L2OsMapasdaPescaArtesanal PDF
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net/publication/328808113
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1 author:
Alpina Begossi
Fisheries and Food Institute (FIFO)Research Diretor
153 PUBLICATIONS 4,725 CITATIONS
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Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Linking sustainability of small-scale fisheries, fishers’ knowledge, conservation and co-management of biodiversity in large rivers of the Brazilian Amazon View project
All content following this page was uploaded by Alpina Begossi on 08 November 2018.
Processo FAPESP
APESP:: 2012/24672-5
FAPESP
P963p Begossi,
ProcAlpina
essos de territorialização e identidades sociais – volume
B416m II / organizado por Marilina Conceição Oliveira B. S. Pinto,
OsMaria
mapas deda pesca
Jesus artesanal
Morais – pesqueiros
e Jacob e pescadores
Carlos Lima na :
– São Carlos
costaRiMa
do Brasil / Alpina
Editora, Begossi,
EDUA, 2012. Eduardo Camargo, Salvador
Carpi Jr. – São Carlos: RiMa Editora, Fapesp, 2013.
190 p. il.
166 p. il.
ISBN – 978-85-7656-240-5
ISBN – 978-85-7656-286-3
1. Sociologia.
1. Pescadores. 2. Territorializ
2. Pesqueiros. ação.4.3.Ecologia.
3. Pesca. Identidade
5. sEcologia
ocial.
I. Autor.
humana. II. Título.
I. Autor. II. Título.
CDD – 303.4
COMISSÃO EDITORIAL
Dirlene Ribeiro Martins
Paulo de Tarso Martins
Carlos Eduardo M. Bicudo (Instituto de Botânica - SP)
Evaldo L. G. Espíndola (USP - SP)
João Batista Martins (UEL - PR)
José Eduardo dos Santos (UFSCar - SP)
Michèle Sato (UFMT - MT)
PREFÁCIO ............................................................................................................. IX
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ XI
Procedimentos .................................................................................................... xiv
Os mapas e as cartas náuticas .............................................................................. xvi
INTRODUCTION ................................................................................................... XVIII
Procedures ........................................................................................................... xx
Maps and nautical charts ..................................................................................... xxi
CAPÍTULO 1 – FLORIANÓPOLIS – PÂNTANO
ÂNTANO DO SUL ......................................................... 1
CAPÍTULO 2 – IGUAPE-ILHA COMPRID
GUAPE A – LITORAL SUL
OMPRIDA DO ESTADO
STADO DE SÃO PAULO ................ 7
CAPÍTULO 3 – GUARUJÁ (PRAIA
ARUJÁ DO PEREQUÊ) E BERTIOGA ........................................... 27
ERTIOGA
– vi –
APRESENTAÇÃO
PRESENTAÇÃO
É para mim uma honra e uma grande satisfação apresentar este livro, que consiste em uma
oportuna reunião de talentos distintos de três profissionais, com os quais tive o privilégio de
conviver e de trabalhar: a pesquisadora, bióloga e especialista em Ecologia Humana Alpina, o
navegador veterano Eduardo e o experiente cartógrafo e geógrafo Salvador. Tal reunião de
habilidades, somada às incontáveis horas no mar e a um intenso esforço de pesquisa ao longo
de mais de dez anos, resultou nesta obra que deve ser uma das mais completas coletâneas sobre
uso dos recursos e do espaço marinho por pescadores artesanais.
O livro tem o mérito de reunir uma grande base de dados científicos sobre pesqueiros (ou
pontos de pesca), apetrechos de pesca e espécies de pescado (incluindo peixes, camarões e
lulas) utilizados por pescadores artesanais marinhos do Nordeste ao Sul do Brasil. Dessa forma,
o livro resume dados de várias publicações científicas e relatórios produzidos ao longo desses
anos, todos pela pesquisadora Alpina e seu grupo de pesquisa (do qual me orgulho de fazer
parte).
Tais informações são aqui apresentadas de forma objetiva, clara e eficiente, compreensível
não somente aos pesquisadores, mas também ao grande público interessado. Como pude acom-
panhar a maioria das atividades de campo descritas ao longo do livro, testemunhei o grande
esforço e a dedicação dos autores para coletar os dados que resultaram nas tabelas e nos mapas
apresentados. Alpina e Eduardo devem ter enjoado (com o perdão do trocadilho) de tanto
tempo que passaram no mar e em estuários para marcar os pontos de pesca. Eu participei
somente de algumas dessas viagens para marcação de pesqueiros e fiquei enjoado (sem troca-
dilho). Mas o resultado global apresentado aqui certamente justificou todo esse esforço: os
mapas poderão ter várias aplicações, especialmente no que se refere ao manejo pesqueiro,
valorização da atividade da pesca artesanal e manutenção das principais espécies de peixes e
invertebrados exploradas.
As iniciativas mais bem-sucedidas de zoneamento costeiro incluem a concessão de áreas
ou territórios de pesca para uso exclusivo de comunidades de pescadores artesanais, que contri-
buem para fiscalizar a pesca e manejar os recursos pesqueiros nessas áreas. A pesca artesanal no
Brasil encontra-se ameaçada como atividade econômica, uma vez que os pescadores geralmen-
te têm reduzido poder político e estão sujeitos às diversas pressões sociais e ambientais: pesca-
dores são desalojados de suas moradias pela expansão turística e imobiliária, são excluídos de
áreas de pesca pela imposição de unidades de conservação marinhas, têm o seu espaço de
pesca repetidamente invadido pela pesca industrial ou comercial de larga escala e arcam com o
ônus de impactos ambientais de outras atividades econômicas que afetam as áreas de pesca,
como dragagem, mineração, exploração de petróleo e poluição.
Nesse contexto, o mapeamento aqui realizado representa uma valiosa contribuição para
iniciativas futuras de zoneamento e manejo pesqueiro que considerem os direitos territoriais
dos pescadores artesanais. Como pesquisador que também realiza estudos de ecologia de pei-
– vii –
xes, pude visualizar algumas aplicações adicionais para os dados apresentados, como, por exem-
plo, comparações dos parâmetros ecológicos das comunidades e espécies de peixes entre os
pesqueiros e áreas não exploradas na pesca (como áreas protegidas). Pesquisadores de outras
áreas podem vislumbrar outras aplicações ainda. Para os pescadores artesanais, o livro repre-
senta um “testamento” do território e dos recursos utilizados, que, espero, poderá cumprir sua
função de valorizar e fortalecer essa categoria profissional tão importante e que não tem rece-
bido o merecido reconhecimento por parte das políticas públicas. Lógico que isso dependerá
da mobilização dos pescadores e do empenho das instituições governamentais ligadas à pesca,
mas o trabalho dos pesquisadores está feito.
– viii –
PREFÁCIO
P arece lugar comum afirmar e reafirmar a relevância da pesca artesanal no cenário brasileiro,
afinal, a essas alturas, já são centenas de artigos científicos e demais publicações que compro-
vam esse fato. Dados diversos, inclusive de estatísticas oficiais do IBAMA, sugerem que a mes-
ma responde a algo entre 50 e 80% da produção extrativa de peixes no Brasil, dependendo do
estado. Isso sem contar a importância dessa pesca para a empregabilidade e alimentação de
milhares de outras famílias que dependem direta e indiretamente da atividade. Ah, sim, não
vamos nos esquecer de que é essa mesma pesca que abastece nossa mesa com os peixes mais
gostosos e diversos, afinal acredito que ninguém gostaria de comer somente sardinhas e atuns
(estes últimos, aliás, são preferencialmente destinados ao mercado internacional).
Era de se esperar, então, grande valorização da pesca artesanal e do reconhecimento do
pescador artesanal como elemento-chave do processo. Infelizmente, a realidade é bem distin-
ta. O pescador artesanal, quase sempre desprezado dos meios formais de obtenção de educa-
ção e informação, permanece (com exceções) à margem de nossa sociedade. Financiamentos e
empréstimos, por exemplo, tendem a ser raros e burocráticos, e muitas vezes com objetivos
equivocados. Treinamentos são quase inexistentes, e instalações específicas que os beneficiam,
como centros de processamento de pescado artesanal, engatinham ainda nos corredores das
instituições burocráticas brasileiras, os quais eu sempre imagino escuros, mofados e com traças
destruindo pilhas de papéis. Nem mesmo o reconhecimento das áreas de pesca tradicional-
mente utilizadas por pescadores de nossas vilas costeiras e amazônicas se dá com facilidade.
É justamente este o ponto abordado por este livro, o qual vem em boa hora. Os autores
mencionam no primeiro capítulo, por exemplo, que diversos outros países, como Japão, ou-
tras várias pequenas nações-ilhas da Oceania e mesmo a costa nordeste dos Estados Unidos
reconhecem o direito territorial de pescadores artesanais. Evidentemente, cada país encontrou
sua solução e forma de legitimar o direito tradicional dos pescadores sobre suas áreas de pesca.
Nem sempre foi fácil chegar lá, o que pode ser constatado nos exemplos citados pelos autores
deste livro quando descrevem a situação das gangues do porto no estado do Maine, Estados
Unidos. Houve conflitos, muitas vezes violentos, mas buscou-se uma solução. Nós, no entanto,
não aproveitamos a oportunidade e o privilégio de se terem tantos outros exemplos de sucesso
e fracasso à nossa frente para moldarmos a nossa própria identidade de como lidar com os
direitos dos pequenos pescadores. Dados já não nos faltam para os primeiros e, mesmo, os
segundos e terceiros passos. Se alguém argumentasse que precisávamos ainda catalogar oficial-
mente as áreas de uso de nossas vilas, está aqui a informação organizada de forma didática e
acessível a quem quer que seja.
Graças ao trabalho de anos e anos da pesquisadora Alpina Begossi, seu fiel escudeiro
Eduardo Camargo e do geógrafo Salvador Carpi Jr., pela primeira vez foi possível obter um
retrato de quais são as áreas de pesca, quais as principais espécies capturadas nas mesmas e,
mesmo, os potenciais conflitos derivados da invasão dessas áreas pela pesca industrial, pela
– ix –
implantação de unidades de conservação autoritárias, pelo impacto desordenado do turismo e
pela falta de planejamento para o desenvolvimento de nossa costa, entre outros. Este é um
material rico e de aplicação direta, quem sabe não começamos, então, a correr atrás do tempo
perdido em décadas de descaso com a pesca e o pescador artesanal?
Os pescadores e pesquisadores fizeram e fazem sua parte. Os primeiros contribuíram com
o fornecimento de todas essas informações, mostrando seus pontos de pesca, permitindo a
pesagem de peixes, respondendo a inúmeras entrevistas e, muitas vezes, desabafando suas
mágoas. Os últimos ouviram, analisaram, catalogaram e agora nos presenteiam com o resulta-
do final de anos de diversos projetos. Fica a pergunta: de quem será a próxima iniciativa de
transformar o trabalho das duas partes em ações concretas?
Priscila F. M. Lopes
junho de 2013
–x–
INTRODUÇÃO
R eunimos neste volume pesquisas sobre pesqueiros e áreas de pesca utilizados por pescado-
res artesanais na costa brasileira. Esses estudos, que ocorreram entre 1997-2009, foram financi-
ados especialmente pelos projetos citados a seguir:
1. Pesqueiros e territórios na Mata Atlântica, FAPESP (97/06167-0).
2. Floresta e mar, temático, FAPESP (97/14514-1).
3. Pesqueiros e territórios na Mata Atlântica II, FAPESP (01/00718-1).
4. Etnoecologia no mar e na terra, temático Biota, FAPESP (2001/05263-2).
5. Etnobiologia na costa do Brasil, FAPESP (04/02301-9).
6. Etnobiologia de Centropomidae (robalos), Serranidae (badejos e garoupas) e Pomatomidae
(enchova), FAPESP (06/50435-0).
7. Etnoecologia de Lutjanidae (vermelhos), FAPESP (07/587007).
Este volume inclui, em cada capítulo, informações sobre a localização dos pesqueiros,
citados pelos próprios pescadores artesanais durante as pesquisas de campo, bem como os
mapas correspondentes. Optamos pela versão em inglês dos mapas, dentro do possível, para
que essas informações tenham um horizonte amplo de acessibilidade.
As informações aqui descritas mostram um padrão de uso do espaço já observado e citado
em algumas publicações anteriores, como Begossi (2006), Begossi (2004) e Begossi (2010), ou
seja: a pesca artesanal ocorre próxima à comunidade de residência do pescador, sendo estável
temporalmente. Os anos passam e os pesqueiros permanecem. Essa observação mostra ainda
que há grande aplicabilidade desse material num momento em que há demanda para marcar e
tornar um direito, de fato, sobre as áreas de pesca (ou pesqueiros) que os pescadores artesanais
já utilizam e que muitas vezes são invadidas pela pesca industrial, unidades de conservação ou
empresas.1
Os pescadores artesanais da costa do Brasil não contam ainda com os direitos que outros
pescadores já conquistaram há muito tempo no mundo. Por exemplo, os pesqueiros de Okinawa,
no Japão, estão mapeados e registrados na prefeitura de Okinawa desde 1902 (Akimichi and
Ruddle, 1984). Outros estudos também demonstraram que, em outros mares do mundo, os
pescadores artesanais conquistaram institucionalmente (ou oficialmente) as regras locais de uso
1. Begossi, A. 2006. Temporal stability in fishing spots: conservation and co-management in Brazilian artisanal
coastal fisheries. Ecology and Society 11(1): 5. [online] URL: http://www.ecologyandsociety.org/vol11/iss1/art5/
; Begossi, A. 2004. Áreas, pontos de pesca, pesqueiros e territórios na pesca artesanal, pp. 223-253, Ecologia de
pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia, Ed. Hucitec, São Paulo; Begossi, A. 2010. O manejo da pesca
artesanal, pp. 180-234., Begossi, A., Lopes, P., Oliveira, L.E.C. e Nakano, H. Ecologia de pescadores artesanais
da Baía de Ilha Grande, RiMa Editora, São Carlos. Ver ainda www.fisheriesandfood.org.
– xi –
do espaço que já vinham praticando. Na Oceania, por exemplo, Johannes (1978) e Ruddle
(1989) já estudavam e descreviam as regras locais (‘customary laws’), seus critérios e aplicações
ao manejo da pesca artesanal. Nos Estados Unidos, Acheson (1981, 2005) mostrou a importân-
cia dos territórios de pesca das ‘lobster gangs’ ou ‘harbor gangs’2 (gangues da lagosta ou gangues
do porto); Berkes (1985) mencionou ainda as regras no uso do espaço aquático em diversas
escalas de apropriação, como grupos, vilas, dentre outros. No Brasil, estudos precursores são os
de Cascudo (1957), que citou a localização de pesqueiros em uma triangulação, bem como os de
Forman (1967) e Cordell (1989), realizados nos anos sessenta no Nordeste brasileiro, dentre
outros.3
O que é um pesqueiro? Definimos, para melhor compreensão do texto e para incluir o
fator histórico-ecológico do uso de áreas na extração dos recursos naturais, da seguinte forma
(Begossi, 2004: 225-227):
“Pesqueiros são parte das áreas de uso, ou do espaço aquático, usado por pescadores. Áreas de
uso de recursos marinhos ou de água doce podem ser comparadas ao home-range encontrado
na literatura ecológica. Entretanto, nem sempre os pesqueiros localizados nas áreas de uso de
uma comunidade de pescadores estão divididos uniformemente, ou de forma equitativa, entre
todos os pescadores da comunidade. Quando há conflito no uso de algum pesqueiro, ou
quando há alguma regra com relação ao uso de determinado pesqueiro, podemos supor que se
trata, então de um território.
Entre pescadores artesanais do Brasil podemos então observar:
1. Pesqueiros que não são territórios de pesca (nesse caso, chamamos de pontos de pesca).
2. Pesqueiros onde há conflitos de pesca.
3. Pesqueiros onde há regras de uso.
Neste volume, com dez capítulos, após esta Introdução, que inclui os principais procedi-
mentos da pesquisa, o conteúdo está distribuído como segue:
Capitulo 1: Pântano do Sul, SC
Capítulo 2: Iguape-Ilha Comprida
Capítulo 3: Guarujá-Bertioga
Capítulo 4: Ilhabela e ilhas
2. Akimichi, T. and Ruddle, K. 1984. The historical development of territorial rights and fishery regulations in
Okinawan inshore waters. In Maritime institutions in the Western Pacific, pp. 33-78, Senri Ethnological Studies
17. Osaka: National Museum of Ethnology; Johannes, R.E. 1978. Traditional marine conservation methods in
Oceania and their demise. Annual Review of Ecology and Systematics 9:349-364; Ruddle, K. 1989. The
organization of traditional inshore fishery management systems in the Pacific, pp. 73-85, Neher, P.A., Rights
based fishing, Kluwer Academic Pub., Dordrecht
3. Cascudo, C. 1957. Jangadeiros, Documentário da vida rural 11, Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro. Acheson,
J. 1981. The Anthropology of fishing. Annual Review of Anthropology 10: 275-316; Acheson, J. 2005. Capturing
the commons. University Press of New England, Hanover and London; Berkes, F. 1985. Fishermen and the
tragedy of the commons. Environmental Conservation 12: 199-206. Cordell, J., editor. 1989. A sea of small
boats. Cultural Survival Inc., Cambridge, Massachusetts, USA; Forman, S. 1967. Cognition and the catch: thelocation
of fishing spots in Ethnology 6: 417-426.
– xii –
Capítulo 5: Ubatuba
Capítulo 6: Ilha Grande e Paraty
Capítulo 7: Ilha Grande e Sepetiba
Capítulo 8: Guanabara
Capítulo 9: Nordeste
Capítulo 10: Espécies-alvo e considerações finais
As principais (não todas, mas as mais visitadas) comunidades de pescadores artesanais
estudadas no Sudeste encontram-se na Figura 1. Alguns pesqueiros dessas comunidades são
apresentados na Figura 2, a título de ilustração.
Figura 11. Principais comunidades de pescadores artesanais do Sudeste do Brasil estudadas. Outras comunidades ainda
foram acrescentadas ao longo das pesquisas, como em Alagoas (Riacho Doce), Rio Grande do Norte (Ponta Negra) e
Ceará (Mucuripe). [Main artisanal fishing communities studied in southeast Brazil. Other communities were included
along the research, such as in Alagoas (Riacho Doce), Rio Grande do Norte (Ponta Negra) and Ceará (Mucuripe).]
– xiii –
Figura 2 Alguns pesqueiros de comunidades da costa sudeste do Brasil. [Some fishing grounds
of the fishermen from the SE Brazilian coastal communities.]
PROCEDIMENTOS
A marcação dos pontos de pesca foi obtida a partir de informação fornecida pelos pesca-
dores e deu-se através de dois métodos: a abordagem pesqueira e a marcação geral de pontos
de pesca. A escolha de pescadores experientes que nos acompanhavam no barco, mostrando
os pesqueiros e dando informações sobre o pescado obtido em cada pesqueiro, bem como
sobre a tecnologia de pesca utilizada, deu-se através de informações anteriores conseguidas em
cada projeto de pesquisa citado aqui.
Ambos os métodos dependeram de embarcação a motor e do uso de GPS. A primeira
embarcação usada foi o barco que se encontra na Figura 3, motor 75HP. A segunda embarca-
ção, adquirida através de suporte (projeto) FAPESP, é apresentada na Figura 4.
Os GPS utilizados foram Magellan Field-Pro e Garmin III e IV. Esses estudos foram realiza-
dos entre 1997 e 2009, e os modelos de GPS foram sendo aprimorados ao longo da pesquisa
em número de satélites e em precisão (acompanhamos essa melhora dentro do possível). En-
tretanto, vale ressaltar que os pontos de pesca mostrados aqui refletem, na realidade, um
“ponto” dentro de uma área: essa sim seria o pesqueiro.
A abordagem pesqueira
pesqueira, um método inovador que gerou dados detalhados para a nossa
pesquisa, consiste em realizar transects no mar, de barco, e abordar diretamente os pescadores
– xiv –
em (durante a) sua atividade pesqueira.4 Nesse método utilizamos a ficha de pesca abaixo (esse
exemplo foi empregado na Ilha Comprida, Capitulo 2, e em Itaipu, Niterói, Capítulo 8).
Figura 3 Barco utilizado para marcar pontos de pesca (Ilha Comprida, Iguape-Cananéia, SP, 1999).
[Boat used to locate fishing spots (Ilha Comprida, Iguape-Cananéia, São Paulo State, 1999).]
4. Ver Begossi et al. 2004. Cap. 7, Ecologia de Pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia, Ed. Hucitec, São
Paulo, e Cap. 2 deste volume.
– xv –
Figura 4 Srs. Benedito e Eduardo (coautor) em barco (Loligo), com motor 25HP, usado para
marcação de pontos de pesca em Puruba, Ubatuba, SP, 2003. Sr. Benedito, pescador, nos auxiliou no
campo do Puruba, sendo sempre muito gentil e prestativo. [Mr. Benedito and Eduardo (co-author) on boat
(“Loligo”) with 25HP motor used to locate fishing spots at Puruba, Ubatuba, SP, 2003.
Mr. Benedito kindly helping us, and Mr. Eduardo in the fieldwork.
OS MAPAS E AS CAR
MAPAS TAS NÁUTIC
ART AS
NÁUTICAS
Utilizamos cartas náuticas para orientação nos trajetos percorridos de barco e também
para a confecção dos mapas deste livro.
Os mapas aqui publicados tiveram por base a marcação dos pontos de pesca, realizada
pelos autores AB e EC, com a ajuda dos pescadores locais e por intermédio de GPS. A confec-
ção dessas cartas foi realizada por SCJ, com base nas cartas náuticas: 81, C/81, 1000, 1500, C/
1501, 1501, 1511, 1520, 1607, 1607, 1607 ER1, 1609 [1633, 1607 e 1622], 1614, 1622, 1632 ER1,
1633, 1635, 1641, 1643, 1700, 2111, 2114 e 2115 da Diretoria de Hidrografia e Navegação,
Marinha do Brasil. AB e EA marcaram os pontos de pesca usando GPS e com a ajuda dos
pescadores.
– xvi –
Figura 5 Pesquisadora AB em estudo de campo com barco obtido em projeto FAPESP (Almada, Ubatuba, SP)
[Researcher AB during fieldwork with the boat from a FAPESP project (Almada, Ubatuba).
– xvii –
ARTISANAL FISHER
TISANAL Y MAPS:
FISHERY
FISHING GROUNDS AND FISHERMEN OF THE
BRAZILIAN COAST*
W e dedicate this book to the artisanal fishermen and the São Paulo Research Foundation
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP), without whom these data
would never have been launched to sea.
