Explicação de Textos Difíceis PDF
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Pedro Apolinário
Professor de Grego e Crítica Textual no
Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia
4ª EDIÇÃO (Corrigida) 1990
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Por que Estudar Hebraico e Grego? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Justificação, Santificação e Glorificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Fé e Obras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4. Lei e Graça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5. A Lei e o Evangelho Segundo Lutero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
6. A Predestinação Bíblica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
7. Batismo com Água, Fogo e com o Espírito Santo . . . . . . . . . . . 77
8. O Vinho na Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
9. Duas Embaraçantes Passagens Relacionadas com Vinho . . . . 100
10. A Palavra Inferno e a Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
11. O Arrependimento de Deus e do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . 111
12. Pedro e a Pedra – Mat. 16:15-19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
13. Camelo Pelo Fundo de uma Agulha? – Mat. 19:24 . . . . . . . . . 131
14. Duas Problemáticas Declarações em Marcos 7:15 e 19 . . . . . 140
15. A Discutível Terminação do Evangelho de Marcos . . . . . . . . 151
16. Uma Melhor Tradução de Romanos 1:17 . . . . . . . . . . . . . . . . 155
17. "Seja Entregue a Satanás" – I Cor. 5:5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
18. Batismo Pelos Mortos – I Cor. 15:29 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
19. Partir e Estar Com Cristo – Filip. 1:23 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
20. Pregar aos Espíritos em Prisão – I Ped. 3:19 . . . . . . . . . . . . . . . 177
21. Qual é o Descanso de Hebreus 4:9? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
22. Estudo Exegético de Lucas 16:16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
23. "Hoje Estarás Comigo no Paraíso" – Luc. 23:43 . . . . . . . . . . 198
24. Dia do Senhor – Apoc. 1:10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
25. Qual a Melhor Tradução de Apoc. 22:14? . . . . . . . . . . . . . . . . 209
26. O que Crêem os Adventistas Sobre a Parusia . . . . . . . . . . . . . 214
27. Denominação para o Domingo no Novo Testamento Grego .... 222
28. Três Dias e Três Noites na Sepultura – Mat. 12:40 . . . . . . . . 227
29. Jesus – Filho de Deus e Filho do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . 233
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 3
30. Uma Contradição Explicada pelo Grego – Atos 9:7; 22:9 . . . 244
31. A Doxologia do Pai Nosso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247
32. As Três Testemunhas Celestiais de I João 5:7-8 . . . . . . . . . . . 253
33. Qual o Significado de Hilastérion em Rom. 3:25? . . . . . . . . . 258
34. Paracleto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265
35. Estudo das Palavras – Anátema e Maranata – I Cor. 16:22 . . . . . 267
36. Ósculo Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272
37. Novo em Grego e Novo em Português . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
38. A Ira de Deus e a Ira do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
39. Alma e Espírito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299
40. O Amor – A Maior das Virtudes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
41. Glossolalia ou Dom de Línguas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321
42. A Hermenêutica e a Teologia da Libertação . . . . . . . . . . . . . . 336
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
APÊNDICE
Da apostila:
Análise – Textos Bíblicos de Difícil Interpretação,
volume I, de Pedro Apolinário
Agradeço a Deus porque esta pesquisa foi útil para mim e almejo
que o seja também a todos os que desejam entender melhor os escritos
divinos.
Pedro Apolinário
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 6
POR QUE ESTUDAR HEBRAICO E GREGO?
1ª) "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente. . ." Rom. 12: 2.
"Conformeis" em grego é "suschematizo" e "transformai" é
"metamorfoomai". Suschematizo precedido da forte negativa "mê"
significa: "Parai de assumir uma expressão exterior que não vem de
dentro de vós e que não representa o que sois, mas é posta de fora e é
moldada de acordo com este século." O grego fornece as seguintes
idéias: santos que estão usando uma máscara, moldando-se de acordo
com este século, pondo sobre si uma cobertura opaca que oculta a
presença interior do Senhor Jesus e impede que o Espírito Santo
manifeste a sua beleza na vida. Essas idéias emergem do verbo
conformar-se, mas isto do texto grego.
O pregador toma a palavra "transformar" e encontra
"metamorfoomai". O verbo simples significa "dar expressão exterior ao
íntimo de alguém, sendo que essa expressão provém desse íntimo e o
representa." A preposição "meta" indica mudança. Ele traduz: "Mudai
vossa expressão exterior (daquela que veio de vossa natureza totalmente
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 12
depravada quando não estáveis salvos) por aquela que vem do vosso
intimo (como salvos que estais). Esta tradução traz novas e ricas idéias:
santos transfigurados, a vida exterior deve encontrar a sua fonte na
natureza divina, a vida deve ser a expressão exterior de uma natureza
interior, não um disfarce nos trajes do mundo. Apenas o grego pode
guiar-nos a essas idéias.
Referências:
Importância do assunto:
Este tema tem que ver com a salvação, e nada é tão essencial na
Bíblia quanto a nossa redenção. Justificação, santificação e glorificação
são três processos na salvação do ser humano.
"A mensagem presente, a justificação pela fé é a mensagem de Deus...
Não há um em cem, que compreenda a verdade bíblica sobre este tema, tão
necessário para o nosso bem-estar presente e eterno."1
"Isso, porém, eu sei que nossas igrejas estão perecendo por falta de
ensino sobre o assunto da justiça pela fé em Cristo e verdades
semelhantes."2
"A mensagem da justificação pela fé: a mensagem de Deus, a
mensagem da verdade, a mensagem que Deus ordenou fosse dada ao
mundo, a mensagem que leva as credenciais do céu é a mensagem do
terceiro anjo em linhas distintas e claras."3
"Muitos que professam crer na mensagem do terceiro anjo, perderam
de vista a justificação pela fé."4
"O tema central da Bíblia, o tema em redor do qual giram todos os
outros no Livro, é o plano da redenção, a restauração da imagem de Deus,
na alma humana, o empenho de cada livro e passagem da Bíblia é o
desdobramento deste maravilhoso tema." 5
"A justificação pela fé, em seu mais amplo sentido, abrange todas as
verdades vitais, fundamentais do evangelho, a começar pela situação moral
do homem ao ser criado e implicações: seguem-se vinte e duas verdades
embutidas na justificação pela fé."6
O que é Justificação?
Para Vincent, Word Studies in the New Testament, vol. III, pág. XI:
"Justificação pela fé envolve união pessoal com Cristo e conseqüente
morte para o pecado e ressurreição moral para novidade de vida."
"É a obra de Deus ao lançar a glória do homem por terra, e fazer
pelo homem o que não lhe é possível fazer em seu próprio poder."7
"A justificação é um ato da livre graça de Deus, mediante a qual Ele
perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos,
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 16
baseado somente na retidão de Cri«o, a nós imputada, e recebida
exclusivamente pela fé."8
"Ser justificado independentemente das obras é ser justificado sem
contar com qualquer coisa que mereça tal justificação." Hodge.
"É a imputação divina da justiça de Cristo ao nosso nome
individual."9
Justificação é uma parte do processo completo da salvação.
"A justificação é um ato declarativo de Deus. Este ato de declarar o
homem justificado não é como o ato de Deus regenerando o homem. Na
regeneração efetua Deus uma mudança radical no homem, mas na
justificação Ele declara, apenas, que não pode mais condená-lo e o
restaura à Sua graça. Deus não faz o homem justo por declará-lo
justificado. Uma das maiores glórias do evangelho é esta doutrina, que
Deus, o justíssimo entre todos, pode justificar o injusto sem praticar
injustiça."10
Caminho a Cristo explica o que é justificação da seguinte maneira:
"Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador,
sereis, por pecaminosa que tenha sido a vossa vida, considerados justos
por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter e sereis
aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado."
Em outras palavras, assim poderia ser explicada: aceitando a Cristo
como nosso Salvador pessoal, Deus nos liberta de toda a culpa, cobre-
nos com o manto da justiça de Cristo, em lugar dos farrapos da nossa
justiça, vendo Deus em nós a perfeita e imaculada justiça de Seu Filho.
