Item 8.1 - Supermix

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

0686836/201516/0
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
7/2015
Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada
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PARECER ÚNICO Nº 0686836/2015(SIAM)


INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:
Licenciamento Ambiental 00427/2004/005/2013 Sugestão pelo Deferimento
FASE DO LICENCIAMENTO: Licença de Operação Corretiva – LOC VALIDADE DA LICENÇA:06 anos

PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO:


Outorga XXXXXXXX XXXXXXXX
APEF XXXXXXXX XXXXXXXX

EMPREENDEDOR: SUPERMIX Concreto S.A. CNPJ: 34.230.979/0086-03


EMPREENDIMENTO: SUPERMIX Concreto S.A. CNPJ: 34.230.979/0086-03
MUNICÍPIO: Matias Barbosa ZONA: Urbana
COORDENADAS GEOGRÁFICA
LAT/Y 21º50’ 16,63” LONG/X 43º22’ 48,12”
(DATUM):WGS 84
LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:
INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL X NÃO

BACIA FEDERAL: Rio Paraíba do Sul BACIA ESTADUAL: Rio Paraibuna


UPGRH: PS1
CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE

C-10-01-4 Usinas de produção de concreto comum.


3
Postos revendedores, postos ou pontos de abastecimento, instalações de sistemas
NP
F-06-01-7 retalhistas, postos flutuantes de combustíveis, e postos revendedores de combustíveis
de aviação.
CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:
Gilmar Aparecido Lopes - Engenheiro de Minas CREA: 69.081/D-MG

RELATÓRIO DE VISTORIA:097/2014 DATA: 28/10/2014

EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA


Sandra Aparecida Moreira Scheffer – Analista Ambiental (Gestora) 1.184.000-6

Carla Costa e Silva – Analista Ambiental 1.251.132-5

Wagner Alves de Mello – Analista Ambiental 1.236.528-4

Rodrigo Neves Camilloto – Analista Ambiental 1.390.911-4


De acordo: Leonardo Gomes Borges 1.365.433-0

De acordo: Elias Nascimento de Aquino 1.267.876-9


Diretor de Controle Processual

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1. Introdução

Este Parecer visa subsidiar o julgamento Do requerimento de Licença de Operação Corretiva


referente ao empreendimento SUPERMIX Concreto S.A., cuja atividade principal corresponde à
produção de concreto comum, estando enquadrada no código C-10-01-4 da DN 74/2004. A Unidade
localiza-se no condomínio empresarial Park Sul, no município de Matias Barbosa.
Conforme dados fornecidos na documentação protocolada, o empreendimento é classificado
como de médio porte, conforme DN 74/2004, tendo em vista que a produção prevista corresponde a
40 m3/h de concreto, estando assim enquadrado na classe 3.
A elaboração deste documento foi baseada na análise dos estudos ambientais (RCA/PCA),
documentos apresentados em atendimento à solicitação de Informações Complementares, assim
como na vistoria técnica realizada pela equipe da SUPRAM ZM.
O empreendedor deu início ao processo visando a obtenção da Licença de Operação, em
caráter corretivo,protocolando o Formulário de Caracterização do Empreendimento – FCE, sendo,
então, emitido o Formulário de Orientações Básicas Integrado (FOBI), informando a documentação
necessária para formalização do processo de licenciamento para a atividade, no dia 16 de dezembro
de 2013.
Em 27 de dezembro de 2013 foi então formalizado o processo através da entrega dos
documentos listados no FOB, dentre outros o RCA/PCA, tendo este recebido o nº
00427/2004/005/2013.No dia 28 de outubro de 2014 os técnicos da equipe interdisciplinar desta
SUPRAM ZM realizaram vistoria técnica no empreendimento, conforme auto de fiscalização de nº
97/2014.
Conforme vistoria realizada,verificou-se que o empreendimento já se encontra instalado,
amparado por uma Autorização Ambiental de Funcionamento - AAF de nº 06963/2013 com validade
até 04/12/2017. Entretanto, foi constatado que a produção atual ultrapassava a produção prevista
pela AAF (de 8m3/h), estando na ordem de 22,72 m3/h, enquadrado assim na classe 3, pretendidano
processo de licenciamento em análise. Diante disso, foi lavrado o Auto de Infração nº 65052, sendo
adotadas todas as providências referentes ao mesmo, inclusive sendo firmado um Termo de
Ajustamento de Conduta.
Por meio do ofício nº 324/2014/NRRA-JF/SISEMAde 05/12/2014, foram solicitadas ao
empreendedor informações complementares aos estudos (RCA/PCA) apresentados.
No dia 06 de fevereiro de 2015 o empreendedor protocolou a documentação para atendimento
ao ofício encaminhado. Dentre os documentos foi apresentado o relatório consolidado referente a
todas as adequações realizadas no empreendimento e solicitadas no Termo de Ajustamento de
Conduta, firmado com o órgão ambiental, comprovando dessa forma, ter cumprido integralmente as
condicionantes exigidas no mesmo.
Sendo assim, a adoção e propostasde medidas ambientais para o empreendimento, bem
como as condicionantessugeridas neste parecer técnico, habilitam o empreendedor à obtenção da
Licença requerida.
.

2. Caracterização do Empreendimento

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A SUPERMIX Concreto S.A., instalada em uma área industrial situada na BR 040, km 800, nº
76, no condomínio empresarial Park Sul, é um empreendimento queconsiste em uma unidade de
médio porte do setor de usina de produção de concreto comum atendendo a diferentes tipos de
obras civis.Conforme descrito no Formulário de Caracterização do Empreendimento-FCE, o
empreendimento encontra-se em operação desde 2005.
A propriedade onde o empreendimento está instalado apresenta uma área total de 3363,62 m²,
sendo que a área construída corresponde a aproximadamente 242 m2.
As empresas confrontantes com o terreno da Supermix, possuem atividades semelhantes a
atividade exercida por essa empresa: nos fundos confronta com a área da Pedreira, que fornece
inclusive a matéria prima correspondente a agregados para a usina; nas laterais os vizinhos
correspondem a uma usina de asfalto e outra usina de concreto.Visualizou-se ainda outras
concreteiras localizadas nas imediações.
Esta unidade de concreto possui atualmente um efetivo fixo em torno de 26 funcionários,
incluindo área administrativa,produção, motoristas e mecânicos, sendo o regime de operação da
empresa de 44 horas/semanais. Deacordo com constatado na vistoria, atualmente a produção tem
sido de4000 m3/mêsde concreto usinado, o que corresponde a 22,72 m3/h. Conformeinformações no
FCE e nos estudos apresentados a previsão é de atingir a produção mensal de 8000 m3, ou seja,
uma média de 40 m³/h. O aumento de produção com relação ao proposto na AAF, conforme
informado, não consistiu na instalação de novos equipamentos ou ampliação das instalações da
usina, mas apenas no aumento do número de caminhões.
A água é utilizada no empreendimento para atividades humanas e também no processo
produtivo, conforme detalhado no item deste parecer correspondente a utilização de recursos
hídricos.
A energia elétrica, utilizada nas atividades de escritório, iluminação das instalações e na
produção, é fornecida pela CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais).
A estrutura da empresa corresponde as seguintes instalações: Prédio administrativo que abriga
escritório, sala de comando, oficina, laboratório, dentre outras dependências; silo de armazenamento
de cimento com balança dosadora; pátio de estocagem de agregados (areia lavada, pó de pedra e
brita) e caixa de agregados com balança dosadora; reservatórios e balança de água; pátio de
manobras/ estacionamento de veículos e máquina; compressor localizado sobre abrigo; tanque de
aditivo; tanque de produto utilizado na limpeza das formas dos corpos de prova (constituído de
material desmoldante).Conforme solicitado, foram realizadas pequenas adequações na área próxima
ao preparo dos corpos de prova, para evitar o derramamento do produto utilizado, sendo
apresentada a devida comprovação.
Para o abastecimento dos veículos e equipamentos do empreendimento existe nas instalações
um posto de abastecimento correspondente a um tanque aéreo de diesel. Tendo em vista que a
capacidade do tanque é de 10.000 litros, conforme Deliberação Normativa COPAM nº 108/2007,
ficam dispensadas do licenciamento ambiental e da AAF“instalações de sistema de abastecimento
aéreo de combustíveis (SAAC) com capacidade total de armazenagem menor ou igual a 15 m 3
(quinze metros cúbicos), desde que destinadas exclusivamente ao abastecimento do detentor das
instalações, devendo ser construídas de acordo com as normas técnicas da ABNT em vigor, ou na
ausência delas, com normas internacionalmente aceitas.”Conforme exposto no item referente a

