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FACIDER Revista Científica

ISSN 2316-5081

BENEFÍCIOS DA PRATICA DA MODALIDADE KARATÊ PARA


CRIANÇAS DE 07 A 11 ANOS
Vanderlei Ferreira dos Santos1, Cenira Julia Fernandes Magalhães Tonon 2, Elizangela Matias de
3
Souza

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Mestrando em Sáude e Tecnologia pela Faculdades Integradas de Goiás (FIG): [email protected]
2
Mestranda em Sáude e Tecnologia pela Faculdades Integradas de Goiás (FIG): [email protected]
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Mestranda em Sáude e Tecnologia pela Faculdades Integradas de Goiás (FIG): [email protected]

RESUMO: A presente pesquisa caracterizou-se como sendo de natureza qualitativa com caráter
descritivo, na qual procura-se investigar se a modalidade de karatê poderia ser utilizada como uma
ferramenta de auxilio no desenvolvimento das habilidades motoras. Verificou-se que movimentos
realizados durante as aulas de karatê, modalidade esta que apresenta bons elementos para
desenvolver as valências físicas de seus praticantes. Desta forma esta observação teve como tarefa
principal investigar se os praticantes da modalidade de karatê apresentavam ou não melhor
desenvolvimento motor em comparação aos não praticantes. Para isso através de observação e
atuação direta com os alunos de uma escola pública da Zona Sul de Porto Velho-RO, praticantes de
karatê que estudam no Ensino Fundamental I, assim procuramos de vivências obtidas através de
observações desses alunos praticantes e os não praticantes dentro das aulas de Educação Física um
melhor entendimento.
Palavras-Chave: Karatê, Desenvolvimento Motor, Educação Física.

ABSTRACT: This research is characterized as qualitative with descriptive character, in which we


investigate the karate modality could be used as an assistance tool in the development of motor skills.
We check movements performed during karate lessons, this modality has good elements to develop
the physical valences of its practitioners. Thus this observation had as main task to investigate
whether the practitioners of karate mode or had no better motor development compared to non-
practitioners. For this through observation and direct action with students of a public school of the
South Porto Velho Zone, karate practitioners who study in elementary school, so we try to experiences
obtained through observations of these kids practitioners and non-practitioners within of physical
education classes a better understanding.

Key Words: Karate, Motor Development, Physical Education.

_____________________________________________________________________________________________________

INTRODUÇÃO

O Karatê é uma palavra japonesa que significa "mãos vazias". É uma arte
altamente científica, fazendo o mais eficaz uso de todas as partes do corpo para fins
de autodefesa. O maior objetivo do karatê é a perfeição do caráter, através de árduo
treinamento e rigorosa disciplina da mente e do corpo. O karatê-ka (cultor de karatê-

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do) utiliza como armas as mãos, os braços, às pernas, os pés, enfim, qualquer parte
do corpo (NAKAIAMA, 1978).
O surgimento do karatê se deu através de métodos de combate sem armas,
vindas da China e da Índia, por serem países próximos e ter uma cultura da prática
de artes marciais, tendo assim uma grande aceitação na Coréia e no Japão, nas
Ilhas Ryukyu, e atualmente em Okinawa, sendo que foi nesse país que ocorreu a
modernização destes métodos, resultando no surgimento do karatê para o mundo
todo.
Segundo Ratti e Westbrook (2006) no final do século XIX, Gichin Funakoshi
(1868-1957) foi o responsável pela criação de uma nova arte marcial, sendo: o
karatê, com uma combinação de métodos, técnicas e características das escolas
Surite e Nahate, que são as famosas escolas de artes marciais de Okinawa.

O homem que, em tempos modernos, estudou a maioria dos métodos


ensinados nessas escolas e que logo combinou as características que mais
lhe impressionaram do ponto de vista do estilo e da eficiência em combate
foi Funakoshi, fundador do método moderno do Karatê conhecido como
Shotokan (RATTI e WESTBROOK, 2006, p.389).

