UNIDADE IV - EJA Corrigido
UNIDADE IV - EJA Corrigido
UNIDADE IV - EJA Corrigido
Objetivos de Aprendizagem
O objetivo dessa unidade é finalizar os nossos estudos ressaltando a
importância do ato de ensinar, como ele deve ser compreendido e quais os
desafios para os profissionais da Educação de Jovens, Adultos e Idosos.
Plano de Estudo
Nesta unidade, serão abordados os seguintes tópicos:
1. Ensinar e as possibilidades para o conhecimento.
2. Educador um ser humano que ensina.
3. EJA e a complexidade de sua prática.
4. EJA o que podemos fazer?
CONVERSA INICIAL
Bons Estudos!
1. ENSINAR E AS POSSIBILIDADES PARA O CONHECIMENTO.
Tem uma frase de Paulo Freire em seu livro: Pedagogia da Autonomia, que
tende a despertar nos educadores um desconforto: “Ensinar não é transferir
conhecimento” (FREIRE, 2017, p. 47). Quando nos deparamos com ela é
possível pensar o que deve ser de fato o ato de ensinar? Se não é transferir o
nosso conhecimento, o que seria então?
Bom, para Paulo Freire, ensinar é criar possibilidades para que os alunos
possam produzir ou construir o seu próprio conhecimento. O desafio é que eles
sejam capazes de encontras diferentes maneiras para aprender e até ensinar.
Muitas vezes em sala de aula o professor explica algum conteúdo e, por mais
didático que ele seja, a gente acaba não entendendo, não é mesmo? Pois bem,
aí sempre aparece aquele amigo ou amiga que de outra maneira, as vezes
com mais sentido e significado para nós, consegue simplificar o que acabou de
ser ensinado.
Muitos alunos relatam que aprendem de forma diferenciada dentro de grupos
de estudos ou quando podem dividir suas dúvidas também com seus colegas
de classe. Talvez o “falar a mesma língua”, seja estar apto a compreender as
coisas por diferentes visões.
Assim, quando o professor não é o responsável, apenas por transferir
conhecimento, ele pode proporcionar uma aula que seja aberta para
indagações, perguntas diversas e muita curiosidade. O ato de levantar a mão
para poder falar, contribuir, se expressar é de extrema importância para o
aprendizado. O que significa que aquele professor que não possibilita uma aula
dialógica, corre o risco de estar apenas transferindo um conhecimento
importante e claro para ele, mas não para seus alunos.
Por essa razão, por mais que pareça errado o que o aluno argumente ou
demonstre pensar é imprescindível que o educador possa ouvi-lo, respeitar
suas ideias. O que o professor deve estar atento é que nenhuma das falas do
aluno possam ser discriminatórias, desrespeitosas, preconceituosas. Como já
aprendemos, anteriormente, a opinião de cada um pode e deve ser respeitada,
porém ela não pode ofender ou tirar direito do outro. Num diálogo o mais
importante é saber argumentar e para isso deve se acumular diversos
conhecimento e formas de olhar o mundo.
Para compreendermos melhor como Paulo Freire argumenta sobre o fato de
que ensinar não é transferir conhecimento, ele nos permite refletir alguns
tópicos que perpassa essa consciência.
3. Paulo Freire (2017, p. 74). afirma que: “O mundo não é. O mundo está
sendo”. Por isso, ser professor é estar atento ao mundo que está acontecendo,
compreendendo várias maneiras de observá-lo. Além disso, o autor não somos
apenas objeto da história, mas seu sujeito também.
Nesse sentido é possível afirmar que:
a) o papel do professor no mundo é de quem concorda com ele.
b) o papel do professor no mundo é apenas alienador.
c) o papel do professor no mundo é de quem intervém nele.
d) o papel do professor no mundo é de quem precisa ser doutrinador.
e) o papel do professor no mundo é apenas passivo.
Indicação da alternativa correta: C
5. “Se minha opção é democrática, progressista, não posso ter uma prática
reacionária, autoritária, elitista. Não posso discriminar o aluno em nome de
nenhum motivo. A percepção que o aluno tem de mim não resulta
exclusivamente de como atuo, mas também de como o aluno entende como
atuo” (FREIRE, 2017, p. 95).
Considerando o fragmento, é possível afirmar que esse tipo de professor exige:
a) neutralidade.
b) passividade.
c) comprometimento.
d) alienação.
e) legitimidade.