We also thank the Brazilian National Council for Scientific and Technological Development
(CNPq productivity scholarship AB), JL Figueiredo (Zoological Museum of USP – MZUSP) for
reviewing fish identifications, Rodrigo Caires (MZUSP) for collecting and identifying species,
collaborators Renato A. M. Silvano, Priscila F. Lopes, Mariana Clauzet, Milena Ramires, Natalia
Hanazaki, as well as students Luziana S. Silva, M. Batistoni, Rodrigo Lima, Flavio dos Santos, Silvia
Rossato, and Tainá B. Andreoli, who assisted in some form about the research on fish and fishermen.
To Unicamp (LEPAC and CMU) and Unisanta. To FIFO´s members, source of collaboration
and inspiration. To our families, for the constant support. Finally, to FAPESP and to artisanal fishers.
INTRODUCTION
I n this volume, we have gathered research on the fishing spots (or fishing grounds and fishing
areas – ‘pesqueiros’) used by artisanal fishers along the Brazilian coast. These studies took place
between 1997 and 2009 and were specially funded by the following research projects:
1. Fisheries and territories in the Atlantic Forest (“Pesqueiros e territórios na Mata Atlântica”),
FAPESP (97/06167-0).
2. Forest and Sea (“Floresta e Mar”), thematic project, FAPESP (97/14514-1).
3. Fisheries and territories in the Atlantic Forest II (“Pesqueiros e territórios na Mata Atlântica II”),
FAPESP (01/00718-1).
4. Ethnoecology on sea and land (“Etnoecologia no mar e na terra”), thematic project Biota,
FAPESP (2001/05263-2).
5. Ethnobiology on the Brazilian Coast (“Etnobiologia na costa do Brasil”), FAPESP (04/02301-9).
6. Ethnobiology of Centropomidae (snook), Serranidae (groupers), and Pomatomidae (bluefish)
[“Etnobiologia de Centropomidae (robalos), Serranidae (badejos e garoupas), and Pomatomidae
(enchova)”], FAPESP (06/50435-0).
7. Ethnoecology of Lutjanidae (snappers) (“Etnoecologia de Lutjanidae (vermelhos)”), FAPESP
(07/587007).
* Tradução para o inglês (introdução e procedimentos) (realizado por American Journal of Experts, revisado por AB).
– xviii –
Each chapter of this volume includes information on the locations of the fishing grounds
cited by the fishermen during the field research as well as corresponding charts. We chose to
include an English version of the charts so that this information can be widely accessible.
The information described herein indicates a pattern of space use that has already been
observed and noted in some previous publications, including Begossi (2006), Begossi (2004)
and Begossi (2010), i.e., artisanal fishing (fishing grounds used) occurs close to the fishermen’s
residential community; such fishing grounds used are temporally stable (the fishing grounds
remain in the same location over multiple years). This observation indicates that information
on fishing ground, given by fishermen and mapped here, is widely applicable at a time when
there is a demand to designate fishing grounds for artisanal fishing use, as well as by guaranteeing
a fishermen´s right, de facto over such fishing grounds that are already used by themselves but
that are often invaded by industrial fishing or appropriated for conservation (conservation
units in Brazil) or commercial purposes.1
The artisanal fishermen of the Brazilian coast still lack rights that were won long ago by
anglers elsewhere in the world. Fishermen from Okinawa, Japan, for example, have had their
fishing grounds mapped and recorded in the city hall of Okinawa since 1902 (Akimichi and
Ruddle, 1984). In other seas of the world, artisanal fishermen have been able to enact local
institutional (or official) rules designating the use of areas that they were already using. In
Oceania, for example, Johannes (1978) and Ruddle (1989) studied and described the local rules
(‘customary laws’), their criteria and applications for the management of artisanal fisheries. In
the United States, Acheson (1981, 2005) showed the importance of the fishing grounds of
‘lobster gangs’ or ‘harbor gangs’;2 Berkes (1985) also reported on the rules regarding the use of
aquatic space at various appropriation scales, including groups and villages among others. In
Brazil, previous studies of this subject include Cascudo (1957), who cited the locations of fisheries,
as well as the studies of Forman (1967) and Cordell (1989) conducted during the sixties in
northeastern Brazil, among others.3
1. Begossi, A. 2006. Temporal stability in fishing spots: conservation and co-management in Brazilian artisanal
coastal fisheries. Ecology and Society 11(1): 5. [online] URL: http://www.ecologyandsociety.org/vol11/iss1/art5;
Begossi, A. 2004. Áreas, pontos de pesca, pesqueiros e territórios na pesca artesanal (Areas, fishing spots,
fisheries and territories in artisanal fisheries), pp. 223-253, Ecologia de pescadores da Mata Atlântica e da
Amazônia (Ecology of fishermen of the Atlantic Forest and Amazon), Ed. Hucitec, São Paulo; Begossi, A. 2010.
O manejo da pesca artesanal (The management of artisanal fisheries), pp. 180-234., Begossi, A., Lopes, P.,
Oliveira, L.E.C. e Nakano, H. Ecologia de pescadores artesanais da Baía de Ilha Grande (Ecology of artisanal
fishermen in the Ilha Grande Bay), RiMa Ed., São Carlos. Ver ainda www.fisheriesandfood.org.
2. Akimichi, T. And Ruddle, K. 1984. The historical development of territorial rights and fishery regulations in
Okinawan inshore waters. In Maritime institutions in the Western Pacific, pp. 33-78, Senri Ethnological Studies
17. Osaka: National Museum of Ethnology; Johannes, R.E. 1978. Traditional marine conservation methods in
Oceania and their demise. Annual Review of Ecology and Systematics 9:349-364; Ruddle, K. (1989) The
organization of traditional inshore fishery management systems in the Pacific, pp. 73-85, Neher, P.A., Rights
based fishing, Kluwer Academic Pub., Dordrecht
3. Cascudo, C. (1957). Boatmen, Documentary 11 of rural life (Jangadeiros, Documentario da vida rural 11), Ministry of
Agriculture (“Ministério da Agricultura”), Rio de Janeiro. Acheson, J. (1981). The Anthropology of fishing. Annual
Review of Anthropology 10: 275-316; Acheson, J. 2005. Capturing the commons. University Press of New England,
Hanover and London; Berkes, F. 1985. Fishermen and the tragedy of the commons. Environmental Conservation 12:
199-206. Cordell, J., editor. 1989. A sea of small boats.Cultural Survival Inc., Cambridge, Massachusetts, USA; Forman,
S. 1967. Cognition and the catch: thelocation of fishing spots in Ethnology 6: 417-426.
– xix –
What is a ‘pesqueiro’ (local terms designing fishing grounds used by fishers in the coast of
Brazil)? We define a pesqueiro – to ensure a better understanding of the text and to include the
historical perspective – as a use of ecological areas for the extraction of natural resources, as
follows (Begossi, 2004: 225-227):
“Pesqueiros (fishing grounds, in this case) are part of the area of use or aquatic space used by
fishermen. Areas of use of marine or freshwater resources can be compared to the home-range
found in the ecological literature. However, fisheries are not always located uniformly within
the fishing areas of a fishing community and are not necessarily divided evenly or fairly among
all fishermen in a community. When there is conflict in the use of fishing ground (or spot), or
when there is a rule or rules regarding the use of a certain fishing ground, we can assume that
it is then a territory.
Among artisanal fishermen in Brazil we can observe:
1. Pesqueiros that are not fishing territories (in this case, we refer to them as fishing spots).
2. Pesqueiros where there are fishing conflicts.
3. Pesqueiros where there are rules of use.”
This volume has ten chapters arranged as follows (chapter titles refer to the name of
Brazilian towns/regions around which the studies took place):
Chapter 1: Pântano do Sul, Santa Catarina State
Chapter 2: Iguape-Ilha Comprida
Chapter 3: Guarujá-Bertioga
Chapter 4: Ilhabela and islands
Chapter 5: Ubatuba
Chapter 6: Ilha Grande and Paraty
Chapter 7: Ilha Grande and Sepetiba
Chapter 8: Guanabara
Chapter 9: Northeast
Chapter 10: Target species and final considerations
The main artisanal fishing communities in the southeastern region studied are included in
Figure 1. Some fishermen of these communities are presented in Figure 2, by way of illustration.
PROCEDURES
The locations of fishing spots were determined from the information provided by fishermen
using two methods: the fishing appr oach and general marking of fishing spots
approach spots. Experienced
fishermen accompanied us in the boat, indicated the locations of the fishing spots and provided
information about the fish obtained for each fishing spot as well as the fishing technology used.
These fishermen were identified using the information obtained by the previous research projects
mentioned above.
– xx –
Both methods relied on using a motorized boat and GPS. The first vessel used was the boat
shown in Figure 3, which had a 75HP motor. The second vessel, obtained from FAPESP support,
is pictured in Figure 4.
The GPS units used were the Magellan Field-Pro and Garmin III and IV models. The fishery
studies were conducted from 1997-2009, and the quality of available GPS models improved
throughout that period (e.g., in terms of the number of satellites used and location accuracy).
The units used in this study were updated in keeping with this improvement when possible.
However, it is noteworthy that the fishing spots are reported here as point locations (spots),
whereas in reality each fishery occupies a larger area (grounds).
The fishing appr
approach
oach was an innovative method that generated detailed data for our
research. The fishing approach consisted of performing boat transects at sea and directly assessing
the fishermen during fishing activities. For this method, we used the fishing form below (this
example was used in Ilha Comprida, covered in Chapter 2, and Itaipu, Niterói, Chapter 8).
The general process of locating the fishing spots, already mentioned, involved visiting
each fishing spot mentioned by the fishermen who accompanied us on the boat trips. The data
about the fishing spots were then entered into Excel spreadsheets, and subsequently, maps
were made based on nautical charts.
– xxi –
CAPÍTULO 1
N ossa oportunidade de pesquisa nessa região nos foi propiciada especialmente pelos amigos
e professores da UFSC Tania T. Castellani e Benedito C. Lopes, que nos acolheram no Pântano
do Sul; colaboramos ainda com os Profs. Natalia Hanazaki e Nivaldo Peroni.1 A comunidade
de pescadores estudada no Pântano do Sul compreendeu 23 pescadores, entrevistados em
fevereiro de 2005, cuja idade varia de 35 a 84 anos, nascidos na localidade e que atuam na
atividade pesqueira com idade de 26 a 66 anos.
Os locais mais citados na pesca artesanal local foram Ilha Moleque (13 pescadores), Ilha
Três Irmãs (9), Campeche (6). Outras regiões, citadas apenas por um pescador, foram Costão
da Felicidade, Lagoinha, Bico da Ponta, Buraco da Baleia, dentre outros. Os apetrechos usados
na pesca mais citados foram rede (17), a feiticeira e ainda outras redes para tainha, cação e
linguado, bem como linha (8) e espinhel (3), dentre outros.
As Figuras 1A e 1B mostram a atividade pesqueira e a saída para marcação de pontos de
pesca. Os mapas (Figuras 1C e 1D) apresentam os pesqueiros indicados por dois pescadores artesanais
locais, com especial enfoque para Centropomidae (robalos), Mugilidade (tainha), Pomatomidade
(enchova) e Serranidae (garoupas e badejos). Os mapas têm por base a Tabela 1.1.
Nosso projeto também incluiu coletas de pescado cuja lista se encontra na Tabela 1.2.
* Os dados aqui apresentados foram coletados através do projeto Etnobiologia de Peixes Costeiros: Centropomidae,
Pomatomidae e Serranidae. Processo: 2006/50435-0 FAPESP, Período: agosto 2006 a julho 2007.
1. Somos gratos ao Prof. Dr. José Lima de Figueiredo, pela revisão da identificação do pescado citado aqui, bem
como à Luziana S. Silva, por parte da coleta e identificação parcial da mesma.
–1–
Figura 1A Retorno da pescaria e desembarque da pesca artesanal
no Pântano do Sul, Florianópolis.
Figura 1B Barco do projeto usado na marcação dos pontos de pesca no Pântano do Sul.
–2–
48° 32’ 48° 25’
Pantano do Sul
27° 47’
Pantano do
Sul Bay
(snook – robalo).
27° 51’
Enchova Robalo
Pantano do Sul
27° 47’
Pantano do
Sul Bay
Saquinho Beach
Atlantic
Ocean
Irmã Pequena I.
Figura 1D Pesqueiros de
Irmã de Fora I. Serranidae (groupers – garoupa,
badejo, cherne) e Centropomidae
(snook – robalo).
27° 51’
N
0 4 0 0 0 8 0 0 0 m
–3–
Tabela 1.1 Pontos de pesca marcados através de GPS, nome dos pesqueiros e
pescados citados por pesqueiro no Pântano do Sul em fevereiro de 2005.
Latitude (S) e
Nome do pesqueiro Pescado principal citado por pesqueiro
Longitude (W)
27°47’67” e 48°29’52” Parcel do Fuzil Garoupa, robalo, enchova, cherne
27°47’48” e 48°29’26” Parcel da Felicidade Garoupa, robalo,badejo, cherne, tainha
27°50’42” e 48°29’94” Parcel da Ilha de Fora Garoupa, robalo, badejo, cherne, tainha
27°50’45” e 48°30’44” Ponta do Monte Alegre Mangona, tainha, robalo
27°50’08” e 48°30’97” Parcel da Tipitinga Robalo, badejo, garoupa
27°50’65” e 48°31’39” Ilha do Meio (Sul) Robalo, badejo, garoupa
27°50’76” e 48°31’68” Parcel da Corredeira Robalo, badejo, garoupa
27°50’68” e 48°31’84” Cemitério de Anzol Robalo, badejo, garoupa, tainha, enchova
27°47’33” e 48°30’57” Cerco de Lajinha
27°47’35” e 48°30’56” Cerco da Ponta
27°47’33” e 48°30’52” Vigia Cantagalo
27°47’28” e 48°30’55” Cerco Lajinha (2)
27°47’05” e 48°30’87” Vigia do Cabrito
27°47’03” e 48°30’90” Vigia do Escombro Branco
27°47’09” e 48°31’08” Vigia da Sorte
27°47’50” e 48°30’45” Pontinha Garoupa
27°47’56” e 48°30’40” Lajeado Garoupa, badejo
27°47’61” e 48°30’36” Barcelo do Badejo Badejo
27°47’67” e 48°30’27” Laje Baixa Garoupa
27°47’66” e 48°30’14” Pedra Preta da Capivara Garoupa
27°47’70” e 48°30’01” Puxador Garoupa
27°47’73” e 48°29’89” Laje Saru Garoupa
27°47’72” e 48°29’74” Pedra Preta Garoupa
27°47’70” e 48°29’62” Ilhote Garoupa
27°47’66” e 48°29’54” Ponta do Fuzil Garoupa
27°47’50” e 48°29’35” Ponta de Fora Garoupa
27°47’41” e 48°29’19” Világio Garoupa
27°47’23” e 48°29’09” Pão de Açúcar Garoupa
27°47’18” e 48°29’01” Fundo do Pão de Açúcar Garoupa
27°50’85” e 48°26’12” Zé Moleque Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°50’84” e 48°26’06” Baía Mansa Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°50’56” e 48°25’90” Boqueirão Pequeno Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°50’44” e 48°25’91” Muriqui Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°50’43” e 48°25’77” Arumbeva Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°50’64” e 48°25’66” Berco do Tio (60 Braças) Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°50’88” e 48°25’79” Ponta de Fora Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°51’14” e 48°26’66” Laje da Vaca Garoupa, badejo, cherne, enchova
27°51’15” e 48°26’69” Parcel do Meio Garoupa, enchova
–4–
Tabela 1.2 Espécies de pescado coletadas e identificadas (Pântano do Sul).
–5–
CAPÍTULO
APÍTULO 2
IGUAPE-ILHA COMPRID
GUAPE OMPRIDAA – LITORAL SUL DO
ESTADO DE SÃO PAULO
STADO
A pesca na região de Iguape, incluído o canal que passa ao longo da costa da Ilha Comprida,
foi estudada por meio do projeto temático FAPESP 97/14514-1 (1999-2002). A coleta de dados
ocorreu em 1999-2000, usando-se, dentre outros, o método de ‘abordagem pesqueira’ (expli-
cado na Introdução: Procedimentos).
Nesse projeto de pesquisa citado, as atividades pesqueiras artesanais fizeram parte de um
subprojeto de nossa equipe, em que o estudo das áreas de pesca foi uma prioridade. A área de
estudo referente à pesca está situada em Iguape, do Boqueirão Norte ao Boqueirão Sul, na
região estuarino-lagunar de Iguape-Cananéia. A região de estudo incluiu, então, as comunida-
des de Icapara, Pedrinhas, Sítio Artur (Subaúma), Juruvaúva e São Paulo Bagre, dentre outras.
Pedrinhas e São Paulo Bagre, em particular, abrigavam muitos pescadores artesanais. Concen-
tramos as pesquisas sobre a pesca artesanal entre Boqueirão Norte e Boqueirão Sul, das quais as
cidades de Iguape e Cananéia se encontram próximas, respectivamente.
Nosso levantamento preliminar mostrou o número populacional aproximado das comu-
nidades como sendo: Sítio Artur = 19, Juruvaúva = 30, São Paulo Bagre = 78 e Pedrinhas =
252 pessoas. Hanazaki (2001) realizou entrevistas em aproximadamente 20% das residências
de Icapara (55 entrevistas), 50% de Pedrinhas (36 entrevistas) e em 100% das residências de
São Paulo Bagre (25 entrevistas). Pescadores dessas comunidades corresponderam a aproxima-
damente 38%, 50% e 100% dos entrevistados, respectivamente.
As tecnologias usadas na pesca artesanal são observadas por meio dos resultados das
abordagens pesqueiras realizadas por AB e EA e mostram a dinâmica da pesca artesanal nessa
região, do Boqueirão Norte (próximo a Iguape) ao Boqueirão Sul (Figura 2A). As abordagens
de pesca incluíram um total de 299 pescarias nos meses de julho, setembro, novembro e janei-
ro [2 dias por mês, com aproximadamente 70 km percorridos a cada dia de barco, Tabelas 2.1
a 2.9)]. Nessa região, encontra-se ainda o cerco fixo (Figura 2B), utilizado por pescadores que
compram/pagam a manutenção daquele ponto de pesca (onde o cerco é fixado e permanece
por muitos anos).
1. HANAZAKI, N. 2001. Ecologia de Caiçaras: uso de recursos e dieta. Tese de Doutorado, PG Ecologia, UNICAMP.
2. Begossi, A. 2004. Ecologia de Pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia, 2013, RiMa Editora, 2. ed., cap.7.
–7–
As tecnologias de pesca utilizadas na região são variadas e dependem do ponto ou área de
pesca (pesqueiro), da hora da atividade pesqueira, da época do ano, dentre outros fatores,
conforme mostra a Tabela 2.1. Observamos, entretanto, a importância da linha e anzol, caceia
(rede), puçá e gerival (Figura 2A, B, C e D).
Abordagens
Espinhel Mão
Peneira
Cerco
Rede
Gerival
Linha/Anzol
Puçá
Caceia
Tarrafa
Corrico Espera
Figura 2A Tecnologias de pesca usadas nas abordagens pesqueiras entre Boqueirão Norte e Boqueirão Sul
na região de Iguape-Cananéia (meses de julho, setembro, novembro e janeiro, 1999-2000).
–8–
Figura 2B O cerco fixo; região de Iguape-Cananéia.
–9–
Figura 2D Garrafas e redes usadas na pesca de siri (traps for crabs).
Com base em cartas náuticas já citadas na Introdução, foram confeccionados mapas nos
quais constam o local de residência dos pescadores e a tecnologia usada na pesca. Essas infor-
mações foram obtidas pelo método da abordagem pesqueira em transect de barco do Boqueirão
Norte ao Boqueirão Sul (Figuras 2E-2K). As Tabelas 2.2 a 2.9 incluem as coordenadas geográfi-
cas obtidas nas abordagens pesqueiras. As profundidades foram conseguidas com Sonar Garmin.
Figura 2E a)
Pescadores:
residências citadas
durante a
abordagem
pesqueira: observe
que os pescadores
trabalham próximos
às suas residências
(1999-2000).
– 10 –
o
48o00 47 45 47o30
Iguape
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25 00
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Longline
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Figura 2E b) Tecnologias usadas na pesca entre Boqueirão Norte e Boqueirão Sul, localizadas por meio da abordagem
de pesca (1999-2000). Legenda (tecnologia): trolling = corrico
corrico, sieve = peneira
peneira, handnet = puçá
puçá, line = linha
linha,
drifnet = caceia, net = rede de espera
espera, fishing trap = cerco
cerco, gerival (a local kind of shrimp net), cast net = tarrafa
tarrafa,
longline = espinhe
espinhel, others = outr os
outros
os.
As figuras (Figuras 2F-2I) e tabelas (Tabelas 2.2-2.9) que seguem apresentam os resultados
das abordagens de pesca por tecnologia pesqueira. Em setembrsetembro
o, observamos o puçá sendo
usado das 9 às 11 h, seguido de linha e anzol (11-12 h). À tardinha (16-17 h), pescados, especial-
mente a corvina (Micropogonias furnieri), e ainda pescada (Cynoscion spp.), espada (Trichiurus
lepturus) e robalo (Centropomus spp.) são obtidos através de rede de caceia. Após as 17 h
observa-se a rede de espera. O siri identificado é Callinectes danae.
Em julho
julho, anzol e tarrafa foram observados durante a manhã (9-12 h), para a pesca espe-
cialmente da tainha (Mugil platanus), bem como para corvina, pescada e robalo. O uso da
garrafa para siri também foi observado entre 11-13 h e do gerival, para camarão, entre 13-15 h.
À tarde, entre 14-61 h, predominaram caceia e tarrafa, esta última em busca da tainha, e à
tardinha, após as 16 h, anzóis e espinheis, para tainha e robalo.
Em novembr
novembro o, o corrico, em busca da manjuba, é importante (Anchoviella lepidentostele),
especialmente pela manhã (9-10 h), bem como puçá (garrafas para siri). O gerival para cama-
rão, bem como a linha e o anzol, para pescada, enchova (Pomatomus saltatrix) e bagres: bagre-
sassari/bagre-branco (Bagre bagre), bagre-amarelo (Cathorops spixii), bagre-branco (Genidens
genidens) e bagre-canguatá (Sciadeichthys luniscutis) foram observados entre 10-14 h.
