada por uma cobra de metal.
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação: dá cor aos seres transformando-os em bonitos e vivos.
Bebida/Libação:
Chakra:
Conselho:
Cor: vermelho e amarelo. Rosa. Branco. Laranja.
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana: sábado.
Ditado:
Elemento:
Erva/Ewé: teteregum. Folha de santa Luzia. Cana do brejo.
Essência: não tem.
Família: filha de Oxalá ou Oduduwa com Yemanjá ou Nanã.
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: ADÔ (cabaça). Alfanje de cobre
(guerreira). OFÁ (caçadora) = utiliza na guerra. Arpão com búzios. Adê com búzios,
palha da costa. Sem filá. KALABA ou TACARÁ: cabaça enfeitada com palha da
costa e búzios, que quando agitada imita o som de uma cascavel (serpente fêmea:
quando lado feminino de Oxumarê). Possui em seu interior um pó mágico (OFÓ),
que usa para se disfarçar em animal, no que quiser ou para desaparecer. Usa
espada e colar de caracóis de mar trançados com palha cruzado no peito (Brajá).
Carrega uma lua. Telegun: cobra em espiral para por no braço. Arpão. Lira. Irukerê.
Festa: 13/12.
Flor: não tem.
Fruta: banana da terra.
Habitat/Domínio: florestas. Águas dos rios e lagoas. Céu rosado. Astros. Cemitério.
Faixa branca do arco-íris. Serpente fêmea. Dona da água das chuvas, repartindo
com Oxumarê o domínio celeste e das estrelas.
Hora: amanhecer. Céu rosado. Anoitecer.
Lado negativo:
Mensagem: presar pela liberdade e o respeito pela maravilha que o mundo nos
apresenta.
Metal: cobre.
Nomes:
o Korin: canto mágico.
o Soró: fala que encanta.
Número:
OBS:
Oferenda/Ebó: lelé (milho socado com pedaços de coco e azeite doce). Feijão
fradinho. Canjica. Banana da terra frita no dendê com açúcar e canela. Farofa de
dendê. só pode ser feito por mulheres. Os pratos devem ser belos. Milho pilado com
coco cortado e lelê (canjiquinha com leite de coco na folha da bananeira = cruzada
com Oxoce). Inhame socado com dendê. Omolokum com gemas cruas misturadas
com favas de aridan ralado. Milho socado com mel. Peixe de água doce cozido com
dendê e azeite doce.
Origem: fon (Mahi e Egbadô). Em Ilê Ifé, chama-se Yeye.
Patrono: artistas e de tudo o que é belo: ornamentos, decoração. Rege as
constelações, as estrelas e a abóbada celeste.
Pedra/Otá: quartzo rosa.
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: galinha. Mito: uma sujou-lhe a roupa branca e a fez passar
vergonha. Disse que a partir daquele dia, ela ficaria com as patas abertas e que
nenhum filho a comeria. Nos rituais, a galinha não pode nem passar pela porta.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé: pato, pombo, cabra clara, franga clara, galinha d’Angola,
pomba branca.
Saudação: Riró Ewá! Miró! Rirró!
Sincretismo: Santa Luzia. Nossa Senhora das Neves.
Situações: tipos:
No Brasil tem poucas filhas de santo, correndo o risco de seu culto desaparecer. Só
se fazem mulheres para Obá, pois a deusa tem ódio dos homens por sua desilusão
amorosa.
Orixá do ciúme, do amor, das paixões com todos os dissabores e sofrimentos que
estes sentimentos podem gerar. Toda energia de suas frustrações, Obá descarrega
no trabalho. Sempre guerreira, nunca perdeu uma batalha.
É um Orixá muito temido, mesmo sendo uma mulher. É forte, vigorosa, energética e
cheia de coragem. Tende a ser um pouco viril. Considerada mais forte que muitos
Orixás masculinos. Não teme nada no mundo. Seu maior prazer é lutar.