Durante 30 anos, Funakoshi lutou para que o karatê tivesse o reconhecimento


e a aceitação dos japoneses amantes de artes marciais como Judô e o Aikidô, e foi o
responsável pela modernização dos métodos das escolas Surite e Nahate.
Alguns relatos contam que no dia 20 de março de 1928, Funakoshi foi
surpreendido com um convite inesperado, feito pela família real japonesa para uma
apresentação no Palácio Real, da arte japonesa, chamada de Karatê. Foi o salto que
esperava depois desta apresentação o Karatê e Funakoshi teriam o reconhecimento
dos japoneses e assim a introdução em universidades, escolas e grandes indústrias,
foi o resultado de trinta anos de luta, de um grande mestre e sua arte marcial.

Basicamente podemos dividir sua história em dois períodos, antes e após


Gighin Funakoshi, que devido aos seus esforços em divulgar essa arte para
o mundo e torná-la acessível a todos, sua historia acaba se confundindo
com a própria historia do Karatê, por isso a ele é creditado o título de “o pai
do Karatê moderno”. Os relatos do período anterior a Funakoshi possuem
fatos controversos e são repletos de folclores, mistérios e estilo reservado,
tipo de cultura oriental (SILVA, 2004, p. 3).

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Com todas essas conquistas ainda faltava uma escola de Karatê em T ókio, e
em meados de 1938, inaugurou-se a primeira escola de Karatê no Japão.
O Karatê desembarcou no Brasil entre 1950 e 1957, no estado de São Paulo,
juntamente com os primeiros Japoneses. A primeira escola de Karatê surgiu na Vila
Prudente, onde os imigrantes Juichi Sagara, Yassutaka Tanaka, Sadamu Uriu e
Tetsuma Higashino, amigos da universidade Takugi, ministravam aulas do estilo
Shotokan Karatê (ALMEIDA, 2006).
Conforme este mesmo autor, sua principal característica implica na formação
do caráter, controle emocional, disciplina e defesa pessoal, além de ter uma
contribuição muito significante no desenvolvimento motor. Sua filosofia também é
focada na formação de um ser mais crítico na intenção de prepará-lo para enfrentar
os desafios da vida diária.
Atualmente o Karatê se tornou um esporte praticado em todo o mundo, por
homens e mulheres de todas as idades, que buscam nesta modalidade qualidade de
vida e sua prática regular proporciona aquisição de uma boa saúde física e mental, e
como esporte tem como propósito desenvolver as habilidades dos atletas e até
mesmo proporcionar bons resultados em competições (www.karatêdobrasil.org.br).
O praticante do karatê-do (karatêca) tem que dominar a técnica do kime,
sendo realizada em menor tempo possível utilizando uma maior explosão de forças
e técnica, tendo como resultado um único golpe potente, para derrubar seu
adversário.
Segundo Nakaiama (1978, p.11)

O Karatê como uma arte de defesa pessoal com mãos vazias na qual os
braços e pernas são treinados sistematicamente e poder controlar um
inimigo por uma demonstração de força igual a aquelas pessoas com uso
de armas reais.

Para Funakoshi (1988 p. 54) o iniciante começa a pratica do Karatê


“aprendendo a moldar o punho, em seguida, ele aprende as posturas básicas, as
posições, os bloqueios e os ataques, e os repete indefinidamente”. Segundo o autor,
após o praticante ter adquirido uma melhor compreensão das técnicas básicas, se
dá inicio ao aprendizado dos Katás.

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Os Katás, ou exercícios formais, são combinações de técnicas fundamentais


