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Módulo 0 – Introdução ao e-Learning

setembro de 2017
Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Índice
NOTA DE ABERTURA ..................................................................................................................... 3
Como está organizado o manual? ............................................................................................. 3
O significado dos símbolos utilizados ........................................................................................ 4
Objetivos de Aprendizagem .......................................................................................................... 5
Avaliação diagnóstica .................................................................................................................... 6
I. O que é o e-Learning? ....................................................................................................... 8
1. A evolução do Ensino à Distância (EaD) do ensino de correspondência à Web 2.0....... 8
2. Âmbito do e-Learning ...................................................................................................... 13
3. Definição de e-Learning................................................................................................... 16
4. Conceitos-chave associados ao e-Learning ..................................................................... 19
II. Quem são os e-formandos? ............................................................................................ 23
1. Quais as características dos e-formandos? ..................................................................... 23
2. Competências do e-formando A Aprendizagem Autodirigida ..................................... 26
3. Os Estilos de Aprendizagem ............................................................................................ 31
III. O papel do e-formador................................................................................................ 33
1. Formador, tutor ou mediador? Em que ficamos? ........................................................... 33
2. Porquê um tutor? ............................................................................................................ 34
4. Áreas e domínios de intervenção do e-formador ........................................................... 35
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 41

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

NOTA DE ABERTURA

Como está organizado o manual?

O presente documento constitui-se como o manual de apoio ao participante relativo ao


Módulo 0 Introdução ao e-Learning, integrado no curso de formação pedagógica
especializada para formadores e-Formador, ação piloto 2.

Neste manual iremos abordar diversos tópico, a saber:

Conceitos de e-
Learning;
Características do e-Learning;
Componentes do e-Learning: aprendizagem, ensino e interatividade;

Características e necessidades dos e-formandos;

Competências do e-formando;

Funções do e-formador

Para facilitar o processo de aprendizagem e a reflexão acerca dos assuntos, ao longo do


manual apresentam-se algumas questões e ou atividades propostas para apoiar a sua
leitura e interpretação dos conteúdos.

Utilizam-se também uma série de símbolos que pretendem assinalar os conceitos-


chave, as ideias a reter e ainda as atividades para reflexão.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

O significado dos símbolos utilizados

A utilização de símbolos torna a utilização do manual mais amigável e intuitiva. Eis os


símbolos usados no decurso deste manual, visando assim a identificação do conteúdo a
explorar.

Proposta de atividade ou momento de reflexão


Proposta de atividade a realizar para aplicação dos conhecimentos apreendidos
relativamente a uma determinada temática.

Em síntese/A reter

Síntese dos principais aspetos abordados num determinado ponto ou capítulo.

Indica a existência de uma hiperligação a um artigo, excerto de obra ou documento em


formato multimédia, filme ou ainda sítio na internet.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Pretende-se que no final deste módulo os participantes sejam capazes de:

Definir o conceito de e-learning e as novas dimensões do ensino e aprendizagem no


e-learning;
Diferenciar o e-learning relativamente a outras formas de ensino aberto e à distância
(EAD) e face às modalidades de ensino tradicional em sala
Identificar as características dos e-formandos e as suas necessidades;

Definir o conceito de aprendizagem autodirigida e reconhecer as competências

associadas;

Descrever o papel do e-formador e as funções associadas.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Enquanto protagonista do seu processo de aprendizagem, propomos-lhe que faça a sua


autoavaliação em relação aos conteúdos do presente módulo, respondendo ao
questionário que se segue.

Esta autoavaliação tem como objetivo que você:

Defina quais os seus conhecimentos iniciais sobre os temas estudados e que


aplicações concretas consegue realizar;
Avaliando a sua aprendizagem, no início, no decurso e no final do processo, pode
comparar os seus conhecimentos e as aptidões iniciais com os conseguidos com
o estudo do módulo.

Esta autoavaliação permitir-lhe-á sentir como decorreu o seu processo de


aprendizagem, verificando os resultados da sua progressão mediante a realização dos
exercícios de avaliação no final de cada unidade capitalizável.

Complete o questionário que se segue de acordo com as seguintes instruções:

UTILIZE A ESCALA QUE SE SEGUE PARA AVALIAR OS SEUS CONHECIMENTOS/COMPETÊNCIAS


RELATIVAMENTE AOS DIFERENTES TEMAS

1. Não conheço, nem sei realizar (nunca li nada sobre este tema, nem nunca
trabalhei em nada relacionado).
2. Conheço o tema, mas não sei como se aplica (já li sobre o assunto e participei
numa atividade associada).
3. Sei fazê-lo de forma empírica (tenho alguns conhecimentos tácitos mas não
teóricos sobre o assunto).
4. Tenho conhecimentos sobre o assunto e sei levá-los à prática (estou atualizado
sobre o tema, mas tenho pouca experiência).
5. Tenho conhecimentos sobre o assunto e coloco-os em prática frequentemente
(estou atualizado sobre o tema e pratico regularmente).

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Apenas poderá assinalar uma resposta. Poderá responder ao questionário, assinalando


como se exemplifica:

Questão 1 2 3 4 5

QUESTIONÁRIO
DE AUTOAVALIAÇÃO

1.1. Definir o conceito de e-learning 1 2 3 4 5

1.2. Enquadrar o e-learning face ao Ensino


1 2 3 4 5
Aberto e à Distância (EaD)
1.3. Identificar as dimensões centrais do e-
1 2 3 4 5
learning
1.4. Definir o conceito de Aprendizagem
1 2 3 4 5
Autodirigida
1.5. Enumerar três capacidades relacionadas
com esta competência de Aprendizagem 1 2 3 4 5
Autodirigida

1.6. Distinguir e-formador de e-tutor 1 2 3 4 5

1.7. Enumerar 3 tarefas associadas à função de e-


1 2 3 4 5
formador

1.8. Distinguir tutoria ativa de passiva 1 2 3 4 5

2. Registe aqui três competências ligadas à Aprendizagem Autodirigida.


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

I. O que é o e-Learning?

1. A evolução do Ensino a Distância (EaD) – do ensino de correspondência à


Web 2.0

Antes de iniciarmos a explicitação dos


conceitos e princípios fundamentais acerca
do e-Learning, importa enquadrá-lo
enquanto modalidade do Ensino/Formação
à Distância.