Mito: saiu vencedora de todas as disputadas que teve com os outros Orixás. Derrotou
Obatalá, tirou Oxoce de combate, deixou no chão Orunmilá e Oxumarê não resistiu à sua
força. Desafiou a Obaluayê e fez Exu correr. Só perdeu para Ogum. Antes da luta, Ogum
consultou Ifá, que o mandou oferecer 200 espigas de milhos e muitos quiabos pisados
para obter uma massa viscosa que deveria ser posta num canto do local da luta. Quando
a luta estava quase perdida, Ogum a leva ao local da pasta e ela escorrega. Ogum
aproveita e a possui ali mesmo, se tornando seu 1º marido.
3ª esposa de Xangô. A 1ª era Oyá e a 2ª era Oxum. Existiu logo uma rivalidade
com Oxum pela disputa da atenção do marido.
Mito: tentava sempre descobrir o segredo de Oxum ao preparar as comidas do Xangô.
Oxum irritou-se e lhe fez uma emboscada. A convidou a assistir e apareceu com um pano
na cabeça. A sopa feita era com HONGOS, mas a fez acreditar que eram suas orelhas e
lhe disse que era o prato preferido de Xangô. Obá acreditou e cortou sua orelha. Ao
perceber orelhas na sopa, Xangô a repudiou. Furiosa, Obá se lançou sobre Oxum com
ódio e a luta ocorreu. Xangô com raiva, ferveu-se de fúria. Aterrorizadas, elas se
transformaram em rios. Até hoje, as águas dos rios são tumultuosas e agitadas no lugar de
confluência, em recordação da luta em Oxum e Obá pelo amor de Xangô.
Quando manifestada, ao ver uma Oxum no terreiro, vai de espada ao seu encontro
e trava um duelo, apartado com dificuldade pelas Ekedes.
Senhora dos afazeres domésticos (rege o lar), mas se torna guerreira para defendê-
lo.
Falta um pouco de charme e refinamento. Não tem vaidade. Acha fútil a vaidade de
Oxum (a mais frívola das rainhas) e acha que Oiá não tem juízo.
Ajuntós: com Bará Lodê ou Lanã ou Adagui, com Xangô Agandjú, com Xapanã
Jubeteí ou Sapatá.
Animal:
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação:
Bebida/Libação:
Chakra:
Conselho:
Cor: vermelho e branco ou marrom, vermelho e amarelo. Rosa.
Corpo/Doenças: audição. Problemas de surdez ou de ouvido.
Dança: é de uma guerreira: ela brande um sabre com uma das mãos e leva um
escudo na outra. Tapa com a mão o lado do rosto que cortou a orelha. Mito: numa
de suas guerras perdeu a orelha esquerda e, quando dança no Candomblé, ela é
tapada com a mão. Mito: cortou a própria orelha e a ofereceu, ingenuamente, a
Xangô numa refeição, ao ser enganada por Oxum. Este Orixá não possui uma das
pernas, caminha com auxílio de muletas, quando se manifesta em algum filho, este
dança normalmente em apenas em uma de suas pernas.
Dia da semana: quarta-feira. Segunda feira.
Ditado:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência: candeia, folha de amendoeira, iponéia.
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: alfanje e escudo de cobre, arco e
fecha (Ofá), navalha, espada (Ida) e lança. Navalha, timão, roda, moedas e búzios.
Festa:
Flor: do campo.
Fruta:
Habitat/Domínio: corredeiras, águas revoltas, encontro do rio com o mar
(pororoca).
Hora: ao amanhecer ou quando o Sol estiver frio.
Lado negativo:
Mensagem:
Metal: cobre.
Nomes:
o Jideô: fundamento com Yemanjá.
o Rewá: culto em extinção.
o Kotú: fundamento com Oxoce. Depois que sai da casa de Xangô.
o Obarakotú: fundamento com Xangô.
Número: 7 e seus múltiplos.
OBS:
Oferenda/Ebó: todas as frutas, principalmente manga espada. 6 acarajés pontudos
(como quibe) em gamela de madeira redonda com um eco (acaçá) sobre eles. Olelé
(feito de milho branco temperado com cebola e dendê) na folha de bananeira e
cozido no vapor. Omelete com quiabo. Feijão miúdo refogado com tempero verde e
abacaxi.Cabrita mocha. Canjnica e feijão miúdo refogados com tempero verde e
abacaxi.
