Artigo - Camada de Ozônio PDF
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RESUMO: Entre os anos de 1980 a 1990 o mundo observou a maior ação de retaliação a uma substância
de amplo emprego mundial, baseando-se em uma hipótese científica que nunca foi comprovada: a
chamada destruição da “camada de ozônio” realizada por cloro originado de uma família de gases
refrigerantes, os CFCs. Muito se falou sobre a influência humana, mas pouco se levantou sobre os fatores
naturais, as escalas e a imensa discussão que ocorreu no mundo desenvolvido. Em países como o Brasil,
as vozes discordantes, além de serem exíguas, foram ainda silenciadas ao máximo para que não
divulgassem as discussões postas. O presente trabalho foi dividido em duas partes, sendo que esta primeira
visou realizar um resgate destas discussões. Foram levantadas as bibliografias da época e os recentes
trabalhos divulgados, sintetizando a informação desde o cunho da química atmosférica elencada, até os
desdobramentos desta ação draconiana de impedimento do uso industrial destas substâncias. Pretende-se
tornar mais claro para as pessoas que, com a hipótese do “aquecimento global”, mais uma vez seu
cotidiano está prestes a ser mudado, baseado em uma falácia que não tem fundamentação científica que a
sustente. Ao mesmo tempo, sinaliza-se que estas burocracias acordadas em protocolos políticos tornam-se
eternizadas, gerando uma máquina sem fim de consumo de recursos e criação de procedimentos
impeditivos para o crescimento das sociedades emergentes.
1
Prof. Dr. Climatologista, Departamento de Geografia – USP. [email protected].
2 a
Prof . Drª. Climatologista, Departamento de Geografia – UDESC. [email protected].
Nos anos de 1970 foi amplamente divulgada, como pregação quase que religiosa,
o medo da desertificação. A seguir a este pré-teste, o ozônio e sua variabilidade
apareceram como um primeiro problema a atingir a escala mundial, como se causado
diretamente pelo Homem. Seguia-se, desta forma, uma agenda criada no Clube de Roma,
em 1962, onde se traçava o futuro da humanidade.
Assim como não existe vida como a conhecemos sem dióxido de carbono (CO 2),
não existe ozônio natural (O3) sem luz solar. Estas são afirmações que não podem ser
refutadas. Desta forma, faz-se necessário entender o processo de formação do ozônio,
sua variação e o histórico que registrou a considerada “falácia científica do século XX”,
onde um fenômeno natural foi transformado em uma emergência global.
O ozônio é conhecido desde a Antiga Grécia, que não era compreendido como um
gás, mas já associavam a sua presença ao mau tempo. O prefixo “ozo” vem deste mesmo
povo que lhe atribuiu o significado de “com aroma ou cheiro forte e característico”;
algumas definições o descrevem como penetrante e desagradável. A literatura registrou
ao químico alemão Christian Friedrich Schönbein a descoberta desta molécula,
exatamente como os gregos a pressentiam: pelo cheiro acre, oxidante e forte que
aparecia durante as trovoadas, as quais, através de seus relâmpagos, fazem a
eletrossíntese das moléculas, utilizando o próprio oxigênio molecular (O 2) presente no ar
(TOMASONI, 2011). Desta forma, ela necessita de energia para a sua formação, e por ser
uma substância altamente reativa, constitui-se de uma das componentes variáveis da
atmosfera da Terra, que se recicla o tempo todo em processos naturais, dos quais o
principal, a radiação solar, será abordada neste artigo.
2 OBJETIVOS
3 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada sobre a bibliografia desde os anos de 1990 até as atuais,
levantadas de autores nacionais e internacionais, dando ênfase a estes últimos, pois
tiveram mais exposição às informações sobre as discussões científicas, tecnológicas e
políticas, as quais foram categoricamente cerceadas de divulgação aqui no Brasil, quando
este passava por um período de grande instabilidade econômica-financeira, o que refletiu
diretamente nas análises e tomadas de decisões.
As conclusões deste primeiro volume são parciais, deixando aberta a discussão
sobre o assunto, mas mostrando definitivamente que a hipótese antrópica é altamente
questionável.
Fig.4.2.1: Os três anos de medição do Ano Geofísico Internacional. As linhas cheias são as medições do
ozônio no hemisfério Norte, em Spitzbergen, Noruega (78º45‟N 016º00‟E). Notar os baixos valores durante
os meses de inverno. Os pontos e bolinhas vazadas são as medições do ozônio na baía Halley, Antártida,
durante o mesmo período. Notar os baixos valores de ozônio na primavera austral e como rapidamente
crescem em novembro, no tempo em que a estratosfera se aquece. Notar também o padrão invertido entre
os hemisférios, demonstrando a necessidade da presença da radiação solar para a formação do ozônio. As
bolinhas vazadas são medições realizadas nas fases de Lua Cheia, na Antártida (Fonte: DOBSON, 1968a,
p. 401).