Em janeir
janeiro
o, a tecnologia de linha e anzol predominou das 9 às 12-13 h para a pesca do
baiacu (Tetraodontidae), robalo, imbetara (Menticirrhus americanos) e bagres. A pesca da manjuba
é muito importante nessa época, tendo sido observada principalmente através de corrico entre
13-16 h. O gerival, para camarão, foi observado nos períodos de 12-13 h e 15-17 h. À tardinha,
linha e anzol (16-18 h) foram observados para bagres, pescada e salteira (Oligoplites saliens).
– 11 –
Sept - 1999 48o00 W 47o45 47o30
Iguape
a
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I
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24 45
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Figura 2F a) Setembro de 1999: residências dos pescadores encontradas na abordagem pesqueira Boqueirão Norte-Sul.
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Sept - 1999 48 00’ W 47 45 47 30
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Figura 2F b) Setembro de 1999: tecnologias usadas na abordagem pesqueira: Boqueirão Norte-Sul. Legenda (tecnologia):
sieve = peneira
peneira, handnet = puçá
puçá, line = linha
linha, drifnet = caceia, net = rede de espera
espera, fishing trap = cerco
cerco..
– 12 –
July - 1999 o
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Figura 2G a) Julho de 1999, residências (origem dos pescadores abordados): Boqueirão Norte-Sul.
July - 1999 o o
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Figura 2G b) Julho de 1999, tecnologias usadas na abordagem pesqueira: Boqueirão Norte-Sul. Legenda (tecnologia):
hook/line = linha e anzol,
anzol net = rede de espera/rede
espera/rede, cast net = tarrafa
tarrafa, fishing trap = cerco
cerco, sieve = peneira
peneira, fishing
trap = cerco
cerco, gerival (a local kind of shrimp net), drifnet (liftnet) = caceia, longline = espinhel
espinhel, others = outr os
outros
os.
– 13 –
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Figura 2H a) Novembro de 1999: residências dos pescadores abordados no transect Boqueirão Norte-Sul.
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Nov - 1999 48 00 W 47 45 47 30
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Figura 2H b) Novembro de 1999: tecnologias usadas por pescadores abordados no transect Boqueirão Norte-Sul.
Legenda (tecnologia): Net = rede
rede, trolling = corrico
corrico, handnet = puçá
puçá, line = linha
linha, gerival (a local kind of shrimp
net), cast net = tarrafa
tarrafa, fishing trap = cerco
cerco, others = outr os
outros
os.
– 14 –
Jan - 2000 o
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Subaúma
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Ubatuba
Cananéia
5 0 5 10 km Tourist
Cardoso Island
Others
Figura 2I a) Janeiro de 2000, residências dos pescadores abordados no transect Boqueirão Norte-Sul.
Iguape
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5 0 5 10 km
Cardoso Island Fishing trap
Figura 2I b) Janeiro de 2000: tecnologias de pesca encontradas no transect Boqueirão Norte-Sul. Legenda
(tecnologia): drifnet = caceia, trolling = corrico
corrico, handnet = puçá
puçá, line = linha
linha, gerival (a local kind of shrimp net),
net = rede de espera
espera, fishing trap = cerco
cerco.
– 15 –
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ATLANTIC
OCEAN
25o 00
Figura 2J A pesca em São Paulo Bagre, região em que o gerival é bastante utilizado. Para detalhes,
consultar Hanazaki (2001). Legenda: fish = peixe, shrimp = camarão
camarão, depth = pr ofundidade
ofundidade, feet = pés
profundidade pés.
– 16 –
o
48 00 47o45 o
47 30
Legend
Fishing traps- may 1998 Iguape
Communities
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de
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25 00
eC
na
ar
rd
M
Ca
Ma
Cananéia
de
a
Ilh 0 10 km
5 5
Figura 2K a) Fishing traps (cercos), 1998, Boqueirão Norte-Sul, Iguape-Cananeía. Communities = comunidades
comunidades.
o
48 00 47o45 o
47 30
a
id
pr
om
C
a
Ilh
OCEANO
ATLÂNTICO
o
ntr
De
de
ra
ar
Fo
M
ou Mar d
e
an an éia o u
ão
t
ba
ia
Cu
né
de
o
25 00
eC
na
ar
rd
M
Ca
Ma
Cananéia
de
a
Ilh 0 10 km
5 5
Figura 2K b)
b Cerco (fishing traps), 1999, Boqueirão Norte-Sul, Iguape-Cananéia. Not used anymore = não mais
usado; in use = em uso
usado uso; in construction = em construção
construção; not defined = não definido
definido; communities = comunidades
comunidades.
– 17 –
Tabela 2.2 Abordagem pesqueira, 1/7/1999: Boqueirão Norte-Boqueirão Sul. Peso informado por pescador.
4
Rocio/Iguape Caceia 24°41'92” 47°28'45” 15:18 h Espada-tainha
5
8 Robalo
Periqueraçu Anzol 24°53'05” 47°47'63” 17:03 h
50 Pescada
– 18 –
Tabela 2.3 Abordagem pesqueira, 2/7/1999: Boqueirão Norte-Boqueirão Sul.
Peso obtido do pescador, puçá (número de garrafas de puçá).
Latitude Longitude Abordage Pescado obtido
Residência Aparelho Peso/Kg
(S) (W) m (hora) (nome local)
Rocio/Iguape Anzol 24°40'43” 47°25'42” 09:30 h 4 Robalo
São Paulo Anzol 24°40'70” 47°26'10” 09:41 h 6 Robalo
Vila Icapara Tarrafa 24°41'29” 47°26'88” 09:50 h
Iguape Tarrafa 24°42'10” 47°28'34” 10:03 h
Rocio/Iguape Caceia 24°41'85” 47°29'34” 10:11 h
Vila Garcez Cerco 24°42'06” 47°30'43” 10:20 h 13 Tainha
Iguape Tarrafa 24°42'03” 47°30'82” 10:27 h Tainha
Iguape Tarrafa 24°42'29” 47°31'57” 10:34 h
Iguape Peneira 24°42'32” 47°31'78” 10:38 h
Iguape Cerco 24°42'26” 47°32'07” 10:43 h Tainha
Iguape Anzol 24°42'34” 47°32'37” 10:49 h
Iguape Cerco 24°42'37” 47°32'39” 10:50 h 10 Tainha
Iguape Cerco 24°42'44” 47°32'35” 10:54 h 30 Tainha
Iguape Tarrafa 24°42'08” 47°34'35” 11:07 h 3 Tainha
Rocio Iguape Tarrafa 24°44'55” 47°35'17” 11:13 h 2 Tainha
Sorocabinha Caceia 24°45'01” 47°36'42” 11:22 h
Subaúma Puça 24°47'27” 47°39'69” 11:47 h 25 Siri
Ilha Grande Puça(52) 24°47'76” 47°40'44” 11:56 h 1 Siri
Subaúma Puça 24°47'76” 47°40'44” 12:30 h 15 Siri
1 Robalo
Ilha Grande Tarrafa 24°48'46” 47°41'56” 12:20 h
1 Virote
Subaúma Puça(50) 24°49'58” 47°42”58” 12:30 h 19 Siri
Serro Azul Puça(60) 24°49'90” 47°43'32” 12:39 h 15 Siri
Iguape Gerival 24°50'05” 47°43186” 12:43 h 100 Camarão
São Paulo Anzol 24°51'33” 47°45'16” 12:55 h
4 Corvina
São Adriano Anzol 24°52'78” 47°46'36” 13:08 h
3 Robalo
São Paulo Anzol 24°52'84” 47°47'14” 13:16 h 50 Diversos
Subaúma Anzol 24°53'11” 47°47'78” 13:22 h 30 Pescadinha
São Paulo Anzol 24°54'14” 47°48'37” 13:45 h 2 Robalo
Subaúma Gerival 24°54'38” 47°48'15” 13:49 h 100 Camarão
Subaúma Gerival 24°54”43' 47°48'18” 13:51 h 50 Camarão
S. P. Bagre Gerival 24°57'53” 47°51'43” 14:19 h 15 Camarão
S. P. Bagre Gerival 24°57'54” 47°51'44” 14:21 h 3 Camarão
S. P. Bagre Gerival 24°57'50” 47°52'95” 14:34 h 20 Camarão
S. P. Bagre Gerival 24°57'56” 47°53'07” 14:37 h 0
Acaraú Anzol 24°59'27” 47°54'05 15:40 h 2 Baiacu
Bagre (4)
Campinas Anzol 25°01'25” 47°55'26” 15:55 h
Zolhuda (1)
Osasco Anzol 25°01'28” 47°54'95” 16:00 h Pescada(1)
S. B. Oeste Anzol 25°01'34” 47°54'89” 16:42 h 0
– 19 –
Tabela 2.4 Abordagem pesqueira, 16/9/1999, Boqueirão Norte-Boqueirão Sul. Peso obtido do pescador,
puçá (número de garrafas de puçá).
Vivoca (5)
Iguape Caceia 24°42'32” 47°32'41” 16:02 h
Salteira (1)
Corvina;
Iguape Caceia 24°41'98” 47°29'24” 16:25 h 10
Bagre.
Tainha;
Iguape Caceia 24°41'71” 47°28'54” 16:30 h
Bagre.
Corvina;
Iguape Caceia 24°41'55” 47°27'34” 16:38 h 20 Tainha;
Pescada.
Espada,
Icapara Caceia 24°41'34” 47°26'98” 16:55 h 10 Sardinha,
Corvina
– 20 –
Tabela 2.5 Abordagem pesqueira, 17/9/1999, Boqueirão Norte-Boqueirão Sul. Peso obtido do pescador, puçá
(número de garrafas de puçá).
Latitude Abordagem Profundidade/ Pesado
Residência Aparelho Longitude (W) Peso/kg
(S) (hora) m (nome local)
Pescada,
Turista, SP Anzol 24°55'54” 47°50'26” 12:00 h 31,2 5
Enchova
Bagre,
Pescada,
Turista, Cagati Anzol 24°57'65” 47°53'55” 12:15 h 38,3 6
Perna-de-
moça
Robalo,
Turista, SP Anzol 25°00'56” 47°54'47” 12:28 h 12,5 3 Imbetara,
Baiacu
Corvina (1),
Rocio/Iguape Caceia 24°42'38” 47°32'42” 16:21 h 41,1 3
Bagre (2)
Corvina
Iguape Caceia 24°42'20” 47°32'09” 16:24 h 60 10
Bagre
Vivoca
Icapara Cerco 24°42'05” 47°28'27” 16:42 h 12,3
Robalo
Saltera
Iguape Caceia 24°42'07” 47°28'03” 16:47 h 8,2 3
Robalo
Pescada (3)
Icapara Caceia 24°41'21” 47°26'90” 16:57 h 9,3 4
Espada (2)
Icapara Espera 24°40'26” 47°25'99” 17:06 h 20,7
– 21 –
Tabela 2.6 Abordagem pesqueira, 23/11/1999, Boqueirão Norte-Boqueirão Sul.
Peso obtido do pescador, puçá (número de garrafas de puçá).
Bagre
Turista, SP linha/anzol (4) 24°49'18” 47°42'15” 11:34 h 13,5
Pescada
– 22 –
Tabela 2.7 Abordagem pesqueira, 24/11/1999, Boqueirão Norte-Boqueirão Sul.
Peso obtido do pescador, puçá (número de garrafas de puçá).
Longitude Abordagem Pescado obtido
Residência Aparelho Latitude (S) Peso/kg Prof/m
(W) (hora) (nome local)
Vila
Corrico 24°42'85” 47°32'71” 08:31 h 7 10,5 Manjuba
Garcez/Iguape
Ilha Grande Gerival (1) 24°51'24” 47°45'15” 10:48 h 300 11,6 Camarão
Ilha Grande Gerival (1) 24°51'11” 47°45'23” 10:46 h 500 12,7 Camarão
Turista, Pariquê Linha/anzol (2) 24°53'69” 47°50'80” 11:43 h 0,5 9,8 Parati (2)
Bagre
Porto Cubatão Linha/anzol (3) 24°57'90” 47°55'19” 12:25 h 22,6
Enchova
– 23 –
Tabela 2.8 Abordagem pesqueira, 8/1/2000, Boqueirão Norte-Boqueirão Sul.
Peso obtido do pescador, puçá (número de garrafas de puçá).
Pescado
Abordagem
Residência Aparelho Latitude Longitude Peso/kg Prof/m obtido
(hora)
(nome local)
Ilha Grande Gerival (2) 24°48'49” 47°40'76” 15:37 h 0,5 18,7 Camarão
Pescada (1)
Pr. Castelo Anzol 24°49'10” 47°41'96” 15:48 h 0,2 12,7
Bagre (2)
Pescada
Turista, SP Anzol 24°51'13” 47°45'09” 16:14 h 4 8,7
Robalo
– 24 –
Tabela 2.9 Abordagem pesqueira, 9/1/2000, Boqueirão Norte-Boqueirão Sul.
Peso obtido do pescador, puçá (número de garrafas de puçá).
Pescado
Longitude Abordagem
Residência Aparelho Latitude (S) Peso/Kg Prof/m obtido
(W) (hora)
(nome local)
Paru
Turista, Registro Anzol 25°03'22” 47°55'04” 09:56 h 11 11,3
Bagre
Bagre
Turista, Sorocaba Anzol 25°03'13” 47°55'32” 10:02 h 8 16
Perna-de-moça
Corvina
Turista, Registro Anzol 24°57'75” 47°53'88” 11:10 h 1,25 36
Pescada
Xareu,
Turista, SP Anzol 24°56'30” 47°51'56” 11:53 h 8
Manjuba
Pescada,
Turista Anzol 24°49'23” 47°42'13” 13:13 h 2 15,3
Manjuba
Pescada,
Iguape Anzol 24°45'94” 47°38'22” 13:40 h 4 6,3
Robalo
Pescada 4kg
Turista, SP Anzol 24°40'37” 47°25'51” 16:25 h 5 36,5
Robalo1Kg
– 25 –
CAPÍTULO 3
N ossos estudos foram realizados na Praia do Perequê (Guarujá, Ilha de Santo Amaro) e em
Bertioga. Muitas foram as pesquisas realizadas nessa região, tanto teses quanto para publica-
ções,1 como Lopes (2008), Gianelli (2007), Lopes et al. (2009). Há ainda relatórios de pesquisa
de projetos coordenados por um dos autores, AB [Etnoecologia no mar e na terra (temático
01/05263-2)], que incluem dados coletados por Santos em Bertioga (2003, bolsa TT-3),2 bem
como dados oriundos de auxilio FAEP 1143-05 /UNICAMP para marcação de pontos de pesca
de robalo. Projetos posteriores (2008) também incluíram marcação de pesqueiros em Bertioga
sobre enchova, garoupa, robalo e vermelhos, em que pesqueiros como Alcatrazes, Ilhabela e
Montão de Trigo foram citados por pescadores e também observados em amostras sistemáticas
de desembarque pesqueiro3 [Tabela 3.1, projetos Fapesp 06/50435-0, famílias Centropomidae
(robalos), Pomatomidae (enchovas) e Serranidae (garoupas) e Fapesp (2007/58700-7, sobre
Lutjanidae (vermelhos)]. Por intermédio desse último projeto, há ainda a pesquisa de Andreoli
(2008), TCC/PUC Campinas, sobre etnoecologia de Lutjanidae.4 Publicações como Begossi
(2008), Begossi e Silvano (2008), Silvano et al.(2006) e Silvano e Begossi (2010) incluem resul-
tados parciais desses projetos.5
Na P raia do P
Praia erequê
Perequê
erequê, Guarujá, Francisco (2007:13), como também Lopes (2008) e Lopes
et al. (2009) descrevem que, dentre 200 pescadores artesanais (estimados na Colônia de Pesca-
dores Z-23), 51 pescadores foram entrevistados (25% dos pescadores locais). Há pescadores de
1. Francisco, A.S. (2007). Etnoictiologia dos pescadores da Praia do Perequê, Guarujá, São Paulo. Tese de Mestrado,
PG Ecologia, UNICAMP, Campinas. A.S.(2007); Lopes (2008). Modelos ecológicos e processos de decisão em
pescadores artesanais de Guarujá, SP. Tese de Doutorado, UNICAMP, Campinas , SP. Lopes, P.F., Francisco, A.G.,
Begossi, A. (2009). Artisanal commercial fisheries at the southern coast of São Paulo State, Brazil: ecological,
social and economic activities. Interciência 34(8): 536-542.
2. Santos, F.B. (2005). Relatório de bolsa TT-3 (03/06322-8), projeto temático (01/05263-3), FAPESP.
3. Ver estudo sobre Lutjanidae em Begossi, A. Salivonchyk, S.V., Araujo, L.G., Andreoli, T.B., Clauzet, Martinelli,
C.M., Ferreira, A.G.L., Oliveira, L.E.C., Silvano, R.A.M. (2011). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 7:
11., www.ethnobiomed.com/content/7/1/11.
4. Andreoli, T.B. Etnoecologia de vermelhos em comunidade de pescadores de Bertioga. PUC/Campinas, FAPESP
(projeto 07/58700-7).
5. Begossi (2008). Environment, Development and Sustainability, 10: 591-563. Begossi e Silvano (2008). Journal
of Ethnobiology and Ethnomedicine 4: 20, www.ethnobiomed.com/content/4/1/20. Silvano et al. (2006).
Environmental Biology of Fishes, 76: 371-386. Silvano e Begossi (2010). Hydrobiologia 637: 3-18.
– 27 –
peixes e de camarão, e as principais espécies capturadas são pescada (Cynoscion jamaiscensis,
22%), corvina (Micropogonias furnieri, 18%), sororoca, tainha e cação (Scomberomorus
brasiliensis, Mugil platanus e Carcharhinus spp., 15% cada, respectivamente) e, ainda, camarão
sete barbas (Xiphopenaeus kroyeri) (15%). Os pescadores de camarão capturam o camarão
sete-barbas (X. kroyeri, 63%) e o camarão-branco (Penaeus schimitti, 37%). Arrasto (cama-
rão), linha e anzol e redes são utilizados (Figura 3A) (Lopes, 2008; Lopes et al., 2009).
– 28 –
2% 1%
5%
79%
Figura 3B Percentagem de capturas da pesca artesanal em Bertioga (dezembro de 2003 e junho de 2004, n = 169
desembarques). Camarão (shrimp).
80
70
60
Nº. de viagens
50
40
30
20
10
0
2-3:59 8-9:59 10-11:59 12-13:59 14:15:59 16-17:59
– 29 –
100
90
80
70
Número de citações
60
50
40
30
20
10
0
ga
o
ga
ol
ina
ig
o
qu
rtio
far
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Tr
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tar
re
as
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Be
de
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ad
Pr
on
rra
Sa
Sã
ad
aM
Ba
se
Ilh
En
Figura 3D Pesqueiros usados em Bertioga (amostras de desembarque em dezembro de 2003 e junho de 2004),
utilizados especialmente na pesca de camarão (92% da captura, n = 169 desembarques,
22.582 kg, rede de arrasto artesanal).
– 30 –
Tabela 3.1 Pesqueiros marcados através de GPS em Bertioga em março de 2004, com auxílio do
Sr. Moreira (48 anos, pescador há 30 anos, há 20 anos em Bertioga).
Latitude (S) Longitude (W) Pesqueiro Pescado citado
o o
23 54’06" 46 11’54" Marina Nacional 2 Robalo, bagre, corvina, michola
23o53’87" 46o11’68" Rio Tapaiau Robalo
o o
23 53’68" 46 11’45" Marina Nacional 1 Robalo
o o
23 53’59" 46 11’33" Tropical Mero, robalo, corvina, pescada, bagre
23o53’48" 46o11’28" Ponto do Caruara Corvina, robalo, camarao de tarrafa
o o
23 53’43" 46 11’17" Caruara Robalo
23o53’48" 46o11’05" Restaurante do Joca Criacao de robalo
o o
23 53’44" 46 10’86" Joca Camarao de tarrafa
o o
23 53’32" 46 10’54" Tapioca Camarao de tarrafa, corvina cara preta
o o Espada, corvina, bagre, betara, pescadinha
23 53’11" 46 10’27" Tapioca
amarela
23o52’96" 46o10’19" Tapioca Camarao de gerival
o
23 52’92" 46o10’11" Porto do Chinês Camarao de gerival e tarrafa
o o
23 52’78" 46 10’04" Canal de Bertioga Camarao de gerival e tarrafa
o o
23 52’57" 46 09’84" Camarao de gerival e tarrafa
o o Porto de Areia do
23 52’57" 46 09’83" Corvina, espada, prejereba, bagre, betara, robalo
Cardoso
23o52’09" 46o09’40" Nacionais Corvina, espada, robalo, betara, bagre
o
23 51’86" 46o09’34" Corvina
2a. Entrada do Rio
23o51’50" 46o09’33" Corvina, espada, robalo, bagre, betara
Tapaiu
o o
23 51’16" 46 09’30" Robalo
o o
23 50’91" 46 09’15" Robalo
o o
23 50’67" 46 08’69" Canal da Prefeitura Robalo
23o50’53" 46o08’59" Bagre, corvina
o o
23 50’50" 46 08’76" Robalo
23o50’32" 46o09’05" Robalo
o o
23 50’00" 46 09’07" Multipesca de Bertioga Tainha, bagre, robalo
o o
23 59’11" 46 09’21" Usina Tainha, robalo, pescadaamarela
23o51’63" 46o09’00" Marina Porto do Sol Robalo
o o
23 51’60" 46 08’72" Balsa Robalo
23o51’62" 46o08’73" Posto de Ostra Robalo, corvina, bagre, camarao de tarrafa
o o
23 51’36" 46 07’60" Farol da Baía de Bertioga Corvina, prejereba, espada, bagre, betara
o o
23 51’69" 46 07’39" Ponta de Bertioga Reta 1 de camarao ate ponto 45
23o52’83" 46o07’74" Guará
Garoupa, sargo, cherne, corcoroca, vermelho,
23o53’00" 46o07’79"
enchova
23o52’98" 46o07’76" Reta 2 de camarão
Até Ponta do indaiá
23o50’46" 46o04’25"
(vista linda)
Até Ponta do Indaiá (vista
23o50’46" 46o04’25" Reta 3 de camarão
linda)
o o
23 51’69" 46 07’39" Do ponto 48 até Boca de Barro
– 31 –
Figura 3E Pesqueiros importantes nas regiões de Bertioga-Guarujá. Camarão (shrimp), tainha (mullet).
Reta (trajeto seguido na pesca do camarão). “Fishing point” here is “fishing spot” (pontos
pontos de pesca
pesca).
Reta, line (trajeto seguido na pesca do camarão, shrimp fishing path).