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medidas mitigadoras, o tanque encontra-se instalado dentro das normas previstas, possuindo
também o Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros.
Para o desenvolvimento das atividadesreferentes ao empreendimento, este conta com os
seguintes equipamentos:
Equipamentos Quantidade Função

Caminhões betoneira Mistura e transporte doconcreto, com


11
capacidade máxima de 7 m3.

Caminhões bomba 2 Executar o bombeamento do concreto nas obras.

Pá-carregadeira da marca Carregar o material agregado.


1
MICHIGAN

Silos metálicos de cimento 2 Armazenamento do cimento.

Balança de dosagem de Pesagem do cimento.


1
cimento

Silo metálico para dosagem Realizar a pesagem dos materiais, tais como
de agregados 1 areia e brita(este possui capacidade para 15
toneladas).

Dosador de aditivo Realizar a dosagem do produto na preparação


1
do concreto.

Correia transportadora para Transportar areia e brita até o carregamentodos


1
agregados caminhões betoneiras.

Além dos principais equipamentos descritos acima, o empreendimento conta ainda com:
compressor de ar; um conjunto de relógios medidores de pesagem de agregados; dois vibradores de
1,5 cv cada; dois motores elétricos para as transportadoras, de 10 cv; um motor elétricode 10 cv para
compressor de ar; três bombas d’água de 7,5 cv, uma de 5 cv e uma de 1,5 cv, e hidrômetro dosador
de água.
As matérias-primas, insumos e produtos utilizados na produção do concreto correspondem a,
agregados, cimento, água e aditivos líquidos.
As matérias-primas correspondentes aos agregados constituem-se principalmente de areia
natural lavada e britas. A estocagem destes materiais é feita em sistema de pilhas, no pátio de
agregados a céu aberto. Este está localizado em uma cota superior a do pátio onde estão as demais
instalações do empreendimento.
O cimento é armazenado emdois silos verticais fechados.
Os aditivos,plastificante e retardador (da empresa Rheoset Industria e Comércio de Aditivos
Ltda)são estocados em tanques (reservatórios) com capacidade de 6000 litros, localizados dentro de
uma bacia de contenção. Estes são dosados em equipamentos hermeticamente lacrados e lançados
no caminhão betoneira através de tubulação, sem nenhum contato com meio externo.

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A água é armazenada em uma caixa de concreto com capacidade de 140.000 litros.Na área do
empreendimento existe também uma caixa d’água de fibra que armazena água a ser utilizada no
processo industrial.
Foi apresentada a listagem dos fornecedores de matéria-prima, e insumos com as devidas
comprovações de regularidade ambiental. Conforme solicitado em condicionante deste parecer,
deverão ser mantidas atualizadas as comprovações de regularidade das empresas que fornecem
materiais e/ou insumos.
Pequenas manutenções dos veículos, como troca de óleo, filtros e peças, são realizadas na
oficina instalada no empreendimento.

2.1. Descrição do Processo Industrial


O processo de produção do concreto consiste na execução dos seguintes serviços:
dosagem,mistura, transporte, fiscalização e lançamento de concreto pré-misturado.
O produto obtido consiste no concreto, que é uma mistura íntima e convenientemente dosada
de um material aglutinante (cimento), agregado miúdo (areia), agregado graúdo (brita), água e caso
necessário, aditivos, conforme descrito no item anterior.
O processo de fabricação de concreto usinado inicia-se pelo recebimento dos materiais
agregados, por meio de caminhões basculantes, constituídos pela areia lavada e britas, fornecidos
por terceiros, e descarregamento de forma seletiva diretamente no pátio. Os agregados são
dispostos em baias e armazenados ao ar livre. Um sistema de aspersão d’água controla a geração
de poeiras fugitivas nas pilhas destes materiais durante o seu manuseio e pela ação dos ventos.
O cimento é recebido através de caminhões graneleiros de 25 toneladas, que ao chegarem na
unidade o descarregam diretamente no silo vertical. O caminhão, dotado de compressor de ar,
transfere o cimento para o siloatravés da injeção de ar comprimido (engatando o mangote do
caminhão no tubo que está acoplado ao silo de cimento). O sistema de filtragem do silo, constituído
por filtros de manga e tubulações é acionado automaticamente durante a injeção do cimento, para
realização do despoeiramento do silo. Ao término da ação de descarregamento do cimento,
automaticamente as mangas do filtro são vibradas e o cimento retido por elas é recuperado e
utilizado no próprio processo de fabricação do concreto.
O processo de produção do concreto começa com o transporte (através da pá-carregadeira) e
disposição da matéria prima (areia lavada e brita) diretamente nos compartimentos das baias de
estocagem, da central dosadora. É feita dosagem ou pesagem destes materiais, através de comando
eletrônico, por meio de uma balança instalada sob esta caixa de agregados. As quantidades e tipos
de agregados são selecionados de acordo com o tipo de concreto a ser produzido. A partir desta
pesagem, tais materiais são direcionados através de correias transportadoras (de pequena
extensão), ao terminal de carregamento dos caminhões betoneiras, localizado na parte inferior do
silo de cimento. Este local também possui fechamento nas laterais e nos fundos apresentando-se
parcialmente enclausurado.
Uma vez dosadas as quantidades de materiais agregados, dosa-se o cimento também por
meio de comando eletrônico, em uma balança de cimento instalada na parte inferior do silo. O
transporte do cimento até a cuba do caminhão betoneira é realizado através de rosca helicoidal,
paralelamente ao fornecimento de outros insumos.

