Educacao de Jovens e Adultos PDF
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DIVERSIDADE
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Marilélia do Rocio Milléo Matos
RESUMO
ABSTRACT
The Youth and Adults Education, as a method of Basic Education, serves a diverse profile of students
and heterogeneous. It is common the teachers, because they were involved in daily school life,
portraying a reality of insecurity, fear, distress and feel unable to give an account of teaching and
learning quality and manufacturing. This article focuses on the research faculty of the Center of Basic
Education for Young and Adults in the State University of Ponta Grossa (CEEBJA-UEPG) and who
work in the Actions Pedagogical Decentralized (APEDs). An action research was the focus of studies
and workshops, providing theoretical and practical subsidies to support teachers in their teaching
practice. The results are configured in the shape of an educator who should be encouraged to reflect
on their practice, to organize their own theories, to take each other knowledge already developed and
being able to them new significance in their teaching.
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Pedagoga do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos da Universidade Estadual
de Ponta Grossa, formada em Pedagogia e Letras pela Universidade Estadual de Ponta Grossa,
especialista em Magistério da Educação Básica e Inclusão Educacional.
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1 INTRODUÇÃO
QUADRO 1: Formação e não formação em EJA, especificados nas disciplinas, dos professores do
CEEBJA-UEPG que atuam nas APEDs.
O método de Paulo Freire aparece como a grande novidade, algo ousado para o
momento. Ele utilizava-se dos Centros de Cultura, independentes dos sujeitos serem
letrados ou não, onde os temas debatidos eram por eles sugeridos. Lá os
educandos podiam demonstrar que são sujeitos históricos, dotados de uma
sabedoria popular, capazes de transformar a realidade em que estão inseridos.
Partia-se da leitura do mundo para a leitura da escrita.
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trabalham em forma de rodízio, com uma carga horária de quatro horas/aula diárias.
O processo é dinâmico, pois a cada cumprimento de carga horária da disciplina,
muda-se a disciplina seguindo um cronograma já estabelecido para todo o curso.
Nesse sentido, em pouco tempo o professor depara-se com uma nova turma, com
alunos diversificados, provenientes de diferentes comunidades e com diferentes
contextos sociais. Os professores querem ensinar, ou mais do que ensinar, querem
que os alunos aprendam e que se interessem pelo que vão aprender, e que esse
conhecimento seja significativo. Diante dessa situação, sentem-se angustiados,
inseguros com a heterogeneidade e surge a questão: como fazer isso?
É importante que o professor da EJA tenha clareza de que seus alunos são
sujeitos históricos e que chegam à escola sabendo muitas coisas e, às vezes,
sabem de coisas das quais os professores desconhecem. Esses conhecimentos
podem ser através das experiências do seu cotidiano, conhecimentos adquiridos
pelas suas passagens pela escola, ou ainda, informações que ele sabe por que
ouviu e repete-as, mas muitas estão ligadas ao senso comum sem um
aprofundamento científico.
Nesse primeiro contato com o aluno é indispensável que o professor
oportunize um momento para que o aluno seja ouvido. Esse envolvimento do aluno
é importante na concepção de Nadal (2007, p.23), pois: “Enquanto interlocutor, o
aluno deixa de ser visto como aquele que somente escuta para ser o sujeito que
troca com o professor, que participa, que ouve e também é ouvido.”
Tendo como pressuposto essa concepção dialógica onde a ênfase está no
ouvir, a heterogeneidade na sala de aula deve ser encarada como um fator positivo,
pois ao expor suas idéias, o educando traz à tona diferentes experiências vividas,
aumentando as possibilidades de compreender o que está sendo estudado. Dar voz
aos alunos é a maneira mais eficiente de conhecer sua cultura.
A construção dessa prática permite a escola cumprir o seu papel na formação
humana, bem como ser lócus da socialização dos conhecimentos. A partir dessa
preocupação, Nóvoa (2002) delineia três pressupostos para a complexidade do
ensinar: primeiro o trabalho docente depende da colaboração do aluno, ele precisa
participar ativamente do processo para se efetivar a aprendizagem; segundo diz
respeito ao campo das emoções, pois na sala de aula estabelecem-se as mais
diferentes relações do professor com os alunos, dos alunos com os alunos, e de
ambos com outras instâncias administrativas, com outros professores e com a
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“Saber que aquilo que você está fazendo em muitas vezes os marca pelo resto da
vida, é muito gratificante, depois de algum tempo encontrar antigos alunos e escutar
que aprenderam muito com você.” professor de Física
“Me sinto importante porque naquele momento estou fazendo a diferença para
alguém (...)” professor de Geografia
“Me realizo, me divirto, pois essa profissão eu atuo desde 14 anos, tem que gostar
para que os alunos aprendam com entusiasmo e atenção e com certeza sempre fica
uma mensagem, um conhecimento importante.” professor de Língua portuguesa
Os alunos e alunas, que chegam a EJA, trazem consigo uma visão de mundo
influenciada por seus traços culturais de origem, por sua vivência na sociedade, na
família e no trabalho.
Os educandos da EJA trazem consigo um legado cultural- conhecimentos
construídos a partir do senso comum e um saber popular, não científico, que
é construído no cotidiano, em suas relações com o diferente e com o meio-
os quais devem ser considerados na dialogicidade das práticas educativas.
Portanto, o trabalho dos educadores da EJA é buscar permanentemente o
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Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à
escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, (...)
chegam a ela (...) mas também, (...) discutir com os alunos a razão de ser
de alguns desses saberes em relação ao ensino dos conteúdos. (FREIRE,
2000, p.33)
criar e recriar, pois através do seu trabalho, vai alterando a realidade em que está
inserido.
O eixo “trabalho” deve-se propor uma prática pedagógica transformadora ao
estabelecer as relações entre os conteúdos da vida e os conteúdos escolares e é
colocado como um desafio constante ao professor, visto que a maioria desses
educandos são trabalhadores.
Sem dúvida alguma, o tema trabalho tem um lugar especial na EJA e deve
nortear o trabalho dos professores, pois uma tarefa fundamental para os docentes
da EJA é conhecer que saberes e habilidades os alunos desenvolvem em função do
seu trabalho, já que existe uma grande diversidade de atividades e vínculos. Para
isso, é importante que se organize um fichário sobre as informações dos alunos:
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que_ fazeres
se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando,
reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me
indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo
e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar
ou anunciar a novidade. (FREIRE, 2000, p.32)
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Sugestões de leituras:
Estes livros apresentam algumas técnicas que podem ser utilizadas pelos
professores.
ANASTASIOU, L.P. A & ALVES, L.A. Processos de ensinagem na universidade:
pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville, SC: UNIVILLE,
2006.
ANTUNES, C. Professores e professauros: reflexões sobre a aula e práticas
pedagógicas diversas. Petrópolis,RJ: Vozes, 2007.
SCARPATO, M. et al. Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São
Paulo: Avercamp, 2004.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9394. Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Brasília, 1996.
KOTSCHO, R. Paulo Freire e Frei Beto : uma escola chamada vida. São Paulo:
Ática, 2000.
LOURO, G.L. A escola e a pluralidade dos tempos e espaços. In: COSTA, M.V.
Escola Básica na virada do século. São Paulo: Cortez, 1996, p. 119- 129.
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NADAL, B.G. et al. Práticas pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação.
Ponta Grossa: Editora UEPG, 2007.