Justificar, segundo o pensamento da Reforma do século XVI,
significa considerar justo e nunca tornar justo como defendia o
catolicismo. A igreja católica não considera a justificação como uma
imputação legal da parte de Deus, mas sim tornar-nos ou fazer-nos
justos.
Da leitura de Romanos 8:33 e 34 se conclui que justificar e
condenar apresentam significação contrária. Se condenar é declarar
alguém culpado, justificar é declarar justo e não tornar ou fazer justo.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 17
O livro Fé e Obras, pág. 94, de Ellen G. White confirma este
conceito ao declarar: "Justificação é o contrário de condenação."
De modo geral, os comentaristas defendem que justificação é um
ato exclusivamente judicial. Josué de Oliveira no livro O Aspecto
Jurídico da Justificação insiste muito nesta tecla: "Justificação não é um
ato de graça, mas sim de justiça. Na página 16 escreveu: "Justificação à
luz da Bíblia é um vocábulo judiciário, por mostrar nossa relação para
com as sagradas leis do código divino á luz das quais os crentes são
julgados."
O conhecido professor Hans K. LaRondelle esposa a mesma idéia
ao declarar sobre a justificação:
"Justificação é a divina atribuição ou imputação da justiça de
Cristo, a crédito, perante Deus, do crente arrependido (Rom. 4:4-8).
Trata-se de uma transação judicial de Cristo como mediador celeste, pela
qual somos feitos retos para com Deus e temos acesso ao coração do Pai
(Rom. 5:1-2) sendo, como resultado imediato que o amor de Deus é
derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi outorgado
(Rom. 5:51. Desse modo, sem qualquer mérito de nossa parte recebemos
o Espírito Santo pela fé em Cristo (Gál. 3:2, 5), e pode apropriadamente
ser dito que somos justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito do nosso Deus (1 Cor. 6:11)"11
Hans Joachim Iwand declara: "Assim a justificação do homem
diante de Deus tem sempre caráter 'forense', isto é, desenrola-se diante
do fórum de Deus que julga justamente."12
Mário Veloso diverge deste conceito ao afirmar:
"A justificação pela fé, conseqüentemente não é um simples ato
forense ou justificação objetiva. Em verdade a justificação pela fé é um
ato pelo qual Deus declara justo o homem injusto e pecador (II Cor.
5:21), porém, a reconciliação implica necessariamente uma
transformação das relações existentes entre o homem inimigo e Deus.
Esta transformação subjetiva é descrita pela paz que o homem inimigo
recebe para tornar-se amigo de Deus no ato da justificação. Em sua
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 18
atitude inimiga o homem perdeu sua verdadeira relação com Deus e
dirige-se para a morte. Não há nada que ele possa fazer para sair desta
situação. Somente a justiça de Cristo pode transformá-lo porque esta 'é
um princípio que transforma o caráter e rege a conduta'. Mediante a
justificação Deus perdoa ao homem. O perdão de Deus não é meramente
um ato judicial pelo qual Ele nos livra da condenação. É não somente
perdão pelo pecado, mas livramento do pecado. É o trasbordamento de
amor redentor que transforma o coração."13
A Justificação e a Lei
Sobre a Justificação
Benefícios da Justificação
Santificação
Pedro faz apelo idêntico: "Porque escrito está: Sede santos, porque
eu sou Santo." I Ped.1:16.
Glorificação
a) Isa. 62:11.
". . . Eis que vem o teu Salvador; vem com Ele a Sua recompensa, e
diante dele o seu galardão."
b) I Tes. 4:17 última parte:
". . . e assim estaremos para sempre com o Senhor"
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 33
d) II Tim. 4:8.
"Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto
juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas também a todos
quantos amam a sua vinda."
d) Apoc. 22:14.
"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras, para que
lhes assista o direito á árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas."
Justificação – é momentânea.
Santificação – prolonga-se por toda a vida.
Glorificação – estende-se por toda a eternidade.
"Por isso que Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação
pela santificação do Espírito e fé na verdade." II Tess. 2:13.
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Referências:
1. Ellen G. White, Review and Herald, 3-9-1889.
2. ____________, Obreiros Evangélicos, pág. 301.
3. ____________, Review and Herald, 28.5-1954.
4. ____________, Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 366.
5. ____________, Educação, págs. 125-126.
6. ____________, Christ Our Righteousness, pág. 607. A.G. Daniels.
Ver Revista Adventista, março de 1966, pág. 6.
7. Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, pág. 456.
8. Catecismo de Westminster.
9. Justificação, Santificação e Glorificação, p. 27, Hans K. LaRondelle.
10. Esboço de Teologia Sistemática de A.B. Langston, pág. 285.
11. Doutrina da Salvação, pág. 56, Hans K. LaRondelle.
12. A Justiça da Fé, pág. 69.
13. O Homem – Uma Pessoa Vivente, pág. 188.
14. SDABC, vol. 6, pág. 509.
15. O Desejado de Todas as Nações, pág. 280.
16. 6.000 Illustrations, pág. 400.
17. O Aspecto Jurídico da Justificação, págs. 17 e 18 – Josué A. de
Oliveira.
18. Teologia Sistemática de Strong, pág. 840.
19. Meditações Matinais, 11-2-1981.
20. Introdução da Lição da Escola Sabatina de 8 de agosto de 1959.
21. Manuscrito 61, 2-7-1903. Citado em Meditações Matinais de 2-7-1983.
22. Comentário sobre Romanos 3:24-28 do SDABC.
23. The Letter to the Romans, págs. 75 e 76.
24. Mensagens aos Jovens, pág. 35.
25. Doutrina da Salvação, pág. 20.
26. Meditações Matinais – 11-2-1981.
27. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 153 – Joseph
Angus.
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FÉ E OBRAS
Fé no Velho Testamento
Fé em o Novo Testamento
O crente não pratica boas obras para ser salvo, porém está salvo
pela fé em Cristo, por isso as pratica.
Enéas Tognini no livro O Cristão e as Obras, página 20, nos
apresenta esta importante verdade:
"Em Efésios 2:8, Paulo, pelo Espírito Santo diz: 'Pela graça sois
salvos mediante a fé. . .' Nesta maravilhosa escritura temos as duas
partes envolvidas no plano da salvação: Deus e o homem. Da parte de
Deus é a Graça. Graça é favor de Deus, presente de Deus. A Mão de
Deus está estendida para o homem com o presente eterno, que é Jesus. O
Salvador lhe é oferecido inteiramente de graça, isto é, sem dinheiro e
sem preço. A parte do homem é a Fé. O homem estende a sua mão e
recebe de Deus o presente que é Jesus. E nesse ato de Deus dar e o
homem receber, consumou-se a salvação."
A parte do homem é apenas dizer: "Sim, eu aceito o sacrifício que
Cristo fez por mim, eu creio." Isto é fé.
Conclusões
"Que ninguém diga que vossas obras nada têm que ver com vossa
categoria e posição diante de Deus. No juízo, a sentença pronunciada
será de acordo com o que tenha sido feito ou deixado de fazer." –
Mensagens Escolhidas, livro 1, pág, 381.
Como igreja jamais depreciemos as boas obras, porque "a justiça de
Cristo consiste em ações corretas e boas obras provenientes de motivos
puros e altruístas." – Testimonies, vol., 3, pág. 528.
Nota
Introdução
Comentários Gerais
I. Que é Lei?
As leis são as normas estabelecidas por Deus para que por elas
pautemos a nossa vida.
Os Adventistas e a Lei
Nos dias de Paulo havia três erros concernentes à lei e à graça, erros
esses que têm perdurado até os nossos dias. Esses erros são:
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 51
1º) O Legalismo – É o ensino que somos salvos pelas obras,
observando cerimônias e preceitos da lei. O livro de Romanos refuta esse
erro.
2º) O Antinomianismo. Ensina que se somos salvos pela graça, não
faz diferença alguma como vivemos e nos conduzimos.
A epístola de Tiago é uma resposta a este erro doutrinário.
3º) O galacianismo. É o ensino que somos salvos pela graça, mas,
após isto, somos guardados pela lei. Em outras palavras: Somos salvos
pela fé e obras. Paulo guiado pelo Espírito Santo escreveu a carta aos
Gálatas combatendo esta heresia. Ver Novo Testamento Interpretado, de
Russel Norman Champlin, 4º vol. pág. 435.