Em termos de conceito, o EaD pode ser


definido como:

aquele em que aprendente e formador/tutor não se encontram no mesmo espaço,


estabelecendo-se a comunicação e a interação através de formas de comunicação
distintas das tradicionais, ou seja, sem recurso a comunicação face a face, realizada em
sala de forma o ou em contexto de trabalho . (Koogan, 2008)

O Ensino a Distância tem uma longa história remontando, segundo alguns autores, pelo
menos, ao século XVII. De acordo com estes especialistas, terá sido Sir Isaac Pitman a
dar início aos primeiros cursos por correspondência (Correspondence Colleges), no Reino
Unido.

Poderá consultar um breve resumo da biografia de Sir Isaac Pitman, na Wikipedia,


disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_pitman

O nascimento do Ensino por Correspondência parece ter surgido por razões relacionadas
com aspetos sociais, profissionais ou mesmo culturais, associado a fatores como o
isolamento, a flexibilidade, a mobilidade ou até a empregabilidade, aspetos que se
mantêm válidos nos tempos atuais. Não é de estranhar que os países que mais se têm
destacado neste tipo de formação sejam aqueles que têm grandes extensões territoriais,

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

com povoamentos dispersos, como sucede com a Austrália, Nova Zelândia, Canadá,
entre outros.

O desenvolvimento do Ensino à Distância pode ser descrito basicamente em quatro


gerações, conforme os avanços e os recursos tecnológicos e de comunicação de cada
uma das épocas:

Primeira geração, dominada pelo Ensino por


Correspondência, recorrendo sobretudo a recursos
didáticos em suporte scripto.

Exemplos de
publicidade a
curso por
correspondência

Segunda geração, dominada pela Teleducação,


suportado em programas de televisão, gravações em
vídeo e ainda material impresso (scripto). Em
Portugal, destacam-se pelo seu impacto, a iniciativa
do Ministério da Educação designada por
Telescola , que se traduziu numa experiência
aplicada pela primeira vez ao ensino básico, e ainda

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

os cursos de nível superior ministrados pela Universidade Aberta (UNIABE),


destinados sobretudo à população adulta.

Poderá consultar um pequeno filme sobre o início da emissão da Telescola aqui:


http://www.youtube.com/watch?v=6UO-5rArfjE. E ainda um exemplo de aula de
História e Geografia de Portugal para o 6º. Ano:
http://www.youtube.com/watch?v=cbVOoCioQLQ

Terceira geração,
caracterizada pela utilização de
sistema de comunicação
bidirecional entre formando e
formador, recorrendo
sobretudo a materiais em
suportes diversificados, scripto,
audiovisual, multimédia.

Atualmente, fala-se numa quarta geração,


designada por Web 2.0, considerada por muitos
como uma verdadeira e ol ção elo o encial
de comunicação e interação relacionado com a
utilização das redes sociais e dos meios de
comunicação diversificados, tais como a
teleconferência, chat, fóruns de discussão, correio
eletrónico, blogues, espaços wiki, plataformas de ambientes virtuais e todo um
conjunto de redes sociais. Acerca do conceito de Web 2.0 e da diferença com Web
1.0, poderá ver um pequeno filme disponível aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=Bc0oDIEbYFc

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Hoje assiste-se à entrada na era das comunidades virtuais de aprendizagem, com a


proliferação de escolas virtuais, universidades virtuais, institutos virtuais, grupos de
aprendizagem informal, com cursos e conteúdos acessíveis pela World Wide Web
(WWW), com a possibilidade de aulas colaborativas e interações síncronas e
assíncronas, utilizando vários tipos de metodologias e de tecnologias, que promovem o
ensino e a aprendizagem através da Internet.

Caso pretenda aprofundar um pouco melhor este tema, e das possibilidades de utilização das
ferramentas da Web 2.0 na aprendizagem, nomeadamente, Redes Sociais, Blogs, Wiki, entre
outras, clique nesta hiperligação e veja algumas explicações em formato escrito e vídeo:
http://www.openeducationeuropa.eu/en/blogs/8-teacher-s-guides-free-educational-
technology

O termo Web 2.0 surgiu como forma de descrever a quarta geração do EAS e a segunda
geração da World Wide Web: um espaço de colaboração, interação, comunicação
global e partilha de informações, construindo
aquilo que designamos por inteligência coletiva.

A e ol ção de e e fala efe e-se à


facilidade e rapidez com que permite a
publicação e o armazenamento de
conteúdos, tornando-a num ambiente
social, acessível a todos os utilizadores. A
Web 2.0, pelas ferramentas de
comunicação e interação que têm
disponíveis, permite que cada indivíduo
possa ser muito mais do que um mero
espetador ou consumidor de informação, mas se torne no produtor de conteúdos,
criando, modificando e controlando a informação de acordo com as suas necessidades
e interesses.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

As Redes Sociais, com destaque para o Facebook, o Twitter, o Linkindin, o Google +, entre
tantas outras, são apenas exemplos de redes que permitem a criação, divulgação e
partilha de informação e conhecimento entre indivíduos. Sem condicionalismos de
espaço, nem de tempo, à distância apenas de um clique.

