Conhecimento Público
Conhecimento Público
Conhecimento Público
73
POLITICA NACIONAL DE SAÚDE ...............3
NOB/SUS 01/93 ................................... 36 RESOLUÇÃO SS Nº 59/2004 ...................76
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO NOB/SUS 01/96 ................................... 36
RESOL UÇÃO Nº 596/2014 .......................77
BRASIL ....................................................3 NOAS/SUS 01/2002............................. 37
Período colonial......................................4 Piso assistência básico.............................38 ANEXO 1: CEF...........................................77
Primeira república até a revolução TÍTULO 1: Exercício Profissional ........77
ATENÇÃO BÁSICA ..................................... 40
de 30 .....................................................5 CAPÍTULO 1: Princípi os Funda mentais ... 77
Início das pol íticas sanitá rias no Brasil...... 5 Ações de atenção à saúde ................. 40 CAPÍTULO 2: Di rei tos .............................. 78
Revol tas populares e o s urgimento das Princípios da APS ................................. 41 CAPÍTULO 3: Deveres .............................. 79
CAPs ............................................... 6 CAPÍTULO 4: Proibições .......................... 81
Estratégia de saúde da família (ESF) 41
Governo Getúlio Vargas e os primeiros CAPÍTULO 5: Publ icidade e dos
Núcleo de apoio saúde da família
IAPs ................................................ 7 Trabalhos Científicos ................... 82
(NASF) ................................................ 44
Populismo de 45 a 60 ............................8 TÍTULO 2: Rela ções Profissionais ......82
Programa agente comunitário de
Sa úde públi ca nos anos 50........................ 9 TÍTULO 3: Relações com os CFF e
saúde (PACS) ..................................... 46
Equívocos na saúde pública no CRF. .....................................................82
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA
Regime Autoritário .......................... 10 TÍTULO 4: Infrações e Sanções
ATENÇÃO BÁSICA (SIAB)................... 47
Reivindicações populares e o anseio Disciplinares ......................................83
pela universalização da saúde EPIDEMIOLOGIA ........................................ 48 TÍTULO 5: Disposições Gerais .............83
pública ............................................... 10 HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ANEXO 2: CÓDIGO DE PROCESSO
Primeiros passos para a ÉTICO....................................................84
(HND) ................................................... 50
descentralização .............................. 11 TÍTULO 1: Disposições Gerais .............84
Período pré-pa togênico ...................... 50
Reforma sanitá ria.................................... 12 CAPÍTULO 1: Processo............................. 84
Período patogênico ............................. 51
Nova república até a atualidade ...... 13 Prevenção pri má ria .................................51 TÍTULO 2: Procedimentos ...................85
Pa cto pela saúde ..................................... 15 CAPÍTULO 1: Recebimento da Denúncia 85
Prevenção secundária ......................... 51
CAPÍTULO 2: Ins tauração ou
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF/88).......... 17 Prevenção terciá ria ............................. 52 Arqui vamento ............................. 85
Prevenção quaternária (PQ) e CAPÍTULO 3: Monta gem do Processo
Titulo 8: Ordem so cial ........................ 17
primordial .......................................... 52 Éti co-Dis ciplinar........................... 85
Capítulo 2: Seguridade so cial ............ 17
PROCESSO EPIDÊMICO .......................... 53 CAPÍTULO 4: Ins talação dos Trabalhos ... 85
SEÇÃO 2: SAÚDE ..................................... 17
CAPÍTULO 5: Concl usão da Comissão de
Direito a saúde .................................... 23 INDICADORES DE SAÚDE......................... 54
Éti ca............................................. 86
SUS: LEI Nº 8080/90 ............................... 25 CAPÍTULO 6: Julga mento ........................ 86
INCIDENCIA.............................................. 55
Princípios doutrinários ....................... 25 CAPÍTULO 7: Recursos e Revisões........... 87
Taxa de ataque .................................... 57
Princípios organizativos ..................... 25 CAPÍTULO 8: Execução ............................ 87
PREVALÊNCIA .......................................... 57
Regionalização e hiera rquiza ção............. 25 CAPÍTULO 9: Pra zos ................................ 87
PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA ................. 59
SUS: LOS 8142/90................................... 26 ANEXO 3: ESTABELECE AS INFRAÇÕES E AS
MORTALIDADES E OUTROS
REGRAS DE APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
SUS............................................................... 27 INDICADORES ..................................... 60
DISCIPLINARES.........................................88
PRINCIPIOS DOUTRINÁRIOS ................. 27 Construção de indicadores ................. 61
Coefi cientes ou ta xas...............................61 FARMÁCIA HOSPITALAR ..........................91
Universalidade ..................................... 27
Índices (proporções e razões) .................61
Eqüidade ............................................... 28 Objetivos da farmá cia hospitalar......91
indicadores de saúde usados pela
Integralidade........................................ 29 Funções da farmácia hospitala r........92
OMS .................................................... 62
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS ............... 30 Atividades da farmá cia hospitalar....93
Indicadores d e mo rtalidade............... 62
Regionalização e hierarquização...... 30 Parâmetros Mínimos para
Coefi ciente de mortalidade infantil
Regionalização......................................... 30 Ambientes ..........................................94
(CMI) ............................................63
Hiera rquiza ção ........................................ 31
Coefi ciente de letalidade (CL) .................64 Parâmetros Mínimos para Recursos
Resolubilidade ..................................... 31
Coeficiente ou taxa de fertilidade, Humanos ............................................94
Descentralização ................................. 31
fecundidade e natalidade ............... 65 Área física e localiza ção .....................95
Participação do cidadão .................... 32 GERENCIAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE
Razão de masculinidade..................... 66
Complementaridade do setor
Esperança de vida ............................... 66 FARMÁC...............................................95
privado............................................... 32 Anos potenciais de vida perdidos............67 ORGANIZAÇÃO ........................................96
GESTORES ................................................ 33 GESTÃO DA FARMÁCIA HOSPITALAR
FINANCIAMENTO ................................... 34 VIGILANCIA EM SAÚDE............................ 68 NO CONTEXTO DAS
DIREITO À SAÚDE E SETOR PRIVADO... 34 DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO
ORGANIZAÇÕ ES DE SAÚDE .............96
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO SUS 35 COMPULSÓRIA ....................................... 71 Ferramenta de gestão pela
PORTARI A 204/16................................... 72 qualidade ...........................................97
NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DO
Ci clo PDCA............................................... 97
SUS....................................................... 35 CAPÍTULO 1: disposiçõ es iniciais ....... 72
CAPÍTULO 2: NC .................................. 73
ORGANIZAÇÃO DE ALMOXARIFADO .... 98 Di s pensação de medicamentos DIRETRIZES ............................................ 131
genéri cos....................................118 Adoção da RENAME ......................... 131
Área física ............................................. 98
VIGILANCIA SANITARIA .........................119 Regulamentação Sanitária de
Central de Abastecimento
Medica mentos ............................... 132
Farmacêutico (CAF) ......................... 99 Sistema nacional de vigilancia
Es tabilidade dos medi camentos ............. 99
Reorien tação da AF .......................... 133
sanitária (SNVS)..............................120 Promoção do Uso Racional de
Condi ções especiais de a rma zenamento 99
Competências dos Níveis Federal, Medica mentos ............................... 135
Logística hospitalar........................... 100
Estadual e ........................................120 Des envolvimento Ci entífico e
Controle de estoque.......................... 100
Municipal ............................................120 Tecnológi co ............................... 135
Mínimos Quadrados ........................ 101
O que é Vigilância Sanitá ria (VISA)? 121 Promoçã o da Produção de
Estoque de Segurança ...................... 101 Medica mentos .......................... 136
CONTRO LE E FISCALIZAÇÃO ................121
Curva ABC ........................................... 102
Defesa e p roteção da saúde ............121 Garantia da Segurança, Eficácia e
Elabora ção da Curva ABC .................... 102
Higiene ................................................122 Qualidade dos ................................ 136
Coleta de dados................................... 102
Comporta mentos da Curva ABC.......... 102 Nocividade ..........................................122 Medica mentos................................... 136
Qualidade ...........................................122 Des envolvimento e Ca pacitação de
Ponto de Ressupri mento (PR) ............... 102
Segurança ...........................................122 Recursos Humanos.................... 137
Es toque Má xi mo ................................... 103
Lote Econômico..................................... 103 Áreas de abrangên cias .....................122 PRIORIDADES........................................ 137
Armazenamento ................................ 104 Risco .....................................................123 Revisão Permanente da RENAME .. 137
Condi ções de a rma zena mento ............. 104 Assistên cia Farmacêu tica ................ 137
VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA (VEP)..124 Promoção do Uso Racional de
Es tocagem ............................................. 104
Propósitos ...........................................124 Medica mentos ............................... 138
MODELOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE . 105
Funções ...............................................124 Organização das Atividades de
Modelo médico hegemônico ........... 107 ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS.............125 Vigilância Sanitária de
Modelos sanitaristas campanhista 107 Inquérito epidemiológico .................125 Medica mentos ............................... 139
Modelo das propostas alternativas 107 Levanta mento epid emiológico ........125 Desenvolvimento e Elaboração de
ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF)..... 110 Investiga ção epidemiológica ...........125 Procedimentos Operacionais
SISTEMAS SENTINELAS ........................126 Sistematizados ............................... 139
Componentes de financiamento da Treinamento de Pessoal do Sistema
Sistema de Informação de Agravos
AF...................................................... 111 de VS ................................................ 139
de Notificação (SINAN)..................126
CBAF.... .................................................. 111
PORTARI A Nº 1555/2013.....................127 Consolidação do Sistema de
CEAF.... .................................................. 111
Capítulo 1: disposições g erais .........127 Informa ção em VS ......................... 139
CESAF..................................................... 112
Capítulo 2: financiamen to ...............127 RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS DE
CICLO DA ASSISTENCIA
Capítulo 3: responsabilidades GOVERNO NO ÂMBITO DO SUS .... 140
FARMACÊUTICA (CAF) .................... 114
executivas ........................................128 Articula ção Intersetorial .................. 140
Seleção ................................................ 114
Capítulo 4: controle e Gesto r Fed eral ................................... 140
Programação ..................................... 115
monitora mento ..............................129 Gesto r Estadual................................. 141
Aquisição ............................................ 116
Gesto r Municipal............................... 142
Armazenamento ................................ 116 POLITICA NACIONAL DE
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO . 143
Distribuição ........................................ 117 MEDICAMEN TOS (PN M).....................130
LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL ............... 144
Dispensação ....................................... 117
INTRODUÇÃO ........................................130
Prescrição ........................................... 117
JUSTIFICATIVA .......................................130
POLITICA NACIONAL DE SAÚDE HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
As politicas de saúde podem ser entendidas O modelo de atenção à saúde no Brasil resultou,
como o conjunto de decisões e compromissos desde o seu início, de trocas e apropriações de
definidos pelo estado para orientar o experiências entre europeus, índios e africanos,
desenvolvimento de ações voltadas à melhoria da particularmente no que tange à prática médica.