Paulo e a Lei
Em Rom. 7:4-6 ele declara que morremos para a lei e fomos dela
libertados.
Em Gálatas 2:19 afirma: "Porque eu, mediante a própria lei, morri
para a lei, a fim de viver para Deus. .."
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 53
O contexto e outros princípios exegéticos nos informam que as
expressões: "morrer para a lei" e "ser libertados da lei" significam o
seguinte: O laço que nos ligava à lei como caminho para ser aceito por
Deus tem que ser quebrado.
Notem a declaração do comentarista Stamm: "A morte para, a lei
significa deixar de obedecer á lei como meio que nos assegura a boa
vontade divina."
Morrer para a lei, jamais quis significar que não temos mais a
obrigação de guardar a lei, mas sim morrer para a lei como meio de
justificação.
"Quem procura alcançar o céu por suas próprias obras, guardando a
lei, tenta uma impossibilidade." – Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 364.
Os fariseus ensinavam que a "" encerra os elementos da
vida dos judeus; todos quantos lhe obedecessem viveriam, e aqueles que
lhe fossem desobedientes morreriam. (Ver Deut. 30:11-20).
Com a expressão "morrer para a lei" Paulo fazia referências ao
rompimento da crença que a guarda da lei era o caminho para nossa
aceitação perante Deus.
Referências:
1. Our Hope – Ray C. Stedman. Citado no Ministério Adventista,
julho/agosto, 1962, pág. 20.
2. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, Joseph Angus, pág.
150.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 57
3. Comentários das Escrituras de Mateus Henry (autor
presbiteriano).
4. Word Studies in the New Testament, vol. III, pág. XI. Vincent.
5. Comentário de Russell Norman Champlin sobre Efés. 2:8 em O
Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 58
A LEI E O EVANGELHO SEGUNDO LUTERO
Antinomianismo
Que é predestinação?
Predestinação pode ser definida no sentido geral e no sentido
bíblico.
No consenso do povo é crer que Deus traçou um plano para a nossa
vida e devemos segui-lo sem o direito da escolha. Em outras palavras –
somos autômatos, desempenhando um papel previamente estabelecido
por Deus.
Calvino, ampliando idéias já antes defendidas por Santo Agostinho,
afirmou que desde a antigüidade Deus estabeleceu dois decretos: Um
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 67
selecionando um grupo para a salvação ou vida eterna e um outro
decreto selecionando aqueles que serão destruídos. O próprio Calvino
qualificou-o como terrível decreto de Deus.
Estaria este ensino em harmonia com as doutrinas bíblicas? De
modo nenhum. Porque a dupla predestinação ensina que se não fomos
arbitrariamente escolhidos para a salvação, não há esperança, mesmo que
almejemos ardentemente esta graça. A Bíblia não diz isto.
Predestinação bíblica, seria o decreto de Deus que possibilita a
salvação a todos os que aceitarem a Cristo.
Os adventistas não temos pregado e escrito o suficiente sobre este
magno assunto. Creio ser nosso dever compreendê-lo melhor e expô-lo
com clareza aos outros, embora reconhecendo, que ele é complexo, e em
alguns aspectos transcende a nossa limitada compreensão.
A Hermenêutica e a Predestinação
2º) O segundo princípio pode ser ilustrado com Rom. 9:18 que
declara: "Logo, tem ele misericórdia de quem quer, e também endurece a
quem lhe apraz."
Colocando ao lado as passagens paralelas de Sal.18:25 e 26 e
Isa. 55:7 sabemos com quem Deus quer ser misericordioso e com quem
age com dureza. Estas passagens nos afiançam que com os benignos Ele
é benigno, mas destruirá os perversos e impenitentes.
Êxodo 4:21 e 7:3 afirmam que Deus endureceu o coração de Faraó.
Estas passagens são citadas pelos defensores da predestinação. Temos
aqui um idiomatismo hebraico, ou seja o verbo usado não para expressar
a execução de algo, mas a permissão para fazer isso. Confira Êxo. 5:22 –
"Ó Senhor, por que afligiste a este povo?" (isto é, toleraste que fosse
afligido).
Ademais as passagens paralelas de Êxodo 7:13, 22 e 8:32 nos
mostram que foi Faraó que endureceu o seu próprio coração.
Eleição e Vocação
Ilustração
Os adventistas cremos:
Nota
Que é Batismo?
Para os adventistas o batismo não é um sacramento no sentido em
que o aceita a Igreja Católica.
Que é sacramento?
O Catecismo Romano, pág. 209, § 3, letra D, referindo-se aos
sacramentos afirma:
"Deus os instituiu com a virtude, não só de simbolizar, mas também
de produzir alguma coisa. . . São sinais de instituição divina, e não de
invenção humana, que possuem também a virtude de produzir os santos
efeitos que simbolizam. Assim cremos com fé inabalável!"
Para os teólogos católicos romanos o batismo é uma ablução que
lava o corpo e purifica a alma da mancha do pecado. Esta declaração não
se harmoniza com afirmações bíblicas que nos esclarecem que é o
sangue de Cristo que nos limpa de todo o pecado. I Ped. 3:21; I João 1:7.
Como igreja cremos ser o batismo não um sacramento, mas um
compromisso de lealdade como escreveu Ellen G. White na carta 129, do
ano de 1903: "Ao se submeterem os cristãos ao solene rito do batismo,
Ele registra o voto feito por eles de Lhe serem fiéis, Esse voto é o seu
compromisso de lealdade."
O batismo é um requisito importante no plano da salvação por
simbolizar a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.
É a porta de entrada para a igreja.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 78
É o processo pelo qual nos tornamos membros da família de Deus.
O batismo é um ato de fé, por isso como igreja não aceitamos o
batismo infantil.
Nos escritos de Paulo é o sinal da comunhão espiritual que deve
existir entre o crente e Cristo. O batismo é um testemunho público de
que o batizando aceitou a Cristo como Seu Salvador pessoal.
É um sinal externo do verdadeiro arrependimento do pecado e a
manifestação de um desejo íntimo de ser purificado.
Pode ainda ser definido, como uma manifestação de fé, do crente,
na morte propiciatória de Cristo.
"Simboliza o batismo soleníssima renúncia do mundo. Os que ao
iniciar a carreira cristã são batizados em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo, declaram publicamente que renunciaram o serviço de
Satanás, e se tornaram membros da família real, filhos do Celeste Rei." –
Evangelismo, pág, 307.
O batismo em o Novo Testamento é o sinal externo de que a pessoa
aceitou o plano divino para sua salvação, assim como a circuncisão o era
entre Deus e os israelitas do Velho Testamento. Em outras palavras, o
rito da circuncisão foi substituído na Era Cristã pelo batismo, como nos
informa Paulo em Col. 2:11 e 12.
Confiramos:
a) Mat. 3:6. – Muitas pessoas eram batizadas por João no rio
Jordão.
b) Mat. 3:16. – Batizado Jesus saiu logo da água.
O apóstolo João (3:23) afirma: "Ora, João estava também
batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas."
c) A referência ao batismo do eunuco etíope – Atos 8:38 e 39.
d) O simbolismo paulino de Rom. 6:4 é uma confirmação evidente
de que para ele batismo significa imersão.
Para o Professor Jorge E. Rice batismo é:
1º) A porta de entrada na igreja.
Os que ouviram o sermão pentecostal de Pedro perguntaram: "Que
faremos irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo." Atos 2:37 e 38.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 81
Lucas diz ainda mais: "Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os
que iam sendo salvos." Atos 2:47.
2º) Porta de entrada para comunhão e relacionamento íntimos com
Cristo.
Ele nos chama a atenção para a preposição grega 'eis' e não 'en'
usada por Paulo para denotar o objetivo buscado e alcançado pelo
batismo. Rom. 6:3 e 4. A preposição 'eis' indica reciprocidade e não
repouso.
3º) A porta de entrada no Concerto.