Origem:
Patrono: viúvas, mulheres traídas, órfãos e das que não foram felizes no
casamento. luta e pugilato. Todas as máquinas, carros e navios estão relacionados
com Obá, pois a ela pertencem a roda e o leme.
Pedra/Otá: granada.
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: sopa, peixe de água doce. Não pode usar brincos.
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé: galinha d’Angola, cabra e pato. Galinha cinza.
Saudação: Oba xi, Obá xilê, Obá xirê: Obá é da casa e vem brincar. Oosa, oosa
Oba: Obá é da guerra. Echô.
Sincretismo: Santa Catarina ou santa Bernadete.
Situações:
Tipos:
Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os yorubás colocam alimentos sobre
elas para invocar a benevolência deles. Os pais de gêmeos costumam fazer
sacrifícios a cada 8 dias em honra a eles.
O poder de Igbeji jamais pode ser negligenciado, pois o que um Orixá faz, Igbeji
pode desfazer, mas o que um Igbeji faz, nenhum outro Orixá desfaz.
Mito: erxistiaam 2 príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis
eram resolvidos por eles e em troca, pediam doces, balas e brinquedos. FEles faziam
muitas traquinagens e, ao brincar numa cachoeira, um deles cai e morre afogado. Todos
ficam muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu perdeu não tinha mais
vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedindo sempre a Orunmilá
que o levasse para perto dele. Sensibilizado pelo pedido, Orunmilá resolveu levá-lo para se
encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então,
todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus
pedidos atendidos.
Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade e por serem crianças,
são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos
seres humanos, o germinar das plantas.
Está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for
bem cuidado, pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis,
desvirtuando a concentração dos membros.
Gosta de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das
festas.
É tudo de bom, de belo e puro que existe. Desde a alegria de uma criança, a beleza
do canto dos pássaros, o vôo das aves, a beleza e perfume das flores, a criança
que temos dentro de nós, as recordações da infância. Ao fechar os olhos e lembrar
de uma felicidade, de uma travessura, estará vivendo uma lenda desse Orixá, pois
tudo de bom que acontece na infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji.
Tem leveza perante a vida, que se revela no eterno rosto de criança, no modo ágil
de se movimentar e na sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado,
extravasando energia.
A palavra Eré vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento". Daí a
expressão siré que significa “fazer brincadeiras”.
Ajuntós:
Animal: passarinhos, macaco colobo. O colobo é chamado em yorubá de edun
oròòkun e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem,
cujos espíritos são encontrados vagando na floresta.
Arcanjo:
Arquétipo:
Assentamento/Ibá:
Atuação: parto e infância, amor e união. ajuda a resolver problemas de crianças, dá
harmonia na família, facilita uniões.
Bebida/Libação: guaraná.
Chakra:
Conselho:
Cor: azul, rosa, verde, amarelo, mas na verdade gosta do colorido em si, de cor
clara.
Corpo/Doenças: alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes.
Dança:
Dia da semana: domingo e segunda-feira para nações Ketu e Jeju Jexá.
Ditado:
Elemento: fogo e ar.
Erva/Ewé:
Essência:
Família:
Fase lunar:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo: 2 bonecos gêmeos, 2 cabacinhas,
brinquedos.
Festa: Festa dos Erês. São Cosme e São Damião. 27 de setembro.
Flor: jasmim, maçã, alecrim, rosa.
Fruta:
Habitat/Domínio:
Hora:
Lado negativo:
Mensagem:
Metal: estanho.
Nomes:
Número: par.
OBS:
Oferenda/Ebó: caruru, cocada, cuscuz, frutas doces, jujuba, pirulito, vatapá,
bolinhos e balas. Doces em geral.
Origem:
Patrono: a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança.
Pedra/Otá:
Planeta:
Ponto cardeal:
Proibição/Ewó: morte, assobio.
Relacionamento: muito dependente nos relacionamentos amorosos e emocionais
em geral, pode então revelar-se teimosamente obstinado e possessivo.
Sacrifício/Igbossé: galinha ou frango.
Saudação: Omi Beijada ou Kao Kaobicile, pois é também um Xangô.
Sincretismo: São Cosme e São Damião.
Situações:
Tipos:
Do livro: Mural dos Orixás – de Caribe. Raízes Artes Gráficas.