saúde. Politicas públicas são o conjunto de Com a chegada dos portugueses à Terra de
ações realizadas pelo estado e seus agentes, com Santa Cruz, um mundo novo e desafiante se
a participação ou não da sociedade, visando formava em relação às enfermidades. Aqui,
garantir os direitos sociais previstos em lei. Os juntaram-se à malária, doença tropical, até então
sistemas de saúde em geral são compostos por desconhecida para os europeus, aquelas trazidas
elementos destinados à assistência e à realização pelos colonizadores, como peste bubônica, cólera
das funções do sistema. Podem-se identificar, e varíola e, posteriormente, com a chegada dos
basicamente, 3 tipos de sistema de saúde: africanos, a filariose e a febre amarela. A
1. Integral ou parcialmente públicos: diversidade racial, presente no Brasil desde a sua
Financiados pela população por meio de colonização, possibilitava um leque de opções de
pagamentos de impostos; tratamentos, pois os índios, os colonizadores e
2. Sistemas de seguro social: Organizados posteriormente os negros, eram detentores de
pelo estado e financiados por contribuição conhecimentos próprios para lidar com as
obrigatória de empregadores e empregados, enfermidades. Essas culturas, a partir de suas
com provisão privada de serviços; cosmovisões, ofereciam procedimentos
3. Sistema de caráter privado: Financiado por terapêuticos peculiares para as moléstias que
indivíduos ou coletividades/empresas, sem ocasionalmente os acometiam. Desse modo,
contribuição obrigatória, com provisão privada rezas, feitiços, plantas e ervas nativas, eram
dos serviços. usadas rotineiramente por pajés, na população
indígena, e por curandeiros, na população negra,
Ex.: 1. Sobre as politicas públicas de saúde no única forma de acesso à saúde para a maioria da
Brasil é CORRETO afirmar: população. Algumas técnicas foram introduzidas
a. Formado pelo conjunto de todas as ações e aos poucos. Para quem poderia custear, havia a
serviços de saúde prestados exclusivamente figura do prático ou barbeiro, que usava
por órgão e instituições publicas federais, de procedimentos avançados para a época, como
administração direta, sem a participação das sangria ou aplicação de sanguessugas, técnicas
funções mantidas pelo poder público; usadas por médicos europeus. Também da
b. Formado pelo conjunto de todas as ações Europa, os Jesuítas trouxeram a prática médica
serviços de saúde prestados por órgãos e da disciplina e do isolamento, para o tratamento
instituições estaduais e municipais, da dos doentes. Os portugueses não demoraram a
administração indireta e pelas fundações implantar o modelo das Santas Casas de
mantidas pelo poder público; Misericórdia. As primeiras apareceram na
c. Formado pelo conjunto de todas as ações e capitania hereditária de São Vicente, em 1543,
serviços de saúde prestados por órgãos e por Braz Cubas e em Salvador, em 1549, por
instituições públicas federais, estaduais e iniciativa de Tomé de Souza. Na medida em que
municipais, da administração direta e indireta, avançava a colonização, foram criadas outras
sendo coordenada pela iniciativa privada; unidades semelhantes pelos Senhores chamados
d. Correta: Formada pelo conjunto de todas as “homens bons”, associados às Irmandades da
ações e serviços de saúde prestados por Misericórdia, sociedades civis constituídas por
órgãos e instituições públicas federais, pessoas de posses, geralmente católicas, que se
estaduais e municipais, da administração propunham a realizar determinadas obras sociais.
direta e indireta e das funções mantidas pelo No entanto, o cenário era de descaso para com a
poder público; saúde. A mão de obra nesse início de colonização
e. Formada por entidades filantrópicas, com advinha da escravização indígena. Dessa forma,
anuência do governo federal. a assistência à saúde praticamente não
apresentou mudanças com a chegada da nova
mão de obra escrava, oriunda do continente
africano. As pessoas adoeciam e morriam em
suas casas, em instituições filantrópicas ou
simplesmente ao léu, como morrem os animais.
Para a compreensão da estruturação das
políticas de saúde usaremos a seguinte divisão
didática, que distingue os períodos da história em:
colonial, primeira república até a revolução de 30
e o populismo de 45 a 60, os períodos relativos
aos anos 60 até o fim da ditadura militar; e da
nova república até a atualidade.
3. O ciclo da mineração: Este proporcionou um
maior desenvolvimento comercial e urbano
com grandes crescimento demográfico e uma
menor concentração de renda nas mãos dos
senhores, a partir da emergência de estratos
sociais que configuraram os primeiros
Figura 1: (a) Braz Cubas (1507-1592): pai da cidade de santos,
contornos da sociedade de classes;
governou duas vezes a capitania de são Vicente. (b) Tomé de 4. O ciclo do café: Dinamizou o mercado interno
Souza (1503-1579): primeiro governador geral do Brasil, cargo o inicio das diferentes modalidades do trabalho
que exerceu de 1549 até 1553.
assalariado. Esse fenômeno foi representado
pela ocupação efetiva do solo, o que exigiu
Período colonial
uma infraestrutura que necessitava de
O trópico atraía a atenção do colonialismo, mas
financiamento, o qual foi concretizado no
os empreendimentos comerciais eram ameaçados
exterior. O café era produzido com o objetivo
pelas doenças transmissíveis endêmicas e
de ser exportado, assim como os produtos que
epidêmicas, sendo raros os médicos que atuavam
junto à população. Em meados do séc. 17 uma foram protagonistas dos ciclos anteriores. A
exploração se fazia pela burguesia local que,
profunda crise demográfica ocorreu no Brasil
no período da república, passou a assumir o
devido a uma epidemia de sarampo, abalando a
controle do desenvolvimento social e acabou
incipiente economia colonial. Após esse fato, as
por reestruturar a formação da sociedade
epidemias passaram a receber a atenção
capitalista brasileira. Dado que inexistia um
governamental, sobretudo em razão dos prejuízos
sistema de saúde formalmente estruturado, as
causados à política econômica, pois os navios
ações eram de caráter local, sendo que grande
estrangeiros passaram a evitar os nossos portos
parte da população usava-se da medicina de
com medo do contágio. Nesse sentido, as
Folk, enquanto que os senhores do café
primeiras ações de saúde pública no Brasil
tinham acesso aos profissionais legais da
colônia foram:
medicina, que eram trazidos de Portugal.
Proteção e saneamento das cidades, principalmente
as portuárias; controle e ob servação das doenças e Nessa época foi constituída a academia real de
doentes, promovendo uma prática mais eficaz no medicina social, na Bahia, que tinha como
controle das moléstias. objetivos: a proteção da saúde da população
Essas ações denotavam a preocupação com a segundo os modelos europeus e a defesa da
saúde da cidade e dos produtos que eram ciência, o que contribuiu para a construção da
comercializados, pois a assistência ao trabalhador hegemonia da prática médica no Brasil. Nesse
se resumia na prática da quarentena, para evitar a momento, a saúde pública no Brasil passou a ser
propagação das doenças. A transferência da calcada, e intervenções engendradas na corrente
família Real para o Brasil, em 1808, ocorreu em de pensamento do sanitarísmo, que se
um período em que o mundo científico evoluía, operacionalizava no âmbito urbano das cidades
inclusive a medicina. Nesse contexto, foram dados com a comercialização e transporte de alimentos e
os primeiros passos da medicina tropical com a cobertura dos portos marítimos. Essas medidas
criação de Faculdades de Medicina em eram promovidas pontualmente sob a forma de
Salvador e no Rio de Janeiro, cidades portuárias campanhas, as quais eram abandonadas assim
que recebiam o maior número de navios e de que se conseguiam controlar os surtos presentes
escravos. Nesse período, o Brasil se encontrava na época.
à margem do capitalismo mundial, submetendo-
se, econômica e politicamente a Portugal, sendo Ex.: 1: Assinale a alternativa que faz a CORRETA
que a exploração econômica se dava através de correspondência entre o período histórico
ciclos, do pau-brasil, da cana de açúcar, da brasileiro e as características dos respectivos
mineração, e do café. sistema de saúde existente.
1. O ciclo do Pau-brasil: Não chegou a a. De 1988 até os dias de hoje, período durante o
determinar uma estruturação de classes na qual o SUS foi criado, ocorre o CNS e houve a
sociedade brasileira, pois se caracterizou pela centralização do sistema de saúde com
extração do vegetal. fragmentação institucional;
2. O Ciclo da cana de açúcar: Se distinguiu pela b. Ditadura militar período durante o qual foi
presença de grandes propriedades criado o INAMPS e foram criados novos canais
escravistas, que exigiam aplicação inicial de de participação no sistema de saúde;
capital, com enorme concentração de renda c. De (1945-1964), período durante o qual foi
nas mãos dos senhores, donos das criado o MS, houve estagnação da assistência
propriedades, ao lado da exploração da mão hospitalar e empresas de saúde foram
de obra de trabalhadores trazidos da África. proibidas de funcionar;
Esse ciclo determinou a formatação da
sociedade constituída pelos polos, senhor e
escravo;
d. Correta: Império (1822-1889), período no qual Essa constituição incorporou a saúde como uma
as estruturas de saúde enfatizavam a polícia área de âmbito estatal estabelecendo sua
sanitária, a administração era centrada nos estrutura e locais de atuação.
municípios e foram criadas as primeiras
instituições de controle sanitário dos portos e Início das políticas sanitárias no Brasil
de epidemias. No governo de Rodrigues Alves (1902-1906),
e. República velha, período durante o qual a tendo Oswaldo Cruz à frente, as iniciativas de
saúde pública foi institucionalizada pelo saneamento e urbanização foram seguidas de
ministério da educação e saúde pública e ações específicas na saúde, sobretudo no
foram realizadas campanhas contra a febre combate a algumas doenças epidêmicas. Foram
amarela e a tuberculose. tomadas medidas importantes, algumas drásticas,
Resp.: mas que representaram avanços no combate às
Alternativa (a) incorreta: A 8ª CNS aconteceu epidemias, as quais se espalhavam facilmente
em 1986, e não após 88. Além de que, após a pelas cidades. Nesse contexto, nasceu um
criação do SUS, o que houve foi uma Código Sanitário que previa a desinfecção
descentralização do sistema de saúde; inclusive domiciliar, o arrasamento de edificações
Alternativa (b) incorreta: No período da consideradas nocivas à saúde pública, a
ditadura militar não existia qualquer canal de notificação permanente dos casos de febre
participação da sociedade civil no sistema de amarela, varíola e peste bubônica, e a atuação da
saúde; polícia sanitária. O Rio de Janeiro era uma
Alternativa (c) incorreta: Durante o período cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento
citado, nunca houve uma estagnação da precário e consequentemente era um foco de
assistência hospitalar, pelo contrário, é cada doenças como febre amarela, varíola, tuberculose
vez mais crescente. e peste bubônica. As instituições de saúde se
Alternativa (e) incorreta: Durante este organizavam a partir do modelo campanhista, de
período, o marco de campanha de vacina inspiração bélica, para combater as epidemias.
realizada foi contra a varíola, e não febre Para desinfetar, percorriam ruas e visitavam
amarela e tuberculose. casas, inclusive promovendo a queima de roupas
e colchões. Exigiam limpeza, reformas,
Primeira república até a revolução de 30 interditavam prédios, removiam doentes.