– 32 –
46°15’W 46° 45° 45’
Atlantic
BERTIOGA
Ocean
PEREQUÊ
SANTOS
GUARUJÁ
24°
N
0 6 12 18Km
Figura 3F Pontos de pesca de robalo na região de Bertioga, marcados em novembro de 2004 e fevereiro de 2005.
Contribuição de Sr. Pereira, Indaiá, Bertioga, novembro de 2003 (triângulos), do Sr. Santos (31 anos,
Guarujá, pesca há 23 anos) e do Sr. Moreira (48 anos, pesca há 20 anos). Robalo (snook).
Tabela 3.2 Pesqueiros para a pesca, em especial de garoupa, badejo e enchova, marcados através de GPS em
Bertioga com a ajuda do Sr. Jorge (47 anos, pescador há 25 anos).
– 33 –
Tabela 3.3 Pesqueiros para a pesca do robalo, marcados através de GPS em Bertioga em fevereiro de 2005,
com a ajuda do Sr. Rosário (68 anos, pescador há 55 anos).
– 34 –
Figura 3G Barcos de pesca de arrasto e ponto de desembarque em Bertioga.
– 35 –
CAPÍTULO
APÍTULO 4
ILHA BEL
ELAA, ILHAS DOS BÚZIOS E DA VITÓRIA E
SÃO SEBASTIÃO (BAIRRO DE SÃO FRANCISCO), SP
N este capítulo, grande parte dos dados foram obtidos através do projeto temático (“Biota”)
FAPESP “Etnoecologia na Terra e no Mar” (01/05263-2, período 2003-2007) e projeto FAPESP
“Etnobiologia de peixes costeiros: Centropomidae, Pomatomidae e Serranidae” (06/50435-0,
período 2006-2007).
Em nossas pesquisas, a região de Ilhabela (Ilha de São Sebastião e outras ilhas) incluiu
estudos na Vila (Ilhabela), Jabaquara, Serraria, Castelhanos e Bonete, nas Ilhas dos Búzios e da
Vitória e, ainda, no Bairro de São Francisco, em São Sebastião, SP. Duas teses, uma de mestrado
(Batistoni e Silva, 2006) e outra de doutorado (Ramires, 2008)2, propiciaram resultados sobre
uso de recursos, pesca e hábitos alimentares das populações de caiçaras e pescadores artesanais.
ILHABEL
LHABELAA
Ramires (2008) e Ramires et al. (2012) estudaram a pesca na Praia do Jabaquara, Praia da
Serraria, Praia da Fome e Praia do Bonete, incluindo pesquisas sobre técnicas , métodos, estra-
tégias, bem como sobre os equipamentos de pesca utilizados localmente, locais de
comercialização do pescado e recursos pesqueiros explorados. No Jabaquara foram encontra-
das 5 famílias (6 pescadores entrevistados), na Praia da Fome, 8 famílias (10 pescadores), na
Serraria, 16 famílias (20 pescadores) e no Bonete, 70 famílias (18 pescadores). Essas comunida-
des se dedicam à pesca, com exceção do Bonete, onde a atividade turística é mais presente ou
mais intensa.
Os principais pesqueiros citados por pescadores nas entrevistas (citados por mais de 20%
pescadores) são: em Jabaquara
Jabaquara: Aguada, Jabaquara, Pacuíba, Poço e Ponta das Furnas; na
Fome
ome: Fome, Castelhanos, Jabaquara, Poço e Saco da banana; na Serraria
Serraria: Castelhanos, Ilhota
da Serraria, Pirabura, Serraria, Poço e Jabaquara; e no Bonete
Bonete: Toca e Farol do Boi.
As informações obtidas ao marcar os principais pesqueiros com GPS encontram-se nas
Tabelas 4.1 a 4.7 e nas Figuras 4A-B.
1. Batistoni e Silva, M. (2006). Consumo alimentar na comunidade Caiçara da praia do Bonete, Ilhabela, São
Paulo. Tese de Mestrado, PG Ecologia UNICAMP, Campinas, SP.
2. Ramires (2008). Etnoictiologia, dieta e tabus alimentares dos pescadores artesanais de Ilhabela. Ramires, M;
Clauzet, M., Rotundo, M.M. e Begossi, A. (2012). Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo 38(3): 231-246.
– 37 –
Tabela 4.1 Pesqueiros de Jabaquara marcados através de GPS em dezembro de 2003,
com a ajuda do Sr. Costa (57 anos, pescador em Jabaquara há 27 anos, nascido na Ilha da Vitória).
– 38 –
Tabela 4.2 Pesqueiros de Ilhabela (vila) marcados através de GPS em dezembro de 2003,
com a ajuda do Sr. Rafael (62 anos, nascido em Ilhabela e pescador há 30 anos).
– 39 –
45°30' 45°15'
Caraguatatuba 6 Tamanduá I.
5
4
Atlantic
3
Ocean
23°45' 1
Ilhabela
São
Sebastião 2
2
Toque-toque I. São Sebastião I. Castelhanos Bay
N
0 3 6 9 12 15 Km
Legend
Bonete, Ilhabela (S. Sebastião I.)
Castelhanos, Ilhabela (S. Sebastião I.)
Serraria, Ilhabela (S. Sebastião I.)
Bairro S. Francisco, S. Sebastião (coast)
Vila, Ilhabela (S. Sebastião I.)
Lines (Shrimp) Fence Lines
1 Line 01 4 Line 04 1 Line 01
2 Line 02 5 Line 05 2 Line 02
3 Line 03 6 Line 06 3 Line 03
Figura 4A Pesqueiros das comunidades de Ilhabela, Jabaquara, Castelhanos, Bonete e de São Sebastião
(Bairro de São Francisco). Nessa figura podemos ainda observar os trajetos
realizados na pesca do camarão (Line = linha, trajeto realizado).
– 40 –
45° 30’ 45° 20’ 45° 10’
Caraguatatuba
Tamanduá I.
22° 40’
Atlantic
Ocean
Ilhabela
São
Sebastião
22° 50’
Búzios I.
Castelhanos Bay
Toque-toque I.
São Sebastião I.
23°
Legend
N
Castelhanos, Ilhabela (S. Sebastião I.)
Bonete, Ilhabela (S. Sebastião I.)
Serraria, Ilhabela (S. Sebastião I.)
0 3 6 9 12 15 Km Vila, Ilhabela (S. Sebastião I.)
Bairro S. Francisco,S. Sebastião (coast)
Figura 4B Pesqueiros das comunidades de Ilhabela, Jabaquara, Castelhanos, Bonete e de São Sebastião
(Bairro de São Francisco). Observe-se que os pesqueiros estão próximos de cada comunidade.
– 41 –
Figura 4C Ilhabela, vila (píer), ponto de desembarque pesqueiro.
– 42 –
Tabela 4.3 Pesqueiros de Serraria (Ilhabela) marcados através de GPS em dezembro de 2003, com a ajuda do Sr.
Almerindo (50 anos, nascido em Serraria e pescador há 20 anos; morador da Ilha dos Búzios por alguns anos).
6. Batistoni e Silva, M. (2006). Consumo alimentar na comunidade Caiçara da praia do Bonete, Ilhabela, São
Paulo. Tese de Mestrado, PG Ecologia UNICAMP, Campinas, SP.
– 43 –
Tabela 4.4 Pesqueiros de Castelhanos (Ilhabela) marcados através de GPS em fevereiro de 2004, com a ajuda do Sr.
Moraes (37 anos, nascido em Castelhanos e pescador há 22 anos), e os pescados citados.
– 44 –
Tabela 4.5 Pesqueiros do Bonete (Ilhabela) marcados através de GPS em fevereiro de 2004 com a
ajuda do Sr. De Souza, 47 anos, nascido no Bonete, que pesca desde os 7 anos de idade.
– 45 –
Nos pesqueiros citados no Bonete, na Tabela 4.5, os pescados mencionados como obtidos
nessas áreas incluem a lula, os peixes bonito, cavala e sororoca (Scombridae), garoupa, badejo,
galo (Selenne spp.),7 xerelete, frade, bicuda, pesca, sargo, salema, piragica (Kyphosus spp.),
marimbá, pescada (Macrodon spp., Cynoscion virescens, Nebris microps, Isopisthus parvipinnis),
sargo (Anisotremos surinamensis), tiriuna (Abudefduf saxatilis), dentre outros. Esses pesqueiros
também podem ser observados nas Figuras 4A-B. Como nas outras comunidades, esses pesquei-
ros estão próximos à comunidade estudada, ou seja, os pescadores realizam as atividades de
pesca em pesqueiros próximos à sua comunidade.
– 46 –
Figura 4E Ilha dos Búzios. Não há praias nas Ilhas dos Búzios e da Vitória. Pesqueiros na Ilha dos
Búzios foram marcados considerando a distância em minutos (1987) e depois através de GPS (1998).10
A Ilha da Vitória foi ainda visitada em 11 de novembro de 1992, quando foram entrevista-
dos (por AB) 10 homens e 3 mulheres sobre atividades de pesca e dieta, dentre outras. Pode ser
confirmado o parentesco dos habitantes da Ilha da Vitória e da Ilha dos Búzios: filhos e sobri-
nhos foram parentescos muito citados. Havia 13 casas, uma igreja e um porto (de desembar-
que, parecido com o da Ilha dos Búzios, entretanto, apresentando uma subida bem mais íngre-
me e difícil).
O mercado para venda de peixes era principalmente a Ilhabela (Vila). As entrevistas reali-
zadas nessa data na Ilha da Vitória mostram a similaridade do pescado-alvo e do consumido
nas Ilhas dos Búzios e da Vitória (são ambientes similares, com costões rochosos e lajes).
Trata-se de enchova (Pomatomus saltatrix) e garoupa (Epinephelus marginatus), dentre ou-
tras. Entretanto, olhete e olho-de-boi (Seriola spp.) foram citados como comuns, como ocor-
reu também na Ilha dos Búzios. Os peixes mais citados na entrevistas como comuns na pesca
da Ilha da Vitória foram enchova (5 entrevistados), garoupa (3) e olhete (3); como mais
consumidos foram garoupa (9) e enchova (8); como mais apreciados
apreciados, garoupa (5) e encho-
va (3); e como tabu alimentar (“peixe carregado”), o bonito (11), como já demonstram publi-
cações sobre o assunto.11
– 47 –
45° 01’ 500 W
23° 45’ S
Vitória
Island
Atlantic
Ocean
Legend (fish)
Garoupa Miracelo Enchova
Cherne Badejo
Figura 4F Pesqueiros usados na Ilha da Vitória, SP. Garoupa (dusky grouper, Epinephelus marginatus),
miracelo (comb grouper, Mycteroperca acutirostris), enchova (bluefish, Pomatomus saltatrix), cherne
(Epinephelus niveatus, Hyporthodus niveatus, snowy grouper).12
12. Veja www.fishbase.org para a atualização citada (Froese, R. and D. Pauly. Editors. 2013. Fish Base, version (02/2013).
– 48 –
Tabela 4.6 Pesqueiros da Ilha da Vitória, marcados através de GPS em fevereiro de 2005 com a ajuda do
Sr. Costa (63 anos, pescador há 58 anos, nascido e residente na Ilha da Vitória.
Os pesqueiros da Tabela 4.6 e da Figura 4G são usados na Ilha da Vitória para enchova,
garoupa, badejo, miracelo e cherne. Nesse caso, a marcação de pesqueiros fez parte de projeto
que incluía as famílias Serranidae e Pomatomidae, ficando então a pesquisa sobre as áreas de
pesca direcionada a garoupas, badejos e enchovas, respectivamente.
– 49 –
O BAIRRO DE SÃO FRANCISCO
O Bairr o de São F
Bairro rancisco
Francisco
rancisco, São Sebastião, apresenta importante ligação com algumas
ilhas, como com a Ilha dos Búzios. Alguns moradores vêm da Ilha dos Búzios (pescadores) e
moram no Bairro de São Francisco; há ainda pescadores da Ilha dos Búzios que desembarcam
o pescado e o vendem nas peixarias do Bairro de São Francisco. Essas observações foram
realizadas a partir de estudos anteriores, ocorridos em 1985-1986,.13, 14 Há ainda relação de
compadrio, parentesco e de trabalho entre os pescadores das Ilhas da Vitória e dos Búzios.15
Os pesqueiros usados no Bairr
Bairro Francisco
o de São F rancisco (Tabela 4.7) incluíram muitas áreas de
pesca de camarão (Figura 4A). Foram citados também os seguintes pescados: espada, imbetara,
enchova, xaréu, corvina, bicuda, sororoca, dentre outros.
Tabela 4.7 Pesqueiros do Bairro de São Francisco (São Sebastião) marcados através de GPS em
fevereiro de 2004, com a ajuda do Sr. Moreira (49 anos, residente há 23 anos no Bairro SF).
[Reta = linhas, percursos da pesca, usados na pesca de camarão.]
13. Begossi, A. (1989). Food diversity and choice, and technology in a Brazilian fishing community (Buzios Island,
São Paulo State). University of California, Davis, USA, UMI#8919534.
14. Camargo, E. e Begossi, A. (2006). Diários de Campo da Ilha dos Búzios. Ed. Hucitec, São Paulo.
15. Begossi, A. 1996.The fishers and buyers from Buzios Island: kin ties and modes of Production. Ciência e Cultura,
48(3): 142-147.
– 50 –
ANEX O 4.1
NEXO
ESPÉCIES: ILHA DOS BÚZIOS16
Nome local Espécie Família
Água-fria Mycteroperca interstitialis Serranidae
Bacalhéu Urophycis brasiliensis Gadidae
Badejo, Badejo -preto Mycteroperca bonaci Serranidae
Bagre Notarius grandicassis Ariidae
Baiacu Sphoeroides spengleri Tetraodontidae
Baquara Sarda sarda Scombridae
Baranda Elops saurus Elopidae
Betara Menticirrhus americanus Sciaenidae
Bicuda Sphyraena guachancho Sphyraenidae
Bonito-banana Auxis rochei Scombridae
Bonito Euthynnus alletteratus Scombridae
Halichoeres poeyi Labridae
Budião
Sparisoma axillare Scaridae
Bodianus rufus Labridae
Budião-batata
Bodianus pulchellus Labridae
Budião-bicho, Budião rabo -
Scarus trispinosus Scaridae
de-flor
Budião-caranha Sparisoma axillare Scaridae
Budião-enxofrado Sparisoma frondosum Scaridae
Budião-fogueira Bodianus pulchellus Labridae
Budião-papagaio Halichoeres dimidiatus Labridae
Budião-verde, Verdugo Halichoeres poeyi Labridae
Cabeça-de-pedra Ctenosciaena gracilicirrhus Sciaenidae
Cação-anjo Squatina sp. Squatinidae
Cação-babaqueiro Rhizoprionondom lalandei Carcharhinidae
Cação-campeba Sphyrna sp. Sphyrnidae
Caçoa Carcharias taurus Odontaspididae
Café-torrado Stegastes leucostictus Pomacentridae
Camburu-marrom Gymnothorax funebris Muraenidae
Camburu-pintado Gymnothorax moringa Muraenidae
Caranha Lutjanus analis Lutjanidae
Lutjanus synagris Lutjanidae
Lutjanus cyanopterus Lutjanidae
Carapau Decapterus punctatus Carangidae
16. Begossi, A. (1989). Food diversity and choice, and technology in a Brazilian fishing community (Buzios Island,
São Paulo State). University of California, Davis, USA, UMI#8919534. Begossi A. e Figueiredo (1995). Bulletin of
Marine Science 56(2): 710-717. Camargo, E. e Begossi, A. (2006). Diários de Campo da Ilha dos Búzios. Ed.
Hucitec, São Paulo.
– 51 –
ANEX O 4.1
NEXO
ESPÉCIES: ILHA DOS BÚZIOS
Nome local Espécie Família
Caratinga Diapterus auratus Gerreidae
Calamus penna Sparidae
Cavala Scomberomorus cav alla Scombridae
Cavalinha Scomber japonicus Scombridae
Cavalinho-do-mar Hippocampus reidi Syngnathidae
Cherne Epinephelus niveatus Serranidae
Cobra-do-mar Conger orbignyanus Congridae
Coió Dactylopterus volitans Dactylopteridae
Cocoroca Haemulon aurolineatum Haemulidae
Cocoroca -sargo Haemulon steindachneri Haemulidae
Corvina Umbrina coroides Sciaenidae
Dourado Coryphaena hippurus Coryphaenidae
Enchova Pomatomus saltattrix Pomatomidae
Espada Trichiurus lepturus Trichiuridae
Frade Pomacanthus paru Pomacanthidae
Galo Selenne setapinnis Carangidae
Garoupa Epinephelus marginatus Serranidae
Garoupa-são-tomé Epinephelus morio Serranidae
Goete-araújo Cynoscion guatucupa Sciaenidae
Goete-branco Cynoscion jamaicensis Sciaenidae
Apogonidae
Gordinho Apogon pseudomaculatus
Apogonidae
Guaivira Oligoplites saliens Carangidae
Imboré Labrisomus sp. Labrisomidae
Jaguariçá Holocentrus ascensionis Holocentridae
Lagarto-do-mar Raneya brasiliensis Ophidiidae
Synodus intermedius Synodontidae
Linguado-tapa Cyclopsetta fimbriata Paralichthyidae
Syacium micrurum Paralichthyidae
Machadinha Pempheris schomburgki Pempherididae
Mamangaba Pontinus rathbuni Scorpaenidae
Engraulidae
Manjuba boca -de-rato Anchoa lyolepis
Engraulidae
Maria-luiza Ctenosciaena gracilicirrhus Sciaenidae
Marimbá Diplodus argenteus Sparidae
Michola Caulolatilus chrysops Branchiostegidae
Micholi Diplectrum formosum Serranidae
– 52 –
ANEX O 4.1
NEXO
ESPÉCIES: ILHA DOS BÚZIOS
Nome local Espécie Família
Miracelo Mycterorpeca acutirostris Serranidae
Namorado Paranthias furcifer Serranidae
Olhete Seriola lalandi Carangidae
Olho-de-boi Seriola dumerili Carangidae
Olho-de-cão Priacanthus arenatus Priacanthidae
Palombeta Chloroscombrus chrysurus Carangidae
Pampo Trachinotus carolinus Carangidae
Panaguaiú Hemiramphus balao Hemiramphidae
Parati Mugil curema Mugilidae
Pargo Calamus penna Sparidae
Pargo-vermelho Pagrus pagrus Sparidae
Paru Chaetodipterus faber Ephippidae
Peixe-morcego Ogcocephalus vespertilio Ogcocephalidae
Peixe-porco Aluterus monoceros Monacanthidae
Stephanolepis hispidus Monacanthidae
Pejereba Lobotes surinamensis Lobotidae
Pescada-banana Nebris microps Sciaenidae
Pescada-cambucu Cynoscion virescens Sciaenidae
Pescada-pã, comum Macrodon ancylodon Sciaenidae
Piragica Kyphosus incisor Kyphosidae
Pracumandá Pseudocaranx dentex Carangidae
Raia-emplasto Atlantoraja cyclophora Rajidae
Raia-sapo Myliobatis sp. Myliobatidae
Raia-prego Dasyatis sp. Dasyatidae
Roncador Umbrina coroides Sciaenidae
Sabão Urapis secunda Carangidae
Sabonete Pseudupeneus maculatus Mullidae
Salema Anisotremus virginicus Haemulidae
Sardinha Sardinella brasiliensis Clupeidae
Sargo Anisotremus surinamensis Haemulidae
Savelha Harengula clupeola Clupeidae
Sororoca Scomberomorus brasiliensis Scombridae
Tainha Mugil platanus Mugilidae
Timbali Fistularia petimba Fistularidae
Tinhuna Abudefduf saxatilis Pomacentridae
Tinhuna-frade Chaetodon striatus Chaetodontidae
– 53 –
ANEX O 4.1
NEXO
ESPÉCIES: ILHA DOS BÚZIOS
Nome local Espécie Família
Trilha Upeneus parvus Mullidae
Tortinha Cynoscion jamaicensis Sciaenidae
Vermelho -xioba Lutjanus synagris Lutjanidae
Voador Hirundichthys sp eculiger Exocoetidae
Xarelete Caranx crysos Carangidae
Xaréu Caranx latus Carangidae
Xaréu-bandeira, penacho Alectis ciliaris Carangidae
Xioba Rhomboplites aurorubens Lutjanidae
Xixarro Decapterus punctatus Carangidae
Xixarro-olhudo Selar crumenophthalmus Carangidae
– 54 –
CAPÍTULO 5
UBATUBA: ALMAD
BATUBA A, PURUBA
LMADA E PICINGUABA
ICINGUABA
Figura 5A Vista da região de Ubatuba, onde ficam a Ponta do Almada, Puruba e Picinguaba.
1. BEGOSSI, A. (1995). Human Ecology 23(3): 387-403. Begossi, A (1998). Fisheries Research 34: 269-278. Begossi
(2006). Ecology and Society [online]. URL: http://www.ecologyandsociety.org/vol11/iss1/art5/
– 55 –
Em nossas visitas à Praia do Puruba
uruba, encontramos cerca de 14 familias;2 em Picinguaba,
cerca de 70; e na Ponta do Almada,
Almada cerca de 31 famílias. Outros estudos nessas áreas foram
realizados por Lopes (2004) e Lopes e Begossi (2006) no Puruba3 e por Hanazaki et. al. (1996,
2000)4 na Ponta do Almada, dentre outros. Os dados sobre consumo de peixes na Praia do
Puruba mostram a importância da tainha (Mugil platanus), bagre (Genidens genidens) e espada
(Trichiurus lepturus), como ainda dos peixes carangídeos (xereletes) e lutjanideos (vermelhos),
dentre outros. Das 21 espécies capturadas, 92% do peso total em quilograma desembarcado
em 1992/93 foi constituído por Centropomus spp., Mugil curema e representantes da família
Ariidae. Já em 2002/03 predominaram Lutjanus griseus, Mugil curema, M. platanus e, tam-
bém, Centropomus spp. (Lopes, 2004; Lopes e Begossi, 2004).
Na Ponta do Almada, 76% dos moradores se dedicavam à pesca (Hanazaki et al., 2000,
pesquisa de campo 1994-1995). Na Enseada do Mar V irado
irado, Clauzet (2009)5 entrevistou 19
Virado
pescadores em 2004 e 2006. A maioria deles utilizava redes de espera (74%) ou linha e anzol
(37%), em pesqueiros como Ilhotes (da Maranduba, da Ponta, de Dentro) ou Pontas (Oeste,
do Bonete, Sururu, do Cedro e da Fortaleza, dentre outros) (Clauzet 2009: 37-40). Linha e
redes de espera predominam na pesca artesanal dessas comunidades, bem como canoas a remo
ou movidas a motores de popa.
