Técnicas de Compensação para Medidas Elétricas de Dispositivos e Estruturas de Rádio Frequência
Técnicas de Compensação para Medidas Elétricas de Dispositivos e Estruturas de Rádio Frequência
Técnicas de Compensação para Medidas Elétricas de Dispositivos e Estruturas de Rádio Frequência
CAMPINAS
2018
ii
CAMPINAS
2018
iii
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por toda a foça e perseverança em mais esta caminhada de
minha vida. Agradeço aos meus familiares que estiveram próximos todo o tempo apoiando meu
crescimento, em especial a Sra. Ana Maria Cortês abdicou diariamente sua vida para o sucesso de
minhas realizações.
Agradeço aos amigos do CTI Renato Archer, em especial aos colegas da NAPE que divi-
diram comigo seus desafios diários e compartilharam as experiências que formaram meu perfil
técnico e profissional, ao Prof. Dr. José Alexandre Diniz pelos ensinamentos que estimularam mi-
nha visão científica, ao colega Marcos Puydinger que dedicou precioso tempo para elucidar inú-
meras dúvidas que tive nesta jornada, aos Proessores Dr. Geraldo P. Caixeta e Dr. Luiz Carlos que
fundamentaram a base de minha formação acadêmica, e ao Dr. Serguei Balachov pelas inúmeras
tardes de aprendizado. Coloco também meus sinceros agradecimentos pelo acolhimento dos cole-
gas da equipe de Hardware da Padtec, em especial ao Sr. Marcelo de Oliveira Leme que acreditou
em minha competência para um novo e importante desafio em minha vida.
Agradeço a Sra. Rosângela Botelho Fernandes que esteve ao meu lado nas horas decisivas
de minha vida e de minha família, cujo apoio e carinho permitiram minha formação e mais esta
realização.
E por fim, coloco a fundamental participação do Prof. Dr. Leandro T. Manera, que me en-
sinou, orientou e principalmente acreditou em minha capacidade para o cumprimento de todos os
requisitos acadêmicos para a realização desta pesquisa.
vii
RESUMO
Com a demanda crescente de tecnologias aplicadas à comunicação e processamento de dados, o
aumento da frequência de operação dos dispositivos é o requisito necessário para o aumento do
tráfego de informação, e a caracterização destes produtos deve seguir técnicas adequadas de medi-
das aplicadas a rádio frequência. Estas técnicas são dependentes diretas de aspectos dos dispositi-
vos, como configuração das terminações, impedância característica, parâmetros parasitários intrín-
secos da estrutura e frequência de operação. Bipolos com terminação single-ended e impedância
característica próxima de 50 Ω podem ser medidos com técnica de reflexão sem comprometer a
exatidão de seus resultados. Porém bipolos de baixa ou alta impedância requerem técnicas de me-
dição Shunt-Thru e Series-Thru para reduzir efeitos parasitários responsáveis por aumento do erro
de medição. Foi realizado um experimento para demonstrar que uma determinada técnica para
medir um capacitor apresentou um erro de medição de até 4,2% em medidas de baixa frequência,
porém utilizando a mesma técnica em alta frequência o erro foi de 23,2%. Ainda é comum que
estes dispositivos sejam montados em estruturas, chamadas fixture, para possibilitar a conexão e
medição. A inclusão do fixture adiciona na caracterização parâmetros parasitários como admitância
paralela, impedância série, resistências de contato, bem como fenômeno de acoplamento magnético
existentes na interface entre o fixture e dispositivos. Estes parasitas devem ser compensados por
técnicas adequadas de De-Embedding, como Open De-Embedding e Three Step De-Embedding
que compensam diferentes conjuntos de parâmetros parasitários, e devem ser selecionadas con-
forme os mesmos aspectos citados do dispositivo sob test (DUT). O uso de ferramentas computa-
cionais otimiza a execução e exatidão dos resultados do De-Embedding, limitando desvios apenas
à fidelidade das estruturas fabricadas ou simuladas com o fixture usado efetivamente para compor-
tar o DUT. O De-Embedding realizado pelo método Three Step De-Embedding para a medição de
impedância de um dispositivo magnético de impedância variável apresentou erro de 4,1% con-
forme o resultado de referência em baixa frequência, enquando o método Open De-Embedding
resultou em 44,9% de erro para a mesma medição. A discrepância dos resultados de compensação
dos dois métodos de De-Embedding ocorreu devido a falta de compensação da impedância série
do fixture que é significativa, inerente de sua construção, reforçando a importância da seleção do
método adequado conforme proposta deste trabalho.
Palavras-chave: Rádio Frequência. Analisador de Redes. Técnicas de Medidas RF. Alta Frequên-
cia.
viii
ABSTRACT
With the increasing demand for technologies applied to communication and data processing, de-
vices operation at high frequency is a requirement for high information traffic, and the character-
ization of these products must follow proper radio frequency measurement techniques. These tech-
niques are directly dependent on aspects of the devices, such as the configuration of the termina-
tions, characteristic impedance, intrinsic structure parameters and operation frequency. Bipoles
with single-ended termination and characteristic impedance near to 50 Ω can be measured with
reflection technique without compromising the accuracy results. However very low or high imped-
ance bipoles require Shunt-Thru and Series-Thru measurement techniques to reduce parasitic ef-
fects responsible for increased measurement error. It was performed an experiment in order to
demonstrate that a specific technique to measure a capacitor has shown measurement error up to
4.2% at low frequency, but using the same technique at high frequency the error reaches 23.2%. It
is also usual mounting these devices in structures, called fixture, to enable connection and meas-
urement. The fixture inclusion adds the characterization parasitic parameters such as parallel ad-
mittance, series impedance, contact resistances, and magnetic coupling phenomena existing in the
interface between fixture and device. These parasites must be compensated by appropriate Embed-
ding techniques such as Open De-Embedding and Three Step De-Embedding, which compensate
different sets of parasitic parameters, and should be selected according to the same aspects of the
device under test (DUT). The employment of computational tools optimizes the execution and ac-
curacy of De-Embedding results, which renders deviations strictly based on similarities between
fabricated/simulated structures and the fixture used effectively to DUT connection. The compensa-
tion performed by the Three Step De-Embedding method was performed to compensate parasitics
in a variable impedance magnetic device measurement, and the outcome was 4.1% error as the
reference at low frequency, since the Open De-Embedding method returned in 44, 9% error for the
same measurement. These discrepant results occurred due to lack of impedance series compensa-
tion, which is significant, inherent to fixture construction, backing up the importance of proper
selecting of the method as proposed in this work.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Medida de insertion loss de cabos com diferentes qualidades [5]. .......................... 19
Figura 1.2 – Medida e simulação de impedância de estrutura capacitiva RF2 e Open. ............... 20
Figura 1.3 – fluxo das atividades da pesquisa científica sobre medidas RF de dispositivos. ...... 21
Figura 2.1 – HP 8410 Network Analyzer [6] . .............................................................................. 23
Figura 3.1 – Medição de tensão do 0 dBm. Gerador Agilent N5182A series MXG: 0 dBm / 30MHz;
Osciloscópio Agilent Infiniun DSA90604A: 223,9 mV RMS ou 328,9 mV de pico. Cabo de 50Ω.
....................................................................................................................................................... 29
Figura 3.2 – Propagação de onda através na fronteira de dois meios........................................... 33
Figura 3.3 – Linha de transmissão sem perdas – modelagem de circuitos. ................................. 35
Figura 3.4 – Linha de transmissão com perdas - modelagem de circuitos. .................................. 35
Figura 3.5 – Carta de Smith, linhas de resistência constante. ...................................................... 37
Figura 3.6 – Carta de Smith, linhas de reatância constante. ......................................................... 38
Figura 3.7 – Valores de reflexão na forma polar na Carta de Smith. ........................................... 38
Figura 3.8 – Valores de reflexão na forma polar na Carta de Smith. ........................................... 39
Figura 3.9 – Loop C1 com corrente i(t) induzindo campo elétrico e corrente no loop C2. ......... 41
Figura 3.10 – Ilustração da lei de Lenz ........................................................................................ 42
Figura 3.11 – Ilustração da lei de Correntes de Foucault ............................................................. 42
Figura 3.12 – Indução eletromagnética gerando skin effect. ........................................................ 43
Figura 3.13 – Profundidade pelicular δ. ....................................................................................... 43
Figura 3.14 – Amplitude do vetor densidade de corrente J em um condutor homogêneo. .......... 43
Figura 3.15 – Indução de corrente por proximidade. ................................................................... 45
Figura 3.16 – Efeito de proximidade entre 3 condutores paralelos. ............................................. 46
Figura 3.17 – Digrama de fluxo de sinal em um VNA. ............................................................... 47
Figura 3.18 – Diagrama de parâmetros S conforme portas do VNA. .......................................... 47
Figura 4.1 – Fluxograma de medição de dispositivos utilizando o VNA. ................................... 50
Figura 4.2 – Agilent E5071C ENA Series Network Analyzer. .................................................... 51
Figura 4.3 – kit coaxial Agilent 85052D - 3.5mm. ...................................................................... 51
Figura 4.4 – Kit on-wafer Cascade ISS 101-190 GSG. ................................................................ 51
x
Figura 4.5 – Mapa do Kit on-wafer Cascade ISS 101-190 GSG [32]. ......................................... 52
Figura 4.6 – Padrões do kit on-wafer Cascade ISS 101-190 GSG [32]. ....................................... 53
Figura 4.7 – Tips GSG e estrutura de alinhamento do kit on-wafer Cascade ISS 101-190 GSG [32].
........................................................................................................................................................ 53
Figura 4.8 – Probe Station manual Summit 11000 M (1), e Probe Station semiautomática Summit
12000 (2), integradas a instrumentos de medição. ......................................................................... 53
Figura 4.9 – Probes/Tips GSG, pitch 150 µm. ............................................................................. 54
Figura 4.10 – Probe Holders de suporte dos Probes/Tips GSG. Cabo coaxial GORE fixado. .... 54
Figura 4.11 – Portas do VNA (1), Cabos para conexão do DUT (2), novo plano de calibração (3)
........................................................................................................................................................ 54
Figura 4.12 – Padrões do kit on-wafer Cascade ISS 106-683 GS. ............................................... 55
Figura 4.13 – Tips GS e estrutura de alinhamento do kit on-wafer Cascade ISS 106-683 GS. .... 55
Figura 4.14 – Resultados de uma calibração Short, Open, Load e Thru. ..................................... 56
Figura 4.15 – Padrões planares Line de substrato de calibração para probes GSG [32]. ............. 57
Figura 4.16 – Detalhe de linhas de transmissão in-fixture e plano de calibração original e
extendido. ....................................................................................................................................... 58
Figura 5.1 – Guia de Onda Coplanar – Secção Transversal [10].................................................. 60
Figura 5.2 – Medição de parâmetro S11 de linha de transmissão sem perdas.............................. 61
Figura 5.3 – Medição de parâmetro S31 de linha de transmissão sem perdas.............................. 62
Figura 5.4 – Medição de impedância S11 de linha sem perdas. ................................................... 62
Figura 5.5 – Medição de return loss de linha sem perdas. ............................................................ 63
Figura 5.6 – Medição de impedância S31 de linha sem perdas. ................................................... 64
Figura 5.7 – Medição de insertion loss de linha sem perdas. ....................................................... 64
Figura 5.8 – Medição de SWR de linha sem perdas. .................................................................... 65
Figura 5.9 – Medição de parâmetro S11 de linha de transmissão com perdas. ............................ 65
Figura 5.10 – Medição de parâmetro S31 de linha de transmissão com perdas. .......................... 66
Figura 5.11 – Medição de impedância S11 de linha com perdas.................................................. 66
Figura 5.12 – Medição de return loss de linha com perdas. ......................................................... 67
Figura 5.13 – Medição de impedância S31 de linha com perdas.................................................. 68
Figura 5.14 – Medição de insertion loss de linha com perdas. ..................................................... 68
Figura 5.15 – Medição de SWR de linha com perdas................................................................... 70
xi
Figura 5.16 – Comparação entre fase do sinal refletido ≈ 1080˚ (TR5 - esquerda), e do sinal
transmitido λ ≈ 480˚ (TR6 - direita). ............................................................................................. 71
Figura 5.17 – Distorção na forma de onda causada pelo efeito Doppler, vista no domínio da
frequência. ..................................................................................................................................... 72
Figura 5.18 – Comparação entre fase do sinal refletido e return loss, frequências de ressonância.
....................................................................................................................................................... 72
Figura 5.19 –Atraso de grupo, sinal transmitido em guia de onda coplanar, parâmetro S31. ...... 73
Figura 5.20 – Tempo de atraso de sinal transmitido em cabo RG58, parâmetro S31. ................. 74
Figura 5.21 – Fase θ do sinal refletido e return loss, até frequências de ressonância 760 MHz.. 76
Figura 5.22 – Resultados de impedância, insertion loss e fase de sinal refletido. ....................... 77
Figura 5.23 – Fluxograma de seleção da técnica de medição. ..................................................... 79
Figura 5.24 – Exemplos de medição de capacitor fabricado em diferentes configurações. ......... 80
Figura 5.25 – Técnica Reflexão de Medição [3]. ......................................................................... 81
Figura 5.26 – Técnica Shunt-Thru de Medição [3]. ..................................................................... 81
Figura 5.27 – Técnica Series-Thru de Medição [3]...................................................................... 82
Figura 5.28 – Fluxo de avaliação para seleção da técnica de medida (caixas em vermelho). ..... 83
Figura 5.29 – Layout do indutor em configuração series-thru [42]. ............................................ 84
Figura 5.30 – Indutor I1D durante medição. ................................................................................ 84
Figura 5.31 – Resultados S11 indutor ID1, Azul: Medido; Vermelho: Simulado ......................... 84
Figura 5.32 – Resultados S22 indutor ID1, Azul: Medido; Vermelho: Simulado ........................ 84
Figura 5.33 – Resultados S11 indutor I1C, Azul: Medido; Vermelho: Simulado. ........................ 86
Figura 5.34 – Layout do capacitor em configuração series-thru.................................................. 88
Figura 5.35 – Simulação 3D de CB4. Setas indicam sentido da densidade de corrente. ............. 88
Figura 5.36 – Resultados de simulação e medição - S11 (azul medição e vermelho simulação).. 89
Figura 5.37 – Sinal RF trafegando em indutor planar. ................................................................. 92
Figura 5.38 – Sinal RF trafegando em indutor planar. ................................................................. 92
Figura 5.39 – Sinal RF trafegando em indutor planar. ................................................................. 93
Figura 5.40 – Modelagem circuital de indutor de 10 nH com capacitância parasita de 0,5 pF. .. 94
Figura 5.41 – Modelagem circuital de indutor de 10 nH com capacitância parasita de 0,1 pF. .. 95
Figura 6.1 – Detalhe de DUT montado em fixture. [8] ................................................................ 96
Figura 6.2 – Separação da estrutura sob medição em redes individuais [43]............................... 97
xii
Figura 6.3 – Relação das matrizes T das redes em série [43]. ...................................................... 98
Figura 6.4 – Indutor (DUT) montado em um fixture com alta resistência série e capacitaria parasita.