Em 1888, com a abolição da escravatura e com Naturalmente, os alvos preferidos das visitas eram
a consequente crise da mão de obra escrava, as áreas mais pobres e de maior densidade
intensificaram-se as correntes imigratórias demográfica. O combate à varíola tornou-se
provenientes principalmente da Itália, Espanha e prioridade, motivo pela qual foi instituída uma lei
Portugal. Com a chegada de várias pessoas, as de vacinação obrigatória, a lei federal nº
condições sanitárias para a sua recepção e 1261/1904. Insatisfeito com esta e outras
permanência no Brasil tornavam-se cada vez mais questões o povo reagiu; durante uma semana de
difíceis. Esse fato aliado à falta de politicas sociais novembro de 1904, o povo enfrentou as forças da
e de saúde pertinentes acabou por resultar na policia e do exercito ate serem reprimidos com
eclosão de epidemias de febre amarela e peste violência, Este movimento ficou conhecido como a
bubônica, dentre outras. Revolta das Vacinas.
A proclamação da República em 1889 marca o Na segunda fase do movimento sanitarista de
início de um novo ciclo na política de Estado, Oswaldo Cruz, entre 1910-1920, o foco foi a zona
com o fortalecimento e a consolidação econômica rural. As preocupações se resumiam no
da burguesia cafeeira. Nesse período, também saneamento rural e no combate a três endemias
ocorreu a chamada normatização médica, que rurais acintosas: ancilostomíase, malária e mal
regulamentou o ensino e a prática médica, em de Chagas. Esse programa levou expedições de
conformidade com o modelo europeu. Esta médicos sanitaristas pelo país e, proporcionou
medida resultou em maior controle sobre as melhor conhecimento da situação de saúde no
práticas populares de cura, na substituição território nacional e da necessidade de se
gradual dos religiosos das direções dos hospitais desenvolver uma política de Estado nessas áreas.
gerais, e na construção de hospitais públicos para Apesar do fim conflituoso, Oswaldo Cruz
atender doenças consideradas nocivas à conseguiu êxitos diante dos problemas
população, como as mentais, a tuberculose e a epidemiológicos e colheu informações valiosas
hanseníase Com a Proclamação da república para seu sucessor, Carlos Chagas, o qual pôde
elaborou-se a constituição que assinalava a estruturar uma campanha rotineira de educação e
preponderância dos grandes estados nas ação sanitária. Em 1923, foi realizada a reforma
decisões nacionais. Assim, o poder centralizou-se sanitária.
nos estados produtores do café da região centro-
sul, instalando-se a politica do Café com Leite.
A lei Eloy Chaves, além da seguridade social,
concedia serviços médico-assistencial e
medicamentos aos seus segurados. Para isso foi
criado um fundo constituído pelo recolhimento
compulsório do empregado: 3% do salário; do
empregador: 1% da renda brutas das empresas e
da união: 1,5% das tarifas dos serviços prestados
pelas empresas.
Figura 2: (a) Oswaldo Cruz (1872-1917) sanitarista brasileiro. Seu financiamento era tripartite, porem esse
Doente, faleceu vítima de insuficiência renal um ano depois, financiamento não era suficiente para construir
não tendo completado o seu mandato; (b) Rodrigues Alves (1848-
1915). Foi eleito presidente em 1902. Em seu governo ocorreu a serviços de saúde e municia-los com
vacinação obrigatório contra a varíola. (c) Carlos Chagas (1878- equipamentos e recursos humanos. Desta forma,
1934): cientista brasileiro combateu a malaria, formou-se em as CAPs passaram a contratar serviços de saúde
medicina na UFRJ. Morreu aos 55 anos, de infarto.
privados, sendo o pontapé para a privatização da
Ex.: 1: A cerca da lei federal nº 1261/1904, saúde no Brasil. Nascem nesse momento
assinale a alternativa CORRETA. complexas relações entre os setores públicos e
a. Correto: Instituiu a vacinação antivariola privados que persistirão no futuro SUS. O rápido
obrigatória para todo o território nacional; crescimento das CAPs fez com que ocorressem
b. Criou o MS do Brasil; modificações, relacionadas às fontes de
c. Fundou a escola de cirurgia do rio de financiamento. Desde o inicio, o sistema
janeiro, anexa ao real hospital militar; previdenciário não foi baseado no conceito do
d. Fundou na Bahia, o colégio médico-cirurgico direito à previdência social, inerente à cidadania,
no real hospital militar da cidade de mas considerado u direito contratual, baseado em
salvador; contribuição ao longo do tempo.
e. Institui o INAMPS.
.
INCIDENCIA
É definida como número de casos novos de uma
doença que ocorreram durante determinado
período de tempo, numa população sob risco de
desenvolvimento dessa enfermidade. Para exemplificar F1 (pessoas sob risco), será
usada a representação abaixo, onde existe um
Ex.: 1: A frequência de novos casos de uma grupo de indivíduos acompanhados por um
doença/agravo num determinado período numa período de 5 anos. Nesse caso não existiu perda
população refere-se à: de indivíduos, ou seja, todos foram
a. Letalidade; acompanhados por todo o período estipulado (5
b. Mortalidade; anos), e a doença em questão deixa a pessoa
c. Surto; com imunidade permanente, então o individuo que
d. Correta: Incidência; desenvolveu a doença uma vez não tem mais
e. Prevalência. risco de desenvolve-la novamente.
Resp.:
Alternativa (d) correta: Número de casos
novos de uma determinada doença durante
um período definido, numa população sob o
risco de desenvolver a doença. O calculo da
incidência é a forma mais comum de medir e
comparar a frequência das doenças em
populações;
Indicadores de mortalidade
As estatísticas de mortalidade permitem inferir as
condições de saúde de uma população, uma vez
que permitem identificar grupos mais afetados por
determinados agravos à saúde. Diante dessa
informação, é possível reconhecer os problemas Coeficiente de mortalidade por sexo:
prioritários da população e alocar recursos para
ações e intervenções nesses problemas.
Permitem, ainda, avaliar a eficácia dessas ações e
intervenções. Quando o foco de interesse envolve
todos os indivíduos da população exposta ao
risco de morrer, fala-se em coeficiente de Coeficiente de mortalidade por idade:
mortalidade geral. A avaliação da mortalidade
por categorias (idade, sexo, agravo) refere-se aos
coeficientes de mortalidade específicos. Existem
indicadores de mortalidade que não dizem
respeito a coeficiente ou taxa e que também são Esse coeficiente fornece informações que
importante, além de bem usados: mortalidade permitem conhecer o perfil de saúde da
proporcional por idade e proporção de mortalidade população. Quando uma região apresenta alta
acima dos 50 anos de idade são alguns dos que taxa de óbito por doenças infecciosas e
serão apresentado. parasitárias, pode-se esperar que seja
Coeficiente de mortalidade geral (CMG): É economicamente pouco desenvolvida, com
muito útil para a avaliação do estado sanitário saneamento precário, como países em
de terminadas áreas. Associado a outros desenvolvimento. Da mesma forma, se a taxa de
coeficientes e índices, permite avaliar óbito por doenças crônico-degenerativas é altas
comparativamente o nível de saúde dessas em determinada localidade, pode-se esperar que
localidades. Operacionalmente, refere-se ao se trate de região com importante parcela da
numero de óbito totais num dado período população composta por idosos, o que acontece
dividido pelo tamanho da população no mesmo em regiões economicamente mais desenvolvidas,
período. Essa razão geralmente é multiplicada como se observa no desenvolvidos. Apresentam-
por 100.000 F4). se, a seguir, os coeficientes de mortalidade
segundo as principais causas para o Brasil em
2009.
Coeficiente de mortalidade infantil (CMI) Coeficiente de mortalidade pós-neonatal
É um dos indicadores de saúde mais usados para (CMPN)
medir o nível de saúde e de desenvolvimento
social de uma região. É calculado dividindo o
número de óbitos em menores de 1 ano de idade
pelo de nascidos vivos no mesmo período, ou de mortalidade infantil tardia (CMIT:
multiplicando o resultado por 1000 (F8). F12).
Esperança de vida
É calculado a partir de tábuas de vida elaboradas
para cada área geográfica e, no Brasil, é
TBN depende da maior ou menor intensidade com divulgado anualmente pelo IBGE. A esperança de
que as mulheres têm filhos a cada idade, do vida ao nascer, é o número médio de anos que um
número das mulheres em idade fértil como grupo de indivíduos nascidos no mesmo ano pode
proporção da população total e da distribuição esperar viver, se mantidas, desde o seu
etária relativa das mulheres dentro do período nascimento, as taxas de mortalidade observadas
reprodutivo, portanto, não é um bom indicador no ano de referencia, muito usado na avaliação
para se analisar diferenciais de níveis de das condições de saúde de uma população. por
fecundidade entre populações. não sofrer a influência da estrutura etária da
Em termos comparativos, a taxa de fecundidade população, é um bom indicador par comparações
geral fornece uma noção mais apropriada da populacionais. Sob uma óptica prática, a
geração de filhos na população do que a taxa de expectativa de vida ao nascer indica o número
natalidade. Contudo, ela também tem limitações médio de anos que um individuo tem de
na comparação de populações cujas estruturas probabilidade de viver, a partir de determinada
etárias das mulheres em idade de procriar sejam idade considerada, supondo que os coeficientes
diferente. Essa é a razão de seu desuso. Na de mortalidade permaneçam os mesmo no futuro.
prática, são muito usados os coeficientes de Trata-se de um bom indicador para analisar
fecundidade específicos por idade e, o coeficiente variações geográficas e temporais na expectativa
de fecundidade total. de vida da população. Pode contribuir para
avaliação dos níveis de vida e de saúde da
Razão de masculinidade população, subsidiar processos de planejamento,
Também chamada de razão de sexo, refere-se ao gestão e avaliação de políticas de saúde e de
número de homens para cada grupo de 100 providencia social, entre outras, relacionadas com
mulheres, na população residente em determinado o aumento da expectativa de vida ao nascer
espaço geográfico, no ano considerado (F22). Na (oferta de serviços, atualização de metas e
prática, esse indicador expressa a relação cálculos atuariais). Sabe-se que a expectativa de
quantitativa entre os sexo. Se igual a 100, o vida é maior quanto melhor a condição
número de homens e de mulheres se equivalem; socioeconômica de uma região. Porém, observa-
acima de 100, a predominância de homens, e se que, independentemente do desenvolvimento
abaixo, predominância de mulheres. Pode ser econômico, a expectativa de vida dos homens é
influenciado por sexo e idade. sempre menor do que a das mulheres, ou seja,
Esse indicador pode ser usado para subsidiar estas vivem mais, em qualquer região do mundo.