ERÊ
Durante o ritual de iniciação, o Erê é de suma importância pois, é ele que, muitas das
vezes, trará as várias mensagens do Orixá do recém-iniciado. O Erê na verdade, é a
inconsciência do novo Omo-Orixá, pois o ele é o responsável pelos ritos passados durante
o período de reclusão. O Erê conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também
chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de “Erê”
é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade que pelo caráter rígido e
convencional atribuído a seu Orixá. Após o ritual do orúko, ou seja, “nome de iyawo”
segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas.
BAIANI ou BAYANNI
BANNI
Filho de Oranmiyan.
Irmão mais velho de Xangô e Soponna.
Tornou-se Alafin de Oyó.
Pacifico. Foi um rei fraco que quase não reinou.
Também chamado de Dada Ajaká.
Cultuado apenas no Terreiro do Gantois.
FESTA: Festa de Baiani.
SÍMBOLO: representado por uma coroa de búzios com diversas tiras pendentes: Adê
Bayanni ou Adê de Banni.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
ONILÉ ou ONILÈ
Nao confundir com Onilê (o senhor da terra).
Rainha da terra, a senhora do nosso planeta.
Suas atribuições foram divididas entre Nanã e outros Orixás.
É o princípio e a representação coletiva dos Egungun. Ela é a 1ª a receber as
oferendas e a ser evocado nos ritos de Egun.
Todo terreiro de Egun possui uma Onilé assentada.
Em algumas tradições, Onilé é uma divindade feminina, representando a Mãe Terra
(onde moram os Egungun).
Mito: conta-se que quando Olorum reuniu os Orixás para dividir o poder sobre a criação
entre eles, sua filha Onilé, escondeu-se sob a terra e acabou ganhando, por este motivo, o
poder e autoridade sobre ela.
A 1ª parte de todos os sacrifícios de sangue é sempre derramada sobre a terra,
independente de para qual entidade ou divindade seja o sacrifício. Este gesto é
uma forma de lembrar e reconhecer o poder de Onilé. Tudo vem da terra e a ela
retorna.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
OCÔ ou OKÔ
Por ser raro, tem poucas qualidades conhecidas.
Orixá da agricultura, da fazenda e da plantação. Ligado a colheita dos inhames
novos e a fertilidade da terra.
Orixá Nagô.
Pouco conhecido no Brasil. Na época em que os escravos aqui chegaram, não
deram muita importância a este Òrìxá, considerando como Orixá da agricultura, em
seu lugar Òfún e dos grãos Obaluaye.
Trabalha junto com Ogum.
Foi expulso da sua cidade pelas brincadeiras de mau gosto que adorava fazer.
Tem um cão como companhia.
É um Orixá rico.
Qualidades:
ETEKÒ: caminha com Oxaguiã. É inquieto . Vive nas matas e come todo tipo de comida
branca.
LEJUGBÉ: é muito confundido com Oxalá, por ser muito vagaroso e indeciso. Muito
chegado a Ayrá. Come com Yemanjá e Oxalufã. Come também, todo tipo de comida
branca .
Ferramenta: chibata de couro e cajado de madeira, que revela sua relação com as
árvores. Toca uma flauta de osso, que lembra sua relação com a sexualidade e a
fertilidade.
Cor: branco. Confundido com Oxalá por vestir-se de branco.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
AXABÓ
Orixá feminino.
Cultuado na Bahia, mas pouco conhecido.
É da família de Xangô.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
Único que pode acompanha seu devoto além dos mares. Os outros Orixás
“despacham” as suas coisas, mas a cabeça nunca é separada do corpo no enterro.
Bori significa dar comida para a cabeça.
Ori nasce uma vez só.
Divindade da cabeça de cada humano. Portador da sua individualidade.
AJALÁ ou AJALA
Fabrica as cabeças dos humanos.
Responsável pela existência de bons e maus destinos.
ÒRÀNMÍYÀN ou ORANIAN
Foi o mais poderoso e mais famoso em toda nação yorubá, por seus feitos como
caçador e pelas grandes e numerosas conquistas.
Foi o fundador do reino de Oyó.
