Aula 10 - Transtornos Alimentares, Do Sono e de Eliminação 2 - 2016

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Transtornos

alimentares
Transtornos alimentares
Maior prevalência:
- Ocidentais
- Mulheres
- Classe
socioeconômica
alta e média-alta
Desafio:
Hoje parece estar
“Síndromes ligadas à cultura”? representada em
todos os estratos
sociais.
Transtornos alimentares
• A pressão cultural para
emagrecer é considerada um
elemento fundamental da
etiologia dos transtornos
alimentares

• Hong Kong, Taiwan, China


• Influência da cultura ocidental?
• Imigrantes?
• Anorexia nervosa atípica: todos
os sintomas menos o medo de
engordar - TA restritivo?
Transtornos alimentares
• Impulso dominador e
totalizador de ser magro

Anorexia

20% óbito

Metade -
suicídio

Maior taxa de mortalidade entre os


transtornos psicológicos
Transtornos alimentares
• Discrepância entre o peso real e ideal

• Vulnerabilidade biológica e psicológica


• Influência hábitos familiares
Transtornos alimentares
• Sintomas semelhantes aos
relatados por indivíduos com
transtornos por uso de
substâncias
• Fissura
• Padrões de uso compulsivo
• Envolvimento dos mesmos
sistemas neurais
• Autocontrole regulatório da
recompensa
Obesidade

• A obesidade deve ser considerada um


transtorno?
OBESIDADE É UM
TRANSTORNO ALIMENTAR?

Genéticos
Fisiológicos Ambientais
Comportamentais

• Associações com outros transtornos mentais


(compulsão alimentar, depressão e TB, esquizofrenia)
Transtornos alimentares

Pica

Transtorno de
ruminação

Transtorno
alimentar
restritivo/evitativo
Transtornos alimentares

Bulimia nervosa

Anorexia nervosa

Compulsão
alimentar
Transtornos alimentares
• Pode ser atribuído na presença de
outro transtorno alimentar.
• Ingestão persistente de substâncias não
nutritivas, não alimentares
• > 1 mês (idade > 2 anos)
• Inapropriada para o período do
desenvolvimento
• Não é uma prática cultural aceita
• Se ocorrer no contexto de outro
transtorno mental ou condição médica
– suficientemente grave a ponto de
necessitar de atenção clínica
• Comorbidade

Pica
Transtornos alimentares
• Regurgitação repetida de alimento
• > 1 mês
• Sem náusea ou esforço para vomitar
• Não é atribuível a uma condição
gastrointestinal
• Pode ser remastigado, novamente
deglutido ou cuspido.
• Lactentes – insucesso em obter ganho de
peso – remissão espontânea
• Comorbidade
• Deficiência intelectual
• TAG
• Diagnóstico diferencial
• Anorexia e Bulimia nervosa

Ruminação
Transtornos alimentares
• Falta aparente de interesse na alimentação ou em alimentos
- restrição
• Esquiva baseada nas características sensoriais dos alimentos
• Preocupação acerca de consequências aversivas alimentares

• Fracasso em satisfazer as necessidades nutricionais


• Perda de peso
• Deficiência nutricional
• Dependência de alimentação enteral ou suplementos orais
• Interferência marcante no funcionamento social

• Pode representar uma resposta negativa condicionada


associada à ingestão alimentar seguindo, ou antecipando,
uma experiência aversiva – engasgo/sufocamento, vômitos
repetidos.

Transtorno alimentar
restritivo/evitativo
Transtorno emocional de evitação alimentar
Transtornos alimentares
Bulimia
• Paola era popular, atraente, inteligente e talentosa. Foi candidata e
ganhou um concurso de beleza de sua cidade. Seu namorado era
personal trainer em uma academia.
• Aos 11 anos começou a controlar sua alimentação. Pulava o café da
manhã, comia algo no meio da tarde e apenas metade do que fosse
servido no jantar.
• Quando o namorado terminou o relacionamento ela chegou em casa
e comeu três caixas de chocolate. Culpada, deprimida e desesperada
foi ao banheiro e enviou o dedo na garganta até vomitar. Vomitou até
ficar exaurida. Ela nunca tinha sentido tamanha sensação de alívio da
ansiedade, da culpa e da tensão que sempre a acompanhava.
• Aprendeu quais alimentos vomitava com facilidade.
• Sempre bebia muita água.
• Sempre que comia algo considerado calórico, vomitava até que a
barriga doesse, pesava-se para ter certeza de que não tinha ganhado
peso e depois dormia uma meia hora.
Bulimia
Comer uma grande quantidade de
alimentos em um período determinado
(compulsão alimentar)