........................................................................................................................................................ 99
Figura 6.5 – Resultado da simulação de impedância do circuito da figura 6.4. ........................... 99
Figura 6.6 – Z indutor simulado utilizando ADS. ........................................................................ 99
Figura 6.7 – De-Embeding utilizando Matlab............................................................................... 99
Figura 6.8 – Simulação de resistor de 50 Ω conectado em estrutura de trilhas irregulares. ....... 100
Figura 6.9 – Resultado da simulação da estrutura da figura 6.8. ................................................ 101
Figura 6.10 – Simulação de trilhas compensadas pela toolbox De-Embed2. ............................. 101
Figura 6.11 – Resultado da simulação da estrutura da figura 6.10, após compensação. ............ 102
Figura 6.12 – Diagrama de fluxo para a realização do Three Step De-Embedding. ................... 103
Figura 6.13 – Fixture com DUT (nano disco Co); (b) Open; (c) Short; (d) Thru [46][47]. ....... 104
Figura 6.14 – Estruturas de De-Embedding Thru-Open-Short simuladas ADS, (a) trhu, (b) short,
(c) open. ....................................................................................................................................... 105
Figura 6.15 – Comparação de resultados entre os diferentes tipos de De-Embedding. .............. 106
Figura 6.16 – Comparação de resultados entre os diferentes tipos de De-Embedding. .............. 106
13
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
– Introdução ......................................................................................................... 17
1.1 Objetivos ........................................................................................................................ 18
1.2 Justificativa .................................................................................................................... 19
1.3 Metodologia ................................................................................................................... 21
– Resultados Experimentais................................................................................. 60
5.1 Técnicas de caracterização de linhas de transmissão e análise das medidas típicas do
VNA ..................................................................................................................................... 60
5.2 Medição de Impedância e Perdas em Linha de Transmissão Ideal ................................. 61
5.3 Medição de Impedância e Perdas em Linha de Transmissão Real .................................. 65
5.4 Classificação de dispositivos RF e interpretação de resultados ...................................... 78
5.5 Técnicas de Medição de Dispositivos Bipolos e Quadripolos para aplicação em RF ..... 80
5.6 Caracterização de Bipolos Elementares para aplicação RF ............................................ 83
5.7 Caracterização de Quadripolos RF e Compensação Parasitária ...................................... 91
– De-Embedding ................................................................................................... 96
6.1 Resultados Experimentais De-Embedding com Matlab .................................................. 98
6.2 Resultados Experimentais De-Embedding com Keysight ADS .................................... 100
6.3 Métodos de De-Embeding para Técnica de Medição Series-Thru ................................ 102
– Introdução
diferenciadas de compensação, uma vez que os elementos parasitários do componente não podem
ser isolados e o método tradicional de compensação não é aplicado.
Outro aspecto de atenção é a impedância do dispositivo. Cada técnica de medição é mais
adequada para valores de impedância de diferentes ordens de grandeza (baixa, alta, Z0). A seleção
adequada de métodos de compensação otimiza a eliminação de parasitas mais importantes em me-
dição de dispositivo de baixa impedância, enquanto outros métodos são mais eficazes para dispo-
sitivos de alta impedância [4]. Este universo de características combinadas é um desafio nas etapas
de caracterização, validação e qualificação de dispositivos. Este trabalho é motivado por este de-
safio, e tem como proposta central determinar as técnicas de caracterização mais adequadas para
diferentes dispositivos RF.
1.1 Objetivos
A meta que fundamenta este trabalho é prover um mapeamento detalhado das etapas de
medição de dispositivos RF. É conhecido que existem fatores como impedância de entrada/saída,
geometria, dimensão vias e proximidade de condutores aterrados responsáveis por tornar medidas,
especialmente em alta frequência, metodologicamente especificas. Isto torna grande a diversidade
dos métodos de medição existentes, tipicamente em função da frequência, do parâmetro medido e
do dispositivo.
Porém, existem etapas comuns aplicadas à maioria das medidas, principalmente relaciona-
das à configuração dos equipamentos e calibração. Desta maneira é possível sistematizar o processo
de medição partindo desta camada comum, e mapeando o processo de medição de modo top-down
para atingir níveis específicos relacionados ao tipo de componente, configuração de terminais, fre-
quência de medição, entre outros.
Após o mapemanto das técnicas de medição de diferentes classes de dispositivos, é desejá-
vel que procedimentos de medição sejam elaborados e disponibilizados para consulta da comuni-
dade. O objetivo destes procedimentos é otimizar trabalhos acadêmicos e científicos, bem como
subsidiar experimentos acadêmicos em laboratório e até fornecer à indústria (equipes de P&D)
métodos efeitovos de medidas RF em dispositivos diversos.
19
1.2 Justificativa
Figura 1.1 – Medida de insertion loss de cabos com diferentes qualidades [5].
20
Os chamados “cabo bom e cabo ruim” são exatamente os mesmos tipos de cabos, mesmo
fabricante e especificação técnica para operação até 30 GHz, porém o chamado “cabo ruim” é um
cabo mais velho (foi utilizado por anos) que o chamado “cabo bom”. Observamos na figura 1.1
que enquanto o “cabo bom” apresena perda de inserção em torno de -0.02 dB para 25GHz, o “cabo
ruim” apresenta -0.1 dB na mesma frequência. Este resultado pode não parecer expressivo, porém
para caracterização de dispositivos low-loss é crítico podendo até causar a desaprovação do resul-
tado. A seleção e montagem de acessórios adequados para a medição de parâmetros S é o primeiro
passo da técnica utilizada na medição, e a atenção necessária nesta etapa é justificada pelo exemplo
acima.
Observamos a seguir um exemplo exercitado através de simulações utilizando o programa
Keysight Advanced Design System (ADS) e medições de estruturas RF. A curva DUT RF2 é uma
simulação que representa o perfil esperado de uma estrutura capacitiva RF2 medida. O mesmo
pode ser observado nas curvas da estrutra em aberto (Open) simulada e medida.
1 2
valores nominais do componente medido, veremos nos capítulos seguintes que outros elementos
físicos interferem em uma medida e tais elementos podem ser previstos por uma adequada simula-
ção. Efeitos não previstos, como o deslocamento entre as curvas simuladas e medidas, ou os loops
observados nas curvas de medição da figura 1.2. podem representar defeitos no processo de fabri-
cação ou até a degradação do parâmetro medido quando o dispositivo sofre algum tipo de desgaste.
Se a simulação não considerar todos os parâmetros previsto em uma medição, ou a medição for
realizada utilizando uma técnica com erro significativo para o parâmetro avaliado, a referência se
torna equivocada e o resultado mascarado.
1.3 Metodologia
Figura 1.3 – fluxo das atividades da pesquisa científica sobre medidas RF de dispositivos.
22
A partir da compreensão física dos parâmetros parasitas que compões as medidas RF, as
atividades relacionadas a compensação de medidas são iniciadas. Estas atividades contêm estudos
que consideram características de cada tipo de medida, como frequência, impedância, conexões de
terra e arquitetura. Simulações e utilização de ferramentas como Matlab e Keysight ADS são im-
portantes nesta etapa e a interpretação dos resultados é dependente da compeensão dos efeitos e
fenômenos eletromagnéticos inerentes do método de medida (como indução, efeito pelicular e aco-
plamento eletromagnético).
Por fim, após a validação dos métodos de compensação, os estudos desenvolvidos serão a
referencia para a elaboração de procedimentos de medição, simulação e compensação. Estes pro-
cedimentos destinam-se à aplicação didática em laboratório (vide apêndices A até G).
– Revisão Bibliográfica
Mas a grande revolução na medição de dispositivos RF ainda estava por vir. Na mesma
época, o conceito de Parâmetros S se tornava popular e a integração de reflexão, transmissão e
impedância em um uma única representação bidimensional já mostrava promissora para otimizar
o processo de medição. A HP publicou o Application Note 77-1 para apresentar os benefícios da
medição de transistores através de parâmetros S utilizando o voltímetro vetorial HP 8405. Mas até
então os parâmetros eram medidos separadamente, e as consecutivas conexões e desconexões do
DUT (Device Under Test) a cada medição não só desperdiçavam tempo como comprometiam a
exatidão dos resultados [8].
Os métodos de De-Embedding continuaram sendo objetos de estudo, uma vez que a diver-
sidade de componentes é grande. O desenvolvimento tecnológico coloca no mercado novos mate-
riais e o desempenho dos componentes cresce com o passar dos anos. Esta tendência torna a indús-
tria de dispositivos RF dinâmica, e suas constantes novidades se tornam novos desafios para as
equipes de projeto, caracterização, validação, e qualificação de dispositivos. Em 2007 engenheiros
da Universidade das Filipinas mostraram que o método Open-De Embedding ou “OPD” (método
parcial do Three-Step De-Embedding) era satisfatoriamente eficiente para a compensação de efei-
25
tos parasitários em medidas de capacitores e indutores fabricados em substrato de silício, para me-
didas até 6 GHz. O OPD foi o método preferencial para este tipo de compensação uma vez que é
um método significativamente mais simples que o Three-Step De-Embedding, além da economia
de área no substrato (somente a estrutra Open era necessária para o De-Embedding) [15]. Em 2012
sul coreanos Min-Kwon Choi e Seonghearn Lee apresentaram uma nova proposta para o Improved
Three-Step De-Embedding adequada para medições de MOSFETs em nano escala (inferior a 45
nm) [16].
Mas não somente a compensação de efeitos parasitários foi foco de estudos para melhoria
da exatidão de medidas RF. Devido a sua constituição baseada em medição de parâmetros S, o
VNA atualmente pode medir parâmetros independente da construção do dispositivo ou do método
de análise. Para análise de filtros ou de componentes com única porta (em geral passivos), medição
de reflexão são adequadas dentro de requisitos específicos de impedância e frequência de resso-
nância. Em análise de quadripolos passivos ou ativos, medições conforme técnicas shunt-thru ou
series-thru são necessárias e dependentes da construção do dispositivo (ou da possibilidade de co-
nexão em série ou paralelo no VNA). Essas técnicas de medição reduzem erros de medição para
valores específicos de impedância, devendo ser selecionada se possível. De modo integrado, as
equipes de teste devem trabalhar com os times de desenvolvimento para prever estruturas de teste
e melhor topologia de medição [17].
Todos estes desafios ao longo da história foram objetos de estudo pela comunidade cientí-
fica tanto na indústria como na academia. Nos primeiros anos a solução de problemas era depen-
dente de recursos tecnologicamente limitados, porém após popularização da computação o curso
da superação científica tomou novas proporções. Em 1983 a empresa EEsof fundada por Charles
J. Abronson e Bill Childs começou a comercializar programas de simulação de circuitos analógicos
e digitais, incluindo os precursores de simulação para alta frequência Touchstone e Libra. Embora
hoje obsoleto, o simulador Touchstone foi largamente difundido e os arquivos gerados pelo pro-
grama com extensão .sNp se tornaram um epônimo presente até hoje nos simuladores da atualidade.
Estes arquivos touchstone são documentos ASCII contendo parâmetros S simulados. Em 1985 com
a primeira fusão com a HP, a EEsof lançou o programa Microwave Design System (MDS) fundindo
seus simuladores para alta frequência com o simulador HP. A grande difusão do simulador come-
26
çou a levantar oportunidades de melhoria para aplicações específicas, e poucos anos depois a em-
presa Ansoft foi fundada trazendo ao mercado a primeira versão do simulador High Frequency
Structure Simulator (HFSS). O HFSS se tornou largamente utilizado para simulação de antenas
devido ao seu método de elementos finitos. Em 1993 a EEsof foi integralmente comprada pela HP,
que por sua vez teve todo departamento de medição e simulação vendido para a Agilent em 1999.
Este departamento, originalmente da HP desde a fabricação dos primeiros instrumentos de medi-
ção, se emancipou da Agilent se tornando oficialmente norte-americana Keysight Technologies em
2014. A Keysight detém hoje todos os direitos e portifólio integral das ferramentas de medição
desde os tempos da HP. A EEsof agora sob a guarda da Keysight, se tornou a Keysight EEsof EDA.
Ao longo desta história o MDS se tornou o Advanced Design System (ADS), ainda na época da
Agilent. Conhecido mundialmente pelos métodos MoM (Momentum) e FEM (elementos finitos),
o ADS hoje é largamente utilizado para simulação de dispositivos RF. Seu concorrente HFSS (hoje
propriedade da Ansys) com seu sólido histórico em método de elementos finitos ainda é uma refe-
rência para simulações tridimensionais de larga escala, sendo a preferência para os projetistas de
antenas [18][19].
Estas soluções desenvolvidas longo da história compõe uma caixa de ferramentas impor-
tante para processos de medidas. O desenvolvimento de novas tecnologias hoje é veloz e consis-
tente graças a evolução alcançada, como pode ser observado nos recentes estudos de memórias
magnéticas através das propriedades de transporte em RF [21]. Simulações combinadas com téc-
nicas modernas de medição em alta frequência comprovam a eficiência destes novos estudos, jus-
tificando maiores investimento em novas frentes tecnológicas.
– Fundamentação teórica
, 10 log .
(1)
Onde:
P = Potência (W);
P.Normalizada = Potência Normalizada conforme os valores de referência Normalizada abaixo:
As nomenclaturas significam os níveis de grandeza da potência na unidade de Watts (W), para a
definição da referência normalizada:
dBW - unidade normalizada: 1 W;
dBm - unidade normalizada: 1 mW;
28
A conversão de 1 W em dBm é:
1
, 10 log 30
1
A conversão de 1 W em dBW é:
1
, 10 log 0
1
(2)
Lembrando que:
A conversão de 1 V em dBV é:
1
, 20 log 0
1
A conversão de 1 V em dBµV é:
1
μV, 20 log 120 μV
1 μV
29
Duas perguntas frequentes: “Para a potência de “X”dBm, qual é sua potência equivalente
em W e a amplitude da tensão em V?” Ou “Qual a potência em dBm equivalente para um sinal
com amplitude de “X” volts ou potência de “X” watts?
Aqui é importante, antes de tudo, termos o conhecimento da impedância da linha ou carga,
na qual a tensão é aplicada. Utilizaremos sempre o padrão da notação da potência de trabalho como
referência para encontrarmos a tensão normalizada para a impedância da linha ou carga. Vamos
adotar a unidade mais comum, o dBm:
1) A potência normalizada para 0 dBm é 1 mW.