do karatê, executadas de uma maneira lógica e predeterminada, simulando uma luta
contra vários oponentes, que se encontra na mente daquele que executa o katá
(NAKAYAMA, 1977). Sua execução contribui de uma forma global no
desenvolvimento das crianças, pelas suas características motoras.
Segundo Ratti e Westbrook (2006, p. 439) “a estabilidade mental para o
controle total e a extensão do poder coordenado”. Esta é a interpretação dos
movimentos, golpes básicos e os katas do Karatê, que tem como características:
velocidade, força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, agilidade e noção de espaço
temporal; características estas que são essenciais no desenvolvimento das crianças.
Nayama (1977 p. 48) afirma que “o praticante tem que praticar regularmente, com o
máximo de concentração e esforço na execução de cada movimento”.
A relevância dessa atividade, como outras lutas, ocorre principalmente no
plano motor, no qual as capacidades físicas e motoras são amplamente solicitadas
(MANOEL, 1995).
Funakoshi (1988) afirma que, através do treinamento contínuo do Karatê é
possível desenvolver o corpo até atingir um alto gral de aptidão e de agilidade. Além
de ser um excelente meio de autodefesa, também desenvolve a força, a velocidade, a
coordenação motora, o condicionamento físico e é reconhecido também por seus
valores terapêuticos.
Pode se entender como Karatê-Do, à prática complementar de formação
cultural e desportiva baseada no desenvolvimento peculiar dos sistemas de defesa
pessoal e evolução interior característicos de Okinawa em seus primórdios (século
XVIII) e do Japão a partir do início do século XX (FUNAKOSHI, 1988).
Para Nakayama (1978) o praticante de karatê domina todos os movimentos
do corpo, como os saltos, as flexões e os balanços, aprendendo a movimentar os
membros e o corpo em todos os sentidos de um modo livre e uniforme.
O Karatê participa de uma forma global no desenvolvimento das crianças,
pelas suas características motoras e sociais, onde a disciplina, o respeito e o
autocontrole são ensinados como plataforma no desenvolvimento do caráter do
praticante (ALMEIDA, 2006).
Sua metodologia direcionada para a formação de uma pessoa com valores
morais e éticos, onde o relacionamento social e de extrema importância e seu
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comportamento seja sempre adequado e responsável, tendo também características


como: concentração, atenção, disciplina, respeito e principalmente alto controle
sobre seus atos (www.karatedobrasil.org.br).
Para Buczek (2010, p.13)
O termo psicomotricidade tem como evidência a relação existente dos
processos cerebrais que envolvem o afetivo, emocional com o ato motor,
manifestando a inter-relação entre eles que são revelados e que se
manifestam por meio dos atos motores.

A psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem por


meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo,
bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos
e consigo mesmo (ALMEIDA, 2009).
Para Rosa Neto (2002, p.12) “a motricidade é a interação de diversas funções
motoras (perceptivo motora, neuromotora, psicomotora, neuropsicomotora, etc.)”,
com a estimulação motora, a criança desenvolve uma consciência do seu corpo, de
si mesma e do mundo a sua volta.
Negrine (1986) relata a existência de uma relação entre a capacidade de
aprendizagem escolar e o desenvolvimento motor que é adquirido através das
experiências em atividades físicas, assim apresenta uma relação tridimensional da
educação psicomotora que são os aspectos biofísicos, aspectos sócio-afetivos e
aspectos intelectivos.
Os responsáveis pelo desenvolvimento do ser humano são os elementos
básicos da psicomotricidade, que são coordenação motora ampla e fina, equilíbrio,
esquema corporal, lateralidade e organização espacial e temporal (NEGRINE, 1986).
Para Almeida (2009, p. 43) “as atividades que estão envolvidas nesta prática
dizem respeito à organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e as percepções
gerais da criança”.
A coordenação motora ampla e a condição que deve ser desenvolvida
primeiramente no espaço infantil. O trabalho que vai aperfeiçoar os movimentos dos
membros superiores (braços, ombros, pescoço e cabeça) e, também os membros
inferiores (pernas, pés, quadris, etc.). Assim, uma grande organização corporal deve
ser construída a partir do trabalho de coordenação motora geral (ALMEIDA, 2009).
As danças, expressões corporais, exercícios combinados e dissociados são
os melhores trabalhos para que a criança possa ter um bom desenvolvimento. Se a
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criança conseguir acompanhar uma atividade física com movimentos associados e