1 Ato de comer – fora de controle


x/semana
por pelo
menos 3
meses
Compensação – técnicas de purgação

Auto avaliação indevidamente


influenciada pela forma e pelo peso
corporal
Bulimia
• Purgar não é um método eficiente para
reduzir a ingestão calórica

Vômitos auto- Jejum


induzidos Exercícios
Laxantes excessivos
Diuréticos Ingestão de
Enemas hormônios
tireóide
Bulimia
• Aumento da glândula salivar –
face arredondada
• Corrói o esmalte dos dentes na
superfície interna da parte frontal.
• Desarranja o equilíbrio químico
dos fluidos corporais.
• Arritmia, falhas renais
• Calos ósseos nos dedos ou nas
costas das mãos

Consequências
para a saúde
Anorexia
• N., 18 anos, solteira, desempregada. Encaminhada pelo Pré-
Natal de Alto Risco com gestação de 22 semanas e quadro de
desnutrição. Sem antecedentes de doenças psiquiátricas.
Descrita por familiares como dinâmica, inteligente e sociável.
Havia três anos que tinha se submetido a dietas e exercícios
aeróbicos de forma esporádica, sem perda efetiva de peso. A
gravidez não fora planejada, mas aceita pela família e pelo
namorado. Paciente apresentava tremores nas mãos e pés,
reflexos diminuídos. Assumia postura indiferente, com
descuido pessoal evidente. Fala baixa e humor deprimido.
• Quando questionada sobre o emagrecimento, concordava que
perdera apenas três quilos, mas que sempre fora magra e que
aquele era o “peso ideal”. Não demonstrava qualquer
preocupação com a própria condição de saúde.
Anorexia
• Restrição de ingesta calórica - peso significativamente baixo
• Medo intenso da obesidade e busca implacável pela magreza
• Perturbação na percepção do próprio peso ou da própria
forma.

Tipo restritivo:
Dieta, jejum, exercício excessivo

Tipo compulsão alimentar Diagnóstico


purgativa: diferencial
BULIMIA?
Vômitos auto induzidos, uso de laxantes,
diuréticos
Anorexia
• IMC < 18,5 (OMS)
• O medo de engordar não é aliviado
com a perda de peso
• Mesmo quando percebem que estão
magros, frequentemente não assumem
as graves implicações médicas de seu
estado de desnutrição.
• Distorção da imagem corporal
Anorexia
• Amenorreia
• Pele seca
• Perda de densidade óssea
mineral
• Cabelos e unhas quebradiços
• Sensibilidade ou intolerância
a baixas temperaturas

Consequências
para a saúde
Anorexia
• Alguns se recuperam depois de um
único episódio
• Alguns exibem um padrão
flutuante
• Outros experienciam um curso
crônico ao logo de anos.
• Hospitalização
• Remissão em 5 anos para maioria

Prognóstico
Anorexia nervosa atípica no
DSM-V
• Transtorno alimentar especificado
• Todos os critérios são preenchidos, exceto, apesar da perda de
peso significativa, o peso do indivíduo está dentro ou acima da
faixa normal.
Transtorno de compulsão alimentar

• Episódios recorrentes de compulsão alimentar.


