Automação e Controlo
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19.11.2018
AUTOMAÇÃO E CONTROLO
AUTOMAÇÃO E CONTROLO| Prof Mestre Eng Paulo Barros
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Prefácio.
O presente trabalho foi escrito como suporte de um curso ministrado a
engenheiros da Industrial e Sistemas Eléctricos e técnicos ligados, de algum modo à
automação industrial. Ele enfoca os aspectos de equipamentos e programas associados à
automação.
O trabalho é dividido basicamente em dois grandes assuntos:
1. Controlo de Sistemas;
2. Automação Industrial.
Na primeira parte, falo dos aspectos principais da teoria clássica do controlo,
conceituação de Modelagem da Dinâmica de Sistemas, apresenta os conceitos
fundamentais para uma abordagem da dinâmica de sistema direccionada a problemas de
Engenharia e conceitos de modelagem, de sistema, de entrada e saída. Discute o
conceito de modelagem matemática, mostra uma classificação desses modelos
considerando as complexidades analíticas, uma classificação para as entradas reais e os
tipos de problemas encontrados. Enfoca ainda o uso de computadores nesse processo.
Na segunda parte, falo de Automação. A seguir são vistos as definições,
símbolos e características de chaves manuais e automáticas, relés e solenóides,
temporizadores, contadores e dispositivos de segurança, Componentes
Electromecânicos. Os Símbolos Lógicos, baseia-se na norma ISA S5.2 e são
apresentados os símbolos, equações, circuitos e conceitos básicos das portas lógicas.
Encerrando esta primeira parte, são apresentados os componentes,
desenvolvimento e análise da Programação de Sistemas Digitais, baseada na norma IEC
1131-1 e circuitos Pneumáticos. Estudaremos apenas uma linguagem de programação
gráfica: o Diagrama Ladder, representação básica para circuitos de automação com relés
e de Controlador Lógico Programável.
Consciente das limitações, apresento as minhas desculpas pelas omissões que
detectarão e peço a vossa indulgência para a apresentação e para a paginação destes
apontamentos. Apesar disso, espero que os leitores encontrem nestes apontamentos as
linhas mestras para o primeiro contacto, simples, com a teoria do controlo e, também,
que deles tirem proveito para obterem boas classificações.
Paulo Barros
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Controlo de Sistemas
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Sumário
Capítulo 1…………………………………………………………………………6
Introdução………………………………………………………………………...6
Capítulo 2…………………………………………………………………………9
Modelos Matemáticos dos Sistemas Contínuos…………………………………..9
Equações Diferenciais…………………………………………………………….11
Equação Diferencial de 1º Ordem…………………………………………….......19
Equação Diferencial de 2º Ordem………………………………………………...21
Exemplo de Sistema de 2º Ordem………………………………………………..27
Modelo de Estado………………………………………………………………...28
Capítulo 3…………………………………………………………………………35
Transformada de Laplace…………………………………………………………35
Introdução………………………………………………………………………...35
Função de Transferência………………………………………………………….41
Diagramas de Blocos……………………………………………………………..53
Diagrama de bloco em Cadeia Fechada………………………………………….54
Decomposição em Fracções Parciais……………………………………………..57
Convolução……………………………………………………………………….61
Diagrama de Bode………………………………………………………………..63
Assíntotas dos Diagramas da Amplitude…………………………………………68
Erros Estacionários……………………………………………………………….72
Erros Estacionários em Termos de T(s)…………………………………………..73
Erros Estacionários em Termos de G(s)…………………………………………..74
Constante de Erro Estático de Aceleração………………………………………..77
Anexo 3.1…………………………………………………………………………83
Anexo 3.2…………………………………………………………………………84
Anexo 3.3…………………………………………………………………………87
Anexo 3.4…………………………………………………………………………89
Capítulo 4…………………………………………………………………………91
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Estabilidade e Introdução……………………………………………………….91
Lugar Geométrico das Raízes…………………………………………………...93
Condição de Módulo e Condição de Ângulo……………………………………95
Regras de Construção……………………………………………………………96
Capítulo 5………………………………………………………………………..106
Respostas no Domínio do Tempo de Sistema de 1º e 2º Ordem………………...106
Sistema de 1º Ordem…………………………………………………………….107
Resposta à Função Degrau………………………………………………………110
Resposta à Função Rampa………………………………………………………112
Resposta à Função Impulso……………………………………………………..114
Sistema de 2º Ordem……………………………………………………………116
Resposta à Função Degrau………………………………………………………119
Resposta à Função Rampa……………………………………………………...125
Resposta à Função Impulso……………………………………………………..128
Capítulo 6 (Controladores)....…………………………………………………...131
Malha Aberta……………………………………………………………………133
Malha Fechada…………………………………………………………………..134
Controlo Feedforward…………………………………………………………...137
Comparação com Feedback……………………………………………………...139
Reguladores Industriais…………………………………………………………..141
Ajuste dos Reguladores Industriais………………………………………………150
Projecto de Controladores Pelo Método do LGR………………………………..151
Exercícios Propostos……………………………………………………………..156
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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Os sistemas com comando automático são utilizados em inúmeros
equipamentos, desde os mais sofisticados, como os da indústria aeroespacial, até nos
mais vulgares electrodomésticos. A moderna tecnologia tornou possível que
equipamentos cada vez mais complexos e fiáveis substituam o homem nas tarefas mais
cansativas, mais monótonas e mais exigentes, com elevado desempenho. A ideia do
controlo está associada á actividade humana: os nossos sentidos fornecem indicações ao
cérebro que por sua vez controla os músculos para que uma dada tarefa saia a nosso
contento. Por exemplo, ao serrar uma tábua, a trajectória do corte é continuamente
controlada pelo cérebro a partir da imagem fornecida pelos olhos. (Ninguém, de bom
senso, serra uma tábua ou conduz um carro de olhos fechados!). São conhecidas as
máquinas usadas nas indústrias metalomecânicas, automóvel e construção naval, por
exemplo, que cortam segundo uma trajectória previamente definida; estas máquinas têm
sensores, circuitos de controlo e actuadores que substituem os olhos, o cérebro e os
músculos humanos, respectivamente; diz-se então que é uma máquina com controlo de
corte automático.
É usual referir o regulador de velocidade das máquinas de vapor, inventado em
1788 por Matthew Boulton e James Watt, como um dos primeiros sistemas que se
destinou a substituir o homem no controlo de uma máquina. Desde então, o
desenvolvimento de sistemas de controlo automático acompanhou a evolução industrial.
O projecto dos sistemas que controlam os equipamentos que executam tarefas de
grande complexidade exige a utilização de métodos matemáticos precisos. A
organização destes métodos deu origem ao aparecimento da teoria do controlo. Esta
teoria ganhou forma já neste século, principalmente no período compreendido entre as
duas grandes guerras mundiais e desenvolveu-se muito rapidamente no pós-guerra para
satisfazer as necessidades das indústrias bélicas e aeroespacial. Mais recentemente, o
desenvolvimento da electrónica digital e dos computadores permitiram a aplicação de
novos métodos de controlo e, consequentemente, deu novo desenvolvimento à teoria do
controlo.
Estes apontamentos são uma introdução à teoria do controlo; referem-se,
principalmente, os métodos de análise dos sistemas e os métodos de projecto (síntese)
dos sistemas de controlo, segundo a teoria clássica. Apresentam-se, também, os
fundamentos da moderna teoria do controlo.
O problema do controlo pode ser colocado considerando, por exemplo, que se
pretende manter um navio com um rumo constante. Para cumprir este desejo pode-se
colocar o navio no rumo pretendido e fixar-se o leme. Todavia, esta solução não é
satisfatória porque não tem em conta os desvios que serão provocados, por exemplo,
pelo vento e pelas correntes. Para manter o navio com o rumo desejado, torna-se
necessário, pelo menos de tempos a tempos, comparar o rumo real com o pretendido e,
caso haja desvio na trajectória, actuar-se no leme para se efectuar a correcção do rumo.
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por isso, são os únicos considerados neste estudo. E, por ser um estudo introdutório,
estudaremos apenas os sistemas lineares e invariantes no templo (SLIT).
CAPÍTULO 2
MODELOS MATEMÁTICOS DOS SISTEMAS CONTÍNUOS
É importante iniciar o estudo de modelagem discutindo a sua filosofia.
O primeiro ponto que devemos abordar refere-se à Engenharia em si, no que
consiste o seu trabalho.
A discussão deste tema se faz necessária porque, quando as pessoas ingressam
no curso de Engenharia e recebem pela primeira vez explicações sobre o que é
Engenharia, estas ficam surpresas e até reagem demonstrando desconfiança e
incredibilidade.
Esta atitude se deve muito ao mito popular que implanta a idéia de que
Engenharia é uma ciência exacta. Grave erro conceitual! Engenharia é a ciência que
busca resolver problemas de forma aproximada. Aliás, é difícil compreender o que
possa ser exacto. Será que conseguiríamos determinar as grandezas envolvidas em
Engenharia, como tensão, pressão, tempo, temperatura, velocidade, comprimento e
outras, de maneira exacta? A resposta é não, porque não há exactidão em Engenharia.
Às vezes é até complexo compreender o que seria uma grandeza, como, por
exemplo, o comprimento de uma barra. As faces têm rugosidade e não são
absolutamente paralelas e planas, e o comprimento depende da temperatura. Portanto,
nem sequer conseguimos obter o exacto valor de uma grandeza simples como o
comprimento de uma barra.
Apenas para ilustrar, se examinarmos a face de uma barra em um microscópio
observaremos os detalhes da rugosidade com seus picos e vales, Fig 1.2. Essa figura
evidencia uma das dificuldades para definir o que seria o comprimento exacto da barra.
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e=Ri
em que:
e: queda de tensão quando vamos de uma extremidade a outra do resistor, no sentido
positivo da corrente (neste caso, do ponto 1 ao ponto 2). É o potencial eléctrico do
ponto 1 menos o potencial eléctrico do ponto 2;
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em que:
e: queda de tensão quando vamos de uma extremidade a outra do capacitor, no
sentido positivo da corrente (neste caso, do ponto 1 ao ponto 2);
C: capacitância, considerada constante;
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∫ ∫
Ou
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Fig. 2.4: Circuito RC; (a) esquema; (b) representação por um bloco SISO; (c)
diagramas temporais.
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VI =
A equação acima é uma equação diferencial ordinária linear na qual as
grandezas que são variáveis no tempo estão representadas com letras minúsculas. Com
VI constante e admitindo, por exemplo, que o condensador estava inicialmente
descarregado, isto é, vC(0)=0, a solução é:
a) Equações homogéneas.
Se a entrada x e as suas derivadas são nulas (equação acima) é uma equação
homogénea e a resposta do sistema depende apenas das condições iniciais e dos
componentes do sistema. Consideremos a equação homogénea de:
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(b.1)
O integral de (b.1) pode ser obtido somando a solução da equação homogénea de
(b.1), que se designa por solução livre, com a solução particular imposta pela entrada x.
Esta solução particular designa-se por solução forçada e é do mesmo tipo de x. Sendo yl
a solução livre e yf a solução forçada, a solução total será:
(b.2)
Uma vez obtida a equação (b.2), determinam-se as constantes de integração
através das condições fronteira ou das iniciais.
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(2.1)
Admite-se que a condição inicial é y(0)=Y0 e que x=E é constante. O integral de
(2.1) será calculado tendo em conta (b.2); para isso, determinaremos primeiro a solução
livre de (2.1) e posteriormente a solução forçada. A equação homogénea é:
(2.2)
A partir de (2.2) escreve-se a equação característica:
0=τs+1 (2.3)
cuja raiz é s = − 1/τ. De acordo com a equação y(t) das constantes primitivas a
solução livre de (2.1) é:
(2.4)
A solução forçada, ou particular, de (2.1), yf, depende de x e deve verificar (2.1).
Como x é constante, yf também é constante e, de (2.1), conclui-se que:
(2.5)
Tendo em conta a solução total y(t), (2.4) e (2.5), a solução completa de (2.1) é:
(2.6)
Finalmente, a constante de integração, A, é determinada a partir (2.6), tendo em
conta que a condição inicial verifica esta equação:
(2.7)
(2.8)
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(2.9)
Se, em (2.9) for Y0=0, E=VI e τ = RC, o resultado obtido é igual a equação vC =
VI (1− e –t/ RC ). A solução (2.9) da equação diferencial de primeira ordem (2.1) é
independente do sistema físico e só a constante de tempo, τ, muda porque depende dos
componentes do sistema.
(2.10)
O integral de (2.10) pode ser calculado pelo processo que usámos no parágrafo
anterior: calcula-se primeiro a solução livre, depois calcula-se a solução forçada e
aplica-se em y(t).
Finalmente determinam-se as constantes de primitivação.
Para se calcular a solução livre de (2.10) recorre-se à equação característica:
(2.11)
As soluções de (2.11) são, genericamente,
(2.12)
Com:
(2.13)
Admitindo que β e ω0 não são negativos, as soluções (2.12) podem ser:
reais e distintas, se β ≥ ω0
reais e iguais (raiz dupla), se β = ω0
complexas conjugadas se, β < ω0
imaginárias puras, se β =0.
Cada par de raízes (2.12) dá origem a diferentes soluções livres, de acordo com
as equações y(t) e yj(t). É interessante referir que se β < ω0 existirá um regime periódico
que, de acordo com yj(t), é:
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(2.14)
Com:
(2.15)
Determinaremos a solução forçada de (2.10) para o caso de uma entrada
constante x=E. Neste caso, yf é constante e:
(2.16)
Admitindo que a solução livre é dada por (2.14), a solução completa é:
(2.17)
Para o cálculo de B e de φ admitiremos que as condições iniciais são nulas, isto
é, y(0)=0 e dy/dt(0)=0; nesta condição, de (2.17) obtém-se:
(2.18)
(2.19)
(2.20)
Tendo em conta (2.20), a solução completa de (2.10) é dada por:
(2.21)
No caso particular de β=0, tendo em conta (2.15) e (2.19), conclui-se de (2.21) que:
(2.22)
e a solução de (2.10) é eternamente oscilante.
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Para ξ=1, existe uma raiz dupla, s1=s2= - β, e o integral de (2.10), para a entrada
x(t)=E, é:
(2.23)
Os sistemas de segunda ordem têm, frequentemente, respostas oscilatórias do
tipo representado na Fig. 2.6. Por este motivo, esta resposta é caracterizada, de seguida,
com mais pormenor.
Com ξ<1 e fazendo YE=E/K0, a resposta y(t) é:
(2.24)
Na equação (2.24), β é designado por factor de amortecimento. O parâmetro ξ é
designado por coeficiente de amortecimento ou factor de amortecimento reduzido.
De acordo com a Fig. 2.6, y atinge um máximo YM quando t=tp. Este valor
máximo pode ser determinado derivando (2.24) e igualando a zero o resultado. Desta
operação resulta:
(2.25)
O que é equivalente a:
(2.26)
(2.27)
A sobreelevação é MP=YM-YE
(2.28)
ou, tomando como unidade o valor final YE,
(2.29)
Tendo em conta (2.15), (2.28), e (2.29), MP e tp podem ser escritos em termos do
coeficiente de amortecimento ξ :
(2.30)
(2.31)
O período das oscilações amortecidas, T, é:
(2.32)
De (2.30) a (2.32) podem ser retiradas algumas conclusões:
1. A sobreelevação aumenta quando ξ diminui.
2. A frequência das oscilações, 1/T, aumenta quando ξ diminui.
3. A frequência das oscilações é máxima quando ξ=0 e, nesse caso, é igual a
ω0/2π.