processos de planejamento, gestão e avaliação de Costuma-se atribuir essa diferença ao fato de que
politicas públicas na área de saúde e educação; os homens são normalmente mais expostos a
auxiliar na compreensão de fenômenos sociais riscos como acidentes externos, acidentes de
relacionados a essa distribuição (migrações, trabalho, alimentação mais gordurosa, tabagismo,
mercado de trabalho, organização familiar, menor cuidado com a saúde, entre outros. Pode-
morbimortalidade, segurança e emprego); bem se, então, dizer que a esperança de vida entre
como identificar necessidades de estudos de homens e mulheres teria uma tendência a
gênero sobre os fatores condicionantes das aproximar-se, já que, depois da década de 1970,
variações encontradas. as mulheres também passaram a se expor a mais
riscos; entretanto, o diferente cuidado que homens
e mulheres tem com a saúde, os diferentes
hábitos de vida, entre outros fatores, ainda
contribuem para essa importante diferença, que
no Brasil, chega a ser de quase 10 anos. Em
paises mais desenvolvidos, essa diferença está
diminuindo, mas não porque as mulheres tem
vivido menos, e porque os homens tem vivido
mais.
Anos potenciais de vida perdidos Ex.: 1: Anos potenciais de vida perdidos:
É um indicador útil na área de planejamento à a. É um indicador que tem estreita relação com
saúde, pois expressa o efeitos das mortes as neoplasias e doenças cardiovasculares;
ocorridas precocemente em relação à duração de b. É um indicador criado recentemente e que
vida esperada para uma determinada população, ainda é pouco usado em saúde pública;
permitindo comparar a importância relativa que as c. Correto: É um indicador que aumenta
diferentes causas de morte têm em determinada sincronicamente com a morte em idades mais
população. Quanto maior esse índice, pior a precoces;
situação de saúde da região ou do país avaliado. d. Cresce sempre com o aumento de outros
Um dos métodos de cálculo do número de anos indicadores de mortalidade para uma
potenciais de vida perdidos, permite relacionar a determinada enfermidade;
mortalidade de determinadas causas de morte e. É um indicador fácil de se obter, pois
(geralmente evitáveis), em determinadas idades, independe de estatísticas de mortalidade.
com a esperança de vida ao nascer, para que se
possa chegar a uma medida de anos de vida Ex.: 2: Em epidemiologia, a morbidade é estável
perdidos. Esse indicador foi usado multiplicando quando o coeficiente incidência e a duração de
por 1000 (habitantes) em estudo realizado no sul uma doença permanecem constantes com o
do Brasil. O estudo do IBGE, chamado tempo. Nesses casos, pode-se afirmar que a
indicadores sociodemográficos e de saúde no prevalência é igual.
Brasil, usa porcentagem para esse mesmo a. Correta: Ao produto da incidência da doença
indicador. pela duração da doença;
No brasil, segundo o IBGE (2009), existe uma b. Á soma das taxas de incidências anual da
diferença significativa entre os dois sexos, doença;
independentemente da área geográfica e do ano c. Aos quocientes entre o número de casos de
que se esteja considerando. Para o Brasil, como uma doença e a população;
um todo, enquanto os homens perdiam, em d. À diferença entre casos novos e antigos da
média, 15 anos de ida, por todas as causas, esse doença
valor era de 10 anos entre as mulheres, o que e. À incidência acumulada da doença menos a
representa uma diferença de 5 anos. mortalidade no ultimo ano.
Ex.: 3: São consideradas ações de vigilancia em Ao articular o controle de danos, riscos e causas,
saúde: o modelo de vigilancia da saúde não sugere uma
a. Observação e análise permanente da situação integração com as vigilâncias, a assistências
de saúde da população; médicas e as politicas publicas transitórias, mais
b. Monitoramento e avaliação integrada; também aponta para uma possível superação
c. Correta: Promoção, prevenção e controle de ações programáticas e da intervenção social
doenças e agravos à saúde; organizada. A promoção da saúde, que no modelo
d. Nenhuma das alternativas. da história natural das doenças localiza-se no
Resp.: período pré-patogênico, no modelo da vigilancia
Alternativa (a) incorreta: Observação e da saúde atravessa todos os momentos do
análise permanente da situação de saúde da processo saúde-doença, juntamente com a
população; educação em saúde e a consciência sanitária e
Alternativa (b) incorreta: Em geral, ecológica (promoção da saúde ampliada).
representam práticas indispensáveis à gestão Na medida em que indivíduos e populações
de programas governamentais; mesmo quando doentes ou sofrendo agravos,
Alternativa (c) correta: Promoção e preservam certos componentes biopsicossociais
prevenção são práticas normalmente sadios, a promoção da saúde, quando vinculada
encontradas na prevenção primária. O às ideias de autonomia, protagonismo e projeto de
controle das doenças e agravos faz parte da vida, pode ser pensada até mesmo numa situação
vigilancia em saúde. limite, como durante a internação numa UTI ou
diante de uma epidemia de violência.
Ex.: 4: Em relação à vigilancia à saúde pode-se A vigilância de saúde enfatiza as seguintes
AFIRMAR que: noções básicas:
a. É de responsabilidade exclusiva das unidades Problemas de saúde; Respostas sociais;
básicas de saúde no que se refere ao controle Correspondência entre níveis de determinação
das doenças transmissíveis; e níveis e intervenção (controle de causas, de
b. É de responsabilidade do setor público, sendo risco e de danos); Práticas sanitárias
de caráter opcional para os serviços do setor (promoção, proteção e assistência);
privado; Apoia-se na ação intersetorial e procura
c. A vigilancia da saúde do trabalhador restringe- organizar as práticas de saúde no nível local com
se às ações de promoção e proteção à saúde; as seguintes características:
d. Correta: Incluem ações de vigilancia ambiental Intervenção sobre problemas de saúde (danos,
em saúde, vigilância da saúde do trabalhador riscos e determinantes); Ênfase em problemas
e a vigilancia sanitária; que requerem atenção e acompanhamento
e. Sua legislação é de competência apenas do contínuo; Uso do conceito epidemiológico de
poder executivo federal. risco; Articulação entre ações promocionais,
Resp.: preventivas e curativas; Atuação intersetorial;
Alternativa (a) incorreta: A responsabilidade Ações sobre o território; Intervenção sob a
do controle das doenças transmissíveis é da forma de operações.
vigilancia epidemiológica do município, A sua operacionalização tem recorrido aos
abarcando toda a rede de saúde, não só as seguintes passos:
unidades básicas; Intervenção no âmbito populacional pautadas
Alternativa (b) incorreta: é de no saber epidemiológico; Apropriação de
responsabilidade de todos os serviços de informações acerca do território-processo
saúde, não só do público; mediamente oficinas de territorialização; Uso
da geografia crítica e do planejamento e a
programação local de saúde;
Cabe registrar, a existência de duas outras
concepções de vigilancia da saúde difundidas no
país:
1. Como análise de situações de saúde, onde há
uma ênfase no monitoramento da situação de
saúde mediante procedimentos, análises,
cálculo, interpretação e recomendações muitas
vezes referidas como inteligência
epidemiológica;
2. Como tentativa de integração institucional
entre as áreas de vigilancia epidemiológica,
vigilancia sanitária, saúde ambiental, saúde
ocupacional e laboratório de saúde pública.
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO É obrigatória a notificação de doença, e agravos e
COMPULSÓRIA eventos de saúde pública constante nas portarias
Uma DNC é qualquer doença que a lei exija que nº 204 e 205/2016, do MS. As notificações podem
sejam comunicadas autoridades de saúde pública. ser feitas a vigilancia epidemiológicas dos distritos
Os dados permitem às autoridades monitorar a sanitários em horário comercial durante a semana
doença e permitem antever possíveis surtos. A NC e nos finais de semana e feriados e a partir de 18
consiste na comunicação da ocorrência de casos horas ao plantão da epidemiologia. Observações
individuais, agregadas de casos ou surtos, importantes:
suspeitos ou confirmados, da lista de agravos 1. A NC é obrigatória a todos os profissionais
relacionados na portaria, que deve ser feita às de saúde: médicos, enfermeiros, odontólogos,
autoridades sanitárias por profissionais de saúde médicos veterinários, biólogos, biomédicos,
ou qualquer cidadão, visando à adoção das farmacêuticos outros no exercicio da profissão,
medidas de controle pertinentes. bem como os responsáveis por organizações e
estabelecimentos públicos e particulares de
Ex.: 1: A comunicação da ocorrência de saúde e de ensino;
determinada doença ou agravo à saúde, feita à 2. A definição de casos para cada doença,
autoridade sanitária, por profissionais de saúde ou agravo e evento relacionados nos anexos a
qualquer cidadão, é conhecida como: esta portaria, obedecerão à padronização
a. Subnotificação; definida no guia de vigilancia epidemiológica
b. Vigilância epidemiológica; da SVS/MS.
c. Vigilância em saúde; Os parâmetros para inclusão de doenças e
d. Correta: Notificação. agravos na lista de NC devem obedecer aos
Resp.: Notificação é a comunicação da ocorrência critérios a seguir:
de determinada doença ou agravo à saúde, feita à Magnitude: Aplicável a doenças de alta
autoridade sanitária por profissionais de saúde ou frequência, que afetam grandes contingentes
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas populacionais e se traduzem por altas taxas
de intervenção pertinentes. de incidência, prevalência, mortalidade e
anos potenciais de vida perdidos.
Ex.: 2: marque a alternativa CORRETA que indica Potencial de disseminação: Representado
o significado do conceito abaixo: pelo elevado poder de transmissão da
Comunicação ob rigatória à autoridade de saúde, doença, através de vetores ou outras fontes
realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou
responsáveis pelos estab elecimentos de saúde, púb licos de infecção, colocando sob risco a saúde
privados, sob re a ocorrência de suspeita ou confirmação coletiva.
de doença, agravo ou evento de saúde púb lica, descritos
nos anexos, podendo ser imediata ou semanal. Ex.: 1:
Critério para seleção de doenças e agravos prioritários à
a. Informação em saúde; vigilância epidemiológica que se expressa pela
b. Denúncia sanitária; transmissib ilidade da doença; possib ilidade da sua
propagação por vetores e demais fontes de infecção,
c. Registro epidemiológica;
colocando sob risco outros indivíduos ou coletividades.
d. Encaminhamento médico;
Trata-se de:
e. Correta: Notificação compulsória.
a. Magnitude.