Sendo a circuncisão o sinal entre Deus e Seu povo no Velho
Testamento, o batismo representa a circuncisão espiritual do coração, e
uma relação salvífica com Jesus. Afirmação baseada em Col. 2:11, 12."2
O Significado do Batismo
a) Atos 1:8
O poder do batismo no Espírito é primeiro e acima de tudo um
poder que nos une a Cristo. A grandeza do batismo no Espírito Santo
consiste não no fato de levar o homem além de Cristo, mas exatamente
de o levar a Cristo. Ser batizado no Espírito significa tornar-se de Cristo.
Em outras palavras: O batismo com o Espírito Santo é o sinal da ligação
espiritual entre o crente e Cristo.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 85
b) Atos10:44-48
O dom do Espírito aqui é a conversão e não uma experiência
posterior à conversão. O batismo nas águas e o batismo no Espírito
pertenciam juntos de tal maneira que formavam "um batismo" da Igreja.
c) Mar. 1:10
A conexão de água com o dom do Espírito Santo foi iniciada pelo
próprio batismo de Jesus.
d) I Cor. 12:13
A expressão descreve o ato soberano de Deus, pelo qual todos os
cristãos são incorporados, no corpo de Cristo, por ocasião de sua
conversão. Paulo identifica o batismo no Espírito com a conversão ou
regeneração.
O batismo na água é o símbolo de nossa união vital e essencial com
Cristo, em sua morte e ressurreição – nós morremos para o pecado e
ressuscitamos para urna nova vida. O batismo na água é o sinal
simbólico do batismo do Espírito Santo, ou a união espiritual que deve
existir entre o crente e Cristo.
Russel Norman Champlin, comentando Rom. 6: 3, que assim reza:
"Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo
Jesus, fomos batizados na sua morte?", disse entre outras coisas o
seguinte:
"O batismo em água simboliza a regeneração, embora de forma
alguma seja agente dessa realização espiritual. A água é apenas símbolo
da operação feita pelo Espírito Santo. (Ver Tito3:5 e I João 5:6-8)...
"O batismo em água é um ato de obediência, o qual visa,
especificamente, mostrar ao mundo que o batizando assumiu uma nova
lealdade."
Billy Graham afirma:
"Já que o batismo com o Espírito Santo ocorre no momento da
regeneração, a Bíblia nunca diz que devemos procurar por ele. Estou
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 86
convencido que muitas coisas que alguns teólogos e pregadores
adicionaram ao batismo com o Espírito Santo na verdade pertencem à
plenitude do Espírito. A finalidade do batismo com o Espírito Santo é
fazer o novo cristão adentrar no corpo de Cristo. Não há intervalo de
tempo entre a regeneração e o batismo com o Espírito.
"No momento em que recebemos a Jesus Cristo como Senhor e
Salvador, recebemos também o Espírito Santo."6
A água representa a purificação de nossos pecados efetuada através
do Espírito Santo.
O Espírito Santo convence o homem do pecado de rejeitar a Cristo;
da justiça da obra redentora de Cristo; do juízo por Satanás ter sido
derrotado por Cristo na cruz.
Muito se tem discutido sobre o significado da água e idéias
divergentes têm sido apresentadas, mas creio que melhor seja esta: o
nascimento da água foi empregado metonimicamente por Cristo para
significar o lavar dos pecados, ou a purificação espiritual, sem a qual
ninguém pode ver a Deus. Ezequiel 36:25 confirma esta exegese.
O Selo
Conclusão
Introdução
Conclusão
"Esse dinheiro dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas,
ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer cousa que te pedir a
tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e tua
casa." Deut. 14:26.
"Dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargurados de
espírito." Prov. 31:6.
Limitar-nos-emos ao que diz o Comentário Adventista e a uma
ligeira alusão de Adão Clark.
O que escreveram os teólogos e comentaristas adventistas sobre
Deut. 14:26.
"Bebida forte. O vinho e a bebida forte aqui mencionados eram
ambos fermentados. Em tempos passados Deus freqüentemente tolerava
a grosseira ignorância responsável por práticas que Ele nunca pôde
aprovar. Mas finalmente veio o tempo quando, em cada ponto, Deus
ordenou a todos os homens que se arrependessem (Atos 17:30). Então
aqueles que persistissem em suas práticas, a despeito do conselho e
advertência não mais teriam uma desculpa para seu pecado (João 15:22).
'Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora
não têm desculpa do seu pecado.' No seu procedimento anterior eles não
tinham pecado e Deus não os considerava totalmente responsáveis,
embora suas obras estivessem afastadas do ideal. Sua longanimidade é
extensiva a todo aquele que não sabe o que está fazendo (Luc. 23:34).
Como Paulo que perseguia a Igreja ignorantemente na incredulidade eles
podem obter misericórdia."
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 101
Depois de falar que Deus suportou a escravatura e a poligamia,
coisas contrárias aos princípios divinos, o SDABC assim conclui:
"Assim foi com o 'vinho' e 'bebida forte'. A ninguém era
estritamente proibido beber, exceto os engajados em deveres religiosas e
talvez também na administração da justiça (Lev. 10:9; Prov. 31:4). Os
males do 'vinho' e da 'bebida forte' foram claramente indicados, o povo
aconselhado a abster-se deles (Prov. 20:1; 23:29 a 33), e uma maldição
pronunciada sobre aqueles que induzissem outros a abusar da bebida
(Hab. 2:15). Mas Paulo coloca diante de nós o ideal declarando:
'Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei
tudo para a glória de Deus.' (I Cor. 10:31), e informa que Deus destruirá
aqueles que desonram seus corpos (I Cor. 3:16-17). Coisas intoxicantes
destroem o templo de Deus e seu uso não pode ser considerado um meio
de O glorificar (I Cor. 6:19-20; 10:31). Paulo abandonou o uso de cada
coisa prejudicial ao seu corpo (I Cor. 9:27). Não há desculpa hoje para o
argumento de que não há nada intrinsecamente errado no uso de bebidas
intoxicantes, baseando-se no fato de que uma vez Deus as permitiu.
Como já foi notado, Ele também permitiu uma vez a escravatura e a
poligamia. A Bíblia adverte que os bêbados não herdarão o reino de
Deus (I Cor. 6:10)."
Sobre Prov. 31:6 este mesmo Comentário tece as seguintes
considerações:
"Pronto para perecer. Sem o conhecimento de narcóticos possuído
pelos médicos hoje, os antigos tinham freqüentemente apenas várias
misturas de bebidas intoxicantes e preparações de ervas narcóticas com
as quais insensibilizavam as dores de doenças fatais. Àqueles que eram
crucificados, no tempo de Cristo, ofereciam-lhes uma mistura de vinagre
e fel. Nosso Senhor recusou beber aquela mistura. Ele desejava uma
mente clara para resistir à tentação de Satanás e conservar forte Sua fé
em Deus."
Adão Clark apresenta esta mesma idéia sobre Provérbios 31:6,
apenas usando vocabulário diferente:
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 102
"Dai bebida forte para aquele que está morrendo. Já temos visto que
bebidas embriagantes eram misericordiosamente dadas aos criminosos
condenados, para torná-los menos sensíveis às torturas que enfrentariam
na morte. Isto é o que foi oferecido a nosso Senhor, mas Ele recusou."
Introdução
Sheol
Geena
Tártaro
Conclusão
Introdução
O Que é Arrependimento?
Conclusão
Referências
1. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol.
III, pág. 68.
2. O Novo Dicionário da Bíblia, vol. 1, pág. 141.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 119
3. A Teologia Sistemática de Strong, pág. 124.
4. Testemunhos Seletos, de Ellen G. White, vol. II, pág. 94.
5. Patriarcas e Profetas, de Ellen G. White, pág. 630.
6. SDA Bible Dictionary
7. O Desejado de Todas as Nações, de Ellen G. White, págs. 654 e
655.