Picinguaba foi um caso um pouco particular: em Picinguaba, onde dados sobre a pesca
artesanal foram coletados em 1992/3 e também em 2003, sempre houve grande percentagem
de casas de veraneio. Essa comunidade, em especial, sofreu as pressões do turismo e também
das restrições impostas pelas agências ambientais (Begossi, 1995). Aqui mostramos pesqueiros
importantes usados por essas comunidades, por meio das Tabelas 5.1, 5.2 e 5.3 e das Figuras 5B
e 5D. Na Tabela 5.4 encontram-se também informações sobre a produção pesqueira em
Picinguaba, principalmente oriunda do cerco flutuante.6 Na Tabela 5.5 é apresentado o pesca-
do coletado nesses projetos (AB), cuja identificação foi revisada por J. L. Figueiredo e R. Caires
(MZUSP).
De novembro de 1992 a julho de 1993, amostramos a pesca que ocorria principalmente
nas visitas ao cerco flutuante de Picinguaba. Foram 279 viagens de pesca amostradas, com
informações sobre pescado e quilograma obtido. O acompanhamento do desembarque foi
realizado por uma semana por mês (quando o pescado obtido foi pesado) pelo pescador de
Picinguaba (auxiliar de campo), Sr. Rubeci, que nos ajudou no projeto de pesquisa. Os peixes
predominantes nesses desembarques foram: carapau (5882 kg), espada (4628 kg), savelha
(3838 kg), corvina (3786 kg), sororoca (3202 kg) e cação (2831 kg), dentre 32 espécies de
pescado (Tabela 5.4). As viagens de pesca incluíram as tecnologias: cerco (212 viagens), rede de
espera (47) e linha e anzol (17). Os pontos de pesca visitados foram “Picinguaba” (cerco) (225
viagens), Ilha das Couves (23), Ilha Comprida (11), Ilha da Vitória (8), Camburi (4), Ponta de
Trindade (4), Ponta Negra (3), Ilha da Rapada (2), Moela (1) e Joatinga (1) (Tabela 5.4).
2. Begossi, A., Hanazaki, N. e Tamashiro, J.Y. (2002). Human Ecology 30(3): 281-299.
3. Lopes (2004). Ecologia caiçara: pesca e uso de recursos na comunidade da Praia do Puruba.
4. Tese de Mestrado, UNICAMP, Campinas, Brazil. Lopes e Begossi (2006). Ecology and Society 11(2): 38 [online].
URL: http://www.ecologyandsociety.org/vol11/iss2/art38/.
5. Hanazaki, N, Leitão-Filho, H.F. and Begossi, A. (1996). (2000). Interciencia 21: 268–276. Biodiversity and
Conservation 9: 597-615.
6. Clauzet, M. (2009). Etnoecologia e uso de recursos naturais por pescadores artesanais costeiros do Brasil. Tese
de Doutorado, UNICAMP, Campinas, SP.
– 56 –
Tabela 5.1 Pesqueiros marcados na Ponta do Almada em abril de 2004, com a contribuição
do pescador Chico (27 anos, pescador desde os 7 anos de idade).
– 57 –
44° 55’
23° 20’
QUIRIRIM Negro I.
1 UBATUMIRIM
2
PURUBA
Redonda I.
Pedra I.
Ubatumirim Bay
Porcos Pequena I.
PONTA DO ALMADA
Prumirim I.
Pesca I.
Pequena I.
Selinha I.
Comprida I.
Comprida I.
Laje Mofina
Carapuça I.
Laje Grande
ATLANTIC OCEAN
Legend
Fishing Spot 1 Line 1 - Shrimp
0 1000 2000 3000 4000m 2
Fishing Area Line 2 - Shrimp
– 58 –
Tabela 5.2 Pesqueiros marcados na Praia do Puruba em 2003 com a ajuda do Sr. Benedito (antigo pescador e nascido
no Puruba). P = no passado; a = atualmente (Mapa em Begossi, 2006).
– 59 –
Tabela 5.3 Pesqueiros marcados em Picinguaba em outubro de 2003, com a ajuda dos pescadores Zico
(34 anos de pesca, nascido em Picinguaba) e Flavio (50 anos, pescador desde os 8 anos, nascido em Picinguaba).
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado Prof (m)
(S) (W)
Vermelho, sargo,
23°23’42" 44°50’32" Parcelsinho da Andorinha 13
garoupa
23°23’60" 44°50’72" Ponta da I. Comprida Garoupa 22
23°23’79" 44°51’07" Parcel do Silvio Garoupa 7
Enchova, vermelho,
23°23’81" 44°51’57" Parcel do Miguel 16
o.-boi
23°25’51" 44°51’85" Parcel do Ilhote Garoupa 28
Garoupa, enchova,
23°25’72" 44°51’47" Laje do Assobio 9
bicuda
23°25’57" 44°51’52" Saco do Assobio Garoupa 28
23°25’27" 44°51’78" Ilhote de Couve Espada 29
23°24’71" 44°51’24" Parcel da Toca da Velha O.-boi, lula 5
Parcel Ponta Que Garoupa, vermelho,
23°24’23" 44°51’24" 14
Arrebenta badejo, mira
Canal-Parcel do
23°24’45" 44°51’07" Enchova 13
Carapuça
23°24’34" 44°51’05" Carapuça Garoupa, enchova 13
23°24’13" 44°50’96" Inferninho Garoupa 15
23°23’79" 44°51’12" Canal do Erbídio Carapau 12
23°23’29" 44°51’28" Canal de Comprida Imbetara, corvina 20
23°23’18" 44°50’76" Saco da Aguada Lula 16
23°23’11" 44°50’69" Cerco do Elias 10
Cerco do Dedeco
23°22’95" 44°50’70" 11
(Toca do Mero)
23°22’23" 44°50’37" Rio da Fazenda Robalo 3
23°22’02" 44°50’70" Praia da Fazenda Corvina, cação viola 8
23°22’56" 44°50’40" Praia do Lanco Parati 3
Outros
23°26’08" 44°52’31" Parcel do Meio Garoupa, enchova 18
Garoupa, enchova,
23°26’86" 44°53’07" Parcel Grande da Rapada 39
parambiju
Parcel Pequeno da Garoupa, enchova,
23°25’81" 44°54’18" 24
Rapada marimba, bonito
23°25’39" 44°53’99" Ponta da Rapada 24
Garoupa, vermelho,
23°24’16" 44°53’76" Lage Grande 21
badejo, enchova
23°26’08" 44°53’31" Parcel do Meio Garoupa, enchova 18
– 60 –
Tabela 5.4 Produção pesqueira em Picinguaba de novembro de 1992 a julho de 1993 (279 viagens de pesca). Amos-
tras mensais (1 semana por mês) coletadas pelo pescador de Picinguaba (auxiliar de campo), Sr. Rubeci, visando a cap-
turas do cerco de Picinguaba. As tecnologias são: cerco (212 viagens), rede de espera (47) e linha e anzol (17).
Pescado kg Pescado kg
Enchova 60 Lula 49
Cação-anjo 79 Marlin 53
Baiacu 5 Olho-de-boi 40
Baquara 80 Palombeta 270
Bicuda 302
Pampo 191
Bonito 824
Parati 150
Cação 2831
Pargo 170
Cação-viola 40
Paru 3
Carapau 5882
Pirajica 326
Caranha 2
Peixe-porco 310
Carapeva 15
Sardinha 400
Cavala 23
Savelha 3838
Corvina 3786
Sororoca 3202
Dourado 464
Vermelho 46
Espada 4628
Xareu 56
Galo 385
Garoupa 231
– 61 –
44°55’ 44°50’
23°20’
Quiririm
Ubatumirim
Puruba
Redonda I. Pedra I.
Ubatumirim Bay
Picinguaba Bay
Porcos Pequena I.
Pesca I.
Picinguaba
Selinha I.
Comprida I.
23°25’
Couves I.
Rapada I.
N Legend
0 500 1000 2000 3000 4000 m Spots
– 62 –
Tabela 5.5 Coleção de pescados coletada por AB de pescadores do Puruba e de Picinguaba,
Ubatuba, em 1991, 1992 e 1993.
Nome local Espécie Local de pesca
1. Bagre-branco Genidens genidens
2. Bagre-mandi Pimelodella sp. Rio Puruba
3. Bagre-jundiá Rhamdia sp. Rio Puruba
4. Bicuda Sphyraena sp. Cerco Picinguaba
5. Bonito Euthynnus alleteratus
6. Cação-anjo Squatina sp.
7. Cara Geophagus sp. Rio Puruba
8. Cara-bebe Trachinotus goodei
9. Carapeba Diapterus auratus Rio Puruba
10. Carapicu Eucinostomus melanopterus Ilha das Couves
11. Carapicu Eugerres brasilianus Cerco Picinguaba
12. Coió Prionotus punctatus
13. Corcoroca Haemulon steindachneri Ilha das Couves
14. Corcoroca Orthopristis ruber Canal e Cerco Picinguaba
15. Corvina Micropogonias furnieri
16. Corvina Conodon nobilis
17. Enchova Pomatomus saltatrix Praia D'aguada e Cerco Picinguaba
18. Espada Trichiurus lepturus Praia D’Aguada e Cerco Picinguaba
19. Galo Selene setapinnis Praia D’Aguada e Cerco Picinguaba
20. Galo Selene vomer Cerco Picinguaba
21. Goete Cynoscion jamaicensis
22. Imbetara Menticirrhus americanus Canal Picinguaba
23. Languiche Haemulon aurolineatum Ilha das Couves
24. Manjuba Atherinella brasiliensis Mar/Puruba
25. Marimbá Diplodus argenteus Ilha das Couves
26. Olho-de-cão Priacanthus arenatus Cerco Picinguaba
27. Palombeta Chloroscombrus chrysurus Praia D'Aguada
28. Pampo e cara-bebe Trachinotus carolinus Cerco Picinguaba e Rio Puruba
29. Parati Mugil curema Rio Puruba e Ilha das Couves
30. Parati-barbudo Polydactylus oligodon
31. Pargo Calamus penna Ilha das Couves
32. Peixe-agulha Microphis lineatus Rio Quiririm
33. Piragica Kyphosus sectatrix Ilha das Couves e Cerco Picinguaba
34. Piragica Kyphosus incisor
35. Porquinho Balistes capriscus Ilha da Vitória
36. Robalo Centropomus parallelus Puruba
37. Salema Anisotremus virginicus Ilha das Couves
38. Sardinha Opisthonema oglinum Praia D'Aguada e Cerco Picinguaba
39. Sargo Anisotremus surinamensis Ilha das Couves
40. Sororoca Scomberomorus brasiliensis Praia D'Aguada
41. Ubeba Larimus breviceps Cerco Picinguaba
42. Vento-leste Pseudocaranx dentex Ilha das Couves
– 63 –
CAPÍTULO 6
PARATY, RJ
ARATY
– 65 –
As informações referentes aos pesqueiros de comunidades de Paraty (13 comunidades
com pescadores artesanais de Trindade a Tarituba) podem ser consultadas em Begossi, A.; Lopes,
P.F.; Oliveira, L.E.C.; Nakano, H. (2010), Ecologia de Pescadores Artesanais da Baía da Ilha
Grande, RiMa Editora, São Carlos, SP (www.livrariarima.com.br ). Consultar em especial o
Capitulo 5: O manejo da pesca artesanal, por Begossi, A., pp. 179-234, e os mapas em pp. 204-
205. Disponível também no site www.fisheriesandfood.org.
O livro citado reúne ainda informações sobre a pesca artesanal em Ilha Grande, Ilha da
Gipóia e Angra dos Reis, com base em 413 entrevistas realizadas com pescadores artesanais em
janeiro-fevereiro de 2009, a seguir: Paraty, 206 entrevistas; Angra dos Reis, 76 entrevistas; Ilhas
da Gipóia e Grande, 131 entrevistas (total de 413 entrevistas com pescadores artesanais). Entre-
tanto, a título de ilustração, inserimos a Figura 6A, que inclui os principais pesqueiros (os dois
mais citados) das 13 comunidades de pescadores artesanais citadas em Paraty, em 2009.
Outras publicações sobre a região merecem destaque, e estão associadas a dois projetos de
pesquisa, um temático Fapesp (2009/11154-3, período 2010-2014) e o IDRC/UNICAMP/UNIV
MANITOBA (104519-0, período 2009-2014), a seguir:
Begossi, A. (2011). O cerco flutuante e os caiçaras do Litoral Norte de São Paulo, com ênfase na
pesca de Trindade, RJ. Interciência 36(11): 803-807.
Begossi, A.; May, P.H.; Lopes, P.; Oliveira, L.E.C.; Vinha, V.; Silvano, R.A.M. (2011). Compensation
for environmental services from artisanal fisheries in SE Brazil: policy and technical strategies. Ecological
Economics, 71: 25-32.
Begossi, A.; Salyvonchyk, S.; Nora, V.; Lopes, P.F; Silvano, R.A.M. (2012). The Paraty artisanal fishery
(southeastern Brazilian coast): ethnoecology and management of a social-ecological system (SES).
Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine 8, 22. Open-access: http://www.ethnobiomed.com/
content/8/1/22.
Begossi, A.; Salivonchyk, S.V.; Hanazaki, N.; Martins, I.M.; Bueloni, F. (2012). Fishers (Paraty, RJ)
and fish manipulation time: a variable associated to the choice for consumption and sale. Brazilian
Journal of Biology 72(4): 973-975.
Hanazaki, N.; Berkes, F.; Seixas, C.; Peroni, N. (2013). Livelihood diversity, food security, and resililience
among the Caiçara of coastal Brazil. Human Ecology 41: 153-164.
Lopes, P. F. M.; Rosa, E. M.; Salyvonchyk S.V.; Nora, V.; Begossi, A. (2013). Suggestions for fixing
top-down coastal fisheries management through participatory approaches. Marine Policy, 40: 100-
110.
Artigos em www.isee2012.org/anais/pdf (Internationatil Meeting of the Society for
Ecological Economics, jun. 2012, Rio de Janeiro, Brasil) por A. Begossi, M. Clauzet, P.F. Lopes,
P.H. May, L.E.C. Oliveira, S. Pacheco, J. Pezzuti, R.A.M. Silvano, V. Vinha.
Por último, cabe citar o livro, no prelo, RiMa Editora, organizado por A. Begossi e P. F.
Lopes (2013): Comunidades pesqueiras de Paraty: sugestões para manejo (Paraty small-scale
fisheries: suggestions for management)
– 66 –
o o
44 40’ W 44 30’ W
o
23 00’S
São
Gonçalo
Tarituba
I. do I. Araraquara
Cedro
P. Grande
I.do Araújo
o
23 10’S
I.dos Meros
Ponta
Grossa
Parati
Ilha do Algodão
Pouso
Cajaíba
Mamanguá
P.do
Sono Ponta
o
23 20’S Trindade Negra
N
Escala:
W E
0 5 10km
S
Figura 6B Principais pesqueiros, isto é, os dois pesqueiros onde houve maior frequência de
citação por pescadores artesanais, nas entrevistas em Paraty em 2009.
– 67 –
CAPÍTULO 7
1. Ver Begossi, A.; Lopes, P.F.; Oliveira, L.E.C.; Nakano, H. (2010). Ecologia de Pescadores Artesanais da Baía da
Ilha Grande, RiMa, São Carlos, SP, e Begossi, A. (2001). Mapping spots. Regional Environmental Change 2: 1-12.
– 69 –
5. Ilha Grande: Sr. Carlos Pimenta (‘Carlinho Topada’) (Provetá)
6. Ilha dos Búzios: Sr. Anacleto Costa (Porto do Meio) (Capítulo 4, este volume)
7. Ilha Comprida: Sr. José Ferreira da Silva (‘Zé da Estrada’) (Icapara, Iguape) (Capítulo 2, este
volume)
Figura 7B Pesqueiros usados por pescadores da Ilha da Gipóia: 1998. Fish = peixe, squid = lula,
not defined = não definido, community = comunidade.
– 70 –
Tabela 7.1 Pesqueiros da Ilha da Gipóia, Baía da Ilha Grande, marcação em janeiro e
março de 1998 (GI = localizado na Ilha da Gipóia).
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Nunes Rosa GI 23°03’10” 44°20’83”
Saco dos Calheu GI 23°03’46” 44°20’76” Lula, zangarelho
Laje do Cacão GI 23°03’50” 44°20’84” Lula, zangarelho
Praia da Pitangueira e Ponta da Pitangueira GI 23°03’74” 44°20’54” Lula, jaguarica
Costa: garoupa, badejo
Costa do Algodão GI 23°04’16” 44°20’54”
Mar: lula
Saco da Guada GI 23°04’10” 44°20’80” Lula
Laje do Sururu Badejo, garoupa;
23°04’18” 44°21’27”
Saco do Urubu GI Lula (saco)
Ponta da Jurubaíba GI 23°04’36” 44°21’55” Garoupa, badejo
Xareu, xalerete, olhete, o. boi, lula –
Laje da Jurubaíba GI 23°04’31” 44°21’63”
corrico
Saquinho da Jurubaíba GI 23°04’35” 44°21’68” Corrico: xareu, o. boi
Ponta da Espia GI 23°03’91” 44°21’27” Cerco
Praia do Pousio GI 23°03’91” 44°21’27” Rede, cerco, cavala e xalerete
Barro Corrido GI 23°03’91” 44°21’27”
Praia da Jurubaíba GI 23°03’91” 44°21’27” Rede
Saco da Guadinha GI 23°03’67” 44°21’25” Rede
Cerco, rede: xalerete, cavala,
Praia do Cabrito GI 23°03’46” 44°21’27”
espada
Rede de arrasto, carapau; praia e
Prainha GI 23°02’90” 44°21’62”
costa
Laje: garoupa, badejo; praia: rede de
Laje da Praia Grande e Praia Grande GI 23°02’88” 44°22’05”
arrasto
Laje da Lagada da Terra 23°03’29” 44°22’01” Enchova, xalerete, garoupa, badejo
Ilhas Zatim 23°03’41” 44°22’29” Enchova, xalerete, xareu
Ilhas Zatim 23°03’43” 44°22’33”
Tem cassino
Ilha do Papagaio 23°04’26” 44°23’40” Rede: piragica, olhudo, vermelho e
caranha
Ilhas dos Búzios Pequenos 23°03’67” 44°24’39” Peixe de rede
Carapau, xalerete, badejo, cacao:
Ilha dos Búzios Grande 23°03’46” 44°24’53”
rede
Ilha dos Búzios Grande 23°03’54” 44°25’09” Bom p/ badejo
Calhau (Caiau) dos Búzios 23°03’30” 44°25’14” Rede: jaguarica, bicuda, espada
Laje Preta 23°03’31” 44°24’67” Rede: peixe
Ilha das Cobras 23°03’38” 44°24’17” Rede, linha: enchova
Rede, linha: corvina, goete, xalerete,
Ilha Sandri (Praia do Sandri) 23°02’78” 44°29’45”
carapau, sardinha
Ilha do Mingu (Sandri) 23°02’78” 44°29’45” Bom pesqueiro
Carapau, xalerete, enchova: rede e
Ilha Samambaia 23°01’88” 44°28’82”
linha
Praia Brava 23°00’50” 44°28’64” Rede, arrasto
Ponta Fina 23°01’16” 44°27’43” Cerco, rede: xareu
– 71 –
Tabela 7.1 Pesqueiros da Ilha da Gipóia, Baía da Ilha Grande, marcação em janeiro e
março de 1998 (GI = localizado na Ilha da Gipóia).
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Ilha Comprida 23°01’85” 44°26’69” Cerco
Ilha Branco da Piraquara 23°01’63” 44°26’04” Linha, corrico, cavala
Ilha Brandão (Varandão) Covo, linha: badejo, garoupa: nao
23°01’77” 44°24’17”
Grande vem da Gipóia
– 72 –
Na Ilha Grande
Grande, Provetá é uma comunidade pesqueira importante que ainda se mantém
assim, ou seja, comparada à visita e resultados coletados em 2009. Marcamos também os
2
pesqueiros de Provetá em 1998 (a Ilha Grande também fez parte de outro estudo, em 2009,
cujas referências encontram-se no Capítulo 6, “Paraty”). Em estudos anteriores realizados na
Praia do Aventureiro, Ilha Grande3 (Seixas, C.S., tese de mestrado), há resultados sobre 189
viagens de pesca amostradas no verão e 88 no inverno (setembro de 1995 a julho de 1996),
que mostram lula (Loligo sp.), marimba (Diplodus argenteus) e tainha (Mugil platanus) como
capturas importantes na época de verão e inverno (exceto a tainha, capturada apenas no
inverno). A pesca realizada com linha fez parte de 89% das viagens de pesca, no verão, seguida
de rede de espera; no inverno, a linha esteve representada em 77% das pescarias, tendo a
seguir a rede de espera com 18% (detalhes em Begossi e Seixas, 2000). Observamos pesqueiros
de Provetá na Figura 7C e na Tabela 7.2.
Figura 7C Pesqueiros da Ilha Grande, a partir de Provetá, marcados em 1998. Fish = peixe,
squid = lula, not defined = não definido, community = comunidade. Provetá
2. Begossi, A.; Lopes, P.F.; Oliveira, L.E.C.; Nakano, H. (2010). Ecologia de Pescadores Artesanais da Baía da Ilha
Grande, RiMa, São Carlos, SP.
3. Seixas, C.S. (1998). Estratégias de pesca e utilização de animais por comunidades pesqueiras da Ilha Grande, RJ,
Ano de Obtenção, Tese de Mestrado, UNICAMP, Campinas, SP, Brasil; Seixas, C.S.; Begossi, A. (1998). Do Fishers
Have Territories? Use of Fishing Grounds at Aventureiro (Ilha Grande, Brazil). In: The Seventh Conference of
International Association for the Study of Common Property, 1998, Vancouver. IASCP98, 1998; Seixas, C.S.;
Begossi, A. (2000). Ciência e Cultura 52(2): 85-92.
– 73 –
Tabela 7.2 Pesqueiros da Ilha Grande (Provetá), marcados em março de 1998.