A B
C D
Fig.4.2.3A a D: Exemplos de planisférios criados com dados médios de ozônio, obtidos por sensoriamento
remoto através do Total Ozone Mapping Spectrometer – TOMS, no ano de 2000. Notar que conforme se
passam os meses da primavera para o verão (A a D), há um significativo aumento do ozônio médio sobre a
Antártida e, em geral, no hemisfério Sul. Curiosamente, as informações do hemisfério Norte foram omitidas
quando em dezembro, este passa pelo seu período invernal, onde anomalias negativas também
apareceriam no cômputo do ozônio (Fonte: NASA, 2000).
Ficou claro que as anomalias do ozônio sempre foram conhecidas e que estas
são naturais. Ficou claro também que as anomalias são diferenciadas entre o Ártico e a
Antártida e estudos foram realizados para entender e descrever tais fenômenos, incluindo
Cl2O2 + hv 2 ClO
ou
Cl2O2 + hv Cl2O + O'
Assim, Eberstein critica com razão:
Finalmente, a luz solar, que tanto era necessária para a hipótese do “dímero”
químico de Molina, como o grande gatilho para o surgimento do “buraco na camada de
ozônio” altamente maximizado na entrada da primavera foi novamente derrubado pela
Natureza, que insiste em não seguir as regras humanas. Os satélites de órbita polar da
National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA, ou Administração Oceânica e
atmosférica Nacional, verificaram que o surgimento da anomalia máxima do ozônio
ocorria um mês inteiro antes do surgimento do Sol. Assim, as anomalias já estariam muito
bem desenvolvidas antes que a luz solar e sua radiação UV C incidissem sobre a
estratosfera, sendo então exatamente o contrário do que a hipótese de Molina “previa”.
Desta forma, se as reações químicas estivessem ocorrendo para criar a anomalia do
Fig.4.3.2: Perfil de temperatura sobre a estação russa de Vostok (78º27‟S 106º50‟E) em julho de 1989,
plena noite polar de inverno. Verificou-se uma forte inversão de temperatura mais próxima da superfície. A
linha cheia indica o perfil médio de temperatura. Notar as temperaturas muito baixas da estratosfera, onde a
pressão é mais baixa que 150mb, impossibilitando ter energia para a hipótese de Molina (Fonte: KING e
TURNER, 1997, p. 86).
E onde entrou o CFC em toda esta história? Como o suposto fornecedor de cloro
livre para a estratosfera. A indagação torna-se surpreendente quando se observa quais
são as fontes de cloro para a atmosfera e suas escalas. Assim, percebe-se que foi muita
pretensão achar que o raro lançamento de um pífio gás para a atmosfera poderia ter, em
menos de 50 anos, destruído a tal “camada de ozônio”, algo que inclusive não existe.
Como, por exemplo, puderam achar que a produção de cloro, supostamente originário
dos CFCs, superou a produção dos oceanos e dos vulcões? Observemos as ordens
escalares e certos processos. Se os CFCs poderiam produzir no máximo 7.500 (sete mil
e quinhentas) toneladas anuais, no seu auge de produção, só a biota oceânica libera 5
(cinco) milhões de toneladas de cloro; os incêndios florestais adicionam, mais 9 (nove)
milhões de toneladas; os vulcões do mundo contribuem com 36 (trinta e seis) milhões de
toneladas e finalmente, o grande majoritário, os oceanos agregam mais 600 (seiscentos)
milhões de toneladas de cloro (Fig.4.4.1). Assim, a quantidade de cloro natural liberado
para a atmosfera supera em 80 mil vezes os incriminados CFCs. Não é à toa que não se
Fig.4.4.1: Esquema pictórico das fontes atmosféricas de cloro, em milhões de toneladas, comparadas em
escala com o cloro armazenado nos CFCs e a teórica liberação deste na atmosfera pelos mesmos
compostos (Fonte: adaptado por FELICIO de MADURO e SCHAUERHAMMER, 1992).
5 CONCLUSÃO
6 HOMENAGEM
REFERÊNCIAS
(b) Exploring the atmosphere. Oxford University Press, Londres, Inglaterra, 1968.
FERREYRA, E. El fraude del ozonio. In: Ecologia: mitos y fraudes, FAEC, México, Cap.
2, 2006.
Dados de ozônio:
http://ozonewatch.gsfc.nasa.gov/
http://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/stratosphere/sbuv2to/archive/latlon/