(RMS)
Ou seja, a tensão normalizada sobre uma linha ou carga de 50Ω é 223 mV RMS (ou 315,4
mV de pico), assim, para 0 dBm, tem-se uma potência de 1 mW e uma tensão aplicada de 223 mV
RMS sobre uma carga de 50Ω.
Figura 3.1 – Medição de tensão do 0 dBm. Gerador Agilent N5182A series MXG: 0 dBm / 30MHz; Osci-
loscópio Agilent Infiniun DSA90604A: 223,9 mV RMS ou 328,9 mV de pico. Cabo de 50Ω.
A figura 3.1 ilustra um sinal senoidal de 0 dBm sendo gerado e analisado. Observamos no
osciloscópio os níveis de tensão medidos para a potência do sinal gerado. O descasamento de im-
pedância dos cabos e adaptadores utilizados fazem com que sinais sejam refletidos de volta ao
30
gerador. Estes sinais são somados à geração quando obsevado por uma carga, como em um osci-
loscópio utilizado para medição do gerador (figura 3.1). A diferença para o valor ideal calculado é
o erro de medição, sendo de +0,4 % para VRMS, e +4,3% para Vp.
3.1.5 ATENUADORES
A relação é tipicamente feita entre a tensão do sinal antes e depois da atenuação necessária.
Vejamos o exemplo tipicamente ocorrido em laboratório:
Para caracterizar a forma de onda de um sinal com 20 dBm, será usado um osciloscópio com canais
de alta impedância limitados em 5 V. Há disponível vários atenuadores de 10 dB e alguns de 5 dB.
Quantas vezes o sinal deverá ser atenuado e qual a configuração de atenuação necessária, para que
a medição não danifique o equipamento?
%& '
20 10 log ⟹ 10 (& 100
1
)*+*, - *,.* / 0- â+2/* 1 34;
√100 . 134 316 ⟹ 7-8á +-2-77á8/: *.-+;*8 : 7/+*, - 2-82* - 100 <-=-7
3,16 %
*.-+;*8 100> 3,16 ⇒ 9,986 μW
1 34
9,986 μW
10 log −DE FGH
1
⇒ 0*8* *.-+;*8 100> : 7/+*, - 20 , é +-2-77á8/: *.-+;*8 40 4 *.-+;* :8-7 - 10 .
31
(3)
(4)
Em suas próximas equações (5 e 6), Maxwell mostra a relação entre campos elétrico e mag-
nético através do rotacional, introduzindo o conceito de correntes de deslocamento e como sinais
eletromagnéticos não necessitam de meios materiais para se propagar.
(5)
(6)
A quarta equação de Maxwell é uma emenda da lei de Ampère. Em sua forma original, a lei
de Ampère demonstra a formação de campo magnético variável no tempo se dá através do vetor
coloca que o campo magnético variável é produto não só de , mas também da densidade de
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
A velocidade de fase é dada pela razão entre frequência angular e a constante de fase
ou pelo produto do comprimento de onda com a frequência em Hz, conforme equação 8. Neste
momento relaciona-se a velocidade com frequência e comprimento de onda, onde podemos dizer
que o comprimento de onda λ é dado pela equação 9 considerando propagação de onda no vácuo
[22]. Em linhas de transmissão ou em meios diferentes do vácuo a velocidade é menor devido a
permeabilidade e permissividade do meio/linha [23]. Relacionando a velocidade de propagação de
onda em um meio/linha com a velocidade de propagação no vácuo, obtemos o “Fator de velocidade
- Fv”, dado pela equação 10. Deste modo, o comprimento de onda em uma linha de transmissão
33
sem perdas é dada pela equação 11, onde multiplicamos a velocidade de propagação no vácuo pelo
fator de velocidade “Fv” (velocidade de propagação de onda na linha sem perdas).
Em todos os tipos de meios, com ou sem perdas, o comprimento de onda pode ser relacio-
nado com a constante de fase β, onde partindo da equação 8 obtemos λ = 2π/β
Considere uma onda se propagando na direção z através de dois meios, onde o primeiro,
para z < 0 é livre de perdas com impedância característica η0, e o segundo z > 0 possui perdas e
impedância característica η (figura 3). Em z < 0 podemos assumir que a onda incidente possui vetor
do campo elétrico orientado no eixo x. Logo, os campos elétrico e magnético da onda incidente
podem ser descritos, para z< 0, conforme equações 12 e 13. Quando a onda incidente atinge a
fronteira entre os dois meios, parte da onda é refletida retornando à origem devido ao descasamento
entre a impedância η0 e η. Logo, em z < 0, também existe uma onda refletida com campos elétrico
e magnético descritos pelas equações 14 e 15. A parte da onda que não é refletida de volta à origem,
é transmitida pelo meio com perdas z > 0. Os campos elétrico e magnético da onda transmitida são
descritos pelas equações 16 e 17 [10].
(12)
(13)
(14)
(15)
(16)
(17)
(18)
(19)
na figura 3.4 que além das indutâncias e capacitâncias existem elementos que representam as per-
das, como a resistência série R que representa a condutividade limitada dos condutores e a condu-
tância shunt G que representa perdas no material dielétrico entre os condutores [1].
Figura 3.3 – Linha de transmissão sem perdas – Figura 3.4 – Linha de transmissão com perdas -
modelagem de circuitos. modelagem de circuitos.
(20)
(23)
(24)
Linhas de transmissão como trilhas, guias de ondas, cabos e demais tipos de condutores de
sinais possuem as características resistiva e reativa do modelo de circuito citado neste capítulo. Se
estas características elétricas são conhecidas (obtidas através de simulação ou medição), a impe-
dância característica desta guia pode ser calculada; e reciprocamente se a impedância de uma linha
36
ou circuito pode ser medida, as características elétricas podem ser obtidas. Estes conceitos funda-
mentam a compreensão do método de medição de dispositivos e compensação de elementos para-
sitários que serão apresentados neste trabalho.
Conforme citado neste capítulo, quando há descasamento de impedância entre dois meios,
há reflexão da onda propagada na linha. Logo, parte do sinal é refletido e parte é transmitido, ha-
vendo perdas características nos sinais refletidos e transmitidos [10]. Esta perda de potência são
chamadas de “return loss” (perda do sinal refletido) e “insertion loss” (perda na inserção, ou perda
do sinal transmitido). Na equação 25 temos o coeficiente de reflexão Γ, relacionando o sinal refle-
tido com o sinal incidente, que também pode ser descrito com a relação entre as impedâncias de
linha e carga. O return loss é calculado conforme equação 26.
(25)
(26)
A parte do sinal incidente que não é refletida é transmitida com menor de potência devido
a parte refletida. Ao atravessar o meio, o sinal transmitido sofre mais perdas chamadas de perdas
de inserção (Insertion Loss). A equação 27 descreve o coeficiente de transmissão, o que é válido
somente se as linhas tiverem com comprimento igual a zero [10]. O insertion loss é calculado
conforme equação 28.
(27)
(28)
Porém a equação 27 só é válida quando consideramos linhas com comprimento igual a zero
ou se os descasamentos de impedância ao longo da linha forem desprezados [10].
A Carta de Smith é um recurso gráfico muito útil para mapeamento e impedância em linhas
de transmissão. Criada em 1939 por P. Smith (Bell Labs), a técnica gráfica utilizada manualmente
por décadas hoje faz parte da maioria das representações computacionais gráficas que expressam
impedância. Abordaremos nesta seção os fundamentos da leitura de impedância na Carta de Smith,
37
uma vez que tal aptidão será requisito para interpretação dos resultados de simulações computaci-
onais e medições com o VNA deste trabalho.
O fundamento para leitura de parâmetros na Carta de Smith é o entendimento de que sua
construção é baseada na representação gráfica do coeficiente de reflexão Γ em sua forma polar
. A magnitude é traçada em como um raio a partir do centro da carta, e o
ângulo θ (-180˚≤ θ ≤ 180˚) é dado pelo movimento em sentido horário de seu eixo horizontal. A
praticidade da Carta de Smith reside na conversão de coeficiente de reflexão Γ em impedância (ou
(N|Г|R SѲ
L (30)
M|Г|R SѲ
Logo, os valores descritos em uma Carta de Smith podem ser normalizados para qualquer
impedância característica. Desta forma, o centro da Carta de Smith sempre representa ou
A reatância leva o valor acima ou abaixo da linha horizontal central da Carta de Smith,
seguindo a fase do sinal propagado na linha de transmissão. Em sentido horário, partindo de ∞ Ω
até 0 Ω, temos fase de 0˚ à -180˚. No sentido oposto da mesma origem, 0˚ à 180˚. Na figura 3.7
podemos observar alguns exemplos de impedância na Carta de Smith, representadas por reflexão
em sua forma polar .
Conforme a estrutura da Carta de Smith, podemos observar na figura 3.8 que todos os va-
lores de impedância acima da linha horizontal central da Carta representam valores de impedância
INDUTIVA (fasor com ângulo de 0 à 180˚, forma complexa reatância +j), enquanto os valores de
impedância localizados abaixo la linha horizontal central representam valores de impedância CA-
PACITIVA (fasor com ângulo de 0 à -180˚, forma complexa reatância -j).
(31)
(32)
40
(33)
O cálculo inverso pode ser realizado, onde podemos calcular o módulo do coeficiente de
reflexão a partir do SWR, conforme equação 34 [23]. Também, a partir do coeficiente de reflexão
conseguimos calcular a impedância da carga, conforme equação 35.
(34)
(35)
Lei de Lenz: A corrente induzida em um condutor circular (loop) por um campo magnético gera
um segundo campo magnético contrário ao campo magnético que originou a corrente. Se isto não
ocorresse e a corrente induzida gerasse o segundo campo magnético no mesmo sentido do campo
magnético que origina a corrente, a intensidade do campo magnético original aumentaria e conse-
quentemente aumentaria a corrente induzida, se tornando um ciclo infinito de aumento de energia.
42
Isto quer dizer que o aumento de corrente induzida no condutor em loop tende a diminuir o
flux magnético através dele. A figura 3.10 ilustra o aumento de flux magnético com a aproximação
do ímã, gerando corrente no sentido oposto ao fluxo conforme a regra da mão direita [26].
Também conhecido como skin effect, o efeito pelicular é caracterizado pela tendência de
circulação de corrente pela periferia de um conector. Em frequências muito altas, a corrente ou
densidade de corrente é restrita em uma fina camada próxima da superfície do condutor, gerando
aumento de resistência elétrica e consequentemente perdas devido a redução da área útil do con-
dutor. A indutância interna é igualmente modificada, aumentando conforme aumento de frequên-
cia.
O efeito pelicular é gerado por indução eletromagnética. A figura 3.12 ilustra a causa deste
efeito. Quando uma corrente elétrica I flui por um condutor, o campo magnético H é induzido em
torno do condutor conforme a regra da mão direita, variando conforme a frequência da corrente I.
Segundo a lei de Lenz, corrente induzida produz fluxo magnético oposto ao fluxo externo, resul-
tando em redução do fluxo magnético total: a variação de H gera correntes de Foucault Iw em torno
das linhas de campo H que por sua vez gera força eletromotriz oposta a corrente I no centro do
condutor, forçando os elétrons migrarem para a superfície. Quanto maior a frequência, mais intenso
é a força eletromotriz oposta e mais extrema é a concentração de elétrons na superfície. Frequências
muito altas resultam em profundidade pelicular δ mínima (figura 3.13), aumentando a resistência
elétrica e gerando perdas.
1
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Skineffect_reason.svg>. Acesso em nov. 2017.
2
Disponível em: <https://www.arrow.com/en/research-and-events/articles/the-skinny-on-the-skin-effect>. Acesso em nov. 2017.
44
máxima. Porém conforme aumenta (devido à um aumento de frequência [27]) em uma superfí-
cie cada vez mais fina, o componente y aumenta e Jz torna-se limitado (figura 3.14) [26].
Logo, em alta frequência a corrente será concentrada no limite extremo da superfície do
condutor, e a densidade de corrente será máxima na superfície, porém decrescerá exponencialmente
conforme aumento de y.
(36)
(37)
A intensidade do vetor densidade de corrente pode ser calculada conforme a equação 36,
Somente 1 campo magnético faz interação entre os condutores (a) e (b), sendo originado
em (a). Logo o as perdas de potência do condutor 1 é P1. Conforme indução de correntes de Fou-
cault no segundo condutor, há circulação de corrente na superfície de um lado a outro, gerando
campo magnético oposto ao campo induzido pela corrente do primeiro condutor. Por sua vez, o
campo gerado no condutor (b) induz correntes no condutor 3 conforme o mesmo princípio. Este
condutor (b) possui perdas oriundas das interações de ambos os lados (esquerdo com condutor “a”
e direito com condutor “c”).
46
(a) P1 = Irms².h/δ.Rdc
(b) P2 = 2P1
(c) P3 = 2P2
(39)
47
A figura 3.18 apresenta o sentido dos sinais que atravessam o DUT (transmissão) e que são
48
refletidos de volta para a origem do sinal (reflexão). Conforme a figura 3.18 um parâmetro S11
expressa a resposta do dispositivo quanto a sua característica de reflexão, avaliando o sinal (padrão
de varredura) que foi emitido pela porta 1 e que retornou/foi medido pela mesma porta 1. De modo
similar, o parâmetro S21 expressa a resposta do dispositivo quanto a sua característica de transmis-
são, através do sinal que é emitido pela porta 1, atravessa o DUT e chega até a porta 2 onde é
medido.
Os Parâmetros S são relacionados matematicamente pela “matriz S” (equação 40) que nos
dá a descrição completa da rede em medição, através do conceito de quadripolos. A matriz S rela-
ciona a tensão de ondas incidentes [Vn+] com a tensão de ondas refletidas [Vn-] em uma porta “n”,
fornecendo deste modo as perdas sofridas na rede [10].
(40)
(41)
Cada elemento da matriz S pode ser determinado pela equação 41, onde “i” e “j” são res-
pectivamente saída e entrada de uma rede. Logo, os parâmetros S11 e S21 ficam são representados
pelas equações 42 e 43:
(42)
(43)
Os parâmetros S11 e S22 são chamados de parâmetros de reflexão, cujo valor obtido é o
próprio coeficiente de reflexão , ou seja, S11 = na entrada ou na porta 1 do VNA, e S22 = Γ na
saída ou na porta 2 do VNA (S11: Sinal emitido pela porta 1 e recebido na porta 1; S22: Sinal emitido
pela porta 2 e recebido na porta 2).