4. Quando β=0 as oscilações não são amortecidas e MP=YE.
5. A frequência das oscilações amortecidas, ω, é sempre menor do que a
frequência das oscilações não amortecidas, ω0.
A resposta da Fig. 2.6 pode, também, ser caracterizada pelos seguintes intervalos
de tempo:
ta- tempo de atraso: o tempo necessário para que y(t) atinja metade do
valor final (y(ta)=YE/2).
tc- tempo de crescimento: o tempo necessário para que y(t) atinja o
valor final (y(tc)=YE).
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(2.33)
A partir de (2.33), pode-se calcular n para que a resposta y(t) esteja próximo do
valor final YE com um erro inferior ε:
(2.34)
o que é equivalente a
(2.35)
Note-se que através de (2.35) obtém-se uma resposta aproximada; por exemplo,
com uma sobreelevação de 15%, o desvio ε=2% é atingido ao fim de 2tp,
aproximadamente (n≥2,06).
Estudaram-se os sistemas de primeira e de segunda ordem através da resolução
clássica das respectivas equações diferenciais. A solução geral foi obtida considerando a
soma da solução livre com a solução forçada. A solução livre compreende os termos
exponenciais que tendem para zero quando o tempo tende para infinito e que dão
origem ao regime transitório do sistema.
Quando o regime transitório se anula, o sistema atinge o regime forçado, ou
estacionário, em que a resposta é apenas dominada pela entrada. Nos sistemas de
primeira ordem pode-se admitir que se atinge o regime forçado quando t≈5τ.
Como veremos, os sistemas lineares de ordem superior á segunda podem ser
decompostos em subsistemas de 1ª e/ou de 2ª ordem. Por este facto eles não são agora
estudados.
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(2.36)
(2.37)
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(2.38)
Note-se a equação (2.36) resulta da substituição da segunda equação de (2.38) na
primeira, equação do sistema. Todavia, esta substituição dá origem a uma equação
diferencial de segunda ordem, ao passo que, as equações do sistema (2.38) são de
primeira ordem.
A redução de um sistema de equações diferenciais a uma única equação não é
vantajosa quando a ordem da equação diferencial resultante é superior á segunda porque
a integração desta equação, pelos métodos clássicos, é mais complicada (recorde-se que
seria necessário resolver uma equação característica com grau superior a dois), ao passo
que a resolução de um sistema de equações diferenciais de primeira ordem é
relativamente simples.
O sistema (2.38) pode ser escrito na forma equivalente:
(2.39)
O sistema (2.39) é o modelo de estado do circuito da Fig. 2.7. O modelo de
estado é normalmente escrito na forma matricial:
(2.40)
O vector [i v]t é o vector de estado e i e v são as variáveis de estado do circuito
da Fig. 2.7.
Através da integração de (2.40) obtêm-se, em simultâneo, as variáveis de estado.
Uma vez conhecidas estas variáveis, é possível determinarem-se as tensões na
resistência e na bobina.
Por exemplo, a tensão na bobina, vL, pode ser calculada por:
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(2.41)
que é equivalente a:
(2.42)
A tensão na resistência, vR, é obtida por:
(2.43)
Note-se que as equações (2.41), ou (2.42), e (2.43) não são diferenciais;
envolvem, apenas, uma combinação linear das variáveis de estado à qual se soma a
contribuição da tensão de entrada (em (2.43) esta contribuição é nula).
A análise do comportamento dinâmico dos sistemas pode ser feita com o auxílio
de programas que integrarem numericamente os modelos de estado. O modelo de estado
de um sistema SISO pode ser reduzido à seguinte forma geral (modelo canónico):
(2.44a)
(2.44b)
onde x é o vector de estado, ̇ é o vector das primeiras derivadas das variáveis de
estado, u é a entrada e y é a saída. A equação (2.44a) é a equação da dinâmica do
sistema e (2.44b) é a equação das saídas. Por exemplo, sendo (2.40) a equação da
dinâmica e (2.16) a equação da saída, nas equações (2.44) é:
(2.45a)
(2.45b)
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Apresenta-se a seguir um ficheiro que pode ser usado com este programa para
estudar matematicamente o comportamento dinâmico do circuito R, L,C série. (A
utilização do programa MATLAB será explicada nas aulas práticas da disciplina). Os
diagramas temporais resultantes do programa 2.1 são os da Fig. 2.8.
(2.46)
(2.47)
Refira-se que (2.46) é equivalente a (2.1). A resposta y(t) resultante duma
entrada u(t)=E foi obtida em (2.9); o diagrama temporal de y(t) pode ser obtido através
de programas de simulação numérica para computador. Para o MATLAB pode-se correr
o programa prmo.m seguinte:
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(2.48)
onde e representa a força contra-electromotriz que é proporcional à velocidade:
(2.49)
O binário mecânico no veio do motor, τ, é proporcional é corrente no induzido,
(2.50)
O binário é igual à soma do binário acelerativo que é proporcional à aceleração e
cuja constante de proporcionalidade é o momento de inércia, Ј, com o binário de atrito
que é proporcional à velocidade e cuja constante de proporcionalidade é o coeficiente de
atrito viscoso B, e com o binário de carga TC:
(2.51)
Substituindo (2.49) em (2.48) e (2.50) em (2.51) e resolvendo em ordem às
primeiras derivadas, resulta o modelo de estado do motor da Fig. 2.10:
(2.52)
com as variáveis de estado x1 = ia e x2 =ω.
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CAPÍTULO 3
TRANSFORMADA DE LAPLACE.
3.1 INTRODUÇÃO.
No capítulo 2 estudaram-se os modelos dos sistemas lineares, contínuos, de
parâmetros concentrados e invariantes no tempo. Estes modelos são equações
diferenciais ordinárias e são usados para analisar o comportamento dinâmico dos
sistemas. A solução clássica das equações diferenciais, somando a solução livre com a
solução forçada, que recorre às raízes da equação característica torna-se complicada
para sistemas de ordem superior á segunda. Nestes casos podem-se computadores
conjuntamente com programas que integram numericamente os modelos de estado.
Quando o uso dos computadores não estava generalizado, como acontece hoje
em dia, desenvolveram-se processos mais simples para analisar o comportamento
dinâmico dos sistemas. Estes processos evitam a integração das equações diferenciais e
a resolução de sistemas de equações para calcular as constantes de primitivação. A
simplificação e sistematização dos cálculos tornou-se possível com o uso da
transformada de Laplace (Pierre Simon Laplace, 1749-1827).
Com base na transformada de Laplace desenvolveu-se um método operacional
que simplifica grandemente a análise dos sistemas, mesmo quando as equações
diferenciais são de ordem elevada. A simplificação e a sistematização do cálculo são as
grandes vantagens deste método e são os motivos pelos quais o seu uso se mantém
plenamente actual.
As vantagens deste método operacional são, resumidamente, as seguintes:
1. Transforma uma equação diferencial ordinária numa equação algébrica
racional de variável complexa.
2. Inclui automaticamente as condições iniciais.
3. Sistematiza o cálculo.
4. Os cálculos são mais simples e pode-se usar tabelas.
5. As soluções livres e forçada são obtidas simultaneamente.
6. As entradas descontínuas e os atrasos são facilmente tratados.
A principal desvantagem reside na necessidade de se estudar teoricamente este
processo, antes que estejamos aptos a utiliza-lo. Por outro lado, quando as equações
diferenciais são relativamente simples é mais fácil recorrer aos métodos clássicos de
integração.
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(3.1)
F(s) é uma função de variável complexa, s=a+jb, designada por frequência
complexa.
Para que exista transformada de Laplace de uma função f(t) é necessário que
1. f(t) seja contínua ou contínua por troços;
2. f(t) tem ordem exponencial, isto é, deve existir um valor real a tal que e-atf(t)
seja limitada para t>T em que T é finito.
A transformada de Laplace será agora usada como uma ferramenta para a análise
dos sistemas e não como objecto de estudo o qual se considera feito nas disciplinas de
matemática. Por este motivo não nos preocuparemos a resolver o integral (3.1) e apenas
se recorda aqui a definição desta transformada. No final deste capítulo apresenta-se uma
lista das transformadas de Laplace de algumas funções do tempo.
Algumas das propriedades da transformada de Laplace serão importantes para o
estudo que realizaremos. São elas:
(3.2)
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Para que este teorema possa ser aplicado é necessário que sF(s) não tenha pólos
no semiplano direito do plano de Argand, ou sobre o eixo imaginário, excepto se for na
origem.
(3.3)
(3.4)
Um exemplo do que se acaba de afirmar é a possibilidade de se determinar o
valor estacionário da saída aplicando apenas o teorema do valor final. Na generalidade
dos casos, usam-se as tabelas para se obter a transformada inversa e não é necessário
calcular o integral de (3.4).
Exemplo 3.1
Neste caso, o denominador tem duas raízes reais e distintas (-1 e -2). Para
obtermos a transformada inversa, o procedimento é o seguinte:
Decompomos F(s) numa soma de fracções com tantas parcelas quantas forem as
raízes do denominador:
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Exemplo 3.2
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Exemplo 3.3
(3.5)
Aplicando a transformada de Laplace a (3.5), de acordo com a propriedade P5,
resulta:
(3.6)
(3.7)
Seja vI constante e igual a VI. De acordo com a tabela de transformadas do
Anexo 3.2, que está no final deste capítulo, VI (s)=VI /s (transformada nº 4);
substituindo esta transformada em (3.7) resulta:
(3.8)
A transformada inversa da equação (3.8) é obtida consultando a tabela de
transformadas; com a=1/RC, a primeira parcela de (3.8) é formalmente igual à
transformada de Laplace nº 12 e a segunda parcela é formalmente igual à transformada
de Laplace nº 9. Assim, a transformada inversa de (3.8) é:
(3.9)
Note-se que (3.9) é igual à solução geral (2.9) com τ=RC, vC(0)=Y0 e VI =E. Se
a condição inicial for nula (o condensador estava descarregado quando o interruptor é
fechado), vC(0)=0, a equação (3.8) é igual ao primeiro resultado obtido.
Com o exemplo 3.3 procurou-se ilustrar o método que permite determinar a
solução de (3.5) sem resolver a equação diferencial. Note-se que a aplicação da
transformada de Laplace permite incluir a entrada, desde o início do cálculo, e o mesmo
acontece com as condições iniciais. O mesmo processo pode ser utilizado para qualquer
equação diferencial, independentemente da sua ordem.
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(3.10)
A equação (3.10) é a função de transferência do circuito da Fig. 2.4(a).
Por definição, designa-se por função de transferência de um sistema a razão
entre as transformadas de Laplace da saída e da entrada. Note-se que a definição
anterior pressupõe que as condições iniciais são nulas. Seja G(s) a função de
transferência do sistema da Fig. 3.2:
(3.11)
onde Y(s)=L[y(t)] e U(s)=L[u(t)].
Pág. 39
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(3.12)
Considere-se, por exemplo, o circuito da Fig. 2.4(a) representado pelo modelo da
Fig. 3.2. Neste caso,
(3.13)
Considere-se que a tensão de entrada, vI, é sinusoidal: vI= VI sen (ω t). Qual será
a tensão vC após o fecho do interruptor? A resposta a esta questão pode ser facilmente
determinada a partir de (3.13). Para isso, determina-se a transformada VI(s) da tensão de
entrada; utilizando a tabela de transformadas de Laplace (transformada nº 16), é
(3.14)
Substituindo (3.14) em (3.13) e tendo em conta a propriedade P1, obtém-se,
imediatamente, a transformada da Laplace da tensão VC(s):
(3.15)
A partir de (3.15) obtém-se a resposta no tempo vC(t) mas, porque a
transformada inversa de (3.15) não se encontra na tabela, deixaremos esta operação para
o parágrafo seguinte.
Correndo o ficheiro rc2.m no MATLAB, obtêm-se os diagramas temporais de
vC(t) para três tensões de entrada, vI(t), diferentes; admite-se que vC(0)=0 e usa-se G(s)
de (3.13).
Pág. 40
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considerando, ainda, o exemplo do circuito da Fig. 2.4(a), de acordo com (2.3), a sua
equação característica é:
(3.16)
e o primeiro membro é igual ao denominador de (3.13). Assim, a função de
transferência comporta a mesma informação que a equação diferencial que rege o
circuito. A equação (3.16) corresponde à determinação dos pólos da função de
transferência do circuito.
Generalizando, quando o modelo do sistema é uma função de transferência, o
comportamento dinâmico está associado aos pólos da função de transferência.
A função de transferência é uma função racional de variável s e o grau do
denominador da função de transferência é igual à ordem da equação diferencial. A
função de transferência é um modelo matemático, no plano complexo, que permanece
idêntico para sistemas de igual ordem independentemente da sua natureza física.
De um modo geral, a função de transferência é um quociente de dois polinómios
de variável s, tem a forma de (3.17), é independente da entrada e da saída, é uma
característica do sistema mas não informa sobre a sua constituição física.
(3.17)
A função de transferência G(s) pode ser escrita ou na forma factorizada de (3.18)
em função dos zeros (zi) e dos pólos (pi):
(3.18)
ou na forma factorizada que se designa por forma das constantes de tempo:
(3.19)
sendo K o ganho estático, porque se considera que todas as derivadas são nulas, isto é,
K=G(0).
De (3.18) e (3.19), verifica-se que, a menos de uma constante real (K0 ou K,
respectivamente), qualquer função de transferência é completamente definida pelos seus
pólos e zeros.
Pág. 41
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(3.20)
Note-se que se os pólos de G(s) tiverem parte real positiva o regime livre não se
anula e a resposta tende para ±∞. Neste caso o sistema será instável.
Exemplo 3.4
Pág. 42
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1
em que:
D: operador derivador.
Como, por hipótese, i2 =0, então:
2
b.2) Lei de Kirchhoff para segunda malha (início em f):
3
Como i2 = 0, então:
4
c) Equações na forma de matriz:
Reescrevendo (2) e (4) obtemos:
Pág. 43
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5
ou, na forma de matriz:
d) Função de transferência:
Aplicando a Regra de Cramer para calcular e0, da equação (6), obtemos:
8
em que:
τ =RC=constante de tempo.
Nota: A equação 8 é uma função de transferência de um sistema de 1a ordem
com ganho K = 1. A forma-padrão do sistema de 1a ordem é:
Pág. 44
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em que:
q0 =saída (output);
qi =entrada (input);
K ganho da função de transferência. Tem unidade = (unidade de q0)/(unidade
de qi);
τ = constante de tempo. Tem unidade = unidade de tempo, isto é: segundos;
D = operador derivador. Tem unidade = (1/unidade de tempo), isto é: (1/
segundo).
Exemplo 3.5
1
Como i2 = 0, então:
2
Pág. 45
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3
Como i2 = 0, então:
5
ou, na forma de matriz:
6
d) Função de transferência:
Aplicando a Regra de Cramer para calcular e0, da equação 6, obtemos:
Pág. 46
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8
em que:
9
em que:
q0= saída (output);
qi= entrada (input);
K= ganho da função de transferência. Tem unidade = (unidade de
q0)/(unidade de qi);
ωn = frequência natural não-amortecida. Tem unidade =
(radianos/segundo);
ζ = factor de amortecimento. Não tem unidades (é adimensional).
