Instalação Elétrica
Instalação Elétrica
Instalação Elétrica
INSTALAÇÃO
ELÉCTRICA
ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
OBJECTIVOS GERAIS ................................................................................ E.1
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... E.1
PRÉ-REQUISITOS........................................................................................ E.3
CORPO DO MÓDULO
0 - INTRODUÇÃO..........................................................................................0.1
1 - CABLAGENS ELÉCTRICAS ...................................................................1.1
1.1 - CONSTITUIÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉCTRICA ..............................................1.1
1.2 - CENTRAL DE LIGAÇÕES ..................................................................................1.4
1.3 - ESQUEMAS ELÉCTRICOS ................................................................................1.6
Os cabos condutores estão reunidos entre si protegidos por uma fita plástica,
formando conjuntos de cabos que tomam o nome de cablagens.
Cada um dos condutores distingue-se pela cor o que permite identificá-los na entrada
e saída da cablagem correspondente.
A figura 1.2 demonstra o caminho percorrido por uma cablagem ao longo de uma
carroçaria.
Fig. 1.3 - Cablagem interligada por conectores
Grande parte dos automóveis modernos dispõem de uma caixa denominada Central de
ligações donde divergem as cablagens que compõem os diversos circuitos eléctricos do
automóvel.
Na figura 1.5, pode ver-se uma caixa de fusíveis e relé de piscas, situada no habitáculo
do veículo, na parte inferior do painel de instrumentos.
Fig. 1.5 - Central de ligações e porta-fusíveis
Fig. 1.7
Fig. 1.8
Fig. 1.9
2 – CONDUTORES ELÉCTRICOS
A resistência eléctrica dos condutores eléctricos deve ser o mais baixo possível, a fim
de evitar as quedas de tensão, garantindo que a corrente que chega aos vários
receptores é semelhante à corrente gerada à partida.
Geralmente a queda de tensão provocada pelo fio condutor é ditada pelo fabricante do fio ou
cabo condutor, através de um valor percentual, que se denomina de tolerância.
A tolerância de um fio condutor vulgar, não deve ser superior a 3%,embora para o caso do
cabo de ligação do motor de arranque seja, excepcionalmente de 4%.
Existem no mercado cabos eléctricos com tolerâncias inferiores a 3%, sendo o seu custo
bastante superior.
Este tipo de fios condutores não usa o cobre como condutor, mas sim o ouro ou a prata.
Condutores concebidos em ouro ou prata, tem uma aplicação no automóvel restrita aos
sistemas de áudio ou outros sistemas de comunicação.
Por este motivo os fios condutores são compostos por múltiplos finos fios de cobre, daí a
denominação de fios condutores multifilares.
O isolamento do fio condutor deve ser o mais perfeito possível, devendo para tal, resistir ao
calor, gasolina, óleo do motor, etc.
Para tal o isolamento é feito com substâncias plásticas ou derivadas com suficiente
resistência à corrosão.
Os cabos que ligam a sonda lambda à unidade de controlo electrónico, bem como o cabo
que liga a antena exterior ao auto rádio são cabos coaxiais.
Estes cabos possuem um fio condutor central revestido de uma substância plástica isolante.
Em cima deste isolamento existe uma película em alumínio acompanhada de uma malha em
cobre. Posterior a esta malha em cobre existe o isolamento final do cabo em PVC.
O fio central liga ao terminal de sinal e a malha de cobre mais a pelicula são sempre ligadas
à massa criando o isolamento eléctrico do cabo.
Ondas de rádio ou outras interferências geradas por exemplo pelo sistema de ignição ao
encontrarem o cabo de antena do auto rádio são captadas pela malha de cobre envolvente.
Desta maneira o sinal de rádio que chega ao auto rádio é somente o sinal da estação de
rádio que se pretende ouvir, isenta de quaisquer interferências.
Os fusíveis são constituídos por uma lamina ou fio condutor devidamente calibrado, por forma
a suportar apenas um valor limite de corrente eléctrica que define o seu calibre. Este fio não
pode transportar mais corrente do que o valor do seu calibre.