PEDRO E A PEDRA
ESTUDO EXEGÉTICO DE S. MATEUS 16:15-19
Identificação da Pedra
A Pedra é Cristo
a) Mateus 23:8 e 10 nos ensina que Cristo não queria que nenhum
deles fosse mestre ou guia, porque esta é uma prerrogativa divina.
b) Lucas nos relata (9:46; 22:24-30), que por duas vezes se levantou
entre os discípulos, o problema de quem entre eles tinha a primazia. Tal
problema jamais se levantaria se Cristo tivesse estabelecido a Pedro
como superior a eles.
c) Se Cristo tivesse indicado a Pedro como o líder da Igreja, como o
Papa, ele seria infalível em suas decisões, portanto jamais lhe
aconteceria o que Lucas nos relata no seu evangelho capítulo 22:54-60.
d) Sendo Pedro o dirigente seria a pessoa que enviaria outros, mas
Lucas nos informa em Atos 8:14 que Pedro e João foram enviados pelos
apóstolos.
e) Se fosse o superior hierárquico dos apóstolos a argüição que eles
fizeram e a defesa de Pedro seriam inoportunas e desarrazoadas,
conforme o relato de Atos 11:1-18.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 125
f) O primeiro concílio da igreja não foi convocado e dirigido por
Pedro mas por Tiago. O contexto apresentado pelo Dr. Lucas (Atos
15:13, 19) sugere que Tiago era o presidente.
g) Em Atos 15:22-29 há o relato de que a epístola enviada a
Antioquia foi dirigida em nome dos apóstolos, dos presbíteros, e da
igreja e não por Pedro.
h) Se Pedro fosse o líder, Paulo não poderia escrever o que se
encontra em Gálatas 2:11-14, pois seria faltar à ética hierárquica. A
afirmação de Paulo no verso 11 é bastante taxativa para desmoronar todo
o falso edifício que o papado tem construído na base de Mateus 16:18
sobre o primado de Pedro.
i) 1 Coríntios 12:28. Se Pedro fosse o Papa, na enumeração dos
ofícios da Igreja, Paulo não se esqueceria deste tão preeminente – o
Vigário de Cristo.
j) Paulo afirma em Gálatas 2:9 que Tiago, Cefas (Pedro) e João
eram considerados como colunas. Note-se que Tiago está em primeiro
lugar.
No SDABC, Vol. V pág. 431 se encontram estas oportunas palavras:
"Talvez a melhor evidência. de que Cristo não apontou a Pedro como a
'pedra' sobre a qual edificaria Sua igreja seja o fato de que nenhum dos
que ouviram esta afirmação de Cristo, nem o próprio Pedro assim
entendeu Suas palavras, nem durante o tempo em que Cristo esteve na
Terra nem posteriormente. Houvesse Cristo feito a Pedro chefe entre os
discípulos, depois disto eles não se veriam envolvidos em discussões
sobre qual deles seria considerado o maior."
Nota
S. Mateus 19:24
Comentários Gerais
"A explicação que o fundo de uma agulha, se refere a uma porta menor
aberta no painel de uma grande porta da cidade pela qual os homens
podiam passar quando a grande porta estava fechada para o tráfego
principal, originou-se nos séculos depois dos dias de Cristo. Não há portanto
nenhum fundamento para tal explicação, embora ela possa parecer
plausível, Jesus está tratando com impossibilidades (v. 26) e não há nenhum
apoio para se defender uma explicação pela qual se possa traduzir como
possível o que Jesus especificamente salientou como impossível."
Será que há necessidade de aduzir mais exemplos comprobatórios,
para a eliminação completa de explicações não alicerçadas em bases
seguras?
Conclusão
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 140
Das três explicações existentes apenas uma é defensável para os
teólogos adventistas, bem como para todos os eruditos das demais
organizações religiosas.
Cristo estava usado uma hipérbole, figura que se caracteriza pelo
exagero, com o objetivo de despertar a atenção dos ouvintes, para melhor
fixar o fato na memória.
A informação de uma porta estreita se espalhou pelo mundo por
influência de suposições e de relatos não fidedignos.
Jamais devemos usar explicações populares vulgarizadas, porque
não são sancionadas pelos grandes estudiosas da Bíblia.
Introdução
Comentários Gerais
A Verdadeira Contaminação
Conclusão
A DISCUTÍVEL TERMINAÇÃO DO
EVANGELHO DE MARCOS
Introdução
Comentários Gerais
2ª) Uma segunda corrente afirma que crentes vivos eram batizados
em lugar de crentes mortos, porque estes, por alguma razão não puderam
ser batizados. É possível que alguns desses crentes tivessem falecido
repentinamente, devido a alguma praga ou outra ocorrência funesta, não
tendo assim a oportunidade de se batizarem.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 168
3ª) O Comentário de Adam Clarke sobre esta passagem é mais ou
menos o seguinte:
Depois de afirmar que é o verso mais difícil do Novo Testamento e
apresentar várias interpretações ele enfatiza esta: Paulo emprega a
palavra batismo como sinônimo de dores, de sofrimento, que os
apóstolos estavam sofrendo pelo fato de pregarem o evangelho, com a
esperança de ressuscitarem um dia, à semelhança de Cristo, para
herdarem a vida eterna. A palavra batismo neste verso é usada no mesmo
sentido de Mar. 10:39 e Luc. 12:50.
5ª) Ainda uma outra sucinta idéia defendida com ardor por vários
estudiosos é que a palavra "mortos" neste passo se refere a Cristo, sendo
usado o plural pelo singular (sinédoque) significando – por causa do
morto, isto é, Cristo. No original está mortos, e é difícil vermos como
Cristo poderia representar uma "categoria" inteira de pessoas. Além
disso Cristo não está morto mas bem vivo como a passagem ensina.
Outra explicação:
Os adventistas cremos que as duas afirmações "partir e estar com
Cristo" não pressupõem dois acontecimentos imediatos ou em seqüência.
Haverá base bíblica para esta crença?
Sim, e os dois seguintes exemplos confirmam nossa assertiva:
1º) Em Isaías 61:1-2 há uma profecia da obra que Cristo efetuaria
em seu primeiro advento. Em S. Lucas 4:17-19 se encontra o relato de
que cristo leu esta passagem, acrescentando, no verso 21: "Hoje se
cumpriu esta escritura em vossos ouvidos". Atentando para o relato de
Isaías, veremos que Cristo não leu toda a profecia, embora seja uma
declaração aparentemente ligada; Ele concluiu com a frase: "e anunciar o
ano aceitável do senhor". A frase seguinte diz: "e o dia da vingança de
nosso Deus". Ele não leu esta parte, porque não devia cumprir-se
naquela época, embora estivesse unida na mesma frase. Toda a era cristã
devia passar antes de vir o dia da vingança do nosso Deus.
2ª) Pedro em sua segunda carta, cap. 3: 3-13 relata a segunda vinda
de Cristo e a destruição da Terra pelo fogo. Se lermos Apoc. 20 sabemos
que haverá entre os dois acontecimentos um intervalo de mil anos.
Conclusão
A pergunta natural que nos vem a mente é esta. Quando será aquele
dia? O próprio Paulo nos responde – será no dia da vinda de Cristo – "a
todos os que amarem a sua vinda". (verso 8).
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 177
Outras explicações congêneres se encontram em Questions on
Doctrine, págs. 527 e 528 ou no Ministério Adventista, setembro -
outubro de 1973, pág. 23.
Introdução
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 178
Os católicos, e até protestantes afirmam que enquanto Cristo esteve
morto, passou este tempo pregando aos espíritos em prisão. Justificam
esta crença baseados em I Pedro 3:18-20.
Estaria esta crença em harmonia com o ensino geral das Escrituras
Sagradas?
De modo nenhum, porque afirmar que entre a crucifixão e a
ressurreição, Jesus foi a algum lugar, ou desceu ao Hades, selecionou os
espíritos dos antediluvianos, dos dias de Noé, e lhes pregou,
concedendo-lhes segunda oportunidade, seria crer que a Bíblia advoga
esta segunda oportunidade e também o estado de consciência na morte;
da existência de algum lugar, como seja o purgatório, onde estão os
espíritos desencarnados, doutrinas estas estranhas ao Livro Sagrado.
A resposta às perguntas que se seguem nos ajudará a equacionar o
problema de conformidade com "um assim diz o Senhor":
1ª) Quem eram os espíritos que estavam em prisão?
2ª) Que espécie de espíritos eram? Vivos ou mortos?
3ª) Quem lhes pregou?