Uma de suas mulheres, Torosi, era filha de Elémpe (rei da nação Tapá). Era a mãe
de Xangô, que veio a ser o rei de Oyó no lugar de seu irmão mais velho, Dada
Ajaká.
Filho mais novo de Oduduwa e de Ogum.
Mito: Ogum, em uma de suas guerras, conquista a cidade de Ogotún etraz uma prisioneira
de rara beleza, chamada Lakanjê. Quando Odùduà, pai de Ogum a vê, fica perturbado e a
faz uma de suas mulheres. Ogum, amedrontado, não revela ao pai o que se passara entre
ele e a bela prisioneira e nasce Oranian. O seu corpo era verticalmente dividido em 2
cores. Era preto de um lado, pois Ogum tinha a pele escura e parda do outro, como
Odùduà, que tinha a pele muito clara.
Possui 2 cores no corpo. Essa característica é representada todos os anos em Ifé,
por ocasião da festa de Olojó, quando o corpo dos servidores do Oòni é pintado de
preto e branco. Eles acompanham Óòni de seu palácio até Òkè Mògún, a colina
onde se ergue um monolito consagrado a Ogum. Essa grande pedra é cercada de
màrìwò òpè, franjas de palmeiras desfiadas, e, nesse dia, os sacrifícios de cão e
galo são aí pendurados. Óòni chega vestido suntuosamente, tendo na cabeça a
coroa de Odùduà. É uma das raras ocasiões em que ele a usa publicamente, fora
do palácio. Chegando diante da pedra de Ogum, ele cruza por um instante sua
espada com Osògún, chefe do culto de Ogum em Ifé, em sinal de aliança, apesar
do desprazer experimentado por Odùduà quando descobriu que não era o único pai
de Oranian.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
ORÔ
Caçador filho de Yemanjá.
Odeia as mulheres por ter sido traído por uma.
Vive na mata como um Egum, perdido e solitário.
Temido espírito da floresta.
Tem um rugido assustador. Sua voz é o som do ruído do berrante.
Cultuado nas sociedades secretas.
Encarregado de punir bandidos, feiticeiras e mulheres adúlteras.
Só os homens podem se aproximar dele.
Vive escondido por causa do pânico que causa com seu brado.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
OQUÊ
A montanha.
Foi em cima desse monte primordial que Ogum jogou a terra negra e com a chuva,
surgiu Nanã e começou a criação dos homens. Sem ele, nada teria acontecido.
Elevação que nasce do oceano.
Representa a segurança da terra firme, a base da vida humana.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
OLOCUM ou OLOKUM
Rainha dos mares, oceanos e das águas.
Vem na linha de Yemanjá.
Uma serpente marinha lhe faz companhia no fundo do mar.
É muito ambiciosa e gosta de disputas.
Senhora das profundezas e dos mistérios insondáveis.
Em Benin é considerado do sexo masculino e em Ifé como do sexo feminino.
No Brasil foi incorporada como mãe de Yemanjá e dona do mar (Olokun).
Tem culto nas casas de candomblé tradicionais, mas não toma parte nas festas.
Não são entoados cânticos no "xirê".
Assim como acontece com outros Orixás (Orunmilá, Oduduwa), são assentados,
mas não são "iniciados" (iyawos) para estes Orixás.
Com a vinda de sacerdotes africanos para o Brasil, tenta-se resgatar o culto, porém
não tem identificação pelos fiéis.Talvez por não se ter conhecimento e sincretismo.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
AJÊ XALUGÁ
Dona das marés.
Fala da conquista da riqueza, da prosperidade material e dos negócios lucrativos.
Animal:
Assentamento/Ibá:
Bebida/Libação:
Chakra:
Cor:
Corpo/Doenças:
Dança:
Dia da semana:
Elemento:
Erva/Ewé:
Essência:
Ferramenta/Adereço/Instrumento/Símbolo:
Festa:
Flor:
Fruta:
Habitat:
Hora:
Lado negativo:
Metal:
Número:
Oferenda/Ebó:
Patrono:
Pedra/Otá:
Planeta:
Proibição/Ewó:
Relacionamento:
Sacrifício/Igbossé:
Saudação:
Sincretismo:
ELEGUÁ ou ELEGGUÁ
Protetor de Yemanjá. Pg 48.