• Sensação de falta de controle
Compulsão

• Associados a:
• Comer mais rápido que o normal
• Comer até se sentir desconfortavelmente cheio
• Grandes quantidades na ausência de fome.
• Sozinho por vergonha do quanto está comendo
• Sentir culpa sofrimento
Transtorno de compulsão alimentar

• Estresse
• Sem comportamentos
Compulsão

compensatórios extremos
• Pessoas com sobrepeso em
programas de controle de peso
• Candidatos a cirurgia bariátrica
Transtorno de purgação
• Transtorno alimentar
especificado
• Comportamento de purgação
na ausência de compulsão
alimentar.
Síndrome do comer noturno
• Transtorno alimentar especificado
• Há consciência e recordação da ingesta.
Transtornos do Sono
• Queixas de insatisfação envolvendo a qualidade, o tempo e a quantidade de sono.
• Sofrimento e prejuízos resultantes durante o dia - características centrais
compartilhadas
• Todos temos variações rítmicas da atividade
fisiológica, metabólica e comportamental.
• Algumas dessas variações seguem a periodicidade de
24 horas - Ritmos circadianos

• Determinados por estímulos ambientais ou processos


endógenos?
• Relógio biológico
Ciclo sono-vigília – um dos principais ritmos circadianos

Adrenalina
atinge seu pico nas
últimas horas da Melatonina
manhã , descrescendo atinge seu pico a noite
de modo constante e diminui durante o
até aprox. meia noite dia.

Cortisol
Sono REM e
não REM
(NREM)

• movimentos oculares rápidos (rapid eye movements), perda


de tônus muscular, aumento da atividade autonômica e um
Sono REM
traçado dessincronizado do EEG, idêntico ao observado
durante o estado de vigília. (sono paradoxal)

• redução gradativa dos movimentos oculares, do tônus


muscular, da atividade autonômica e um traçado do EEG
Sono NREM
cada vez mais lento e sincronizado. Dividido em 4 estágios.
Quanto mais lentas as ondas mais profundo o sono NREM.
Sono REM e não REM (NREM)
• Atividade onírica – principalmente no sono REM, mas também
nos estágios 3 e 4 do sono NREM.

Sonhos do sono NREM


Sonhos do sono REM

• mais vívidos e • menos vívidos e


bizarros, maior mais
participação do dificilmente
sonhador e são recordáveis.
mas facilmente
recordados
durante a vigília
Sono inadequado

Epidemia nacional
• 1/3 dos alunos não conseguem dormir o
suficiente. Dormem em sala de aula cerca de uma
vez por semana.

• Dificuldade de concentração, memória, tempo de


reação mais lento, acidentes, produtividade e
capacidade de tomar decisões diminuem.

• 200 a 400 mil acidentes de carro. Como dirigir


embriagado.
• Conhecimento acerca do sono e sonhos
• EEG – observação de padrões de ondas elétricas do cérebro –
eletroencefalograma
• Observação do movimento dos olhos (eletroculograma) e tônus
muscular (eletromiograma).
• Monitoramento da atividade autonômica – batimentos cardíacos
e padrão de respiração.

Avaliação
Polissonográfica
TRANSTORNOS DO SONO
• Insônia
• Hipersonolência
• Narcolepsia
• Relacionados à respiração
• T. do sono-vigília do ritmo circadiano
• T. de despertar do sono não REM
• T. do pesadelo
• T comportamental do sono REM
• Síndrome das pernas inquietas
• T. do sono induzido por substância/medicamento
TRANSTORNOS DO SONO
• Com frequência são acompanhados por depressão, ansiedade
e alterações cognitivas.

• Diagnóstico diferencial: atenção para possível coexistência de


condições médicas e neurológicas. Regra.
• Transtornos relacionados à respiração, distúrbios cardíacos e
pulmonares (insuficiência cardíaca congestiva, doença pulmonar
obstrutiva crônica)
• Distúrbios neurodegenerativos (Alzheimer)
• Distúrbios do sistema neuroesquelético (osteoartrite)
Transtorno de Insônia
• Queixas – insatisfação quantidade ou qualidade
do sono
• Sofrimento clinicamente significativo e prejuízos
sociais, acadêmicos, profissionais,
comportamentais
• > 3x/semana – 3 meses
• Sono não reparador
• O diagnóstico por de ser obtido
como condição independente
ou se for comórbido com outro
transtorno mental.
Insônia primária
diminuição do número de horas ou da
qualidade do sono
• Inicial
• Intermediária
• Terminal