Os parâmetros S21 e S12 são chamados de parâmetros de inserção ou transmissão, cujo valor
obtido é o próprio coeficiente de transmissão T, ou seja, S21 = T no sentido direto de medição, e
S12 = T no sentido reverso de medição (S12: Sinal emitido pela porta 1 e recebido na porta 2; S12:
Sinal emitido pela porta 2 e recebido na porta 1) [11].
49
Conforme visto nas equações 26 e 28, return loss e insertion loss podem ser calculados a
partir dos coeficientes de reflexão e transmissão. Uma vez que os parâmetros S representam estes
coeficientes, estas perdas podem ser calculadas (em dB) conforme equações 46 e 47:
(46)
(47)
Dentro do contexto da revisão realizada neste capítulo, onde foram discutidas as teorias de
propagação de sinais, efeitoes eletromagnéticos em alta frequência e os princípios matemáticos
para aplicação dos parametros S, podemos apresentar as técnicas mais utilizadas para medição e
compensaão parasitária. Introduziremos o próximo capítulo apresentando o fluxo típico de
medições de dispositivos RF e os equipamentos utilizados para os experimentos que serão
estudados no capítulo 4.
50
Neste trabalho será definido os métodos mais adequados para a realização das etapas deste
fluxograma que dependem do tipo de dispositivo. Estas etapas são: Calibração, Medição e Com-
pensação (De-Embedding).
51
Equipamentos de medição e acessórios para alta frequência são requisitos para a realização
das atividades experimentais deste trabalho. Os principais equipamentos e acessórios utilizados
serão descritos nesta seção.
Utilizado para medidas de parâmetros S, o VNA E5071 (figura 4.2) possui faixa de varre-
dura de 300kHz até 20GHz com até 1601 pontos, e 4 portas para medidas diferenciais. Equipado
com recursos computacionais para detecção automática de kit eletrônico de calibração [30], exten-
são automática de portas (APE) [31] e compensação De-Embedding através de arquivos touchstone
ou medições realizadas com o próprio instrument [19]. Equipamento disponível no laboratório
NAPE/CTI Renato Archer, em Campias (2017).
Figura 4.3 – kit coaxial Agilent 85052D - Figura 4.4 – Kit on-wafer Cascade ISS 101-190
3.5mm. GSG.
52
O kit 85052D (figura 4.3) é usado para calibração SOLT com interface coaxial. É reco-
mendado o uso de chave de torque controlado para fixação dos conectores SMA. O kit on-wafer
Cascade ISS 101-190 GSG (figura 4.4) é fabricado em substrato Alumina, com espessura de 635µm
e constante dialética de 9.9. Permite calibrações até 67 GHz com interface GSG com pitch de 100-
250 µm. No kit há várias estruturas do mesmo tipo para calibrações SOLT e TRL (o contato da
probe desgasta as finas estruturas), bem como estruturas de alinhamento para calibrações automa-
tizadas.
Figura 4.5 – Mapa do Kit on-wafer Cascade ISS 101-190 GSG [32].
O mapa completo do ISS 101-190 pode ser observado na figura 4.5, e o detalhamento das
estruturas de calibração e alinhamento nas figuras 4.6 e 4.7. Pontas de prova, ou probes, para RF
que possuem extremos (Tips) para estruturas pequenas com dimensão (pitch) inferior a 100 µm
tipicamente utilizam configuração ground-signal-ground, ou GSG. Esta configuração é útil para
reduzir o caminho da corrente do sinal (signal) para o terra (ground – GND), condição desejada
53
para redução de efeitos de propagação. Com dois terras e sinal no centro, estrutras podem ser fa-
bricadas com vias de GND e ambos os lados, e o retorno do sinal (via central) é o mais curto
possível independente da posição dos terminais da estrutura.
Figura 4.6 – Padrões do kit on-wafer Figura 4.7 – Tips GSG e estrutura de alinhamento do kit on-
Cascade ISS 101-190 GSG [32]. wafer Cascade ISS 101-190 GSG [32].
C) Probe Station
Figura 4.8 – Probe Station manual Summit 11000 M (1), e Probe Station semiautomática
Summit 12000 (2), integradas a instrumentos de medição.
A Probe Station possui uma câmera adptada para registro fotográfico. No detalhe 2, a Probe Sta-
tion semiautomática Summit 12000 utilizada para medições repetitivas e melhorias na exatidão de
calibração. Possui processamento e software para sincronia do deslocamento xyz com equipamento
de medição. Equipado com software WinCalXE [32] para calibração automatizada e aquisição de
54
medidas feitas com VNA. Ambos os micro-manipuladores possuem chuck de 200 mm e base para
fixação de posicionares DC e RF por fixação magnética ou mecânica.
Na figura 4.9 observamos Probes (Tips) com configuração GSG posicionados em estrutra ade-
quada para contatos GSG e na figura 4.10 os Probe Holders que fixam os Probes.
Figura 4.9 – Probes/Tips GSG, pitch Figura 4.10 – Probe Holders de suporte
150 µm. dos Probes/Tips GSG. Cabo coaxial GORE
fixado.
Após montagem de todos os acessórios pertinentes no VNA deve-se calibrar o VNA antes
de iniciar qualquer medição. Abordaremos neste trabalho duas técnicas largamente utilizadas, cha-
madas SOLT e TRL.
Os padrões SOLT para calibração on-wafer devem ser fabricados em substratos especiais
para calibração. As estruturas que formam os padrões Short, Open, Load e Thru devem prever o
tipo de prove utilizada para o contato elétrico. Como exemplos, o substrato de calibração Cascade
ISS 101-190 é preparado para probes GSG com pitch de 150 µm, enquanto outro modelo como
Cascade 106-683 GS é preparado para probes GS com pitch de 250 µm (figura 4.12 e 4.13):
Figura 4.12 – Padrões do kit on-wafer Cascade Figura 4.13 – Tips GS e estrutura de alinhamento do
56
A exatidão da calibração SOLT é definida pela qualidade de seus padrões reflexivos (Open
e Short - devem possuir parâmetros conhecidos e muito bem definidos de capacitância e indutân-
cia), e principalmente do padrão Load que deve ser fabricado com impedância mais próxima pos-
sível de 50 + j 0 Ω para uma larga faixa de frequência. Quando estes padrões críticos, em especial
o Load, não podem ser obtidos, este método de calibração não deve ser usado.
A calibração TRL utiliza os padrões Thru, Reflection e Line, cujos padrões são semelhantes
da calibração SOLT como Thru e padrões reflexivos Open e Short. O padrão Line é um Thru de
comprimento determinado.
• Qualidade depende apenas da fabricação do padrão Line (linha bem casada em 50 Ω);
Em modo geral, a grande diferença e vantagem deste tipo de calibração é a fácil obtenção
e fabricação dos padrões de calibração, tornando-se um método otimizado para medidas em meios
não coaxiais (non-coaxial), como medidas em wafer (on-wafer) e em fixtures customizados (in-
fixture). Esta facilidade ocorre, pois, o projeto e construção do padrão Line (linha de transmissão
50 Ω) e dos padrões reflexivos pode ser facilmente implementado dentro das estruturas de fixação,
substrado ou placa de circuito impresso. Porém, o método não funciona para calibração e medidas
em faixa larga [30].
O recurso manual da extensão de portas encontrado nos VNAs permite que seja inserido
manualmente o atraso elétrico necessário para deslocar o plano de calibração até as extremidades
das linhas do fixture, nas quais o DUT é montado. Este recurso não compensa as perdas por inser-
ção (insertion loss) e nem descasamentos de impedância, mas somente a defasagem do sinal devido
à linha excedente.
Figura 4.16 – Detalhe de linhas de transmissão in-fixture e plano de calibração original e extendido.
A figura 4.16 ilustra um caso típico em que a Extensão de Portas é utilizada para a medição
de um chip (DUT) que será montado na região central da placa ilustrada, desprezando parcialmente
59
alguns efeitos parasitas das trilhas internas e conexões. Com os planos de calibração limitados nas
conexões de entrada de uma placa, as trilhas que conduzem o sinal até o centro (região do DUT)
são compensadas pela APE através da medição de um circuito aberto (trilhas abertas já simulam o
padrão Open para a APE) e de um curto-circuito que deverá ser inserido (padrão Short).
Nos VNAs mais modernos (linha ENA, PXI da Keysight), além da opção manual de ajuste
de Extensão de Portas, existe uma opção automática de ferramenta, conhecida como APE (auto-
matic port extension). Esta ferramenta é capaz de compensar, além do atraso elétrico, o insertion
loss gerado pela linha excedente. Para realizar o APE, é necessário conectar as terminações das
linhas internas do fixture padrões Open e Short e detectá-los no sistema do VNA. Através de pro-
cessamento computacional do VNA, a detecção automática dos padrões reflexivos calcula as per-
das e atrasos elétricos, eliminando-os da medição sem a necessidade de inserir manualmente dados
e consequentemente aumentando a exatidão da Extensão de Portas [30].
60
– Resultados Experimentais
5.1 Técnicas de caracterização de linhas de transmissão e análise das medidas típicas do VNA
Os resultados dos experimentos deste capítulo irão consolidar a compreensão das medidas
típicas de linhas de transmissão através dos conceitos teóricos do capítulo 3, e irão revelar técnicas
efetivas de medição de fator de velocidade e comprimento de linhas de transmissão, utilizando o
VNA. Portanto o primeiro dispositivo estudado neste trabalho será uma guia de onda coplanar,
cujas as conclusões poderão ser extrapoladas para outros tipos de linha de transmissão conforme
veremos ao longo do capítulo.
A guia de onda coplanar caracterizada no item 5.4.3 foi fabricada com placa cobreada com
dielétrico FR4 Rogers RO4000 R = 3,55, comprimento L = 50 mm, espaçamento (gap) G = 0,2
mm e largura de trilha W = 1,6 mm. A espessura do dielétrico H usado é de 1,524 mm.
Mas antes de medir a guia de onda, será caracterizado um padrão Thru para a referência de
61
uma linha de transmissão ideal. Os resultados desta caracterização validarão o método utilizado de
medição da guia de onda.
Todas as medições tratadas nesta seção são realizadas com VNA Agilent E5071C, calibrado
pelo método SOLT em toda a faixa (300 kHz até 20 GHz) com 1601 pontos e 0dBm. Foram utili-
zadas as portas 1 e 3, logo os parâmetros medidos pelo VNA são S11, S31, S13 e S33.
Como referência de uma linha de transmissão ideal, utilizaremos o padrão “Thru” do kit de
calibração do VNA. O Thru utilizado é uma linha de transmissão coaxial com impedância caracte-
rística muito próxima de 50 Ω.
Observamos na figura 5.2 que o parâmetro S11, formados por números complexos, resultam
em 279µ – j32.7µ para a frequência de 740 MHz.
Na figura 5.3 observamos os valores complexos do parâmetro S31, com módulo muito pró-
ximo de “1”, justificando a fundamentação teórica exposta no capítulo 3.
62
Impedância: Observando a figura 5.4, medindo o parâmetro S11 notamos na Carta de Smith
um círculo muito pequeno (quase um ponto) bem no centro. No parâmetro de reflexão, isso mostra
que a linha possui de impedância 50 Ω e está perfeitamente casada (obviamente considerando 50
Ω como referencia). Isso nos mostra que a reflexão de onda é praticamente nula em um bom casa-
mento, validando a medição através do conceito citado no item 3.2.3.
Return Loss: Observando a figura 5.5, o parâmetro S11 exibe perda alta do sinal refletido,
sendo a menor perda em torno de 36 dB para a frequência de 18 GHz. Isso nos mostra que o sinal
63
refletido é muito baixo ou praticamente nulo, devido a um bom casamento de impedância da linha
com o VNA. Este resultado é esperado conforme equação 26.
Insertion Loss: Observando a figura 5.6, a Carta de Smith mostra um círculo muito pe-
queno (quase um ponto) bem na região de circuito aberto. No VNA, a Carta de Smith não detecta
por qual porta o sinal é emitido ou recebido, portanto os resultados exibidos neste formato de exi-
bição serão inversamente análogos aos resultados da medição dos parâmetros de reflexão (S11 ou
S33). A leitura de um parâmetro de transmissão na Carta faz com que o sinal transmitido seja todo
recebido na outra porta (independente de qual porta tenha transmitido o sinal). Isto fará com que o
resultado na Carta seja um circuito aberto, pois uma das portas (porta 3 no nosso caso) recebe todo
o sinal transmitido por uma porta qualquer (porta 1 no nosso caso), da mesma forma em que seria
exibido o resultado no caso de uma reflexão total medida pelo parâmetro S11, cuja porta 1 receberia
todo o sinal transmitido por ela mesma. Do ponto de vista de nossa medida de transmissão S31, este
resultado indica que todo o sinal foi recebido, portanto não houve perdas na transmissão.
64
SWR: Observando a figura 5.8, o parâmetro S11 exibe a relação de onda estacionaria. O
resultado é praticamente 1 (o maior valor observado é de 1,05 na frequência próxima de 18 GHz).
Este resultado nos mostra que o nível de tensão da onda ao longo da linha é constante e que toda a
potência esta sendo entregue à carga. Sabendo da relação deste parâmetro com o coeficiente de
reflexão, também podemos afirmar que a linha e carga estão bem casados. Aplicando o coeficiente
65
de reflexão medido conforme figura 5.2 (760 MHz), a equação 35 retorna valor de SWR = 1,001,
validando o resultado da medição figura 5.8.
Uma linha de transmissão real pode possuir descasamento de impedância, mesmo sendo pro-
jetada para 50 Ω. É de conhecimento que é difícil projetar e construir circuitos perfeitamente casa-
dos para operação em alta frequência.
Neste item os experimentos serão conduzidos utilizando a guia de onda apresentada anterior-
mente. Iniciaremos com a análise dos parâmetros S (parte real e parte imaginária) obtidos pelas
medições de S11 e S13.
Observamos na figura 5.9 que o módulo dos valores complexos de S11 tende a “0” enquanto
o módulo dos valores complexos de S31 da figura 5.10 tende a 1 para a faixa de frequência de até
66
3 GHz. Com esta análise prévia temos indícios que a melhor faixa de operação para esta linha é
abaixo de 5 GHz, conforme a especificação de seu material.
Reduzindo a faixa de medição para até 5 GHz para aumento de resolução na faixa de inte-
resse, novamente alteramos o modo de exibição do VNA para leitura dos demais parâmetros de
propagação.
Impedância em ponto único de frequência: Observando a figura 5.11, obtemos 35,67 +
j1,62 Ω, na frequência de 760 MHz (muito próximo à ressonância). Vamos utilizar esta impedância
na mesma frequência, como informação para as análises seguintes.