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Por fim, através de medidor de vazão é feita a dosagem e adição de água, juntamente com os
aditivos,diretamente no terminal de carregamento do caminhão betoneira paralelamente ao
carregamento das demais matérias primas.
Em termos práticos é colocada 95% de água necessária pré-estabelecida pela dosagem do
concreto e os 5% restantes são colocados separadamente, no instante em que o caminhão betoneira
é lavado antes de sair para o destino de entrega do concreto. Esta lavagem é efetuada com a
finalidade de limpeza externa do veículo (betoneira), no próprio ponto de carga.
No momento da vistoria constatou-se o funcionamento dos aspersores (chuveiros),no local de
carregamento do caminhão. Conformeinformado, estes são acionados automaticamente quando a
correia transportadora de agregados é ativada. Tal ação minimiza também a emissão de material
particulado no momento do carregamento.
Apósa adição da água, juntamente com os aditivos (que fornecem determinadas características
ao concreto, sendo plastificantes ou retardantes), os insumos são misturados e homogeneizados,
para a obtenção do produto final.
Dessa forma, é realizado o processamento da mistura, ou seja, a formação do produto
correspondente ao concreto. Posteriormente é procedida a retirada de amostra de concreto para
fundição dos corpos de prova.
Imediatamente, em função das características do produto, é realizado o transporte do
concreto, em estado plástico, até os clientes (obras). Após a descarga do produto na obra, os
caminhões retornam à central de concreto onde é realizada a lavagem interna através da adição de
água diretamente nos “balões” dos caminhões betoneiras, para deixá-lo limpo para o próximo
carregamento, visando garantir a qualidade do produto preparado.Conforme informado a parcela de
efluente gerado, em quantidade muito pequena, nessa lavagem interna dasbetoneiras, é mantido no
interior da mesma e é agregado ao carregamento seguinte.

3. Caracterização Ambiental
O empreendimento está instalado em terreno com área total de 3363,62 m2, situado a
aproximadamente oitocentos metros da Rodovia BR 040, km 800, no local denominado Empresarial
Park Sul, nº 76, no município de Matias Barbosa. O terrenofoi alugado da Pangea Empreendimentos
Ltda.O local era utilizado, anteriormente, como depósito debrita da Pedreira Pedra Sul e não possui
cobertura vegetal representativa. Atualmente, esta área encontra-se inserida no entorno do núcleo
urbano da cidade de Matias Barbosa.
Ressalta-se que a empresa encontra-se instalada desde 2005, localizando-se em uma área
ocupada por outras empresas do ramo industrial ou de prestação de serviços, tendo passado por
diversas interferências referentes a ocupações anteriores, caracterizando assim, uma área bastante
antropizada. De toda forma segue uma breve caracterização dos meios físico, biótico e
socioeconômico da área de influência do empreendimento.
Do ponto de vista físico, foi considerado que a Área de Influência Direta (AID) do
empreendimento é a bacia do rio do Peixe/Paraibuna. Para o meio biótico a AID considerada
corresponde ao conjunto de pequenos fragmentos florestais localizados dentro da propriedade da
PANGEA Empreendimentos Ltda e às margens dos córregos da Prata, Córrego Salvaterra e Rio do

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peixe, que corre no entorno do empreendimento. Do ponto de vista sócio-econômico esta refere-se a
região urbana oeste de Matias Barbosa e Sul do Município de Juiz de Fora.
Com relação ao climaMatias Barbosa apresenta um clima, com temperaturas variando entre
amáxima de 23,70C e mínima de 15,40C, e uma média anual de 20,60C. A precipitação médiaanual é
de 1.250 mm, tendo como época de chuvas abundantes entre os meses de outubro emarço, e
esparsas entre abril e setembro.A altitude mínima é de 528 m no Rio Paraibuna e a máxima de 960
m, na Serra daPiedade.
Quanto aos aspectos geomorfológicos, em toda a região o relevo sofre forte controle
estrutural caracterizando um domínio morfoestrutural de planalto cristalino dissecado, com tendência
a gerar padrões em “meiaslaranjas” interdigitados com elevações assimétricas alongadas,
apresentando uma face escarpada segundo a direção dominante das lineações regionais (NE‐SW) e
outra face mais suave, geralmente concordante com a direção NW‐SE ao longo de fraturas e falhas
presumidas. Nos locais de ocorrência dos quartzitos e gnaisses, observam‐se escarpas abruptas
segundo asdireções dominantes das lineações, falhas e fraturas regionais.
As drenagens submetem‐se as lineações estruturais regionais de direção NW‐SE
àsemelhança do Rio Paraíba do Sul e às falhas e fraturas com direção NW‐SE. Assim, observam‐se
duas direções grosseiramente perpendiculares entre si comandando os traçados dos rios principais e
de seus afluentes, gerando uma drenagem com padrão sub‐paralelo, a retangular, profundamente
encaixada e formando vales geralmente estreitos.
As vertentes ou encostas correspondem às superfícies inclinadas, não horizontais,
queconstituem a conexão dinâmica entre a linha divisora de águas e o fundo do vale. Dentro dabacia
de contribuição, encontram‐se perfis de lavagem, que são côncavos e coletores de água.Os
principais cursos d’água do município de Matias Barbosa são: Rio Paraibuna; Córregos do Bertoldo,
Monte Alegre, daPrata, da Boa Vista, do Glória e da Ponte Preta,São Fidélis e Ribeirão Matias, todos
fazendo parte da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.As principais quedas d’água do Município
são as cachoeiras do Fumaça, Ponte Preta, da Prata, do Glória e da Paciência.
Quanto aos aspectos pedológicos locais, na área em estudo os solos podem ser inseridos
na classe dos Latossolo Vermelho ‐ Amarelo Álico (LVa22), estrutura maciça‐porosa, matriz argilosa
constituída por óxidos de ferro, óxidos de alumínio e caulinita, na qual encontram‐se esparsos seixos
de concreções lateríticas e de quartzo.
Do ponto de vista geotécnico, o maior problema existente na região de Matias Barbosaestá
relacionado ao alto desenvolvimento de feições erosivas‐sulcos, ravinas e boçorocas - movimento de
massa.O desenvolvimento do processo de movimentação de massa se origina através dosistema
desordenado, desmatamento, retirada da cobertura vegetal.
A geologia do local apresenta grande homogeneidade decaracterísticas petrológicas e
estruturais.A presença de Charnockitos típicos com granulação média a grossa com textura de
granoblástica a migmatítica e milonítica é comum em toda área percorrida. A mineralogia constitui-se
de quartzo, feldspato, biotita, muscovita e secundariamente ocorre a magnetita. A foliação
predominante é a C com altitude em torno de N20E/60 SE atuando como foliação de transposição
em relação a S. As rochas apresentam baixo grau de fraturamento em complexos padrões.Juntas de
alívio sub-paralelas à superfície topográfica, na zona de transição solo-rocha estão sempre presentes
numa faixa de até 5 m de profundidade dos contatos.

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Referente a hidrogeologia, o principal processo de recarga de aqüíferos na nossa região é a


