Apostila - Manejo - Sustentavel - de - Pastagens - 11 - 11 - 2016 PDF
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Sítio Santa Fé Ecologia – Guarapari ES – Situação da pastagem antes e depois da implantação do Manejo Sustentável de Pastagens
Para meditar:
Gado na Pastagem Ecológica da Fazenda Ecológica Santa Fé do Moquém – Nossa Senhora do Livramento – MT
Local onde a partir do ano de 1.987 foi desenvolvida a tecnologia “Pastagem Ecológica”
Propriedade de Jurandir Melado e seus irmãos Cláudio Mellado e Judismar Clemente Melado.
(**) Jurandir Melado é Eng. Agrônomo - Prof. da UFMT (aposentado), Consultor e autor de livros sobre Manejo Sustentável de
Pastagens.
Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Conteúdo
Introdução .........................................................................................................................................3
Principal causa da degradação das pastagens .....................................................................................6
Sistema de Pastoreio Voisin ...............................................................................................................6
Interação Solo – Pastagem: ..................................................................................................................... 7
Interação Gado – Pasto: .......................................................................................................................... 7
Interação Gado – Solo: ............................................................................................................................ 8
O Pastoreio Voisin concorre para melhoria da fertilidade e da estrutura física do solo: .......................... 8
Princípio Básico Geral do Sistema de Pastoreio Voisin: ........................................................................9
Procedimento Básico:.......................................................................................................................10
Cerca Elétrica “Padrão Fazenda Ecológica”: ......................................................................................10
Aplicação do Pastoreio Voisin: ..........................................................................................................10
Leis Universais do Pastoreio Racional: ..............................................................................................10
PRIMEIRA LEI - LEI DO REPOUSO OU PRIMEIRA LEI DOS PASTOS: ............................................. 11
SEGUNDA LEI - LEI DA OCUPAÇÃO OU SEGUNDA LEI DOS PASTOS: ..........................................12
TERCEIRA LEI – LEI DA AJUDA OU PRIMEIRA LEI DOS ANIMAIS: .................................................. 13
Dois grupos: “desnate” e “repasse”: .......................................................................................................13
QUARTA LEI – LEI DOS RENDIMENTOS REGULARES OU SEGUNDA LEI DOS ANIMAIS: ............13
UM PRINCÍPIO GERAL DOMINA AS QUATRO LEIS: ..........................................................................13
2 Formas de Manejo do gado no Sistema de Pastoreio Voisin: ...........................................................14
A – SISTEMA LIVRE: ............................................................................................................................. 14
B – SISTEMA CONDUZIDO: .................................................................................................................14
Área de lazer: uma estrutura fundamental:.........................................................................................14
Água: nutriente tão importante quanto o capim:..................................................................................14
Determinação da capacidade de suporte de um piquete de pastagem. ................................................15
Alguns indicadores importantes:........................................................................................................16
As incríveis vantagens da intensificação: ...........................................................................................16
Pastagem Ecológica (Sistema Voisin Silvipastoril): .............................................................................17
Generalização do conceito de Pastagem Ecológica: ...........................................................................17
Sistema Silvipastoril: ........................................................................................................................18
Como arborizar pastagens: ...............................................................................................................20
Árvores para associar com pastagens: ..............................................................................................20
Espécies de árvores mais adequadas:...............................................................................................20
Manejo de Pastagem Ecológica: um ideal a ser perseguido: ...............................................................21
Consorciação de forrageiras (gramíneas com leguminosas):...............................................................22
Sobre o projeto do Sistema Voisin: ....................................................................................................22
Diagramação do piqueteamento – dois exemplos: ..............................................................................23
Fichas de controle do Pastoreio Voisin: .............................................................................................25
Garantia de sucesso no empreendimento pecuário: ...........................................................................26
Conclusão: uma alternativa ao uso do fogo nas pastagens: ................................................................27
Bibliografia relacionada ....................................................................................................................28
Anexo: Manual Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica: viabilização técnica e econômica do Manejo
Sustentável de Pastagens. ...............................................................................................................31
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Introdução:
Pecuária: Maior Vilã ou parceira indispensável na recuperação e conservação do Meio Ambiente?
A Pecuária foi durante muito tempo apontada como a maior inimiga do Meio Ambiente. Os ambientalistas
só viam as desvantagens e a falta de diálogo entre eles e os produtores era a regra geral. Não sem
certa razão os ambientalistas viam a pecuária como a principal causa da degradação ambiental e como
um forte elemento contra a recuperação do Meio Ambiente. Produtores viam a Proteção Ambiental,
principalmente o estabelecimento de APPs como um fator restritivo da sua capacidade de produção.
Durante um tempo bastante longo, a Pecuária exerceu realmente forte pressão sobre o desmatamento
da Região Amazônica (anteriormente, a Mata Atlântica já havia sido dizimada...). Como o manejo
predominantemente utilizado (Pastoreio Contínuo) provocava uma progressiva redução da capacidade
de suporte e degradação das pastagens, os pecuaristas eram pressionados a realizar a ampliação das
áreas de pastagens com mais desmatamentos para manter ou ampliar a atividade pecuária. Assim foi
formado um grande estoque de áreas abandonadas ou subutilizadas em todo o país. Isto acaba se
revelando um trunfo, pois hoje, com a aplicação de um modelo de manejo adequado, ou seja, uma
rotação racional das pastagens, é possível dobrar e mesmo triplicar essa produção sem elevação da
área ocupada ou então, manter a mesma produção de hoje em área duas a três vezes menor,
destinando parte desta área para a outras atividades ou a preservação ambiental. E o melhor: com
sustentabilidade e economia!
Uma pergunta que não se cala: Se a rotação racional das pastagens representa a solução para a maior
produtividade e a sustentabilidade das pastagens, porque as universidades e os centros de pesquisas
ainda não priorizaram este procedimento na pesquisa e no ensino? Eu poderia apontar algumas razões,
entre elas a deficiência de conhecimento pelos professores dos cursos de ciências agrárias sobre a
tecnologia das cercas elétricas, que permite fazer a rotação racional das pastagens de forma eficaz e
econômica. Mas acho que a principal razão está na tendência arraigada da academia de pouco
valorizar os conhecimentos que não foram gerados no seu próprio meio.
A rotação das pastagens, como uma imensa coleção de conceitos naturais, não foi criada por nenhum
pesquisador ou cientista. É sim, um dos dispositivos da natureza para a proteção das espécies. O maior
e mais significativo exemplo que eu poderia dar de rotação natural de pastagens, é o que ocorre nas
savanas africanas onde sobrevivem há milênios imensas manadas de herbívoros sem que lhes falte as
pastagens da qual se alimentam. Lá, a natureza organizou e mantém um perfeito sistema de manejo das
pastagens! Os animais se organizam em grandes bandos, para melhor se defenderem dos predadores.