Proposta de reflexão 1- As Redes Sociais e a aprendizagem


Pare um pouco e reflita acerca desta questão. Qual o impacto das Redes Sociais na sua vida
pessoal e profissional? É um utilizador habitual de Redes Sociais? Se não, porquê? Se sim,
quais? Com que objetivos as utiliza? Será que as Redes Sociais podem ter um papel ativo na
aprendizagem e na produção de conhecimento? Se entender que o tema é interessante
porque não iniciar um tópico de discussão no Fórum? Coloque a questão e registe as suas
ideias, iniciando um debate com os colegas. Esta é uma atividade de caráter voluntário.

As redes sociais atingiram, pela forma como são utilizadas, uma importância que
dificilmente seria previsível quando do seu surgimento há apenas alguns anos. As suas
características sociais, de utilização e partilha fácil, tornam-nas muito atrativas para
todas as idades mas, principalmente entre os jovens.

A educação e a formação, pode e deve tirar partido deste interesse e canalizá-lo para a
aprendizagem se conseguir que, através dos serviços de redes sociais, os formandos
interajam entre si e, colaborando, adquiriam novos conhecimentos e desenvolvam as
competências pessoais e profissionais.

Também as redes sociais constituem, hoje, a plataforma de suporte para o


desenvolvimento de comunidades de aprendizagem em contextos institucionais e de
comunidades de prática em contextos profissionais.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

2. Âmbito do e-Learning

Como vimos, o ensino à distância, desde os primeiros


tempos, demonstrou uma grande apetência e
abertura relativamente às tecnologias, utilizando-as
logo que elas se começam a generalizar, quer para a
distribuição dos conteúdos, quer para promover a
interação entre formadores e formandos. Não é por
isso estranho que o computador e as suas
potencialidades de tratamento dos conteúdos em
suporte digital e posteriormente as suas capacidades de comunicação através da
Internet tenham sido rapidamente incorporados no arsenal tecnológico do ensino à
distância.

Com a Internet e a emergência da sociedade da informação e do conhecimento abrem-


se novas possibilidades de distribuição da formação e interação que possibilitam a
utilização de novas estratégias pedagógicas no ensino à distância.

Na realidade, a Internet permite que a distribuição e atualização da informação se


processem muito rapidamente e chegue a um grande número de pessoas. Eis algumas
das principais potencialidades:

Permite a troca de novos tipos de mensagem, incluindo o recurso ao multimédia;


Potencia criação de comunidades de interesse/aprendizagem através de meios
de comunicação síncronos e assíncronos;
Permite a utilização de estratégias de aprendizagem baseadas na colaboração;
Permite um apoio rápido e eficaz à aprendizagem dos formandos à distância.

(Lencastre, 2008)

Contudo, se analisarmos com alguma profundidade vimos que a internet e o recurso às


tecnologias de informação e comunicação estão cada vez mais interiorizados no sistema
de educação e formação.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Cada vez mais, para permitir a realização dos objetivos perseguidos pela aprendizagem
ao longo da vida, vemos que os sistemas educativos adotam modelos mistos em que as
estratégias da sala de aulas combinam o trabalho ou em grupos, sendo o formando cada
vez mais chamado a responsabilizar-se pela sua própria formação e construção do seu
conhecimentos, cada vez mais com recurso às TIC.

A aprendizagem é assim vista como um continuum em que o formando, por sua


iniciativa ou por sugestão da organização vai controlando e desenvolvendo as atividades
de aprendizagem de acordo com as suas competências, objetivos e necessidades.

Tempo gasto em momentos presenciais, em sala de aula,


com interação com o professor
Contacto presencial, face a

Aprendizagem
autónoma
Aprendizagem Aprendizagem
face

mista autónoma

Tempo gasto pelo aluno/formando a estudar


autonomamente

As Tecnologias de Informação e Comunicação estão assim cada vez mais associadas ao


processo de ensino-aprendizagem, seja como suporte à aprendizagem realizada em sala
de aula/formação ou à distância. Na figura abaixo podemos ver precisamos a evolução
deste a formação totalmente presencial, com interação face a face e sem recurso a TIC,
ao modelo misto, com sessões presenciais e à distância (vulgarmente designadas por
Blended Learning), até à formação à distância, com suporte total nas TIC.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Da utilização simples à

Sessões em sala
Sessões em sala Sessões em sala
com interação
com interação conjugadas com Sessões online
face a face e
face a face sessões online
utilização das TIC

Sem recurso às TIC Totalmente online

Guàrdia (2012)

Proposta de reflexão 2- Qual o futuro do e-Learning?


Há quem diga que o e-Learning está em vias de
extinção. Concorda com esta ideia? Deixe explicar
um pouco melhor o nosso ponto de vista.
Provavelmente, num futuro muito próximo, toda
a aprendizagem, realizada em sala, em contexto
de trabalho ou à distância, será realizada com
recurso a tecnologias digitais e redes de
comunicação e informação. Portanto, deixará de
existir a distinção entre formação tradicional (em
sala) e formação e-Learning. Tudo será e-Learning!
Talvez isto signifique que

Sugerimos que reflita sobre este assunto. Como


será o futuro do e-Learning? Terá futuro? Ou o futuro é já hoje? Se entender que o tema é
interessante porque não iniciar um tópico de discussão no Fórum? Coloque a questão e registe
as suas ideias, iniciando um debate com os colegas. Esta é uma atividade de caráter voluntário.

É neste contexto que temos de olhar a realidade atual do ensino à distância e do e-


Learning e perspetivar as possíveis evoluções futuras. Neste sentido, o e-Learning
apresenta-se como a última contribuição das tecnologias no sentido de vencer a barreira
da distância física, social, psicológica e, naturalmente, comunicativa - que tem sido o
constante desafio do ensino à distância. O grande objetivo perseguido pelo ensino à

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

distância, aprender em qualquer lugar e em qualquer ocasião, recolhe assim no e-Learning


contribuições fundamentais para a sua realização.

3. Definição de e-Learning

O "e" significa eletrónico o que de imediato nos remete para todas as atividades de
ensino- aprendizagem que utilizam meios eletrónicos.