Resp.:
b. Severidade.
Alternativa (e) correta: comunicação
c. Vulnerabilidade.
obrigatória à autoridade de saúde, realizada
d. Transcendência.
pelos médicos, profissionais de saúde ou e. Correto: Potencial de disseminação.
responsáveis pelos estabelecimentos de
saúde públicos ou privados, sobre a ocorrência
Transcendência: Expressa-se por
de suspeita ou confirmação de doença, agravo
características subsidiárias que conferem
ou evento de saúde pública, descritos no
relevância especial à doença ou agravo,
anexo, podendo ser imediata ou semanal.
destacando-se:
Severidade: Medida por taxas de letalidade, de
hospitalização e de sequelas;
Relevância social: Avaliada, sub jetivamente, pelo valor
imputado pela sociedade à ocorrência da doença, e que
se manifesta pela sensação de medo, de repulsa ou de
indignação;
Relevância econômica: avaliada por prejuízos
decorrentes de restrições comerciais, redução da força
de trab alho, ab senteísmo escolar e lab oral, custos
assistenciais e previdenciários, entre outros.
Vulnerabilidade: Medida pela disponib ilidade concreta
de instrumentos específicos de prevenção e controle da
doença, propiciando a atuação efetiva dos serviços de
saúde sob re indivíduos e coletividades.
Ex.: 1: Na definição de prioridades das DNC, a PORTARIA 204/16
Vigilância Epidemiológica usa os seguintes Define a Lista Nacional de Notificação
critérios: Compulsória de doenças (LNNCD), agravos e
1. Magnitude; eventos de saúde pública nos serviços de saúde
2. Eficiência; públicos e privados em todo o território nacional,
3. Transcendência; nos termos do anexo, e dá outras providências.
4. Vulnerabilidade;
5. Efetividade. CAPÍTULO 1: disposições iniciais
Está(ão) CORRETA(s) Art. 1º: Esta Portaria define a LNNCD, agravos e
a. Apenas a afirmativa 5. eventos de saúde pública nos serviços de saúde
b. Apenas as afirmativas 2 e 3. públicos e privados em todo o território nacional,
c. Apenas as afirmativas 1 e 4. nos termos do anexo.
d. Correta: Apenas as afirmativas 1, 3 e 4. Art. 2º: Para fins de NC de importância nacional,
e. Todas as afirmativas. serão considerados os seguintes conceitos:
1. Agravo: Qualquer dano à integridade física ou mental do
Ex.: 2: Com relação aos critérios para a inclusão indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais
como acidentes, intoxicações por sub stâncias químicas,
de doenças e agravos na lista de NC, analise as ab uso de drogas ou lesões decorrentes de violências
afirmativas a seguir: interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão
1. O potencial de disseminação é representado pelo autoprovocada;
elevado poder de transmissão da doença, através de 2. Autoridades de saúde: O MS e as secretarias de saúde
vetores ou outras fontes de infecção, colocando sob dos estados, DF e municípios, responsáveis pela
risco a saúde coletiva. vigilância em saúde em cada esfera de gestão do SUS;
2. A relevância econômica de uma doença ou agravo é 3. Doença: Enfermidade ou estado clínico, independente de
avaliada por prejuízos decorrentes de restrições
origem ou fonte, que represente ou possa representar um
comerciais, redução da força de trab alho, ab senteísm o dano significativo para os seres humanos;
escolar e lab oral, custos assistenciais e previdenciários,
4. Epizootia: Doença ou morte de animal ou de grupo de
entre outros.
animais que possa apresentar riscos à saúde púb lica;
3. A vulnerabilidade de uma doença ou agravo é medida
pela disponib ilidade concreta de instrumentos 5. Evento de saúde pública (ESP): Situação que pode
constituir potencial ameaça à saúde púb lica, como a
específicos de prevenção e controle do evento,
ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de
propiciando a atuação efetiva dos serviços de saúde
causa desconhecida, alteração no padrão clínico
sob re indivíduos e coletividades.
epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o
Assinale: potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a
a. Se somente a afirmativa 1 estiver correta. severidade, a transcendência e a vulnerab ilidade, b em
b. Se somente a afirmativa 2 estiver correta. como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou
c. Se somente a afirmativa 3 estiver correta. acidentes;
d. Se somente as afirmativas 1 e 2 estiverem 6. NC: Comunicação ob rigatória à autoridade de saúde,
realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou
corretas. responsáveis pelos estab elecimentos de saúde, púb licos
e. Correta: Se todas as afirmativas estiverem ou privados, sob re a ocorrência de suspeita ou
corretas. confirmação de doença, agravo ou evento de saúde
púb lica, descritos no anexo, podendo ser imediata ou
semanal;
Compromissos internacionais: Relativos ao Notificação compulsória imediata (NCI): NC
cumprimento de metas continentais ou realizada em até 24 horas, a partir do conhecimento da
mundiais de controle, de eliminação ou de ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde
erradicação de doenças, previstas em acordos púb lica, pelo meio de comunicação mais rápido
disponível;
firmados pelo governo brasileiro com
Notificação compulsória semanal (NCS): NC
organismos internacionais. realizada em até 7 dias, a partir do conhecimento da
O atual Regulamento Sanitário Internacional (RSI -2005) ocorrência de doença ou agravo;
estab elece que sejam notificados todos os eventos
7. Notificação compulsória negativa: Comunicação
considerados de Emergência de Saúde Pública de semanal realizada pelo responsável pelo
Importância Internacional (ESPII). estab elecimento de saúde à autoridade de saúd e,
informando que na semana epidemiológica não foi
Ocorrência de emergências de saúde identificado nenhuma doença, agravo ou evento de
pública, epidemias e surtos: São situações saúde púb lica constante da LNC;
que impõe notificação imediata de todos os
eventos de saúde que impliquem risco de Ex.: 1: A NCS deve ser feita até ___ dias a partir
disseminação de doenças, com o objetivo de do conhecimento da doença ou agravo. Assinale a
delimitar a área de ocorrência, elucidar o alternativa que completa CORRETAMENTE
diagnóstico e deflagrar medidas de controle afirmativa anterior:
aplicáveis. Mecanismos próprios de notificação a. Seis;
devem ser instituídos, com base na b. Oito;
apresentação clínica e epidemiológica do c. Correto: Sete;
evento. d. Quatro.
8. Vigilância sentinela: Modelo de vigilância realizada a CAPÍTULO 3: Disposições finais
partir de estab elecimento de saúde estratégico para a Art. 7º: As autoridades de saúde garantirão o
vigilância de morb idade, mortalidade ou agentes
etiológicos de interesse para a saúde púb lica, com sigilo das informações pessoais integrantes da NC
participação facultativa, segundo norma técnica que estejam sob sua responsabilidade
específica estab elecida pela SVS-MS. Art. 8º: As autoridades de saúde garantirão a
divulgação atualizada dos dados públicos da NC
CAPÍTULO 2: NC para profissionais de saúde, órgãos de controle
Art. 3º: A NC é obrigatória para os médicos, social e população em geral.
outros profissionais de saúde ou responsáveis Art. 9º: A SVS/MS e as SES, do DF e dos
pelos serviços públicos e privados de saúde, que Municípios divulgarão, em endereço eletrônico
prestam assistência ao paciente, em conformidade oficial, o número de telefone, fax, endereço de
com o art. 8º da Lei nº 6259/75. email institucional ou formulário para NC.
§ 1º: A NC será realizada diante da suspeita ou Art. 10: A SVS/MS publicará normas técnicas
confirmação de doença ou agravo, de acordo complementares relativas aos fluxos, prazos,
com o estabelecido no anexo, observando-se, instrumentos, definições de casos suspeitos e
também, as normas técnicas estabelecidas confirmados, funcionamento dos sistemas de
pela SVS/MS. informação em saúde e demais diretrizes técnicas
§ 2º: A comunicação de doença, agravo ou para o cumprimento e operacionalização desta
evento de saúde pública de NC à autoridade Portaria, no prazo de até 90 dias, contados a partir
de saúde competente também será feita pelos da sua publicação.
responsáveis por estabelecimentos públicos Art. 11: A relação das doenças e agravos
ou privados educacionais, de cuidado coletivo, monitorados por meio da estratégia de vigilância
além de serviços de hemoterapia, unidades em unidades sentinelas e suas diretrizes
laboratoriais e instituições de pesquisa. constarão em ato específico do Ministro de Estado
§ 3º: A comunicação de doença, agravo ou da Saúde.
evento de saúde pública de NC pode ser feita Art. 12: A relação das epizootias e suas
à autoridade de saúde por qualquer cidadão diretrizes de notificação constarão em ato
que deles tenha conhecimento. específico do Ministro de Estado da Saúde.
Art. 4º: A NCI deve ser feita pelo profissional de
saúde ou responsável pelo serviço assistencial Ex.: 1:
que prestar o primeiro atendimento ao paciente, A NC é a comunicação ob rigatória à autoridade de
saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde
em até 24 horas desse atendimento, pelo meio ou responsáveis pelos estab elecimentos de saúde,
mais rápido disponível. púb licos ou privados, sob re a ocorrência de suspeita ou
§ único: A autoridade de saúde que receber confirmação de doença, agravo ou evento de saúde
a NCI deverá informá-la, em até 24 horas púb lica. (Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016.).
desse recebimento, às demais esferas de
gestão do SUS, o conhecimento de qualquer Sobre a periodicidade da notificação das
uma das doenças ou agravos constantes no doenças, agravos à saúde estabelecidos na
anexo. LNNCD, afirma-se corretamente que:
Art. 5º: A NC semanal será feita à SMS do local a. Algumas doenças são de notificação mensal.
de atendimento do paciente com suspeita ou b. Todas as doenças são de notificação semanal.
confirmação de doença ou agravo de NC. c. Correta: Algumas doenças são de notificação
§ único: No DF, a notificação será feita à imediata e outras de notificação semanal.
Secretaria de Saúde do DF. d. Quando se aplica, todas as notificações
Art. 6º: A NC, independente da forma como imediatas devem ser realizadas para o
realizada, também será registrada em sistema de Ministério da Saúde.
informação em saúde e seguirá o fluxo de Resp.:
compartilhamento entre as esferas de gestão do Alternativa (c) correta: Algumas doenças
SUS estabelecido pela SVS-MS. são de notificação imediata e outras de
notificação semanal. As de notificação
imediata podem ser notificadas para o MS,
para a SES e para a SMS.