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Provetá 23°10’93” 44°20’47”
Ponte do Proveta 23°11’00” 44°20’66” Linha, crianca
Ponta Timbuíba 23°12’36” 44°20’87” Garoupa, cerco
Parcel I. dos Meros 23°12’65” 44°21’13” Garoupa, olhete, o. boi – linha
Ilha dos Meros 23°12’71” 44°21’20” Garoupa, vermelho, o. boi
Saco da Guada 23°12’76” 44°20’99” Caranha, vermelho, garoupa
Saco do Cunha 23°12’91” 44°21’01” Lula
Ponta do Cunha 23°13’03” 44°20’99” Peixe
Saco do Cunha [2] 23°13’11” 44°20’77” Garoupa
Praia dos Meros 23°13’16” 44°20’52” Lula
1
Picirica e Pedra Chata 23°13’59” 44°20’45” Peixe
2
Ponta dos Meros 23°13’60” 44°20’82” Peixe
Costão da P. dos Meros 23°13’73” 44°20’71” Peixe
3
Ponta dos Dragos 23°13’57” 44°19’80” Peixe – corrico, rede, mergulho
Parcel do Orotoro 23°13’21” 44°19’71” Peixe, xareu
Parcel do Simondia 23°13’15” 44°19’71” Peixe
Cachoeira do Simondia 23°12’80” 44°19’44” Peixe, jaguarica
4
Ponta do Aventureiro 23°11’48” 44°18’64” Xerelete, tainha – ‘espia’
5
Ponte do Aventureiro 23°11’78” 44°18’77” Criança e turista
Praia do Aventureiro 23°11’40” 44°18’79” Rede
Praia do Demo 23°11’28” 44°18’80” Enchova, xarelete
Pedra do Demo 23°11’24” 44°18’69” Enchova, varejo
Praia do Sul 23°11’17” 44°18’33” Peixe, rede
Ilhote (da Pr. do Sul) 23°10’99” 44°17’20” Lula e peixe, rede, enchova, goete
Praia do Leste 23°10’98” 44°16’90” Lula, peixe
Ponta do Leste 23°11’16” 44°16’16” Peixe, rede
Saco da Garoupa 23°11’20” 44°16’00” Garoupa, lula
Ponta da Tacunduba 23°11’83” 44°16’20” Enchova, bicuda
Praia da Parnaioca 23°11’76” 44°15’30” Parati, goete, sambalo, lula
Ponta da Parnaioca 23°11’87” 44°15’36” Lula, enchova, garoupa
Saco do Cavalinho 23°12’44” 44°15’04” Peixe, lula, lagosta
Costão da Parnaioca 23°12’44” 44°15’04” Peixe
Saco do Guriri 23°12’36” 44°14’01” Lula
Parcel do Saco da Gurita 23°11’95” 44°12’77” Peixe
Saco da Gurita 23°11’96” 44°12’46” Lula
– 74 –
Tabela 7.2 Pesqueiros da Ilha Grande (Provetá), marcados em março de 1998.
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Ponta de Fora [Dois Rios] 23°12’28” 44°11’79” Enchova, garoupa, varejar
I. Jorge Grego 23°13’14” 44°09’35” Peixes, polvo
Dois Rios [Praia][Colônia] 23°11’39” 44°10’46” Cerco, lula, sambalo
Ponta da Colônia [antes Caxadaço] 23°11’25” 44°10’05” Enchova, varejo, rede
Canal da Praia do Caxadaço 23°10’59” 44°09’68” Ancoradouro
Santo Antonio 23°10’29” 44°08’70” Sambalo, goete, bicuda, enchova
Lopes Mendes [Praia e Ponta] 23°11’35” 44°07’85” Lula, garoupa, sardinha, carapau
Costão Lopes Mendes 23°11’22” 44°06’41” Garoupa, xarelete, enchova
Ilha dos Castelhanos 23°10’51” 44°05’44” Garoupa, enchova
Ponta do Farol = Ponta de Castelhanos 23°10’38” 44°05’41” Peixe
Xareu, enchova,
Ilha Corcoroca 23°08’66” 44°06’45”
Garoupa
Praia Longa 23°07’99” 44°18’68” Criação mexilhão
Praia Grande de Aracatiba 23°08’64” 44°19’42”
Praia Vermelha 23°09’37” 44°20’58” Mexilhão, sambalo, lula, polvo
Acaia = Ponta do Acaia 23°10’22” 44°22’42” Sardinha, camarão, lula
Saco da Baleia 23°10’85” 44°22’54” Mergulho, garoupa, peixe
Saco do Cedro e Saco Grande 23°11’08” 44°22’04” Lula, garoupa
Fundão e Ponta da Picirica 23°11’36” 44°21’53” Rede, garoupa, lula
Saco da Verga 23°11’33” 44°20’96” Lula
Pedra Preta 23°11’25” 44°20’81” Garoupa, badejo
Pontinha 23°11’23” 44°20’45” Espia de peixe, cerco
Saquinho e Picirica [Pedra no
23°11’32” 44°20’36”
Saquinho]
Peixes, cerco,
Costeira do Proveta 23°11’67” 44°20’14”
Rede
1. Localizados na Praia dos Meros. 2. Inclui a Ponta da Craquinha (terra) e Cacoeiro (laje). 3. Ponta da Fucinheira. 4.
‘Espia’ = pesca em que, após lançar a rede, se espera o cardume para em seguida fechar a rede. 5. Ponte do
Aventureiro: onde se localiza a Pedra Chata.
– 75 –
ILHA DA MARAMBAIA, ILHA DE JAGUANUM
AGUANUM E ILHA DE ITACURUÇÁ
A Baía de Sepetiba foi estudada nos anos de 1989-90, quando foram realizadas coletas de
dados em amostragens de desembarque pesqueiro em Gamboa (I. Itacuruçá,), Calhaus (I.
Jaguanum) e Praia de Itacuruçá (costa) (271 viagens). Na Tabela 7.3 observamos a procedência
de pescadores artesanais em viagens de pesca.
Tabela 7.3 Viagens de pesca por residência dos pescadores. Desembarques Baía de Sepetiba 1989-90. Locais de
amostragens de desembarque: Gamboa (Ilha de Itacuruçá), Calhaus (Jaguanum) e Praia de Itacuruçá.
o
Residência N de viagens de pesca
Angra 4
Coroa Grande 1
Gamboa 110
Ilha de Itacuruçá* 24
Ilha do Bandolim 2
Ilha da Marambaia 4
Ilha de Jaguanum 123
Rio de Janeiro 1
Indefinida 2
Total 271
4. Begossi, A. (2004). Áreas de pesca, pesqueiros e territórios na pesca artesanal, pp. 188-223. In: Ecologia de
Pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia, 2ª Edição, 2013, Ed. RiMa, São Carlos (www.fisheriesandfood.org);
Begossi, A. (2001). Regional Environmental Change 2: 1-12. Begossi, A. (2006). Ecology and Society [online].
URL:http://www.ecologyandsociety.org/vol11/iss1/art5/.
– 76 –
A pesca na Baía de Sepetiba incluiu especialmente a rede de cerco para camarão (30 mm
entre nós), muito usada por pescadores de Gamboa, e a rede de espera, com malhas maiores
(60 a 110 mm), utilizada especialmente em Jaguanum (Begossi 1992, 1995).5 Camarão, corvina,
pescada, robalo e sororoca, dentre outros,6 foram pescados importantes na região, como de-
monstraram os resultados dos estudos realizados na década de 1990.
Figura 7D Pesqueiros da Ilha de Itacuruçá, marcados a partir da comunidade de Gamboa, em 1997. Fish = peixe,
shrimp = camarão, not defined = não definido, communities = comunidades. Gamboa.
Figura 7E Pesqueiros marcados usados por pescadores da Ilha de Jaguanum, 1998. Fish = peixe,
shrimp = camarão, not defined = não definido, communities = comunidades. Calhaus.
5. Begossi, A. (1992). Human Ecology, 20: 463-478; Begossi, A. (1995). Human Ecology 23(3): 387-403.
6. Para lista de espécies identificadas na Baía de Sepetiba, consultar Begossi, A. e Figueiredo, J.L. (1995). Bulletin of
Marine Science 56(2): 710-717.
– 77 –
Tabela 7.4 Pesqueiros de Gamboa, Baía de Sepetiba, dezembro de 1997 (IT = Itacuruçá).
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Gamboa 22°55’90” 43°53’73”
Tingucu 22°54’77” 43°52’42” Camarão-branco
Ilha Madeira 22°54’79” 43°51’01” Camarão, parati
Coroa Grande 22°54’44” 43°51’64” Camarão
Hotel Pierre IT 22°55’27” 43°51’97” Pescadinha
Pescadinha,
Ilha Gato de Fora 22°55’44” 43°51’87”
Parati
Gato de Terra 22°55’67” 43°51’95” Pescadinha
Ilha das Cabras 22°56’64” 43°51’94” Pescadinha, corvina
Laje Branca 22°56’57” 43°51’25” Pescadinha, corvina
Ilha Martins A 22°56’69” 43°51’22” Pescadinha, corvina
Ilha Martins B 22°56’96” 43°51’16” Pescadinha, corvina
Ilha Martins C - Mico
22°57’41” 43°51’43” Pescadinha, corvina
Preto
I. Soco da Martins 22°57’55” 43°52’04” Pescadinha
Laje (da Soco) 22°57’58” 43°52’32” Pescadinha
Ponta do Boi (IT) 22°57’15” 43°52’67” Pescadinha, corvina
Laje Branca 22°57’75” 43°53’06” Pescadinha
IT: Aguas Lindas, Pedra \
22°57’63” 43°53’61” Pescadinha
do Navio
Ilha Sororoca 22°57’60” 43°54’44”
IT: Boa Vista 22°57’61” 43°54’17” Pescadinha, enchova
IT: Ponta Grossa 22°57’41” 43°54’46” Pescadinha, corvina
IT: Praia Grande 22°56’84” 43°54’48” Pescadinha
Coroa de Botafogo 22°55’61” 43°53’63” Peixe, pescadinha
Atanasio 22°55’91” 43°55’82” Camarão
Ilha Batuque 22°56’81” 43°55’27”
Ilha Bandolim 22°57’61” 43°56’64” Peixe
Ilha Batuque 22°56’62” 43°55’28” Peixe
IT: Cruz das Almas 22°55’64” 43°52’85” Pescadinha
Essex 22°56’02” 43°50’30” Camarão e peixe
Essex 22°55’62” 43°53’84” Perto da marina
IT:Estaleiro 22°55’82” 43°54’05” Pescadinha, corvina
IT: Flecheira 22°55’97” 43°54’32” Peixe
IT: Gamboa de cima 22°55’79” 43°53’05” Parati, camarão
IT: Gamboa de baixo 22°55’84” 43°53’50” Parati
– 78 –
Tabela 7.4 Pesqueiros de Gamboa, Baía de Sepetiba, dezembro de 1997 (IT = Itacuruçá).
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Ilha Jardim 22°56’22” 43°54’83” Camarão-branco
Ilhote 22°55’72” 43°53’11” 38f
IT: ponta do Itambi 22°55’71” 43°53’42” Pescadinha
Laje Preta 22°57’36” 43°58’51” Pescadinha, enchova
22°57’04” 43°55’55”
Ilha Soco (laje) Peixe
22°57’75” 43°53’06”
IT:Laje do boizinho 22°56’12” 43°54’63” Peixe
Laje do leste 22°55’79” 43°51’89” Peixe
Laje batata 22°56’00” 43°57’18” Em terra, muriqui
Marina 22°55’64” 43°53’91”
Muriqui 22°55’92” 43°56’85” Camarão
Ponta pedreira 22°55’96” 43°56’29” Camarão
Ponta do Gringo 22°55’38” 43°52’74” Pescadinha
Praia do Meio 22°56’31” 43°52’33” Pescadinha
Praia Grande 22°56’09” 43°58’40” Camarão
Praia Grande 22°56’18” 43°58’85” Peixe
Sai (ponta) 22°56’48” 43°59’15” Peixe
Porto Sepetiba 22°55’77” 43°49’19” Camarão
IT: Quatiquara 22°56’43” 43°52’39” Pescadinha
22°56’36” 43°59’09”
Sai (Sahy) Camarão
22°57’55” 43°52’04”
Ilha Soco (frente) 22°56’86” 43°55’59” Camarão
IT: Sapioeira 22°55’38” 43°52’56” Pescadinha
Tres irmas 22°56’45” 43°57’67” Camarão-branco
Tres irmas 22°56’57” 43°57’51” Peixe
22°56’95” 43°59’99”
Tingui Camarão
22°54’51” 43°51’21”
Xixa 22°55’92” 43°55’04” Camarão
Vila Geny 22°54’51” 43°51’21” Camarão, parati
Castelinho 22°55’87” 43°55’61”
Itacuruca 22°55’92” 43°54’83”
Muriqui 22°55’85” 43°56’54”
Pedreira 22°55’90” 43°56’07”
– 79 –
Tabela 7.5 Pesqueiros da Ilha de Jaguanum, Baía de Sepetiba, abril de 1998.
Latitude Longitude
Nome Pescado
(S) (W)
– 80 –
Na Ilha da Madeira, de forma complementar, marcamos também os pesqueiros, na Tabe-
la 7.6 e na Figura 7F.
Tabela 7.6 Pesqueiros marcados na Ilha da Madeira, em dezembro 2001, com o auxílio do Sr. Nascimento.
Latitude Longitude
Nome Pescado Profundidade
(S) (W)
Saco da Coroa
22°54’89” 43°50’82” Camarão/pescada
Grande
Saco da Coroa
22°54’79” 43°50’92” Robalo
Grande
Ponte de C. Grande 22°54’66” 43°51’16” Camarão VG 8.0
I. Gato 22°55’40” 43°51’85” Camarão VG 4.8
Ponta da Cruz 22°55’48” 43°51’17” Camarão VG 3.7
Ponte Minerio 22°56’17” 43°50’42” Peixe 11.3
Meio da Ponte 22°56’20” 43°49’85” Peixe 18.1
Saco do Engenho 22°56’15” 43°49’65” Peixe 11.7
Foz do S. Francisco
Saco do Engenho 22°55’84” 43°48’11” Camarão/peixe 1.0
Laje Branca 22°56’50” 43°51’21” 9.5
Ilha Martins 22°56’66” 43°51’49” Linguado
I. Martins 22°56’80” 43°51’81” 8.1
I. Cabras 22°57’39” 43°52’36” 19.1
Boia 16 22°57’90” 43°52’74” 20.0
Parmelo 22°58’69” 43°54’85” 18.1
Farol 22°57’87” 43°53’25” 11.9
I. Jardim 22°56’33” 43°54’95” Camarão 4.7
Tres Irmãs 22°56’55” 43°57’56” Camarão 6.5
Muriqui Camarão 4.0
– 81 –
Figura 7G Ilha da Marambaia, 1998.
Na Ilha da Marambaia
Marambaia, na época de nossa visita em 1998 (revisitada em 2001), havia
aproximadamente 35 moradores (entrevista com Sr. Mariano, Pescaria Velha). As áreas de
pesca incluem o “costão bravo”, após a Praia do Sino, onde utilizam a caceia, muita citada
pelos pescadores, assim como corvineiras e linguadeiras. Pescam corvina, robalo, cação, sororoca,
dentre outros. Visitamos ainda a Praia do Cotuca e a Praia Suja (Figura 7H e Tabela 7.7).
– 82 –
Tabela 7.7 Pesqueiros marcados na Ilha da Marambaia com a ajuda do Sr. Mariano (Pescaria Velha) e do Sr. Lima (Praia
do Sítio). Caceia e corvineira são redes muito citadas na por pescadores na área da Marambaia (dezembro de 2001).
– 83 –
Na Figura 7I encontram-se pesqueiros das comunidades das ilhas de Itacuruçá, Jaguanum,
Madeira e Marambaia, onde as áreas de pesca estão, em grande parte, localizadas próximas às
comunidades de pescadores, repetindo os padrões encontrados (da pesca artesanal a ser reali-
zada próxima às comunidades).
– 84 –
CAPÍTULO 8
C opacabana
opacabana, representada pela colônia de pescadores do Posto 6 (Z-13), fez parte de diversos
projetos Fapesp, a seguir: 97/06167-0, 01/00718-1, 04/02301-9, 06/50435-0 e 07/58700-7, onde
o estudo da pesca artesanal incluiu marcação de pesqueiros, desembarques pesqueiros e estudos
sobre as famílias de peixes dos robalos (Centropomidae), enchova (Pomatomidade), garoupas e
badejos (Serranidade) e vermelhos (Lutjanidae). Algumas publicações trazem resultados sobre o
pescado obtido pela pesca artesanal de Copacabana, como Begossi(2008), Silvano e Begossi
(2010) e Begossi et al. (2012),1 dentre outros. Os pesqueiros usados em Copacabana foram descri-
tos por Nehrer (1997) em sua tese de mestrado e em publicação.2 Na Tabela 8.1 apresentamos
pesqueiros que marcamos, através de GPS, e que são usados por pescadores de Copacabana.
– 85 –
Tabela 8.1 Pesqueiros Copacabana, auxílio Sr. Cosme, julho de 1998.
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Baixio 22°58’76" 43°10’69"
Costão do Leme 22°58’08" 43°09’71"
C. Leme [até Pedra do Anel) 22°58’06" 43°09’47"
Pedra do Anel 22°57’76" 43°09’36" Lagostinha, badejo
P. Anel [até Laje] 22°57’73" 43°09’41"
Costão do Pão de Açúcar [Laje] 22°57’37" 43°09’25" Lagosta, cavaquinho
C. Pão Açúcar [Ponta] 22°57’11" 43°08’87"
I. Cotunduva [lado leste] 22°57’68" 43°08’62" Pesq. lado leste
Meridien 22°58’02" 43°09’85"
Othon 22°58’64" 43°10’73"
Help 22°58’76" 43°11’03"
Sá Ferreira 22°58’91" 43°11’02"
Francisco Sá 22°58’97" 43°11’07"
Forte Copacabana [meio] 22°59’09" 43°10’98"
Laje Forte 22°59’11" 43°10’74"
Praia do Diabo 22°59’29" 43°10’93"
Praia do Arpoador 22°59’51" 43°11’18"
Joaquim Nabuco 22°59’50" 43°11’59"
Laje Sto. Antonio 22°59’46" 43°11’79"
Cesar Park 22°59’42" 43°12’21"
Posto 9 22°59’32" 43°12’44"
Jardim de Alah 22°59’33" 43°12’67"
Posto 11 22°59’39" 43°13’31"
Costão Niemayer [Laje da Prainha] 22°59’74" 43°13’63"
Costão Niemayer [final] 22°59’94" 43°14’22"
Gruta da Imprensa 23°00’09" 43°14’71"
S. Conrado 23°00’22" 43°15’23"
Joatinga [Laje do Xurria] 23°01’01" 43°16’93" Badejo
Laje do Jacare 23°01’77" 43°17’75"
Afavaca 23°01’80" 43°17’83"
I. Pimenta 23°02’10" 43°18’11"
Laje do Cagador 23°02’14" 43°18’19"
Laje do Meio 23°02’17" 43°18’65"
Laje de Fora 23°02’56" 43°18’61"
Laje do Ardolino 23°02’26" 43°17’86"
I. do Funil 23°01’81" 43°16’65"
Banco do Brasil 23°04’87" 43°12’55"
Até C42 23°04’54" 43°11’98"
I. Redonda 23°04’21" 43°11’79" Enchova, olhete
Arame Farpado 23°04’05" 43°10’75" Pesca de linha
I. Rasa 23°03’90" 43°08’87"
I. Comprida 23°02’40" 43°11’83"
I. Matias 23°02’19" 43°11’66"
I. Cagarra Grande 23°01’79" 43°11’48"
I. Palmas 23°01’75" 43°11’82"
I. Cagarra Pequena 23°01’34 43°11’06"
– 86 –
De acordo com Nehrer (1997), alguns pesqueiros são muito utilizados, como o Arpoador.
De acordo com o Sr. Cosme, pescador antigo, esse já foi um excelente pesqueiro. Os pescadores
de Copacabana frequentam pesqueiros que estão ao longo da orla das praias de Ipanema e de
Copacabana e que são relativamente próximos à costa. A pesca nessa região, aparentemente,
também é realizada próxima às comunidades. O mesmo acontece com os pescadores da colônia
Z-7 em Itaipu (Niterói), como já demonstrado em Begossi (2006: Figura 2).3 Os dados sobre a
produção pesqueira na colônia de pescadores do Posto 6 (Z-13) são originários da dissertação de
mestrado de Nehrer (1997), que acompanhou o desembarque pesqueiro em 1994-5 por um ano:
621 viagens, 23 kg de captura/ viagem em média. A maior parte dos pescadores da colônia é
oriunda da cidade ou do Estado do Rio (60%). Além disso, a maior parte (70%) pesca na colônia
há mais de 5 anos, sendo que 15% pesca há mais de 20 anos no local.
Ainda de acordo com Nehrer (2007), a tecnologia usada em Copacabana é principalmente
a rede de espera (16.697 kg obtidos nos desembarques) e, em segundo lugar, a linha e o anzol
(806 kg), arrastão de praia (427 kg), mergulho livre (291 kg), puçá (25 kg) e gaiola (34 kg) (para
lagosta). Nehrer (1997) observou que os pesqueiros usados para mergulho livre são a laje do
Forte de Copacabana e as Ilhas Tijucas, enquanto o puçá é usado à beira mar e o arrastão, na
praia. A pesca de linha foi observada nas ilhas Redonda e Cagarras, enquanto a rede de espera
inclui pesqueiros distantes (Barra da Tijuca) e próximos (Arpoador, César Park, laje Santo Anto-
nio). Dentre 40 pesqueiros observados por Nehrer (2007) em 621 viagens de pesca, observou-
se o uso em 40 viagens de pesca da rede de espera no Arpoador; em 32 viagens na Boca da
Barra, em 26 no Cano; nas Cagarras, 32 viagens incluíram rede e linha; e na laje Santo Antonio,
30 viagens incluíram rede e mergulho. Nos diversos projetos de pesquisa em Copacabana, coletamos
peixes que foram identificados por A. Begossi e pela bolsista TT-3 L. Sousa e Silva (Garuana), poste-
riormente revisados por R. Caires/MZUSP (Tabela 8.2). Foi ainda produzido um folder com infor-
mações etnobiológicas (informações dos pescadores sobre os peixes) (Figuras 8B e 8C).
Figura 8B Folder com informações etnobiologicas na colônia do Posto 6, Copacabana (2004, p. 1).
– 87 –
Figura 8C Folder com informações etnobiológicas na colônia dos Posto 6, Copacabana (2004, p. 2).
Tabela 8.2 Algumas espécies de peixes coletadas por AB nos boxes de venda na colônia de
pescadores do Posto 6, Copacabana (obtidos em desembarque pesqueiro local).
Identificação de A. Begossi e L. Garuana, revisão de R. Caires (MZUSP).