Com o grande número de animais agrupados, a forragem existente num setor é rapidamente consumida,
forçando o bando a se deslocar constantemente de um setor para outro em busca do alimento que
necessita. Caso o bando não se mova com a rapidez conveniente, sempre concorre para lembra-lo uma
variada gama de predadores famintos, que na natureza fazem a vez dos pastores dos rebanhos
domesticados...
Recordando então: a rotação racional deveria ser sempre a primeira providência a ser tomada no
manejo das pastagens. Esta simples providência tem a propriedade de reverter o processo de
degradação da pastagem e iniciar o processo de recuperação, tornando-a sustentável.
Digo “rotação racional” para fazer a diferença entre os sistemas rotativos simples de manejo de
pastagens e o Pastoreio Voisin ou “Pastoreio Racional” como o definiu o seu formulador, André Voisin,
que é o único sistema de “Rotação Racional” de pastagens devidamente formulado.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Pastoreio Voisin é a obediência às Leis Universais do Pastoreio Racional, formuladas pelo André
Voisin e que serão convenientemente e oportunamente apresentadas neste texto.
Pastagens compactadas e pouco permeáveis dificultam absorção e retenção da água pelo solo,
deixando de abastecer convenientemente os lençóis freáticos e contribuindo para o ciclo pernicioso que
vemos hoje por todos os lados: enchentes se alternando com a seca e falta d’água;
Pastagens com rala cobertura vegetal perdem pela insolação excessiva parte importante da
biocenose (vida do solo); dificulta a absorção de água pelo solo; estas áreas correspondem a espelhos,
refletindo para o espaço o calor incidente, contribuindo para o aquecimento global;
A Pecuária bem conduzida pode ser entre as atividades agropecuárias, a que mais
contribui para a recuperação e a conservação ambiental... E também a mais rentável!!
Diminuição da produtividade;
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Felizmente, isso não é verdade, principalmente em se tratando da Atividade Pecuária. Muito pelo
contrário: o que temos é uma associação com uma parceira muito poderosa – A MAIS PODEROSA
POSSÍVEL – a NATUREZA, que trabalhará a favor do nosso empreendimento, gratuitamente e de forma
incansável, 24 horas por dia, 365 dias por ano.
Com o Manejo Sustentável das Pastagens (Pastoreio Voisin e Pastagem Ecológica) estaremos
fazendo uma melhor utilização para a produção de dois fatores fundamentais, quase sempre relegados
ao esquecimento ou a um segundo plano na pecuária convencional, que são a ENERGIA SOLAR, que
passamos a utilizar melhor, adequando as pastagens para um máximo aproveitamento da
FOTOSSÍNTESE e a BIOCENOSE ou “vida do solo”, com seu poder de reciclar o solo e os restos
vegetais, disponibilizando nutrientes antes indisponíveis às plantas. Isto reflete numa maior eficiência
produtiva do pasto e numa maior produtividade geral.
Podemos esperar com o Manejo Sustentável das Pastagens, entre outras, as seguintes
vantagens, cuja comprovação ocorrerá no desenvolver deste texto:
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Outra grande desvantagem do pastoreio contínuo é permitir que o gado realize grandes
caminhadas diariamente. O gado de corte, quando em pastagens extensas, chega a caminhar 10 km por
dia. O consumo de energia na caminhada é, segundo Blaster (1964) e Sorio (2000), de 0,48 cal por Kg
de peso vivo por metro linear caminhado. Para se ter uma ideia do que isto significa, é só pensar que
um novilho de 300 kg pode gastar com a caminhada em energia o equivalente ao ganho de peso de 144
g/dia ou 52,5 kg/ano.
No Pastoreio Voisin, onde o gado caminha apenas cerca de 2 km por dia, esta energia é, em
maior proporção, canalizada para o processo produtivo.
Na prática, é realizado, com uma divisão adequada das pastagens (um número elevado de
parcelas), de forma a possibilitar um manejo em que se atenda tanto as necessidades do capim, como
as do gado. Como acréscimo, as necessidades do solo também são também atendidas.
Das quatro “Leis Universais”, duas são voltadas para o pasto: a lei do REPOUSO que recomenda
um repouso suficiente após cada período de ocupação; e a lei da OCUPAÇÃO, que recomenda um curto
período de ocupação da parcela, sendo o ideal apenas 1 dias ou mesmo uma fração do dia, em casos
especiais...
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Por uma coincidência favorável, o que é bom para o pasto é também bom para o gado: o gado
necessita de um alimento nutritivo, em quantidade adequada e facilmente colhível; o pasto, quando
colhido (pastejado) no momento adequado do seu ciclo de crescimento, quando já armazenou nas raízes
e partes baixas do caule as reservas nutritivas necessárias a um início vigoroso de rebrote, tem o seu
desenvolvimento e perfilhamento tremendamente estimulado. Além disso, segundo Pinheiro Machado
(2004), através do “efeito saliva”, plantas pastoreadas por bovinos, ovinos e caprinos tem o rendimento
do rebrote aumentado em até 44 %. O agente causador desse aumento de produção é a tiamina da
saliva.
No pastoreio contínuo, os dejetos ficam espalhados por uma grande área, de uma forma diluída e
o “efeito fermento” não é potencializado. Já com o Pastoreio Voisin, a concentração de todos os dejetos
de um dia em uma área reduzida, tem sobre o solo e os restos vegetais, o mesmo efeito que teria sobre
o leite, o “coalho específico” na quantidade recomendada, visando obter o queijo desejado.
Cada bovino adulto (UA = unidade animal) excreta por dia cerca de 24
kg de fezes e 14 kg de urina (38 kg no total). Supondo uma capacidade
de lotação de 2 UA/ha, coisa fácil de ser conseguido, teremos 76
Kg/dia ou 27,7 toneladas/ano. Esta maciça adubação orgânica de
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Como exemplo, analisemos o caso das minhocas: uma minhoca é capaz de ingerir por dia um
volume de solo e matéria orgânica equivalente ao seu peso. O dejeto desta minhoca, após passar pelas
transformações bioquímicas da digestão, torna-se tremendamente mais rico nas frações assimiláveis
pelas plantas dos principais nutrientes.
Além de melhorar a composição química do solo, as minhocas (da mesma forma que os
besouros), promovem continuamente uma melhoria da estrutura física do solo, cavando pequenos
canais, que favorecem a sua aeração e permeabilidade evitando a indesejável compactação.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
feita no menor período de tempo possível. Após a colheita, o capim deve ser deixado em repouso para
mais um ciclo de crescimento.
Como o capim é uma planta perene, este ciclo (pastoreio – repouso) pode se repetir diversas
vezes durante o ano, numa média de 6 a 8 ciclos anuais. Neste princípio estão implícitas as duas
primeiras das Leis Universais do Pastoreio Racional, que veremos mais adiante.