4ª) Quando lhes foi pregado?
5ª) Pode a verdade ser ensinada aos mortos?
6ª) Defende a Bíblia a crença numa segunda oportunidade após a
morte?
7ª) Qual é a prisão mencionada em 1 Pedro 3: 19?
8ª) será que houve algum problema com copistas ou de tradução,
tornando a passagem obscura?
Comentários Gerais
A razão que ele apresenta para isto é a seguinte: Como a cópia dos
manuscritos se fazia por ditado, os escribas estavam expostos a omitir
palavras que aparecendo em sucessão tivessem um som semelhante – en
ho kai Enoque.
É uma sugestão interessante e engenhosa, mas que não devemos
aceitar por falta de evidências comprobatórias.
Segue-se uma explicação para esta passagem dada por Artur S.
Maxwell, aparecida na Revista Adventista, setembro de 1962, pág. 8:
"Na primeira epístola de S. Pedro ocorre esta estranha afirmativa: I
Ped. 3:18-20. Naturalmente, somos levados a indagar: Quem eram os
espíritos em prisão? Como podia Cristo lhes pregar e quando? Não
haverá aqui algum erro? Não. Se compararmos esta passagem com a
história do dilúvio, em Gênesis 6, tudo se torna claro. As palavras "no
qual" referem-se ao Espírito Santo, e foi por esse Espírito que Cristo
pregou aos 'espíritos em prisão', que no versículo 20 são definidos como
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 183
pessoas que 'noutro tempo foram desobedientes'. Esse 'noutro tempo' é
claramente identificado como o tempo em que 'a longanimidade de Deus
aguardava nos dias de Noé.' Assim, o tempo eram os dias de Noé, o
lugar era o mundo antediluviano, e o meio pelo qual Cristo contendia
como homem era seu santo Espírito – fato claramente expresso em
Gênesis 6:3. O ministério de Noé, ministério presidido e motivado pelo
Espírito, durou 120 anos – tempo durante o qual Deus procurou libertar o
povo da prisão do pecado e salvá-lo na arca. A maior parte recusou o
convite, salvando-se 'através da água', apenas 'oito pessoas'."
Conclusões
Referência:
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 192
1. Studies in the Book of Hebrews, de Ellet Joseph Waggoner,
Boletim da Associação Geral, 1897, pág. 301.
Introdução
Conclusão
◼ ⧫ ⬧
kai eipen auto, Amen soi lego, semeron met'emu ese
en to paradeiso.
Dia do Juízo
Embora João tivesse tido uma visão sobre o dia do juízo, não
poderia ter sido neste dia, porque este ainda estava no futuro.
Esta interpretação não pode ser aceita quando sabemos:
1º) Vincent em Word Studies in the New Testament, vol. II, pág.
425, comentando Apoc. 1:10, assim se expressa:
"Dia do juízo é expresso no Novo Testamento por
⧫◆ ◆◆ – he hemera tu kuriu
– II Tes. 2: 2; ou ◆◆ – hemera kuriu – II
Ped. 3:10; ou ainda – ⬧⧫◆ – hemera
christu – o dia de Cristo – Fil. 2:16".
Dia do Domingo
Introdução
b) Sua Tradução.
Em algumas traduções como a de Figueiredo, Ferreira de Almeida,
Bíblia de Jerusalém, New English Bible, Novo Testamento na
Linguagem de Hoje, Novo Testamento Vivo e estrangeiras como: Alford,
Goodspeed, Spender, Moulton, Fenton, Weymouth, Moffatt, Wyclif,
Knox encontramos:
"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras. . .";
enquanto que as traduções: The Holy Bible, King James Version, La
Sacra Biblia, Giovani Diodati (Italiana), a tradução siríaca e outras
consignam:
"Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos..."
Conclusão
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 214
Creio serem oportunas e muito adequadas as palavras de C.W.
Irwin, inseridas em O Ministério Adventista, maio e junho de 1954, pág.
20, como fecho destas considerações:
"Os escritores do Novo Testamento têm a tendência de dar mais
ênfase ao princípio da justiça pela fé do que à justiça pelas obras da lei,
do que resultou a tradução: 'Bem-aventurados aqueles que lavaram as
suas vestiduras'. . . etc. Isto parece estar mais em conformidade com o
espírito do Novo Testamento, e é, sem dúvida, a tradução dum original
grego correto.
"De maneira nenhuma pode essa versão ser usada como argumento
contra a validade e perpetuidade da lei de Deus, concretizada nos Dez
Mandamentos. É simplesmente uma confirmação de que o escritor
inspirado, nesse passo, não se referia aos Dez Mandamentos, mas
enunciava um princípio de concerto novo de justiça pela fé.
"Tanto no Velho como no Novo Testamento a expressão "vestir"
refere-se ao caráter. Em Zacarias, os trapos imundos representam a
pobreza espiritual, pelo que, a mudança das vestes ou vestes brancas, é
um símbolo da pureza de caráter, atingida apenas por meio da fé na
graça salvadora de Jesus Cristo. Deste ponto de vista, o passo é
esclarecedor e belo."
Nota
Que é Parusia?
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 217
Palavra grega proveniente do verbo grego "pareimi" que significa
estar presente. A palavra parusia é usada 24 vezes no Novo Testamento.
Catorze vezes nas Epístolas Paulinas, quatro em Mateus, duas em Tiago,
três em II Pedro e uma em 1 João.
Todos os comentários e dicionaristas são unânimes em afirmar que
o termo grego significa, presença, chegada, vinda, volta e que é usado
duas vezes para presença (II Cor. 10:10; Fil. 2:12) e 22 vezes para a
vinda de Cristo (Mat. 24: 3, 27, 37; I Cor. 1:8 etc. etc.)
O alentado Dicionário do Novo Testamento de Tayer ao estudar a
palavra "parusia" afirma:
"No Novo Testamento acha-se, especialmente, relacionada com o
Advento, isto é, a futura volta visível de Jesus, procedente do céu, o
Messias, que virá para ressuscitar os mortos, decidir o último julgamento
e estabelecer de maneira aparente e gloriosa, o Reino de Deus".
Apesar desta uniformidade, quanto à sua significação, idéias
antibíblicas têm surgido em sua interpretação. Dentre estas as duas mais
conhecidas são:
Conclusões
Referências:
1. O Conflito dos Séculos, Ellen G. White, pág. 323.
2. Novo Dicionário da Bíblia, pág. 512.
3. Teologia Sistemática, L. Berkhof, pág. 832.
4. Idem, pág. 833.
5. Ibidem, pág. 935.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 223
DENOMINAÇÃO PARA O DOMINGO NO
NOVO TESTAMENTO GREGO
I. Sagrados
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 231
1º) 1 Samuel 30:12 e 13 declara. . . "pois havia três dias e três noites
que não comia pão nem bebia água". Então lhe perguntou Davi: "De
quem és tu, e de onde vens?" Respondeu o moço egípcio: "Sou servo de
um amalequita e meu senhor me deixou aqui há três dias." Note bem as
expressões diferentes para o mesmo período de tempo.
2º) Outro exemplo concludente se encontra em Ester 4:16 e 5:1 ". . .
e jejuai por mim e não comais nem bebais por três dias, nem de noite
nem de dia. . . Ao terceiro dia Ester se aprontou. . ." É claro que o
período de três dias não havia chegado ao fim quando ela se apresentou
perante o rei, se fosse diferente, estaria: no quarto dia.
3º) As crianças em Israel eram circuncidadas ao terem 8 dias (Gên.
17:12), porém, a circuncisão ocorreria no oitavo dia devido a contagem
inclusiva (Lev. 12:3; Luc. 1:59).
Os exemplos bíblicos poderiam ser multiplicados, mas estes são
suficientes para nos elucidarem sobre Mateus 12: 40.
II. Profanos
A Enciclopédia Judaica Universal no item – "dia", assim se
expressa: "Nas práticas religiosas, a parte de um dia é freqüentemente
contada como um dia completo. Tal é o caso dos sete dias de luto, se o
funeral ocorre à tarde: a curta porção restante do dia é contada como um
dia completo. Na contagem da data da circuncisão no oitavo dia após o
nascimento, mesmo, uns poucos minutos do dia restante após o
nascimento são considerados como um dia completo".