Indicação da alternativa correta: C
6. Nos estudos realizados por Paulo Freire, o ato de ensinar poderia ser
entendido como:
I – Transferência de conhecimento.
II – Possibilidade de criação de conhecimento.
III – Imposição de conhecimento.
IV – Autonomia de Conhecimento.
Estão corretas:
a) Apenas I e IV estão corretas.
b) Apenas II e IV estão corretas.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) Apenas II e III estão corretas.
Indicação da alternativa correta: A
9. Para Paulo Freire a educação é um ato político. Por essa razão, não será a
ação de um professor que irá transformá-la em algo político. Pois o indivíduo
consciente compreende que sendo um ser e sujeito histórico faz parte do
desenvolvimento de sua própria ação.
Diante disso, é impossível pensar em um (a):
a) educação apartidária.
b) neutralidade da educação.
c) conservadorismo educacional.
d) imparcialidade da educação.
e) educação doutrinadora.
Indicação da alternativa correta: B
10. Paulo Freire defende a existência de uma educação que possa ser
democrática e emancipadora. Um tipo de educação que desperte nos sujeitos
sociais curiosidade e muitos questionamentos.
Para que isso ocorra, o professor democrático deve compreender que ele é um
ser:
a) Limitado.
b) Finalizado.
c) Doutrinador.
d) Inacabado.
e) Econômico.
Indicação da alternativa correta: D
11. Sobre a questão de Bom senso seguida por Paulo Freire, as asserções
abaixo podem ser entendidas como:
I – Prática docência deve ser avaliada por meio do bom senso. A autoridade do
educador deve ser exercida de forma correta, não sendo autoritária.
Porque
II – é preciso entender as necessidades e misérias que rondam a vida dos
educandos, sendo capaz de não ignorá-las ao transformá-las em natural ou
normal.
a) As asserções I e II são proposições falsas, pois a asserção II não justifica a
asserção I.
b) A asserção I é uma proposição verdadeira, enquanto a asserção II é uma
proposição falsa.
c) A asserção I é uma proposição falsa, enquanto a asserção II é uma
proposição verdadeira.
d) As asserções I e II são verdadeiras, porém a asserção II não justifica a
asserção I.
e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, pois a asserção II justifica a
asserção I.
Indicação da alternativa correta: E
12. “Como professor preciso me mover com clareza na minha prática. Preciso
conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática, o
que me pode tornar mais seguro no meu próprio desempenho” (FREIRE,
Paulo. 2017. p. 67).
A segurança do trabalho do professor pode ser assegurada quando ele:
a) Ignora a realidade dos educandos.
b) Oprimi a relação com os educandos.
c) Compreender a realidade dos educandos.
d) Promove uma inadaptação de conteúdo.
e) Discrimina a diversidade em sala de aula.
Indicação da alternativa correta: C
CONCLUSÃO
Ao finalizarmos essa unidade e toda a discussão sobre a EJA, espero que você
possa ter compreendido a importância dessa modalidade para milhares de
brasileiros, que ainda são analfabetos ou que não puderam concluir seus
estudos.
Além disso, a reflexão acerca da formação do professor é muito importante
para entendermos que tipo de educador desejamos ser a frente de uma sala de
aula. Afinal, quando compreendemos que ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar possibilidades de aprendizados, podemos entender
que o trabalho de ser professor é constante, incansável e inacabado.
Por isso, é necessário que possamos compreender que o ato de ensinar é uma
especificidade humana, apenas nós conseguimos aprender e ensinar de
diversas maneiras, pois somos seres diversos, em eterna construção e
reconstrução de saberes.
Ensinar então é entender o quanto o professor precisa estudar sempre, ser
gentil, generoso, que possibilite demonstrar seus pensamentos e que suas
ações sejam coerentes com aquilo que diz e faz em sociedade. É importante
frisar que para ensinar o professor precisa saber escutar e assim, promover os
mais diferentes diálogos.
Entretanto, só a formação do professor não basta, as dificuldades encontradas
na implementação da EJA, ainda esbarram na falta de projetos educacaionais
governamentais e de uma relação mais estreita entre academia e a escola.
Enquanto isso não se resolve a ideia de que precisamos continuar a refletir e
atuar sobre a EJA, sendo assim, projetos voluntários podem ser uma forma de
dar continuidade a um trabalho essencial que se baseia em perceber a
necessidade do outro em aprender, podendo assim, proporcionar espaços para
que isso possa acontecer.
REFERÊNCIAS