Procedimento Básico:
O procedimento básico é a divisão das pastagens em um número suficiente de piquetes, de forma
a permitir o manejo adequado e que o capim seja sempre colhido no momento de melhor
desenvolvimento e valor biológico. É conveniente que haja pelo menos 40 piquetes ou parcelas. Sendo
que quanto mais parcelas tivermos, com mais facilidade gerenciaremos o sistema. Aí entra em campo a
tecnologia das cercas elétricas, fixas e móveis, que viabilizam técnica e economicamente a
disponibilização de tão grande número de parcelas.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Os tempos de repouso não são iguais durante todo o ano, havendo períodos de crescimento
acelerado e outros de crescimento lento ou quase nulo. No sul do país, o que mais causa o baixo
crescimento das pastagens são as baixas temperaturas registradas no outono e inverno. Já na região
Centro-Oeste e outras regiões de clima quente, a causa reside no longo período de estiagem, e no
conseqüente déficit hídrico. Em média, os piquetes de um sistema de Pastoreio Voisin são ocupados de
seis a oito vezes, durante o ano, em qualquer das regiões do Brasil.
Nos períodos mais favoráveis do ano, os piquetes chegam a ser usados com intervalos entre
pastejos, de 28 a 35 dias. Por outro lado, nos períodos críticos, esse intervalo pode chegar a 120 dias. A
boa condução do Pastoreio Racional vai depender de decisões acertadas no gerenciamento dessas
variáveis.
O desenvolvimento do capim pode ser mais bem compreendido observando-se a sua “curva
sigmóide de crescimento” abaixo apresentada: a figura representa o que acontece com o pasto durante o
seu período de repouso, após cada corte (pastejo).
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Conclui-se então, que é muito mais vantajoso colher o capim (introduzir o gado no pasto)
após o capim completar o seu “tempo ótimo de repouso”. Por outro lado, não compensa
estender o período de repouso, pois o crescimento se torna lento, acrescentando apenas
mais 20 % do desenvolvimento ideal num período de tempo equivalente à metade do ótimo.
A finalidade fundamental dessa lei é não permitir que os animais comam sucessivamente os
rebrotes do capim, provocando o esgotamento de suas reservas e a conseqüente degradação das
pastagens. Um erro comum ao se implantar um sistema de rotação de pastagens, é usar um número
reduzido de piquetes, prolongando a permanência do gado nos piquetes, pressupondo que basta um
tempo adequado de repouso para o sucesso do manejo. A realidade, porém, é outra, bastando poucos
dias em períodos de chuvas intensas para que a brotação do capim já possa ser colhida novamente
pelos animais, na mesma passagem pela parcela.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
QUARTA LEI – LEI DOS RENDIMENTOS REGULARES OU SEGUNDA LEI DOS ANIMAIS:
“Para que o animal (bovino) produza rendimentos regulares, ele não deve
permanecer mais que três dias em uma mesma parcela. Os rendimentos serão
máximos, se o animal não permanecer no piquete mais que um dia.”
Essa lei tem a finalidade de evitar uma variação na produção animal, seja na quantidade de leite
produzida, ou no crescimento ou no ganho de peso dos animais em engorda. Quando um animal é
colocado a pastar em um piquete, ele atinge o seu rendimento máximo logo após o primeiro dia. O
rendimento decresce, à medida que o tempo de permanência no piquete se prolonga. Esse fato é uma
consequência direta da terceira lei, pois, à medida que o pasto fica mais “rapado”, o animal colherá
quantidades cada vez menores de um pasto de qualidade cada vez mais inferior (maior proporção de
talos, em relação às folhas). Com uma permanência de três dias ou menos, esse decréscimo no
rendimento é menos sensível, devido a mecanismos compensatórios próprios do metabolismo dos
animais. Porém, com uma permanência de mais de três dias, a dificuldade crescente na “colheita”
somada à qualidade decrescente do alimento resultará num decrescente rendimento na nutrição do
animal, o que refletirá numa menor produção leiteira, ou num crescimento ou ganho de peso mais lento.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
B – SISTEMA CONDUZIDO:
O gado fica confinado em um piquete por um período de 1 a 3 dias, sendo diariamente conduzido
à área de lazer (descrita abaixo), onde permanece confinado por 4 horas do período mais quente do dia.
Após as 4 horas, o gado é conduzido ao piquete ou a novo piquete.
Este é o esquema mais aconselhado, pois encerra diversas vantagens em relação ao sistema
livre, além de ter se mostrado mais produtivo. Com este sistema evitamos que o gado fique andando
livremente pelos corredores, causando erosão do solo e desperdício de energia com as caminhadas.
O uso da área de lazer é fator de grande economia para o projeto. Com ela, não necessitamos de
instalações hidráulicas e cochos em cada piquete.
Em situações de muito calor ou secura das pastagens, a permanência dos animais durante quatro
horas por dia na área de lazer, poderá não ser suficiente para que eles se satisfaçam de água. Neste
caso a permanência do gado na área de lazer poderá se prolongar para 6 horas ou se realizar em dois
períodos diários de 2 a 3 horas.
Uma maneira prática de se saber se os animais estão bebendo
água suficiente, é observar as placas de bosta. A bosta de um bovino
que não está bebendo água suficiente se apresenta segmentada e
mais sólida que o usual. Já a bosta de um bovino bem provido de água
(convenientemente hidratado), deve se apresentar volumosa, pastosa,
úmida, brilhante e não segmentada.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
O procedimento é o seguinte:
4. Conhecendo a quantidade de Forragem aproveitável em 1 ha, e sabendo que 1 bovino come por
dia de 10 % a 12 % do seu peso vivo em farragem verde, calculamos a quantidade de animais
(bovinos) que a pastagem comporta, para 1 dia de pastejo:
EXEMPLO DE CÁLCULO:
Supondo o peso da amostra ou a média de 2 ou mais amostras seja de 0,850 kg/m2...
1. Forragem Existente:
FE = 0,850 kg / m2 = 8.500 kg/ha;
2. Forragem Aproveitável:
FA = FE x 0,65 = 8.500 x 0,65 = 5.525 kg/ha;
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
EXEMPLO DE CÁLCULO:
Supondo 100 animais de 450 kg em um sistema de 40 piquetes de 1 ha (100 UA em 40 piquetes de
1 ha):
1. Número de Unidade Animal (UA) = 100;
2. Carga Global = 2,5 UA/ha ou 1125 kg / ha;
3. Carga Instantânea:
a. Com todos os animais em um grupo = 100 UA/ha ou 45.000 Kg/ha;
b. Com os animais em 2 grupos (usando 2 piquetes) = 50 UA/ha ou 22.500 Kg/ha;
4. Intensidade de Pastoreio:
a. Com 1 dia de ocupação: 45.000 Kg x 1 = 45.000 Kg/ha/dia;
b. Com 2 dias de ocupação: 45.000 Kg/ha x 2 = 90.000 kg/ha/dia;
c. Com ½ dia de ocupação: 45.000 Kg x ½ = 22.500 Kg/ha/dia;
d. Com 1/3 dia de ocupação: 45.000 x 1/3 = 15.000 kg/ha/dia.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
2. A competição (mais animais numa pequena área) faz com que os animais mudem o seu
natural hábito alimentar, de pastejo seletivo para pastejo voraz, consumindo sem muita
escolha, todo o alimento à disposição, das forrageiras mais palatáveis às menos desejáveis.