Era comum no Egito, Grécia e Roma a "contagem inclusiva" como
nos atestam seus documentos. Por exemplo, os gregos chamavam a
Olimpíada, que se realizava de quatro em quatro anos de pentaeteris
(período de cinco anos) por contarem o ano inicial e o final.
O SDABC, Vol. II, pág. 136 confirma as declarações anteriores:
"A maneira de contar o tempo empregada na Bíblia é a chamada
contagem inclusiva, que considera tanto a primeira como a última
unidade de tempo incluídas dentro do período. Este sistema era também
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 232
usado por outras nações como se pode ver através de documentos. Uma
inscrição egípcia que registra a morte de uma sacerdotisa no quarto dia
do 129 mês, relata que o sucessor dela chegou no 12º dia, quando se
passaram 12 dias. É evidente que, pela nossa maneira de contar diríamos
que os doze dias, passados a partir do 4º dia, chegariam à data de 16".
Broadus e outros pesquisadores citam uma frase do Talmude de
Jerusalém que nos é útil: "um dia e uma noite juntos formam um
◼ e qualquer parte deste período é contada como um todo. O
termo hebraico ◼, corresponde ao grego nicthmeron, que
significa, noite e dia, como está empregado em II Cor. 11:25. Não foi
este o vocábulo empregado por Mateus, talvez em virtude de estar
fazendo uma citação do Velho Testamento (Jonas 1:17).
Seria de bom alvitre frisar que "três dias e três noites" só aparece
em Mal. 12:40, porque nas passagens paralelas são usadas estas outras
expressões equivalentes: três dias, depois de três dias, ao terceiro dia.
Cristo o fez por estar citando o Velho Testamento (Jonas 1:17), mas deve
ficar bem claro, que está usando em hebraísmo, ou a contagem inclusivo.
Conclusão
Filho de Deus
Filho do Homem
Conclusão
I. Classificação de Manuscritos
III. Variante
I. Definição
II. O Texto
III. O Problema
2º) Ela não foi traduzida para as versões ambas da Bíblia, como nos
atestam a siríaca, a armênia, capta, árabe, etíope e outras.
Conclusão
Nota
PARACLETO – ❖⚫⧫v
Anátema
Maranata
Conclusão
ÓSCULO SANTO
I. Novo Mandamento
Conclusão
Introdução
Comentários Gerais
Definição de Ira
"Mágoa ou paixão que a injúria desperta na pessoa injuriada; raiva,
cólera. Desejo de vingança." – Laudelino Freire.
No consenso comum esta palavra significa fúria, raiva, cólera, com
um desordenado desejo de vingança. Esta seria a ira humana, por isso é
condenada na Bíblia.
Ira do Homem
Ira de Deus
Conclusão
Quando a Bíblia fala da ira de Deus ela nos deseja ensinar que Ele é
justo e tem aversão ao pecado.
Ira de Deus é uma expressão bíblica que significa o castigo dos
ímpios no Juízo Final.
Ira de Deus é outra expressão para a justiça divina.
Apêndice
Referências
1. O Desejado de Todas as Nações, pág. 700.
2. Patriarcas e Profetas, pág. 40.
3. O Grande Conflito, págs. 589-590.
4. O Ministério da Cura, pág. 11.
5. Minha Vida Hoje, pág. 291.
6. Parábolas de Jesus, pág. 17.
7. Mensagens Escolhidas, vol. I, pág. 216.
8. SDABC, vol. III, pág. 1114.
9. Idem, pág. 306.
10. Profetas e Reis, pág. 349.
11. Profetas e Reis, pág. 728.
12. SDABC, vol. I, pág. 1094.
13. Patriarcas e Profetas, pág. 509.
14. Desire of Ages, pág. 130.
15. O Grande Conflito, pág. 35.
16. O Grande Conflito, pág. 589.
ALMA E ESPÍRITO
Conclusão
Agapao
Fileo
Que é Amor?
Introdução
Definições e Explicações
Comentários Gerais
V. I Coríntios 12 a 14
Nestes capítulos não há o relato descritivo do dom de línguas. O
pastor batista João F. Soren, no artigo "O Dom de Línguas à Luz do
Novo Testamento" declara enfaticamente: "Não há evidência segura de
que tenha havido em Corinto, à luz da exposição do Apóstolo Paulo em
1 Cor. 12, 14, a manifestação do dom carismático de línguas, ou seja a
capacitação concedida pelo Espírito Santo para que os crentes ali
falassem idiomas que nunca estudaram ou aprenderam normalmente, à
maneira do que se verificou no dia de Pentecostes. . .
"Os coríntios competiam em torneios poliglóticos na igreja, falando
publicamente em idiomas estrangeiros ou então tartamudeando em
êxtase nervosa, para impressionar os ouvintes. Não tinham eles o dom
carismático de línguas. Isso era algo muito diferente do que ocorrera no
Pentecostes. Ao invés de darem um sinal convincente do poder do
evangelho para a salvação de todo aquele que crê, o sinal que davam eles
para os incrédulos era outro. A confusão, a balbúrdia era tal que, para os
incrédulos, a casa de Deus mais dava a impressão de ser uma casa de
dementes. I Cor. 14:23."
J. Reis Pereira, em artigo colocado no livro A Doutrina do Espírito
Santo, pág. 77 nos esclarece:
"As línguas de I Coríntios eram sons ininteligíveis. Davam a
aparência de uma língua, mas ninguém poderia compreendê-la. Para
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 332
interpretá-la seria necessário um outro dom, o dom de interpretação. Tais
são as línguas faladas em assembléias pentecostais de nossos dias, o dom
que prova o batismo no Espírito Santo, segundo os pentecostais. Tais são
as línguas faladas em igrejas de outras denominações, até mesmo
batistas, em nossos dias, ao que nos informam. . .
"Línguas ininteligíveis, extra-humanas, sons incompreensíveis,
necessitando de um intérprete tais seriam as línguas da Igreja de Corinto,
segundo a interpretação que estamos considerando."
Estudiosos competentes das Escrituras têm chegado à seguinte
conclusão:
O falar línguas na Igreja de Corinto era um afastamento ou abuso
do dom recebido pelos 120 cristãos no Pentecostes.
Pelo relato de Paulo sabemos que algumas poucas palavras
compreensivas tinham muito mais valor do que centenas em uma língua
desconhecida. "Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do
que vós todos. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na
minha própria inteligência, para que possa instruir os outros, do que dez
mil palavras em língua desconhecida." (I Cor. 14:18 e 19). Em outros
escritos paulinos, referentes aos dons do Espírito, não há nenhuma
referência ao tão decantado dom de línguas. Ver Romanos 12 e Efésios 4.
Em Nota Adicional sobre I Cor. 14 o SDA Bible Commentary
declara entre outras coisas o seguinte:
"Que a língua falada sob a influência do dom em Atos 2 era uma
língua estrangeira, que poderia ser facilmente compreendida por um
estrangeiro daquela língua.
"A manifestação de I Coríntios era diferente daquela do dia de
Pentecostes, porque a língua não era uma língua falada por homens, e
por este motivo nenhum homem poderia entendê-la, a menos que
estivesse presente um intérprete, que possuísse o dom do Espírito para
compreender a língua. (I Cor. 12:10).
"Após enumerar uma lista de características que devem ser notadas
na descrição paulina de I Cor. 14, acrescenta:
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 333
"Esta lista de características do dom torna claro que o apóstolo não
está tratando de um dom falsificado. Ele enumerou "línguas" entre os
genuínos dons do Espírito (cap. 12:8-10), e em nenhuma parte sugere
que a manifestação descrita no cap. 14 não é de Deus. Pelo contrário,
louva-a (cap. 14: 4, 17), alega que ele falava em línguas mais do que os
Coríntios (v. 18), desejava que todos possuíssem o dom, e recomenda os
crentes a não proibirem o seu exercício (v. 39). Seu objetivo através da
discussão é mostrar o seu devido lugar e função e advertir contra o seu
abuso."