dissociados, se a criança tiver determinado certo ritmo, possuir equilíbrio, ela
apresentará uma coordenação motora global satisfatória (BUCZECK, 2009).
As manipulações do dia a dia de crianças e adultos são consequências do
desenvolvimento de um dos elementos básicos da motricidade humana que é a
motricidade fina, é essencial um bom desenvolvimento deste elemento por sua
importância na vida de qualquer pessoa (BUCZECK, 2009).
A coordenação motora fina exige a capacidade de controlar os músculos
pequenos do corpo, para que a execução da habilidade seja bem-sucedida. Conforme
Canfield (1981) a motricidade fina envolve a coordenação óculo-manual e requer um
alto grau de precisão no movimento para o desempenho da habilidade específica,
num grande nível de realização.
Para Boato (2006, p 65) ”a motricidade fina está relacionada ao trabalho
ordenado de grupos musculares na execução de tarefas que exijam precisão e
refinamento”.
A lateralidade e a capacidade da criança poder olhar e agir ao mesmo tempo
para todas as direções, com equilíbrio, coordenação corporal e com noções de
espaço. E o uso que as pessoas fazem de uma das duas partes do seu corpo, ou
seja, todas as funções corporais são determinadas pelo lado esquerdo ou pelo lado
direito. (ALMEIDA,2009).
Segundo Almeida (2009, p.61) “a lateralidade é uma condição que a criança
irá descobrir aos poucos, podendo perceber se é útil à sua própria vida e se podem
executar dois ou mais movimentos simultaneamente para lados opostos”.
Para Le Boulch (1982) apud Almeida (2009, p. 61) “a lateralidade é a função
de dominância, tendo um dos hemisférios à iniciativa da organização do ato motor,
que incidirá no aprendizado da capacidade funcional e suporte da intencionalidade”.
Equilíbrio é a base de toda ação diferenciada dos membros superiores e de
grande importância no movimento de qualidade. A falta de equilíbrio no movimento
resulta no maior consumo de energia, acarretando no aumento do nível de estresse,
tal gasto energético poderia ser encaminhado para outros trabalhos
neuromusculares para melhorar o equilíbrio. A luta constante contra o desequilíbrio
traz fadiga corporal, mental e espiritual. (BOATO,2006).

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Segundo Boato (2006, p. 79) “muitos acreditam que o equilíbrio envolve


apenas o trabalho de andar sobre uma corda bamba, andar de bicicleta, equilibrar-
se em uma perna só, entre outras atividades. Mas, no entanto, o equilíbrio atinge o
dia a dia do indivíduo, que consegue equilibrar-se diante de situações adversas ou
contrárias, que consegue diferenciar o certo do errado e refletir com tranquilidade
sobre sua maneira de viver”.
Sendo assim, Rosa Neto (2002) destaca que o equilíbrio é a base primordial
de toda ação diferenciada dos segmentos corporais. Desta forma partindo do ponto
de vista biológicos as possibilidades de manter posturas, posições e atitudes indicam
a existência de equilíbrio.
Esquema corporal é o conhecimento que a criança tem de forma imediata e
intuitivo do próprio corpo capacitando a atuar tanto sobre suas partes como em
relação ao mundo exterior, e a construção de um modelo de postura, de nos
mesmos com relação a imagem do corpo e da personalidade de uma pessoa com o
meio. A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio. Em um contexto de
relações mútuas do organismo e do meio é onde se organiza a imagem do corpo
como núcleo central da personalidade (ROSA NETO, 1996).
O desenvolvimento do esquema corporal se faz através de movimentos,
deslocamentos, jogos, brincadeiras livres ou atividades sistematizadas. A imagem
corporal que o indivíduo tem de si mesmo e o ponto de referência para todo tipo de
aquisição de conhecimento, através do domínio do próprio corpo que irá organizar o
conhecimento do mundo exterior, sendo este ponto de partida das noções de
espaço, tempo, forma e volume (ROSA NETO, 1996).
Segundo Ferreira e Caldas (2002, p.20) ”um esquema corporal bem
estabelecido implica equilíbrio global, lateralidade afirmada, independência dos
diferentes segmentos do corpo, domínios dos impulsos e das inibições”. Caso a
criança não tiver noção dos segmentos do próprio corpo não dominará seus
movimentos com harmonia e o domínio do esquema corporal permitirá o
desenvolvimento de outras funções como: a coordenação viso-motora e a orientação
espacial.
De acordo com Ferreira e Caldas (2002) a obtenção das noções de espaço,
ou seja, direção, localização, posição e disposição no espaço e de tempo no que diz