No entanto, a utilização da expressão e-Learning só surge no campo do ensino e


formação com a generalização da utilização de meios digitais e da Internet.

Proposta de atividade - Definição de e-Learning


Sugerimos-lhe que redija uma definição do que para si é o e-Learning. Seguidamente, faça uma
pesquisa pela internet e registe as várias hipóteses propostas. Após ter recolhido 2 ou 3
distintas, compare-as, identificando o que têm de comum e de diverso. Procure encontrar as
características distintas do e-Learning.

Por ser um campo novo e em constante evolução, não existe ainda uma definição para
e-Learning aceite por todos. Vejamos uma possibilidade.

Um processo que permite a transformação da


informação em conhecimento, utilizando como recurso
as tecnologias de informação e comunicação, quer ao
nível da pesquisa e disponibilização da informação, quer
ao nível da interação entre os diversos intervenientes.
(ASTD, 2008)

Se procurar elementos comuns entre as várias conceções podemos dizer que o conceito
significa

Qualquer tipo de aprendizagem que utilize de uma forma


sistemática uma rede (Internet ou Intranet ou Extranet),
e tecnologias digitais para a distribuição dos conteúdos, a
interação e o apoio ao formando. (Lencastre, 2007)
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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

O objetivo de qualquer sistema de ensino é criar um ambiente que permita que o


formando possa ter todas as condições necessárias para aprender.

Importa por isso que o ambiente de e-Learning seja desenhado de forma a permitir a
utilização por formadores e formandos de um conjunto de funcionalidades para o
desempenho das suas funções e tarefas.

Estas condições devem permitir as interações necessárias à aprendizagem, que como


sabemos são essencialmente de três tipos:

Interação formando - conteúdo;


Interação formando - formador;
Interação formando - formando.

Tendo em consideração fatores de natureza


pedagógica e tecnológica, podem representar o desenho de um ambiente de
aprendizagem para e-Learning através do esquema abaixo. Em termos de elementos
constituintes do processo de aprendizagem, podemos isolar duas dimensões principais:

• Pedagógica - relacionada com a criação, gestão e distribuição dos conteúdos


de formação.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

• Tecnológica - relacionada com a interatividade, tecnologia utilizada e a


distância.
COMPONENTE PEDAGÓGICA COMPONENTE TECNOLÓGICA

Tutoria/

E-LEARNING

Em jeito de síntese, podemos afirmar que a diferença entre a formação tradicional e a


formação em e-Learning assenta essencialmente nos suportes físicos de apoio ao
formando e, consequentemente, na forma como se transmitem os conteúdos para
facilitar a sua apreensão e assimilação. Na formação convencional, o formador assume
o papel de elemento dinamizador do estudo dos conteúdos e respetiva transferência,
utilizando a sala de formação como espaço físico e recorrendo aos tradicionais suportes
(quadro, caneta, projetor, etc.). No e-
Learning, independentemente da existência
de tutores dinamizadores da formação, é a
plataforma online o interface físico entre o
formando e a entidade formadora.

Para além disso, aqui o sujeito é o elemento


central do processo de aprendizagem, e é a
partir do seu próprio ritmo e das suas
necessidades de aprendizagem que se constrói o percurso de autoformação.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Nesta perspetiva, o formador/tutor assume-se como um parceiro e elemento


catalisador do desenvolvimento da aprendizagem. Este tema será desenvolvido com
mais profundidade no Módulo 4 sobre Dinamização e Comunicação.

Concebido desta forma, o e-Learning é muito mais do que um processo de


aprendizagem sustentado nas novas tecnologias, em que formador e formando se
encontram em locais geograficamente distantes.

Ao tirar o máximo partido da Internet e do serviço World Wide Web, o e-Learning vem
acrescentar elementos de inovação e um potencial acrescido que é importante
destacar e que se relaciona sobretudo com:

Diversidade de ferramentas e de serviços de comunicação entre todos os


intervenientes no processo de ensino-aprendizagem;

Acesso à informação onde e ando i e mo just in time

Conteúdo dinâmico, facilmente publicável e de rápida atualização.

A reter

Agora que já fizemos uma breve evolução do Ensino Aberto e à Distância e definimos o
conceito de e-Learning, importa agora identificar os conceitos-chave associados a este tipo de
ensino-aprendizagem. Quais são os pressupostos centrais?

Das ideias a reter, destacamos o conceito de Distância, de Interação e de Autonomia do


Formando.

4. Conceitos-chave associados ao e-Learning

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Agora que já fizemos uma breve evolução do Ensino Aberto e a Distância e definimos o
conceito de e-Learning, importa agora identificar os conceitos-chave associados a este
tipo de ensino-aprendizagem. Quais são os pressupostos centrais? Quais os fatores
críticos a considerar para que a aprendizagem seja bem-sucedida?

1) Conceito de Distância

Para compreendermos este conceito, importa primeiramente definir transação . Este


conceito foi proposto por Dewey (1942) e refere-se à interação entre o ambiente, os
indivíduos e seus comportamentos numa determinada situação. No caso da formação
`s distância, a transação realiza-se entre formandos e formadores num meio ambiente
(através de uma plataforma colaborativa) que tem como característica fundamental a
separação entre eles, o que leva a que ambos
desenvolvam comportamentos diferenciados
adequados a essa situação.

Na realidade, a separação altera profundamente os


padrões tradicionais dos comportamentos
característicos do ensinar e aprender. Esta
separação não se traduz pela mera distância física,
mas sobretudo pela existência de um espaço
psicológico e comunicativo que terá de ser atravessado pelas mensagens de
formadores e formandos. É a este espaço psicológico e comunicacional que
corresponde a distância transacional.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Naturalmente, este espaço psicológico e comunicacional é diferente para cada


formando e cada formador, dependente de duas variáveis fundamentais: a
Interação/Comunicação e a Autonomia do Formando.