Se uma corrente que percorre o circuito atingir um valor superior ao suportado pelo fio do
fusível, o mesmo queimar-se-á e dar-se-á uma interrupção da corrente eléctrica.
Os fusíveis são calibrados segundo o consumo de corrente de um circuito e do comprimento
dos cabos.
As principais funções de um fusível são:
- Protecção de circuitos.
- Ligação entre circuitos.
Protecção de circuitos: a intensidade de corrente eléctrica que circula num cabo depende do
componente que este vai alimentar (lâmpada, motor, etc.). Se essa intensidade de corrente
aumentar para valores fora do normal, torna-se perigoso para toda a instalação.
O aumento da intensidade de corrente pode ter origem num motor em curto-circuito, que
absorve uma elevada intensidade de corrente, uma vez que a sua resistência interna diminuiu.
Um cabo eléctrico descarnado (Fig. 3.2), que provoca um curto-circuito na bateria, etc..
Fig. 3.2 Curto-circuito provocado por um cabo eléctrico descarnado.
Ligação entre circuitos: no interior da caixa de fusíveis, onde estes são encaixados sobre
placas, existem uma série de conexões eléctricas que permitem as ligações entre fusíveis, por
vezes a origem das avarias situam-se precisamente nestas ligações.
A figura 3.4 mostra, os tipos de fusíveis mais comuns usados nos automóveis, na figura 3.5
podemos observar, num desses fusíveis, a marcação do calibre do fusível (amperagem) no
topo do mesmo.
Os fusíveis auto estão codificados com cores para uma mais fácil identificação, a tabela
seguinte indica-nos a correspondência entre algumas cores e as respectivas amperagens:
AMPERES COR AMPERES COR
5A Castanho claro 30 A Verde
10 A Vermelho 40 A Laranja
15 A Azul 60 A Preto
Antes de conduzir um veículo desconhecido para si, procure sempre a caixa de fusíveis
e veja se existem fusíveis sobresselentes.
Esta deverá ser uma operação tão usual como verificar os níveis de óleo do motor, água
do radiador, óleo de travões, pneu sobresselente, ferramentas, etc..
Seguidamente vamos analisar com maior pormenor alguns tipos de fusíveis, que mais
frequentemente são usados nos veículos actuais.
Fusível ATO
Este fusível (Fig. 3.8) concebido especialmente para a industria automóvel, tornou-se no
fusível padrão, mais comunmente usado na protecção de circuitos de veículos
automóveis. Facilmente identificável e de fácil substituição, encontra-se disponível para
uma grande variedade de aplicações de baixa voltagem (de 1 a 40 Amperes).
Fusível MINI
Este fusível (Fig. 3.9) não é mais do que uma miniatura do fusível ATO, especialmente
concebido para diminuir o espaço ocupado pelos fusíveis e consequentemente pelas
caixas de fusíveis, permitindo mais fusíveis no mesmo espaço. Desta forma podemos
aumentar o número de circuitos eléctricos protegidos por um fusível.
Fusível MAXI
Este fusível (Fig. 3.10) está disponível em gamas de amperagem superiores aos
fusíveis descritos anteriormente (20 a 80 amperes), destina-se a aplicações como
protecção da cablagem, substituindo uma secção da cablagem que tinha funções de fio
fusível.
Fig. 3.10 Fusível MAXI
Fusível MEGA
Este fusível (Fig. 3.11) existe para a protecção de circuitos com intensidades de
corrente elevadas (até 250 amperes), é ideal para a protecção da bateria ou do
alternador.
Como se vê na figura 3.13, a tampa pode ser retirada com uma chave de fendas, dando ¼
de volta a um pequeno parafuso, situado na parte inferior da tampa.
Como se mostra na figura 3.14, pode-se ainda retirar a tampa , fazendo-se uma pequena
pressão com os dedos e ao mesmo tempo, puxando com cuidado. Nestes casos, não se
deve usar chave de fendas, faca ou outro tipo de ferramenta.
Depois de retirada a tampa, encontrará dentro da caixa, um esquema que lhe dará indicação
da correspondência entre os fusíveis e os circuitos. Também lhe dará indicação do valor do
fusível.