Exemplo 3.6
Pág. 47
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Fig 3.6: Circuito exemplo do caso dado na Figura 3.5, para aplicação da equação 5.
a) Hipóteses:
(1) Todas as hipóteses do Quadro 3.1.
(2) Os terminais f e g, Figura 3.5, estão abertos, portanto, i2 = 0.
(3) A fonte externa que gera ei não possui nenhuma impedância interna em sua
saída.
b) Modelagem:
Aplicando a Lei de Kirchhoff nas malhas 1 e 2 obtemos:
2
Da equação 2 vem:
3
Substituindo (3) em (1) resulta:
Pág. 48
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Portanto,
5
Para o nosso caso, vamos aplicar a equação 5 ao circuito da Figura 3.5.
Da Figura 3.5 observamos que R e C1 estão em paralelo, assim, a impedância
equivalente Z1 (vide Figura 3.6) fica:
6
e, determinando a impedância Z2, Obtemos:
8
Ou
9
Definindo:
τ1= R C1 = constante de tempo 1;
τ2= R C2 = constante de tempo 2.
então,
10
Pág. 49
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Exemplo 3.7
b) Modelagem:
Aplicando a Lei dos Nós ao nó a, vem:
1
Da Figura 3.7 temos:
3
Substituindo (2) e (3) na (1) obtemos:
4
Logo:
Pág. 50
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Ou
6
em que:
K= R = ganho da função de transferência;
τ = RC = constante de tempo.
(3.21)
Na Fig. 3.9 representa-se um sistema que é constituído por uma associação em
paralelo de dois subsistemas. A função de transferência global é dada por:
(3.22)
As figuras 3.8 e 3.9 estão na base de outras associações de blocos como é, por
exemplo, o sistema da Fig. 3.10. Neste caso, a função de transferência global é:
(3.23)
(3.24)
(3.25)
(3.26)
Pág. 52
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(3.27)
De acordo com (3.27), o sistema da Fig. 3.11 pode ser reduzido a um único
bloco com a função de transferência F(s).
Note-se que o erro propaga-se através dos blocos G(s) e H(s):
(3.28)
O produto G(s).H(s) é a função de transferência em cadeia aberta.
Substituindo (3.28) em (3.26) resulta:
(3.29)
A equação (3.29) traduz a evolução do erro em função da referência.
A equação característica do sistema em cadeia fechada é:
(3.30)
Como se verá, (3.30) é importante para o estudo da estabilidade em cadeia
fechada. De (3.30) conclui-se que a realimentação modifica os pólos e os zeros do
sistema; por este facto, os sistemas apresentam comportamentos dinâmicos diferentes
consoante estejam em cadeia aberta (sem retroacção) ou em cadeia fechada (com
retroacção).
Se G(s)H(s)>>1, de (3.27) conclui-se que:
(3.31)
e a função de transferência em cadeia fechada depende essencialmente de H(s). O
comportamento dinâmico do sistema em cadeia fechada dependerá dos zeros de H(s) e
será independente de G(s).
Quando H(s)=1, diz-se que a retroacção é unitária. Neste caso, a função de
transferência em cadeia fechada é:
(3.32)
Qualquer sistema em cadeia fechada pode ser transformado num sistema com
retroacção é unitária. O sistema da Fig. 3.12 tem a mesma função de transferência que o
Pág. 53
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da Fig. 3.11 (3.27). Todavia, note-se que as entradas do comparador são agora
diferentes das da Fig. 3.11.
A transformação da Fig. 3.12 e as figuras 3.8 a 3.10 são exemplos daquilo que é
designado por álgebra de blocos. As operações que foram descritas permitem
simplificar e transformar os diagramas de blocos dos sistemas de acordo com as
necessidades da análise.
Exemplo 3.8
Pág. 54
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(3.33)
Os pólos de C(s) são -3 e -1; (3.33) pode ser então decomposta na soma de duas
fracções:
(3.34)
e o problema consiste em determinar os numeradores A e B. Pelo método dos
coeficientes indeterminados deverá ser:
(3.35)
Pág. 55
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(3.36)
Consultando a tabela de transformadas de Laplace para cada uma das parcelas de (3.36)
(transformada nº11) obtém-se:
(3.37)
Este exemplo serve apenas para introduzir o método dos coeficientes indeterminados
porque a transformada inversa de (3.33) encontra-se na tabela (transformada nº15).
Note-se que:
(3.38)
e a transformada inversa é (3.37).
A decomposição de Heaviside é mais simples e será explicada a seguir.
Consideraremos os casos em que os pólos de G(s) são os seguintes:
i) pólos reais e distintos;
ii) pólos reais com multiplicidade;
iii) pólos complexos conjugados.
(3.39)
Para j=k, o coeficiente Ak é calculado do seguinte modo:
(3.40)
Como exemplo, considere-se (3.34):
Pág. 56
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(3.41)
Estes resultados são iguais aos de (3.36).
ii) Uma transformada de Laplace com um pólo real de multiplicidade α e n-α
pólos reais distintos pode ser decomposta numa soma de n fracções parciais na seguinte
forma:
(3.42)
Os cálculos dos numeradores das fracções de (3.42) é exemplificado através do
seguinte exemplo. Considere-se a seguinte transformada de Laplace C(s):
(3.43)
De acordo com (3.42) a decomposição é:
(3.44)
Os coeficientes A0, B1 e B2 de (3.44) são determinados através de (3.40):
Pág. 57
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(3.45)
A transformada (3.45) é decomposta da seguinte forma:
(3.46)
Note-se que o numerador da segunda parcela de (3.46), a que corresponde aos
pólos complexos, é um binómio em s. O coeficiente A é calculado por (3.40):
(3.47)
De (3.47) conclui-se que B1= -0.4 e B2=0. Consultando a tabela de
transformadas de Laplace, a transformada inversa de (3.45) é:
(3.48)
Pág. 58
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Exemplo 3.9
3.7 CONVOLUÇÃO.
Através da transformada de Laplace os sistemas podem ser representados por
blocos caracterizados pela sua função de transferência. Na Fig. 3.2 a transformada de
Laplace da saída é igual ao produto da transformada de Laplace da entrada com a
função de transferência do sistema:
(3.49)
A equação (3.49) traduz a relação entre o sinal de entrada e o sinal de saída no
domínio da frequência complexa. À multiplicação no domínio complexo corresponde a
convolução no domínio do tempo:
(3.50)
A equação (3.50), já referida a propósito de (2.47), é a transformada, no domínio
do tempo, da equação (3.49). O integral de convolução representa a resposta y(t) como a
Pág. 59
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(3.51)
No domínio do tempo, (vide tabela de transformadas) a resposta ao impulso é:
(3.52)
Se pretendermos determinar a tensão no condensador, v(t), quando se aplica ao
circuito a tensão VI, admitindo, por exemplo, que o condensador está inicialmente
descarregado, poderemos utilizar a convolução:
(3.53)
Ora (3.53) é igual a (3.9) quando a condição inicial é nula. O exemplo dado é
simples e destina-se a ilustrar a aplicação da convolução. No entanto, comparando
(3.49) com (3.50) compreende-se que, em geral, seja mais fácil realizar a análise dos
sistemas no domínio complexo, recorrendo à transformada de Laplace, do que recorrer
ao integral da convolução, no domínio do tempo. É por isto que a transformada de
Laplace continua a ser, ainda hoje, e apesar das possibilidades introduzidas pelos
computadores, largamente usada na análise e na modelação dos sistemas.
A transformada de Laplace tem como variável a frequência complexa, s=a+jb, e,
analiticamente, é facilmente aplicada a sistemas cujos modelos matemáticos são
perfeitamente conhecidos. Experimentalmente, é possível determinar-se a função de
transferência de um sistema a partir do conhecimento das respostas às entradas escalão,
(função de Heaviside, h(t)) ou impulso (função de Dirac, δ(t)). Matematicamente, estas
duas funções são definidas do seguinte modo:
(3.54)
(3.55)
Pág. 60
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Fig. 3.13: Entradas teste; (a) função de Heaviside (escalão unitário); (b) impulso
de Dirac.
Para se determinar experimentalmente a função de transferência de um sistema
aplica-se uma destas entradas e regista-se o diagrama temporal da resposta; a partir do
diagrama temporal determinam-se os valores característicos da resposta, como sejam, o
valor final, a constante de tempo, a frequência das oscilações amortecidas, o tempo de
estabelecimento, a sobreelevação, etc; seguidamente, determina-se a função de
transferência que melhor se ajusta aos valores experimentais. Todavia, a função G(s)
resultante é aproximada e este método só pode ser utilizado com segurança quando os
sistemas são relativamente simples.
Pág. 61
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Exemplo 3.10
(3.56)
do que resulta,
(3.57)
(3.58)
A equação (3.656) relaciona as amplitudes complexas das tensões de saída e de
entrada e depende da frequência, ω, da tensão vI. Substituindo jω por s obtém-se a
função de transferência do circuito:
(3.59)
Considere-se a função de transferência em (3.59):
(3.60)
A amplitude (ou módulo), em dB, e a fase (ou argumento) são dados por,
(3.61a)
Pág. 62
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(3.61b)
Os diagramas de Bode (ou respostas em frequência) de (3.61) estão
representados na Fig. 3.15; a frequência angular está normalizada por 1/RC. O ganho
em baixa frequência é 0 dB e a partir de 0,2 Hz decresce 20 dB por cada década de
frequências. Por exemplo, para 100 Hz a atenuação do filtro passa-baixo de primeira
ordem da Fig. 3.14 é, aproximadamente, igual a -55 dB, isto é, a amplitude da tensão no
condensador será 562 vezes menor que a amplitude de vI.
Para esta frequência, a tensão no condensador está atrasada cerca de 90º da
tensão vI. A frequência de corte do filtro é ωc=1/RC ou, em Hz, fc=1/2πRC. Para f=fc o
ganho é -3 dB e a fase é igual a -45º.
(3.62)
Recorde-se que (vide a Fig. 2.5) a resposta do sistema depende do valor do
coeficiente de amortecimento ξ=β/ω0. Veremos, agora, qual é a relação da Fig. 2.5 com
os diagramas de Bode de (3.62). Fazendo s=jω em (3.62) resulta,
(3.63)
Pág. 63
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(3.64)
O módulo e a fase de G(ju) são, respectivamente,
(3.65a)
(3.65b)
O denominador de (3.65a) pode ter um mínimo que é calculado por (3.66):
(3.66)
de onde se conclui que:
(3.67)
De acordo com (3.67), o módulo de G(ju) tem um máximo para u=0 ou quando o
coeficiente de amortecimento satisfaz:
(3.68)
Pág. 64
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Exemplo 3.11
Pág. 65
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Fig. 3. 16: Resposta em frequência de um sistema de segunda ordem; (a) módulo; (b)
fase.
Pág. 66
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(3.69)
Considerando ω<<1/T e ω>>1/T a equação (3.69) pode ser aproximada do
seguinte modo:
(3.70)
De acordo com (3.70), a assíntota de baixa frequência é constante e igual a 0 dB,
e a assíntotas de alta frequência é uma recta com declive -20 dB/década. Assim, a
resposta em frequência do módulo de G( jω) = 1 jωT +1 pode ser aproximada pelo
diagrama da Fig. 3.18. Designaremos este diagrama por diagrama assintótico para o
distinguir do diagrama de Bode exacto da amplitude de G(jω). O diagrama assintótico é
muito simples e pode ser traçado facilmente sem recorrer a computadores, por exemplo.
Pág. 67
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(3.71)
O módulo de G(jω), em dB, é:
(3.72)
A primeira parcela de (3.72) está representada no gráfico da Fig. 3.17(a) e o da
segunda corresponde ao gráfico da Fig. 3.18. O diagrama total obtém-se somando os
diagramas destas duas figuras, o que se representa na Fig. 3.20.
Pág. 68
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(3.73)
Com a frequência normalizada u=ω/ω0, (3.34) pode ser escrita na forma de
(3.25) e o módulo de G(ju) é dado por (3.26a). Em dB, o módulo de (3.34) é dado por:
(3.74)
Tendo em conta que ξ<1, as assíntotas de baixa e de alta frequência são:
(3.75)
A assíntota de baixa frequência é constante e igual a 0 dB e a assíntota de alta
frequência é uma recta com declive -40 dB/década. As duas assíntotas intersectam-se
em u=1 (ω=ω0). Tendo em conta (3.67), o máximo da amplitude de G(ju) é
(3.76)
Pág. 69
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Pág. 70
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(3.77)
(3.78)
mas,
(3.79)
Logo,
(3.80)
Pág. 71
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(3.81)
(3.82)
Exemplo 3.12
(3.83)
A função de transferência entre o sinal de erro e(t) e o sinal de entrada r (t) é:
(3.84)
sendo o erro e(t) a diferença entre o sinal de entrada e o sinal de saída. O teorema do
valor final oferece um modo conveniente de determinar o desempenho em regime
permanente de um sistema estável. Assim, E(s) é:
(3.85)
O erro estacionário será:
(3.86)
Deste modo, o erro depende do tipo de sinal de entrada aplicado no sistema, A
seguir serão definidas algumas constantes de erro estático relacionado ao tipo de erro
devido a um tipo de entrada, quanto mais alta as constantes, menor o erro estacionário,
Pág. 72
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(3.87)
A constante de erro estático de posição Kp é definida como:
(3.88)
Então, o erro de estado estacionário em termos da constante de erro estático de
posição Kp é dado como:
(3.89)
Para um sistema do Tipo 0,
(3.90)
Para um sistema do tipo 1 ou maior,
(3.91)
(3.92)
Pág. 73
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(3.93)
A constante de erro estático de velocidade Kv é definida como:
(3.94)
Assim, o erro de estado estacionário em termos da constante de erro estático de
velocidade Kv é dado por:
(3.95)
O termo erro de velocidade é empregado aqui para expressar o erro estacionário
para uma entrada em rampa. A dimensão do erro de velocidade é mesmo do erro do
sistema.
Então, o erro de velocidade não é um erro na velocidade, mas um erro devido a
uma entrada rampa.
Para um sistema do Tipo 0,
(3.96)
Para um sistema do Tipo 1,
(3.97)
Para um sistema do Tipo 2,
(3.98)
Pág. 74
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Em resumo, o erro estacionário ess para uma entrada rampa unitária pode ser
descrito da seguinte maneira:
(3.99)
é dado por:
(3.100)
A constante de erro estático de aceleração Ka é definida pela seguinte equação:
(3.101)
Então o erro de estado estacionário é dado por:
(3.102)
Os valores de Ka podem ser obtidos da seguinte maneira:
Para um sistema do Tipo 0,
(3.103)
Para um sistema do Tipo 1,
Pág. 75
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(3.104)
Para um sistema do Tipo 2,
(3.105)
Para um sistema do Tipo 3 ou ordem maior,
(3.106)
Assim o erro em regime para uma entrada do tipo parábola pode ser resumido da
seguinte forma:
Pág. 76
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Exemplo 3.13
Os pólos deste sistema em malha fechada tem parte real negativa, logo é estável.
Portanto podemos analisar os erros estacionários.
Para a entrada 5u(t):
Pág. 77
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neste contexto foi considerado uma entrada de distúrbio como uma entrada degrau, isto
é, D(s) = 1/s. Então, o erro estacionário pode ser reduzido pela diminuição da magnitude
de G2(s) e pelo aumento da magnitude de G1(s). Uma sugestão é utilizar o seguinte
sistema de controlo.
