Discurso PR Forum Agro Pecuario Pesqueiro Manica 2016
Discurso PR Forum Agro Pecuario Pesqueiro Manica 2016
Discurso PR Forum Agro Pecuario Pesqueiro Manica 2016
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
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Senhor Primeiro Ministro;
Caros Empresários;
Ilustres Convidados;
Distintos Convidados;
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Não preciso de justificar a minha satisfação em estar aqui e abordar
convosco os contornos duma das actividades à qual a maioria da nossa
população se dedica, os sectores agrário, pecuário e pesqueiro.
Não preciso de justificar porque é que esse nosso encontro, tinha que
ser aqui. Todos sabem que, se cada canto de Moçambique tem tudo
para não fazer ajoelhar o nosso país, de fome e outras carências
básicas, a província de Manica tem tudo para se adiantar na tarefa que
temos de nos pôr em pé.
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É, também, uma oportunidade singular para juntos repensarmos o
caminho percorrido e, principalmente, perspectivar as acções futuras
no sentido de acelerar o passo na implementação do que projectamos
no nosso Programa Quinquenal do Governo 2015-19.
Caros Compatriotas!
Estamos a dizer por outras palavras que queremos que o nosso País
deixe de fazer parte do mapa da fome e da pobreza. Tudo tem que ser
feito para que saíamos da vergonha de termos um país que tudo pode
dar, mas que nós, os humanos, não propiciamos. Não retiramos dele
aquilo que a mãe-natureza propositadamente veio localizar no nosso
país.
Distintos Participantes!
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Das cerca de 4.2 milhões de explorações agrícolas, 98.9% são pequenas
que empregam 5,7 milhões de pessoas, correspondentes a 72% da mão-
de-obra total empregada.
Caros Compatriotas!
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Queremos fazer isso com o sector privado e familiar, queremos fazer
com os investidores Nacionais e Estrangeiros.
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Diante deste potencial todo, não temos opção. À medida dessa
obrigatoriedade temos que transformar o sector agro-pecuário e
pesqueiro! Isso requer uma mudança de atitude e de paradigma de
desenvolvimento. Queremos enveredar por essas mudanças aliciantes
que vão mudar a face de Moçambique!
Compatriotas;
Para nós, reforça a nossa convicção de que juntos, e com uma visão
comum, podemos, mais facilmente, cumprir a nossa agenda de
desenvolvimento.
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Congregamos aqui agentes económicos, instituições públicas de
fomento do sector agrário e pesqueiro, de pesquisa, educação,
instituições privadas envolvidas na cadeia de valor, ligadas à provisão
de insumos, ao financiamento e à comercialização, bem como
operadores vinculados à indústria agrária e pesqueira e parceiros de
cooperação.
Este mosaico denso de instituições aqui representadas, que por
definição estão ligadas ao desenvolvimento agrário e pesqueiro, é uma
expressão concreta de que o desenvolvimento das áreas rurais está no
centro da nossa acção governativa.
Por isso, permitam-me que, em nome do Governo e em meu nome
pessoal, enderece uma palavra de reconhecimento a todas as famílias
rurais e empresas, de todas as dimensões, que estão na vanguarda da
luta contra a fome, a pobreza e em prol do desenvolvimento
económico do País.
Outra experiência de realce regista-se nas culturas de rendimento e,
em particular, nas culturas de castanha de cajú, açúcar e algodão, que
têm contribuído de forma crescente nas exportações globais do País.
As exportações do sector agrário representam hoje 16% das
exportações globais do País, e há condições para incrementar essa
cifra.
A título de exemplo, revertemos já a relação de exportação da
amêndoa da castanha de caju, passando os números a serem
actualmente de 80% de amêndoa processada e apenas 20% de amêndoa
bruta.
Há que enaltecer a relação umbilical entre os produtores e os
operadores do sector agro-industrial, onde os produtores do caju
fornecem matéria-prima aos industriais, e estes fornecem amêndoa aos
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mercados domésticos e de exportação. Os produtores de milho
fornecem grão aos industriais de rações e outros derivados, e estes aos
mercadores consumidores.