Espécie Família
1. Alectis ciliaris Carangidae
2. Anisotremus surinamensis Pomadasyidae
3. Archosargus aries Sparidae
4. Boridia grossidens Pomadasyidae
5. Calamus penna Sparidae
6. Caranx crysos Carangidae
7. Caranx latus Carangidae
8. Centropomus parallelus Centropomidae
9. Centropomus undecimalis Centropomidae
10. Chaetodipterus faber Ephippididae
11. Chloroscombrus chrysurus Carangidae
12. Conodon nobilis Pomadasyidae
13. Cynoscion jamaicensis Sciaenidae
– 88 –
Tabela 8.2 Algumas espécies de peixes coletadas por AB nos boxes de venda na colônia de
pescadores do Posto 6, Copacabana (obtidos em desembarque pesqueiro local).
Identificação de A. Begossi e L. Garuana, revisão de R. Caires (MZUSP).
Espécie Família
14. Cynoscion leiarchus Sciaenidae
15. Dactylopterus volitans Dactylopteridae
16. Diapterus auratus Gerreidae
17. Diplodus argenteus Sparidae
18. Elops saurus Elopidae
19. Epinephelus marginatus Serranidae
20. Genidens genidens Ariidae
21. Haemulon parra Haemulidae
22. Haemulon steindachneri Pomadasyidae
23. Harengula clupeola Clupeidae
24. Heteropriacanthus cruentatus Priacanthidae
25. Lagocephalus laevigatus Tetraodontidae
26. Larimus breviceps Sciaenidae
27. Lutjanus analis Lutjanidae
28. Micropogonias furnieri Sciaenidae
29. Mugil sp. Mugilidae
30. Mycteroperca acutirostris Serranidae
31. Pagrus pagrus Sparidae
32. Paralichthys orbignyanus Paralichthyidae
33. Peprilus paru Stromateidae
34. Pomatomus saltatrix Pomatomidae
35. Priacanthus arenatus Priacanthidae
36. Prionotus punctatus Triglidae
37. Pseudocaranx dentex Carangidae
38. Scomber japonicus Scombridae
39. Scorpaena plumieri Scorpaenidae
40. Selene setapinnis Carangidae
41. Stellifer rastrifer Sciaenidae
42. Stephanolepis hispidus Monacanthidae
43. Syacium papillosum Paralichthyidae
44. Trachinotus carolinus Carangidae
45. Trachinotus goodei Carangidae
46. Trichiurus lepturus Trichiuridae
47. Umbrina canosai Sciaenidae
48. Uraspis secunda Carangidae
– 89 –
LAGOA RODRIGO DE FREITAS
REITAS
A Lagoa R Rodrigo Freitas,
odrigo de F reitas, no Rio de Janeiro, inclui núcleo de pescadores ligados à
colônia Z-13, de Copacabana. Marcamos em duas sessões diferentes, 2002 e 2003, os principais
pesqueiros da Lagoa (Tabela 8.3), após contato realizado por R. Nehrer. A Figura 8E mostra de
uma maneira geral esses pesqueiros (Tabela 8.3a), já a Tabela 8.3b apresenta de forma um
pouco mais detalhada as áreas de pesca.
Figura 8D Núcleo de pescadores da colônia Z-13, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro.
– 90 –
Tabela 8.3a-b Pesqueiros marcados na Lagoa Rodrigo de Freitas, com a ajuda do Sr. Marins
Filho, em julho de 2002, e do Sr. Paiva, junho de 2003 (apresentados por R. Nehrer).
– 91 –
Tabela 8.3a-b Pesqueiros marcados na Lagoa Rodrigo de Freitas, com a ajuda do Sr. Marins
Filho, em julho de 2002, e do Sr. Paiva, junho de 2003 (apresentados por R. Nehrer).
o o
43 13´ 43 12´
o
22 ,58´
Peixe
camarão
Lagoa
Rodrigo de Freitas
1000 0 1000 m
o
22 59´
Figura 8E Principais pesqueiros usados na Lagoa Rodrigo de Freitas por pescadores do núcleo da colônia Z-13
(Tabela 8.3a, 2002). Peixe = fish, camarão = shrimp.
– 92 –
ITAIPU, NITERÓI, RJ
AIPU
Figura 8F Praia de Itaipu, Niterói, RJ, 2003. Ao fundo, ilhas que são importantes pesqueiros.
– 93 –
Tabela 8.4 Abordagens pesqueiras realizadas na Praia de Itaipu, Niterói (2002). Número de abordagens no mês entre
parênteses. O local de residência do pescador, bem como a tecnologia usada, foi também anotado e encontra-se nas
Figuras 8F e 8G (1ª, 2ª, 3ª ilhas, nomes locais = Ilha Menina, Ilha Pimentas, Ilha Mãe).
O. cão, 12h11
- 22°58’61" 43°03’10" 10.0
corcoroca
– 94 –
Tabela 8.4 Abordagens pesqueiras realizadas na Praia de Itaipu, Niterói (2002). Número de abordagens no mês entre
parênteses. O local de residência do pescador, bem como a tecnologia usada, foi também anotado e encontra-se nas
Figuras 8F e 8G (1ª, 2ª, 3ª ilhas, nomes locais = Ilha Menina, Ilha Pimentas, Ilha Mãe).
– 95 –
Tabela 8.4 Abordagens pesqueiras realizadas na Praia de Itaipu, Niterói (2002). Número de abordagens no mês entre
parênteses. O local de residência do pescador, bem como a tecnologia usada, foi também anotado e encontra-se nas
Figuras 8F e 8G (1ª, 2ª, 3ª ilhas, nomes locais = Ilha Menina, Ilha Pimentas, Ilha Mãe).
Enchova,
a a corvine,
Canal de 1 e 2 22°58’71" 43°03’46" 27.3 11h30
corcoroca,
pescadinha
a Papa-terra,
Canal da 1 Ilha 22°58’70" 43°03’50" 27.0 11h31
enchova
Espada, papa-
Canal das Pimentas 22°58’75" 43°03’41" 27.5 terra, 11h34
pescadinha
Corvina,
Canal 22°58’67" 43°03’34" 24.5 espada, tira- 11h37
vira, enchova
a Espada, papa-
1 Ilha 22°58’78" 43°03’42" 28.2 11h41
terra, pescada
a Espada, papa-
1 Ilha 22°58’85" 43°03’45" 28.5 11h44
terra, enchova
Corvine,
Setenta 22°58’86" 43°02’66" 20.5 11h51
xerelete, pargo
Estava mergulhando 22°58’68" 43°02’60" 17.0 Polvo 12h03
Outubro (5)
Canto da Pedra 22°57’46” 17.9 Polvo 09h46
– 96 –
o o
o 43 05´ 43 03´
22 56´
LEGEND - TECHNOLOGIES
Line
diving
coleta
net
Piratininga Lagoon squid
Papagaio Pt.
Piratinin
ga Beach
Galheta Pt.
Veado I. Camb Itaipu
oinha
s Bea Lagoon
ch
o
22 58´
Itaipu
N
43o05´ 43o03´
22o56´ LEGEND - RESIDENCES
Niterói
Piratininga
Itaipu
Camboinhas
Piratininga Lagoon
Piratinin
Papagaio Pt. ga Beach
Galheta Pt.
Veado I.
Camb Itaipu
oinha
s Bea Lagoon
ch
o
22 58´
Itaipu
N
Itaipu Pt.
Mãe I.
Pai I.
Figura 8H Pesqueiros e local de residência dos pescadores observados em abordagem pesqueira, 2002 (Tabela 8.4).
– 97 –
O peso do pescado foi estimado, na maioria das vezes, pelos próprios pescadores. Desse
modo, e com base em amostras comparativas (n = 48) sobre o peso obtido na balança e sobre
o peso estimado pelo pescador, foi construído o fator de correção para Itaipu, sendo:
Y=1,25x 0,792 (Tabela 8.5).
Os pesqueiros mais usados nesses desembarques foram (número de viagens): Primeira Ilha
(27), Segunda Ilha (22), Praia de Itacoatiara (22), Terceira Ilha (20), em frente à praia (11),
Itaipuaçu (6), Camboinhas (5), dentre outros.4
15 8
6
10
4
5
2
0 0
ca
ba
rra
pa o
a
o
la
te
na
a
da
ao
na
pa orc
da
ad
rg
a
ov
la
ca
o
Lu
le
ro
im
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te
vi
pa
.c
rg
Lu
Pa
vi
pa
sc
re
ch
ro
co
or
p
ar
Pa
O
ta
Es
or
Xe
co
Pe
En
Es
C
or
M
as
C
or
C
1 5
0 0
Marimba Pampo Xerelete Corvina Espada Linguado Enchova
Figura 8 IA, B Produção em Itaipu em 2002: pescado -ocorrências em pelo menos 2 viagens de pesca em alguns me-
ses ilustrativos: janeiro (verão), abril (outono), Junho (inverno) e outubro (primavera) e total (142 viagens). O gráfico
(B) mostra a produção em Itaipu nesse período (Kg corrigido).
4. Consultar Begossi (2006): Ecology and Society 11(1): 5. [online] URL: http://www.ecologyandsociety.org/vol11/
iss1/art5/, para mais detalhes e outros dados.
– 98 –
Produção da Pescada Artesanal na Praia de Itaipu, Nietrói, 2002
Espada
Corvina
Bagre
Lula
Pescada
Marimba
Bonito
Enchova
Galo
Pampo
Mistura
Cabrinha
Ubarana
Cacao anjo
Siri
Corcoroca
Xarelete
Serra
Pargo
Linguado
Piragica
MariaMole
Sardihha
Tatui
Marisco
Rocador
Castanha
Cavaca
Garoupa
Robalo
Sororoca
Arraia
O cao
Coio
Baiacu
Bicuda
Tira-vira
Tainha
Brota
Badejo
Papa terra
P. porco
– 99 –
43o05´
FISHINGS AREAS/SPOTS - ITAIPU 43
o
o
22 56´ Legend
Fishing areas/spots
Fish
Fish - squid
Piratinin
Papagaio Pt. ga Beach Fishing areas
Galheta Pt.
Veado I. Ca Itaipu
mb
oin Lagoon
has
Bea
ch
22o58´
Itaipu Itaipuaçu Beach
Ban
an
Itacoatiara Pt. al Cove
Mãe I. Itaipu Pt.
N Pai I.
o
23
Figura 8J Pesqueiros de Itaipu, 2003. Fishing areas/spots = áreas de pesca/pontos de pesca, fish = peixe, squid = lula.
o
43o06´ 43o04´ 43o02´ 43
o
22 56´ Legend
Fishing areas-spots
Shrimp
Shrimp/fish
Piratininga Lagoon Squid
Itaipu Squid - fish
Piratinin Lagoon
Papagaio Pt. ga Beach Fish
Galheta Pt.
Veado I. Cam Fishing area
boi
nha
sBe
ach
o
22 58´
Itaipu Itaipuaçu Bea
ch
Ban
ana
l Co
Itaipu Pt. Itacoatiara Pt. ve
Mãe I.
Pai I.
o
23
N Scale:
1000 0 1000 2000 m
o
23 02´
Figura 8K Pesqueiros marcados em Itaipu em 2003, incluindo a Lagoa de Itaipu e lajes mais distantes
(Tabela 8.6). Fishing areas/spots = áreas de pesca/pontos de pesca, fish = peixe, squid = lula.
– 100 –
Tabela 8.6 Marcação de pesqueiros em Itaipu, Niterói, com a ajuda do Sr. Valdeci (48 anos, pesca há 30 anos), em
2003. Foram marcados ainda pesqueiros na Lagoa de Itaipu, com a ajuda do Sr. Rodrigues (50 anos, pesca há 30
anos), em março de 2003.
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
Casa de Pedra 22°58’54" 43°03’11" Lula
a
1 Ilha: Nove Bracas 22°58’63" 43°03’25" Garoupa
a
1 Ilha: Ponta do
22°58’78" 43°03’34" Garoupa
Catraero
a
1 Ilha: Ponta Sul da
22°58’92" 43°03’30" Enchova
Ilha
Setenta: Ponta do
22°58’98" 43°03’09" Enchova
Costão
Setenta: Andorinha 22°58’89" 43°02’87" Garoupa
Laje do Carneiro 22°58’95" 43°02’81" Garoupa
Choque 22°58’70" 43°02’61" Garoupa
Itacoatiara 22°58’72" 43°02’21" Praia
Laranja Cravo 22°58’68" 43°01’87" O. cão, xarelete
Pedra Grande 22°58’83" 43°01’78" Corvina, lula
Alto Mourão 22°58’84" 43°01’45" Enchova
Bananal 22°58’68" 43°01’33" Garoupa
Ponta do Alto Mourão 22°58’65" 43°00’90" Enchova, garoupa
Itaipuacu – até Torre 22°58’56" 43°00’70"
Laje do Murundu 22°58’37" 43°00’56" Peixes
Laje: Pargueira* 23°00’44" 43°01’55" Pargo, cherne, pescadinha
a
Frente à 1 Ilha 22°59’30" 43°03’19" Espada
a
2 Ilha: Rapa 22°58’81" 43°03’76" Enchova, lula
a
2 Ilha: Ponta da Corvina, m. mole,
22°58’92" 43°04’08"
Bandeira pescadinha
a
Buraco da 2 Ilha 22°59’16" 43°03’95" Enchova, xalerete
Cascalho – Corvina 22°59’31" 43°04’28" Corvina
a
Buraco da 3 Ilha 22°59’34" 43°04’39"
a
Buraco da 3 Ilha 22°59’36" 43°05’04" Enchova
a
Laje da 3 Ilha 22°59’62" 43°05’05" Peixes
a Xerelete, enchova,
Perto da 3 Ilha 22°59’37" 43°05’33"
garoupa
Quarto Centenário 22°59’21" 43°05’23" Pargo, o. cão
a
Cascalho da 3 Ilha 22°58’94" 43°05’15" Corvina
– 101 –
Tabela 8.6 Marcação de pesqueiros em Itaipu, Niterói, com a ajuda do Sr. Valdeci (48 anos, pesca há 30 anos), em
2003. Foram marcados ainda pesqueiros na Lagoa de Itaipu, com a ajuda do Sr. Rodrigues (50 anos, pesca há 30
anos), em março de 2003.
Latitude Longitude
Pesqueiro Pescado
(S) (W)
a
Buraco da 3 Ilha 22°59’34" 43°04’39"
a
Buraco da 3 Ilha 22°59’36" 43°05’04" Enchova
a
Laje da 3 Ilha 22°59’62" 43°05’05" Peixes
a Xerelete, enchova,
Perto da 3 Ilha 22°59’37" 43°05’33"
garoupa
Quarto Centenário 22°59’21" 43°05’23" Pargo, o. cão
a
Cascalho da 3 Ilha 22°58’94" 43°05’15" Corvina
Vigia 22°57’62" 43°04’24" O. cão, xarelete, corvina
Frente à Vigia 22°57’95" 43°04’55" Corvina
Camboinhas – Praia 22°57’75" 43°03’79" Praia
Frente ao Canal 22°58’17" 43°03’13" Lula
Itaipu – Praia 22°56’09" 43°06’45" Praia
Laje 1 23°01’67" 43°03’48" Pargo, cherne, pescadinha
Laje 2 23°01’66" 43°05’10" Pargo, cherne, tira e vira
Laje 3 23°01’08" 43°05’17" Pargo
Laje 4 22°59’63" 43°05’08" Pargo, cherne, marimbá
Laje 5 22°59’40" 43°05’33" Corvina
Laje 6 22°58’86" 43°04’68" Corvina, cherne, marimbá
Lagoa de Itaipu:
As Marinas 22°57’80”4 43°02’766 Camarão, peixe
As Moitas 22°57’73”6 43°02’772 Camarão
Rio Camboata 22°57’35”8 43°02’686 Camarão
Pau do Juca 22°57’36"6 43°02’555 Robalo
Rio do Leonel 22°57’38"6 43°02’505 Camarão, peixe
Rio João Mendes 22°57’45"1 43°02’342 Camarão, peixe
Buraco do Sadi 22°57’54"2 43°02’242 Camarão
Pau do Xilim 22°57’70"7 43°02’292 Camarão, peixe
Beirada do Cemitério 22°57’78"7 43°02’344 Camarão, peixe
Buraco do Malandro
22°57’82"1 43°02’368 Camarão, peixe
(ou do Roni)
Pedreiras 22°57’85"4 43°02’464 Camarão, peixe
Fundão 22°57’80"3 43°02’525 Camarão grande
– 102 –
Tabela 8.7 Espécies coletadas nos desembarques pesqueiros na Praia de Itaipu (2001-2003) e identificadas
por AB, identificação de algumas espécies revisadas por J. L. Figueiredo e R. Caires (MZUSP)
– 103 –
Tabela 8.7 Espécies coletadas nos desembarques pesqueiros na Praia de Itaipu (2001-2003) e identificadas
por AB (identificação de algumas espécies revisada por J. L. Figueiredo e R. Caires, MZUSP).
– 104 –
Figura 8L Venda de pescado na Praia de Itaipu, Niterói, 2002.
22o55´
Legend - spots
Guanabara Bay Itaipu
Fishing area
Copacabana
Rodrigo de Freitas
Itaipu
Rodrigo de Freitas Lagoon h Veado I. Lagoon
c a Cotunduba I.
Be
na Itaipu
ba
aca
Cop
Mãe I. Itaipu Pt. Itacoatiara Pt.
Pai I.
o
23 S
Cagarras Is.
Comprida I.
Tijucas Is.
Scale:
1000 0 1000 2000 m
o
23 05´
Figura 8M Pesqueiros na entrada da Baía de Guanabara, marcados nas comunidades de pesca artesanal de
Copacabana (colônia Z-13) e de Itaipu (colônia Z-7), bem como na Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro)
e na Lagoa de Itaipu (Itaipu, Niterói), 2002-2003.
– 105 –
CAPÍTULO 9
BAHIA
O estudo sobre pesqueiros na pesca artesanal em regiões do Nordeste compreendeu vários
projetos de pesquisa FAPESP, a seguir:
t Valença, Guaibim, Arembepe, Itacimirim e P
Bahia (V orto do Sauípe
Porto Sauípe): 01/00718-1, 04/2301-9,
06/50435-0 e 07/58700-7.
t Riacho Doce
Alagoas, Maceió (Riacho Doce): 07/58700-7.
t Ponta Negra
Rio Grande do Norte, Natal (P Negra): 06/50435-0.
t Ceará, Fortaleza (Mucuripe
Mucuripe): 06/50435-0.
Mucuripe
Para Valença e Guaibim, consultar as publicações Begossi (2006) e Clauzet et al. (2007),
nas quais há resultados detalhados acessíveis on-line ou por meio do site www.fisheriesandfood.
org.
AREMBEPE, BAHIA
A coleta de dados em Arembepe
Arembepe, BA, incluindo entrevistas, coleta de pescado e marcação
de pesqueiros, dentre outros, foi realizada em julho de 2003. Como ocorreu em nossos estudos
em Valença, Bahia, nos inspiramos nas pesquisas de Cordell (1989)1, ocorridas nos anos 60 e
70; no caso de Arembepe, nossa inspiração foram os estudos de Kottak (1983) ocorridos de
1962 a 1980.2 Durante a nossa coleta de campo em Arembepe, o mar muito forte prejudicou a
marcação de pesqueiros. Mesmo assim,a marcação foi parcialemente realizada; procuramos
ainda complementar informações sobre os pesqueiros usados em Arembepe por meio de en-
trevistas com os pescadores. Muitos deles sequer foram pescar, e outros já não pescavam há
mais de uma semana, em virtude do mar bravo e forte. Tal situação facilitou encontrar os
pescadores à beira-mar ou próximos aos mercado de peixes, para as entrevistas (Figura 9A).
1. Cordell. 1989 (ed.). A sea of small boats.Cultural Survival, Inc, Cambridge, USA; consultar Begossi, A. 2006.
Temporal stability in fishing spots: conservation and co-management in Brazilian artisanal coastal fisheries. Ecology
and Society 11(1): 5. [online] URL:http://www.ecologyandsociety.org/vol11/iss1/art5/.Clauzet, M., Ramires, M.
e Begossi, A. 2007. Etnoictiologia dos pescadores artesanais da praia de Guaibim,Valença (BA), Brasil. Neotropical
Biology and Conservation, 2(3):136-154.
2. Kottak, C. P. 1983. Assault on paradise. RandomHouse, NY.
– 107 –
Figura 9A Arembepe (julho de 2003).
3. Recordação da ultima pescaria: método utilizado em vários estudos nossos, inclui as perguntas realizadas duran-
te a entrevista com o pescador: quando foi a ultima vez que pescou? Onde foi pescar? O que pescou? Qual a
quantidade (kg aproximado) de pescado, por espécie? Qual aparelho (tecnologia) de pesca usou?
– 108 –
reforçam a importância da linha e do anzol na pesca local. As iscas usadas incluem sardinha (a
mais citada), o xixarro (o segundo mais citado), lula, guaricema e voador.4 A produção pes-
queira estimada pelos entrevistados em 23 pescarias foi em média de 58 kg/pescaria (dp =
64,16). Tal produção representa um total de 1.323,50 kg (Figura 9B).
160.0
140.0
120.0
100.0
Kg
80.0
60.0
40.0
20.0
0.0
bú
ia
o
i
u
ao
ho ta
a*
m
bo
lv
re
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s
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ng
di
po
ad
go
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ar
de
m
bu
ta
sc
la
ra
pi
pe
pa
ra
ol
ca
Pescado
Figura 9B Pescado estimado em recordação de “ultima pescaria” entre 12 pescarias em Arembepe.
*Ou rabo-aberto (carapitanga – Lutjanus jocu, rabo-aberto – Ocyurus chrysurus).5
O estudo de Kottak (1983) fez referência à “parede” (The Wall) como área de pesca muito
importante (muito citada na costa da Bahia). Observamos, como o autor, o uso de referencial de
profundidade como marcador de espaço de pesca e de pesqueiros. A nomenclatura local usada
em braças : 6 pedras (até 20 braças), baixio (27-30), meia-peça (34-45) e parede (60-70).
Nas entrevistas (n = 35 pescadores), 68 pesqueiros foram citados, entretanto, apenas 9
pesqueiros foram citados por 5 ou mais pescadores: Dente (18), Baixio (17), Volta (17), Morrinho
(14), Serra (13), Meia-Peça (10), Pedras (10), Parede (5), Serra Grande (5) (Figura 9C). As Figuras
9D e 9E mostram as principais áreas de pesca e pesqueiros usados por pescadores artesanais de
Arembepe, Bahia (ver também Tabela 9.1).