Pág. 78
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Exemplo 3.14
Exemplo 3.15
Pág. 80
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ANEXO 3.1
Resumo das Propriedades da Transformada de Laplace.
Pág. 81
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ANEXO 3.2
Tabela de Transformada de Laplace.
Pág. 82
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Pág. 83
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Pág. 84
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ANEXO 3.3
Circuitos com amplificadores operacionais e funções de transferência.
Pág. 85
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Pág. 86
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ANEXO 3.4
DIAGRAMAS DE BLOCOS.
Pág. 87
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CAPÍTULO 4
ESTABILIDADE.
4.1 INTRODUÇÃO.
A estabilidade é a característica mais importante dos sistemas em cadeia fechada
e está associada à possibilidade de se conseguir manter o sistema sob controlo. Embora
seja difícil determinar se o sistema é estável em todas as situações possíveis de
funcionamento, existem duas definições de estabilidade que são as mais interessantes.
Uma delas, diz que um sistema é estável se afastado do seu estado de equilíbrio, por
uma perturbação qualquer, tender a voltar ao estado de equilíbrio inicial após o
desaparecimento da perturbação. Segundo esta definição, a estabilidade de um sistema
não depende da entrada.
Todavia, frequentemente a estabilidade depende da entrada. Considere-se, por
exemplo, o sistema da Fig. 4.1 que representa um satélite que gravita em torno da Terra.
O satélite encontra-se numa órbita estável, quando, no ponto P, os foguetes são ligados
momentaneamente; se o impulso não for exagerado o satélite estabilizará numa órbita
mais elevada (Q). Caso contrário, se os foguetes actuarem durante demasiado tempo,
corre-se o risco do satélite sair da órbita da Terra e de perder-se no espaço.
Pág. 89
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(4.1)
A resposta livre do sistema, yl(t), depende das n raízes de (4.1) e pode ser escrita
na forma:
(4.2)
Se as n raízes de (4.1) têm parte real negativa, então as parcelas Aiesit tendem
assintoticamente para zero quando t tende para infinito. O regime livre anula-se ao fim
de algum tempo e a resposta do sistema tenderá para o valor forçado pela entrada. Nesta
situação, diz-se que o sistema é assintoticamente estável.
Se, pelo menos, uma das n raízes de (4.1) é positiva ou duas raízes complexas
conjugadas têm parte real positiva, então as correspondentes parcelas Aiesit tendem para
infinito quando t→∞; a resposta não estabiliza e diz-se que o sistema é instável.
Se (4.1) tem, pelo menos, um par de raízes complexas conjugadas com parte real
nula (raízes imaginárias puras) e todas as outras raízes têm parte real negativa, dois
casos podem acontecer:
se as raízes imaginárias puras são raízes simples, então existem modos
oscilatórios não amortecidos e o sistema é estável mas não é
assintoticamente estável. Neste caso pode-se dizer que o sistema tem
uma estabilidade limitada.
se uma das raízes imaginárias puras é uma raiz múltipla, então existe,
pelo menos, uma parcela Aiesit que tende para infinito quando t→∞ e o
sistema é instável.
Se um sistema LIT é assintoticamente estável, então a resposta a uma entrada
limitada é também limitada e as duas definições de estabilidade são simultaneamente
verificadas.
Pelo que se expôs, para estudar a estabilidade de um sistema LIT seria
necessário conhecer todas as raízes da equação característica. Ora a resolução da
equação (4.1) quando n>2 não é simples e o estudo da estabilidade seria impraticável
sem a ajuda de programas numéricos para computador. Para contornar esta dificuldade,
foram desenvolvidos diversos métodos indirectos que, em muitos casos, apenas indicam
quantas são as raízes com parte real positiva, isto é, quantas pertencem ao semiplano
direito do plano de Argand. De facto, o conhecimento do valor exacto da raiz não é
importante para a estabilidade porque basta saber que existe uma raiz com parte real
positiva para se poder afirmar que o sistema é instável.
Estudaremos um método que é um método que se baseia na resposta em
frequência (o método de Nyquist). Este método é o mais frequentemente usado no
estudo da estabilidade dos sistemas LIT e também evita a resolução de (4.1). Recorde-se
que a equação característica de um sistema em cadeia fechada é dada por (3.30):
(4.3)
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Um sistema pode ser estável ou instável em cadeia aberta, depende dos pólos da
função de transferência em cadeia aberta, G(s)H(s), mas em cadeia fechada a
estabilidade pode ser modificada. Os métodos que estudaremos determinam se os zeros
de (4.3) pertencem ao semiplano direito do plano de Argand (pólos do sistema
instáveis) mas, à partida, não nos dizem o valor exacto desses zeros. O diagrama de
Evans e o método de Nyquist investigam os zeros de (4.3) a partir da função de
transferência em cadeia aberta, G(s)H(s). O método de Routh trabalha directamente
sobre a equação característica, mas permite localizar os zeros de (4.1) mas sem resolver
a equação.
(4.4)
Designando os polinómios numerador e denominador de (4.4) por N(s) e D(s),
respectivamente, a equação (4.3) pode ser escrita na forma:
(4.5)
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o que é equivalente a
(4.6)
As raízes de (4.6) dependem de K. Para K=0 as raízes são iguais aos pólos da
função de transferência em cadeia aberta e, pela lei dos grandes números, quando K→∞
as raízes tendem para os zeros da função de transferência em cadeia aberta:
(4.7)
Quando a função de transferência em cadeia aberta não tem zeros, as raízes de
(4.6) tendem para infinito.
Exemplo 4.1
(4.8)
O lugar geométrico das raízes (4.8) no plano de Argand estão representadas na
Fig. 4.3.
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(4.9)
A equação (4.9) tem variável complexa e as raízes da equação característica têm
que satisfazer, simultaneamente, as duas seguintes condições:
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(4.10)
Tendo em conta (4.4), as condições anteriores podem ser escritas do seguinte modo:
(4.11a)
(4.11b)
O lugar geométrico das raízes da equação característica são os pontos do plano
de Argand que satisfazem simultaneamente as equações (4.11). O lugar geométrico das
raízes é graduado em K; esta graduação faz-se, também, a partir das equações (4.11).
Por exemplo, o valor de K que origina os pólos -3±j10 no sistema do exemplo 4.3 pode
ser calculado a partir de (4.11a):
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(4.12)
7. O ponto de cruzamento das assíntotas com o eixo real (centro assintótico) é
dado por,
(4.13)
8. Quando K aumenta, o RL pode sair ou chegar ao eixo real. Os pontos de
partida ou de chegada ao eixo real correspondem, respectivamente, ao valor máximo de
K para o qual as raízes ainda são reais, ou ao valor mínimo de K a partir do qual as
raízes passam a ser reais.
Os pontos de partida ou de chegada podem ser obtidos tendo em conta que da
equação característica resulta:
(4.14)
Considerando que as soluções da equação característica são reais, os extremos
de K e os pontos de saída ou de entrada calculam-se através de
(4.15)
No exemplo 4.3, existe um ponto de saída em s=-3. Este valor poderia ser
determinado tendo em conta que s2 + 6s + K = 0. Assim, K=-(s2+6s) e
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Exemplo 4.2
(4.16)
O zero de (4.16) é -2 e os pólos são {-4, -6, -3+2j, -3-2j}; então é Z=1 e P=4. Os
pólos, o zero e os troços do eixo real que pertencem ao RL estão marcados na Fig. 4.4
(regras 2 e 4).
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A explicação das instruções será objecto de uma aula prática, aconselha-se a fazer help
rlocus e help rlocfind.
Outra "regra" a ter em conta no desenho do RL é a seguinte: os zeros atraem o
RL e os pólos repelem-no. Esta situação pode ser exemplificada com as figuras 4.7 a
4.9; na Fig 4.8 apresenta-se o RL do sistema que se obtém da Fig. 4.7 acrescentando um
zero em -20 e na Fig. e 4.9 o que resulta de se acrescentar um pólo em -20.
Fig. 4.7: Diagrama de Evans de um sistema com pólos em cadeia aberta {-10, 0}.
Fig. 4.8: RL do sistema com os pólos em cadeia aberta {-10, 0} e um zero em -20.
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Na Fig. 4.8, o RL é atraído pelo zero que se situa à esquerda do pólo -10; passa a
existir um ponto de chegada e a frequência das oscilações amortecidas tem um máximo
e não cresce indefinidamente com K como acontece na Fig. 4.7. Quando existem modos
oscilatórios, o factor de amortecimento também aumenta em relação ao sistema da Fig.
4.7 e a resposta será mais rápida.
Fig. 4.9: RL do sistema com os pólos em cadeia aberta {-20, -10, 0}.
Na Fig. 4.9 o RL é repelido pelo pólo que se situa à esquerda do pólo -10 e
aproxima-se do eixo imaginário. Quando K aumenta, os modos oscilatórios têm um
factor de amortecimento menor e uma frequência cada vez maior. Para K elevado o
sistema torna-se instável.
As conclusões destes exemplos podem ser generalizadas para qualquer outro
sistema: a adição de zeros melhora a estabilidade e a adição de novos pólos piora a
estabilidade. O RL pode ser modificado pela adição de pólos e de zeros e,
consequentemente, constitui uma ferramenta importante para o projecto dos sistemas de
controlo que visam modificar o comportamento dinâmico para que as especificações
sejam cumpridas.
Exemplo 4.3
(4.17)
O RL está representado na Fig. 4.10(a) e conclui-se que o sistema é instável para
qualquer valor de K>0. O sistema pode ser estabilizado através da adição de um zero
entre a origem e o pólo -10. Considere-se, por exemplo, a adição de um zero em -5; a
nova função de transferência em cadeia aberta é:
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(4.18)
O RL do sistema compensado com o zero em -5 está representado na Fig.
4.10(b) e, como se observa, o sistema passou a ser estável para qualquer valor de K>0.
Fig. 4.10: RL do exemplo 4.10; (a) sistema inicial; (b) após a adição de um zero.
Repare-se que o RL foi puxado para a esquerda pela acção do zero. Poderá
verificar que quanto mais próximo da origem for colocado o zero, tanto mais a assíntota
(vertical) se desloca para a esquerda.
Exemplo 4.4
Seja o sistema indicado na figura abaixo que pode, por exemplo, representar um
sistema de controlo de posição de uma inércia pura através de um controlador
proporcional.
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4. Pontos de partida e de chegada sobre o eixo real: não há, pois não existe
parte do L.G.R. sobre o eixo real no caso presente.
5. Ângulo de partida: os ângulos de partida são 90º (já que a contribuição dos
zeros para a condição de fase é nula, uma vez que o sistema não tem zeros).
6. Esboço do L.G.R: é imediato concluir que, neste caso, o L.G.R. coincide com
o eixo imaginário. O sistema resulta marginalmente estável para qualquer k > 0.
Exemplo 4.5
Neste caso, a assíntota coincide com a parte do semieixo real negativo situada à
esquerda do ponto -1. Note também que, em razão da simetria do L.G.R. com relação ao
eixo real, a única possibilidade de existência de uma só assíntota corresponde a ela estar
contida no eixo real.
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s = -2
5. Ângulo de partida: neste caso, o ângulo de partida é 90º.
7. Esboço do L.G.R: o L.G.R. pode ser esboçado conforme ilustrado abaixo, após
aplicar a condição de fase a alguns pontos do plano s.
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√ √
Que será igual a:
Neste exemplo, a parte do L.G.R. fora do eixo real tem a forma de uma
circunferência e, por isso, o valor de k acima pode ser obtido de imediato.
Exemplo 4.6
Exercícios propostos:
1.a) Desenhe o lugar das raízes para o sistema abaixo. 1.b) Determine o ganho
limite de estabilidade.
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CAPÍTULO 5
RESPOSTAS NO DOMÍNIO DO TEMPO DE SISTEMAS DE PRIMEIRA E
SEGUNDA ORDEM. ÀS ENTRADAS DO TIPO DEGRAU, RAMPA E IMPULSO.
5.1 – INTRODUÇÃO.
No Capítulo 3 a Transformada de Laplace foi discutida objectivando a sua
aplicação ao estudo da dinâmica de sistemas. Vimos que, para os sistemas lineares, os
procedimentos de resolução através de Laplace são matematicamente mais rigorosos,
sendo, portanto, a metodologia recomendada. Contudo, neste capítulo não utilizaremos
a Transformada de Laplace, mas sim o Operador D. Esta escolha se dá por razões
didácticas.
Conforme observado no Capítulo 3, a Transformada de Laplace resolve a
equação diferencial de uma só vez, englobando simultaneamente as condições iniciais, a
solução da homogénea e a solução particular. Esta forma de obtenção da solução não
atende aos objectivos propostos neste capítulo. Conceitualmente é importante observar a
solução da homogénea separadamente da solução particular.
Assim, fica bem evidente que, para sistemas de primeira e segunda ordens, a
solução da homogénea é a resposta transitória, uma característica dos sistemas que
independe do tipo de entrada. Já a solução da particular é a resposta permanente,
intimamente ligada e dependente do tipo de entrada.
(5.1)
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em que:
C = constante.
Conforme indica a equação 5.5, a solução da homogénea não depende do tipo de
entrada, portanto, a equação 5.8 é usada para todas as entradas. A Figura 5.1 ilustra
graficamente a solução dada pela equação 5.8.
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O lado esquerdo resulta igual a um e o lado direito igual a zero, portanto, não
ocorre um impulso em qo(t) de 0 a 0+. Logo, a segunda integral da (5.16) é realmente
zero. Assim, usando este resultado e combinando (5.16), (5.17) e (5.18) obtemos:
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em que:
̇ = Coeficiente angular da rampa (constante).
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que é a resposta do sistema de primeira ordem à entrada rampa, tendo como condição
inicial o repouso.
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Portanto:
que é a resposta do sistema de primeira ordem à entrada impulso, tendo como condição
inicial o sistema em repouso.
A Figura 5.8 ilustra a resposta do sistema de primeira ordem quando a entrada é
um impulso de área Ai.
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Ou
Agora, para obtermos qo, combinamos (5.47), (5.52), (5.54), (5.57) e (5.62),
para as três condições de ζ.
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d) Considerações gerais:
A Figura 5.10 ilustra os gráficos das funções dadas pelas equações 5.67, 5.77 e
5.87, com as escalas dos eixos normalizadas.
Notamos nesta figura que, se ζ = 0, a resposta qo(t) vibra indefinidamente com a
frequência ωn e com valores variando de 0 a 2Kqis.
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Logo,
Agora, para obtermos qo(t) combinamos (5.47), (5.52), (5.54), (5.57) e (5.93), para as
três condições de ζ.
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Podemos observar através das equações 5.99, 5.101 e 5.103 que a função qo(t) tende a
uma recta quando o tempo t tende para infinito, isto é:
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CAPÍTULO 6
CONTROLADORES
6.1. Introdução.
O principal componente da malha de controlo é, obviamente, o controlador, que
pode ser considerado um amplificador ou um computador.
O controlador automático é o instrumento que recebe dois sinais: a medição da
variável e o ponto de ajuste, compara-os e gera automaticamente um sinal de saída para
actuar a válvula, de modo a diminuir ou eliminar a diferença entre a medição e o ponto
de ajuste.