Sincretismo: Santo Niño de Atocha ou Santo Antônio de Pádua.
Cor: vermelho e preto.
Comida: peixes e jutia defumada. Milho tostado, coco manteiga de corojo, aguardente,
tabaco (pode ser cigarro), doces e balas de todo tipo.
Guia ou eleke: contas vermelhas e pretas alternadas.
Igbossé: cabritos, galos, frangos, franguinho de leite, jutia, ratos pretos ou vermelhos e em
algumas ocasiões que mereçam outros animais, o que supõe cerimônias mais complexas.
(Cuba e Santo Domingo, hutía é um mamífero roedor pode ser paca ou cotia, pois os ratos
acima vermelhos ou pretos, são provavelmente preás).
EGUNS
Os cultos de origem africana chegaram ao Brasil junto com os escravos. Os
iorubanos (resultado de vários agrupamentos tribais, tais como Keto, Oyó, Itexá, Ifan e Ifé),
de forte tradição, principalmente religiosa - nos enriqueceram com o culto de divindades
denominadas genericamente de orixás.
Esses negros não apenas adoram e cultuam suas divindades mas também seus
ancestrais, principalmente os masculinos. A morte não é o ponto final da vida para eles,
pois acreditam na reencarnação (àtúnwa), ou seja, a pessoa renasce no mesmo seio
familiar ao qual pertencia, revivendo em um dos seus descendentes. A reencarnação
acontece para ambos os sexos e é um fato terrível e angustiante não reencarnar.
Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Iami Agbá (minha mãe anciã), mas
não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma
coletiva e representada por Iami Oxorongá, chamada também de Iá Nlá, a grande mãe.
Esta imensa massa energética que representa o poder de ancestralidade coletiva
feminina é cultuada pelas "Sociedades Geledê", compostas exclusivamente por mulheres e
somente elas detêm e manipulam este perigoso poder.
O medo da ira de Iami nas comunidades é tão grande que nos festivais anuais na
Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam
máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras
coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino.
Existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo
dos mortos masculinos quando não individualizados. Oro é uma divindade tal qual a Iami
Oxorongá, considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado
somente por homens. São invisíveis e representam a coletividade.
Outra forma importante de culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas
"Sociedades Egungun", cuja finalidade é celebrar ritos a homens que foram figuras
destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem
presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua
individualidade. Esses mortos surgem de forma visível, mas camuflada: a verdadeira
resposta religiosa da vida pós-morte, denominada Egum ou Egungun.
Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens
possuem ou mantém a individualidade. Às mulheres é negado este privilégio, assim como
o de participar diretamente do culto. Esses Eguns são cultuados de forma adequada e
específica por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos que
cultuam os orixás.
No Brasil existem 2 dessas sociedades de Egungun, cujo tronco comum remonta ao
tempo da escravatura: Ilê Agboulá, a mais antiga, em Ponta de Areia, e outra mais recente
e ramificação da 1ª, o Ilê Oyá, ambas em Itaparica, Bahia.
O Egum é a morte que volta a terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos.
Ele "nasce" através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos do Ojé (sacerdote)
munido de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixã que, quando tocado na
terra por 3 vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a "morte se
torne vida" e o Egungun ancestral individualizado está de novo "vivo". A aparição dos
Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos orixás, em que o transe acontece
durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, de fiéis e de iniciados.
O Egungun simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a
surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta
por uma roupa de tiras multicoloridas que caem da parte superior da cabeça formando uma
grande massa de panos da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob
a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e
estridente - característica de Egum, chamada de séègí ou sé e que está relacionada com a
voz do macaco marrom, chamado ijimerê na Nigéria (veja lendas de Oyá). As tradições
religiosas dizem que sob a roupa está somente a energia do ancestral, mas há correntes
que afirmam estar sob o pano algum mariwo (iniciado no culto de Egum) sob transe
mediúnico. Mas contradizendo a lei do culto, os mariwo não podem cair em transe, de
qualquer tipo que seja. Pelo sim ou pelo não, Egum está entre os vivos e não se pode
negar sua presença, energética ou mediúnica, pois as roupas ali estão.