infiltração da água de chuva através do perfil do solo até a zona de saturação do manto intempérico.
Se a rocha subjacente possuir superfícies de descontinuidades como foliações, juntas e fraturas, a
água pode penetrar e se acumular em profundidade. Se o solo é raso ou se a rocha se expõe à
superfície, pouca água pluvial tem oportunidade de ser estocada naturalmente. Neste caso a água
escoa atingindo rapidamente os córregos deixando a sub-bacia de drenagem. Na área do
empreendimento parece encontrar um único tipo de aquífero fissurado.
O município de Matias Barbosa está inserido na bacia do Médio Paraibuna, o qual pertence à
bacia do Rio Paraíba do Sul. A área urbana é drenada por seis sub‐bacias com dimensões variadas.
Baseando‐se na morfologia, a bacia do Médio Paraibuna possui tributários com perfis longitudinais
acentuados, que desembocam no rio principal com gradiente baixo. O Rio Paraibuna possui
declividade de média a baixa, sendo que no trecho urbano de Juiz de Fora é da ordem de 1,0 m/km.
A área onde está instalado o empreendimento não possui nascentes interiores e é margeada pelo
Rio do Peixe e Paraibuna.
Com relação a caracterizaçãobiótica, em especial sobre a cobertura vegetal presente na
área de influência do empreendimento, o municípioapresenta atualmente em sua maior parte, uma
vegetação secundária onde se podem distinguir matas em avançado estágio de sucessão e áreas de
regeneração recente, pois toda a região foi muito desmatada nos ciclos econômicos do Sudeste
Brasileiro: cafeicultura, gado, etc. Essa cobertura vegetal primitiva encontra‐se bastante
descaracterizada, sendo reduzida a remanescentes esparsos nos locais de difícil acesso (áreas de
maior altitude) e em áreas de preservação permanente. Na maioria das vezes a vegetação natural
inexiste, perturbada pela ação antrópica através de queimadas, pecuária extensiva, retirada de
madeiras e práticas agrícolas predatórias.
A área em estudo foi, como quase toda microrregião, inteiramente devastada dacobertura
natural primitiva. O campo antrópico (pastagem) é o que está presente na área da bacia de
contribuição do empreendimento, constituindo um tapete de gramíneas e ervas,dentre as quais se
destacam capim gordoura, braquiaria (Brachiariasp), capim colonião (Melinisminutiflora), carrapicho
(Acanthospermumaustrale), rabo‐de‐burro (Andropogonbicornis), joábravo(Solanumaculeatissimum),
câmbara‐roxo (Lantanalilacina) e a grama comum (Paspalumnotatum).
A destruição dos habitats associados à caça predatória reduziu drasticamente adiversidade
faunística em toda a Zona da Mata Mineira, algumas espécies praticamente seextinguiram na
região.A fauna remanescente limita‐se a pequenos fragmentos especialmente nas cotassuperiores
do relevo e em alguns agrupamentos vegetais próximos aos cursos d’água.
Osimpactos decorrentes das atividades em desenvolvimento ou já desenvolvidas na áreado
empreendimento, sobre a fauna e flora poderão ocorrer da seguinte forma:
• Sobre a fauna ainda existente, basicamente com a fuga e afugentamento das espécies, para
os remanescentes de vegetação com maior adensamento arbóreo, que se localizam em formas de
manchas isoladas sobre as áreas do entorno do empreendimento.
• Sobre a flora em geral, não ocorrerá praticamente nenhuma interferência, visto que a área já
está praticamente habitada e a operação deste empreendimento não irá interferir na flora local.
Conforme informado, em entrevista com a população localresidente nas proximidades da
Área doempreendimento, revelou‐se como era de se esperar que, as populações com elementos

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damastofauna silvestre em especial, sofreram seguidamente drásticas reduções quantitativas,


emfunção da ocupação e utilização do solo, em especial voltado para a ocupação do solo
através de obras de implantação do distrito industrial(Park Sul), considerando ainda que
anteriormente na área funcionava o depósito de lixo de JF.
Assim sendo, a operação do empreendimento da Supermix Concreto S/A que estáinserido em
uma área já degradada, não se torna a efetiva responsável pela interferência da fauna e flora local.

4. Utilização e Intervenção em Recursos Hídricos


Para consumo humano, a água é fornecida pela concessionária local (COPASA) conforme
fatura de serviços apresentada, com consumo médio mensal em torno de 30.000 litros.
Para o consumo industrial, a água é proveniente de uma represa localizada na área da
Pedreira, localizada nas confrontações deste empreendimento,cujo uso é devidamente outorgado em
nome de Pedra Sul Mineração Ltda,conforme Portaria 943/2011, com validade até 30/03/2016.
O empreendimento possui dois reservatórios de água para o setor de produção, um de fibra
com capacidade de 10.000 litros e outro em estrutura de concreto de maiorcapacidade.
Conforme informado no RCA a previsão de consumo para a capacidade de produção
pretendida é de 14.000 litros/dia, sendo 12.000 litros para a produção, 1000 litros para consumo
humano e 1000 litros para lavagem dos caminhões.

5. Autorização para Intervenção Ambiental (AIA)


O processo refere-se a um empreendimento já existente, cujo terreno encontra-se
antropizado. Portanto nesta etapa não será necessária supressão de vegetação, nem mesmo
intervenção em APP, tendo em vista quea empresa não se encontra implantada em Área de
Preservação Permanente – APP.

6. Reserva Legal

O imóvel onde está implantado o empreendimento encontra-se localizado dentro do perímetro


urbano do município de Matias Barbosa, razão pela qual fica dispensado da averbação de Reserva
Legal e/ou Cadastro Ambiental Rural - CAR.

7. Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras

7.1. Impactos identificados


Os impactos identificados relacionados a operação do empreendimento estão relacionados a
produção de emissões atmosféricas, ruídos, efluentes líquidos e de resíduos sólidos.

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A geração de emissões atmosféricas proveniente da operação da usina está relacionada


principalmente ao carregamento dos caminhões betoneiras e ao descarregamento do cimento
através dos caminhões graneleiros no silo de cimento. Estas são constituídas principalmente de
material particulado. As emissões atmosféricas do empreendimento poderão ser originadas também
na estocagem e manuseio dos agregados minerais, circulação de pá carregadeira ecaminhões nos
pátios de manobra e de estocagem da usina, especialmente no momento de descarregamento dos
materiais. Os principais efluentes atmosféricos gerados correspondem a materiais particulados (pó
de cimento, pó de agregados), além de gases poluentes oriundos do tráfego dos veículos.
As principais fontes geradoras de ruído identificadas na operação da usina são provenientes
da atividade de carregamento e transporte das matérias primas utilizadas na produção do concreto, e
tráfego de veículos, referente a movimentação dos caminhões betoneiras em seu trajeto de entrada e
saída na usina.
O processo produtivo em si não geraefluentes líquidos industriais. No entanto, a lavagem
dos caminhões (no momento do carregamento), e no retorno destes (após a entrega do
concreto),ambas realizadas apenas com água, assim como a lavagem do piso da central, produzem
efluentes com parcelas de sólidos (tais como partículas de areia, cimento e brita). A parcela de
efluente gerado na lavagem interna dasbetoneiras, em quantidade muito pequena, conforme
informado no ofício de informações complementares é mantido no interior da mesma e é agregado
ao carregamento seguinte.
Podem ser gerados ainda efluentes com características oleosas, provenientes da área da
lavagem dos caminhões, da pista de abastecimento dos veículos da empresa,assim como da área da
oficina, decorrentes da manutençãodos veículos e equipamentos.
Os efluentes líquidos sanitários gerados pelas atividades humanas na empresa
representam a descarga doméstica dos funcionários do empreendimento.
Há que se considerar ainda o impacto relacionado a possibilidade de vazamentos de
produtos, com características oleosas e/ou perigosas,estocados e utilizados nas atividades
desenvolvidas na usina tais como: aditivos, material desmoldante (utilizado nas fôrmas dos corpos de
prova), além de óleo de motore óleo hidráulico.
Os resíduos sólidos provenientes do processo produtivo correspondem a sobras de
concreto, proveniente do concreto que retorna das obras no interior das betoneiras, além do resíduo
correspondente ao material decantado (proveniente da caixa de retenção de sólidos) e que
corresponde tambéma resto de concreto diluído, agregados.
Outra tipologia de resíduos sólidosgerados no empreendimento são os resíduos originadosde
atividades humanas provenientes do escritório, sanitário e cozinha.Considera-se ainda a ocorrência
de resíduo classificado como perigoso, tais como: óleo queimado e materiais diversos (papéis,
papelões, embalagens, equipamentos de proteção individual, filtros e/ou sucatas, dentre outros)
sujos com óleo.
Outro impacto a considerar é a possibilidade de carreamento de sólidos devido à incidência
de águas pluviais no pátio de estocagem e na área da usina.