Com isto, além de um melhor aproveitamento das forrageiras, ocorre uma progressiva
seleção positiva das espécies forrageiras!!
3. Com tudo isto, os animais acabam comendo mais do que comeriam normalmente. Isto,
por dois motivos, principais: um pasto fresco e no ponto ótimo de desenvolvimento, estimula
o apetite dos animais. A competição, com muitos animais numa área pequena, faz com que
cada animal procure cada um comer mais rapidamente que os outros, para garantir o seu
quinhão... Não sabendo que logo após, lhes será servida outra refeição também saborosa,
repetindo o processo...
Para se ter uma ideia, contam-se mais de 15 anos que não são aplicados nos animais da Fazenda
Ecológica nenhum produto para controlar pragas ou vermes.
Diversidade de forrageiras;
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Uso do fogo;
Uso de herbicidas;
Sistema Silvipastoril:
Os sistemas silvipastoris, são associações de pastagens com espécies arbóreas. Estas
associações podem ser planejadas ou naturais e as espécies arbóreas podem ser essências florestais,
fruteiras, leguminosas (forrageiras ou não) e até espécies de interesse industrial. A existência de árvores
em uma pastagem tem inúmeras vantagens para os animais, as forrageiras e o solo. Os animais
encontram nas árvores a proteção contra o excesso de insolação, a chuva e o vento, proporcionando um
maior conforto que irá finalmente refletir numa melhoria da produção do animal. As plantas forrageiras,
principalmente nas regiões tropicais, têm seu desenvolvimento prejudicado pelo excesso de insolação
nas horas mais quentes do dia. Na sombra das árvores, entretanto, estas forrageiras permanecem
viçosas quando as que se encontram a pleno sol já se apresentam murchas. As árvores têm também
um, efeito benéfico na manutenção da umidade do ambiente, favorecendo as forrageiras sob a sua
influência.
O solo é muito favorecido pelas árvores que, além de se constituírem em verdadeiras "bombas de
adubação", retirando nutrientes de camadas mais profundas do solo e os depositando na superfície
através das folhas e galhos que caem, protegem com sua sombra a micro e meso vida do solo, que por
sua vez, usando como alimento os restos vegetais e os dejetos do gado, contribuem para a
disponibilização de nutrientes antes indisponíveis às plantas, promovendo um verdadeiro "círculo
virtuoso" que tende a aumentar a fertilidade do solo e a produtividade da pastagem.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
A existência de árvores nas pastagens, que durante muito tempo foi considerado um aspecto
negativo, por dificultar a mecanização e por supostamente concorrer com as forrageiras na captação de
nutrientes, é hoje considerada de extrema importância pelos técnicos e produtores que já descobriram as
suas inúmeras vantagens. As vantagens das árvores em sistemas pastoris têm sido também
reconhecidas por inúmeros pesquisadores, entre os quais se destaca a Dra. Margarida Mesquita de
Carvalho, da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora - MG), hoje já aposentada, que apresenta em uma de
suas publicações, as principais vantagens dos sistemas silvipastoris:
Diversificação da produção: energia, alimentos, forragem, material de
construção, etc;
Maior resistência das espécies cultivadas no sub-bosque às
adversidades climáticas (precipitação excessiva, altas e baixas
temperatura e ventos);
Favorecimento da reciclagem de nutrientes e consequentemente da
sustentabilidade do sistema;
Melhoria da estrutura do solo e sua conservação;
Melhor equilíbrio ecológico, resultante da biodiversidade, o que
favorece o controle biológico das pragas do pasto e do gado;
Menor proliferação de plantas invasoras e consequentemente redução
dos custos para o seu controle;
Produção de "mulche", minimizando a evaporação de água do solo e
aumentando o seu teor de matéria orgânica, além dos efeitos benéficos
da pastagem sobre a melhoria da infiltração de água no solo;
Maior diversidade biológica e a possibilidade de fixação biológica de
nitrogênio atmosférico, por meio de bactérias do gênero Rhizobium
e/ou da utilização de nutrientes antes indisponíveis, por meio de
micorrizas;
As árvores constituem uma reserva de capital, passível de utilização
quando necessário;
Redução dos custos de implantação dos povoamentos florestais, por
meio da receita advinda da exploração pecuária;
Melhoria na distribuição da demanda de mão de obra ao longo do ano.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Em pastagens antigas, onde a regeneração natural não seja mais eficiente, torna-se necessário a
introdução de árvores através de mudas, que devem ser protegidas para evitar sejam destruídas pelo
gado.
Quando se usa piquetes com cercas elétricas, fica extremamente fácil fazer a proteção das
mudas. No anexo sobre cercas elétricas, apresentaremos diversos tipos de proteção para mudas
arbóreas quando introduzidas em pastagens em uso.
Além destas qualidades, as espécies arbóreas devem ser perenes, resistentes ao vento, terem
raízes profundas, possuir boa capacidade de rebrote e apresentar uma arquitetura que permita a
penetração da luz do sol até o estrato herbáceo.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
O exemplo da Gliricídia (Gliricidia sepium) é fantástico: Quando usamos uma estaca viva de
Gliricídia no lugar de uma estaca comum numa cerca, obtemos no mínimo 4 vantagens: 1) substituição
de uma estaca que teria um certo custo; 2) sombreamento da pastagem, com todos os seus benefícios;
3) fertilização do solo com o nitrogênio captado da atmosfera e as folhas e galhos que caem; 4) as folhas
ainda representam uma reserva forrageira para a época de escassez.
O alto grau de equilíbrio ecológico, que pode ser alcançado com a Pastagem Ecológica ao longo
do tempo, facilita sobremaneira o controle natural das principais pragas do pasto e do gado, dispensando
ou minimizando a necessidade dos tratamentos convencionais. A interação de todos estes fatores
positivos torna a Pastagem Ecológica extremamente atraente para todos aqueles que pretendem voltar
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
seus esforços para produção orgânica de carne ou leite, que é hoje sem dúvida o ideal de produção,
pois concilia, entre outras vantagens, produtos isentos de resíduos, com um menor custo de produção e
a necessária proteção meio ambiente.