2) Interação e comunicação

A interação e a comunicação, e concretamente, a qualidade destes dois processos


críticos para minimizar o efeito de distância física e psicológica entre formandos e
formador. A sensação de estar perdido e distante só pode ser colmatada com uma
comunicação do tipo “conversa didática. A atmosfera, a linguagem e a criação de um
clima de confiança inerente a uma conversa amigável são facilitadores do
desenvolvimento de sentimentos pessoais positivos entre formandos.

A comunicação bilateral, entre formador e formandos e, plurilateral, entre


formandos/formandos deverá ser promovida, visando também a criação de uma
dinâmica de grupo favorável à aprendizagem colaborativa.

3) Autonomia do formando

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Aprender à distância exige sempre que o


formando seja capaz de um desenvolver
as suas catividades com um determinado
(de preferência elevado) grau de
autonomia.

Todavia, na prática, sabemos que muitos formandos, não só, não são capazes de
aprender de uma forma amplamente autónoma, como também, que o exercício da
autonomia é, ele mesmo, objeto de aprendizagem.

Assim, o planeamento e orientação do trabalho, providenciados pela organização de


ensino ou decididos pelo formando, são necessários para organizar a aprendizagem
individual e do grupo e promover a sua autonomia.

Importa por isso que, no desenho de uma Acão de e-Learning, a dinâmica entre estudo
independente e interação seja um facto a ter em consideração, tendo
sempre em consideração a natureza dos conteúdos, os objetivos da aprendizagem e,
obviamente as características dos formandos.

Em síntese

Abordámos neste capítulo os conceitos e princípios fundamentais acerca do e-Learning.

Enquadrámos o desenvolvimento desta modalidade formativa no contexto do Ensino Aberto


e à Distância e identificámos as gerações de evolução, desde o tempo do ensino por
correspondência até à Web 2.0.

Acerca do e-Learning, vimos ainda o âmbito de aplicação e os principais conceitos-chave


associados, com destaque para o conceito de distância, interação e comunicação e autonomia
do formando.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

II. Quem são os e-formandos?

Conforme se referiu no ponto anterior, um dos aspetos críticos da formação em e-


Learning é a focalização no formando.

Esta ideia de focalização comporta duas vertentes:

Por um lado, destaca-se o objetivo de ministrar o ensino e a formação de uma


maneira que tem prioritariamente em conta as necessidades dos formandos e não a
conveniência institucional.
Por outro, significa permitir que os formandos realizem um percurso de
aprendizagem adequado às suas circunstâncias, necessidades, objetivos e estilos de
aprendizagem.

Para uma entidade formadora isto significa proporcionar materiais de aprendizagem de


boa qualidade, usando meios acessíveis, e prestar um apoio suficiente para garantir que
os formandos tenham uma boa possibilidade de completarem o curso.

Momento de reflexão – Quais as minhas práticas?


Reflita um pouco acerca das suas práticas. Considera que o seu desempenho de formador está
cen ad n f mand C m defini ia f cali açã n f mand De e f ma c n eg e
conciliar a necessidade de cumprir o programa com a focalização no formando? Se entender
um tema interessante, inicie um fórum sobre esta temática. Coloque um assunto em debate
e apresente desde logo as suas ideias.

1. Quais as características dos e-formandos?

Se á e e i e m fo mando í ico do e-Learning? Tendo em conta o aumento


exponencial de pessoas que aprendem com recurso à formação suportada por
tecnologias Web, diríamos que será difícil encontrar um padrão, assim como as
circunstâncias e as motivações de aprendizagem são necessariamente distintas.
Contudo, existem características comuns que importam analisar. Vejamos algumas
ideias no quadro que se segue:

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Características Consequências

Pouco tempo para estudar, e outros


Adultos com vidas ativas e compromissos
compromissos podem interferir nos
familiares e profissionais
calendários de estudo

Mais empenhados em atingir os objetivos


Têm, normalmente, objetivos claros de
e em continuar a estudar, desde que
aprendizagem
possível
Podem precisar de alguma orientação
Podem estar afastados do ensino formal acerca dos processos de aprendizagem
há já algum tempo formais: redação de textos, pesquisa,
acesso aos recursos, etc.
Mais suscetíveis de estarem motivados
Frequentemente interessados nas para continuar a estudar; podem querer
implicações da aprendizagem nas suas explorar, de que forma a aprendizagem
vidas e trabalho se relaciona com situações profissionais
ou da vida
Podem ter dificuldade de acesso aos Podem precisar que os recursos sejam
recursos tecnológicos, por circunstâncias disponibilizados de maneira diferente,
materiais ou técnicas em termos de tempo, vias de acesso, etc.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Atividade de reflexão – Quais as características dos meus formandos?


Seguidamente sugere-se que pense um pouco acerca dos grupos de formandos com que
costuma trabalhar habitualmente. Quais serão as suas características? E as suas expectativas?
E que impacto terão no seu desempenho de e-formador? Apresentamos um quadro com
alguns tópicos orientadores para que possa completar (em anexo encontrará o documento em
formato Word). Esta atividade exercício é de carácter facultativo.

Implicações no seu
Características Os seus formandos
desempenho

Nível etário

Proveniência

Circunstâncias de vida
profissional e pessoal

Nível de escolaridade

Conhecimentos e experiência
em TIC

Motivações para frequentar


um curso em e-Learning

Objetivos de aprendizagem

Apoios à aprendizagem (por


exemplo, no posto de
trabalho, chefias, etc.)

Outras características

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

2. Competências do e-formando – A Aprendizagem Autodirigida

Estamos certos que concordará connosco


quando afirmamos que neste modelo de
formação em e-Learning, a tónica encontra-se
mais no Aprender do que no Ensinar. Isto é,
espera-se que o formando tenha um papel
muito mais ativo do que o desempenhado no
modelo tradicional, assumindo papéis bem
distintos do mero recetor de informações a que
muitas vezes estava sujeito nas sessões de
ensino em contexto de sala de aulas.

