Tradição Ibérica e A Wicca
Tradição Ibérica e A Wicca
Tradição Ibérica e A Wicca
A História Mítica não é pertença exclusiva de ninguém. Mas a nossa História exige um pouco
mais de quem a ela se dedica. A Tradição Ibérica surge, apenas porque existe divindades
próprias. O ritual ensinado por algumas anciãs ou pela mitologia popular criou um forma
palavra mistério, advém de mito. De mito fez-se loggia ou "narrativa", o que por vezes
existirem pessoas desconhecerem este facto. A Tradição Ibérica que o Coventículo estuda,
tende a recuperar o que se pensa ter perdido o significado primordial através das narrativas
encobertas, alegorias, dos Mistérios Sagrados, sobretudo na Terrae de Ophiussa (Terra das
Serpentes). Lusitânia, terra dos Iniciados, dos Mistérios, da transmissão esotérica, tem por
É o culto aos Deuses destas terras, tradição antiga mas renovada sem contudo fugir aos
natureza, colhiam e caçavam com bravura e respeito. Como todos os esclarecidos, o aspecto
ritualístico, é desconhecido, por estas práticas não serem passadas a escrito, mas oralmente.
A base dos nossos rituais tem a ver, sobretudo, como a forma de estar e de comunicar com
essas entidades. Não nos podemos esquecer o passado, que a Península Ibérica, foi palco de
Celtiberos.
Ninguém possui o conhecimento, depois desses séculos, tal como o praticavam, embora
existam gentes que guardaram tais segredos, sem que estes mesmos tenham sofrido
grandes influências de outras tradições mágicas: não por preservação mas pela sua melhoria
Interpretar a forma de civilização, carregada pelos povos Celta, para a Península Ibérica é,
No seu orgulho guerreiro, o Celta fazia de cada 'acampamento' ou de cada 'alto' uma pátria
móvel; quando tinha condições para se fixar erguia, pedra sobre pedra numa arquitectura de
de difícil acesso. Cada castro simbolizava a pátria céltica, tanto que a sua estrutura urbana
água, os locais para assembleia e os locais de adoração solar, sempre no âmbito de uma
lígures e como o foram os lusitanos. Embora haja uma continuidade genuína e pura que
surge dos lusitanos, com características muito particulares, que levaram, apesar das várias
Claro, que entre beberam, de algum modo, as várias influências, como as dos fenícios (a
partir do Séc. X aC) e dos gregos (a partir do Séc. VII aC), por isso, quando a Civilização
Celta atinge a região, já existiam vestígios de celticidade i.e., segundo os profundos estudos
do pesquisador e historiador francês Antoine Fabre D'Olivet (em particular no seu livro
'História Filosófia Do Gênero Humano'), também perseguido pelo Vaticano e por Bonaparte, o
povo Fenício, não era mais do que uma das facções da Civilização Celta, facção essa que deu
origem, numa cisão social memorável, às amazonas (há-mâs-ohne: as sem macho) hoje,
A este registo, ao qual, Martins Sarmento não teve acesso demonstra que a digressão céltica
formou vários povos a partir dos clãs dissidentes, penetrou a Ásia e o Egito, e quando
chegou em massa à Península Ibérica entrou pela região do Algarve (e vindos do Norte da
África e da Espanha) com os Cinetes, por Lisboa com os Cempsos, pela Estremadura (e
vindos da Espanha) com os Sepes, por Coimbra e Viseu (e vindos da Espanha) com os Pernix
Lucis e pelo norte (Galiza, na Espanha; Braga, Barcelos, Guimarães, Chaves e região do rio
Douro, em Portugal) com os Draganes. Uma horda que dominou e aculturou os povos que ali
já viviam no Séc. VI ANE. Uma outra facção dos Celtas, os Cartagineses, chegou à região no
Séc. II ANE já com o Império Romano fazendo soar as trompetas em algumas abordagens
de salteio.
Poucos séculos depois, já na era actual, chegaram os Vândalos, Alanos e Suevos (409 DNE),
os Visigodos (415 DNE) e, cerca de trezentos anos depois, novamente os Árabes (710 DNE).
Assim, quando se fala de período pré-céltico ibérico temos de o localizar entre os Sécs X e VI
DNE, uma vez que aqueles clãs que aqui se instalaram em 600 DNE constituíram, o que
designamos por Celtiberos, e é deles que se fala quando observamos, por exemplo, a
ousadamente pessoal) trabalho de Martins Sarmento, pôs a descoberto as raízes sociais que
deram origem a Portugal e cuja força telúrica ajudou, na verdade, o príncipe D. Afonso
E não se pode esquecer, quando se percorre o piso granítico das vilas castrejas, que os
Celtiberos só foram trucidados pelo Império Romano depois que este dominou Cartago, entre
193 e 72 e penetrou nos domínios ibéricos derrotando chefes históricos como Viriato e como
Sertório (este, aliás, um antigo general romano). Mesmo assim, depois de anos e anos de
de domínio imperial nunca a essência céltica de viver olhando o mundo deixou de existir,
tanto que o calendário litúrgico cristão assentou bases, propositadamente, nas festas pagãs
e tomou até os festejos do equinócio de inverno (a modra necta = noite mãe) para si
chamando-lhe natal!