As formas de implantação e o manejo das leguminosas nas pastagens variam de acordo com a
espécie e o objetivo. É sempre conveniente, além de atender às recomendações dos fornecedores das
sementes e mudas, procurar orientação técnica específica.
A Leucena e a Gliricídia têm uma dupla função: forrageira e de sombreamento. A Gliricídia pode
também ser usada como moirão vivo para as cercas e tem uma vantagem adicional de poder ser
multiplicada por estacas.
O Amendoim forrageiro, com sementes parecidas com o amendoim comum, pode ser
multiplicado por sementes e mudas. Como suas sementes são grandes, perecíveis e caras, o usual é se
fazer um banco de mudas para então serem transplantadas para o pasto. O amendoim forrageiro através
de mudas é muito adequado para ser plantado nos locais com falhas nos pastos, ajudando na
recuperação de pastagens degradadas. Também é usado para cobertura viva do solo de pomares e
outras culturas permanentes, beneficiando estas culturas com a proteção do solo, inibição de plantas
invasoras e a fixação do nitrogênio atmosférico.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Uma cerca elétrica bem construída é outro elemento de tranquilidade em um sistema de Pastoreio
Voisin: devemos construir uma cerca econômica, mas não precária e pouco funcional. Afinal, devemos
ser manejadores de gado e pastagem e não manejadores de uma cerca elétrica que necessita
constantes cuidados de reparo.
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64
31
3 7 11 15 19 23 27 AL 35 39 43 47 51 55 59 63
29
1 5 9 13 17 21 25 AL 33 37 41 45 49 53 57 61
2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62
Observações:
1. Este esquema pode ser usado em qualquer escala, desde projetos com pequenos piquetes
(p.ex.: de 2000 m2, ou 40 m x 50 m), até projetos com grandes piquetes de no máximo quatro a
seis hectares. É claro que numa situação real, o projeto teria formato irregular, para acompanhar
as particularidades da propriedade. Por isto, um levantamento topográfico pormenorizado da
área é condição básica para o início dos trabalhos de elaboração de um projeto técnico;
2. O tamanho dos piquetes é variável, de acordo com a escala da propriedade. O formato deverá
ser próximo do quadrado, o que diminui o comprimento das cercas;
3. O número de piquetes, porém deve ser sempre alto, nunca menor que 40, sendo ideal em torno
de 80, pois, quanto maior o número de piquetes, mais liberdade de ação terá o condutor do
sistema;
4. O corredor poderá dar acesso a dois piquetes (ou até três no máximo) para cada lado. Isto é
interessante, pois um menor número de corredores diminui o custo do projeto e simplifica o
esquema eletro técnico;
5. Costuma-se usar corredores de 10 m para grandes projetos e de 8 m e 6 m para médios e
pequenos;
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
6. Dois piquetes centrais (no caso os 29 e 31) são reservados para as áreas de lazer, que devem
ser duas para permitir o uso de dois grupos em pastoreio simultâneo (DESNATE E REPASSE);
7. As porteiras dos piquetes serão sempre no canto mais próximo da área de lazer, para facilitar a
saída dos animais para a área de lazer.
8. Este esquema prevê dois piquetes com uma única saída para o corredor. Sem problemas, pode-
se usar até três piquetes com uma única saída para o corredor. O gado usa em primeiro lugar o
piquete mais próximo ao corredor e, na sequência, os outros, usando o primeiro (e também o
segundo, se for o caso) como “corredor virtual”, bastando que sejam abertas as cancelas que os
separam.
B – Esquema teórico, em área retangular ideal (fictícia), de um sistema de Pastoreio Voisin por faixas,
com cercas elétricas fixas formado 24 faixas ou piquetes, prevendo redivisão em “fatias” com o uso de
cercas móveis.
12
02 04 06 08 10 AL 14 16 18 20 22 24
AL
01 03 05 07 09 13 15 17 19 21 23
11
Observações:
1. Este esquema é ideal para pequenas áreas, principalmente para gado leiteiro. O exemplo acima
permite que se use diversas “fatias” por dia, o ideal para vacas de alta lactação;
2. Em situação real, a profundidade das “faixas” seria variável para atender às particularidades da
área; porém, a largura deverá ser sempre a mesma, com as cercas divisórias paralelas entre si,
para permitir o uso da “cerca móvel padrão Fazenda Ecológica”. Com este tipo de cerca móvel
(econômica e funcional), as faixas podem ter até 60 m de largura e fatias de 10 a 20 m;
3. Caso se use carretilhas com o fio eletroplástico e postes de ferro e plástico, a cerca móvel pode
ser de qualquer comprimento, permitindo fornecer ao gado fatias de um piquete de qualquer
tamanho e formato;
4. As linhas contínuas representam cercas elétricas fixas e as pontilhadas, o local de instalação
das cercas móveis;
5. Os corredores e porteiras poderão ser de seis ou oito metros;
6. Deverão existir duas áreas de lazer, para possibilitar o uso por dois grupos de animais;
7. Serão usadas por dia, tantas “fatias” quanto forem necessárias, de acordo com o consumo dos
animais;
8. No caso de uso por vacas leiteiras, a área a ser usada por dia deverá ser dividida em duas ou
três parcelas. Por exemplo, uma parcela depois da primeira ordenha, uma segunda parcela após
a segunda ordenha e uma terceira no período da noite. Já foi demonstrado através de pesquisas
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
(Sorio, 2003), que este esquema aumenta o consumo de forragem pelas vacas em até 10 %,
com correspondente aumento na produção de leite.
Ficha 01: Usada para Anotações de cada grupo de animais. Caso se use um arquivo informatizado,
os dados desta ficha serão transcritos diretamente para o computador, eliminando a necessidade da
segunda ficha.
Fazenda: Proprietário:
Ficha de controle de Pastoreio Voisin - 01 Período: / / a / /
Sugestão: Formato A4, com tantas linhas para anotações quanto possível.
Ficha 02: Preenchida a partir da primeira ficha. Usa-se uma ficha por piquete que resume o uso do
piquete por qualquer grupo de animais. Um arquivo informatizado poderá ser usado para arquivar os
registros de uso de cada piquete, em substituição desta ficha, a partir dos dados da ficha 01.
Fazenda: Proprietário:
Sugestão: Formato A4, com tantas linhas para anotações quanto possível.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
O Pastoreio Voisin, apesar de ser a mais excelente ferramenta voltada para a sustentabilidade
técnica, ambiental e econômica de um projeto pecuário, não é, por si só, suficiente para o completo êxito
do empreendimento pecuário como um todo. O sucesso é dependente também, de UMA EFICIENTE
ADMINISTRAÇÃO, como o é qualquer outro empreendimento econômico.