Return Loss: Conforme visto no capítulo 3, podemos calcularmos o coeficiente de reflexão para
a impedância medida de 35,815 + j 1,535 Ω, para frequencia de 760 MHz:
Insertion Loss: Na figura 5.13, a Carta de Smith mostra a curva muito próxima da borda.
Ao calcularmos insertion loss conforme equação 30 usando o coeficiente de transmissão medido
conforme figura 5.10, o resultado não condiz com o valor da figura 5.14. Mas porquê isto acontece?
68
Figura 5.13 – Medição de impedância S31 de li- Figura 5.14 – Medição de insertion loss de linha
nha com perdas. com perdas.
A resposta para essa pergunta reside no conceito tratado por POZAR (2012), conforme
citado no item 3.2.3. Em linhas de transmissão ideais com comprimento desprezível, não há des-
casamento ao longo da linha e a equação 29 é válida. Quando há descasamento em uma linha de
comprimento especifico, o coeficiente de reflexão não pode ser somado a 1 para a obtenção do
coeficiente de reflexão.
Conforme visto no experimento da linha ideal, a transmissão não pode ser diretamente ana-
lisada utilizando a Carta de Smith (a Carta de Smith é fundamentada pela análise de reflexão [35]),
sendo necessário uma conversão análoga com a reflexão. Porém como observamos no gráfico TR7
da figura 5.13, o parâmetro de transmissão também é exibido na Carta de Smith. Quando uma linha
é perfeitamente casada enxergamos um ponto exatamente na região “infinito” da Carta de Smith
se o coeficiente de transmissão é analisado [36], e as conclusões do experimento da linha ideal são
válidos. Mas e os resultados de TR7 - figura 5,13 que mostram a resposta de impedância S21 para
uma linha não ideal? Como relacionar uma leitura S21 de impedância na Carta de Smith?
, logo:
69
Mas quando é considerado todo o comprimento de uma linha real, sabemos que a impedân-
cia ao longo da linha varia conforme a frequência aumenta e consequentemente o descasamento
também. Neste caso, o coeficiente de transmissão “T” não é a soma do coeficiente de reflexão “Γ"
com a constante “1”, mas sim a soma do “Γ" com um número complexo “c” que representa a
variação da impedância no determinado ponto da linha (na Carta de Smith será indicado uma im-
pedância no formato de um numero complexo, diferente de “∞”).
Conforme esta teoria, podemos calcular novamente o insertion loss utilizando a impedância
medida na Carta de Smith pelo parâmetro S31 (figura 5.13) para o cálculo do coeficiente de trans-
missão, porém desta vez usaremos a equação do coeficiente de reflexão (equação 25), conforme
concepção da Carta de Smith:
Como podemos ver no gráfico TR8 da figura 5.14, o resultado de insertion loss é exata-
mente perda de 0,236 dB conforme o cálculo acima. Portanto, o método de utilizar a equação do
coeficiente de reflexão para calcular o coeficiente de transmissão a partir de impedância medida
70
SWR: Conforme equação 33, podemos obter o SWR também através do coeficiente de
reflexão (0,1682: modulo do resultado mostrado na figura 5.9), onde:
Como podemos observar na figura 5.15, medindo o parâmetro S11, o valor de SWR para a frequên-
cia de 760 MHz confere com o calculado.
Figura 5.16 – Comparação entre fase do sinal refletido ≈ 1080˚ (TR5 - esquerda), e do sinal transmitido λ
≈ 480˚ (TR6 - direita).
O dobro de θ do sinal refletido também acontece em linha com terminação em carga L (50Ω
da porta oposta do VNA), porém ao atingir a fronteira de diferentes impedâncias (casamento de
impedância possui imperfeições), a onda refletida é afetada pelo efeito Doppler sofrendo distorção
em sua forma de onda (no domínio da frequência é marcado pelo deslocamento de fase, figura
5.17). Esta distorção é dependente da forma da onda incidente que trafega no mesmo meio, de sua
frequência e velocidade de propagação que também são alteradas na onda refletida devido ao rela-
tivismo do efeito Doppler [34].
72
Figura 5.17 – Distorção na forma de onda causada pelo efeito Doppler, vista no domínio da fre-
quência.
Figura 5.18 – Comparação entre fase do sinal refletido e return loss, frequências de ressonância.
73
Estas ressonâncias quando conduzem a energia de volta ao gerador impedem que o sinal
incidente seja transmitido, sendo classificadas como ressonâncias como não construtivas (figura
5.18, 760 MHz). Em contrapartida, outras frequências podem apresentar melhor casamento com a
impedância da carga, gerando ressonadores que favorecem a transmissão (figura 5.18, 2 GHz).
O parâmetro de fase de onda pode ser relacionado diretamente com o tempo de atraso, se o
fator de velocidade do meio de propagação for conhecido. Conforme a equação 10 (capítulo 3), o
fator de velocidade de um meio é a relação da velocidade de propagação no meio pela velocidade
de propagação no vácuo. Se considerarmos o tempo de propagação, ao invés da velocidade, pode-
mos calcular o Fator de velocidade sabendo o comprimento da linha de transmissão e o tempo de
atraso de transmissão:
(48)
(49)
A linha utilizada em nosso experimento é uma guia de onda coplanar de 5 cm, e tempo de
atraso de transmissão medido com o VNA é 234 ps conforme observamos na figura 5.19:
Figura 5.19 –Atraso de grupo, sinal transmitido em guia de onda coplanar, parâmetro S31.
74
Esta caracterização do Fator de Velocidade pode ser validada através do cálculo de λ con-
forme equação 13 e conforme a o cálculo de velocidade média:
Os resultados mostram que 0,71 é fator comum entre tempo de propagação e a fase de
propagação. Logo, é válido utilizarmos a medida de tempo de atraso do VNA para caracterização
de Fator de Velocidade, desde que o tempo esteja estável como observamos na faixa de 300 kHz à
1,5 GHz da figura 4.35. Efeitos de propagação devido a alta frequência, e efeitos parasitários geram
perturbações e o tempo de propagação pode ser alterado.
Esta técnica de caracterização de Fator de Velocidade deve ser aplicada a qualquer meio de
transmissão. Portanto, para validarmos esta generalidade, o mesmo experimento foi conduzido uti-
lizando um cabo coaxial RG58 conhecido, com 6,3 m e Fator de Velocidade = 0,656 conforme
datasheet. A figura 5.20 mostra o resultado da medição de tempo de atraso do sinal transmitido.
Como podemos ver, de modo similar temos resultados estáveis até frequência de 1,5 GHz, indicado
no marcador.
Figura 5.20 – Tempo de atraso de sinal transmitido em cabo RG58, parâmetro S31.
75
Um guia de onda pode ser suficientemente pequeno ou pode não possuir acesso para uma
medida de comprimento. O comprimento de uma guia de onda é importante para a compensação
de atraso elétrico como veremos nos capítulos seguintes, e duas técnicas de medição estudadas
neste trabalho serão apresentadas nesta seção.
A primeira técnica é relacionada com a caracterização de fator de velocidade da seção
5.1.4.2, porém agora precisaremos saber o fator de velocidade (já que não poderá ser calculado,
pois não sabemos o comprimento). Esta técnica de medição depende da conexão da linha entre
duas portas do VNA, portanto é uma técnica aplicada para medição de linhas que podem ser isola-
das fisicamente para medição.
Como exemplo podemos adotar a mesma guia de onda coplanar, Fv = 0,71:
Para validarmos a mesma técnica para outros tipos de linhas de transmissão, o mesmo ex-
perimento foi conduzido utilizando um cabo coaxial RG58 utilizado na seção 5.1.4.2. A medida do
parâmetro S21, formato tempo de atraso, retorna resultado de 32,2 ns conforme a figura 4.36. Logo,
o comprimento é:
onde é possível relacionar a fase de onda refletida (normalizada em 720˚) com o comprimento λ.
O cálculo desta relação fornece o comprimento da linha de transmissão [23].
(49)
Figura 5.21 – Fase θ do sinal refletido e return loss, até frequências de ressonância 760 MHz.
A medição de fase de onda refletida foi realizada para a guia de onda coplanar nos mesmos
moldes da seção anterior (com terminação em 50 Ω). Na figura 5.21 destacamos o somatório do
ângulo θ (extensão de ) até a frequência de ressonância de 760 MHz, onde θtotal= 105˚+8˚ = 113˚.
Utilizado o Fv=0,71 caracterizado neste capítulo, o comprimento de linha é:
O resultado de 4,4 cm mostra um erro expressivo de -11,8% para a guia de onda coplanar
[38]. Porém a medição possui uma fonte importante de incerteza gerada pela ressonância em baixa
frequência, e para resolver este problema o experimento deve ser realizado com a terminação aberta
[23].
O experimento conduzido com terminação aberta foi conduzido utilizando um cabo coa-
xial RG58. O resultado da caracterização do parâmetro S11 pode ser observado na figura 5.22.
77
Como pode ser observado, conforme a frequência aumenta, a curva de impedância em TR1
que parte de ∞ Ω começa a se distanciar da periferia da Carta de Smith (a curva começa a “entrar”
na Carta de Smith). Se a linha está aberta, idealmente a curva deveria sempre margear Carta de
Smith. Porém, os efeitos do aumento de frequência começam a alterar as características de impe-
dância e os resultados começam a se distanciar da idealidade.
Para a caracterização do comprimento deste cabo, vemos evitar estes efeitos de alta fre-
quência para garantirmos o a melhor exatidão possível. Logo, é recomendado coletar a medida de
fase θ em baixa frequência (1-100 MHz é razoável conforme testes experimentais iterativos). θ
medido em 1 MHz: -22,98˚, atraso: 61,02 ns. Aplicando as medições na equação:
Se o meio de propagação do dispositivo não é classificado como on-wafer, ele possui inter-
face coaxial para o meio in-fixture. Circuitos integrados são encapsulados e montados em placas
eletrônicas projetadas para aplicações específicas, como tranceivers, transponders, multiplexado-
res de dados, acopladores, entre outros. Após encapsulamento e integração com outros dispositi-
vos/componentes, o meio de propagação dos sinais se tornam as trilhas, guias de ondas, conexões
soldadas e até interfaces coaxiais. Este meio é chamado in-fixture. As conexões utilizadas para
medições in-fixture normalmente são coaxiais, exigindo apenas cabos especiais para RF e adapta-
79
dores para o padrão coaxial do dispositivo (normalmente SMA). Para dispositivos em meios coa-
xiais, se forem bipolos elementares como indutores, capacitores ou resistores (ou dispositivos com
características similares), é possível selecionar a técnica de medição mais adequadas conforme sua
impedância de projeto. Porém, se forem quadripolos, dificilmente será possível customizar uma
montagem adequada de medição em função da característica de impedância do dispositivo.
A técnica do tipo reflexão emprega a utilização de uma única porta do VNA (medida de
parâmetro S11), adequado para medição de componentes com terminação simples ou single-ended.
Este tipo de medição retornará os parâmetros elétricos do dispositivo medido de modo simplificado
(apenas com o parâmetro de reflexão da porta utilizada), porém este é sensível a efeitos parasitas
da medição, e a exatidão de resultados é alta somente quando DUT é próximo de 50 Ω. A figura
5.25 ilustra a técnica de reflexão para a medição de um capacitor (DUT).
81
O conector (fixture) é modelado pelo circuito do quadro verde onde a admintância paralela
Y11P formado por Cp e Rp representam a capacitância parasita e condutância paralela, bem como a
Impedância série formada por Ls e Rs que representam a indutância parasita com sua resistência
série. O sinal incidente padrão da porta 1 (porta de emissão) sofre desvio de fase e atenuação. Estes
parâmetros inerentes do fixture estão presentes na medida e devem ser compensados pelos métodos
possíveis (calibração ou De-Embedding – item 5.6), porém se a impedância do DUT fosse próximo
de Z0 (não é o caso do capacitor), a maior parte da energia seria absorvida pelo DUT (medição) e
os efeitos capacitivos do fixture seriam eliminados.
Os conectores (fixtures) da figura 5.26 são modelados pelos circuitos dos quadros verdes,
assim como na figura 5.25. O sinal incidente padrão da porta 1 (porta de emissão) sofre desvio de
fase e atenuação. Estes parâmetros inerentes do fixture estão presentes na medida e devem ser
compensados pelos métodos possíveis (calibração ou De-Embedding – item 5.6), porém se a im-
pedância do DUT fosse próximo de 0 Ω (o caso de um capacitor em alta frequência – próximo da
ressonância), o sinal refletido de volta à origem (porta 1 – porta de medição) seria livre dos efeitos
capacitivos do fixture, eliminados pela conexão em paralelo da carga de 50 Ω da porta 2 que ab-
sorve parte significativa da energia emitida, exceto a parte refletida à porta 1 pelo DUT de baixa
impedância (medição).
A técnica Series-Thru também utiliza duas portas do VNA, e é adequado para medição de
quadripolos, mas principalmente para medição de componentes passivos de alta impedância. Com-
ponentes preparados para este tipo de medição possuem uma configuração de contatos especial,
onde o componente é fisicamente posicionado isolado das vias de referencia, semelhante à um
padrão Thru de calibração. Quanto maior a impedância do componente passivo e mais distante da
frequência de ressonância for a medição, menor o erro de medição. A figura 5.27 ilustra a técnica
series-thru para a medição de um capacitor com impedância Zc.
Os conectores da figura 5.27 são modelados pelos circuitos dos quadros verdes, assim como
na figura 5.25 e 5.26. Os parâmetros inerentes dos conectores apesar de minimizados pela técnica
de medição, ainda estão presentes na medida e devem ser compensados pelos métodos possíveis
(calibração ou De-Embedding – item 5.6), porém se a impedância do DUT fosse alta (>kΩ, o caso
83
de um capacitor em baixa frequência), o sinal refletido de volta à origem (porta 1 – porta de medi-
ção) seria livre dos efeitos capacitivos do fixture, eliminados pela conexão em serie da carga de 50
Ω da porta 2 que absorve parte da energia emitida sem interferir significativamente na impedância
do DUT.
Figura 5.28 – Fluxo de avaliação para seleção da técnica de medida (caixas em vermelho).
84
As figuras 5.29 e 5.30 mostram a estrutura denominada de ID1, simulada e medida respec-
tivamente. A simulação foi realizada através do programa Keysight ADS.
Figura 5.31 – Resultados S11 indutor ID1, Azul: Figura 5.32 – Resultados S22 indutor ID1, Azul:
Medido; Vermelho: Simulado Medido; Vermelho: Simulado
terização S11 que em S22. Consequentemente os resultados medidos em toda faixa serão mais pró-
ximos entre simulação e medição S11, indicando que os desvios de processo mais significativos
estão localizados na região do pad esquerdo (mais próximo da porta 1 onde a maior parte da energia
reside a partir de uma medição em frequência de ressonância S22).