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7.2. Medidas Mitigadoras


Com base nos impactos descritos no item anterior e diagnosticados no RCA/PCA, além
daqueles verificados durante a vistoria, neste tópico são descritos projetos e medidas já adotadas
pela empresa, cujo objetivo é mitigar e/ou minimizar os impactos ou riscos decorrentes da atividade
do empreendimento.
Para mitigar a emissão atmosférica proveniente do descarregamento do cimento no silo,
existe um sistema de despoeiramento constituído de um filtro automático. Conforme dados
apresentados em resposta a informações complementares, trata-se de um “Filtro WAM Automático-
Versão 01”, que possui um sistema de limpeza automática com funcionamento elétrico e pneumático
com sistema de purgador, ou seja, reaproveita os resíduos de materiais (pó de cimento). Ainda
conforme informado, este equipamento trabalha com baixa manutenção e a troca dos cartuchos é
feita a cada 3 anos.Solicita-se que o empreendedor realize a limpeza dos filtros conforme manual de
operação dos mesmos.
Além do referido sistema, constatou-se também que a área da central dosadora de concreto,
na parte inferior do silo, apresenta-se parcialmente confinada (nas laterais e fundos), e que no
momento do carregamento é realizada aspersão na betoneira do caminhão, através de chuveiros
localizados nesse compartimento e que são acionados automaticamenteno momento em que a usina
é ativada,minimizando também a dispersão de particulados.
Para tratar as emissões atmosféricas, correspondente a material particulado, originado pela
influência do vento sobre as matérias-primas (agregados) estocados no pátio ou que estão à espera
de beneficiamento, é realizada aspersão sobre as pilhas destes. Na vistoria foi constatado inclusive
que essa ação minimiza também a emissão de poeira no momento de transporte dos agregados pela
esteira até a central dosadora, por estes se apresentarem úmidos.
Da mesma forma, foi informado que é realizada a aspersão nas vias de circulação interna do
empreendimento para minimizar a emissão de particulados gerados pela movimentação de veículos
nestas vias e no pátio de manobras.
Quanto a potencialidade de emissões de gases relacionados ao uso de combustíveis derivados
de petróleooriundos do tráfego dos veículos, a manutenção dos veículos deve ser realizada
frequentemente paramanter a geração deste tipo de emissão dentro dos padrões.
Em nível de segurança de trabalho, os funcionários que trabalham nas proximidades do
carregamento dos caminhões betoneiras, devem fazer uso de equipamentos de proteção individual
(máscaras).
Com relação a emissão de ruídos, gerados nas operações de carga, tanto dos silos quanto
dos caminhões betoneiras e na operação propriamente dita da usina, foi apresentado o Laudo
Técnico de Avaliação de Ruído pelo empreendimentoreferente a avaliação acústica na
vizinhança, assim como a planta indicando os pontos de medição de ruído ambiental. Nos estudos foi
contemplado também, um relatório com medições na área interna, em cada setor do
empreendimento, sendo que as medidas de segurança adotadas pelos funcionários estão
contempladas no PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) apresentado.
Quanto ao laudo referente aos níveis de ruído nas divisas da área da empresa, no horário de
pico do processo produtivo, ou seja, com todos os equipamentos em funcionamento, os valores
indicam que os valores aferidos não ultrapassaram o limite máximo aceitável, para o período diurno,

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tanto pela legislação federal (Resolução CONAMA nº 1/1990), quanto no âmbito estadual (Lei
Estadual nº 10.100/90).
Conforme constatado em vistoria, a área onde está instalada a usina é predominantemente
industrial, sendo suas confrontações ocupadas por empreendimentos que possuem a mesma
tipologia elimitados apenas com cercas. Dessa forma considera-se que os impactos ambientais
correspondentes a emissão de ruído pelo empreendimento estão relacionados principalmente com o
nível ocupacional,sendonecessário o atendimento ás normas de segurança para a saúde dos
funcionários, previstas no PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) referente a operação do mesmo. As
atividades deverão ser exercidas com o uso obrigatório e permanente de protetores auriculares e/ou
abafadores, além da constante manutenção dos equipamentos geradores de ruídos, assim como da
adoção das demais medidas de proteção individual referente a cada um dos impactos relatados,
buscando minimizar os riscos à saúde dos trabalhadores.
Conforme solicitado no anexo l deste parecer deverá ser realizado monitoramento de ruídos
ambientais, tendo por referência a legislação acima citada.
Para tratamentodos efluentes líquidos industriais, assim considerado o efluente oriundo do
processo de lavagem e aspersão dos caminhões betoneiras na área do empreendimento, sendo este
constituído de água e resíduos de concreto (areia, agregados e cimento), existe uma caixa de
contenção de sólidos, cujo efluente final é lançado na rede de águas pluviais do condomínio.
Também a água pluvial incidente em parte do pátio do empreendimento é direcionada a caixa de
retenção de sólidos através de canaletas de drenagem. Desta caixa, onde as partículas sólidas
decantam, o efluente final (água) é direcionado a rede pluvial do condomínio.
Conforme solicitado por ocasião do TAC firmado junto a SUPRAM,foram feitas adequações no
sistema, tais como alteamento das bordas da caixa e colocação de grades metálicas sobre os
compartimentos da mesma. Ainda conforme requerido em oficio de informações complementares foi
apresentada uma análise do efluente deste sistema. De acordo com resultados das análises
realizadas, constatou-se que o parâmetro referente a sólidos em suspensão totais apresentou-se
superior ao limite estabelecido na legislação vigente (DN COPAM/CERH 01/2008). Dessa forma
solicita-se que seja realizada a manutenção/limpeza com maior frequência para se possa garantir a
eficiência do tratamento.
Para tratamento dos efluentes com características oleosas, provenientes da área da lavagem
dos caminhões, o empreendimento conta com uma caixa separadora de água e óleo - Caixa SAO,
localizada no interior da vala. Em resposta ao ofício de solicitação de informações complementares
foi entregue a análise de efluentes da caixa separadora de água e óleo. Conforme resultados
analíticos da amostra, os parâmetros atenderam aos padrões da legislação vigente. Quanto aos
produtos utilizados na lavagem dos caminhões, conforme solicitado pela SUPRAM ZM, foram
apresentadas as fichas técnicas dos mesmoscomprovando que tais produtos são biodegradáveis.
Existe ainda uma Caixa SAO localizada nas proximidades da pista de abastecimento dos
veículos da empresa, para a qual é direcionado o possível efluente oleoso gerado nesta área. A área
de abastecimento, localizada ao lado do tanque de combustível (diesel), possui pista devidamente
concretada (concreto armado e polido), com canaletas que se direcionam a esta Caixa SAO. Da
mesma forma, a área do tanque de combustível apresenta-se dentrodas normas técnicas da
ABNT.Constatou-se a existência de bacia de contenção sob o tanque, cuja capacidade corresponde