Vejamos o que diz abaixo o André Sorio, Eng. Agrônomo e voisinista, especialista em
Gestão pela Qualidade Total voltada para a Agropecuária, a respeito do que é fundamental para o
êxito de um projeto pecuário:
Quais são as necessidades administrativas? São inúmeras e todas elas devem ser
executadas, mais ou menos simultaneamente, em qualquer propriedade, de qualquer
tamanho, que queira sobreviver e obter lucro da atividade pecuária. As principais são:
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
O principal argumento que os pecuaristas usam para justificar esta prática é a necessidade de
eliminar as sobras de pasto originadas pelo subpastoreio para, pretensamente, melhorar a pastagem
com eliminação das partes mortas e a estimulação de uma brotação nova que disponibilizaria alimentos
para o gado em curto prazo. Isto realmente ocorre, porém à custa da drástica diminuição do nível de
matéria orgânica do solo e a intensificação do processo de degradação. Com o uso do Manejo
Sustentável de Pastagem, empregando o Pastoreio Voisin, esta justificativa não existe, pois com um
bom manejo, não ocorrem sobras de pastagens, tornando desnecessárias as queimadas.
A partir do ano de 2013, um trabalho semelhante foi iniciado na Bolívia, sob os auspícios do
“Programa de Cooperación Trilateral - Amazonía sin Fuego”. Um programa envolvendo a Cooperação
Italiana e a Agência Brasileira de Cooperação – ABC e Ministério de Medio Ambiente y Água da Bolivia,
com recursos dos governos brasileiro, italiano e boliviano e do Banco de desenvolvimento da América
Latina – CAF.
O PAsF – Bolívia atua em 5 módulos: Módulo La Paz (Caranavi); Módulo Beni (Rurrenabaque);
Módulo Santa Cruz (Concepción); Módulo Cochabamba (Chapare) e Módulo Pando (Cobija), sendo que
a partir do ano de 2013 foram implantadas Unidades Demonstrativas de Manejo Sustentável de
Pastagens nos 5 módulos
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
Bibliografia relacionada:
CARVALHO, Margarida Mesquita. Arborização de Pastagens Cultivadas. (Série Documentos n.
64). Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite – Embrapa. Juiz de Fora – MG, 1998, 37 p.
DUBOIS, Jean C. L.; VIANA, Virgílio M.; ANDERSON, Anthony B. Manual Agroflorestal para a
Amazônia, Volume 1. Rio de Janeiro: REBRAF, 1996. 228 p.
LEBRÓN, Guillermo Boettner. Apuntes de una experiencia paraguaya. Assuncion. Critério
Ediciones, 1987. 85 p.
LEBRÓN, Guillermo Boettner. Extension de la Eto: Ecologia aplicada a la produción de
agricultura bovina em el Paragay. Asuncion. 1996 103 p. (Tese apresentada à Universidade
Comunera. Faculdade de Relación públicas – Asunción – Paraguay)
LEBRÓN, Guillermo Boettner. Ganaderia Racional – Producir sin Destruir. Asunción.:
Intercontinental Editora, 2006. 82 p.
MELADO, Jurandir. Consciência Ecológica: Formação de pastagem em pleno Cerrado. A
Gazeta, Cuiabá, 19 nov. 1.996. p. 8B e 26 nov. 1.996. p. 4B.
MELADO, Jurandir. Pasto Ecológico: A Pecuária em Paz com a Natureza. Jornal Rural. Cuiabá,
julho/1997 pg. 3
MELADO, Jurandir. Método Voisin: Ver para crer, sem pagar para ver. A Gazeta, Cuiabá,
21/10/97 - pg. 3-B e 28/10/97 - pg. 5-B
07/01/1998, pg. 2
MELADO, Jurandir. Pastagem Ecológica: Alternativa para o Desmatamento e as Queimadas .
Jornal Gazeta Mercantil – Mato Grosso, 17/06/1998, pg. 2
MELADO, Jurandir. Fazenda Ecológica – Um conceito para o Terceiro Milênio. Jornal Informe
Geral, Cuiabá – MT, Dez/1.999, pg. 7
MELADO, Jurandir. Formação e Manejo de Pastagem Ecológica. Viçosa, CPT, 1999. 70 p.
(Manual do Videocurso de mesmo nome).
MELADO, Jurandir. Alternativas às Queimadas. Jornal Gazeta Mercantil – Mato Grosso,
23/03/2000, pg. 2
MELADO, Jurandir. Fogo pode ser benéfico no pasto?. Gazeta Mercantil Mato Grosso,
07/04/2000, pg. 2.
MELADO, Jurandir. Manejo de Pastagem Ecológica – Um Conceito Para o Terceiro Milênio.
Aprenda Fácil Editora, Viçosa – MG, 2000. 224 p.
MELADO, Jurandir. A vez da Carne Ecológica. Revista Produtor Rural, Ed. 94 – FAMATO –
Cuiabá – MT – Out./2000, pg. 37.
MELADO, Jurandir. A Pecuária Ecológica. Jornal Gazeta Mercantil – Mato Grosso, Cuiabá - MT,
07/03/2001. Pg. 2.
MELADO, Jurandir. Pastoreio Voisin – solução para qualquer escala. Revista Produtor Rural Ed.
98 – FAMATO, Cuiabá - MT, Março/ 2001, pg. 50.
MELADO, Jurandir. Carne Ecológica. Revista Brasileira de Agropecuária n. 9 – Março de 2001,
Editora Escala, São Paulo – SP. P. 81-82.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
VOISIN, André. Produtividade do pasto. São Paulo: Editora Mestre Jou. 1974, 520 p.
VOISIN, André. Dinâmica das pastagens: devemos lavrar nossas pastagens para melhorá-las?
São Paulo: Editora Mestre Jou. 1.979, 407 p.
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Manejo Sustentável de Pastagens: Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril - Jurandir Melado 2016
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
MANUAL: CERCA ELÉTRICA PADRÃO FAZENDA ECOLÓGICA
Eng. Agr. Prof. Jurandir Melado
CONTEÚDO
1. Introdução ............................................................................................................................................ 33
2. Princípio de funcionamento da cerca elétrica rural ............................................................................. 33
3. Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica em 3 níveis de segurança .................................................... 33
4. Cerca Elétrica para outros animais ....................................................................................................... 36
5. Elementos da cerca elétrica padrão Fazenda Ecológica ....................................................................... 37
5a. Eletrificador ...................................................................................................................................... 37
5b. Aterramento ..................................................................................................................................... 37
5c. Isoladores.......................................................................................................................................... 38
5d. Arames .............................................................................................................................................. 38
5e. Acessórios e materiais para acabamento da cerca........................................................................... 39
5f. Elementos de sustentação da cerca: ................................................................................................ 39
32
Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
1. Introdução
Ao perceber que sem a tecnologia das cercas elétricas era inviável a construção e manutenção eficiente e
econômica de um Sistema de Pastoreio Voisin com o grande número de piquetes necessários, resolvemos pesquisar e
desenvolver na Fazenda Ecológica, alternativas artesanais práticas para os principais elementos da cerca elétrica
disponível no comércio, buscando reduzir o custo dos projetos, com substancial ganho de qualidade.