Não podemos esquecer nunca, que há um traço alquímico que une todos os povos.
muitas das práticas exteriores, por exemplo, o culto dos adoradores, muito comum na nossa
etnografia, foi absorvida pela religião católica. Surge mais tarde em épocas festivas tais
como o Entrudo, Pascoela e Natal são datas aproximadas das festas, que foram palco de
A adoração e a Ritualística aos Deuses Peninsulares pode ser inserida na Arte Antiga, hoje
outros precursores. Aliás, é sabido que G. Gardner (nos anos 50) transforma a Feitiçaria,
numa nova religião e baptizou-a de Wicca, criando um modelo ritual, que tem servido de
durante a sua iniciação ao grupo de bruxaria do "Horsa Coven", os materiais eram bastante
idiossincrasia cognitiva do homem moderno. A Wicca nasceu desta fusão criadora. Não se
Gardner, aliás completamente saturadas pelo cristianismo, nem para as adaptações que dela
se irão fazer sobretudo nos EUA em função de critérios redutores e de programas políticos
O espírito religioso dos romanos nas várias regiões conquistas, davam nomes em
comparação com as suas divindades. Aconteceu com a nossa Deusa Atégina que após a
romanização, virou Próserpina, nome deveras conhecido na mitologia romana mas que muito
antes de Roma instalar-se já os povos locais a conheciam, como a sua lenda da descida da
Deusa aos mundos interiores. E cinco séculos antes de Roma, haviam já chegado os Gregos
e Fenícios e posteriormente Cartagineses que não nos forçaram a Religiões impostas, mas
foram bastantes influentes na passagem de segredos e mistérios aos Sábios tribais dos
confirmam os variadíssimos vestígios históricos, que cada vez mais surgirão à luz dos
homens.
Não nos poderíamos alhear também da importância trazida pelas culturas Fenícia, Cretense,
Egípcia e Grega e cuja cultura resplandecente causou assombro e respeito aos povos nativos
do litoral com os cultos de Baal Merkart, Isís e de Tanith de Cartago cultuada na Nazaré.
Não é fácil o acesso aos Coventículos ou Conciliábulos (expressão portuguesa usada pelas
nossas bruxas, em vez de Covens) actualmente únicos redutos detentores destes velhos
Contudo, toda a Tradição Ibérica procura neste momento seguir os caminhos do neo-
paganismo e a aberura começa a ser uma realidade. É preciso ter em conta que a Antiga
Religião existe há mais de 22 mil anos, embora como não se pretende expandir-se como a
Igreja católica -- ou como qualquer seita dogmática -- que só tem 2 mil anos de existência.
seguinte:
Não convertemos ninguém, por isso, de certeza que nenhum de vós encontrará ninguém a
convidá-lo para se juntar a um coventículo, sem que primeiro dê provas do seu caminho
espiritual. Mantêm um sistema de comunicação muito próprio entre si, conhecem quem é
quem na tradição, mesmo que a distância nos separe não estamos separados, sabemos logo
devido respeito e com a crença de que cada Divindade tem um papel importante na vida dos
homens e no meio.
O Panteão Lusitano Ibérico é profusamente rico e tribal. Os nossos Deuses existem nas
Bônconcios O Guerreiro;
Tongoenabiagus O Fertilizador;
Tanira A deusa das Artes;
Sobre Brigantés
Esta divindade é resultante da influência dos povos do norte da Europa nas terras da Ibéria A
qual não têm nada a ver com Briga ou Brigit dos celtas.
Nós, feiticeiros Ibéricos seguimos os actuais calendários usados na Wicca, embora haja
calendários vivos que a própria Tradição nos ditou através dos tempos. Na Nossa Tradição há
formosas antas e antelas junto a lagos ou a rios em bosques sagrados por eles, invocavam
os Deuses ctónicos da Natureza oferecendo pão e vinho a Bel, consagrado Espírito Universal
Usualmente, na Tradição Ibérica o culto é dirigido, tal como na Wicca, a uma Deusa e a um
Cada Divindade ibérica (Lusitana) tem os seus atributos e é de grande importância no uso de
nosso século, pode-se adorar, por exemplo, Tongoenabiagus em casa. Quando se trata de
elemento Água. Abrir um Círculo para Atégina, ou para a Deusa Trebaruna, entra-se em
conexão com a Deusa, honrando os nossos Deuses é prestar a melhor homenagem e entrar
nos seus Mistérios. Por exemplo, Endovélico, é o Deus protector de Portugal, representado
mais tarde pela figura do Arcanjo Miguel. Estes são os mistérios de um Portugal simbólico...
Lembrar sempre que hoje os iniciados da wicca têm quase sempre uma dupla família
Iniciação, como uma escola de Mistérios thelemica ou maçónica. Gerald Gardner e a Doreen
Valiente são um desses exemplos! Doreen Valiente também foi membro de ambas e isso
nota-se bastante na qualidade dos seus livros face à literatura cor de rosa da Crowther e da
Bourne.
Nos anos cinquenta Gardner sentiu necessidade de a substituir por uma palavra mais
genuína e usou a palavra anglo-saxónica wica, porque em inglês um «c» na palavra wicca é
parecida com a pronúncia witch. Wica é que é na minha opinião a palavra genuína para
aquilo que chamamos wicca hoje, e não Craeft. Deixemos a Craeft para o filme The Craeft.
wica criada pelo Gardner foi um truque linguístico para lhe retirar a aura de bruxaria e magia
chamamos hoje Wicca. Usa-se porque é mais genuína até porque Craeft é completamente