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ao volume desse e cobertura sobre a área da bacia, estando a bomba de combustível localizada
sobre a projeção do telhado. Conforme solicitado por ocasião do TAC, a área passou por
adequações tais como:o alteamento da Caixa SAO e transferência do ponto de descarregamento do
combustíveldo caminhão para o tanque, para o interior da bacia de contenção. Tal alteração justifica-
se, tendo em vista que por ocasião da vistoria constatou-se derramamento de combustível,
proveniente de operação de descarga inadequada, na área da pista de abastecimento.
Para garantir a eficiência do tratamento dos efluentes oleosos gerados, será solicitado o
monitoramento nos sistemas existentes, ou seja, em todas as caixas SAO localizadas na área do
empreendimento.
Já na área da oficina, que se apresenta totalmente impermeabilizada, para conter possíveis
efluentes oleososdecorrentes da manutenção dos veículos e equipamentos, assim como da troca de
óleo, são utilizadas bacias de contenção móveis. O óleo drenado dos veículos (óleo usado) é
armazenado em tambores para posterior encaminhamento a empresa de reciclagem de óleo usado.
Foi apresentada a comprovação do recebimento de um lote do produto em dezembro de 2014, pela
empresa PETROLUB.
O empreendimento conta também com um compressor que está instalado em um abrigo, com
cobertura e impermeabilizado. Este passou por adequação, conforme solicitado após a vistoria,
contemplando a instalação de muretas de contenção.
Os efluentes líquidos sanitários são lançados na rede de esgoto do condomínio e são
direcionados a Estação de Tratamento de Esgoto implantada no Parque Empresarial, conforme
declaração assinada pela Prefeitura de Matias Barbosa, atual responsável pela operação do
Sistema, de acordo com documento apresentado por ocasião do cumprimento do TAC.
No que se refere aos insumoslíquidosutilizados no empreendimento, tanto os derivados de
petróleo, assim como, outros que possuem características perigosas, foi constatado que:
- O aditivo é armazenado em tanque localizado sobre bacia de contenção para evitar qualquer
risco de derramamento do mesmo, impedindo assim o contato do produto com o solo;
- O produto caracterizado como “material desmoldante” utilizado nas fôrmas para confecção
dos corpos de prova, constituído de um óleo vegetal, também encontra-se armazenado em um
pequeno tanque, instalado sobre uma bacia de contenção metálica, conforme adequação solicitada
após vistoria realizada. As adequações foram estendidas a toda área de manipulação dos corpos de
prova incluindo limpeza, organização da área e construção de mureta de contenção no local de
armazenamento das fôrmas, incluindo também a área de manipulação de fôrmas quadradas de
maior porte, localizada nos fundos do empreendimento, com impermeabilização e construção de
mureta de contenção no local de confecção dos blocos;
-Outros tipos de produtos químicos utilizados comolubrificantes ou desmoldantes, são
armazenados em local coberto e impermeabilizado, ou seja, no interior do laboratório de confecção
de corpos de prova;
- Os produtos utilizados na lavagem dos veículos,por ocasião da vistoria eram armazenados no
interior do compartimento do compressor, e atualmente são armazenados juntamente com os outros
produtos em local coberto e impermeabilizado;
- O óleo lubrificante é armazenado no interior da oficina, que apresenta piso impermeável e
cobertura, estando acondicionado em tanques, localizados sobre bacias de contenção móveis e

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metálicas. Ainda nessa área é armazenado em tanque ou bombonas o óleo drenado da operação de
troca de óleo.
Os demais produtos, que porventura possam ser utilizados pelo empreendimento, e que
contenham características oleosas e/ou são classificados como perigosos, devem ser armazenados
em áreas devidamente adequadas, ou seja, cobertas, impermeabilizadas, sobre dispositivos que
impeçam o vazamento para áreas que possam favorecer a contaminação do solo.
Com relação aos resíduos sólidos correspondentes a sobras de concreto, proveniente do
concreto que retorna das obras no interior das betoneiras, além do resíduo correspondente ao
material decantado (proveniente da caixa de contenção de sólidos), oriundo da lavagem externa das
betoneiras no momento do carregamento, composto de partículas de areia, brita e cimento, conforme
documentação apresentada em atendimento a solicitação de informações complementares, tais
produtos são destinados a empresa mineradora “Pedra Sul”, sendo estes, beneficiados juntamente
com a matéria prima deste empreendimento.
Os resíduos com características domésticas tais como os orgânicos referentes a restos de
alimentos, assim como aqueles produzidos no escritório (plástico, papel, papelão, metais, papel
alumínio oriundo de marmitex, dentre outros) são coletados pelo serviço público de coleta de
resíduos da Prefeitura de Matias Barbosa.
Tendo em vista a possibilidade de geração de resíduos classificados como perigosos, tais
como: óleo usado, estopas, tecidos, papéis, papelões, embalagens, equipamentos de proteção
individual, filtros e sucatas, sujos com óleo, solicita-se que estes sejam armazenados de forma
correta em local impermeabilizado e coberto até serem destinados a empresas devidamente
licenciadas a recebê-los.
Na área da oficina, por ocasião da vistoria, visualizou-se um tambor com resíduos
contaminados referentes a recipientes vazios (filtros de óleo). Esses, assim como os resíduos
listados no parágrafo anterior deverão ter destinação correta. Conforme solicitado em condicionante
deste parecer, deverá ser apresentada ao órgão ambientala comprovação da destinação destes,
juntamente com a relação dos demais resíduos gerados.
Os corpos de prova cilíndricos, moldados a partir de cada lote de concreto direcionados a
obras, após passarem pelos ensaios físicos e resistência, são utilizados pelo próprio
empreendimento ou doados a terceiros para utilização em projetos paisagísticos, como divisórias de
canteiros,dentre outros.
Conforme visualizado no empreendimento, com as sobras mais expressivas de concreto, são
confeccionados também corpos de prova de maiores proporções, em fôrmas quadradas, cujos
elementos são utilizados como divisórias no pátio de agregados.
Todos os produtos oleosos utilizados no empreendimento, assim como os resíduos gerados e
classificados como classe l (perigosos), deverão ser armazenados adequadamente em um
compartimento com bacia de contenção até seu uso ou destinação.
Finalizando, foi apresentado ainda a documentação correspondente ao Atestado de Vistoria do
Corpo de Bombeiros – AVCB, o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) referente a operação do empreendimento.

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8. Compensações

Conforme apresentado no decorrer deste parecer, este se refere a ampliação de um


empreendimento já existente, cuja instalação se deu em terreno antropizado, onde não ocorrerá
supressão,nem mesmo intervenções em Área de Preservação Permanente. Assim sendo não é
pertinente a aplicação das compensações por supressão ou por intervenção em APP.
Da mesma forma, por não se tratar de empreendimento de significativo impacto ambiental, e
em conformidade com Decreto Estadual Nº. 45.175/09, sugere-se pela não fixação de compensação
ambiental, prevista no art. 36 da Lei 9.985/00.

9. Controle Processual

9.1. Relatório – análise documental

Por relatório do que consta nos autos do Processo Administrativo n.º 00427/2004/005/2013,
bastante atestar que a formalização do processo ocorreu em concordância com as exigências
constantes do Formulário de Orientação Básica n.º 2165514/2013, bem assim das complementações
decorrentes da análise em controle processual, conforme documento SIAM n.º 0770730/2015, com
lastro no qual avançamos à análise do procedimento a ser seguido em conformidade com a
legislação vigente.