A roupa do Egum - chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia, ou o Egungun
propriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e por dogma, nenhum humano pode
tocá-la. Todos os mariwo usam o ixã para controlar a "morte" representada pelos Eguns.
Os Eguns e a assistência não devem tocar-se, pois pelas falas populares, a pessoa que for
tocada por Egum se tornará um "assombrado" e o perigo a rondará. Ela deverá passar por
vários ritos de purificação para afastar os perigos de doença e da própria morte.
O Egum é a materialização da morte sob as tiras de pano e o contato, ainda que um
simples esbarrão nessas tiras seria prejudicial. Mesmo os mais qualificados sacerdotes
como os ojé atokun, que invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns - desempenham
todas essas atribuições substituindo as mãos pelo ixã.
Os Egum-Agbá (ancião), também chamados de Baba-Egum (pai), são Eguns que já
tiveram os seus ritos completos e permitem que suas roupas sejam mais completas e suas
vozes sejam liberadas para que eles possam conversar com os vivos.
Os Apaaraká são Eguns mudos e suas roupas são mais simples: não têm tiras e
parecem um quadro de pano com 2 telas, uma na frente e outra atrás. Esses Eguns ainda
estão em processo de elaboração para alcançar o status de Baba; são traquinos e
imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.
O eku dos Baba são divididos em três partes: o abalá, uma armação quadrada ou
redonda, como um chapéu que cobre totalmente a extremidade superior do Baba e da qual
caem várias tiras de panos coloridas, formando uma espécie de franja ao seu redor; o kafô,
uma túnica de mangas que acabam em luvas e pernas que acabam em sapatos e o banté,
uma tira de pano especial presa no kafô e individualmente decorada e que identifica o
Baba. O banté é previamente preparado e impregnado de axé e é usado pelo Baba
quando fala e abençoa os fiéis. Ele sacode na direção da pessoa e esta faz gestos com as
mãos que simulam o ato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao contrário do
toque na roupa, este ato é altamente benéfico.
Na Nigéria, os Agbá-Egum portam o mesmo tipo de roupa, mas com alguns
apetrechos adicionais: uns usam sobre o alabá máscaras esculpidas em madeira (erê
egungum), outros, entre os alabá e o kafô, usam peles de animais. Alguns Babás carregam
na mão o opá iku e, às vezes, o ixã. Nestes casos, a ira dos Babás é representada por
esses instrumentos litúrgicos. Existem várias qualificações de Egum, como Babá e
Apaaraká, conforme seus ritos, e entre os Agbá, conforme suas roupas, paramentos e
maneira de se comportarem. As classificações, em verdade, são extensas.
Nas festas de Egungun, em Itaparica, o salão público não tem janelas e, logo após
os fiéis entrarem, a porta principal é fechada e somente reaberta no final da cerimônia,
quando o dia já está clareando. Os Eguns entram no salão através de uma porta
secundária e exclusiva (único local de união com o mundo externo). Os ancestrais são
invocados e eles rondam os espaços físicos do terreiro. Vários amuxã (iniciados que
portam o ixã) funcionam como guardas espalhados pelo terreiro para evitar que algum
Babá ou os perigosos Apaaraká escapem aos olhos atentos dos ojés saiam do espaço
delimitado e invadam as redondezas não protegidas.
Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto, mas separada do
grande salão, chamada de ilê awo (casa do segredo) na Bahia e de igbo igbalé (bosque da
floresta), na Nigéria. O ilê awo é dividido em uma ante-sala, onde somente os ojé podem
entrar, e o lèsànyin ou ojê agbá entram.
Balé é o local onde estão os idiegungum (os assentamentos) e o ojubô-babá, que é
um buraco feito diretamente na terra, rodeado por vários ixã, os quais, de pé, delimitam o
local. Nos ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o
Egum a ser cultuado ou invocado. No ilê awo também está o assentamento da divindade
Oyá na qualidade de Igbalé, ou seja, Oyá Igbalé - a única divindade feminina venerada e
cultuada simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios Eguns (veja Mitos Oyá-Egum).