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respeito ao ritmo, sequência temporal: agora, antes, depois, hoje, amanhã, dia,
noite, etc., acontece simultaneamente na formação da imagem corporal.
As primeiras informações temporais que a criança recebe e interna através do
corpo com o ritmo cardíaco, ritmo respiratório, ritmo da fala e movimentos de
marcha, a segunda e a informação externa através dos horários da rotina diária
como: hora de brincar, hora de almoçar, hora de ir para a escola, etc., com os
acontecimentos da vida diária o espaço vai se definindo com o tempo, e a partir do
conhecimento do corpo se desenvolve o conhecimento do espaço (BOATO, 2006).
Ao trabalhar as funções psicomotoras nas crianças é necessário que tenha
uma vivência concreta durante a realização das atividades, e realize movimentos
livres como: correr, pular, saltitar, movimentar-se para direita e para a esquerda,
para que haja um bom desenvolvimento das habilidades motoras (ALMEIDA, 2009).
O treinamento do karatê proporciona todas às vivencias necessárias para o
desenvolvimento psicomotor por ser uma arte que tem como características o
equilíbrio, velocidade, flexibilidade, coordenação, agilidade, noção de espaço
temporal, força, sendo assim nos faz acreditar que a criança que pratica karatê
possui um nível de desenvolvimento motor bem elevado.(http://karatê-
do.esp.br/karatê-do/conteudo_img/A%20influencia).
O objetivo geral da pesquisa de foi de forma dedutiva verificar os benefícios
da prática da modalidade de karatê para crianças na faixa entre 7 a 11 anos do
ensino fundamental I de uma escola da zona sul de Porto Velho - RO, tendo como
objetivos específicos:
 Fazer um breve estudo sobre a história do Karatê;
 Fazer um estudo das fazes de desenvolvimento Motor da idade a ser
abordada e;
 Verificar as estruturas psicomotoras á serem desenvolvidas nesta faixa
etária em comparação com o praticante e não praticante da
modalidade karatê.

Para tanto, trabalhou-se como problemática dedutiva a seguinte pergunta:


quais os benefícios da prática da modalidade de karatê para crianças de 7 a 11 anos
do ensino fundamental de uma escola da zona sul de Porto Velho - RO?

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Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa bibliográfica com método


dedutivo, sem a realização de testes com alunos.

METODOLOGIA

Por se tratar de uma luta de artes marcial, a modalidade de karatê, assim


como outras, apresenta alguma rejeição dentro do currículo escolar. Hoje em dia
procura-se mudar este pensamento, sendo atualmente um esporte muito difundido e
praticado no mundo todo principalmente no município de Porto Velho através do
Programa Mais Educação (Governo Federal), tanto de forma educativa quanto
competitiva, isso faz com que essa barreira possa ser quebrada e a modalidade
karatê seja aceita também nas aulas de educação física não somente através de
projetos, mas como componente do currículo escolar. Partindo dessas palavras o
tema foi delimitado na faixa etária de 7 á 11 anos visto que na escola sobre o qual
foi feita a observação atende somente crianças do ensino fundamental I
Esta pesquisa teve grande relevância devido à importância da pratica
esportiva como estimulação no desenvolvimento motor das crianças, na fase do seu
desenvolvimento que teve como finalidade verificar a importância que o karatê tem
dentro do desenvolvimento motor da criança na escola, verificando principalmente
dentro dos treinamentos de karatê, quando se é trabalhado as aptidões físicas como
agilidade, velocidade e força além de um melhoramento nas habilidades motoras
dos alunos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Verificou-se dentro do aspecto motor, o desenvolvimento da lateralidade, o


equilíbrio, tempo e espaço, bem como da noção de corpo. A observação de forma
dedutiva foi realizada em uma escola pública da zona sul, na qual temos monitores
do Programa Mais Educação que trabalha diretamente com a modalidade de Karatê
em ambos os sexos. Durante 30 dias observamos, no intervalo de dois dias
semanais, as aulas de educação física no período da tarde, onde estavam também
inseridas as crianças praticantes de Karatê.