Esses casos referenciados expressam o estabelecimento de uma
equilibrada e coerente cadeia de valor, beneficiando todos os
intervenientes no processo.
A província que nos acolhe, tal como as demais deste nosso amplo e
diversificado Moçambique, é repleta de potencialidades e
oportunidades de desenvolvimento.
Manica é uma província agrária por excelência! O mesmo podemos
falar da Zambézia, Nampula, Niassa, Tete e tantas outras que se
orgulham por serem criadores de gado ou excelentes zonas de pesca.
Manica é a terra do milho, das hortícolas diversas, das madeiras de
alto valor comercial, do algodão, do chá, dos citrinos e da manga e
banana, das carnes vermelhas de bovinos e caprinos, dos frangos e
ovos.
Manica, ainda mais, está-se abrindo a novos nichos de mercado para
produtos como “baby Corn”, piri-piri, macadâmia, couve-flor e
brôculos, gergelim e soja, abacate e litchi, codornizes e mel.
É aqui onde funciona um campo de experimentação para a produção de
peixe tilápia, em tanques e gaiolas. Mas na verdade, Moçambique é
isto, é toda essa maravilha grávida de recursos.
Através das parcerias e sinergias, as áreas rurais de Moçambique
podem ser autênticos viveiros de empregos e alfobre de empresários
jovens, futuros farmeiros, que possam transformar os sectores agrário
e pesqueiro de subsistência em sectores virados para o mercado, e que
se apresentem cada vez mais competitivos.
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Munidos de uma atitude empreendedora e com capacitação técnico-
profissional apropriada, a crise económica que o país atravessa será de
curta duração e pode ser um factor de mudança no sentido de
“contarmos ainda mais com as nossas próprias forças”.
A desaceleração da economia global e a redução do ritmo de
crescimento económico do País, a depreciação da nossa moeda, o
aumento galopante da inflação, o défice de produtos básicos
alimentares e o consequente aumento do custo de vida, pressionam e
colocam ao sector agrário e pesqueiro um desafio acrescido de garantir
a disponibilidade e fornecimento permanente dos principais produtos
alimentares.
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Nação Moçambicana, não iremos vacilar nem nos poupar a esforços,
para alcançar a nossa soberania alimentar, esta a missão da
actualidade. Temos a convicção de que juntos venceremos esta
batalha.
As mudanças climáticas que afectam o mundo, o continente africano e
Moçambique têm efeitos nefastos na capacidade produtiva do país.
Reconhecendo que estes efeitos têm impacto directo na segurança
alimentar e nutricional das famílias rurais, agravando a sua condição
de pobreza e reduzindo as alternativas de sobrevivência, é importante
que os produtores adoptem melhores estratégias de mitigação de modo
a reduzir os impactos negativos na economia.
Igualmente, estamos cientes de que sem a paz e estabilidade no nosso
País, não haverá condições adequadas para o desenvolvimento
sustentável, particularmente o florescimento da agricultura, pecuária
e pescas.
Por isso, temos estado a investir tempo e toda nossa inteligência para
que a paz e reconciliação entre a “grande família Moçambicana” volte
a reinar definitivamente na nossa “Pátria Amada”. Neste desiderato,
contamos igualmente com o envolvimento de todos.
Caros Presentes;
Minhas Senhoras e Meus Senhores!
Este fórum é uma oportunidade de partilha de experiências de sucesso,
de divulgação de oportunidades e mecanismos de apoio ao
investimento, de estabelecimento de bolsas de contactos entre
empresários. Tal como o fazemos quando levamos operadores
económicos a países que visitamos, entendemos que internamente é,
não só relevante, como sobretudo mais prático.
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Assim, esperamos que ele sirva de veículo para termos uma visão
comum do caminho a trilhar rumo ao desenvolvimento integrado dos
dois sectores. Não será a única iniciativa, e não será só nestes
sectores.
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Reconhecemos de forma especial o Ministério da Agricultura e
Segurança Alimentar e o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas,
que tecnicamente facilitaram e produziram este evento.
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