Esta mudança de papéis a assumir pelo formando obriga a que este possua (ou venha a
desenvolver) um conjunto de competências pessoais e interpessoais que lhe permitam
ser bem-sucedido no processo de aprendizagem e, posteriormente, na transferência dos
conhecimentos adquiridos para o contexto real de trabalho. Sem elas, o formando terá
poucas hipóteses de ser bem-sucedido e certamente irá engrossar as estatísticas das
desistências dos cursos em e-Learning.

Ideia para refletir – Mudança de papéis?


Será que os formandos estão preparados para assumir esta mudança de paradigma? Ou seja,
será que os nossos formandos possuem as competências necessárias para assumir um papel
ativo e responsável pela sua aprendizagem? Não será, por vezes, mais conveniente e até

debater em conjunto. Que tal iniciar um Fórum de Discussão sobre este tema ou partilhar
informação relevante sobre o mesmo?

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

A aprendizagem Autodirigida

A aprendizagem Autodirigida tem


um papel de destaque na educação e
formação de adultos, e
particularmente na formação em e-
Learning. No entanto, há alguma
confusão e pouca clarificação
relativamente a este termo. Importa
assim definir o conceito para
compreendermos melhor a sua
abrangência e relevância.

A opção pelo termo autodireção na aprendizagem deve-se ao facto de se considerar que


transmite melhor o conteúdo da expressão inglesa self-directed learning. Vários foram
os autores que se dedicaram a este tema, no entanto terá sido Knowles (1975) o
primeiro autor a definir este conceito:

A aprendizagem autodirigida descreve o processo no qual os


indivíduos tomam a iniciativa de, com ou sem a ajuda de outros,
diagnosticar as suas necessidades de aprendizagem, formular
objetivos de aprendizagem, identificar os recursos humanos e
materiais para aprender, escolher e implementar as estratégias
apropriadas e a aliar os resultados obtidos na aprendi agem
(Knowles, 1975)

Durante algum tempo centralizou-se a discussão deste conceito como uma condição de
tudo ou nada, onde o indivíduo isolado assumia o completo controlo sobre a sua
aprendizagem. Mas será que aprendizagem autodirigida significa aprendizagem
solitária? Será que na aprendizagem autodirigida pode e deve existir interação com os
outros?
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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Efetivamente, a aprendizagem autodirigida, ao contrário do que a expressão possa


sugerir, não se trata de um processo solitário, mas antes requer uma permanente
interação com outros, e pressupõe um conjunto de capacidades a desenvolver pelo
aprendente. Vejamos as principais capacidades associadas:

Capacidade para identificar as suas necessidades de


aprendizagem

Capacidade para transformar essas necessidades em objetivos de


aprendizagem

Capacidade para formular esses objetivos de forma específica,


realista, mensurável

Capacidade de definir as estratégias e os recursos


necessários
para atingir os objetivos a atingir;

Capacidade de definir evidências associadas aos objetivos a


atingir

Capacidade de definir critérios de avaliação adequados


aos
objetivos e às evidências

Capacidade de se relacionar com o formador como um


facilitador,
consultor, e fonte de recursos

Capacidade de reconhecer os seus pares como fontes de


recursos
e de informação e facilitadores da sua aprendizagem

Capacidade de auxiliar os outros no seu processo


de
aprendizagem

(Brookfield,1987)

Vários são os especialistas que apontam para a importância da interação entre o


formando e os outros elementos da equipa pedagógica (formadores, tutores, mentores,
etc.), sendo essa interação não apenas do ponto de vista técnico (recurso humano de

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

aprendizagem), mas também um contacto interpessoal transmitindo uma componente


importante de apoio, empatia e entusiasmo.

A característica principal da aprendizagem autodirigida reside no controlo (direção)


que o indivíduo assume sobre a sua própria aprendizagem. Ou seja, o processo no qual
os indivíduos tomam a iniciativa, com ou sem a ajuda de outros.

É na decisão de os aprendentes autodirigidos tomarem a iniciativa da sua aprendizagem


(após a identificação das suas necessidades de aprendizagem), na definição dos
objetivos, na identificação de recursos, e na avaliação dos resultados, onde se manifesta
o controlo que o aprendente assume sobre a sua aprendizagem.

Fica, portanto, claro que, a aprendizagem autodirigida implica apoio e orientação


externa.

A aprendizagem não tem lugar no vazio, sendo a mediação inevitável. Não existe
contradição na noção de que os aprendentes fazem a sua própria aprendizagem e que
eles estão simultaneamente a ser ensinados por um formador.

Ideia a reter

O aprendente autodirigido deve ser capaz de se propor ou aumentar os seus próprios


conhecimentos, definindo a direção do seu percurso. Mas é no diálogo com os outros que o
indivíduo testa os seus interesses e perspetivas com os dos outros, modificando, deste modo,
os seus objetivos de aprendizagem, ou os objetivos dos outros. Se o indivíduo tem a
responsabilidade de criar significados, é através da comunicação com os outros que ele valida
esses significados.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Para finalizar este ponto, apresentamos de seguida um quadro resumo com as


diferenças entre a aprendizagem centrada no formador e a aprendizagem autodirigida.

Aprendizagem centrada Aprendizagem


Ace ca de
no formador autodirigida

Conceito de aprendente Dependente Progressivamente


autodirigido

Papel da experiência A ser construída com o Um recurso fundamental


tempo para a aprendizagem

É estimulada quando parte


Disponibilidade para Varia de acordo com o nível de tarefas e problemas reais
aprender de maturidade

Orientação para a Centrada nos conteúdos Centrada na resolução de


aprendizagem temáticos problemas e tarefas

Motivação Extrínseca Intrínseca

Proposta de atividade – Autodiagnóstico acerca da competência de


Aprendizagem Autodirigida
Sugerimos que faça um diagnóstico acerca das suas competências de aprendizagem
autodirigida. Poderá fazê-lo utilizando o instrumento disponibilizado na plataforma. Outra
sugestão é iniciar um fórum de discussão sobre esta temática. Que tal? Aceita o desafio?
Facultativa

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

3. Os Estilos de Aprendizagem

Considerando o e-Learning como um processo de aprendizagem centrado no formando


e que assenta em períodos, mais ou menos prolongados, de autoformação, é importante
que os conteúdos programáticos abranjam um leque variado de atividades que vão ao
encontro das necessidades de formação de todos os participantes.