9.2. Análise procedimental – formalização, análise e competência decisória

A Lei Federal n.º 6.938/1981 previu, em seu artigo 9º, IV, o licenciamento e revisão de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras como um dos instrumentos da Política Nacional do
Meio Ambiente, e estabeleceu, em seu artigo 10, obrigatoriedade do prévio licenciamento ambiental
à construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental.
De igual modo, a Lei Estadual n.º 7.772/1980, em seu artigo 8º, condiciona a localização,
construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades
utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como
dos que possam causar degradação ambiental, ao prévio licenciamento ou autorização ambiental de
funcionamento do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM.
A Resolução CONAMA n.º 237/1997, em seu artigo 8º, previu o licenciamento ambiental em
três fases, podendo a emissão as licenças ambientais ser expedidas de maneira isolada ou
sucessiva, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
O Decreto Estadual n.º 44.844/2008 seguiu a diretriz geral estabelecida pelo CONAMA,
prevendo o procedimento trifásico, e previu a possibilidade de regularização mediante procedimento
corretivo, nos termos do artigo 14, para aqueles que em situação de instalação ou operação irregular
em termos de licenciamento ambiental.
O empreendimento em questão se socorre do procedimento corretivo para adequar seu porte
atual de operação, em decorrência de ampliação não licenciada, da qual decorreu a lavratura pela
SUPRAM ZM do Auto de Infração nº 65052/2014.

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Recorre-se, pois, ao remédio previsto no artigo 14 do Decreto Estadual n.º 44.844/2008,


formalizando o Processo Administrativo n.º 00427/2004/005/2013, para fins de comprovação da
viabilidade ambiental do empreendimento, e obtenção da Licença de Operação em caráter corretivo.
Assim, visando retornar ao curso natural do licenciamento, andou no sentido da formalização
do devido processo administrativo, conforme rito estabelecido pelo artigo 10 da Resolução CONAMA
n.º 237/1997, iniciando-se com a definição pelo órgão ambiental, mediante caracterização do
empreendimento por seu responsável legal, dos documentos, projetos e estudos ambientais,
necessários ao início do processo correspondente.
Em análise do que consta do FOB n.º 2165514/2013, e /ou das informações complementares
solicitadas e prestadas, tal como constado no presente parecer único, observa-se completo o
processo, mediante apresentação dos documentos e estudos cabíveis, em conformidade com as
normas ambientais vigentes.
Noutro giro, descabe a realização do Estudo previsto na DN CONEP n.º 07/2004, por não
estar identificada a área do empreendimento como de interesse histórico, artístico, arquitetônico ou
paisagístico pelo Poder Público. Com efeito, em consulta ao endereço eletrônico do IEPHA,
conforme previsto no artigo 2º da referida DN, não foram encontrados registros que impliquem na
prévia realização de EPIC e RIPC.
Ainda de acordo com o artigo 4º da DN CONEP n.º 07/2004, além da inexistência de
condições procedimentais para exigibilidade dos Estudos nela previstos, é de se destacar o disposto
no parágrafo primeiro, segundo o qual o EPIC somente será exigido nos moldes do art. 10, caput, da
Lei Estadual nº. 11.726/1994. Com efeito, a fórmula legal foi repetida pelo CONEP, que impõe a
exigência dos estudos apenas quando se tenha identificado o bem ou área de interesse histórico,
artístico, arquitetônico ou paisagístico pelo Estado.
Assim, considerando a suficiente instrução do processo, e que os documentos foram
apresentados em conformidade com a Resolução SEMAD n.º 891/2009; considerando a quitação
integral dos custos de análise, conforme apurado em planilha de custos, nos termos do artigo 7º da
DN COPAM n.º 74/2004 e artigo 2º, § 4º, da Resolução Conjunta SEMAD/IEF/FEAM nº 2.125/2014;
e considerando a inexistência de impedimentos, dentre aqueles estabelecidos pela Resolução
SEMAD n.º 412/2005, recomenda-se encaminhamento para decisão no mérito do pedido.
Nesse passo, conforme previsto no artigo 8º, XIV, da Lei Complementar n.º 140/2011, inclui-
se dentre as ações administrativas atribuídas ao Estado o licenciamento ambiental da atividade
desenvolvida pelo empreendimento.
No Estado de Minas Gerais, a competência deliberativa para o Licenciamento Ambiental é
dada ao Conselho Estadual de Política Ambiental, conforme previsto na Lei Ordinária Estadual n.º
7.772/1980 e Lei Delegada Estadual n.º 178/2007, através das Unidades Regionais Colegiadas, nos
termos do Decreto Estadual n.º 44.667/2007, mediante apoio técnico e jurídico prestado pelas
Superintendências Regionais de Regularização Ambiental.
Assim, concluída a análise, deverá o processo ser incluído em pauta para julgamento pela
respectiva Unidade Regional Colegiada, em conformidade com o disposto no regimento interno
estabelecido pela DN COPAM n.º 177/2012.

9.3. Viabilidade jurídica do pedido

O empreendimento, através do presente Processo Administrativo n.º 00427/2004/005/2013,


almeja obter Licença de Operação em caráter corretivo, em relação ao qual, para fins de registro,

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ressaltamos que o empreendimento encontra-se instalado em área urbana do município de Matias


Barbosa /MG, razão pela qual descabe incidir as exigências inerentes aos imóveis rurais.
Conforme constou dos autos, e observando as coordenadas geográficas de ponto de
amarração do empreendimento, este não se localiza em Zona de Amortecimento ou Unidade de
Conservação, dentre aquelas definidas pela Lei Federal n.º 9.985/2000 e pela Lei Estadual n.º
20.922/2013.
Noutro giro, tal como consta dos autos e da análise técnica no tópico relacionado à
caracterização ambiental do empreendimento, e avaliando a referência de coordenadas geográficas,
observa-se que sua operação não implica em intervenção em área de preservação permanente,
razão pela qual não se formalizou processo AIA, conforme estabelece a Resolução Conjunta SEMAD
/IEF n.º 1.905/2013.
Nesse passo, ainda com referência à política florestal vigente, insta destacar que não foi
relatada, na análise técnica do estudo ambiental, a ocorrência de significativo impacto ambiental
decorrente da atividade desenvolvida pelo empreendimento, razão pela qual descabe incidir a
compensação prevista no artigo 36 da Lei Federal n.º 9.985/2000.
Quanto ao uso de recurso hídrico, conforme dados do Formulário de Caracterização do
Empreendimento apresentado, a operação do empreendimento, o empreendimento é abastecido
exclusivamente por concessionária local.
Assim, considerando a viabilidade ambiental do empreendimento, nos termos do artigo 14 do
Decreto Estadual n.º 44.844/2008, inclusive relacionados à política de desenvolvimento urbano,
atestada por declaração do Município de Matias Barbosa; e considerando a observância da
legislação ambiental vigente, atestamos a viabilidade jurídica do pedido.
Por derradeiro, considerando o disposto no artigo 1º, inciso III, da DN COPAM n.º 17/1996;
que o empreendimento enquadra-se na classe 3, conforme Anexo Único da DN COPAM n.º 74/2004,
correspondente à Classe II, prevista na revogada DN COPAM n.º 01/1990, recomendamos o prazo
de validade da Licença de Operação em 06 (seis) anos.

10. Conclusão

A equipe interdisciplinar da Supram Zona da Mata sugere o deferimento desta Licença


Ambiental na fase de Licença de Operação em caráter corretivo, para o empreendimento SUPERMIX
Concreto S.A. para a atividade de “Usinas de Produção de Concreto Comum”, no município de
Matias Barbosa, MG, pelo prazo de 06 anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e
programas propostos.
As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas descritas
neste parecer, através das condicionantes listadas em Anexo, devem ser apreciadas pela Unidade
Regional Colegiada do CopamZona da Mata.
Oportuno advertir ao empreendedor que o descumprimento de todas ou quaisquer
condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração, modificação e
ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Zona da Mata, tornam o empreendimento
em questão passível de autuação.
Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Regularização Ambiental da Zona da
Mata, não possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais apresentados

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nesta licença, sendo a elaboração, instalação e operação, assim como a comprovação quanto a
eficiência destes de inteira responsabilidade daempresa e/ou seu responsável técnico.
Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo
requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do
certificado de licenciamento a ser emitido.