Ex.: 2: Segundo a Portaria no 204/16 MS, a NCI Ex.: 1: Considerando a lista atual das doenças e
deve ser realizada em até 24 horas do primeiro agravos de NC, é CORRETO afirmar que firmado
atendimento, pelo meio mais rápido disponível. o diagnóstico de toxoplasmose gestacional:
Incluem-se nesse procedimento: a. Não há necessidade de notificação;
a. Correta: A influenza humana produzida por b. A notificação será imediata para a SMS;
novo subtipo viral e a malária na região extra c. A notificação será imediata para a SMS e SES;
amazônica. d. Correta: A notificação é obrigatória com
b. A doença aguda pelo vírus zika e o óbito com periodicidade semanal.
suspeita de doença pelo vírus zika. Resp.: Algumas notificações são feita
c. O acidente de trabalho com exposição a semanalmente e outras em 24 horas, podem ser
material biológico e o óbito por dengue. feitas a SMS, SES e ao MS.
d. A esquistossomose e o tétano acidental. Alternativa (d) correta: A toxoplasmose
e. O acidente de trabalho grave, fatal e em gestacional e congênita, a notificação é feita
crianças e adolescentes e o caso de dengue. semanalmente.
1000
Emax=ES + .
0,25
Emax = ES + 4.000 Observe os medicamentos que exigem
Dependendo da classificação ABC o ES será cuidados especiais de armazenamento, como
maior ou menor . Para um item classe A no termolábeis e psicotrópicos;
caso exemplificado, considerando-se um tempo Estoque os medicamentos por nome genérico,
de abastecimento 1,5 mês , o Emax será : lote e validade de forma a partir fácil
ES= 1/3 TA x CM identificação.
TA= 1,5 Não arraste caias, nem arraste ou coloque
ES= 05 CM se CM = 1000 muito peso sobre elas;
ES = 500 unidades Os medicamentos devem ser conservados nas
Emax= 500 + 4.000 = 4500 embalagens originais. Ao serem retiradas das
caixas, as embalagens devem ser
A tendência atual é a existência de estoques identificadas.
menores e compras mais freqüentes. Com esta
visão dos parâmetros para dimensionamento
dos estoques conclui-se que a logística deve ser
priorizada pela sua importância administrativa.
Armazenamento
É a etapa do ciclo da AF que visa garantir a
qualidade e a guarda segura dos medicamentos
nas organizações da área da saúde. Constitui-se
como um conjunto de procedimentos que
envolvem o recebimento a estocagem, guarda a
segurança contra danos físicos, furtos ou roubos,
a conservação, o controle de estoque e a entrega.
O armazenamento deve levar e consideração a
similaridade dos itens, a rotatividade, o volume e o
peso dos produtos, bem como a ordem de entrada
e saída.
Condições de armazenamento
Estrutura física: o armazenamento de
medicamentos, produtos farmacêuticos e
dispositivos médicos devem ser feito de modo a
garantir as condições necessárias de espaço, luz,
temperatura, umidade e segurança dos
medicamentos, produtos farmacêuticos e
dispositivos médicos.
Medicamentos sujeitos a controle especial:
recomenda-se que haja uma sala reservada para
o armazenamento destes medicamentos e, neste
caso, a esma deve atender as especificações
sobre a ventilação, temperatura, condições de
luminosidade e umidade.
Medicamentos termolábeis: devem ser
armazenados em equipamentos apropriados para
a conservação a frio (câmara fria ou refrigerador).
A escolha de qual deles será usada depende do
volume de medicamentos que precisam ser
armazenados.
Estocagem
A estocagem de medicamentos deve ocorrer de
forma a garantir a segurança e as características
de qualidades dos medicamentos estocados, para
realizar o armazenamento, de modo que se
atentam as boas práticas, são necessários
conhecimentos técnicos sobre os produtos a
armazenar e sobre gestão de estoques.
Para a correta estocagem dos medicamentos,
acompanha as orientações a seguir:
MODELOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE As noções de redes regionalizadas e
Um sistema de serviços de saúde é formado por hierarquizadas de serviços de saúde vinculam-se
componentes e funções principais: infraestrutura, ao modelo piramidal, com os níveis de atenção
organização, gestão, financiamento e prestação primária, secundária e terciária dispondo de
de atenção. Neste último componente, obrigam- distintas tecnologias. A crítica que se realizou
se as noções de modelo de atenção ou modelo contra a concentração de recursos nos níveis
assistencial, referindo-se ao cuidado, à secundário e terciário, e, sobretudo na assistência
assistência, a intervenção, as ações ou práticas hospitalar, levou a rotular de modelo
de saúde. hospitalocêntrico está combinação de tecnologia
Ao se ultrapassar a ideia de que cada doença centrada nos hospitais.
teria uma causa, o modelo agente-hospedeiro-
ambiente fundamentou muitas ações de saúde, Medicina comunitária: É uma tentativa e
operacionalização da filosofia da medicina preventiva,
reforçando a concepção de multicausalidade.
acrescentando outras ideias como integração docente -
Desse modo, as medidas de controle das assistencial, participação da comunidade e
doenças, além de intervirem sobre o agente e regionalização. O desenvolvimento da saúde comunitária
sobre o hospedeiro, ampliaram a sua atuação apresentou-se e alguns países de modo focal, quando se
para o ambiente, sendo este esquema também restringia a atividades experimentais vinculadas ao
centro de saúde-escola, e de um modo expansionistas,
conhecido como modelo. A partir das influências quando se apresentava como programas de extensão de
da medicina preventista, foi difundido o modelo da cob ertura.
história natural das doenças estabelecendo 5
níveis de prevenção, cujas medidas poderiam ser Após a Conferência internacional de cuidados
aplicadas de forma integral em distintos momentos primários de saúde, em 1978, com a Declaração
do processo de saúde-doença. de Alma-Ata, desenvolve-se movimento da
atenção primária à saúde, enfatizando
Medicina preventiva: Usa conceitos como processo
saúde/doença, história das doenças, multicausalidade,
tecnologias. Esta combinação tecnológica
integração, resistência inculação e mudança. Articulava conhecida como modelo da atenção primário
um conjunto de medidas de prevenção que resultaria em era contraposta ao modelo hospitalocentrico,
condutas sub stitutas de uma atitude ausente da prática alimentando uma crítica politica-ideológica com
médica, ou seja, a atitude preventiva e social. propostas de reformulação das politicas públicas e
de reorganização do sistema de serviços de
Na 1ª fase de prevenção, período pré- saúde.
patogênico, havia a possibilidade de um No Brasil, usa-se mais a expressão atenção
desequilíbrio entre o agente, o hospedeiro e o básica em vez de atenção primária, reservando
ambiente, cabendo medidas de promoção de os termos média e alta complexidade para
saúde e de proteção especifica, cujos atenção especializadas e assistência hospitalar,
procedimentos foram chamados de prevenção como atenção no primeiro nível do sistema não
primária. Nesse período seria feito ações de fosse tecnologicamente complexa.
diagnóstico e tratamento precoce, e limitação da Na década de 1970 um modelo conhecido foi o
invalidez, correspondendo à prevenção campo da saúde, que orientou a reformulação da
secundaria ou segunda fase de prevenção. politicas de saúde no Canada, considerando
Nesse período patogênico, seria possível quatro pólos: Ambiente, biologia, a humana, estilo
conseguir a prevenção terciária através de de vidas e sistemas de organização dos serviços.
reabilitação, equivalente à terceira fase de Diante dos custos crescentes da assistência
prevenção. Nesse modelo, a epidemiologia e a médica, enfatiza-se que o perfil epidemiológico,
clínica representariam as disciplinas básicas para poderia ser melhor explicado pelos determinantes
intervenção na história da doença. A primeira ambientais e pelo estilo de vida do que
(epidemiologia) estaria voltada para o estudo das propriamente elas intervenções do sistema de
doenças nas populações e dos seus saúde. Essa concepção foi reforçado com o
determinantes, sobretudo no período pré- movimento da promoção da saúde, que deve
patogênico; na segunda (clínica) analisaria os como marco a carta de Otawa, em 1986,
processos mórbidos no âmbito individual, ou seja, enfatizam os determinantes da saúde.
no período patogênico.
Movimento da medicina comunitária, propunha Promoção da saúde: De acordo com a carta de Otawa,
se a regionalização e a integração das ações e as condições e os requisitos para a saúde são: paz,
dos serviços, considerando uma hierarquia de educação, hab itação, alimentação, renda, ecossistema
estável, recursos sustentáveis, justiça social e igualdade
níveis do sistema de serviços de saúde visando de oportunidades, proporcionando meios que permitam a
uma hierarquia de níveis do sistema de serviços todas as pessoas realizar completamente seu potencial
de saúde e visando ao cuidado progressivo ao de saúde propunha cinco campos de ação: 1. Elab oração
paciente (continuidade da atenção). e implementação de politicas púb licas saudáveis; 2.
Criação de amb ientes favoráveis à saúde; 3. Reforço da
ação comunitária; 4. Desenvolvimento de hab ilidades
pessoais; 5. Reorientação do sistema de saúde.
No Brasil, a ideia de integração das ações No inicio da república, por exemplo, sanitaristas,
preventivas e curativas e de sua organização em guardas sanitários e outros organizavam
rede regionalizadas e hierarquizadas de serviços campanhas para lutar contra as epidemias que
de saúde, além de ser experimentadas e assolavam o Brasil no inicio do século(febre
difundidas nas décadas de 1960 e 1970, passa a amarela, varíola e peste). Não existe um consenso
inspirar iniciativas politicas mais amplas, tais como para modelos de atenção à saúde. Segundo a
o projetos Montes Claros o programa de OPAS (1992), modelos de atenção é uma forma
interiorização das ações de saúde e de organização das unidades de prestação de
saneamento do nordeste (PIASS), o programa serviços de saúde, ou seja, é uma forma de
nacional do serviços básicos de saúde (PREV- organização dos estabelecimentos de saúde. O
SAÚDE) e o plano de reorientação da assistência conceito trazido por Paim, é bastante claro e
à saúde no âmbito da previdência social do objetivo, o de que modelos assistenciais podem
conselho consultivo de administração de ser entendidos como combinações de sabores e
saúde previdenciária (CONASP). técnicas usadas para resolver problemas e
atender necessidades de saúde individuais e
Principio da integralidade: A integralidade foi coletivas, não sendo, simplesmente uma forma de
conceb ida pela reforma sanitária em quatro perspectivas:
1. Como integração de ações de promoção, proteção,
organização dos serviços de saúde nem tampouco
recuperação e reab ilitação da saúde, compondo níveis um modo de administrar um sistema de saúde.
de prevenção primária, segunda e terciária; 2. Como São entendidas pela forma de organização e
forma de atuação profissional ab rangendo as dimensões articulação dos recursos físicos, tecnológicos,
b iológicas, psicológicas e sociais; 3. Como garantia da financeiros e do capital humano que se
continuidade da atenção nos distintos níveis de
complexidade do sistema de serviços de saúde; 4. Como concentram disponíveis para propor solução aos
Articulação de um conjunto de politicas pub licas problemas de saúde da sociedade. Os modelos
vinculadas a uma totalidade de projetos de mudanças, assistência em saúde são entendidas a partir do
que incidissem sob re as condições de vida, determinante modo de como são organizadas as ações
da saúde e dos riscos de adoecimento, mediante ação organizadas de atenção à saúde, considerando o
intersetorial.
que envolve os aspectos tecnológicos e
assistenciais.