Outro aspecto importante é a observação do aumento de resistência proporcional ao au-
mento de frequência (tabela 5.1). Conforme estudado no capítulo 3, os efeitos eletromagnéticos
explicados pela Lei de Lenz e o efeito pelicular (skin effect) geram perdas no condutor, caracteri-
zadas pelo aumento de resistência observado neste experimento. De 433 MHz a 2,4 GHz o aumento
de resistência é cerca de 30 Ω.
A resistência serie de 5,2 Ω observada em baixa frequência, é composta pela resistência DC
do indutor e pela resistência de contato entre a probe e os pads. Esta resistência de contato é mini-
mizada por uma calibração adequada, porém ela sempre existirá se o material dos pads do DUT
for diferente do material do substrato de calibração. Nos próximos capítulos serão abordados mé-
todos para eliminação deste efeito parasita.
Fisicamente muito similar a estrutura das figuras 5.29 e 5.30, o indutor I1C possui uma das
terminações fechada. Impossível de ser medido pelas técnicas series-thru ou shunt-thru devido a
disponibilidade de uma terminação. Medições utilizando a técnica de reflexão foram conduzidas.
Apesar da resolução da simulação ser menor, como pode ser observado em baixa frequência
na figura 5.33, somente os pontos serão considerados nesta análise de resultados.
Figura 5.33 – Resultados S11 indutor I1C, Azul: Medido; Vermelho: Simulado.
87
Desta vez não há a influência da porta 2 na medição, como pode ser observado a curva de
impedância parte de 5,5 Ω, representando somente as resistências série citadas em 5.4.1. A técnica
de medição por reflexão otimiza a exatidão dos resultados de medicão de componentes com impe-
dância próxima de Z0 (50 Ω) conforme visto no capítulo 5.3. Como podemos observar na tabela
5.3, a medida em 867 MHz é mais próxima de 50 Ω (menor ∆50Ω) exibindo menor erro conforme
tabela 5.4 Porém o erro é ainda menor em 1,2 GHz (|Z0| = 50Ω) e em 2,4 GHz, aumentando rapi-
damente nos passos seguintes de frequência (chegando a 55% em 5 GHz). Dados adicionais em
1,2 GHz e 5 GHz foram adicionados na tabela 5.4 para observação desta tendência de erro.
Tabela 5.3 – Resultados de impedância I1C, comparação entre simulação e medição.
Observamos que existe a tendência de menor erro próximo de 50 Ω, com discrepância de erro nos
resultados de impedância mais distantes de 50 Ω, conforme esperado pelo uso da técnica de medida
por reflexão. A discrepância de erro nos extremos de frequência/impedância também é confirmada
pela vulnerabilidade a parâmetros parasitários inerentes deste método de medida (capítulo 4.6),
como acoplamento capacitivo (alta frequência) entre condutor de sinal e aterramento, resultando
em componente reativo (capacitivo) competitivo à indutância de I1C; e alta reatância indutiva in-
trínseca de I1C (baixa frequência). Para máxima extidão nesta técnica de medição, a carga deve
absorver o máximo de energia evitando reflexões interferentes na porta de medição.
Tabela 5.4 – Resultados de indutância I1C, comparação entre simulação e medição.
Apesar da boa exatidão entre 867 MHz e 2,4 GHz inerentes da técnica de medição por
reflexão, os erros de medida são grandes para frequências menores e maiores.
88
Outro método de medição é a técnica shunt-thru. Esta técnica não foi comparada experimental-
mente pois só não haviam estruturas preparadas para medição shunt-thru nas amostras disponíveis.
Porém é a técnica mais importante para medição de indutores.
Conforme indicado no capítulo 5.3, a técnica shunt-thru provê alta exatidão para medidas
de dispositivos com baixa impedância, pois em uma medição S11 toda a energia tende a sobrepor o
componente que conduz o retorno entre signal e ground da porta 1. Porém se a frequência de me-
dição é muito distante da frequência de ressonância (FR), a exatidão tende a diminuir uma vez que
menor parte do sinal será conduzida pelo indutor (que possuirá maior impedância), e os efeitos
capacitivos do fixture serão mais significativos.
G G
S S
G
S
G G G
Figura 5.34 – Layout do capacitor em configu- Figura 5.35 – Simulação 3D de CB4. Setas in-
ração series-thru. dicam sentido da densidade de corrente.
Figura 5.36 – Resultados de simulação e medição - S11 (azul medição e vermelho simulação).
Aqui observamos que a simulação conseguiu prever uma ressonância não construtiva pró-
ximo à frequência final de simulação. Porém os resultados começam a divergir a partir de 3 GHz,
e devido às incertezas intrínsecas de processo a ressonância não construtiva (prevista em simula-
ção) não ocorre na medição.
Os resultados de capacitância podem ser observados na tabela 5.5. Conforme item 5.3, a
técnica de medição series-thru fornece alta exatidão para dispositivos de alta impedância, sendo o
método preferível para medição de capacitores. Quanto menor a frequência maior é a impedância
em capacitores, e consequentemente menor o erro em uma medição series-thru. Estes resultados
podem ser observados na tabela 5.5, cuja impedância alta de CB4 começa a diminuir com o au-
mento de frequência e o erro aumentar.
Assim como na medição de indutores, o erro calculado nesta seção segue o documento
DOC-CGCRE-008 [38], assumindo a simulação como valor de referência. Desta maneira o erro
total é composto por erro de medição somado ao erro inerente das incertezas do processo de fabri-
cação. Apesar do componente de incerteza do processo existir no erro total, os resultados de simu-
lação e medição praticamente se sobrepõe, conforme é mostrado na figura 5.36. Isto significa que
as incertezas de processo são pequenas e somente são representativas em frequências superiores a
3 GHz.
Conforme apresentado neste item, a escolha da técnica de medição deve ser alinhada com
o projeto dos componentes planares. A estrutura do componente, bem como a disposição dos pads
e vias, devem projetadas de acordo com o método de medição desejado, pois não é possível utilizar
adaptadores para alterar a técnica utilizada na medição de estruturas já fabricadas em um substrato.
Logo, a seleção dentre as três técnicas de medição series-thru, shunt-thru e reflexão de-
pende de duas características: impedância característica do componente e frequência de medi-
ção/operação.
Na tabela 5.6, temos um mapeamento das técnicas de medição em função das características
de seleção. A cor azul representa as características típicas de capacitores, e a cor vermelha as ca-
racterísticas típicas para indutores.
91
Estas características existentes em medições in-fixture devem ser compensadas, pois tudo
o que existe entre a entrada do dispositivo que se deseja medir (DUT) e o plano de calibração do
VNA possui materiais com características condutivas e dielétricas diferentes daquelas necessárias
para a propagação ótima do sinal RF. Estas características tipicamente permitem o surgimento de
efeitos indesejados de propagação em alta frequência (seção 3.3), resultando na inclusão de parâ-
metros parasitas nos resultados de medição. Estes parâmetros parasitas, também chamados de
92
Obs.: Setas indicam sentido da densidade de corrente e cores indicam a intensidade de campo magnético
(escala 0-50 A/m, cores frias às quentes).
O tráfego de sinal RF no indutor (via signal) segue o sentido da densidade de corrente J
conforme setas da figura 5.37. Observamos a densidade de corrente que retornam devido a reflexão
em GND, mas também observamos a presença sutil de correntes de Foucault (sentido oposto) in-
duzidas pelo campo magnético existente em GND (oriundo da parte refletida do sinal que retorna
ao gerador).
A intensidade de campo magnético na espira aumenta para o passo seguinte de fase de onda,
e o campo magnético induzido em ground também. Neste momento a densidade de corrente do
sinal refletido aumenta em GND e, consequentemente as correntes opostas também.
Este efeito magnético inerente da alta frequência e acúmulo de cargas elétricas nas extre-
midades de condutores paralelos cria uma capacitância que é adicionada ao indutor. A consequên-
cia deste efeito capacitivo é a diminuição da indutância do componente.
Simulando uma modelagem simplificada do indutor acima, o circuito da figura 5.40 repre-
senta o indutor entre vias signal com um componente parasita capacitivo entre signal e GND. Nesta
aproximação, iremos considerar indutor de 10 nH e capacitância parasita de 0,5 nF, para frequência
de 1 a 10 GHz.
Figura 5.40 – Modelagem circuital de indutor de 10 nH com capacitância parasita de 0,5 pF.
Observamos na figura 5.40 que, um indutor de 10 nH montado em uma estrutura que possui
uma capacitância parasita de 0,5 pF, possui frequência de ressonância em 2,1 GHz. A indutância
total da estrutura é 5,9 nH em 2,0 GHz.
Agora se compensarmos parte desta capacitância parasita, o parâmetro capacitivo que será
menor devido a compensação competirá menos com o parâmetro indutivo do DUT e a indutância
total da estrutra deverá ser maior.
95
Figura 5.41 – Modelagem circuital de indutor de 10 nH com capacitância parasita de 0,1 pF.
A figura 5.41 mostra que a redução da capacitância parasita de 0,5 pF para 0,1 pF desloca
a frequência de ressonância para 4,9 GHz. A indutância total da estrutura é 11,5 nH em 2,0 GHz,
conforme esperado pela compensação parasitaria.
Para compensar estes parâmetros parasitários, existe uma técnica chamada De-Embedding. Esta
técnica será apresentada no capítulo seguinte.
96
– De-Embedding
A figura 6.1 destaca os planos de calibração (chamado de plano de medição, uma vez que
tudo é medido a partir deste ponto) e os planos do DUT. Todas as trilhas que interconectam DUT
aos cabos do VNA possuem descasamentos que precisam ser compensados.
Figura 6.4 – Indutor (DUT) montado em um fixture com alta resistência série e capacitaria parasita.
Figura 6.6 – Z indutor simulado utilizando ADS. Figura 6.7 – De-Embeding utilizando Matlab.
100
O software Advanced Design System (ADS) da empresa Keysight Technologies é uma fer-
ramenta muito poderosa para a realização do De-Embedding. Além da comunicação e controle dos
equipamentos Keysight, que não serão tratadas neste trabalho, com o ADS é possível modelar in-
tegralmente as estruturas envolvidas na medição e realizar a simulação completa do processo De-
Embedding, separar os resultados fixture e DUT, e até extrair os resultados simulados no formato
de leitura dos VNAs (.s2p) para a execução do De-Embeding no momento da medição. Conforme
citado nesta seção, para cada tipo de configuração DUT x fixture é necessário avaliar e customizar
o De-Embedding, mas para exemplificação do método e das ferramentas do ADS, detalharemos
um De-Embedding clássico de um quadripolo com entrada e saída separadas fisicamente.
Abaixo analisaremos os resultados de uma simulação de um resistor de 50 Ω conectado em
uma estrutura de trilhas irregulares (figura 6.8). A simulação é realizada até 10 GHz e conforme os
resultados mostrados na figura 6.9 os efeitos eletromagnéticos oriundos da propagação em alta
frequência possuem características indutivas bem definidas.
O primeiro método testado, segundo Sabido IX, o Open De-Embedding (OPD) [13] é um
método eficiente para a compensação de admitância paralela existente no fixture. Ele consiste na
subtração da admitância paralela Yp da admitância total conforme equação 1. Seus resultados serão
comparados no final desta seção.
103
(49)
(50)
Cada etapa requer a medição de uma estrutura de De-Embedding (quadros verdes da figura
6.12) cujos resultados compõe conjuntos de equações que retornam saídas no formato de matrizes
de parâmetros Z ou Y (referência [16]). Para iniciar o Three Step De-Embedding deve ser caracte-
rizado dispositivo (DUT+Fixture) e estruturas de calibração se estiverem disponíveis (quadros ver-
des: se não disponíveis, elas deverão ser simuladas). Partido destes resultados, os três passos devem
104
ser seguidos:
Passo 2: Remover os efeitos do padrão Short do dispositivo: a matriz resultante TS deve ser
obtida a partir do padrão Short e convertida para ZS. Remover ZS da matriz ZTD, resultando na
matriz ZTSD que representa o dispositivo sem os efeitos eliminados no passo 1 e agora sem as
resistências de contato. Ao final a matriz de ZTSD deve ser convertida para parâmetros de admintâ-
ncia YTSD.
Um experimento foi conduzido usando um nano disco de cobalto que possui características
magnéticas onde sua impedância muda com a presença de campo magnético (DUT). Este nano
disco foi fabricado em um substrato de Si com espessura de 375 µm, sobre um dielétrico de SiO2
com espessura de 100 nm, e entre eletrodos de platina com espessura de 80 nm conforme observado
na figura 6.13 [46].
Figura 6.13 – Fixture com DUT (nano disco Co); (b) Open; (c) Short; (d) Thru [46][47].
105
O VNA foi configurado para medida on-wafer utilizando Probe Station Cascade MicroTech
Summit 12000, calibrado em faixa larga de 500 kHz até 10 GHz conforme o método SOLT utili-
zando substrato de calibração Cascade ISS 101-190 GSG e software WinCalXE.
Como estruturas de adequadas de De-Embeding não foram fabricadas, as simulações no
ADS foram conduzidas em modelos construídos no programa conforme figura 6.14. Os resultados
simulados para as estrutras de De-Embedding são apresentados na figura 6.15.
Figura 6.14 – Estruturas de De-Embedding Thru-Open-Short simuladas ADS, (a) trhu, (b) short, (c) open.
106
A medição da estrutra completa conforme figura 6.13 foi realizada e seu arquivo s2p carre-
gado no software ADS para a tratativa seguinte. Uma medição DC foi realizada e o valor obtido
foi de 62Ω.
Após carregar o arquivo s2p da medição da estrutra da figura 6.13 e realizar os cálculos
para cada método descrito no item 6.5, obtivemos resultados conforme a figura 6.16.
1) Rs OPD: 55,8 Ω;
2) Rs OSD: 51,0 Ω (Rs OPD - Rs OSD = Rs Short = 4,8 Ω);
3) Rs TSOD: 36,9 Ω (Rs Thru >Step 1 = 18,9 Ω).
Na curva verde da figura 6.16 observamos a medição do DUT completo incluindo os efeitos
do fixture, com característica capacitava. Todos os métodos de De-Embedding resultam em curvas
de resultados com características indutivas, resultado esperado considerado o nano disco com ca-
racterísticas magnéticas (comportamento indutivo), primeiro indício positivos da utilização do De-
Embedding.
Os resultados do método OPD e OSD são bastante semelhantes, comportamento também
esperado uma vez que os pads do substrato de calibração e da amostra medida são de ouro, embora
as características dos diferentes processos de fabricação que resultam em imperfeições como rugo-
sidade e uniformidade, bem como diferentes geometrias e materiais adjacentes, resultam em pe-
quena diferença. Observando o resultado da medição com o Three Step De-Embedding, podemos
destacar um importante resultado relacionado à eliminação da impedância série existente nos lon-
gos eletrodos de platina, muito maiores que o nano disco de cobalto. Outra consideração importante
é a eliminação do acoplamento capacitivo, que pode ser observada através da redução da reatância
indutiva esperada por um dispositivo magnético [47].