No balé, os ojê atokun vão invocar o Egum escolhido diretamente no assentamento
e é neste local que o awo (segredo) - o poder e o axé de Egum - nasce através do conjunto
ojê-ixã/idi-ojubô. A roupa é preenchida e Egum se torna visível aos olhos humanos. Após
saírem do ilê awo, os Eguns são conduzidos pelos amuxã até a porta secundária do salão,
entrando no local onde os fiéis os esperam, causando espanto e admiração, pois eles ali
chegaram levados pelas vozes dos ojê, pelo som dos amuxã, brandindo os ixã pelo chão e
aos gritos de saudação e repiques dos tambores dos alabês.
O espaço físico do salão é dividido entre o sacro e o profano. O sacro é a parte
onde estão os tambores, seus alabês e várias cadeiras especiais previamente preparadas
e escolhidas, nas quais os Eguns, após dançarem e cantarem descansam por alguns
momentos na companhia dos outros, sentados ou andando, mas sempre unidos, o maior
tempo possível, com sua comunidade. Este é o objetivo principal do culto: unir os vivos
com os mortos. Nesta parte sacra, mulheres não podem entrar nem tocar nas cadeiras,
pois o culto é totalmente restrito aos homens.
Existem raras e privilegiadas mulheres que são consideradas como a própria Oyá.
São geralmente iniciadas no culto dos orixás e possuem simultaneamente oiê (posto e
cargo hierárquico) no culto de Egum. Estas posições de grande relevância causam inveja à
comunidade feminina de fiéis. São elas que zelam pelo culto, fora dos mistérios,
confeccionando as roupas, mantendo a ordem no salão, respondendo a todos os cânticos
ou puxando alguns especiais, que somente elas têm o direito de cantar para os Babás.
Antes de iniciar os rituais para Egum, fazem uma roda para dançar e cantar em
louvor aos Orixás. Após esta saudação, elas permanecem sentadas junto com as outras
mulheres. Elas funcionam como um elo entre os atokun e os Eguns ao transmitir suas
mensagens aos fiéis.
Elas conhecem todos os Babas, seu jeito e suas manias e sabem como agradá-los
(quadro: oiê femininos). Este espaço sagrado é o mundo do Egum nos momentos de
encontro com seus descendentes. Assistência está separada deste mundo pelos ixã que
os amuxã colocam estrategicamente no chão, fazendo assim uma divisão simbólica e ritual
dos espaços, separando a "morte" da "vida". Às vezes, os mariwos são obrigados a
segurar o Egum com o ixã no seu peito, tal é a volúpia e a tendência natural de ele tentar ir
ao encontro dos vivos, sendo preciso, o próprio atokun intervir rápido e rispidamente.
O espaço profano é dividido em 2 lados: à esquerda ficam as mulheres e as
crianças e à direita, os homens. Após Baba entrar no salão, ele começa a cantar os
cânticos preferidos, porque cada Egum em vida pertencia a um determinado Orixá.
Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio Orixá e esta característica é
mantida pelo Egum. Se em vida pertencia a Xangô, quando morto e vindo com Egum, terá
em suas vestes as características de Xangô, nas cores vermelha e branca. Portará um
oxê, pedirá aos alabês que toquem o alujá (ritmo preferido de Xangô) e dançará ao som
dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelo oiê feminino, que
também responderão aos cânticos e exigirão a mesma animação das outras pessoas ali
presentes. Baba também dançará e cantará suas próprias músicas, após ter louvado a
todos e ser bastante reverenciado. Ele conversará com os fiéis, falará em um possível
yorubá arcaico e seu atokun funcionará como tradutor.
Baba-Egum perguntará por seus fiéis mais freqüentes, principalmente pelos oiê femininos;
depois, pelos outros e finalmente será apresentado às pessoas que ali chegaram pela 1ª
vez. Baba orienta, abençoa e pune se necessário, fazendo o papel de um verdadeiro pai,
presente entre seus descendentes para aconselhá-los e protegê-los, mantendo assim a
moral e a disciplina comum às suas comunidades, funcionando como verdadeiro mediador
dos costumes e das tradições religiosas e laicas. Finalizando a conversa com os fiéis e já
tendo visto seus filhos, Baba-Egum parte, a festa termina e a porta principal é aberta: o dia
já amanheceu. Baba partiu, mas continuará protegendo e abençoando os que foram vê-lo.