A transferência da tecnologia da “Cerca elétrica padrão Fazenda Ecológica” é feita na prática, por ocasião do
treinamento da equipe de construção, no início da implantação dos projetos ou em oficinas de Manejo Sustentável de
Pastagens, destinadas a produtores, estudantes e técnicos.
Aparelho Eletrificador, que pode ser abastecido com energia elétrica de rede (110 V e 220 V), de uma
bateria (carregada por um painel solar ou mesmo com um carregador de baterias ligado à rede), ou
mesmo de pilhas comuns. Este aparelho gera um pulso (choque) intermitente de alta voltagem
(chegando a 10.000 V), mas de baixa amperagem (0,01 A) e curta duração. Os efeitos deste “choque” é
muito desagradável e assustador, MAS NÃO FAZ NENHUM MAL AOS ANIMAIS OU ÀS PESSOAS;
Fios eletrificados pelo aparelho eletrificador, Estes fios devem ser isolados das madeiras de sustentação,
constituindo a cerca propriamente dita. Para bovinos a cerca elétrica pode ser de 1 fio, 2 fios ou de 3
fios no máximo.
33
Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
a. Esquema de uma parte de um projeto para bovinos, com as cercas em 3 níveis de segurança:
3º DIA 3ª FATIA
1º DIA 1ª FATIA
CORREDOR
ÁREA DE LAZER
CERCA DOS CORREDORES E ÁREAS DE LAZER: CERCA DAS LATERAIS E FUNDOS DOS PIQUETES: CERCA DAS FATIAS:
3 FIOS 2 FIOS 1 FIO
As cercas de 1 fio, para a redivisão de piquetes em parcelas ou “fatias”, podem ser fixas (em projetos médios
e grandes) ou móveis (em médios e pequenos projetos)
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
c. Esquema da cerca de 2 fios (Usada nas laterais e fundos dos piquetes):
(Os dois fios isolados e com ligação independente à rede com chaves interruptoras):
d. Esquema da cerca com 1 fio (Usada para dividir piquetes em parcelas menores ou “fatias”):
Para divisão de faixas em “fatias”. Ligada à cerca da faixa, com chave interruptora ou ponte fixa.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
4. Cerca Elétrica para outros animais
A cerca elétrica, quando bem planejada, construída e manejada é uma excelente opção também para outros
animais. Para cada espécie um modelo específico:
Todos os cuidados tomados para a cerca elétrica para bovinos, também se aplicam na cerca para outros
animais, principalmente a necessidade da adaptação dos animais ao respeito à cerca. A escolinha segue o mesmo
princípio da escolinha para bovinos, apenas com a alteração do tipo de cerca elétrica e podendo ser mais simples.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
5. Elementos da cerca elétrica padrão Fazenda Ecológica
5a. Eletrificador
É recomendável usar eletrificadores de alta potência e com capacidade além da necessidade, para
trabalhar com folga de potência: Existem inúmeras marcas de eletrificadores, quase todas, muito boas.
Devem-se preferir as marcas que dão assistência técnica. Existem modelos que usam energia de rede (110
v ou 220v), bateria e até pilhas.
Multipec - Nelore Patriot - TruTest Eletrificador a pilha Terko (com painel solar)
5b. Aterramento
Um aterramento bem feito é a primeira condição para o bom funcionamento da Cerca Elétrica. Numa
instalação completa, temos dois aterramentos: o aterramento do aparelho eletrificador e o
aterramento do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (para-raios). Temos duas
variações na instalação do aparelho, com pequenas diferenças: uma quando o aparelho é abastecido
por energia elétrica de rede e a outra quando se usa painéis solares e bateria. Abaixo são
apresentadas as duas variações na instalação do aparelho eletrificador:
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
5c. Isoladores
Servem para isolar eletricamente os fios de arame das estacas de sustentação da cerca. Existe uma grande
quantidade de tipos de isoladores. Os principais estão abaixo:
5d. Arames
Existem algumas marcas de arames específicas para cercas elétricas. São arames lisos e redondos de aço,
de diâmetro 2,1 mm ou um pouco menos. Em pequenos projetos podem-se usar também arames
galvanizados macios, geralmente o nº 14 ou 16.
Arames de aço próprios para cerca elétrica – várias marcas. Arame galvanizado comum 14 ou 16.
O mais adequado para projetos técnicos. Adequado para pequenos projetos.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
5e. Acessórios e materiais para acabamento da cerca
Kit Pára-raios – Protege o Placa de advertência: uma Cabos com duplo isolamento para passagem subterrânea
aparelho dos RAIOS... exigência legal !! do “fio choque” por porteiras e corredores.
Hastes de aterramento de ferro cobreado de 2,4 m e Fio sólido de cobre para uso nos aterramentos e
(3/8” a 5/8” de diâmetro, com o conector próprio. passagens do fio terra por porteiras (2,5 mm a 4 mm)
Estaca de lasca comum Estacas serradas de 5 x 6 Poste 3/8“ de ferro de Poste de eucalipto tratado. Pode
funciona como esticador cm, podem ser usada no construção, usados no ser usados como esticador ou
ou estaca de meio de linha. meio das linhas meio das linhas. estaca em meio de linha
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
6. Ferramentas e equipamentos usados na construção de cercas elétricas:
40
Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
8a. Equipamentos exclusivos
Facilitam a confecção de peças artesanais de excelentes qualidades e aumentam a
produtividade na implantação da cerca.
Com o uso do bate-estaca, não há necessidade de se fazer buracos no solo para fincar as estacas. A máquina de molas
auxilia na confecção das molas que fazem parte de diversas peças, como porteiras e chaves interruptoras...
Para isolamento de extremo de cerca: Material usado: 1 castanha + 1,0 m de arame de aço.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
2. Chave interruptora:
Para ligar e desligar lances de cercas: Material usado: 4 m de arame de aço + 30 cm de tubo 9/16”.
Mola Gancho
Punho isolado
média
Sobra de arame para ligação na cerca
5 cm
50 cm 10 cm 15 cm 30 cm 8 cm
LIGADA
DESLIGADA
Chave curta (Usada quando a rede é a cerca do Chave curta (Usada quando a rede é a cerca do Chave longa, ligada a uma
corredor) Quando desligada, deve ficar apoiada corredor) Quando ligada, deve ficar apoiada no rede de distribuição aérea.
entre a castanha e o moirão (área isolada). fio da cerca eletrificada
Este modelo de chave (com o custo de apenas R$ 1,75) substitui com vantagens funcionais (e,
principalmente econômicas), chaves industrializadas que chegam a custar mais de R$ 60,00!!