108
– Conlusões Finais
Linhas de transmissão como cabos coaxiais e guias de ondas Microstrip, Stripline e Copla-
nar Waveguide podem ser caracterizadas utilizando o Analisador de Redes (VNA). Parâmetros
como impedância, perdas, SWR, fase e atraso de propagação podem ser obtidos diretamente de
medições de parâmetros S de uma linha. Através destes resultados, é possível caracterizar fator de
velocidade de propagação característico de sinais eletromagnéticos na linha de transmissão. Rela-
cionando fase e tempo de propagação de sinais refletidos, é possível determinar o comprimento da
linha de transmissão. Esta caracterização é importante para determinação de comprimento de linha
em estruturas sem acesso para medida dimensional (estruturas encapsuladas), informação necessá-
ria para compensação de fase conforme método de extensão de portas. Outra aplicação da medição
de comprimento utilizando o VNA é a detecção de pontos de ruptura em linhas de transmissão de
sinais RF de longo alcance. Esta aplicação tipicamente utiliza equipamentos TDR, porém os estu-
dos feitos neste trabalho mostram que a aplicação do VNA para este tipo de medição é promissora
e pode compor estudos de trabalhos futuros.
Para medição de dispositivos in-fixture em faixa larga de frequência (a partir de 500 kHz,
ou limite inferior do VNA) conforme técnicas de reflexão ou shunt-thru, a calibração SOLT deve
ser realizada e a compensação dos efeitos parasitários do fixture deve ser realizada. Esta compen-
sação deve seguir técnicas tradicionais de De-Embedding, podendo ser otimizada com auxílio de
ferramentas computacionais como ADS (toolbox “De-Embedded2”) ou Matlab.
Para medição de dispositivos in-fixture em faixa larga de frequência (a partir de 500 kHz,
ou limite inferior do VNA) conforme técnicas series-thru, a calibração SOLT deve ser realizada e
o De-Embedding deverá seguir técnicas que utilizam estruturas de De-Embedding para eliminação
de efeitos parasitários. Estas técnicas são OPD, OSD ou Three-Step De-Embedding.
– Trabalhos Publicados
– Referências Bibliográficas
[1] Farlex. HP Acquires Optimization Systems Associates, Expands CAE Software Portfolio,
1997, disponível em<https://www.thefreelibrary.com/HP+Acquires+Optimization+Systems+As-
sociates,+Expands+CAE+Software...-a020013729/>
[2] Mariano, W. Eletromagnetismo: fundamentos e aplicações. São Paulo: Érica, 2003. 246 p.
ISBN 85-7194-942-5.
[3] Stepins, D; Asmanis, G; Asmanis, A. Measuring Capacitor Parameters Using Vector Net-
work Analyzers. Electronics ETF Scilit VOL 18. Basel, Switzerland. 2014, pp. 29 – 38.
[5] Hewlett Packard. Modern Measurement Techniques for Testing Advanced: Militar Com-
munications and Radars. 2.ed. Palo Alto. 2006, disponível em<http://anlage.umd.edu/Agilent_Ad-
vanced_VNA_calibration.pdf>
[6] Keysight Technologies. The Evolution of RF/Microwave Network Analyzer. 1. ed. United
States. 2014.
[7] Hewlett Packard. Sweep Impedance with the 8407A Network Analyzer. Application Note
121-2. 1.ed. Palo Alto. 1970.
[8] Hewlett Packard. Transistor Parameter Measurements. Application Note 77-1. 1.ed. Palo
Alto. 1967.
[9] Keysight Technologies. How to Simplify Component Characterization? 1997, disponível
em <http://hpmemoryproject.org/wb_pages/wall_b_page_05.htm>
[10] Pozar, D. Microwave engineering. 4. ed. United States of America: J. Wiley, 2012.
[11] Gonzalez, G. Microwave transistor amplifiers: analysis and design. 2. ed. New Jersey: Pren-
tice-Hall, 1997.
[12] H. Cho, and D. E. Burk, “A Three Step Method for the De-Embedding of High Frequency
S-Parameter Measurements,” IEEE Transaction on Electron Devices, vol. 38, No. 6, pp. 1371-
1375, June 1991.
[13] T. E. Kolding, "Four-Step Method for De-Embedding Gigahertz On- Wafer CMOS Meas-
urements ," IEEE Transaction on Electron Devices, vol. 47, No. 4, pp. 734-740, April 2000.
[14] E. P. Vandamme, D. M. M. –P. Schreurs, and C. V. Dinther, “Improved Three Step De-
Embedding Method to Accurately Account for the Influence of Pad Parasitics in Silicon On-Wafer
113
RF Test Structures,” IEEE Transaction on Electron Devices, vol. 48, No. 4, pp. 737-742, April
2001.
[15] Rosales, M.D; Tan H.L; Alarcon, L.P; Sabido IX, D.J. De-embedding Techniques For Pas-
sive Components Implemented on a 0.25 μm Digital CMOS Process. PIERS ONLINE, VOL. 3.
Philippines. 2007, pp. 184 – 188.
[16] Kim, J.Y; Choi, M.K; Lee, S. A “Thru-Short-Open” De-embedding Method for Accurate
On-Wafer RF Measurements of Nano-Scale MOSFETs. Journal of Semiconductor Technology and
Science, VOL. 12. Korea. 2012.
[17] Keysight Technologies. De-embedding Series-Connected / Transmission-Configured De-
vices. Austin. 2003.
[18] Hufford, Austen. Keysight to Buy Ixia for About $1.6 Billion, New York City: Wall Street
Journal, retrieved January 31, 2017
[19] Keysight Technologies. De-embedding and Embedding S-Parameter Networks Using a
Vector Network Analyzer. Application Note 1364-1 4. ed. United States. 2004.
[20] Keysight Technologies. Impedance Measurement Handbook. 4. ed. United States. 2009.
[21] Puydinger dos Santos, M; Velo, M. F; Domingos, R. D; Zhang, Y; Maeder, X; Guerra-
Nuñez, C; Best, J. P; Béron, F; Pirota, K, R; Moshkalev, S; Diniz, J. A; Utke, I. Annealing-Based
Electrical Tuning of Cobalt–Carbon Deposits Grown by Focused-Electron-Beam-Induced Deposi-
tion. ACS Appl. Mater. Interfaces, 2016, 8 (47), pp 32496–32503.
[22] Zhang, K; Li, D. Eletromagnetic Theory for Microwaves and Optoeletronics. 2. ed. Pequim:
Springer, 2008.
[23] Fleisch, D. A; Kraus, J.D. Electromagnetics: with Applications. 5nd. ed. United States of
America: McGraw-Hill, 1999.
[25] Collin, R.E. Foundations for microwave engineering. Recognition and revisions: IEEE
Press Series on Electromagnetic Wave Theory. 2. ed. New Jersey: J. Wiley, 2001. cap. 2-4.
[26] Bansal, R. Handbook of Engineering Electromagnetics. New York: Marcel Dekker, 2004.
[27] Siegel, D. M. Innovation in Maxwell’s Electromagnetic Theory – Molecular Vortices, Dis-
placement Current, and Light. 1. ed. New York City: Cambridge University Press, 2002.
[28] Popovic, Z; Popovic, B. D. Introductory Electromagnetics. New Jersey: Prentice Hall,
2000.
114
[29] Johnson, H; Graham, M. High Speed Signal Propagation: Advanced Black Magic. New
Jersey: Prentice Hall, 2003.
[30] Keysight Technologies. Electronic Calibration (ECal) Modules for Vector Network
Analyzers. United States. 2017.
[31] Keysight Technologies. E5071C ENA Option TDR Enhanced Time Domain Analysis.
United States. 2015.
[32] Cascade Microtech. Impedance Standard Substrate Map. 2017, disponível em
<https://www.cascademicrotech.com/files/iss_map_101-190.pdf>.
[33] Cascade Microtech. WinCalXE – High-Performance RF Calibration Software. 2017, dis-
ponível em < https://www.mbelectronique.fr/Web_PDF/1260_2016111015052274_Win-
CalXe_Specifications.pdf >.
[34] Shoory, A; Rachidi, F; Rubinstein, M. Relativistic Doppler effect in an extending transmis-
sion line: Application to lightning, 2012, Vol. 117, Issue D13, disponível em < http://onlineli-
brary.wiley.com/doi/10.1029/2010JD015279/full>
[35] Keysight Technologies. Understanding the Fundamental Principles of Vector Network
Analysis. United States. 2017.
[36] Keysight Technologies. Exploring the Architectures of Network Analyzers. United States.
2014.
[37] Keysight Technologies. The Fundamentals of Signal Analysis. United States. 2014.
[38] Norma no DOQ-CGCRE-008: Orientações sobre Validação de Métodos Analíticos.
Inmetro. Rio de Janeiro, p.11, 2010.
[39] Keysight Technologies. Time Domain Reflectometry Theory. Application Note. United
States. 2015.
[40] Keysight Technologies. Time Domain Analysis Using a Network Analyzer. Application
Note. 2. ed. United States. 2014.
[41] Keysight Technologies. High Precision Time Domain Reflectometry. Application Note
1304-7. 1. ed. United States. 2003.
[42] VanAckern, G. Design Guide for CMOS Process On-Chip 3D Inductor Using Thru-Wafer
Vias. Boise State University. 2011.
[43] Keysight Technologies. Signal Integrity Analysis Series Part 3: The ABCs of De-Embed-
ding. Application Note. United States. 2007.
115
[44] Zeri, L. M. Apostila de Matlab. 1 ed. São José dos Campos: INPE. 2001.
[45] Keysight Technologies. Advanced Design System: Circuit Design Cookbook. Application
Note. 2. ed. United States. 2012.
[46] Puydinger dos Santos, M.V; Velo, M.F; Domingos, R.D; Zhang, Y; Maeder, X; Guerra-
Nuñez, C; Best, J. P; Béron, F; Pirota, K.R; Moshkalev, S; Diniz, J.A; Utke, I. Annealing-Based
Electrical Tuning of Cobalt–Carbon Deposits Grown by Focused-Electron-Beam-Induced Deposi-
tion. ACS Applied Materials & Interfaces 2016 8 (47), 32496-32503 DOI:
10.1021/acsami.6b12192.
[47] Medeiros, R.C; Puydinger dos Santos, M.V; Velo, M.F; Manera, L.T. Evaluation of De-
Embedding Methods for Impedance Characterization of Magnetic Nanoparticles. Iberchip, Barilo-
che. 2017.
[48] Hewlett Packard. Operating the 4195A - Operating Manual. Publication Number 5950-
2942. United States. 1990.
[49] Keysight Technologies. E5071C ENA Vector Network Analyzer. United States. 2017.
[50] Medeiros, R.C; Cavalheiro, J; Cané, F. Medição e Análise de Dispositivos e Sinais RF:
Aplicação de Analisadores de Espectro e de Rede no Ensino e Análise de Sinais em Alta Frequên-
cia. Novas Edições Acadêmicas, Campinas. 2016.
116
Esta instrução tem como objetivo fornecer um guia para manuseio e boas práticas de utili-
zação do equipamento analisador de Redes (VNA) HP 4195A localizado no Laboratório de
Soluções em Eletrônica e RF (LSERF) da FEEC/Unicamp.
1. CONEXÕES FÍSICAS
Para medições de parâmetros S, deve-se acoplar em cada canal (figura A1) um “HP 41952A
transmition/reflection test set” (figura A2), acessório necessário para transformar as entradas e
saídas dos canais da unidade de medição do Analisador de Redes em portas utilizadas para
medir os parâmetros S.
Após o acoplamento das portas e dos adaptadores necessários, o DUT deve ser acoplado entre
as portas para a medição dos parâmetros S, conforme a figura A1. Caso seja necessário, deve-
se utilizar cabos de extensão para conexão entre as portas do Analisador de Redes e o DUT.
117
OBS: Para a exatidão das medições, antes de acoplar o DUT (utilizando ou não cabos de ex-
tensão) deve-se calibrar o Analisador de Redes. A calibração compensa todas as extensões in-
seridas pelos cabos e pelos conectores/adaptadores utilizados.
2. OPERAÇÃO
2.1. PAINEL FRONTAL DO VNA HP 4195A – Comandos e configurações fundamentais.
[*14] ‘Cursor Girató- Cursor tradicional, utilizado principalmente para navegação da função
rio’ Marker.
Teclado para inserção de valores para configuração de faixa, varredura,
entre outros. Neste teclado existem botões dedicados para rápida confi-
[*15] ‘Teclado nu-
guração das
mérico’
grandezas mais comuns das faixas de frequência e dos níveis de potên-
cia.
[*16] Enter/Execute Confirmar valores inseridos para configuração de medição.
[*17] Teclas de sele- Teclas posicionadas para seleção dos itens dos menus exibidos no dis-
ção play do HP 4195A.
A varredura deve ser configurada antes da calibração do equipamento. Os itens alfabéticos a seguir
descrevem métodos que devem ser feitos após o equipamento estar ligado, com as conexões físicas
das portas interligadas (cabos de extensão/adaptadores) e habilitado no modo ‘Parâmetros S (tecla
“config”[*3], selecionar opção “S Parameters”[*17]):
OBS: Caso as configurações do sinal de varredura precisem ser alteradas durante a medição, as
alterações devem estar dentro da faixa e dos níveis calibrados.
Habilite as curvas que irão compor o gráfico (para alguns formatos somente uma ou am-
bas curvas A e B são obrigatórias: “TRACE A: on off” [*17]; TRACE B: on off” [*17].
S12 ou S21
-“T/R-θ (dB)”: Curva A: magnitude da atenuação do sinal transmitido (dB) / Curva B: fase
de onda (°);
-“T/R-θ ”: Curva A: módulo do coeficiente de transmissão / Curva B: fase de onda (°);
-“T/R Re-Im”: Curva A: parte real do coeficiente de transmissão / Curva B: parte imaginá-
ria do coeficiente de transmissão;
-“ T/R-t”: Curva A: magnitude da atenuação do sinal transmitido (dB) / Curva B: tempo de
atraso (s);
S11 ou S22
120
-“RL- θ ”: Curva A: magnitude da atenuação do sinal refletido (dB) / Curva B: fase de onda
(°);
-“|d|- θ ”: Curva A: módulo do coeficiente de reflexão / Curva B: fase de onda (°);
-“ dx- dy”: Curva A: parte real do coeficiente de reflexão / Curva B: parte imaginária do co-
eficiente de reflexão;
-“ SWR- θ ”: Curva A: SWR / Curva B: fase de onda (°);
c) Pressione Scale Ref (*7) para ajustar (*17) a escala de exibição: selecione a curva de refe-
rência do ajuste em "SCALE for A/for B" [*17] e depois "AUTO SCALE" [*17].