Quando obtiver toda a informação que necessita, deve proceder à substituição do fusível
queimado por um outro do mesmo calibre.
No caso de não haver manual de instruções ou esquema do veículo, verifique os fusíveis, um
de cada vez, até encontrar aquele que está queimado (Fig. 3.15).
Antes de fechar a caixa de fusíveis ligue os vários circuitos protegidos pelo fusível que se
havia fundido, para se certificar que estão novamente operacionais.
Um fusível que se funde logo após ter sido substituído, indica que há falha no fio de ligação,
ou mesmo em algum componente eléctrico que estiver ligado a esse fusível.
Não deve substituir novamente o fusível, sem fazer uma inspecção prévia aos circuitos e
órgãos protegidos por esse fusível.
Caso se trate de um fio descarnado, deverá isola-lo convenientemente com fita isoladora, tal
como se apresenta na figura 3.16.
Algumas caixas de fusíveis têm um espaço ocupado com fusíveis sobresselentes. Quando
usar um fusível sobresselente, substitua-o logo que possível por outro do mesmo calibre.
3.3 – CAIXAS DE FUSÍVEIS
As caixas de fusíveis (Fig. 3.17) comportam todos os fusíveis e relés dos circuitos eléctricos
do automóvel. Normalmente situadas sob o painel de instrumentos ou no compartimento do
motor, estas caixas contém uma placa com um circuito impresso dobrado, identificações na
base dos relés, com contornos coloridos e designação dos relés R1, R2, etc., designações
das pontes B1, B2, etc. e numeração dos fusíveis F1, F2, etc..
A corrente é fornecida a esta caixa através de 2 ou 3 linhas (Fig. 3.18) vindas directamente
da bateria.
Actualmente nas caixas de fusíveis as placas base que se costumam usar são as Powr-
Bloks (Modular Power Distribution System), que se encontram representadas na figura 3.19.
Fig. 3.19 Sistema Power-Bloks
Este sistema permite personalizar as placas base das caixas de fusíveis, podemos
completar instalações já existentes ou acrescentar fusíveis e relés necessários para pôr a
funcionar uma nova função, bem como, é extraordinariamente útil para a reconstrução de
instalações eléctricas danificadas.
Fig. 3.23
Tipos de módulos quadrados:
Por fim, na figura 3.24 podemos ver um exemplo de construção de uma placa base,
mediante a união de vários tipos de módulos.
Alguns deles são estanhados, o que serve para protegê-los contra a oxidação , facilitando
assim a soldagem.
O olhal pode ser fechado ou aberto tal como se apresenta na figura 4.2.
Os terminais podem ser classificados pela forma em que se unem aos extremos dos
condutores.
Assim existem:
Terminais soldados
Terminais à pressão
Os terminais soldados são aqueles que se fixam ao condutor por meio de solda de
estanho.
Nas instalações eléctricas e nos bobinados utilizam-se, geralmente, terminais soldados.
Estes podem ter manga fechada ou aberta.
Nas instalações de automóveis existe grande variedade de terminais soldados que variam
em sua forma de acordo com o elemento a conectar.
Na figura 4.2 mostram-se diferentes tipos de terminais que se fixam aos aparelhos por
meio de parafusos ou por encaixe.
Dentro dos sistemas por encaixe, existem terminais macho e fêmea que servem para unir
condutores, tal como se apresenta na figura 4.3. Existem também terminais do tipo
bandeira, igualmente representados na figura 4.3.
Fig. 4.3 - Terminais de encaixe macho, fêmea e de bandeira
São geralmente fabricados em chumbo ou bronze. Os cabos podem ser fixados aos
terminais por meio de solda ou por aperto como se apresenta nas figuras 4.6 e 4.7.
Fig. 4.6 - Terminais para baterias não isolados
Na tabela seguinte podemos ver vários tipos de terminais usados nos automóveis e os respectivos
nomes:
Tipo AMP, macho, para fios 0,5 a 1,5 mm com dente de blocagem
5º Passo – Cubra o punho do terminal com Fig. 4.13 - Coloque o condutor no terminal
macarrão.