O controlador detecta os erros infinitesimais entre o valor da variável de
processo e o ponto de ajuste e responde, instantaneamente, de acordo com os modos de
controlo e seus ajustes. O sinal de saída é a função matemática canónica do erro entre a
medição e o valor ajustado, que inclui as três acções de controlo: proporcional, integral
e derivativa. A combinação dessas três acções e os seus ajustes adequados são
suficientes para o controlo satisfatório e aceitável da maioria das aplicações práticas.
Para executar estas tarefas, o controlador deve possuir os seguintes blocos
funcionais:
1. Medição,
2. Ponto de ajuste
3. Unidade de comparação
4. Geração do sinal de saída
5. Actuação manual opcional
6. Estação de balanço automático
7. Fonte de alimentação
8. Escalas de indicação
1. Medição
No controlador a realimentação negativa, a variável controlada sempre deve ser
medida. Na maioria absoluta dos controladores, a variável controlada medida é também
indicada na frente do controlador. Nos controladores a microprocessador, a indicação é
feita simultaneamente por barras gráficas e por dígitos.
O controlador pode estar ligado directamente ao processo, quando possui um
elemento sensor determinado pela variável medida. O controlador de painel recebe o
sinal padrão proporcional a medição do transmissor e deve possuir circuitos de entrada
que condicionam o sinal de medição.
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2. Ponto de Ajuste
Quanto ao ponto de ajuste, há três modelos de controladores:
1. manual,
2. remoto,
3. manual ou remoto.
O controlador com o ponto de ajuste manual possui um botão na parte frontal,
facilmente acessível ao operador de processo, para que ele possa estabelecer
manualmente o valor do ponto de referência. Quando o operador acciona o botão, ele
posiciona o ponteiro do ponto de ajuste na escala e gera um sinal de mesma natureza
que o sinal da medição.
O controlador com o ponto de ajuste remoto não possui nenhum botão na parte
frontal. O sinal correspondente ao ponto de ajuste entra na parte traseira do controlador
e é indicado na escala principal. O sinal pode ser proveniente da saída de outro
controlador ou de uma estação manual de controlo.
O controlador com os pontos de ajuste remoto e local possui um botão para o
operador estabelecer manualmente o ponto de ajuste e recebe o ponto de ajuste remoto.
Ambos os sinais são indicados na escala principal. O controlador possui também
a chave selectora R/L (remoto/local) do ponto de ajuste.
3. Estação Manual
A maioria dos controladores possui a estação manual de controlo integralizada
ao seu circuito. Sob o ponto de vista do controlo, as situações mais comuns que
requerem a intervenção manual do operador são:
1. na partida do processo, quando a banda proporcional é menor que 100%.
Neste caso, quando a medição está em 0% e o ponto de ajuste está acima de
50%, a variável controlada está fora da banda proporcional.
2. quando o processo entra em oscilação, ou seja, quando o ganho da malha
fechada de controle fica igual a 1.
Quando se coloca o controlador em manual, abre-se a malha de controlo e se
pode estabilizar o processo.
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observa a medição da variável, porém, não há uma realimentação física entre sua
actuação e a medição.
É possível se ter controlo automático do processo com a malha aberta. O
controlo de malha aberta se baseia em prognóstico, em um programa preestabelecido.
Durante a operação não se faz medição, nem comparação e nem correcção.
Exemplo de um controle com malha aberta é a máquina automática de lavar
roupa. Nesse sistema de controlo quer se obter, como resultado, a roupa limpa na saída.
Antes de se iniciar o processo, ajustam-se todos os parâmetros da máquina: o tempo e a
velocidade do ciclo, a temperatura, a quantidade de sabão, a vazão d'água. A máquina é
ligada, inicia-se o ciclo e o operador espera passivamente o resultado da lavagem.
Se os ajustes foram bem programados e feitos, tem-se a roupa idealmente limpa.
Isso mostra que é possível se obter resultados desejados e conseguir um controlo
perfeito, com a malha aberta de controlo.
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elemento sensor é colocado depois da válvula de controlo, para não provocar distúrbio
na medição.
a) Realimentação Positiva
A realimentação pode ser positiva ou negativa. A realimentação é positiva,
quando a actuação no processo se faz para aumentar o desvio entre a medição e o ponto
de referência.
Faz-se uma medição, compara-se com um valor de referência e se actua no
processo: quando a medição é maior que o ponto de ajuste, actua-se no processo para
aumentar ainda mais a medição e quando é menor, actua-se para diminuir ainda mais a
medição. Uma malha apenas com realimentação positiva leva o sistema para um dos
extremos, ou para o mínimo ou para o máximo.
Em controlo de processo, a realimentação positiva isolada ou predominante
não apresenta nenhuma utilidade prática. Nos circuitos dos controladores tem-se a
realimentação positiva associada a realimentação negativa, para fins de balanceamento,
porém os ajustes sempre devem permitir que a realimentação negativa seja maior que a
positiva.
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c) Limitações
A primeira aplicação prática do controlo preditivo antecipatório foi em 1925, no
controlo de nível de caldeira.
Embora o seu resultado possa ser teoricamente perfeito, o seu desenvolvimento
foi lento, principalmente pelas limitações na sua aplicação prática e pelos seguintes
motivos:
1. Os distúrbios que não são medidos, ou porque são desconhecidos ou suas
medições são impraticáveis, tornam o resultado do controlo imperfeito. As
alterações da variável controlada não são compensadas pelo controlador, por
que não foram consideradas. Todo distúrbio que afecte a variável controlada
deve ser detectado e medido; quando não se pode medi-lo, não se pode usar
o conceito de controlo preditivo antecipatório.
2. Deve-se saber como os distúrbios e as variáveis manipuladas afectam a
variável controlada. Deve se conhecer o modelo matemático do processo e a
sua função de transferência, no mínimo, de modo aproximado. Uma das
características mais atraente e fascinante do controlo preditivo antecipatório
é que, mesmo sendo rudimentar, aproximado, inexacto e incompleto, o
controlador pode ser muito eficiente na redução do desvio causado pelo
distúrbio.
b) Diferenças
Porém, as diferenças entre os sistemas com realimentação negativa e preditivo
antecipatório são mais acentuadas.
No controlo com realimentação negativa a variável controlada é medida, na
saída do processo. O controlador actua nas variáveis manipuladas de entrada para
manter a variável controlada igual ou próxima a valores desejados. Como a variável
controlada depende de todas as variáveis de entrada, indirectamente através do processo
e geralmente com atraso, o controlo com realimentação negativa leva em consideração
todas as variáveis de entrada. Porém, os atrasos na acção correctiva podem ser
praticamente inaceitáveis, em alguns processos de grande capacidade e longo termo
morto.
No controlo preditivo antecipatório as variáveis de saídas controladas não são
medidas para a comparação com o valor desejado. O controlador apenas mede as
variáveis de entrada detectáveis e conhecidas recebe o valor do ponto de ajuste, recebe
outras informações do processo e computando todos esses dados, prevê o valor e a
ocasião adequados para a acção de controlo ser aplicada na variável manipulada de
entrada.
Ele é mais convencido que o controlador com realimentação negativa: não
verifica se a acção de controlo levou a variável controlada para o valor de referência
ajustado. Há casos onde a previsão foi incorrecta e consequentemente, há erro na
variável controlada. Também. Os efeitos das variáveis de entrada não medidas não são
compensados pelo controlo preditivo antecipatório.
c) Associação
As vantagens e desvantagens de ambos sistemas são complementares, de modo
que a associação dos dois sistemas é natural. Desse modo, em sistemas de controlo
difícil que requerem malhas de controlo complexas, é prática universal a associação dos
dois conceitos de controlo.
As responsabilidades de controlo ficam assim distribuídas:
1. O controlador preditivo antecipatório cuida dos distúrbios e variações de
carga grandes e frequentes que afectam as variáveis controladas.
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Como a quantidade de trabalho a ser executado por ele é diminuído pela presença do
controlador preditivo, normalmente basta ser PI.
A presença do controlador preditivo antecipatório na malha de controlo à
realimentação negativa não provoca tendência a oscilação. Em termos de função de
transferência, a presença do controlador preditivo não altera o denominador da função
de transferência original.
A configuração mais utilizada na associação das duas malhas de controlo é o
sistema em cascata. Porém, é controvertida a opção de quem cascateia quem. Shinskey
diz que é mandatório que o controlador à realimentação estabeleça o ponto de ajuste do
controlador preditivo.
Porém, em todas as aplicações práticas, raramente o sinal do controlador
preditivo é aplicado directamente na válvula de controlo.
Nessa configuração, é o controlador preditivo que estabelece o ponto de ajuste
do controlador convencional a realimentação negativa.
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(6.1)
e, no plano da frequência complexo, é:
(6.2)
onde KP é o ganho proporcional.
Industrialmente caracteriza-se o ganho do regulador P pela sua banda
proporcional, BP.
Por exemplo, considere-se um sistema de regulação de temperatura em que o
sensor de temperatura é para ser usado no intervalo [20º, 120º]; se a tensão de saída do
regulador variar entre 0 V e 10 V, o ganho proporcional seria KP=10 V/100º C e a banda
proporcional seria 100%. Para uma banda proporcional de 20%, o ganho proporcional
seria KP=10 V/20º C, ou seja, cinco vezes superior ao valor anterior. A característica
estática do regulador proporcional, considerando o sensor de temperatura anterior, está
representada na Fig. 6.8; considera-se BP=20% e que a temperatura de referência é
θref=80ºC.
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Na Fig. 6.7, a curva A é resultante de uma banda proporcional muito larga, com
grande desvio permanente. O desvio pode ser diminuído pelo estreitamento da banda
proporcional. Instabilidade acontece quando a banda proporcional for muito estreita,
como na curva B. Tem-se o controlo óptimo, como mostrado na curva C, quando se
ajusta a banda um ponto mais larga que a banda que provoca oscilação. Se os
parâmetros do processo variam com o tempo ou se as condições de operação mudam, é
necessário fazer nova sintonia do controlador ou usar uma banda proporcional mais
larga para evitar a instabilidade.
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(6.3)
em que u(0) é o valor inicial da variável de controlo (a saída do regulador
imediatamente antes de aparecer o erro); KI é designado por ganho integral e KP é o
ganho proporcional.
Aplicando a transformada de Laplace a (6.3), considerando Δu(t)=u(t)-u(0),
obtém-se:
(6.4)
Este regulador adiciona um pólo na origem e um zero, em –KI, à função de
transferência em cadeia aberta. Os diagramas de Bode estão representados na Fig. 6.8.
A partir da Fig. 6.8, conclui-se que o regulador PI se comporta como um compensador
de atraso de fase para a gama de alta frequência (em torno de 1/τ1).
O pólo na origem aumenta a exactidão do sistema e o zero permite compensar a
instabilidade criada por esse pólo. De acordo com (6.3), enquanto existir erro, a acção
integral continuará a variar, atingindo um valor que será suficiente para que o erro se
anule. Na realidade, se o erro não se anula, a saída do regulador acabará por saturar.
Por vezes utilizam-se reguladores só com acção integral mas os reguladores PI
são os mais utilizados industrialmente e estão sempre associados à necessidade de se
anular os erros estáticos.
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(6.5)
em que u(0) é o valor inicial da variável de controlo (a saída do regulador
imediatamente antes de aparecer o erro); KD é designado por ganho derivativo e KP é o
ganho proporcional.
Aplicando a transformada de Laplace a (6.5), com Δu(t)=u(t)-u(0), obtém-se
(6.6)
Este regulador adiciona um zero em -1/KD à função de transferência em cadeia
aberta e a estabilidade é melhorada. A acção derivativa é importante nos instantes que
se seguem imediatamente ao aparecimento de um erro ou enquanto este for variável. De
acordo com (6.5), se o erro estabilizar a acção derivativa (D) anula-se e a correcção
passa a ser feita exclusivamente pela acção P; por isso, a acção derivativa não aparece
sozinha. Os reguladores PD dão respostas elevadas perante os erros súbitos o que faz
diminuir o tempo de estabelecimento da saída mas não anula o erro estático.
Na Fig. 6.12 representa a resposta estática de um regulador PD perante um erro
em rampa. A acção derivativa é constante; ao fim de TD a acção proporcional é igual à
acção derivativa; TD é o tempo derivativo e TD=KD. Os reguladores PD utilizam-se, por
exemplo, como reguladores de temperatura, de humidade e de PH.
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(6.7)
(6.8)
O regulador PID tem a acção conjugada dos reguladores PI e PD; são colocados
dois novos zeros à cadeia de acção e um único pólo na origem, pelo que a as margens de
estabilidade podem ser beneficiadas ao mesmo tempo que se melhora a exactidão. Os
reguladores PID utilizam-se nos sistemas que necessitam de grande exactidão com
grande rapidez de resposta.
O controlador PID permite a alteração do ganho (P), do tipo do sistema (I) e da
resposta transiente (D) de modo a melhorar a operação do sistema.
O controlador PID estabiliza o processo (por causa da acção proporcional), torna
a medição igual ao ponto de ajuste (por causa da acção integral), de modo rápido (por
causa da acção derivativa).
Como ele não possui a acção integral, há perigo de saturação da saída do
controlador, quando o erro for demorado. O controlador PID é aplicado em controlo de
processo que envolva temperatura e análise de processo.
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(6.9)
É utilizado quando o sistema tem um transitório insatisfatório e regime bom.
Passos para o projecto de controladores PD.
1. Traduzir as especificações de desempenho em termos de uma localização
desejada dos pólos dominantes de malha fechada.
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Exemplo 6.1
Como o sistema originalmente já tem um ganho K = 2,0, temos que: Kc = Kt/K = 1,0.
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b) Projecto de Controladores PI
A função de transferência de um PI é:
(6.10)
É usado quando o sistema é Tipo N e se deseja que o mesmo apresente erro zero
para uma entrada de complexidade N, ou seja, quando desejamos melhorar o regime.
Passos para o projecto de controladores PI:
1) Localizar o pólo na origem;
2) Determinar o zero de modo que a condição de ângulo seja satisfeita;
3) Calcular o ganho total requerido, aplicando a condição de módulo;
4) Simular o sistema em malha fechada com o controlador
5) Caso o desempenho não seja satisfatório, tentar fazer um ajuste fino dos
parâmetros do controlador (Kc e z).
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(6.11)
Passos para o projecto de controladores PID
1) Traduzir as especificações de desempenho em termos de uma localização
desejada de pólos dominantes de malha fechada;
2) Verificar se o objectivo não pode ser atingido com um controlador mais
simples;
3) Se o PID é necessário, localizar o pólo na origem e os zeros de modo que a
condição de ângulo seja satisfeita;
4) Calcular o ganho total requerido, aplicando a condição de módulo;
5) Simular o sistema com o controlador e observar o comportamento da resposta.
Caso não seja satisfatório, tentar um ajuste fino dos parâmetros do controlador (Kc , z1 e
z2).
Exemplo 6.2
Uma rápida análise do problema nos mostra que o número de parâmetros (Kc, z1
e z2) que precisam ser calculados é maior do que o número de equações que descrevem
o problema (critério de ângulo e critério de módulo). Uma alternativa para contornar
este problema é considerar que os zeros do controlador são idênticos.
Neste caso, tem-se:
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Exercícios.
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10. Para cada um dos casos abaixo, dizer se o sistema é não amortecido, subamortecido
ou criticamente amortecido:
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12. Dado o sistema abaixo, defina o valor do erro causado na saída C(s), devido a uma
perturbação PT(s), a qual é um degrau de amplitude 2,5.