– 109 –
Número de pesqueiros de Arempebe
100
Número de pesqueiros novos
80
60
40
20
Figura 9C Número de entrevistas e número de
pesqueiros citados. A curva mostra que a
0 amostragem, referente aos pesqueiros utilizados
0 10 20 30 40
pelos pescadores de Arembepe, foi satisfatória.
Número de entrevistados
o o
38 o30 W 38 W 37 30 W
to
Estância/
o
SÍTIO DO CONDE Aracaju
12 S
BARRA DO ITARIRI
BAHIA
STATE
SUBAÚMA
PORTO SAUÍPE
n
cea
o
12 30 S
ic O
PRAIA
DO FORTE
ant
ITACIMIRIM
Atl
GUARAJUBA
JACUÍPE
AREMBEPE
JAUÁ
LEGENDA
ITAPOÃ Arembepe
fishing area
o
13 S
SCALE
SALVADOR
0 10 15 20 Km
Figura 9D Área de pesca (fishing area) usada por pescadores de Arembepe, Bahia (2003).
– 110 –
Tabela 9.1 Pesqueiros marcados em Arembepe, BA, apesar do mar forte, com a ajuda do Sr. Oliveira,
36 anos, que pesca há 18 anos (julho de 2003).
38º15’W 38ºW
12º30’S
Pojuca R
Açu da Torre
.
B A H I A
STATE Açu
ç da Torre P.
Jac
uíp
eR
.
12º45’S
Arembepe
LEGEND
using GPS
fisher information
N Scale
0 1 2 3 4 5 km
Figura 9E Alguns pesqueiros usados por pescadores de Arembepe, BA, 2003. Using GPS = usando sistema
de informação global, GPS; fisher information = estimado a partir de informação do pescador.
– 111 –
ITACIMIRIM, BAHIA
Em 2003, em Itacimirim, BA,, observamos cerca de 50 pescadores provenientes da Barra
do Pojuca que desembarcavam o pescado na Praia da Espera (Figura 9F), nosso ponto para as
entrevistas e de saída para marcar os pesqueiros. A Barra do Pojuca faz parte da colônia Z-9.
Em 2005, entrevistamos 12 pescadores (34-61 anos) em Itacimirim, BA, que utilizavam
linha e mergulho (compressor), dentre outros, nos pesqueiros meia-peça (referente à profundi-
dade), em frente à praia (Itariri, Pedra da Raia, Penedo, Saburador, Escada, dentre outros). Em
projeto FAPESP (06/50435-0) marcamos os pesqueiros com ênfase em robalo (Centropomidae),
vermelho (Lutjanidae) e badejo (Serranidae) (Tabela 9.2 e Figura 9FG).
– 112 –
Tabela 9.2 Pesqueiros marcados com a ajuda do Sr. Giovani, 39 anos, 13 anos de pescaria, em janeiro de 2005, em
Itacimirim, BA. Alguns poucos pesqueiros haviam sido marcados com ajuda do Sr. Jesus, 27 anos,
que pescava há 15 anos, e Sr. Nascimento, pescador há 18 anos.
– 113 –
Tabela 9.2 Pesqueiros marcados com a ajuda do Sr. Giovani, 39 anos, 13 anos de pescaria, em janeiro de 2005, em
Itacimirim, BA. Alguns poucos pesqueiros haviam sido marcados com ajuda do Sr. Jesus, 27 anos,
que pescava há 15 anos, e Sr. Nascimento, pescador há 18 anos.
Açu da Torre
12° 36’
Monte Gordo
Atlantic
Ocean
12° 43’
N
0 3 6 9km
Legend (spots)
Badejo Vermelho, Dentão Robalo
Figura 9G Pesqueiros citados e usados por pescadores artesanais de Itacimirim, BA (2005). Badejo
(comb grouper), vermelho (snappers), dentão (L. jocu, dog snapper), robalo (snook).
– 114 –
PORTO SAUÍPE, BAHIA
ORTO
Foram três os projetos FAPESP em Porto Sauípe (ou P Porto Sauípe), BA: 04/02301-9,
orto do Sauípe
06/50435-0 e 07/58700-7. Em 2003, em nossa primeira visita ao Porto do Sauípe, localizamos
cerca de 50 pescadores artesanais e 20 jangadas (01/00718-1, projeto em Arembepe).
Em 2005 realizamos 22 entrevistas em Porto Sauípe com pescadores artesanais (34 a 68
anos) como também obtivemos dados sobre o desembarque pesqueiro local (Figura 9H). Em
Porto do Sauípe são usadas jangadas (Figura 9I). Não conseguimos marcar os pesqueiros atra-
vés de GPS em Porto Sauípe, em virtude das condições do mar e também por ser a jangada a
única opção disponível de transporte nessa viagem, o que tornaria a coleta de dados custosa e
lenta. Entretanto, obtivemos os nomes dos pesqueiros por meio dos diversos projetos de pes-
quisa, nas entrevistas, desembarques e nas peixarias (Tabela 9.3).
Figura 9H Desembarque pesqueiro em Porto do Sauípe. Peixes sobre a jangada e AB organizando e etiquetando os
peixes para a coleta com a ajuda do pescador.
– 115 –
Figura 9I Pescadores, pesquisadora (AB) e jangada em Porto Sauípe.
Realizamos coletas de peixes (Tabela 9.4) e há material publicado para essas áreas que vale
a pena ser consultado, pois inclui dados sobre a pesca, pescadores, conhecimento local e pesca-
do, especialmente vermelhos (Lutjanidae) (Silvano et al., 2006; Begossi et al. 2011, 2012; Oli-
veira et al., 2012, dentre outros).7
A Tabela 9.4 mostra a identificação da coleta de pescado na costa da Bahia em Arembepe,
em 2003, em locais de desembarque de Itacimirim e Porto Sauípe (identificação AB, revisão J.
L. Figueiredo/R. Caires sobre algumas coletas).
7. Silvano, R.A.M. e Begossi (2006). Environmental Biology of Fishes 76:371-386; Begossi, A., Salivonchyk, S.V,
Araujo, L.G. Andreoli, T.B., Clauzet, M., Martinelli, C.M., Ferreira, A.G.L., Oliveira, L.E.C. e Silvano, R.A.M.
(2011). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 7:11, http://www.ethnobiomed.com/content/7/1/11. Begossi,
A., P. Lopes, and R. Silvano. (2012). Co-Management of Reef Fisheries of the Snapper-Grouper Complex in a
Human Ecological Context in Brazil. In: G.H. Kruse, H.I. Browman, K.L. Cochrane, D. Evans, G.S. Jamieson, P.A.
Livingston, D. Woodby, and C.I. Zhang (eds.). Global Progress in Ecosy Global Progress in Ecosystem-Based
Fisheries Management. Alaska Sea Grant, University of Alaska Fairbanks.
– 116 –
Tabela 9.3 Pesqueiros usados em Porto Sauípe, BA. Pedra do Ferreira é um pesqueiro bastante usado.
– 117 –
Tabela 9.4 Espécies de pescado coletadas na costa da Bahia em Arempebe, Itacimirim e Porto Sauípe, Bahia, 2003,
2005 e 2008. Vermelhos (Lutjanidae) são muito importantes na pesca artesanal dessa região (marcados com *).
Peixes (Bahia)
Aspistor luniscutis Lutjanus alexandrei*
Bagre bagre Lutjanus apodus*
Bagre marinus Lutjanus buccanela (boca negra)*
Balistes vetula Lutjanus jocu (dentão)*
Calamus pennatula Lutjanus synagris (ariocó)*
Carangoides bartholomaei Lutjanus vivanus (vermelho verdadeiro)*
Caranx crysos Macrodon ancylodon
Carcharrinus porosus Menticirrhus litoralis
Cepholopholis fulva Micropogonias furnieri
Chelipogon cyanopterus Nebris microps
Conodon nobilis Notarius grandicassis
Cynoscion virescens Ocyurus chrysurus (guaiúba, rabo-aberto)*
Diapterus rhombeus Ophioscion sp.
Epinephelus adscensionis Polydactylus virginicus
Euthynnus alletteratus Pomadasys corvanaeformis
Etelis oculatus* Rhomboplites aurorubens (vermelho
promirim, paramirim)*
Genyatremus luteus
Scomberomorus brasiliensis
Haemulon aurolineatum
Scomberomorus cavalla
Isopisthus parvipinnis
Trachurus sp.
Larimus breviceps
Umbrina coroides
Lutjanus analis (cióba)*
8. Entrevista realizada por Martinelli, C.M. em 2009, durante viagem pelo projeto Fapes0 06/50435-0.
9. Oliveira, L.E.C., Barreto, T. e Begossi, A. (2012). Prototypes and Folk Taxonomy: Artisanal Fishers and Snappers
on the Brazilian Coast. Current Anthropology 53(6): 789-798.
– 118 –
Figura 9J Riacho Doce, Maceió, AL, 2009.
10. Martinelli, C. M. (2010). Etnobiologia das famílias Centropomidae, Pomatomidae e Serranidade em Ponta
Negra, Natal, Rio Grande do Norte. Tese de Mestrado, UNICAMP, Campinas, SP.
11. Pacheco, S (2011). Etnobiologia de cetáceos por pescadores artesanais da costa brasileira. Tese de Doutorado,
UNICAMP, Campinas, SP.
– 119 –
Figura 9K Ponta Negra, Natal, 2007.
Tabela 9.5 Pesqueiros marcados em Ponta Negra, Natal, RN, com o auxílio dos Srs. Cardoso e Lopes,
34 e 38 anos, que pescam há 22 e 26 anos, respectivamente (2007).
– 120 –
Tabela 9.6 Algumas espécies de peixes desembarcadas na pesca artesanal em Ponta Negra,
Natal, RN (coleta e identificação: Rodrigo Caires).
– 121 –
MUCURIPE, FORTALEZA, CEARÁ
ORT
Mucuripe é famosa pela pesca artesanal, pelas jangadas e por suas velas, tão lembradas em
música.12 Foram realizadas 41 entrevistas em Mucuripe, Fortaleza, em janeiro/fevereiro de 2007
(Figura 9L). Os pesqueiros citados encontram-se na Tabela 9.7. Os pescadores de Mucuripe13
utilizam a jangada, linha e anzol e manzuá (armadilha para lagosta) na pesca. R. Caires realizou
coleta e identificação das espécies de peixes (Tabela 9.8).
– 122 –
Tabela 9.7 Pesqueiros citados nas entrevistas em Mucuripe, Fortaleza, Ceará (2007).
Idade do Tempo de
Pesqueiro
pescador pesca
Porto de Mucuripe, Rego da Volta 45 30 anos
Risca, Beirada das Pedras 61 37 anos
Beira das Pedras, a 20 braças da praia 45 36 anos
Recifes de pedra 50 30 anos
Risca, Pedra Nova, Risca do Meio, Batija, Risca do Norte,
70 47 anos
Pedra da Risca do Meio, Pedra do Mar, Cabeceira da Risca
Gonzaga, Risca, Pontal, Risca de Terra, Risca do Meio, Risca
62 34 anos
de Fora
Cascalho do Perua, Cascalho da Restinga do Galo, Cascalho
64 54 anos
da Restinga do Benedito
Rego da Volta, Cabeça do Mar do Mucuripe, Volta do
Maranguape (pontos mais fundos); Arrastado do Mar do
40 30 anos
Mucuripe, Beirada das Pedras, Dos Canais (pontos mais
rasos)
Mar do Meio, Mar do Mucuripe, Mar do Caldeirão, As 33, Mar
55 43 anos
do Bornoite
Beirada das Pedras, Corais (36 milhas), 20 milhas, 4 a 10
52 42 anos
milhas
Pedra Nova, Risca do Meio, Pedra do Mar da Risca de Fora,
Pedrinha da Risca de Terra, Pedra da Cabeceira da Risca de
69 52 anos
Fora, Risca do Norte, Restinga do Galo, Merstinaço, Pedra de
Trindade
Água de 35/40 braças, risca (13 braças) 59 46 anos
Banco do Mundaú 67 51 anos
Risca, Butija, Pedra de Trindade, Risca do Norte 60 46 anos
Risca de Fora, Risca de Terra, Risca do Meio, Butija, Pedra
49 38 anos
do Trindade
Mar do Mucuripe 64 49 anos
Pé do Barranco 53 41 anos
Mar de Sucatinga, Iguape 43 29 anos
Porto de Mucuripe 56 48 anos
Mar do Bornoite, Mar do Mucuripe 67 40 anos
Água Funda, Água Seca 60 46 anos
Alto-mar (30 milhas), Risca 76 65 anos
De 13 a 120 braças 78 63 anos
Pecém, Caponga, Meio do Pecém (naufrágio), Plataforma em
Paracuri, Meio do Aruau, Meio da Caponga, Poço da 56 49 anos
Plataforma, Rego da Volta, Cabeço do Mar do Mucuripe
– 123 –
Tabela 9.7 Pesqueiros citados nas entrevistas em Mucuripe, Fortaleza, Ceará (2007).
Idade do Tempo de
Pesqueiro
pescador pesca
Rego da Volta, Canal dos Arabaum, Risca de Fora, Risca de
Terra, Risca do Meio, Canal de Fora, Mar do Caldeirão, Mar 46 30 anos
do Mucuripe, Mar do Pecém
Não tem nome 51 35 anos
38/40/60 braças, Mar do Mucuripe, Mar do Meio, Mar do
48 34 anos
Caldeirão, Mar do Bornoite
Pará, Bahia, Mar do Mucuripe 40 28 anos
Mar do Mucuripe, Mar do Meio 41 28 anos
Cabeça de Bode, Rego da Volta, Donga, Jorge, Azulejo,
50 32 anos
Cobra, Bejupirá, Tambor, Pedra das 30, Canal do Arabaiana
Mar do Meio, Mucuripe, Caldeirão, Bornoite 61 46 anos
Volta do Mar do Porto, Buraco do Guajá, Camboa, Botinha,
45 33 anos
Gaivota
Beirada das Pedras, Mar do Mucuripe, Mar do Meio, Mar do
49 30 anos
Caldeirão, Mar do Bornoite, Mar 33, Mar do Piaí
Rego da Volta, 33, 25, Pesc aria da Cavala 70 30 anos
Barranco, Banco 57 48 anos
Risca, Canais Alvajada 66 58 anos
Risca, Beirada das Pedras 63 48 anos
Canais, Beira das Pedras, Beiço do Barranco 72 65 anos
Mar do Meio, Mucuripe, Caldeirão, Bornoite, 33, 25 72 50 anos
Mar do Mucuripe até o Mar do Bornoite 47 34 anos
Mar do Mucuripe, Mar do Caldeirão, Mar do Bornoite, Mar dos
68 54 anos
33, Mar do Meio, Rego da Volta
– 124 –
Tabela 9.8 Peixes desembarcadas nas cercanias do Porto de Mucuripe, Fortaleza, CE, e seus respectivos
nomes populares (Rodrigo Caires, 2007, relatório Fapesp 06/50435-0).
– 125 –
Tabela 9.8 Peixes desembarcadas nas cercanias do Porto de Mucuripe, Fortaleza, CE, e seus respectivos
nomes populares (Rodrigo Caires, 2007, relatório Fapesp 06/50435-0).
– 126 –
CAPÍTULO 10
ESPÉCIES-ALVO DA PESC
ALVO A ARTES
ESCA ANAL E
TESANAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
– 127 –
Seguem os mapas referentes aos principais pesqueiros (principalmente no Sudeste) para as
espécies (Figuras 10A a 10M). Para nomes em inglês vale consultar: Froese, R. and D. Pauly.
Editors. (2013). FishBase (www.fishbase.org). Em Begossi, A. e Figueiredo, J. L. (1995), há infor-
mações (Bulletin of Marine Science 56: 710-717) sobre peixes da Baía de Sepetiba (RJ) e da Ilha
dos Búzios (SP).
1. Bagre (Ariidae)(sea catfish)
2. Caranha (Lutjanus spp.) (cubera snapper)
3. Cavala (Scomberomus cavala) (king mackerel)
4. Corvina (Micropogonias furnieri/Umbrina coroides) (croaker/sand drum)
5. Enchova (Pomatomus saltatrix) (bluefish)
6. Espada (Trichiurus lepturus) (cutlass fish or largehead hairtail)
7. Garoupa (Epinephelus marginatus e outros) (dusky grouper, among others)
8. Pescada (Cynoscion spp.) (weakfish)
9. Robalo (Centropomus spp.) (snook)
10. Tainha e parati (Mugil spp.) (mullet)
11. Xerelete (Caranx spp.) (bluerunner)
12. Camarão (várias spp.) (shrimp)
13. Lula (Loligo spp.) (squid)
– 128 –
CHAPTER 10
D espite the availability of fish in the sea, artisanal fishing is concentrated on a sub-sample of
species that are extracted by fishermen in areas relatively close to the fishing communities. In
this chapter, we include maps with the fishing spots for some important target species, mainly
those from the southeast Brazil. Some target species, such as snappers, are very important,
especially in the northeast, and they have been the subject of studies directed specifically at
snappers (Begossi et al. 2011a).
The data in this book speak for themselves: the maps and tables with latitude and longitu-
de data on fisheries and fishing areas could serve as the basis for a zoning of the Brazilian coast
that considers the fisheries of some artisanal fishing communities. These data are also useful for
fisheries management; information on the use of marine space and the species obtained at
various fishing spots can help to conserve some species, especially those from reefs (groupers
and snappers, for example) or those that are already vulnerable.
Obviously, we did not include all fishing spots (pesqueiros) on the maps; however, those
that were cited by the fishermen themselves are described in this book. The material in this
volume can also contribute to the following:
a) Artisanal fishing areas can be incorporated into ecological zoning plans and fisheries management,
where the use of these areas may be restricted to artisanal fishing.
b) Restricted artisanal fishery areas can be inspected and monitored by the artisanal fishermen.
c) Special attention can be given to the target species (maps presented in this final chapter), some
of which are on the IUCN Red List, such as the dusky grouper, Epinephelus marginatus.
d) Proposals to carry out zoning of fishing, fisheries management and monitoring of fisheries and
marine coastal areas for artisanal fishermen, including payment for environmental services (PES),
have been published (Begossi et al. 2011a,b; 2012a,b,c); these articles have already been cited in
this volume, and simplified references follow below.2
Maps referring to important target species (mainly in the southeast) for the are presented
as Figures 10A to 10M. For English names, Froese, R. and D. Pauly, Editors (2013). FishBase
(www.fishbase.org) are helpful. Information about fish of Sepetiba bay (RJ) and Búzios Island
(SP) is available in Begossi, A. e Figueiredo, J. L. (1995) (Bulletin of Marine Science 56: 710-717).
– 129 –
1. Sea catfish (Ariidae) (bagre)
2. Snapper (Lutjanus spp.) (caranha)
3. King mackerel (Scomberomus cavala) (cavala)
4. Croaker/Sand drum (Micropogonias furnieri/Umbrina coroides) (corvina)
5. Bluefish (Pomatomus saltatrix) (enchova)
6. Largehead hairtail/cutlass fish (Trichiurus lepturus) (espada)
7. Grouper (Epinephelus marginatus and others) (garoupa)
8. Weakfish (Cynoscion spp.) (pescada)
9. Snook (Centropomus spp.) (robalo)
10. Mullet (Mugil spp.) (parati/tainha)
11. Bluerunner (Caranx spp.) (xerelete)
12. Shrimp (various spp.) (camarão)
13. Squid (Loligo spp.) (lula)
We recommend the web sites in order to be able to obtain publications cited in this book:
www.fisheriesandfood.org
http://scholar.google.com.br/citations?user=_92mFzoAAAAJ&hl=en&oi=ao
By producing this work, we hope to contribute to the artisanal fishermen of Brazil, artisanal
fisheries, fisheries management and for the sustainability of: fishermen, fish, fishing, diversity
and food security, as the diversity of fish we consume, comes primarily from artisanal fishing.
This diversity includes groupers, snappers, snooks, and bluefish, among so many others!
2. See Begossi et al. (2004). Ecology of fishermen of the Atlantic Forest and Amazon, Ed. Hucitec, São Paulo. And
chapter 2 of this volume. Begossi et al. (2011a). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine 7:11. http://
www.ethnobiomed.com/content/7/1/11; Begossi et al (2011b). Ecological Economics 71: 25-32; Begossi et al.
(2012a). Science Journal of Agricultural Research and Management, v. 2012, Article ID sjarm-174, 4 p., (open
access: http://www.sjpub.org); Begossi et al. (2012b). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine 8:22. http:/
/www.ethnobiomed.com/content/8/1/22; Begossi et al. (2012c). Co-Management of Reef Fisheries of the Snapper-
Grouper Complex in a Human Ecological Context in Brazil. In: G.H. Kruse, H.I. Browman, K.L. Cochrane, D.
Evans, G.S. Jamieson, P.A. Livingston, D. Woodby, and C.I. Zhang (eds.). Global Progress in Ecosystem-Based
Fisheries Management. Alaska Sea Grant, University of Alaska Fairbanks.
– 130 –
Figura 10A Pesqueiros de bagre (Ariidae, sea catfish). Spot = pontos de pesca.
– 131 –
Figura 10B Pesqueiros de caranha (Lutjanus cyanopterus, cubera snapper). Spot = pontos de pesca.
– 132 –
Figura 10C Pesqueiros de cavala (Scomberomorus cavala, king mackerel). Spot = pontos de pesca.
– 133 –
Figura 10D Pesqueiros de corvina (Micropogonias furnieri/Umbrina coroides, croaker/sand drum).
Spot = pontos de pesca.
– 134 –
Figura 10E Pesqueiros de enchova (Pomatomus saltatrix, bluefish). Spot = pontos de pesca.
– 135 –
Figura 10F Pesqueiros de espada (Trichiurus lepturus, cutlass fish). Spot = pontos de pesca.
– 136 –
Figura 10G Pesqueiros de garoupa (Epinephelus marginatus, dentre outras; dusky grouper,
among others). Spot = pontos de pesca.
– 137 –
Figura 10H Pesqueiros de pescada (Cynoscion spp., weakfish). Spot = pontos de pesca.
– 138 –
Figura 10I Pesqueiros de robalo (Centropomus spp., snook). Spot = pontos de pesca.
– 139 –
Figura 10J Pesqueiros de tainha e parati (Mugil spp., mullets). Spot = pontos de pesca.
– 140 –
Figura 10K Pesqueiros de xerelete (Caranx spp., bluerunner). Spot = pontos de pesca.
– 141 –
Figura 10L Pesqueiros de camarão (shrimp). Spot = pontos de pesca.
– 142 –
Figura 10M Pesqueiros de lula (Loligo spp, squid). Spot = pontos de pesca.
– 143 –
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