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A professora iniciou as atividades com alongamento, logo após executou as


atividades de “pega-pega” como aquecimento e corridas de estafetas. Mediante as
atividades aplicadas a essas crianças, foi possível constatar as seguintes
observações:

1- Do praticante da m odalidade de Karatê, tinha uma melhor capacidade de


se organizar e mediar os conflitos que surgiram no decorrer das
atividades, enquanto que os que não praticavam Karatê em alguns
momentos tinham dificuldade de se organizar, saber o seu lugar, o que
fazer, ou para onde correr no momento das atividades;

2- O praticante da m odalidade de Karatê tinha uma melhor obediência e


respeito às regras estabelecidas anteriormente, enquanto que realizavam
as atividades sem preocupar-se com regras e o tempo;

3- O praticante da m odalidade quando no ato da execução no alongamento


possuía melhor desenvoltura em realizar os movimentos enquanto que foi
perceptivo que o não praticante apresentava dificuldades em realizar os
movimentos;

4- Foi também verificado que os praticantes de Karatê apresentavam uma


melhor desenvoltura nos trajetos percorridos em relação a agilidades e
coordenação motora fina e ampla e já a maioria dos não praticantes
apresentaram certas dificuldades em completar as tarefas aplicadas;

5- Constatamos que o praticante da m odalidade de Karatê apresentava um


melhor equilíbrio, podendo esse fator ser devido aos movimentos
realizados durante as aulas de Karatê, que podem ter contribuído para um
melhor desenvolvimento das habilidades motoras além de segurança nas
execuções das atividades. Nos não praticantes se observava que havia
quedas e desequilíbrio durante as realizações das atividades recreativo
propostas pela docente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Karatê é uma arte marcial, um esporte e também uma atividade física que
pode propiciar inúmeros benefícios a seus praticantes. A luta contribui para a
formação plena da cidadania e também resgata movimentos que são próprios de
uma expressividade corpórea da Educação Física como promotora de saúde
(CONFEF, 2002).
Diante destas contextualizações bibliográficas e depois da análise à partir da
observação foi possível deduzir que o não praticante da modalidade de karatê,
dentro de uma atividade simples, não dominava valências como correr, a
coordenação dos passos, tinha dificuldade quando era para correr para o lado direito
e lado esquerdo apresentando pequeno desequilíbrio e atenção, sendo que na
mesma atividade o praticante de Karatê apresentava uma melhor desenvoltura em
sua coordenação, equilíbrio, tiveram menos dificuldade em identificar lado direito e
lado esquerdo, além de melhor velocidade e atenção durante a realização das
atividades.
O aprendizado da modalidade de Karatê pode ser altamente benéfico tanto no
sentido do aspecto motor quanto no cognitivo e social desde que ensinado de
maneira correta respeitando as fases de desenvolvimento e as individualidades de
cada aluno, desta forma ajudará com que as crianças tenham um melhor
desenvolvimento motor. Sendo assim, colocamos a modalidade Karatê como uma
ferramenta de auxílio indispensável no desenvolvimento das habilidades motoras
das crianças, onde, devido aos movimentos combinados que são executados
durante os treinamentos, faz com que os praticantes se destaquem no momento das
comparações das habilidades motoras desenvolvidas com os não praticantes. Desta
forma fica a sugestão de inserir no cotidiano a modalidade de Karatê não
necessariamente na prática, mas que os professores de Educação Física mesmo
aqueles que não possuem o conhecimento específico de nenhuma modalidade de
luta, busquem entender um pouco mais sobre a prática e a filosofia desta arte
marcial dentro de uma metodologia educacional.

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