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Automação Industrial
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Sumário
Capítulo 7……………………………………………………………………….164
Conceito de Automação………………………………………………………...164
Automação e Controlo………………………………………………………….164
Graus de Automação……………………………………………………………165
Sistema de Automação………………………………………………………….168
Componentes Electromecânicos………………………………………………...170
Introdução………………………………………………………………………170
Chave Conceito…………………………………………………………………171
Chaves Automáticas…………………………………………………………….175
Relés Definições e Funções………………….................……………………….180
Características…………………………………………………………………...180
Temporizadores………………………………………………………………….181
Contadores………………………………………………………………………186
Protecção de Circuitos…………………………………………………………...190
Disjuntor…………………………………………………………………………192
Transmissores e Sensores………………………………………………………..193
Transdutores de Temperaturas…………………………………………………...194
Transdutor de Pressão……………………………………………………………197
Transdutor de Nível……………………………………………………………...198
Transdutor de Posição……………………………………………………………198
Sensores Fotoeléctricos…………………………………………………………..201
Sensores de Fibra Óptica………………………………………………………...203
Sensores Indutivos………………………………………………………………204
Sensores Magnéticos……………………………………………………………205
Sensores Capacitivos……………………………………………………………205
Capítulo 8 (Accionamento e Circuitos Pneumáticos)…………………………..206
Produção, Preparação e Distribuição de Ar Comprimido………………………208
Qualidade do Ar Comprimido…………………………………………………208
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CAPÍTULO 7
7.1. Conceito de Automação
Automação é a substituição do trabalho humano ou animal por máquina.
Automação é a operação de máquina ou de sistema automaticamente ou por
controlo remoto, com a mínima interferência do operador humano.
Automação é o controlo de processos automáticos. Automático significa ter um
mecanismo de actuação própria, que faça uma acção requerida em tempo determinado
ou em resposta a certas condições.
O conceito de automação varia com o ambiente e experiência da pessoa
envolvida. São exemplos de automação:
1. Para uma dona de casa, a máquina de lavar roupa ou lavar louça.
3. Para uma pessoa comum, pode ser a capacidade de tirar dinheiro do caixa
electrónico.
O conceito de automação inclui a idéia de usar a potência eléctrica ou mecânica
para accionar algum tipo de máquina. Deve acrescentar à máquina algum tipo de
inteligência para que ela execute sua tarefa de modo mais eficiente e com vantagens
económicas e de segurança.
Como vantagens, a máquina:
1. nunca reclama;
2. nunca entra em greve;
3. não pede aumento de salário;
4. não precisa de férias;
5. não requer mordomias.
Como nada é perfeito, a máquina tem as seguintes limitações:
1. capacidade limitada de tomar decisões;
2. deve ser programada ou ajustada para controlar sua operação nas condições
especificadas;
3. necessita de calibração periódica para garantir sua exactidão nominal;
4. requer manutenção eventual para assegurar que sua precisão nominal não se
degrade.
7.1.1. Automação e Controlo
A automação está intimamente ligada à instrumentação. Os diferentes
instrumentos são usados para realizar a automação.
Historicamente, o primeiro termo usado foi o de controlo automático de
processo.
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b) Ferramentas Accionadas
O próximo passo histórico foi energizar as ferramentas manuais. A energia foi
suprida através de vapor d'água, electricidade e ar comprimido. Este degrau foi
chamado de Revolução Industrial. A serra se tornou eléctrica, o martelo ficou
hidráulico.
Na indústria, usa-se um motor eléctrico para accionar o agitador, a alimentação é
feita por uma bomba, o aquecimento é feito por vapor ou por electricidade.
3. Quantificação da Energia
Com a energia fornecida para accionar as ferramentas, o passo seguinte foi
quantificar esta energia. Um micrômetro associado à serra, indica quanto deve ser
cortado. A medição torna-se parte do processo, embora ainda seja fornecida para o
operador tomar a decisão.
Na indústria, este nível significa colocar um medidor de quantidade na bomba
para indicar quanto foi adicionado ao reactor.
Significa também colocar um cronómetro para medir o tempo de agitação, um
termómetro para indicar o fim da reacção.
As variáveis indicadas ao operador ajudavam o operador determinar o status do
processo.
4. Controlo Programado
A máquina foi programada para fazer uma série de operações, resultando em
uma peça acabada. As operações são automáticas e expandidas para incluir outras
funções. A máquina segue um programa predeterminado, em realimentação da
informação. O operador deve observar a máquina para ver se tudo funciona bem.
Na planta química, uma chave foi adicionada no medidor de vazão para gerar
um sinal para desligar a bomba, quando uma determinada quantidade for adicionada.
Um alarme foi colocado no cronómetro para avisar que o tempo da batelada foi
atingido.
5. Controlo com Realimentação Negativa
O próximo passo desenvolve um sistema que usa a medição para corrigir a
máquina. A definição de automação de Ford se refere a este nível.
Na indústria química, o controlo a realimentação negativa é o começo do
controlo automático. A temperatura é usada para controlar a válvula que manipula o
vapor. O regulador de vazão ajusta a quantidade adicionada no reactor, baseando na
medição da vazão.
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4. Robótica;
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7.3.Componentes Electromecânicos
7.3.1.Introdução
A electrónica possui vários componentes com partes e peças mecânicas. O
funcionamento destes componentes sempre envolve movimento mecânico. As partes
mecânicas da electrónica são chamadas de peças móveis. Elas constituem o elo mais
fraco da corrente. Por causa de seu movimento mecânico elas apresentam as seguintes
desvantagens:
1. sofrem desgaste com o uso e portanto possuem vida útil limitada;
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7.3.2.Chave
Conceito
A chave é um componente electromecânico usado para ligar, desligar ou
direccionar a corrente eléctrica, através de um accionamento mecânico manual ou
automático. A chave de duas posições é um componente binário de circuito simples e
fundamental, com uma entrada e uma saída. A saída é alta quando a entrada é alta e a
saída é baixa quando a entrada é baixa.
A entrada da chave é uma força mecânica e a saída é uma tensão eléctrica.
A chave estática o semicondutor possui na entrada e saída sinais eléctricos. A
chave é adequada para teclados e entrada de dados em sistemas digitais.
sistema digital mais poderoso e fundamental que a chave pois a chave pode ser
construída a partir de dois inversores em série e nenhuma combinação de chaves pode
produzir um inversor.
As características desejáveis da chave
1. alta velocidade;
2. alta confiabilidade;
3. entrada e saída eléctricas;
4. pouca energia consumida;
5. baixo custo.
Os tipos mais comuns de chaves manuais usadas em sistemas electrónicos são os
seguintes:
1. chave liga-desliga (toggle);
2. chave botoeira (push button);
3. chave selectora.
1. Chave Liga-Desliga
A chave liga-desliga (toggle) possui uma haste ou alavanca que se move através
de um pequeno arco fazendo os contactos de um circuito abrirem ou fecharem
repentinamente. O facto de o contacto abrir ou fechar muito rapidamente reduz o arco
voltaico e garante um curto-circuito seguro. O accionamento da chave toggle é
retentivo, ou seja, a chave é ligada por um movimento mecânico e os contactos
permanecem na posição alterada, até que a chave seja accionada no sentido contrário.
A chave toggle tem uma pequena protuberância saindo do eixo. O eixo toggle é
empurrado para cima ou para baixo para produzir o chaveamento.
Tais chaves são tipicamente usadas em pequenos equipamentos com pouco
espaço disponível no painel.
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2. Chave Botoeira
A chave botoeira (push button) é projectada para abrir ou fechar um circuito
quando accionada e retornar à sua posição normal, quando desacionada. O contacto é
não retentivo, ou seja, o contacto só permanece na posição alterada enquanto a chave
estiver accionada; o contacto volta para a posição normal quando se tira a pressão da
chave. O contacto é momentâneo e o seu retorno é causado por uma mola. Normalmente
aberto ou normalmente fechado significa que os contactos estão em uma posição de
repouso, mantidos por uma mola e não estão sujeitos a nenhuma força externa mecânica
ou eléctrica.
A botoeira normal tem retorno de mola, de modo que ela é não sustentável. A
botoeira mais usada é do tipo SPDT.
Quando a botoeira é apertada, o circuito entre M-N é aberto e O-P é fechado.
Quando ela é solta, fecha M-N e abre O-P electricamente. Algumas botoeiras
podem ter três, quatro ou mais pólos, aumentando sua capacidade de chaveamento.
A botoeira é usada em controlo de motores, onde ela serve para partir, parar,
inverter e acelerar a rotação do motor. A chave botoeira é usada tipicamente em chaves
de accionamento de campainha e chave de segurança de motores. Ela é disponível em
várias cores, identificações, formatos, tamanhos e especificações eléctricas.
fecha e abre contactos desejados. Há uma marcação externa no knob para localizar a
posição da chave.
A chave selectora é usada para seleccionar duas, três, dez ou mais posições. Ela
é usada tipicamente para seleccionar diferentes faixas de medição de instrumentos,
seleccionar canais da televisão, seleccionar funções de um amplificador.
Se a chave rotatória é do tipo de curto-circuito, o seu contacto girante faz a
ligação com o próximo terminal antes de abrir o contacto com a posição actual. Esta
chave é chamada de make-before-break (fecha-antes-de-abrir). Tal característica de
curto-circuito fornece protecção para certos instrumentos ou equipamentos.
Há também chave rotatória do tipo não curto-circuito. Esta chave abre o circuito
actual antes de fechar o circuito seguinte.
Ela é também chamada de break-beforemake (abre-antes-de-fechar).
Um anel metálico é montado sobre um wafer fenólico, não condutor. As ligações
eléctricas são feitas em um suporte que desliza no anel metálico, quando ele gira.
O wafer é girado para posições específicas para conseguir o chaveamento.
Na chave fechar-antes-abrir de não curto, indo de A para B, o circuito é
completamente aberto na posição intermediária, como mostrado. Para a chave abrir-
antes-fechar, fazendo curto, o anel giratório tem uma saliência mais larga.
A largura da saliência excede a distância A-B. O circuito fica portanto ligado a
A e B na posição intermediária.
Um exemplo mostra onde cada tipo de chave deve ser usado. O voltímetro deve
ter uma chave selectora que não provoque curto-circuito. Entre faixas, a chave desliga a
tensão para o galvanômetro. Se fosse usada uma chave de fazendo curto-circuito, os
resistores seriam em paralelo.
A baixa resistência temporária, 19,3 kΩ, permitiria que o excesso de corrente
fluísse no galvanômetro. Neste caso, o galvanômetro deveria suportar uma corrente
cinco vezes maior.
De modo contrario, o amperímetro deve ter uma chave que provoque curto-
circuito.
Se fosse usada uma chave que provocasse circuito aberto, o galvanômetro
deveria suportar uma corrente 100 vezes maior que a especificada. Para cada faixa de
corrente, um resistor paralelo é percorrido por uma corrente apropriada. Se não
houvesse um resistor paralelo ligado no circuito entre as posições das faixas, toda a
corrente da linha deveria passar pelo galvanômetro.
Para uma corrente de linha de 100 mA, isto é 100 vezes a corrente especificada.
Durante o chaveamento, com a chave apropriada que provoca curto-circuito,
tem-se uma baixa resistência de alguns ohms.
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c) Chave de Vazão
Chave de vazão (flow switch) é uma chave comandada pela vazão. Uma chave
eléctrica muda os estados dos seus contactos quando a vazão de um fluido atinge
determinados valores críticos. Por exemplo, por segurança, um sistema de lubrificação
com óleo pode ser desligado por uma chave de vazão, quando a vazão do lubrificante
ficar menor que um valor critico ajustado na chave. Ajustes convenientes na chave de
vazão permitem que o sistema de lubrificação opere de modo seguro acima de um valor
crítico da vazão do lubrificante.
A chave de vazão é um modo simples e barato de executar o controlo liga-
desliga de processos envolvendo vazão. A chave de vazão também pode servir de
protecção de um sistema de controlo de vazão. Um controlador convencional fornece
uma vazão constante, dentro da banda proporcional. Quando, por algum problema do
controlador ou do sistema, o controlador perde o controlo e a vazão tende para valores
perigosos muito baixo ou muito alto, a chave de vazão desliga o sistema.
Como a chave de vazão é comandada pela vazão, ela deve ter um sensor de
vazão ou ser accionada directamente pela passagem do fluido. As chaves de vazão
podem operar com líquidos ou com gases (airflow switch). Há chaves de vazão térmicas
ou mecânicas. A chave é inserida na tabulação de modo que a vazão do fluido passa em
seu interior. Quando a vazão atinge valores críticos ajustados na chave, os seus
contactos mudam para energizar bobinas de starter de motor de bomba ou de
compressor.
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As chaves fim de curso podem ser usadas como piloto em circuitos de controlo
de motores, como protecção ou emergência para evitar o funcionamento impróprio de
máquinas. As chaves limites podem ter contactos momentâneos ou retentivos.
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7.3.5. Temporizadores
O temporizador, como o contador, é um dispositivo lógico que permite o sistema
automático activar equipamentos de saída, durante um estágio específico na operação do
processo. Ele é usado para atrasar ciclos de partida e parada, intervalos de controlo,
ciclos operacionais repetitivos e tem a capacidade de rearmar o sistema ao fim destes
ciclos.
O temporizador pode ser disponível em lógica de relé (electrónico ou
electromecânico) ou como função lógica do Controlador Lógico Programável.
Os temporizadores pneumáticos e mecânico possuem a mesma aparência, com
um dial para ajustar o tempo de atraso desejado. O símbolo de um temporizador é o
mesmo para os vários tipos diferentes.
Um círculo simboliza a bobina ou motor temporizado. Este elemento do
temporizador é usado para rodar o intervalo de tempo ajustado. No fim do intervalo
predeterminado, os contactos eléctricos mudam de estado, de aberto para fechado ou de
fechado para aberto.
É possível fazer quatro combinações de temporizadores, considerando a lógica
de atraso para ligar (TON) ou atraso para desligar (TOFF) e os contactos normalmente
abertos (NA) ou normalmente fechados (NF). Assim, tem-se:
1. NO/ON/TC (normally open, timedclosing - normalmente aberto,
temporizado para fechar, ligando);
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Preset é onde o valor da contagem é estabelecido. Ele pode ser uma constante ou
um registo designado. Reg. é o registo designado em que a contagem ocorre. Um
contador deve ter duas entradas.
Se IN002 está aberta, o contador está em 0, quando IN002 é fechada, o
contador é habilitado. Em qualquer tempo durante a operação que IN002 é reaberto, o
contador reseta para 0.
No formato bloco, quando habilitado, o contador irá contar cada vez que a
entrada IN 001 vai de aberta para fechada. Ele não conta quando IN 001 vai de fechada
para aberta. Seja a contagem ajustada para 21.
Começando de 0, o contador incrementa um número cada vez que os pulsos de
entrada se ligam. Quando a contagem 21 é atingida, não há mais mudança na saída. A
saída fica ligada e o contador continua a incrementar.
A função contagem crescente é parecida com a contagem decrescente, excepto
que uma contagem aumenta a outra diminui.
Se o contador fosse decrescente, ele começaria em 21. Quando os pulsos de
entrada são recebidos em IN 001, o contador diminui de 21, 20, 19, ...). Quando o
contador atinge 0, a saída do contador fica energizada. Qualquer pulso adicional que
chega na entrada IN 001 não afecta o status da saída IN 001.