3. KIT Porteira. As porteiras são importantes elementos para a funcionalidade de projeto. Para a
instalação das porteiras, usamos 4 peças que são mostradas a seguir:
3.1 Punho para porteira: Material usado: 5 m de arame de aço + 30 cm de tubo isolador 9/16”
Limitador de Gancho
estiramento Punho isolado
Mola Fina da mola
Argola
5 cm
10 cm 15 cm 15 cm 30 cm 8 cm
42
Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
3.2 Terminal com castanha e dobradiça para porteira: Para instalação dos fios “choque” da
Porteira. Material usado: 1,10 m de arame + 1 castanha.
Castanha Dobradiça
3.3 - Terminal com dobradiça para porteira: Para instalação dos fios “terra” da Porteira. Material
usado: 1,10 m de arame.
Argola Dobradiça
3.4 – Alça para fechar a porteira: Material usado: Arame de aço + tubo isolador 7/16”.
Esta peça é feita no campo, na hora de sua instalação, pois o comprimento do tubo e do arame
depende do diâmetro do Moirão e do afastamento da castanha (Ver fotografia).
8 cm Arame de aço
Porteira de 3 fios - Fechada Punho e alça eletrificada Terminal com dobradiça e castanha
4. Cerca Móvel: Usada para dividir piquetes em parcelas menores. É constituída dos seguintes elementos:
4.1 – Alça isolada com mola: Usada para iniciar a instalação da cerca móvel.
Material usado: 6 m de arame de aço + 60 cm de tubo 7/16”
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
Limitador de
Alça isolada, com gancho
estiramento
Argola Mola Fina da mola
10 cm 20 cm 20 cm
60 cm de tubo 7/16”
15 cm
60 cm de tubo 7/16”
4.4 – Poste intermediário para cerca móvel: Usado para manter a altura da cerca móvel. Material usado:
1,70 m de ferro de construção (corrugado) de 3/8” + 2 isoladores para poste de ferro 3/8”. Existem
também bons modelos industrializados, com a vareta mostrada abaixo:
A cerca elétrica móvel propriamente dita pode ser um pedaço do próprio arame usado na cerca, ou um
pedaço de fio ou fita eletroplástico. (ver fotos ilustrativas):
44
Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
Cerca móvel - terminal de mola: início da Postes intermediários Cerca móvel - terminal de corrente e
instalação Artesanal e Industrial chave: finalizando a instalação.
A cerca móvel (usando fio eletroplástico em carretilhas) é utilizada também no manejo de grandes rebanhos.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
9. Transposição de porteiras e
corredores:
Transposição subterrânea:
usa para o fio “choque” o cabo
próprio de duplo isolamento e para o
fio “terra”, um fio de cobre sólido
com isolamento comum. A passagem
do fio “Choque” pode também ser
feito com o fio de cobre de
isolamento comum, mas dentro de
uma mangueira de plástico.
Transposição aérea:
é feita com o uso de 2 postes e dos
mesmos isoladores e arames usados
na cerca.
Recomendações: O tamanho da escolinha pode variar de 1000 m2 a 5.000 m2; A localização deve ser sempre ao
lado do curral para facilitar o acesso do gado; Os animais devem ser soltos no curral e irem por vontade própria
(sem correrias) para a escolinha; Todos os animais devem passar pelo treinamento antes de entrarem nos
piquetes de manejo. Basta que os animais em treinamento fiquem na escolinha por aproximadamente meio dia...
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
b. Tubo Isolador da alça de fechar porteira: sobra de 4 cm além do poste e 2 cm além da castanha.
Sobra de 4 cm Sobra de 2 cm
além do poste além da castanha
20 cm
c. Fixação do arame da cerca na castanha: enrolar o arame com voltas longas, apenas com as
mãos, de modo a facilitar a retirada em caso de necessidade.
d. Sobra do isolador tipo tubo nas lascas intermediárias: 4 cm para cada lado.
4 cm 4 cm
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
e. Verificação da voltagem da eletrificação da cerca. Para
um funcionamento adequado (respeito total pelos animais), a cerca
não deve nunca ficar abaixo dos 4.000 V. Caso a medição com o
voltímetro digital dê voltagem abaixo de 4000 V, deve-se procurar
identificar o problema para saná-lo.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
Estaca no Plantio Estaca - 90 dias do plantio Cerca com moirões vivos – Gliricídias adultas.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
Fases da colocação de uma estaca viva em cerca já construída (sem retirar o arame) usando isolador de garrafa PET.
No mercado encontramos todos os materiais necessários para construção de uma cerca elétrica de primeira
qualidade. Isto, porém não nos impede de usar em algumas situações de falta de materiais, ou numa
emergência, materiais alternativos que em muitos casos têm um efeito semelhante aos específicos, com a
vantagem de ser praticamente sem custo...
Mangueiras plásticas como isoladores de linha Tubo plástico “PVC” usado como isoladores de partida
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
Para a fixação da peça no moirão e a passagem do arame da cerca, fazemos buracos com ferro quente na peça.
15. Manutenção da cerca livre de contatos com o capim (limpeza feita pelo próprio gado):
Quando o pastoreio é bem planejado e executado, ou seja, a quantidade de animais é calculada em função
da quantidade de forragem existente, os animais são compelidos a consumirem toda a forragem disponível,
inclusive a que fica debaixo das cercas. Com isto o próprio gado mantém a cerca limpa!!!
Com o fio debaixo não eletrificado (terra) o gado aprende a comer debaixo da cerca, fazendo automaticamente uma
limpeza, dispensando roçadas ou aplicações de herbicidas, para manter a cerca sem contato com a vegetação. O
respeito à cerca continua total, pois se o animal forçar a passagem vai encostar-se ao fio do meio, tomando o
choque.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
resultados econômicos significativos... Como disse o André Sorio na sua participação no
texto sobre Manejo Sustentável de Pastagens (parte principal desta publicação): “Nunca
se terá os melhores resultados com o mínimo de envolvimento”
Espero que este trabalho seja de utilidade tanto para a formação de técnicos
“manejadores de pastagens” quanto para os produtores que procuram uma forma viável,
acessível e econômica de melhorarem o manejo de suas pastagens e terem sucesso em
suas propriedades.
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Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica - Jurandir Melado 2016
PATROCÍCNIO:
Material preparado para distribuição no âmbito da:
CAPACITAÇÃO EM SISTEMA SILVIPASTORIL
Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONTRATO 019/2016 – UGL/PDRS/BIRD
RESPONSABILIDADE TÉCNICA:
PECUÁRIA SUSTENTÁVEL
www.fazendaecologica.com.br
J MELADO CONSULTORIA ME
CNPJ: 20.509.042/0001-60
Escritório:
UD de Pastoreio Voisin;
UD de Formação Ecológica de Pastagens no Cerrado;
UD de Pastagem Ecológica;
UD de Cerca Elétrica padrão Fazenda Ecológica.
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