No Brasil toda via, a noção de distrito sanitário
São classificados em quatro principais modelos
trazia concepção distintas, até mesmo enfatizando
ao longo da historia do Brasil chamados de:
o principio da integralidade da atenção. Na década
de 80, a organização dos serviços de saúde, 1. Modelo sanitarista campanhista;
envolvendo unidades com distintas 2. Modelo médico privatista;
3. Modelo das propostas alternativas;
complexidades tecnológicas relacionadas entre si
4. Modelo neoliberal.
nos diferentes espaços e populações.
Temos que nos ater a três itens relacionados a
Progressivamente, foi elaborada outras
cada um dos modelos apresentados:
concepções. Progressivamente foi elaboradas
Nome e período do modelo;
outras concepções sobre modelos de atenção.
1. Forma de organização das unidades de Características principais do modelo;
prestação de serviços de saúde, ou seja, Teoria que embasa o modelo.
A 10ª CNS, em 1996, teve como tema central
modelo de prestação de serviços de saúde
SUS: construindo um modelo de atenção para a
incluindo: estabelecimento, redes, sistemas.
qualidade de vida;
2. Forma de organização do processo de
A 11ª CNS, em 2000, apresentou um dos
prestação de serviços: atenção à demandas
subtemas de discussão: modelos de atenção
espontânea, oferta organizada/ações
voltadas para a qualidade, efetividade, equidade
programáticas; vigilancia da saúde;
contemplando território, condições e modos de e necessidade prioritárias de saúde;
Na 12ª CNS, e 2003, o tema foi tratado
vida e integralidade;
transversalmente na maior parte dos seus eixos
3. Forma de organização das práticas de saúde
temáticos.
dirigidas ao atendimento às necessidades e
Considerando A conformação histórica do
aos problemas de saúde individual e coletiva;
sistema de serviços de saúde no país, podem ser
promoção da saúde; prevenção de risco e
identificados modelos de atenção predominantes
agravos; tratamento e a reabilitação;
4. Modelo-tecno-assistencial em defesa da vida: ou hegemônicos e propostas alternativas. No
gestão democráticas; saúde como direito de Brasil, dois modelos convivem historicamente de
cidadania; serviço público de saúde voltado forma contraditória ou complementar:
1. Modelo médico hegemônico: (voltado para
para defesa da vida individual e coletiva;
demandas espontânea);
maneira de gerir e agir no como das ações de
2. Modelo sanitaristas: (buscam atender as
saúde.
necessidades que nem sempre se expressa
em demanda).
Modelo médico hegemônico b. Modelo da atenção gerenciada: Com o
Vigorou do século 19 até metade da década de crescimento de cooperativas médicas,
70, voltada para politicas de saneamento para a medicina de grupo, operadoras de plano de
erradicação ou controle de doenças que poderiam saúde em autogestão e seguro-saúde, esse
prejudicar a exportação. No inicio do período as modelo passa a coexistir, contraditoriamente,
praticas de saúde eram realizadas com base nos com o modelo da atenção gerenciada.
saberes tradicionais da biologia e da velha Encontra seus fundamentos na, economia e na
epidemiologia que determinavam o bicho a ser medicina baseada em evidencia, possibilitando
atacado e o modelo de organizar o ataque, sem a construção de um modo de produção do
levar em conta aspectos sociais ou mesmo a cuidado centrado em distintos atores sócias:
variedade de manifestação do estado de saúde. O financiadores, provedores, consumidores,
modelo campanhista se baseava em ações captadores de recursos e administradores.
programadas e verticalizadas influenciadas pelo
saber divulgado e que ficou conhecido como Modelos sanitaristas campanhista
teoria unicausal. Essa campanha transformou-se Concentra a sua atuação em certos agravos e
numa politica de saúde pública importante ara os riscos ou em determinados grupos populacionais,
interesses da economia agroexportadora daquela deixando de se preocupar com os determinantes
epoca e se mantem com a modalidade de mais gerais da situação de saúde. Expressa um
intervenção até os nossos dias no combate as modelo de atenção que não enfatiza a
endemias e epidemias. Fazem parte do modelo integralidade da atenção que não enfatiza a
médico hegemônico, os modelos médico integralidade da atenção nem a descentralização
assistencial privatista e o modelo da atenção das ações e dos serviços de saúde. E como
gerenciada (manged care). exemplos do modelo sanitarista, podem ser
O modelo médico hegemônico apresenta as citados os programas especiais, o programa de
seguintes características: agente comunitários de saúde (PACS) e o PSF,
Individualismo; as campanhas sanitárias e as vigilâncias
Saúde/doença como mercadoria; sanitárias e epidemiológicas.
Medicalização dos problemas;
Privilégio da medicina curativa; Modelo das propostas alternativas
Estímulo ao consumismo médico; Fortemente pensados nos anos de 1970 a partir
Participação passiva e subordinada dos de um movimento popular, social, politico e
consumidores. apartidário que ficou conhecido como movimento
popular, social, politica e apartidário brasileiro
a. Modelo médico privatista: Podemos afirmar impulsionando varias experiências de organização
que é o modelo hegemônico de saúde que de uma estratégia racionalizada da politica de
vigorou dos anos 60 até meados dos anos 80. redemocratização em oposição ao governo militar.
O modelo médico neoliberal vigorará nos Falando um pouco das propostas alternativas
anos 80, enquanto proposta conservadoras de tem sido valorizadas propostas como:
reciclagem do anterior. Assim, torna-se Oferta organizada: Voltada para o nível local,
hegemônico as ideias desses modelos, tendo buscando compartilhar a ideia de impacto com
como principais características: o atendimento o principio da não rejeição à demanda.
individual, complexo, dominante e centrado na Procura redefinir as características da
figura do medico, forte influência da demanda.
previdência social, com extensão de sua Demanda:
cobertura, curativíssimo, biologicismo, Demanda espontânea;
fragmentação da assistência orientada para Desejo de buscar atenção médica;
oferta de serviços com vista ao lucro e tendo- Não leva em consideração questões
se ainda os fortes incentivos a constituição de distributivas.
complexos hospitalares com auxilio e Necessidade:
subvenções que privilegiam o setor privado em Nem sempre expressam em demanda;
detrimento das necessidades reais do setor Conhecimento perfeito das condições de
público. saúde da população.
Acolhimento: Privilegia uma organização do
serviço de saúde usuário-centrada, buscando
fortalecer vínculos entre profissionais e
clientela com vistas a uma atenção mais
personalizada e humanizada;
Ações programáticas em saúde: Baseia-se Ex.: 2: Em relação aos modelos assistenciais na
no uso da programação como instrumento de saúde , assinale a assertiva CORRETA.
redefinição do processo de trabalho em saúde, a. Correto: O modelo sanitarista tem como
tomando como ponto de partida a identificação objeto os modos de transmissão e os fatores
das necessidades sociais de saúde da de risco de doenças ou agravos.
população que demandam os serviços das b. O modelo de Vigilância à Saúde referencia seu
unidades básicas. Aproxima-se da proposta da processo de trabalho na tecnologia médica,
oferta organizada. centrada no indivíduo.
Vigilância da saúde: É uma forma de c. O sujeito do modelo médico-assistencial
organização das práticas de saúde que privatista é a equipe de saúde e a população.
contempla a articulação das ações de d. As tecnologias de comunicação social,
promoção da saúde, prevenção e controle de planejamento e programação local situacional
riscos, assistência e reabilitação, de modo a se e tecnologias médico-sanitárias são os meios
desenvolver uma atenção integral a problemas de trabalho utilizados pelo modelo sanitarista.
de saúde e seus determinante, a necessidade e. As campanhas e os programas especiais de
e demandas da população em territórios controle de alguns agravos surgiram no século
específicos. O conceito de vigilancia em saúde 20 e caracterizam o modelo de Vigilância à
inclui: Saúde.
Vigilância e o controle das doenças
transmissíveis; Ex.: 3: Leia o texto a seguir:
Vigilancia das doenças e agravos não
transmissíveis; Teixeira, Paim e Vilab oas (1998): O sistema de saúde
b rasileiro após a constituição de 88 vem b uscando
Vigilancia da situação de saúde; construir modelos e atenção que respondam de forma
Vigilancia ambiental em saúde; eficaz e efetiva às reais necessidades da população
Vigilancia da saúde do trabalhador; b rasileira, seja em sua totalidade, seja em suas
Vigilancia sanitária. especificidade locais. Os modelos hegemônicos atuais, o
médico, assistencial, pautado na assistência médica e no
hospital, e o modelo sanitarista, b aseado em campanhas,
Ex.: 1: A respeito do Sanitaríssimo Campanhista, programas e em ações de vigilância epidemiológica e
é CORRETO afirmar que: sanitária, não consegue mais responder à complexidade
a. O modelo surgiu com a urbanização e as e diversidade dos prob lemas de saúde que
industrializações aceleradas que ocorreram no circunscrevem o cidadão comum nesse inicio de século.
Brasil nos anos 1920/1930 e com o
Diante do diagnóstico feito pelos autores,
fortalecimento das Santas Casas e do
assinale a alternativa CORRETA:
Programa de Interiorização de Ações de
a. Correta: A busca por modelos alternativos que
Saúde e Saneamento.
b. Correta: Encarna a saúde pública tradicional articulem ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde voltadas para a
desenvolvida desde o início do século, visando
qualidade de vida é estratégia ara superar o
ao combate das grandes endemias e
ciclo biológico, antropocêntrico, medicalizante
fundamenta-se nos conhecimentos sobre as
e iatrogênico;
causas e transmissão das doenças
b. As campanhas contra a febre amarela e a
infecciosas, propiciados pela revolução
tuberculose na época Vargas foram
pasteuriana.
equivocada, e as campanhas atuais devem ser
c. Nasceu a partir e no interior do sistema
revistas, pois dão resultados extremamente
previdenciário, dando assistência inicialmente
limitados.
apenas às famílias e aos trabalhadores
c. O modelos hegemônicos atuais dos quais
inseridos formal e reconhecidamente no
falam os autores, não existem, pois, com a
mercado de trabalho.