No formato bobina, as contagens de pulsos são por IN1 a UC 32. A contagem
ajustada é 21. O comando Habilita – Reset é feito por IN02. Quando uma contagem de
21 é atingida, o contacto 32 energiza a saída 74.
Para alguns formatos de contador, não mostrados aqui, uma linha de uma função
contador em cada bloco é a linha de habilitação. A detecção da contagem é feita pela
função bloco de um registo específico ou entrada no bloco. Uma linha de reset para o
bloco contador é incluída depois no programa ladder.
A operação de contagem é normalmente não retentiva. Abrindo a entrada
habilitada IN 002, em qualquer momento, irá resetar o contador para 0, no CLP.
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Quando IN 002 é fechada de novo, a contagem não é retida como um ponto de nova
partida.
a) Contagem simples
Após um determinado número de contagens, a saída do contador liga, para
energizar um indicador. O status da saída pode também ser utilizado na lógica do
diagrama ladder na forma de um contacto.
O contador funciona se sua linha de habilitação é energizada. Depois que a
entrada de contagem atinge 18 pulsos, a saída do relé é energizada.
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O valor do contador crescente não importa, nesta aplicação. Não importa se suas
saídas estão ligadas ou desligadas. A lógica da saída não é usada. Na figura, o valor
colocado predeterminado é 999, arbitrário.
a) Fusível
O fusível é basicamente um pedaço de fio fino projectado para se aquecer e
derreter quando for percorrido por uma corrente maior do que a especificada. O fusível
é colocado em série com o circuito a ser protegido. Os fusíveis devem ser colocados na
linha quente ou na fase e não na linha neutra ou de terra. Quando o fusível é colocado
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2. Térmico.
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O encoder absoluto gera um código binário por fracção de volta em torno de seu
eixo (figura 7-32), não perdendo seu posicionamento após a desenergização do sistema.
O encoder absoluto possui uma furação diferente do encoder incremental e possui um
sensor óptico para cada trilha sensora (figura 7-33).
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CAPÍTULO 8
ACIONAMENTO E CIRCUITOS PNEUMÁTICOS
8.1.INTRODUÇÂO
O termo “Pneumático” deriva do radical grego “Pneumos” ou “Pneuma” (vento
ou sopro), e define o ramo da física que estuda a dinâmica e os fenómenos relacionados
aos gases e ao vácuo. Em engenharia, refere-se ao estudo da preparação, conservação e
da transformação da energia pneumática “armazenada” no ar comprimido em energia
mecânica, através de elementos de trabalho como cilindros, motores ou outros
equipamentos.
O uso da pneumática em aplicações industriais possui vantagens em termos de
custo, confiabilidade e potência específica, com os equipamentos pneumáticos são
robustos e de simples instalação. Podem, portanto, ser aplicados em sobrecargas
prolongadas e em ambientes hostis sujeitos à poeira, humidade, atmosferas corrosivas e
explosivas.
As limitações do uso da pneumática referem-se à necessidade de preparação do
ar comprimido, limitações de pressão de trabalho (limitação de potência dos actuadores)
e limitações de velocidades de trabalho e suas regulações, além outros aspectos
relacionados à vedação de tubulações e uso de óleos lubrificantes.
As unidades de pressão mais utilizadas em engenharia são apresentadas na tabela
de conversão:
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(8.1)
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8.2.3. Compressores
O compressor é uma máquina responsável por transformar energia mecânica (ou
eléctrica) em energia pneumática (ar comprimido), através da compressão do ar
atmosférico. A figura 8.2. mostra a classificação dos compressores existentes que serão
descritos a seguir.
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alto consumo de potência. Embora sejam caros são os mais preferidos no mercado por
fornecer um fluxo contínuo de ar. Devem operar à seco com ar comprimido isento de
óleo.
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Essa analogia nos sugere métodos para retirar o vapor d'água do ar. Existem
quatro métodos de secagem:
Resfriamento;
Adsorção;
Absorção;
• Sobrepressão.
a) Resfriamento
Consiste em se resfriar o ar o que reduz o seu ponto de orvalho. O ar é resfriado
circulando-o por um trocador de calor (serpentina com fluido refrigerante) como
mostrado na figura 8.10.
O ponto de orvalho (humidade) alcançado com esse método situa-se entre 2ºC e
5ºC.
b) Adsorção
Opera através de substâncias secadoras que por vias físicas (efeito capilar)
adsorvem (adsorver - admitir uma substância à superfície da outra) o vapor d'água do ar,
as quais podem ser regeneradas através de ar quente. Assim os sistemas de adsorção
possuem um sistema de circulação de ar quente em paralelo para realizar a limpeza do
elemento secador como mostrado na figura 8.11. Devem ser usados dois secadores em
paralelo, pois enquanto um está sendo limpo o outro pode ser usado.
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c) Absorção
É um processo químico. O ar comprimido passa por uma camada solta de um
elemento secador como mostra a figura 8.12. A água ou vapor d'água que entra em
contacto com este elemento combina-se quimicamente com ele e se dilui formando uma
combinação elemento secador e água. Este composto pode ser removido periodicamente
do absorvedor. Com o tempo o elemento secador é consumido e o secador deve ser
reabastecido periodicamente (2 à 4 vezes por ano).
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Sobrepressão
Aumentando-se a pressão há condensação, como já comentado, e pode-se
drenar água.
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Essas linhas principais são feitas de tubos de Cobre, latão, aço liga, etc…
Conectadas às linhas principais estão as linhas secundárias, em geral, mangueiras de
borracha ou material sintético.
A rede em circuito aberto mostrada na figura 8.13 é a mais simples e deve ser
montada com um declive de 1% a 2% na direcção do fluxo para garantir a eliminação da
água que condensa no interior da linha. Isso ocorre porque o ar fica parado no interior
da linha quando não há consumo.
Já a rede em circuito fechado mostrada na figura 8.14 permite que o ar flua nas
duas direcções e que fique circulando na linha reduzindo o problema de condensação.
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c) Lubrificador
O lubrificador tem a função de lubrificar os aparelhos pneumáticos de trabalho e
de comando. A alimentação do óleo é feita pelo princípio de Venturi que é ilustrado na
figura 8.19.
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b) Com imã
A figura 8.26 descreve esse tipo de cilindro. Não tem problemas de vedação
como o anterior, mas a transmissão da força é limitada pelo imã. É utilizado em robôs
cartesianos.
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Exemplo 8.1
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ou seja, a soma dos volumes de pequenos espaços dentro do actuador além do cilindro.
Deve ser considerado no avanço e no retorno. Assim:
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Fig 8.34 – Funcionamento de uma válvula 3/2 vias accionada por botão e com
retorno por mola.
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Figura 8.36 - Válvula 3/2 vias com exaustão cruzada. A parte escura representa ar.
A forma de evitar isso é alterando o mecanismo da válvula. A figura 8.37 ilustra
uma válvula 3/2 vias que não apresenta exaustão cruzada.
Figura 8.37 - Válvula 3/2 vias sem exaustão cruzada. A parte escura representa ar.
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Figura 8.39 - Válvula 5/2 vias biestável e exemplo de circuito. A parte escura representa
ar.
Esse tipo de válvula é muito utilizado em pneumática. A figura 8.39 também
ilustra o uso dessa válvula no circuito pneumático.
A figura 8.40 ilustra uma válvula direccional 3/2 vias servo-comandada.
Consiste num sistema mecânico que acciona um sistema pneumático que acciona a
válvula principal. A força para accionamento do sistema mecânico está em torno de 1,8
N.
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A figura 8.44 ilustra duas válvulas 3/2 vias accionadas por solenóide
(accionamento electromagnético) que são usadas em electropneumática.
1. Válvula de Retenção
Essas válvulas permitem o fluxo livre num sentido e bloqueiam completamente
o fluxo no sentido oposto. São construídas na execução de assento com mola como
mostrado na figura 8.45. São muito usadas em conjunto com uma válvula de fluxo para
ajustar a velocidade dos actuadores pneumáticos (ver adiante).
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8.6.Temporizadores Pneumáticos
Servem para criar um retardo no envio ou na recepção de um sinal de comando.
A figura 8.54 ilustra um temporizador que retarda a emissão do sinal e sua simbologia.
A aplicação do sinal em X, provoca após um tempo de retardo, o aparecimento de um
sinal de saída em A. A temporização é obtida através de um progressivo aumento da
pressão no pequeno reservatório provocado pela entrada do sinal X que por sua vez
passa através de um estrangulamento regulável. Após um tempo t a pressão é suficiente
para comandar o êmbolo da válvula 3/2 vias. Interligando as conexões P com A. Ao
cessar o sinal em X, o ar do reservatório sai pela membrana de retenção do
estrangulamento. O gráfico da figura 8.54 também ilustra os sinais em X e A em função
do tempo.
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CAPÍTULO 9
Circuitos Pneumáticos
9.1.INTRODUÇÂO
Os circuitos pneumáticos são compostos de válvulas pneumáticas e são
responsáveis por comandar os actuadores pneumáticos. Como já comentado na
introdução, os circuitos pneumáticos são equivalentes a circuitos electrónicos digitais,
uma vez que cada actuador possui apenas duas posições (0 ou 1).
Um circuito pneumático deve ser representado por símbolos. A figura 9.1 ilustra
a montagem real de um circuito pneumático que controla um pistão de dupla acção e ao
lado a sua representação simbólica. Note que as posições das válvulas accionadas por
rolete (1.2 e 1.3) são representadas apenas por pequenos traços na posição em que elas
devem ser montadas juntamente com o número da válvula.
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Os elementos de trabalho são numerados como 1.0, 2.0, etc.. Para as válvulas, o
primeiro número está relacionado a qual elemento de trabalho elas influem. Para as
válvulas de comando, que accionam directamente o pistão, o número a direita do ponto
é:
1. Para as válvulas de sinais o número a direita do ponto é par (maior do que
zero) se a válvula é responsável pelo avanço do elemento de trabalho e ímpar (maior do
que 1) se a válvula é responsável pelo retorno do elemento de trabalho. Para os
elementos de regulagem (válvulas de fluxo) o número a direita do ponto é o número "0"
seguido de um número par (maior do que zero) se a válvula afecta o avanço e ímpar
(maior do que 1) se a válvula afecta o retorno do elemento de trabalho.
Para os elementos de alimentação o primeiro número é "0" e o número depois do
ponto corresponde à sequência com que eles aparecem. A figura 9.4 ilustra como fica a
numeração completa de um circuito pneumático.
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Essas válvulas são accionadas somente num sentido e não no outro como
mostrado na figura 9.8. Na representação de sua posição devemos desenhar uma seta
indicando o sentido de accionamento (ver figura 9.8).
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b) Método Passo-a-Passo
Considere o projecto de um circuito pneumático que execute a sequência directa
A+B+B-A-. A seguir descrevemos as etapas para o projecto desse circuito usando o
método passo-a-passo.
1. Etapa: dividir a sequência de movimentos do circuito em grupos lembrando
que cada movimento (passo) da sequência corresponde a um grupo. Em geral, teremos
um número par de grupos de alimentação de ar, com excepção das sequências com
movimentos simultâneos que poderão apresentar um número ímpar de grupos.
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de movimentos do circuito. Por convenção, a última linha sempre deve esta pressurizada
na partida do circuito.
4. Etapa: ligar os pilotos das válvulas de comando dos cilindros às linhas de
alimentação de ar de acordo com os grupos determinados na divisão da sequência de
movimentos do circuito.
Assim, devemos ligar os pilotos de avanço dos cilindros A e B nas linhas I e II,
respectivamente, e os pilotos de retorno dos cilindros B e A nas linhas III e IV,
respectivamente.
5. Etapa: desenhar os elementos de sinal pilotando as válvulas do comando
passo-a-passo de acordo com a sequência de movimentos do circuito. Os elementos de
sinal devem ser accionados por rolete mecânico, com excepção daqueles que são
responsáveis pela partida, geralmente accionados por botão. Todos os elementos de
sinal devem ser alimentados pelas linhas referentes aos grupos do comando passo a
passo, sendo que o ar da linha actuante deverá ser usado para pilotar a linha posterior.
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Figura 9.10 – conflito de sinal entre o botão start e 1S2 e entre 2S1 e 2S2.
O Método Cascata baseia-se na criação de linhas de pressão para eliminar os
conflitos de sinal. Ou seja, ao se encontrar o conflito, tira-se a pressão daquela linha e
pressuriza-se a próxima linha, para então executar o próximo passo da sequência
proposta na montagem do circuito.
Para entender o método, é importante a definição de alguns conceitos:
Válvula memória: são as válvulas que ficam abaixo das linhas de
pressão; são responsáveis pela mudança de pressão de uma linha para
outra. Recebem este nome porque guardam memória de sua posição,
uma vez cedido o sinal que lhe foi enviado para mudar sua condição
anterior. São válvulas que não possuem retorno por mola.
Conflito de sinal: ocorre quando um actuador provoca nele mesmo o
próximo movimento. Caracteriza-se pela repetição de uma letra (que
designa o nome do actuador) com sinal diferente do anterior. A figura
9.11 abaixo mostra um exemplo de conflito de sinal:
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Foram utilizadas válvulas de 4 vias como válvula memória, por uma questão
didáctica, porque as válvulas de 5 vias são mais utilizadas, actualmente. Para efeito de
entendimento, uma coisa não compromete a outra.
5 – A mudança de pressão de uma linha para outra será feita por válvulas
direccionais (3/2 vias) accionadas pneumaticamente, com retorno por mola. São
também denominadas de válvulas de sinais. Dispor estas válvulas logo abaixo das linhas
de pressão para facilitar as ligações das linhas de pressão para elas e delas para as
válvulas de memória.
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Exercícios Propostos.
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Figura 9.19. Válvula de reinício (a) com um único botão, e botões separados
para parada e reinício (b).
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CAPÍTULO 10
Electropneumática
10.1.INTRODUÇÂO
Em electropneumática o comando é executado por um circuito eléctrico do tipo
Controlador Lógico Programável (CLP) ou através de um microcomputador. Utiliza
válvulas pneumáticas direccionais actuadas por solenóides apenas para comandar
directamente os pistões. Na verdade o solenóide acciona um sistema pneumático que
acciona a válvula. Os componentes (válvulas) que realizam o controlo são substituídos
por relés, comutadores de potência, interruptores, pressostato e sensores eléctricos. É
recomendada para ambientes em que não há risco de explosão.
A figura 10.1 ilustra alguns elementos básicos de electropneumática e seus
símbolos. O botão fechador está normalmente aberto enquanto o abridor está
normalmente fechado. O comutador abre e fecha contactos ao mesmo tempo.
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A figura 10.6 ilustra dois circuitos em que o relé se mantém ligado ao ser
accionado somente desligando quando accionado o botão desliga. Ao lado temos um
exemplo de aplicação. O circuito é chamado "ligar dominante" quando ao pressionar
simultaneamente os botões liga e desliga o circuito liga, e "desligar dominante" caso
contrário.
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CAPÍTULO 11
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS
11.1.INTRODUÇÃO
Esta apostila tem como objectivo prover uma visão geral das características e
recursos hoje disponíveis no mercado de Controladores Programáveis (CP’s), bem
como, a sua aplicação nos diversos campos da automação industrial e controlo de
processos, onde as necessidades de flexibilidade, versatilidade, disponibilidade, alta
confiabilidade, modularidade, robustez e baixos custos, o tornam uma excelente opção.
Mas, o que é um Controlador Programável? Como surgiu?