De acordo com o Inventário de Estilos de Aprendizagem de David Kolb, existem quatro


estilos preferenciais de aprendizagem, que devem ser vistos como um ciclo contínuo
sobre o qual vamos alternando as nossas preferências. São eles:

1. Pragmático: prefere ser envolvido tarefas novas e relativamente curtas, de


preferência assumindo um papel ativo.
2. Reflexivo: aprende melhor quando lhe é permitido recolher informação e refletir
sobre ela, observando os outros ou a própria experiência.
3. Teórico: prefere sintetizar a experiência e a reflexão para criar uma teoria, ainda
que possa estar distante da realidade.
4. Ativo: a melhor forma de aprender é utilizando a teoria para resolver problemas e
confirmar a sua aprendizagem num novo contexto.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Assim, o desenho dos cursos e a definição de estratégias por parte dos formadores e
tutores devem assim procurar ir ao encontro destas características dos formandos,
procurando produzir materiais que lhe sejam adequados. Esta temática, das
metodologias e estratégias pedagógicas será alvo de maior desenvolvimento num
módulo futuro.

Se pretender fazer o seu autodiagnóstico, existe um questionário ao seu dispor na


plataforma.

Em síntese

Depois de termos abordado os conceitos e princípios fundamentais acerca do e-Learning


termos identificado os conceitos-chave, onde destacámos o foco no formando, a interação e
a comunicação, centrámo-nos agora nas caraterísticas do e-formandos, e especificamente na
competência de Aprendizagem Autodirigida.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

III. O papel do e-formador

1. Formador, tutor ou mediador? Em que ficamos?

Provavelmente todos vós já se depararam com esta questão. Na


literatura, mais ou menos fundamentada surgem frequentemente
as várias designações, e-formador, e-tutor e e-moderador, como
se de papéis equivalentes se tratassem. Mas afinal, será que
formador, tutor e mediador são a mesma coisa? Ou serão apenas
variáveis da mesma função?

Momento de reflexão 1 – Quais as diferenças entre formador e


tutor?
Reflita um pouco acerca desta questão. Será que existem diferentes funções,
e estaremos perante uma mudança inevitável da designação do formador para
tutor? Mas o que distingue um tutor de um formador? E o que faz um
mediador? Serão as várias faces da mesma moeda ou serão coisas distintas?
Se quiser partilhar estas suas reflexões, proponha este novo desafio para o
Fórum. Esta atividade tem carácter voluntário

Quase que podemos dizer que cada autor sua designação. Vejamos o breve panorama dos
autores mais relevantes nesta temática:

Professor (Freenberg; Cheung & Hew, Hew, Khe Foon; Palloff & Pratt);

Tutor (Garrison, Anderson & Archer; Blake; Ping & Cheah; Kear; Duggleby);

Moderador (Salmon; Berge; Blake; Duggleby; Paulsen);

Facilitador (De Schutter et al., 2004; Garber, 2004);

Instrutor e mentor (Bernath, 2003).

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

De facto, se atentarmos às próprias mudanças registadas no papel do formando, onde


destacámos a autonomia face ao processo de aprendizagem e a direção relativamente
à gestão do seu percurso formativo, temos de concordar que o papel do formador
tradicional, centrado na transmissão de informação/conhecimento está definitivamente
em desuso.

A tutoria parece ser agora o centro da atuação do formador.

2. Porquê um tutor?
Quando falamos em ensino à distância estamos a referir-nos a aprendizagens
estruturadas, realizadas por um formando sob a orientação de um
centro de formação ou qualquer outra instituição de formação
que define e distribui um determinado programa formativo, apoia
os formandos durante o seu processo de aprendizagem e avalia as
aprendizagens realizadas.

Na formação tradicional esta relação é claramente uma relação


direta entre um formador e um formando e, nessa relação, o formador executa todos
os processos e atos de ensinar de uma forma simultânea e global durante o tempo de
uma aula.

No e-Learning, como sabemos, os atos de ensinar e aprender não só se desenvolvem de


uma forma não simultânea espacial e temporalmente como também, muitas vezes, os
vários processos de ensinar são desempenhados por profissionais diferentes. Por
exemplo o ato de apresentar os conteúdos, não é agora feito através da comunicação
oral, mas através de materiais de apoio à aprendizagem (e-conteúdos). Na verdade, o
formador deverá estar dentro dos recursos e, através deles, interagir com o formando
e facilitar a sua aprendizagem.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Isto quer dizer que estas aprendizagens se efetivam durante um processo de relação
pedagógica, em que ocorrem interações distintas.

i) Interação entre formando e formador;


ii) Interação entre formandos e conteúdos;
iii) Interação entre formandos.
iv) Interação entre o formando e a interface ou plataforma.

4. Áreas e domínios de intervenção do e-formador

Em e-Learning, o formador desempenha então fundamentalmente o papel de tutor e


fornece apoio ao formando nas várias vertentes do processo de ensino-aprendizagem.

Mais do que um transmissor de conteúdos, o tutor deve ser um facilitador do da


aprendizagem, o que neste caso implica que assuma um papel ativo na dinamização da
comunidade virtual. Para conceber o ambiente de aprendizagem necessita, mais do que
de dominar o saber científico, de compreender a dinâmica da comunicação e das
interações online.

Ideia a reter

No e-Learning, o formando exerce o controlo da sua própria aprendizagem.