Outras partes desta Nota Adicional que merecem destaque são estas:
"Seja qual for a opinião adotada, uma coisa é certa, que a
manifestação do dom no Pentecostes e os propósitos para os quais ele foi
dado (Atos 2) diferiam em muitos aspectos do dom manifestado em
Corinto. O dom em Corinto servia para edificar o orador, não os outros (I
Cor. 14:4). Paulo não encorajou seu uso em público a não ser que um
intérprete estivesse presente (versos 19, 28)."
"Por causa de certas obscuridades em relação à maneira precisa pela
qual o dom se manifestou antigamente, Satanás tem achado fácil falsificar o
dom. Exclamações incoerentes eram bem conhecidas e largamente
encontradas dentro do culto pagão. Também em tempos posteriores, sob o
disfarce de cristianismo, várias manifestações das chamadas línguas têm
aparecido de tempos em tempos. Contudo, quando estas manifestações são
comparadas com especificações escriturísticas do dom de línguas, elas são
achadas ser algo muito em desacordo com o dom antigamente comunicado
pelo Espírito. Essas manifestações portanto devem ser rejeitadas como
espúrias. Entretanto, a presença do dom falsificado não nos deve levar a
tratar levianamente o dom genuíno. A manifestação correta do dom a que
Paulo se refere em I Cor. 14 realizou uma função proveitosa. É verdade que
dela abusaram, mas Paulo tentou corrigir os abusos e indicar a operação do
dom em seu devido lugar e função."
3ª) Hipnose.
Esta é a explicação mais comum, do ponto de vista psiquiátrico e
psicológico, para a maioria dos casos de pessoas que falam "línguas".
4ª) Catarse psíquica.
Ira Jay Martim explica o fenômeno das línguas como uma catarse
psíquica.
Para esta classe, quando a pessoa aceita a Cristo, ela tem paz,
confiança em Deus, fica livre do pecado, enfim seria uma purificação ou
catarse. Este estado produz em muitos grande prazer, expressando estes
sentimentos por cânticos, testemunhos e falar 1ínguas.
5ª) Orgulho espiritual.
Considerado como o clímax da experiência espiritual o fenômeno
de línguas, quando obtido facilmente, produz a exaltação própria. Este
falar línguas leva a pessoa a se orgulhar.
Gromacki, na obra já citada, no capítulo "A Natureza do
Movimento Moderno de Glossolalia", estudando as fontes que podem
determinar a experiência glossolálica moderna, cita estas: divina,
satânica, psicológica e artificial.
"Eu tenho sido instruída que quando alguém pretende exibir estas
manifestações peculiares (falar em línguas, dançar, gritar, pular, etc.),
isto é uma evidência decisiva que não é obra de Deus." – Manuscrito
115, 1908.
Conclusão
Nota
O Que é Hermenêutica?
Conclusão
Nota
BIBLIOGRAFIA
Pedro Apolinário
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 359
Conclusão
Pedro Apolinário
Análise – Textos Bíblicos de Difícil Interpretação, vol. I, pp. 78-85.
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 370
1ª) Selá
2ª) Aleluia
A palavra hebraica "⚫⚫⚫◆" é composta da forma
imperativa do verbo "⚫⚫" – louvar, e do substantivo "Javé" ou
Jeová". Por tanto o significado lógico da palavra em hebraico e mantido
em Português é - louvai a Jeová ou a Deus.
A palavra pode ser estudada no Velho e Novo Testamentos.
a) No Velho Testamento, onde é muito mais usada, especialmente
no livro de Salmos, havendo alguns até conhecidos pelo nome de
"aleluiáticos", ou do "Grande ⚫⚫", pelo fato da palavra ser muito
freqüente (104-109).
Em 15 Salmos a expressão aleluia aparece tanto no início no fim
(Sal. 106, 113, 135; 146-150); em outros apenas no início (Sal. 112); e
ainda em alguns, somente no fim (Sal. 104, 105; 115-117).
A nota tônica dos Salmos era esta: louvai a Deus, desde que Davi e
outros autores dos Salmos viam em todas as circunstâncias vida,
favoráveis ou desfavoráveis motivos para louvar a Deus.
b) No Novo Testamento
Nesta parte da Bíblia ela aparece apenas 4vezes em Apoc. 19,
versos 1, 3, 4 e 6. Nestes versos ela indica o canto de júbilo dos Salvos
no Céu, pelo privilégio da salvação.
Esta palavra na realidade, é a mais sintética de todas as doxologias
conhecidas.
3ª) Amém
É uma palavra mais rica de significados no original. Vem do verbo
hebraico amén, que significa: amparar, suportar, confiar, ser verdadeiro,
o que permanece firme, verídico, seguro, eterno.
Sendo uma palavra tão rica em significações ela é usada:
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 373
a) Para confirmação de um compromisso que se toma, como pode
ser visto em I Reis 1:36 e Jer. 11: 5; ou para a pessoa declarar
que aceita a maldição ou castigo caso não cumpra o
compromisso. Um exemplo frisante se encontra em Deut. 27:15-
26, onde os doze versículos culminam com um enfático
"amém".
b) Como fórmula de apoio a um desejo ou uma esperança, a
exemplo da oração de Davi. I Crôn. 16:36.
c) Como um título para Cristo em Apoc. 3:14. Esta é a única vez
no Novo Testamento que Amém é usada como um nome
próprio. Ele é aqui chamado – o Deus do Amém, porque ele é a
autenticação e a segurança pessoais da verdade de Deus entre os
homens.
Os comentaristas vêem nesta expressão uma influência de Isaías
65:16 que chama a Deus, como o Deus que dirá Amém. Nesta passagem
de Isaías Deus é chamado duas vezes de Eloim Amém = Deus do Amém,
cuja expressão também pode ser traduzida como o Deus da verdade, isto
é, o Deus que garante o que promete com a verdade de suas palavras.
A identificação de Deus que diz Amém, em Isaías 65:15, com
Cristo, o Amém de Apoc. 3:14 é uma prova irrecusável da divindade do
nosso Salvador.
Cristo ao declarar-se como o Amém, deseja transmitir-nos a idéia
de que Ele é a verdade de Deus aos homens, e que podemos crer em suas
promessas. Ele é a segurança e o testemunho fiel e veraz da revelação
divina.
Os salmos se dividem em 5 livros terminados assim:
a) O primeiro em 41:13 (Amém e amém!)
b) O segundo em 72:19 (Amém e amém!)
c) O terceiro em 89:52 (Amém e amém!)
d) O quarto em 106:48 (Amém! Aleluia!)
e) O quinto evidentemente em 150:6 (Aleluia!)
Explicação de Textos Difíceis da Bíblia 374
Os três primeiros livros terminam com um duplo amém; o quarto,
com amém e aleluia; enquanto o quinto, apenas com a palavra aleluia.
No final dos quatro primeiros livros o amém termina uma
doxologia. O salmista o usa como o reconhecimento de que as
declarações feitas são seguras e válidas.
Na liturgia do povo judeu a palavra era empregada no sentido de
que quem a proferia cria na mensagem e aceitava o que estava sendo
exposto.
Os filhos de Israel usavam amém no final da oração como uma
palavra que resumia a prece, indicando que eles a aprovavam e a
tornavam sua.
Sempre pensamos no amém como uma palavra usada para concluir
uma frase ou oração, mas na Bíblia, muitas vezes, ela é usada no início
de uma frase para indicar que o que se segue é importante. Se o seu uso
indica a importância da declaração seguinte, a sua repetição no início da
sentença denota que o que será dito é muito importante e solene. Por isso
Jesus começou muitas das suas afirmações desta maneira, sendo
relatadas 25 no evangelho de João. Elas são traduzidas por:
verdadeiramente; em verdade, em verdade ou outras expressões
eqüivalentes. Confira S. João 1:51; 3:3.
Os evangelhos sinóticos empregam a expressão "amém" 49 vezes,
sendo 30 em Mateus, 13 em Marcos e 6 em Lucas. João no evangelho a
usa sempre repetida 25 vezes. Nos demais livros neotestamentários ela é
empregada 70 vezes.
Pedro Apolinário
Análise – Textos Bíblicos de Difícil Interpretação, vol. I, págs. 27-29.