Mesmo antes da industrialização da electrónica digital, os projectistas de
comando elaboravam circuitos digitais como contactos programáveis. O programa era
armazenado em plugs multi-pinos e as instruções codificadas por meio de ligações
eléctricas entre os pinos destes plugs. Esses programas eram muito limitados, e, sua
principal função era a selecção das operações das máquinas e/ou processos.
Desta forma, além de uma operacionalidade muito baixa, existiam outros
problemas: alto consumo de energia, difícil manutenção, modificações de comandos
dificultados e onerosos com muitas alterações na fiação ocasionando número de horas
paradas, além das dificuldades em manter documentação actualizada dos esquemas de
comando modificado.
Com a industrialização da electrónica, os custos diminuíram, ao mesmo tempo
em que a flexibilidade aumentou, permitindo a utilização de comandos electrónicos em
larga escala.
Mas alguns problemas persistiram, e quem sentia estes problemas de forma
significativa era a indústria automobilística, pois a cada ano com o lançamento de novos
modelos, muitos painéis eram sucatados pois os custos para alteração eram maiores do
que a instalação de novos painéis.
Porém, em l968 a GM através de sua Divisão Hidromatic preparou as
especificações detalhadas do que posteriormente denominou-se Controlador
Programável (CP). Estas especificações retratavam as necessidades da indústria,
independentemente do produto final que iria ser fabricado. Em 1969 foi instalado o
primeiro CP na GM executando apenas funções de intertravamento.
Historicamente os CP’s tiveram a seguinte evolução: De 1970 a 1974, em adição
às funções intertravamento e sequenciamento (lógica), foram acrescentadas funções de
temporização e contagem, funções aritméticas, manipulação de dados e introdução de
terminais de programação de CRT (Cathode Ray Tube).
De 1975 a 1979 foram incrementados ainda maiores recursos de software que
propiciaram expansões na capacidade de memória, controlos analógicos de malha
fechada com algoritmos PID, utilização de estações remotas de interfaces de E/S
(Entradas e Saídas) e a comunicação com outros equipamentos “inteligentes”.
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a) Intertravamento:
A função de intertravamento está intimamente ligada à idéia de segurança.
Fazendo analogia com um sistema bancário, por exemplo, temos uma série de
protocolos sendo utilizados para tornar segura uma operação de saque. Esse sistema
solicita a passagem do cartão, logo em seguida uma senha ou impressão digital, solicita
sua data de nascimento, em resumo, todas as acções necessárias são realizadas para
proteger tanto o banco quanto o usuário. O mesmo ocorre em sistemas industriais. Em
uma refinaria, para transferimos um produto de um tanque de armazenamento para um
navio, uma série de protocolos precisam ser cumpridos, o navio tem que estar pronto
para receber, a refinaria tem que estar pronta para enviar, todas as válvulas precisam
estar devidamente alinhadas, a bomba tem que estar com a pressão de sucção e descarga
em valores adequados. Veja quantas variáveis são envolvidas para que seja realizada
uma simples transferência de produto, quantos intertravamentos deverão ser realizados.
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b) Sequenciamento:
Em casos de sequenciamento as aplicações são diversas, especialmente em
processos de manufactura, como nas fábricas de automóveis. Sequências de
accionamentos também são aplicadas nas indústrias farmacêutica, de cosméticos e de
transformação em geral. As instruções de temporização e contagem de eventos
(contadores), assim como as instruções aritméticas e as de movimentação de arquivos
estarão envolvidas em programas com a finalidade de geração de sequências.
c) Medição e Totalização de Vazão:
Em processos industriais é comum desenvolver a medição e a totalização de
vazão utilizando-se de Controladores Programáveis. De acordo com o tipo de medidor
utilizado, quem recebe o sinal do transmissor é um cartão analógico, à partir do
recebimento da variável, cabendo ao controlador o tratamento matemático envolvido na
medida, utilizando-se para isso instruções aritméticas. No caso da totalização, o volume
recebido a cada tempo decorrido é registado, havendo então um registo acumulativo,
através da utilização de instruções de contagem de tempo e também de eventos, para
cada bloco de volume recebido.
d) Controlo PID:
O controlo de variáveis é uma prática comum na indústria e a sua
implementação pode ser desenvolvida pelo SDCD, como também por controladores
programáveis, utilizando-se para isso cartões dedicados ou não. Caso não sejam muitas
as malhas de controlo, este procedimento poderá ser realizado por instruções
especializadas da própria biblioteca interna de blocos de funções da máquina, bastando
para isto que, além de uma entrada e uma saída analógica, sejam disponibilizados
registos internos para recebimento de parâmetros de controlo como, por exemplo, o
ganho, acção integral e acção derivativa.
Comunicação Com Outros Sistemas:
Com a evolução dos sistemas de comunicação em redes e com a necessidade de
integração entre os diversos equipamentos e softwares, nos dias de hoje é imperativo
que se faça uma total integração entre os diversos segmentos dos processos industriais,
seja através de cabos ou rádio, independentemente dos protocolos utilizados tendo-se
condições tecnológicas de interpretar e traduzir, tornando-se possível o entendimento
entre as máquinas. Dentro deste contexto os controladores programáveis se comunicam
entre si e também com outros sistemas e equipamentos, bastando para isto utilizarmos o
meio físico adequado e cartões de comunicação apropriados.
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a) Rack ou Chassi:
É o bastidor onde são encaixados os cartões do CLP (Fontes, Cartões de
Entradas e Saídas, CPU, Interfaces de Comunicação e etc).
Tem como finalidades fornecer uma blindagem electromagnética e dar protecção
mecânica, suportando o barramento de interligações (Back Plane) ao qual são ligados os
cartões.
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Os racks do CLP são fornecidos com diversos números de ranhuras (Slots) 4,8,
12 e 16.
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Obs: O algarismo de maior valor que uma base apresenta é sempre o valor da
base menos uma unidade e, no caso da base 10, o símbolo de maior valor é o “9” (10 -
1= 9 ).
A seguir apresentamos um exemplo com base, ordem e algarismo, que resulta
em um valor numérico.
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Retornando à base dez: 1x26 + 0x25 + 0x24 + 1x23 + 0x22 + 0x21 + 0x20 + = 7210
b) 8610
Resultado:10101102
Retornando à base dez: 1x26 + 0x25 + 1x24 + 0x23 + 1x22 + 1x21 + 0x20 = 86
Abaixo será apresentada uma outra forma de conversão de números da base dez
para base dois.
Seja, por exemplo, o número 2810
Pergunta-se: Qual é a potência exacta de dois mais próximos e menor que 28?
Resposta:16
28-16=12
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Resposta: 8
12-8=4
Pergunta-se: Qual é a potência exacta de dois menores ou igual e mais próxima
de 4?
Resposta:4
Compondo o número na base dois a partir das contribuições.
Temos então 16, 8, e 4 para compor o número 28 (16+8+4=28). Como a maior
contribuição apresenta expoente igual a quatro (24 = 16), podemos concluir que o
número escrito em binário apresenta cinco posições (começamos a contar as posições a
partir de zero).
111002
Conversão da base “10” para base “8”
A base oito apresenta oito símbolos de zero a sete e frequentemente é empregada
nos endereçamentos dos pontos de entrada e saída dos controladores lógicos
programáveis.
O método utilizado para efectuar a mudança de base é o mesmo empregado
anteriormente. Dado um número na base “10”, este será dividido sucessivamente por
“8” até que o resto encontrado seja inferior a oito.
Seja a passagem do número 12410 para a base “8”, lembrando que 12410 significa
“cento e vinte e quatro, escrito na base dez”.
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3 2 28
Retornando para a base 10: 3x82 + 2x81 + 2x80 + = 21010
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Base dezasseis
Comparando a base “16” com as outras bases estudadas, há de se destacar
algarismos ainda não tão populares quanto os que são utilizados na base dez.
Lembramos que quanto maior a base maior será também a quantidade de símbolos
envolvidos e esta quantidade é exactamente igual ao valor da base.
Tomando como exemplo uma comparação entre os símbolos da base “10” e da
base “16”, concluímos a necessidade de acrescentarmos mais seis símbolos novos para
compor os dezasseis símbolos existentes nesta base.
Símbolos ou algarismos presentes na base dezasseis: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A,
B, C, D, E, F.
Na tabela abaixo são apresentados os novos símbolos da base “16” e seus
respectivos valores correspondentes na base “dez”.
Tabela 11.3.Síbolos da base 16
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O código BCD.
Em determinados controladores lógicos existe a necessidade da aplicação do
código BCD, que significa decimal codificado em binário. Este código se aplica sempre
que for necessário exteriorizar um número binário para que este seja visualizado em
display de sete segmentos ou então na programação de temporizadores e contadores.
Em alguns tipos de controladores, portanto, existe uma diferença entre o código binário
puro e simples e o código BCD.
Exemplo:
Seja o número 14210. A estratégia utilizada para converter o número, consiste em
efectuar a passagem de forma individual para cada algarismo em separado.
Outro exemplo:
Seja o número 97510
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Obs.: Se o número “975” for convertido para binário o resultado obtido não será
o mesmo, pelo facto de se tratar de dois códigos de naturezas distintas, com objectivos
de aplicação diferentes, embora ambos apresentem os mesmos símbolos para
representá-los.
A tabela abaixo mostra equivalência de valores em quatro bases diferentes e
também no código BCD:
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dois bits internos da memória do controlador programável e que os contactos “A” e “B”
apenas permitirão a passagem de corrente para a bobina “S”, caso haja conteúdo
verdadeiro (1) presente nos endereços “A” ou “B”, ou ainda, se houver conteúdo
simultaneamente verdadeiros em ambos.
2. FUNÇÃO “E”
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Obs: Lembramos que esse efeito apresentado pelo programa é uma simulação do
diagrama eléctrico correspondente.
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4. FUNÇÃO “ NÃO E”
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O facto dos dois ramos estarem em paralelo, é suficiente para caracterizar o “OU
lógico” entre os dois ramos do circuito, sendo que cada ramo representa uma função
“E” com uma das entradas negadas.
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CAPÍTULO 12
Programando em Ladder
12.1. INTRODUÇÂO
Estudaremos neste capítulo a linguagem de programação Ladder, abordando a
forma de programação e os principais comandos.
A linguagem ladder é uma representação gráfica, similar ao desenho de um
diagrama eléctrico. O ladder é baseado em duas barras de energia virtual, verticais
situadas à esquerda e direita do ambiente de programação. A programação consiste em
criar uma corrente eléctrica virtual através de símbolos gráficos inseridos entre estas
duas barras.
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exemplo, pressão alta na caldeira, este alarme somente deixará de sinalizar quando
finalizar o evento que o gerou, semelhante ao alarme luminoso. Quando o alarme
gerado não for crítico ao sistema, o operador acciona um botão no painel para silenciar
o alarme, indicando que já tomou ciência do ocorrido. O alarme sonoro dispara
novamente quando surgir um novo alarme.
Para frisar este conceito sobre alarmes desenvolveremos a lógica de controlo
deste sistema, seguindo os procedimentos abaixo:
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Em: Emergência,
B0: Botoeira para desligar (NF),
B1: Botoeira para ligar (NA),
K1: Contator principal,
K2: Contator auxiliar conexão em triângulo,
K3: Contator auxiliar conexão em estrela.
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Exercícios Propostos
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PS. Fazer:
I0.0 = Botão para ligar
I0.1 = Botão de emergência
I0.2 = Accionamento frente
I0.3 = Accionamento ré
Q0.0 = Chave KM2
Q0.1 = Chave KM1
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6. PORTÃO AUTOMÁTICO
Automatismo para comando à distância de um portão com movimento de
abertura/fecho executado por dois motores, MI e M2.
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7. SEMÁFOROS.
Automatismo para comando de semáforos, designados por A e B, num
cruzamento com vias de trânsito num só sentido de acordo com as seguintes condições:
O sinal vermelho e o verde no semáforo oposto estão ligados durante 30
s;
Após o sinal verde, acende o sinal amarelo durante 3 s;
Na passagem do sinal amarelo para vermelho, os sinais vermelhos de
ambos os semáforos estão acesos em simultâneo durante 1,5 s;
Após o sinal vermelho, acende o sinal verde.
Um interruptor il permite ligar/desligar manualmente os semáforos. Quando
desligado, o sinal amarelo é colocado em intermitente em ambos os semáforos.
De segunda-feira a quinta-feira, das 00.00h às 06.00h, em que o fluxo de trânsito
é reduzido, os semáforos funcionam com o sinal amarelo intermitente, de sexta-feira a
domingo, os sinais funcionam durante 24h.
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8. Encaixotamento de Maçãs
Pretende-se controlar a linha de encaixotamento de maçãs representada na figura
seguinte:
Memória descritiva
Ao sinal de START, o tapete das caixas entra em funcionamento. O sensor das
caixas (SE2) ao detectar uma caixa pára este tapete e põe o das maçãs em
funcionamento. O sensor das maçãs (SE1) detecta as maçãs que entram na caixa. Após a
caixa receber 10 maçãs, o tapete das maçãs pára e o das caixas entra em funcionamento.
O sinal de STOP pára todo o processo. As tabelas de Entradas e Saídas são as seguintes:
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9. BARREIRA AUTOMÁTICA
Num parque de estacionamento pretende-se comandar automaticamente a
barreira de saída. Para tal, um interruptor de comando (i1), que determina o modo de
funcionamento da barreira, terá de estar na posição “automático”.
A abertura da barreira ocorre após a introdução de um bilhete, por parte do
condutor do veículo, com pagamento feito previamente, na máquina situada antes da
barreira. Se se tratar de bilhete válido (s1=1), a luz de sinalização vermelha (L1),
colocada junto à barreira, apaga e acende luz verde (L2). Ao mesmo tempo, o sistema
liga um motor (M1) cujo movimento provoca a abertura da barreira.
Se o bilhete não for válido, a luz vermelha permanece acesa e a barreira fechada.
Após abertura da barreira, a mesma só fecha quando o carro ultrapassar um
detector s2 colocado no solo. Esta condição destina-se a garantir que o carro não é
atingido pela barreira no seu movimento descendente. A informação proveniente de s2
também informa o sistema para apagar a luz verde e acender a luz vermelha.
A barreira possui interruptores fim de curso ao fecho (fc0) e à abertura (fc1), que
determinam, respectivamente, o final do movimento de fecho e de abertura.
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10. MONTA-CARGAS
Um cilindro hidráulico telescópico de duplo efeito, comandado por
electroválvulas biestáveis, acciona um monta-cargas que faz o transporte de
mercadorias entre dois pisos de uma fábrica.
No piso inferior está colocado um botão tipo pressão b0, através do qual se dá
a ordem para o monta-cargas subir. No piso superior, um botão b1 do mesmo tipo dá a
ordem para o monta-cargas descer. Também existe em cada piso um botão de paragem;
p0 no piso 0 e 1\ no piso 1, que pressionado provoca a imediata paragem do monta-
cargas.
Para além dos botões de pressão, em cada piso, existe ainda uma lâmpada
sinalizadora; L0 no piso 0, que pisca quando o monta-cargas está a descer e L1 no piso
1, que pisca quando o monta-cargas está a subir.
A cabina do monta-cargas actua dois interruptores fim de curso; fc0 e fcl, que
correspondem, respectivamente, ao final da descida e da subida.
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11. ELEVADOR
Projecto de automação para um elevador de um prédio com 3 pisos.
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