Estas fichas agrupam um número limite de terminais sendo mais prático o acoplamento entre
cabos.
As fichas de acoplamento mostram-se mais seguras pois possuem um trinco que as permite
permanecerem sempre ligadas, não havendo portanto o risco de corte de um determinado circuito
com a vibração do próprio veículo.
Os auto rádios mais vulgares usam fichas “ISO”, tal como se apresenta na figura 4.15, de modo a
facilitar o electricista na montagem do aparelho.
Uma vez que estas fichas possuem uma determinada codificação, elas só poderão ser ligadas de
uma única maneira, o que reduz significativamente o erro do electricista colocar tensão numa das
saídas do amplificador do auto rádio como exemplo.
5 – RELÉS PARA AUTOMÓVEIS
5.1 – TIPOS DE RELÉS
Relés são dispositivos que, ao serem excitados por uma corrente de baixa intensidade,
permitem comandar circuitos ou mecanismos de corrente mais elevada ou realizar funções
específicas, como por exemplo a intermitência de luzes.
Magnéticos
Térmicos
Os relés magnéticos são constituídos por uma caixa que pode ser de plástico ou chapa
estampada, formada por uma base e uma tampa protectora que cobre e protege os
componentes do relé.
Um conjunto de contactos formado pelos contactos fixos e móveis montados sobre uma
chapa de ferro, que recebe o nome de armadura.
FUNCIONAMENTO
Ao ligar o interruptor, a corrente eléctrica circula pela bobina, gerando um campo magnético no
núcleo, que atraí a armadura com o contacto móvel, e a liga o circuito principal.
Quando se interrompe a corrente na bobina, a armadura fica livre, e a mola abre os contactos,
interrompendo a passagem da corrente no circuito principal.
De acordo com a função que desempenham nos circuitos eléctricos do veículo, os relés
distinguem-se como de buzina, de luzes e de arranque.
Os relés de buzina podem ser de três tipos ou quatro bornes, segundo a conexão da bobina.
Relés de luzes são instalados no circuito de faróis (de máximos ou auxiliares) e tem a
finalidade de evitar as quedas de tensão que se produzem nos contactos do interruptor e no
troca - luz, ligando os faróis directamente à bateria do veículo com se apresenta na figura 5.3.
Fig. 5.3 - Relé de faróis e respectiva simbologia
Os relés que possuem tampas desmontáveis permitem a limpeza dos contactos fixos
e móveis.
Estes contactos devem ser revistos periódicamente em especial quando por eles
circula uma corrente bastante elevada como é o caso do relé de comando do motor
de arranque.
Os relés térmicos são constituídos por uma caixa, em cujo interior se encontra o
conjunto de contactos, a lâmina bimetálica e a resistência.
FUNCIONAMENTO
Quando a corrente circula pela resistência circula pela produz um aumento de temperatura
que faz curvar a lâmina bimetálica, fechando os contactos, com isto é ligado o circuito
principal.
Estes relés, combinados com um sistema magnético, são usados nos circuitos de indicação
de mudanças de direcção. É o elemento pisca-pisca.
Geralmente, os relés térmicos não admitem reparações, o que obriga à sua substituição
cada vez que apresentam defeitos.
Possuem quatro bornes de contacto, dois para o circuito de comando e os outros dois
para o circuito de potência.
Na caixa dos relés podem-se encontrar, com as respectivas entradas do circuito de
potência protegidas por fusíveis, os relés do circuito principal (que por exemplo alimenta a
unidade electrónica de comando quando esta não tem alimentação permanente e outros
actuadores e sensores do sistema de injecção electrónica), da bomba de gasolina, do
motor de arranque e de aquecimento do colector de admissão.
Existem relés temporizados que têm por missão prolongar o tempo de fecho do circuito de
potência para além do momento em que cessa a excitação da bobina do relé.
É o que se passa no comando dos limpa pára-brisas em que o seu movimento, depois do
condutor accionar o comando para que parem, cessem o movimento numa posição tal que
não impeça a visibilidade do condutor.