Ao tutor, cabe-lhe auxiliá-lo na tarefa de aprender a aprender, através da
criação de situações de aprendizagem e de redes colaborativas de partilha de
informação.

Assim, para além de promover o desenvolvimento das competências de análise dos


conteúdos, o tutor deve criar um ambiente favorável à partilha num contexto
colaborativo e ter em conta a motivação interna dos formandos, reforçando-a e
revitalizando-a através de uma pedagogia ativa e adaptada.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

O conceito de tutor no processo de aprendizagem à distância abrange um leque muito


variado de funções e atividades, construindo-se de acordo com as características dos
formandos e do meio ambiente em que a formação se desenvolve.

Se o papel do tutor se centra na dinamização da relação pedagógica podemos dizer que


esse papel se vai distribuir no fundamental por três grandes domínios:

Cognitivo - apoiando o desenvolvimento das aprendizagens do formando


através da mediação dos materiais e outros recursos;
Afetivo - tornando o ambiente de aprendizagem favorável as tarefas do
formando, criando as condições para o seu empenhamento e para a reforço da
sua autoestima;
Institucional - desenvolvendo procedimentos administrativos e colaborando nos
sistemas de gestão e informação.

Vários são os autores que estudaram o papel do tutor na formação à distância. De


acordo com Waterhouse (1983) propõe as quatro seguintes áreas de intervenção para
o tutor à distância:

Ensino: facilitar a aprendizagem o que significa, por um lado, transmitir


conteúdos e, por outro, orientar com vista ao desenvolvimento de estratégias
individuais de aprendizagem, suscitando a atividade do formando.

Aconselhamento: guiar o formando no que diz respeito a fontes de informação,


ao uso de metodologias de aprendizagem, formas de apresentação de
trabalhos, etc... Este aconselhamento pode ser feito ao nível académico e
pessoal e visa criar laços numa atitude positiva e construtiva.

Negociação: estabelecer um contrato de aprendizagem entre tutor e formando,


que inclua metas e objetivos individuais a cumprir por ambas as partes.

Avaliação: monitorizar as aprendizagens realizadas pelo formando, avaliando as


atividades e exercícios e fornecendo feedback sobre os critérios em que se

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

fundamentou a avaliação e sobre as estratégias de recuperação. Através do


controlo efetuado desta forma, o tutor pode identificar as necessidades,
localizar dificuldades e redefinir o modelo de ensino-aprendizagem.

Na função ensinar destacamos as


tarefas de instruir e treinar que no
ensino à distância são em grande parte
mediatizadas pelos materiais (e-
conteúdos). Mas o tutor pode ser
chamado a conceber ou completar os
materiais quer explicando de outras
formas, completando e aprofundando,
tirando dúvidas, ajudando a integração
dos novos conhecimentos em
conhecimentos anteriores, dando
feedback às atividades práticas, etc.

Na função avaliar o tutor pode, para além de construir exercícios formativos ou


sumativos, aplicar e corrigir testes, dar feedback formativo sobre os acertos e erros dos
formandos. Por outro lado, em muitas instituições o tutor é chamado a desempenhar
também um papel muito importante na recolha de dados sobre o processo de ensino-
aprendizagem imprescindíveis para a avaliação da qualidade da formação

O tutor é também um conselheiro - ajudando o formando a definir objetivos, percursos


formativos, estratégias de aprendizagem - e um conselheiro pessoal. Recordamos que a
competência da aprendizagem autodirigida, essencialmente ao formando no e-
Learning, implica o recurso ao formador como ajuda externa na construção do percurso
de aprendizagem.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Finalmente ao tutor é-lhe muitas vezes atribuída a função de negociar o contrato de


aprendizagem e renegociá-lo no decorrer do curso de acordo com a progressão e as
necessidades do formando. Também a manutenção da ligação do formando à instituição
de ensino e à formação é uma tarefa imprescindível especialmente no que se refere à
monitorização do processo de aprendizagem e à deteção de possíveis dificuldades que
o formando esteja a enfrentar no sentido de lhe ser dado em tempo útil o apoio
adequado.

Este mesmo autor refere que, para realizar as funções de forma efetiva, o formando
deve deter um conjunto de capacidades e
características individuais específicas, quer
ao nível técnico, quer ao nível relacional.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

Empatia: capacidade para se colocar no lugar do outro.

Saber-ouvir: capacidade para manter um diálogo eficaz, refletindo sobre o que o


formando diz e ajudando-o a clarificar as suas afirmações, o que implica saber
manter o silêncio quando o formando está a elaborar um raciocínio.

Capacidade de comunicação: clareza e fluência na comunicação, especialmente


escrita.

Domínio das tecnologias, das linguagens e dos conteúdos.

Tolerância: capacidade para aceitar diferentes valores, pontos de vista e


características de personalidade.

Flexibilidade: para evitar aplicar as regras estabelecidas com bom senso.

Atividade – As competências do e-formador


Este tema será alvo reflexão no Fórum. Será que as capacidades e
características inventariadas cobrem as competências necessárias às funções
do e-formador? Que conhecimentos deverá este possuir? Que técnicas e
tecnologias deverá ser capaz de utilizar? E que atitudes, em termos de saberes
sociais e relacionais, deverá ter?

Em síntese

Neste manual abordámos as mudanças ocorridas no papel do formador, as


funções associadas e ainda as competências exigíveis.
Em termos de pontos a reter, destacamos a ideia da função principal do e-
formador ter deixado de ser centrada no ensino e na transmissão de
conhecimentos e muito mais no apoio, acompanhamento e facilitação do
processo de aprendizagem do formando.
As funções de tutoria e moderação são agora centrais no papel do e-formador,
embora este mantenha as funções de ensinar (através dos processos
comunicacionais síncronos e assíncronos), motivar, dinamizar e avaliar as
aprendizagens.

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

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Módulo 0 Introdução ao e-Learning

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