11. Anexos

Anexo I. Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC) daSupermix Concreto S.A.
Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva (LOC) daSupermix
Concreto S.A.
Anexo III.Relatório Fotográfico daSupermix Concreto S.A.

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ANEXO I

Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC) da SUPERMIX Concreto S.A.

Empreendedor: SUPERMIX Concreto S.A.


Empreendimento:SUPERMIX Concreto S.A.
CNPJ: 34.230.979/0086-03
Município: Matias Barbosa
Atividade:Usinas de produção de concreto comum
Código DN 74/04: C-10-01-4
Processo: 00427/2004/005/2013
Validade: 06 anos
Item Descrição da Condicionante Prazo*
Executar o Programa de Automonitoramento, conforme definido Durante a vigência de
01 no Anexo II. Licença de Operação
Corretiva.

Apresentar ao órgão ambiental a comprovação da destinação dos


02 resíduos correspondentes a filtros de óleo armazenados no 60 dias*
empreendimento, assim como, de outros resíduos contaminados
com óleo.
Manter disponível no empreendimento a comprovação da
Regularização Ambiental dos fornecedores de matéria prima, Durante a vigência de
03 Licença de Operação
assim como, das empresas responsáveis pela recepção dos
Corretiva.
resíduos perigosos produzidos pelo empreendimento.

Implantar um local destinado a depósito de todos os resíduos


04 gerados no empreendimento, até sua destinação final, de acordo 90 dias*
com as Normas Técnicas NBR 11.174 e NBR 12.235.
Comunicar a SUPRAM ZM qualquer modificação e/ou desativação Durante toda a
05 operação do
do empreendimento.
empreendimento
* Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na Imprensa Oficial
do Estado.

Obs. Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos anexos
deste parecer poderão ser resolvidos junto à própria Supram, mediante análise técnica e jurídica, desde que
não altere o seu mérito/conteúdo.

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ANEXO II

Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva (LOC) da SUPERMIX


Concreto S.A.
Empreendedor: SUPERMIX Concreto S.A.
Empreendimento:SUPERMIX Concreto S.A.
CNPJ: 34.230.979/0086-03
Município: Matias Barbosa
Atividade: Usinas de produção de concreto comum
Código DN 74/04: C-10-01-4
Processo: 00427/2004/005/2013
Referencia: Programa de Automonitoramentoda Licença de
Validade: 06 anos
Operação Corretiva

1. Efluentes Líquidos

1.1. Caixas Separadoras de Água e Óleo


Deverão ser efetuadas amostragens e análises dos efluentes líquidos industriais, nas caixas SAO
existentes no empreendimento, de acordo com o quadro abaixo:

Local de amostragem Parâmetro Frequência de Análise


Entrada e saída do sistema de Detergentes (surfactantes), óleos e graxas,
caixa separadora de água e DQO, pH, sólidos dissolvidos totais e Trimestral
óleo (lavador) sólidos suspensos.
Entrada e saída do sistema de DQO, pH, sólidos suspensos, sólidos
caixa separadora de água e sedimentáveis, óleos e graxas e vazão
Trimestral
óleo (caixa SAO da área de média.
abastecimento)

1.2. Caixa de Retenção de Sólidos (efluente da lavagem e aspersão das betoneiras)

Local de amostragem Parâmetro Freqüência de Análise


Entrada e saída do sistema DBO, DQO, óleos e graxas,pH, Trimestral
sólidos dissolvidos totais e
sólidos suspensos, Substâncias
Tensoativas que reagem com o
Azul de Metileno.

Relatórios: Enviar Semestralmente a Supram-Zona da Mata os resultados das análises efetuadas.


O relatório deverá ser de laboratórios em conformidade com a DN COPAM n.º 167/2011 e deve
conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises.

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Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas durante o ano, o
órgão ambiental deverá ser imediatamente informado.

Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas no Standard Methods
for ExaminationofWaterandWastewater, APHA-AWWA, última edição.

2. Resíduos Sólidos e Oleosos

Enviar Semestralmente a Supram-Zona da Mata, os relatóriosmensais de controle e


disposição dos resíduos sólidos gerados contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem
como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.

Resíduo Transportador Disposição final Obs.


(**)
Denominação Origem Classe Taxa de Razão Endereço Forma Empresa responsável
NBR geração social completo (*)
10.004 kg/mês Razão Endereço
(*) social completo
(*) Conforme NBR 10.004 ou a que sucedê-la.
(**) Tabela de códigos para formas de disposição final de resíduos de origem industrial
1- Reutilização
2 - Reciclagem
3 - Aterro sanitário
4 - Aterro industrial
5 - Incineração
6 - Co-processamento
7 - Aplicação no solo
8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada)
9 - Outras (especificar)

Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá


comunicar previamente à Supram-ZM, para verificação da necessidade de licenciamento específico.
As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo
empreendedor. Fica proibida a destinação dos resíduos Classe I, considerados como Resíduos
Perigosos segundo a NBR 10.004/04, em lixões, bota-fora e/ou aterros sanitários, devendo o
empreendedor cumprir as diretrizes fixadas pela legislação vigente.
Comprovar a destinação adequada dos resíduos sólidos de construção civil que deverão ser
gerenciados em conformidade com as Resoluções CONAMA n.º 307/2002 e 348/2004.
As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de
resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de fiscalização, deverão ser
mantidos disponíveis pelo empreendedor.

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3. Ruídos

Local de amostragem Parâmetros Freqüência de análise


Pontos nas divisas aos fundos, entrada,
Nível de pressão sonora
laterais esquerda e direita do Anualmente
dB(A)
empreendimento.

Enviar anualmenteà SupramZMrelatório contendo os resultados das medições efetuadas nos


pontos localizados nos limites da empresa.
As amostragens deverão verificar o atendimento às condições da Lei Estadual n°
10.100/1990 e Resolução CONAMA n.º 01/1990 e NBR 10151.
O relatório deverá ser de laboratórios em conformidade com a DN COPAM n.º 167/2011 e
deve conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises,
acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica – ART.

IMPORTANTE

 Os parâmetros e frequências especificadas para o programa de Automonitoramento


poderão sofrer alterações a critério da área técnica da Supram-ZM, face ao desempenho
apresentado;
 A comprovação do atendimento aos itens deste programa deverá estar acompanhada da
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), emitida pelo(s) responsável(eis) técnico(s),
devidamente habilitado(s);

Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição original do


projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser previamente informada e
aprovada pelo órgão ambiental.

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ANEXOlll
Relatório Fotográfico da SUPERMIX Concreto S.A.
Empreendedor: SUPERMIX Concreto S.A.
Empreendimento:SUPERMIX Concreto S.A.
CNPJ: 34.230.979/0086-03
Município: Matias Barbosa
Atividade: Usinas de produção de concreto comum
Código DN 74/04: C-10-01-4
Processo: 00427/2004/005/2013
Validade: 06 anos

Foto 01. Vista das estruturas da empresa, Foto 02. Caixa de Contenção de sólidos após as
e de outros empreendimentos da mesma tipologia adequações solicitadas.
na parte superior esquerda da foto.

Foto 03.Silode
cimento, no momentoFoto 04.Caixa SAO a esquerda, área do tanque e
docarregamento de um caminhão, e a pista de abastecimento após adequações.
esquerda,caixa e balança de agregados.

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