Hipersonolência
Sonolência excessiva, períodos
prolongados de sono noturno ou
Transtornos episódios de sono diurno (>7h)
Dificuldades para acordar pela
do sono manhã

Narcolepsia
Ocorrência de ataques súbitos e
irresistíveis de sono
Cataplexia – perda tônus
muscular com manutenção da
consciência, precipitada por
risos e brincadeiras
Deficiência hipocretina.
Marcadores biológicos
Apneia e hipopneia obstrutivas do
sono
> Cinco por hora de sono
Perturbações na respiração:
ronco, respiração difícil, pausas
respiratórias
Sonolência diurna

Prejuízo do Apneia central do sono


funcionamento
Transtornos > 5 apneias centrais por
das vias do sono hora/sono
respiratórias relacionados Instabilidade do controle
Estreitamento à respiração ventilatório
das vias aéreas
Ronco

Hipoventilação
relacionada ao sono
Níveis de respiração
reduzida associada a
níveis elevados de CO2.
Transtorno do Sono Vigília do Ritmo
Circadiano
Padrão persistente de interrupção do
sono devido a alterações no sistema
circadiano ou a desequilíbrio entre o
timo circadiano endógeno e os
horários de sono-vigília impostos.
Sonolência ou insônia.

Transtornos
do sono
Tipo fase do sono atrasada
Tipo fase do sono avançada (adiantada)
Tipo sono-vigília irregular
Tipo sono-vigília não de 24 horas
Tipo trabalho em turnos
Parassonias
• Alterações
comportamentais,
emocionais ou fisiológicas
durante o sono
Parassonias

• Episódios

ranstorno comportamental do sono


• Episódios

Transtorno de despertar do sono


• Transtorno de recorrentes de recorrentes
ansiedade do despertares despertar
sono incompletos durante o sono
• Pesadelos – • Durante o primeiro associados a
reações de terço do sono vocalização e
Transtorno do pesadelo

comportament
ansiedade – principal
os complexos.
despertar • SONAMBULISMO
repentino • Comportament
• TERROR DO SONO o de
• Sono REM • Pouca ou nenhuma representação
• Infância 3-6 lembrança de dos sonhos.
anos imagens oníricas • Ao acordar –
• Imagens • Amnésia do desperto e
vívidas – são episódio orientado.
NREM

lembradas • Se lembra
após acordar • Olhos fechados

EM
Síndrome das pernas inquietas

Necessidade de movimentar
as pernas
-Sensações desconfortáveis e
desagradáveis nas pernas
- Maior no fim da tarde ou
durnate a noite
Transtorno do sono induzido
por substância/ medicamento

Transtorno de sono desenvolve logo


após a intoxicação por alguma
substância ou depois da
descontinuação ou da exposição a um
medicamento.
Sintomas persistem um mês após a
cessação de abstinência aguda –
independente do sono.
Tratamento
TRANSTORNOS DA
ELIMINAÇÃO

Eliminação inapropriada de urina ou fezes –


diagnosticado pela primeira vez na infância ou na
adolescência.
Enurese

Eliminação repetida de urina na cama, na roupa, voluntária ou involuntária


2x/semana – 3 meses consecutivos OU presença de sofrimento clinicamente
significativo, prejuízo no funcionamento social, acadêmico, outras áreas.
Idade mínima: 5 anos

Exclusivamente noturna (enurese monossintomática)


- Diurna (incontinência urinária) – ansiedade social por ex.
1% se mantém na idade adulta

Altas taxas de enurese em orfanatos e em outros abrigos


Encoprese

Eliminação intestinal repetida de fezes em local inapropriado


1x/mês – 3 meses
Idade mínima: 4 anos

Com ou sem constipação (ansiedade social)

Transtorno de oposição desafiante?

A encoprese pode persistir, com exacerbações intermitentes, por anos.

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