1. PREPARAÇÃO DA MEDIÇÃO
2. MEDIÇÃO E ANÁLISE
Conecte o DUT (Device Under Test) nas portas do Analisador de Redes. Como proposta, utilize
como DUT uma carga de 50 Ω.
2.1. Utilizando o formato de exibição "real / imaginário", realize a medição S11 e anote o módulo
do resultado do coeficiente de reflexão para a freqüência de 300 MHz.
2.2. Utilizando o formato de exibição "Carta de Smith", realize a medição S11 e anote a impedância
observada para a freqüência de 300 MHz.
2.3. Repita os itens 2.1 e 2.2 utilizando como DUT uma carga de 75 Ω.
A medição dos parâmetros S resulta nos coeficientes de reflexão e transmissão. Com a ajuda
do analisador de redes, conseguimos medir parâmetros S e já obter informações de impedância
para a faixa de frequência de interesse. Neste procedimento iremos medir os parâmetros S, obter
informações de impedância utilizando a Carta de Smith, calcular os coeficientes de reflexão e trans-
missão e confrontar os resultados calculados com os m resultados dos parâmetros S medidos.
2. PREPARAÇÃO DA MEDIÇÃO
2. MEDIÇÃO E ANÁLISE
Conecte o DUT (Device Under Test) nas portas do Analisador de Redes. Como proposta, utilize
como DUT o cabo coaxial fornecido pelo professor.
2.1. Utilizando o formato de exibição "Carta de Smith", realize medições S11 e S21 e anote os
resultados da impedância medida para a frequência de 300 MHz.
a) Z (S11): _________________________.
b) Z (S21): _________________________.
2.2. Calcule os coeficientes de reflexão e transmissão com base nos resultados medidos. Utilize as
seguintes equações:
124
M
& gh − g& gh − g& 2. gh
Γ N T 1+Γ 1+
& gh + g& gh + g& gh + g&
2.3. Utilizando o formato de exibição real / imaginário, realize medições dos parâmetros S11 e S21
e anote os valores complexos dos parâmetros medidos.
3. Os resultados dos coeficientes de reflexão e transmissão calculados no item 2.2 são coerentes
com os resultados medidos no item 2.3? Caso algum resultado não tenha sido coerente, explique o
motivo da incoerência e apresentando novos resultados com base em suas análises.
Parâmetros S são utilizados para o cálculo de perdas de inserção e reflexão. Porém o Analisador
de Redes já fornece a conversão dos resultados de Parâmetros S medidos para valores de perdas.
Em linhas de transmissão, perdas por inserção e reflexão são parâmetros importantes que definem
a qualidade do transporte de sinais. Neste procedimento será exercitado a execução de medidas de
perdas, e seus resultados comparados com os valores teóricos calculados. Recomenda-se a utiliza-
ção de cabos coaxiais para o experimento.
3. PREPARAÇÃO DA MEDIÇÃO
2. MEDIÇÃO E ANÁLISE
Conecte o DUT (Device Under Test) nas portas do Analisador de Redes. Como proposta, utilize
como DUT o cabo fornecido pelo professor.
a) |d|: ________.
b) |k|: ________.
2.3. Calcule os Return Loss e Insertion Loss com base nos coeficientes de reflexão e transmissão
medidos no item 2.2. Utilize as seguintes equações:
2.4. Os resultados de Insertion Loss e Return Loss calculados no item 2.3 são coerentes com os
resultados medidos no item 2.1? Qual é a faixa de frequência satisfatória para a utilização deste
cabo com base na seguinte especificação:
1- Crie uma matriz de parâmetros T de cada lado do fixture (através de simulação ou medição);
2- Usando um VNA calibrado, meça o dispositivo completo, incluindo fixture e DUT;
3- No MATLAB:
3.1- Encontre as matrizes inversas do item 1 (matrizes T simuladas ou medidas do fixture):
>>Y = inv(X)
3.2- Converta a medição do item 2 (dispositivo completo) para parâmetros T:
EXEMPLO (http://www.mathworks.com/help/rf/ug/s2t.html) :
>> %Define a matrix of S-parameters (MAG_PARAM_S*exp(j*ANG_PARAM_S/180*pi)
s11 = 0.61*exp(j*165/180*pi);
s21 = 3.72*exp(j*59/180*pi);
s12 = 0.05*exp(j*42/180*pi);
s22 = 0.45*exp(j*(-48/180)*pi);
s_params = [s11 s12; s21 s22];
%Convert to T-parameters
t_params = s2t(s_params)
3.4- Converta os parâmetros T do DUT para parâmetros S. Os efeitos do fixture estarão removidos.
128
O software Advanced Design System (ADS) da empresa Keysight Technologies é uma ferramenta
muito poderosa para a realização do De-Embedding. Além da comunicação e controle dos equipa-
mentos Keysight, que não serão tratadas neste trabalho, com o ADS é possível modelar integral-
mente as estruturas envolvidas na medição e realizar a simulação completa do processo De-Em-
bedding, separar os resultados fixture e DUT, e até extrair os resultados simulados no formato de
leitura dos VNAs (.s2p) para a execução do De-Embeding no momento da medição. Conforme
citado nesta seção, para cada tipo de configuração DUT x fixture é necessário avaliar e customizar
o De-Embedding, mas para exemplificação do método e das ferramentas do ADS, detalharemos
um De-Embedding clássico de um quadripolo com entrada e saída separadas fisicamente.
Para iniciar a construção dos blocos para o De-Embedding, na tela inicial do ADS deve-se acessar
o ambiente de criação de esquemáticos (figura F1):
Para todas as simulações utilizaremos o mesmo padrão de varredura, com 1601 pontos (step de
12,5 MHz) para a faixa de 300 kHz à 20 GHz, dentro da janela de criação de esquemáticos do ADS.
Alguns componentes importantes tratados neste capítulo são destacados na figura F2:
Para a realização do De-Embedding através do ADS, precisaremos modelar a estrutura sob medição
utilizando componentes da biblioteca do ADS. Os componentes R, L e C são encontrados na cate-
goria “Lumped-Components” e são usados para modelar o componente conforme as características
elétricas da estrutura. O componente TLINP4 é uma linha de transmissão física e é encontrada na
categoria “TLines-Ideal” e serve para modelar fisicamente as conexões da estrutura. O componente
de simulação SP define como será a varredura da simulação, e o componente TERM define uma
porta de medição de um Analisador de Redes, ambos são encontrados na categoria “Simulation-S
Param”. O componente De_Embeded2 é encontrado na categoria “Data Items” e é nas configura-
ções deste componente que carrega-se o arquivo touchstone s2p com os parâmetros S (medidos por
exemplo) dos fixtures que devem ser compensados.
Para a modelagem, precisaremos separar a estrutura em 3 partes, sendo uma delas o DUT e as
outras, cada extremo do fixture (lado esquerdo e direito) conforme a figura F3.
Observe nos itens a seguir que cada parte foi construída na mesma janela de esquemático do ADS,
por isso cada estrutura foi colocada entre portas distintas (DUT entre portas 1 e 2, fixture esquerdo
entre portas 3 e 4, e o fixture direito entre as portas 5 e 6). Cada uma das partes foi colocada entre
130
2 portas para possibilitar a simulação de cada estrutura. Antes de unirmos os 3 circuitos para a
simulação da estrutura completa sob medição, vamos extrair os parâmetros S no formato de arquivo
“touchstone s2p” dos fixtures esquerdo e direito, lembrando que este é o formato de arquivo que
traz todos os parâmetros S da simulação e além de ser o arquivo utilizado para a compensação nas
estruturas De-Embed do ADS como veremos a seguir, é o arquivo cujos Analisadores de Redes
modernos interpretam para a realização do De-Embedding durante as medições.
Passo 1. Modelagem do DUT (conector).
O quadripolo em medição é dividido por 3 estruturas, sendo 2 fixtures (esquerdo e direito) e o DUT
no centro. No ADS deve-se modelar cada uma das 3 estruturas separadamente; DUT e fixtures
(figuras F4, F5 e F6):
3
2
Figura F4. Modelagem do DUT. (1) Diagrama, (2) circtuito, (3) resultado da simulação.
3
2
Passo 4. Geração dos arquivos touchstone s2p para cada lado do fixture.
Neste momento precisaremos separar cada parte modelada em janelas separadas do ADS. Isto é
necessário pois durante a criação do arquivo touchstone, todas as portas existentes em um ambiente
simulado do ADS serão consideradas e teremos um arquivo sXp, onde X é a quantidade de portas
simuladas. No momento de simular o De-Embedding, se os arquivos sXp carregados não forem
condizentes com a quantidade de portas da estrutura, a simulação falhará e uma mensagem de erro
será retornada. Logo deveremos criar novos arquivos “schematic" para cada uma das estruturas a
serem compensadas, no caso de nosso exemplo uma para o “fixture esquerdo” e outro para o “fix-
ture direito”. Como a modelagem já foi criado no primeiro arquivo “schematic”, basta copiá-lo no
arquivo em branco e apenas alterar os nomes e numerais das portas para 1 e 2. OBS: cada arquivo
“schematic” dos fixtures esquerdo e direito deverão possuir somente 2 portas (1 e 2) e o arquivo de
varredura SP deverá possuir os mesmos parâmetros de freqüência e quantidade de pontos da simu-
lação final.
name” e selecione o arquivo schematic no campo “Dataset to Read” cuja modelagem já está indi-
vidualizado e simulado. Para finalizar aperte “Write to File”.
Voltando agora para a primeira janela do arquivo schematic criada com todas as estruturas, vamos
unir cada parte para as simulações finais. Lembrando que podemos criar também um arquivo sche-
matic separado para a todas as estruturas unificadas.
Observe maior reflexão e maiores perdas por inserção. Comparando com as simulações do DUT,
toda a influencia dos fixtures esquerdo e direito estão presentes e degradando os valores de medi-
ção/simulação. Vamos agora compensar estes efeitos através de simulação com o ADS e comparar
o resultado final da simulação com o De-Embedding com a simulação do DUT já realizada.
Passo 6. De-Embedding
Para compensar as estruturas de interesse, é preciso inserir um componente do ADS encontrado na
categoria “Data Items” chamado “De-Embed” (figura F9), em nosso caso utilizaremos o “De-Em-
beded2” que é o componente para De-Embedding Universal de sistemas com 2 portas. Este com-
ponente deve ser colocado imediatamente após cada porta logo na entrada do sistema.
Em seguida deve-se configurar cada um dos componentes (figura F10). Com um duplo clique sobre
um deles, uma janela de configurações se abrirá. Nela deve ser carregado o arquivo touchstone s2p
gerado para o fixture do lado correspondente ao componente De-Embed2 em configuração. O
Mesmo deverá ser feito para o outro lado. No momento seguinte, deve referenciar a direção da
estrutura a ser compensada na aba “Pin/Port Mapping”, onde se for adotado a referecia do lado
esquerdo, o campo “Pin-to-port mapping” do componente De-Embed2 esquerdo deverá ser confi-
gurado como “Standard” em “Type”, cujo F pin 1 é equivalente à porta 1 e F pin 2 à porta 2. Para
o componente De-Embed2 do lado oposto, a configuração é a mesma caso a orientação das portas
da estrutura direita seja a mesma. Caso as portas tenham sido invertidas na estrutura direita, a re-
ferência deverá ser invertida através da configuração “Custom” em “Type” e as portas invertidas
em “F pin”.
Utilizando a relação entre fase e comprimento de onda, conforme KRAUS, iremos encon-
trar o comprimento de linhas de transmissão utilizando medições de reflexão com o VNA.
øuvv
, . x. y< (1)
\%&°
1. CONEXÕES FÍSICAS
Para prover maior potência e consequentemente menos perdas no sinal refletido, somente
um lado da linha de transmissão deve ser conectado em uma porta do VNA. Em medida de com-
primento de vias internas protegidas por blindagem ou encapsulamento, é comum que somente um
dos lados permita conexão física com o VNA, porém será importante ter a certeza de que o outro
lado esteja em terminação aberta (ou em alta impedância).
2. RESOLUÇÃO DA MEDIÇÃO
Figura G1. Resultado na Carta de Smith de uma medição em aberto com baixa resolução;
Observamos na figura G2 que 18 pontos foram configurados nestas medidas e todos são
distribuídos igualmente ao longo da faixa de frequência e de comprimento de onda () em cada um
dos cabos. Se a frequência é baixa há um percentual de na estrutura, onde a quantidade de pontos
pode representar com significativa fidelidade a forma de onda (mais pontos para uma pequena parte
de onda). Se a frequência é maior, é menor e podemos até ter múltiplos em uma linha de
transmissão. Neste caso, a mesma quantidade de pontos será distribuída ao longo de toda a linha
de transmissão e a consequência é a perda significativa de fidelidade na representação da onda
devido a menor resolução.
Na curva ▲ (cabo de 1,22 m), observa-se delta de aproximadamente 3° entre cada ponto.
Observando a curva ■ (cabo de 4,65 m), notamos delta de aproximadamente 10°. Em todas as três
curvas a distribuição na faixa de frequência e ao longo do comprimento da estrutura é a mesma,
portanto para sinais de maior frequência, o mesmo número de pontos representa menos resul-
tando em menor resolução.
138
Agora que sabemos como o VNA estabelece sua resolução, conseguimos estabelecer crité-
rios para definir a melhor resolução utilizando como referência os dados de fase de onda, compri-
mento de linha, frequência e quantidade de pontos.
a) Definir o critério da resolução em quantidade de pontos por grau (fase) de onda. Como
padrão para uma resolução satisfatória, utilizaremos como critério 1 ponto/1°; logo adotamos que
em 360° temos 360 pontos.
b) Comprimento de linha é menor que x? Se sim, assumiremos que x será igual a xz con-
forme descrito abaixo; caso contrário, deveremos considerar a maior frequência de análise para o
cálculo de x.
c) Relação PONTOS/GRAU:
‹.(&’ .“”
`‹]&° • } •z
(3)
Caso a quantidade de pontos utilizados no item “c” não tenha sido a máxima permitida pelo
VNA, pode-se aumentar a resolução (pontos/grau) ou a faixa de frequência aumentando a quanti-
dade de pontos.
139
Utilizando agora a equação 1 deste apêndice, devemos utilizar o angulo exibido na figura
G3 (detalhe em amarelo) para calcular o comprimento do cabo RG58.
22,9
, . 300. 0,656 ˜, D˜ H.
720°