CF/88 e a criação do SUS, vários aspectos
d. Essa lógica de atenção ajustava-se e
sofreram mudanças;
valorizava o sistema industrial que necessitava
d. A busca por modelos alternativos requer a
de trabalhadores em condições de trabalhar e
união da categoria medica em torno dos
de um sistema de saúde que atendesse a essa
problemas mais importantes da população e o
demanda.
fortalecimento de seu papel no setor da saúde
e. Foi aprovado pelo Congresso Nacional a partir
pública;
da Lei Eloy Chaves, marco inicial da
e. Um dos motivos para a situação colocada
previdência social no Brasil. Através deste
pelos autores é o abandono, durante décadas,
modelo foram instituídas as CAPS.
da área assistencial com priorização da
vigilancia epidemiológica.
Resp.: Modelos de atenção à saúde ou modelos
assistenciais podem ser definidos como
combinação tecnológicas estruturadas para a
resolução de problemas e para o atendimento de
necessidade de saúde, individuais e coletivas;
Alternativa (b) incorreta: Embora tenha
algumas lacunas, as campanhas de vacinação
realizadas na era Vargas e as de hoje,
constituem em importantes ações de controle
de doenças infecto-contagiosas
imunopreveníveis.
Alternativa (c) incorreta: Até os dias de hoje,
os modelos de atenção hegemônicos citados
coexistem historicamente de forma
contraditória ou complementar, em nosso país;
Alternativa (d) incorreta: A busca por
modelos alternativos requer a união de todas
as categorias profissionais e gestores em torno
dos problemas mais importantes da população
e o fortalecimento de seu papel no setor da
saúde pública, e não somente da categoria
médica;
Alternativa (e) incorreta: A área assistencial
sempre foi prioridade na história da saúde no
Brasil, não é toa que o modelo médico
assistencial, centrado na clinica, é hegemônico
há muitas décadas.
ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF) Equipamentos e acessórios: Dispor dos
A AF é um grupo de atividades relacionadas com mesmos de forma adequada e em quantidade
o medicamento, destinadas a apoiar as ações de suficiente;
saúde demandadas por uma comunidade. Envolve Recursos humanos: Desenvolver as
o abastecimento de medicamentos em todas e em atividades da AF, sob a coordenação de um
cada umas de suas etapas constitutivas, profissional farmacêutico, auxiliado por
conservação e controle de qualidade, a segurança técnicos habilitados e treinados. Como
e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o elemento fundamental para o desempenho das
acompanhamento e avaliação do uso, a obtenção atividades a serem desenvolvidos é
e a difusão de informação sobre medicamentos e necessários; identificar necessidades de
a educação permanente dos profissionais de recursos humanos, definir perfil, capacitar
saúde, do paciente e da comunidade para acompanhar e avaliar suas ações.
assegurar o uso racional de medicamentos. Organização: Para a organização da AF é
Para implantar efetivamente a AF é fundamental preciso identificar cada um dos seus
ter como principio básico o ciclo da AF, que é um componentes e elementos, os quais deverão
sistema constituído pelas etapas de: ser capazes de promover maior resolutividade
1. Seleção; 2. Programação; 3. Aquisição; 4. Armazenamento
e 5. Distrib uição e dispensação;
das ações. A organização está relacionada
com a finalidade dos serviços, e tem objetivo o
Ex.: 1: A AF no SUS é organizada de forma a gerenciamento eficiente e eficaz.
Aspectos a serem considerados: Para
garantir a população o acesso a medicamentos
essenciais padronizados. As etapas da CAF são: organização dos serviços, é preciso conhecer
a. Seleção, aquisição, armazenamento e entrega. a realidade da situação de saúde local,
b. Aquisição, armazenamento e dispensação. buscando subsídios para implementação um
c. Correta: Seleção, programação, aquisição, plano de ação, deve-se:
armazenamento, distribuição e dispensação. Conhecer a estrutura organizacional da secretaria de
saúde e suas inter-relações área técnica, normas e
d. Aquisição, armazenamento, distribuição e procedimentos existentes, metas estab elecidas para a
entrega. saúde .
CBAF CEAF
O CBAF destina-se à aquisição de De acordo com o MS, são considerados
estratégicos todos os medicamentos usados
medicamentos e insumos, incluindo-se aqueles
para tratamento das doenças de perfil endêmico,
relacionados a agravos e programas de saúde
cujo controle e tratamento tenham protocolo e
específicos, no âmbito da atenção básica à saúde.
Atualmente, é regulamentado pela Portaria nº normas estabelecidas e possuam impacto
socioeconômico. A aquisição dos medicamentos
1555/13, que dispõe sobre as normas de
ocorre de forma centralizada pelo MS,
financiamento e de execução no âmbito do SUS.
responsável também pela distribuição aos
O financiamento do CBAF é tripartite, ou seja,
responsabilidade da União, dos estados, do DF e estados e DF, para posterior distribuição aos
municípios. O Componente Estratégico é
dos municípios, com aplicação de valores mínimos
constituído por medicamentos e insumos para os
pactuados na CIT. Os valores investidos são
tratamentos das seguintes condições:
pactuados, considerando a população censada Tub erculose, Hanseníase, Antirretrovirais do programa
pelo IBGE de cada município e redefinidos, por DST/HIV/Aids, Endemias Focais: Malária,
novas pactuações entre as três esferas de gestão, Leishmaniose, Chagas e outras doenças endêmicas de
periodicamente. ab rangência nacional ou regional, Sangue e
Hemoderivados, Alimentação e Nutrição, Controle do
Tab agismo, Talidomida no tratamento de Doença
Portaria nº 1555/2013: capítulo 3 das Enxerto x Hospedeiro, Lúpus Eritematoso e Mieloma
responsabilidades executivas Múltiplo.
Art. 5º: Cabe ao MS o financiamento e a aquisição
da insulina humana NPH 100 UI/ml e da insulina Para cada uma das condições incluídas no
humana regular 100 UI/ml, além da sua Componente Estratégico, há portarias ou normas
distribuição até os almoxarifados e CAF Estaduais específicas que regulamentam o financiamento, o
e do DF. elenco e o acesso aos medicamentos.
§ único: Compete às SES a distribuição da
insulina humana NPH 100 UI/ml e da insulina
humana regular 100 UI/ml aos Municípios
Ex.: 1: O CEAF visa a: Portaria 1554/2014: Capitulo 1: disposições
a. Correto: Garantir o acesso aos medicamentos gerais
por portadores de doenças que configuram Art. 3º: Os medicamentos que fazem parte das
problemas de saúde pública, consideradas linhas de cuidado para as doenças contempladas
como de caráter estratégico pelo MS; neste Componente estão divididos em três grupos
b. Estimular a produção por laboratórios conforme características, responsabilidades e
nacionais de medicamentos destinados a formas de organização distintas:
doenças negligenciadas; 1. Grupo 1: medicamentos sob responsabilidade
c. Garantir acesso a medicamentos essenciais de financiamento pelo MS, sendo dividido
empregados para as condições rotineiras em:
tratadas em unidades de saúde, estratégicos Grupo 1A: Medicamentos com aquisição centralizada
para resolver cerca de 90% dos problemas de pelo MS e fornecidos às Secretarias de Saúde dos
Estados e DF, sendo delas a responsab ilidade pela
saúde da população; programação, armazenamento, distrib uição e
d. Organizar a distribuição de medicamentos de dispensação para tratamento das doenças
alto custo para população; contempladas no âmb ito do CEAF
e. Viabilizar a aquisição de medicamentos Grupo 1B: Medicamentos financiados pelo MS
mediante transferência de recursos financeiros para
produzidos por laboratórios nacionais pelo aquisição pelas Secretarias de Saúde dos Estados e
SUS como linha estratégica de redução de DF sendo delas a responsab ilidade pela programação,
custo. armazenamento, distrib uição e dispensação para
Resp.: tratamento das doenças contempladas no âmb ito do
Alternativa (a) correta: O componente CEAF.
estratégico da AF tem como foco as ações de
AF e a disponibilização de medicamentos 2. Grupo 2: Medicamentos sob responsabilidade
considerados estratégicos no âmbito do SUS. das Secretarias de Saúde dos ESTADOS e
do DF pelo financiamento, aquisição,
CESAF programação, armazenamento, distribuição e
O CEAF é uma estratégia de acesso a dispensação para tratamento das doenças
medicamentos no âmbito do SUS, caracterizado contempladas no âmbito do CEAF;
pela busca da garantia da integralidade do 3. Grupo 3: Medicamentos sob responsabilidade
tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, das Secretarias de Saúde do DF e dos
cujas linhas de cuidado estão definidas em municípios para aquisição, programação,
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, armazenamento, distribuição e dispensação e
publicados pelo MS. Atualmente, regulamentado que está estabelecida em ato normativo
pela Portaria nº 1554/2013, o CEAF possibilita o específico que regulamenta o CEAF.
acesso aos medicamentos que fazem parte das
linhas de cuidado para as doenças contempladas
no âmbito deste Componente, mediante a
pactuação entre a União, os estados, o DF e os
municípios, conforme as diferentes
responsabilidades definidas em portaria. Os
medicamentos do CEAF somente devem ser
autorizados para as doenças descritas na
Classificação Estatística Internacional de
Problemas e Doenças Relacionadas à Saúde Tabela 2: Divisão do componente especializado da AF, conforme
responsabilidades de financiamento.
10ª revisão (CID-10), constantes do Anexo 4 da
referida Portaria e suas atualizações.
Os medicamentos que fazem parte das linhas de
cuidado para as doenças contempladas por este
Componente estão divididos em três grupos,
conforme características, responsabilidades e
formas de organização distintas. Estes grupos
foram definidos de acordo com os seguintes
critérios gerais:
Complexidade do tratamento da doença, garantia da
integralidade do tratamento da doença no âmb ito da linha
de cuidado e manutenção do equilíb rio financeiro em três
as esferas de gestão do SUS.
Ex.: 1: O CEAF é destinado a agravos de perfil
endêmico e controle estratégico. Em relação ao
CE AF, assinale a alternativa CORRETA:
a. Correta: São exemplos de programas ou
doenças contempladas neste componente:
Cólera, doença de chagas, Hanseníase,
sangue e hemoderivados e controle do
tabagismo;
b. O financiamento do componente estratégico
da assistência farmacêutica é de
responsabilidade da união, dos estados, do DF
e dos municípios;
c. A aquisição dos medicamentos do
componente estratégico da assistência
farmacêutica e de responsabilidade da união,
dos estados, do DF e dos municípios. Já a
dispensação é de responsabilidade dos
municípios;
d. São exemplos de medicamento padronizados
nesse componente para o tratamento da
tuberculose: etambutol, pirazinamida,
isoniazida e talidomida;
e. São exemplos de medicamentos padronizados
neste componentes para o tratamento da
Hanseniase: Dapsona, lamivudina, clofazimina
e rifamipicina.
Resp.:
Alternativa (a) correta: Faz parte deste
programa as doenças que atingem ou põem
em risco a saúde das coletividades e têm
como importante estratégia o controle e
tratamento de seus portadores.